Alô dá para ouvir aí pessoal que tá nos vendo pelo canal está escutando tá sim então vamos começar novamente eh então estamos aqui dando andamento ao seminário internacional universidade em transformação políticas de ações afirmativas na pós-graduação que é uma iniciativa do programa de pós-graduação e humanidades direitos e outras legitimidades aqui da USP da fefel e hoje teremos a mesa que trata do direito ao acesso à permanência para pessoas TRANS e travestis na universidade eu sou C Nascimento faço parte do programa de pós--graduação e humanidades e do programa de antropologia e sou docente do departamento de
Antropologia aqui da USP vou apresentar as nossas convidadas Começando por ordem de apresentação aqui na nossa organização da mesa Gabriel Weber é travesti lésbica Doutora em física professora do departamento de ciências básicas e ambientais da Escola de Engenharia de Lorena da USP é vice-presidenta da adusp que é a Associação dos docentes da USP e primeira secretária da Regional São Paulo do anges coordena o projeto levantamento da ciência lgbtqia mais brasileira e corpas trans na USP trabalha com os seguintes temas integrabilidade materiais topológicos gênero sexualidade e transfem faz divulgação Científica inclusiva noos na ciência e desenvolve
jogos educacionais no jedai dediane Souza travesti preta transfeminista é graduada em comunicação social com habilitação e jornalismo pela faculdade cearense mestre em antropologia eh pela Universidade Federal do Ceará e pela Unilab é doutoranda atualmente em antropologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte ela foi diretora do Sindicato dos Jornalistas profissionais do Ceará e atualmente diretora do grupo de resistência a branca grab que é um dos umas associações mais antigas eh para pessoas trans no Brasil tem vasta experiência em formulação a de políticas públicas paraa população LGBT em gestão pública como a implementação e coordenação
do centro de cidadania LGBT aros na Secretaria de direitos humanos e cidadania da cidade de São Paulo ela foi também coordenadora eh da Coordenadoria especial da diversidade sexual na prefeitura municipal de Fortaleza tem afinidades teóricas metodológicas nos estudos de relações de gênero e sexualidade travestilidade antropologia Urbana relações de parentesco interse personalidade e movimentos sociais e por fim Brum dezembro e azete que vai falar que vai est online com a gente ela é doutoranda em estudos sociais da Ciência e Tecnologia pela Universidade de cornel nos Estados Unidos acho que ela está nos Estados Unidos nesse momento
né Ela é mestra pelo programa de história no espaço público que é um consórcio internacional entre Hungria Áustria e Japão é também mestre em antropologia social e baixa ela em Ciências Sociais pela Unicamp eh sua pesquisa recebeu menção horrosa no concurso brasileiro danox enfim ela recebeu diversos prêmios e pela Associação Brasileira de Antropologia eh pela Unicamp pelo Instituto Vladimir reog né Ela é co-criadora da Rede Brasileira de estudos transvestis e conectando teoria e prática ela tem atuado em projeto aliando arte educação saúde e políticas públicas incluindo de políticas afirmativas e projetos de pedagogia crítica junto
à sociedade civil Então temos três convidadas vamos começar pro Gabri Weber depois eu passo a palavra para dediane Boa noite a todos vocês me ouvem também no YouTube então tá e talvez a gente esteja com uma organização meio de trás para frente porque eu não vou falar de política vou falar de políticas políticas afirmativas só que eu não vou falar da questão de cotas eu vou falar do que que acontece depois que as pessoas trans ingressam nas universidades Independente de se for por cotas ou não até porque na USP que vai ser o nosso eh
de onde vem os nossos dados ainda não tem cotas pelo menos paraa graduação e alguns programas como no diversitas tem cotas para pós-graduação então a gente ainda tem essa questão do acesso vou falar do que acontece quando elas já estão aqui aqui usando dados que a gente coletou Sil eu e várias alunes que participaram do projeto corpas trans que foram coletados entre 29 de Janeiro porque será né de 2022 e 28 de março de abril de 2023 a gente lançou um questionário a gente fez algumas entrevistas e a gente teve dados de 108 pessoas trans
que estavam de alguma forma dentro da USP né Eh essa população ela é uma população bem heterogênea ela foi basicamente compreendida por estudantes de graduação da ordem de 82% 12% de estudantes de pós-graduação E o restante entre funcionárias professores pós-doutores e um pouco dessa diversidade de corpas que temos na USP mas o grosso tá em estudantes e o que eu quero mostrar é que não basta a gente fazer com que a população trans acesse à universidade pública a gente tem que tornar o ambiente da universidade pública um ambiente que não seja hostil a corpas trans
porque o que a nossa pesquisa mostra é a situação tá muito complicada então e preparem os lenços porque essa apresentação aqui eu não queria fazer e vocês não queriam ouvir mas a gente só consegue mudar a realidade quando a gente tem dados para poder nortear o desenvolvimento de políticas públicas Então a primeira coisa que eu quero chamar atenção é pro fato de que a gente precisa de cotas para graduação na USP a gente precisa de cotas de uma maneira mais ostensiva na pós-graduação porque se você for pensar que e Estudos de 2022 apontam que cerca
de 2% da população brasileira é Trans a gente deveria numa universidade que é socialmente referenciada encontrar 2% de pessoas trans no nosso corpo de cente corpo docente corpo de funcionários mas o que essa nossa pesquisa que teve um ano e meio basicamente de extensão encontrou e uma pesquisa muito sub representada apesar do nosso trabalho para coletar dados é que faltam pessoas trans aqui dentro para vocês terem uma noção é olhando pra nossa amostra ela a gente tem que da ordem de 0 0 15% do corpo de cente é Trans na USP 0,04% do corpo de
sente de pós-graduação é Trans e apenas 0,04% do corpo docente é Trans então Eh Isso mostra que a necessidade de política de cotas tanto pro ingresso na graduação pro ingresso na pós e pro ingresso na carreira docente ela é premente não temos pessoas trans isso vai mostrar uma consequência importante na questão da permanência quando a gente pensa na ausência de professori trans tá eh só para vocês terem uma noção da distribuição 50% da nossa amostra é num binária 31% trans feminina e 18,5 transm Colina a distribuição racial é compatível com a distribuição racial da USP
ou seja Branca mas aí aqui nemhuma surpresa quando a gente tá fazendo um recorte da população TRANS e dentro da USP mas se você compara com a população trans que a gente vê que eh as Pesquisas mostram essa população que precisa ter acesso a políticas públicas não é a população trans que tá dentro da USP então mais um sinal de que cotas são necessárias paraa população trans porque a população trans que vem das classes mais abastadas que estão acessando a Universidade de São Paulo em termos de cursos né a gente tem que 211,3 tá nas
na grande área das ciências humanas 17,6 por tá nas letras linguísticas e Artes até aí acho que nenhuma grande surpresa talvez a próxima surpresa seja a nossa terceira maior contribuição da amostra que é 12% nas ciências exatas então sim nós temos muitas travestis e mulheres trans nas exatas não é à toa que que por exemplo você pensa nas representações tipo sensate aome sendo uma programadora existe uma presença muito massiva de transfem nas exatas é uma coisa que é importante pontuar ainda mais que a gente tá num ambiente de humanidades de letras e tem esse não
vou falar um preconceito mas tem esse viés de que as humanidades são lugares que são mais amigáveis para pessoas trans sim são mais amigáveis Mas não é por isso que a gente não tem pessoas trans em outros lugares o outro ponto importante E que vem ao encontro de políticas públicas paraa população trans dentro da universidade é que 56,5 por da nossa amostra transicion durante a graduação então isso tá mostrando que a universidade ela é um ambiente de experiment experimentação de gênero onde as pessoas vêm para descobrir quem elas são não só do ponto de vista
profissional mas do ponto de vista pessoal E para isso a gente precisa criar um ambiente que seja acolhedor essa diversidade que perm que as pessoas investiguem tá será que eu sou mulher será que eu sou homem Será que eu não sou nenhum dos outros Qual é o meu gênero e faça isso de uma maneira sem ter grandes traumas porque é para isso que serve a universidade pra gente explorar os limites do nosso conhecimento seja o conhecimento da humanidade seja o nosso conhecimento sobre nós mesmos e a parte ruim é que desses apesar de ter todo
esse ambiente de experimentação e a gente vê que é um ambiente efervescente na experimentação tem uma reação do meio e 70% da nossa amostra acusou sofrer transfobia 70% então se a gente pega de 10 pessoas trans na USP sete sofreu transfobia E assim a transfobia mais recorrente é a questão do respeito ao nome e pronomes Mas a gente não vai deixar de ter a questão de proibição de uso de banheiros muita violência psicológica seja por parte de RF seja por parte de funcionárias professores colegas mal preparados e uma coisa que aí volta na adequação e
na necessidade de um corpo docente trans é a falta de referências trans então da mesma forma que a população negra não se enxerga na universidade porque não tem referências no corpo docente a população trans também sofre disso E se a gente não vê pessoas trans a gente não acha que a universidade é um lugar pra gente E aí tem algumas coisas que me assustaram bastante né A primeira coisa que me assustou é que existem algumas medidas de combate a transfobia O que é uma coisa importante dado que 70% da amostra sofreu transfobia mas é um
desconhecimento muito grande eh da ordem de 48% da nossa amostra desconhecia tudo que podia saber sobre medidas de combate lgbtfobia se acontecesse transfobia ou alguma lgbtfobia de uma forma mais geral não sabia a quem recorrer ou como recorrer Então isso é um problema institucional Óbvio se a gente fala em inclusão e pertencimento a gente tem que instrumentar não só a instituição a acolher essas vítimas mas as vítimas precisam saber a quem recorrer Então se 50% metade da nossa amostra não sabia a quem recorrer Isso já é um sinal muito grande de problema eh 20 eh
12% por exemplo não sabia nem que podia usar o nome social que é a política pública para população trans que mais eh conhecida que é mais divulgada 12% da nossa amostra não sabia que podia acessar ou como acessar 25% teve problemas na solicitação do nome social seja questões do sistema seja questão com funcionaris mal preparad e assim por diante E por que que eu tô frisando nessa questão das políticas de combate LGBT fobia muitos de vocês devem estar pensando ah tá mas isso é para inglês ver porque não faz diferença nenhuma eu vou continuar sofrer
no transfobia ou não mas uma coisa que a gente vê nos nossos dados quando a gente começa a fazer os cruzamentos é que tem uma associação significativa entre a efetividade de medidas de proteção lgbtfobia e a transfobia observada sofrida ou seja se a gente implementa medidas de combate lgbtfobia e garante que elas estão funcionando a gente vai ver que a transfobia tanto a que a gente observa outras pessoas sofrendo ou a que a gente sente na nossa própria pele ela começa a diminuir isso é uma coisa muito importante quando a gente fala de uma coisa
que a pró-reitora adjunta comentou ontem sobre saúde mental na mesa de abertura ela comentou bastante sobre saúde mental e eu quero trazer alguns dados um pouco aterradores sobre saúde mental e falar um pouco sobre suicídio e ideação suicida para terminar a minha fala então a primeira coisa que que eu quero comentar antes de dar números mais concretos é que a gente vê na nossa amostra que existe uma associação entre sofrer transfobia e aumentar a chance de uma pessoa trans ter ideação suicida e consequentemente tentar o suicídio eh o que a gente vê nos nossos dados
não é que a Idea a a transfobia vai causar isso a transfobia sofrida na universidade ela não vai causar essa ideação ela não vai causar essa tentativa de suicídio isso já tá na pessoa trans no sentido de a sociedade faz com que essa pessoa trans esteja adoecida ela esteja na eminência de uma tentativa de auto anquilossauro de catálise desse processo vai vai pegar alguém que tá No Limiar para começar a ter ideação suicida e vai fazer essa pessoa ter ideação suicida vai pegar uma pessoa que tá mais No Limiar de Tá Na tentativa do suicídio
e sofreu transfobia por causa de um professor que não consegue respeitar o nome dessa pessoa essa pessoa vai eventualmente tentar o suicidio E aí eu quero trazer para vocês as reflexões mais críticas da noite eh se você olhar pra população jovem e pegando eu não vou citar aqui as fontes depois se vocês quiserem eu posso colocar bonitinho eh mas olhando pra população jovem entre 18 e 25 anos se a gente pensa na população geral a taxa de deação suicida é da ordem de 11% e a taxa de tentativa de suicídio é 1.9% se você olha
pra população trans de uma maneira geral e esse aqui eu vou citar os dados do projeto Trevor um projeto estadunidense de monitoramento de saúde mental eles estimaram que a ideação suicida na população trans jovem é da ordem de 46% ou seja quatro vezes mais do que na população geral e a taxa de tentativa de suicídio é 14% um pouco menos de 10 vezes mais onde que vocês acham que tá a taxa de ideação suicida e tentativa de su de alun trans na USP tá no dobro tá infelizmente a gente compilou nos nossos dados que a
taxa de ideação suicida da nossa amostra é incríveis 80% e a taxa de tentativa de suicídio é da ordem de 36% ou seja quase toda a nossa amostra teve ideação suicida e 1/3 da Nossa amostra tentou efetivamente tirar a própria vida a gente tem um problema sério nessa Universidade com saúde mental da população TRANS e a gente precisa começar a pensar em como a gente vai encaminhar isso porque outra coisa que os nossos dados mostram é que as medidas antil lgbtfobia Elas têm um efeito na diminuição da ideação e Na tentativa de suicídio Então a
gente tem que trabalhar muito para que essa população trans não só adentre a Universidade de São Paulo mas que ela possa permanecer aqui com um mínimo de dignidade e era isso que eu tinha para falar hoje muito [Aplausos] obrigada obrigado Gabi agora eu vou passar a palavra para deane Souza não é fácil vocês me escutam [Música] bem vamos ver aqui n é eh eu gostaria Inicial inicialmente né Eh dizer do contentamento né de estar aqui dividir esse espaço eh que é tão acho que nesse exato momento estratégico né para pensar ações afirmativa para para eh
pessoas TRANS e travestis né então Eh eu gostaria Antes de iniciar a minha fala de fazer minha aud descrição para quem acompanha a gente no YouTube né Eu acho que é importante eu sou uma travesti preta de 1,72 m de altura cabelo cacheado abaixo acima do abaixo do ombro estou usando um óculos com aração vermelha eh hoje estou mais Ass os últimos dias não estou tão enfeitada e o clima é de cansaço eu saí de Salvador até chegar aqui então eu tô um pouco cansada né e eu acho importante localizar vocês então Eh passando P
pela esse processo né de me autodescrever e eu gostaria inicialmente de agradecer né o convite do Professor Paulo Paulo Daniel farrá e ao programa de pós--graduação e humanidades direitos e outr legitimidade aqui daest né e estou super grata também de compartilhar esse momento com grandes referências no meu campo de estudo que é o campo da antropologia mas também do ativismo né Gabri Gabriele a gente de alguma forma já vem se articulando enquanto pesquisadoras TRANS e travestis né então eu conheço Gabriele e também Brum desse espaço vejo outras pessoas também aqui que também pensa ess lugar
de de ser pesquisadora ou pesquisador e pesquisador eh enquanto pessoas TRANS e travestis né Eh também aqui do contentamento de ter a condução dos trabalhos aqui né Eh pil quanto eu tenho carinho tanto pelas suas Produções como também pelo seu embate nessa nessa disputa né que eu acho que a gente passa por esse momento de uma grande disputa eh tanto de imaginar os de narrativas como também de estruturas físicas né então a gente tá aqui nesse exato momento disputando algo muito central da nossa existência é como os nossos saberes eles eles têm potência do campo
da institucionalidade a que presso também essa institucionalidade nos custa né Gabriele quando Gabriele apresenta os dados aqui apresenta elementos eh pra gente pensar também o quanto essa essa institucionalidade é cara à nossas nossos corpos né nossas identidades as nossas corpas nossos corpos então dito isso né Eh eu Me apresento novamente né eu tenho essa coisa eu vou me apresentar várias vezes durante a minha apresentação eh dar o nome é um exercício central da construção de humanidade né então eu vou dar o nome vários momentos né inclusive o meu né então eu sou dediane Souza eu
falo de um lugar que é de uma travesti negra sou sertaneja de uma uma cidade chamada Santana do Acaraú do Sertão do Ceará né eu venho desse lugar sou filha da dona Lindalva uma mulher negra que completa 60 anos nos próximos dias eh agricultora e sem escolaridade formal Eu também sou irmã né Eh de mais cinco né então a coletividade sempre teve presente na minha vida então eu falo de um lugar né de uma sertaneja nordestina e que sempre dividiu tudo então a minha fala também aqui ela é uma fala individual é a minha fala
mas que de alguma forma se aproxima e se assemelha de outras pessoas como eu que sai do Sertão do Ceará né e encontra uma rede que eu chamo de irmandades travestis né de irmandades a partir do ativismo dentro de uma perspectiva de construir outras narrativas outras possibilidades de vivenciar essas identidades então é desse lugar né assim também eh que sou filha do ventre de dona Lindalva mas também eh sou filha no verbo de uma travesti negra que também como eu fez o trânsito eh do interior do Ceará para a capital chamada Tina Rodrigues né que
me ajudou a nomear então Tina é muito importante né Eh na minha vida nessa perspectiva eh dessas construções desses trânsitos né que são geográficos que são eh também corporais que também atravessam raça que atravessa também eh o uma ideia também dessa coletividade que é forjada a partir do ativismo aqui eu quero quero apresentar algumas reflexões né com a intenção de contribuir para com o debate posto à mesa creio que seja necessário dizer que não sou uma pesquisadora no campo das ações afirmativas e sim uma beneficiária dessas políticas então eu trago isso no tom de dizer
que a dediane não estuda ações afirmativa a dediane foi beneficiária das ações afirmativas eh como beneficiário das ações afirmativas tem um compromisso coletivo com as pessoas trans e travestis e de contribuir com o debate público sobre a importância das cotas TRANS e travestis na pós--graduação a centralidade da minha apresentação ao longo dos próximos minutos estarão envoltos nas ações afirmativas cotas para pessoas TRANS e travestis na pós-graduação Quais as estratégias que temos que traçar para a efetividade das cotas eh e também pensar Quais são as demais estratégias das políticas de ações afirmativas né tendo em vista
que a cota é uma ação afirmativa né E aí a gente precisa pensar um conjunto dessas ações e aí a gente tem eh como centralidade aqui e a proximidade e de contribuições às ações afirmativas eh eh através das cotas raciais né então acho que a gente precisa eh beber né des desse lugar onde em 2024 a gente a gente celebra comemora reivindica e revisa os 12 anos das ações da implementação das ações afirmativas né Eh para pessoas negras eh e também para população eh indígena de quilombola no Brasil então acho que é interessante a gente
sempre ir visitar né dizer dizendo e afirmando que mesmo as ações afirmativas eh completando 12 anos a gente ainda está construindo o mecanismo de implementação dessas ações afirmativas então a gente precisa sempre ter essa esse grande olhar né de dizer que o que tá posto ainda não é o suficiente para uma reparação histórica né Eh Nesse contexto né no contexto onde Eh esses direitos eles ainda estão em disputas gostaria de destacar né a nota técnica da associação de travestis e transexuais antra né quando trata das ações afirmativas na educação eh na educação eh a nota
eh ela dá uma centralidade nos contextos de violência por travestis transexuais no campo da educação eh e aí eu cito a um trecho da nossa a nossa intenção é apresentar um conjunto de tomadas de posições para o enfrentamento à transfobia a violência contra as identidades de gênero TRANS e travesti como as inúmeras formas de violência que paulatinamente acabam Produzindo um mecanismo perverso de exclusão de exclusão de pessoas TRANS e travestis das trajetórias escolares destaca a organização eu trago esse trecho né E aí eu automaticamente passo a dialogar com os dados que que Gabriela Gabriele trouxe
que é numa perspectiva de dizer Gabriele que os dados eh de saúde mental os dados de violência né eles são reflexos da nossa sociedade é interessante dizer que a universidade ela é um reflexo da nossa sociedade ou ela precisa ser um reflexo da nossa sociedade a gente precisa pensar a universidade para além da estrutura arquitetônica para além das dos muros então a gente precisa pensar que a universidade ela também é um espaço de produção de violência mas aí eu aprendi com uma professora na durante o mestrado que é algo que eu levo comigo às vezes
pode parecer um pouco romântico mas não é romântico a gente sofre violência também lá fora né então a gente também vai disputar Esse lugar aqui dentro né que seja construído um conjunto de estratégia que nossos corpos possa viver em segurança tanto dentro e fora da Universidade então a universidade nos causa sofrimento mas a violência lá fora é uma violência letal que também nos causa sofrimento e nos causa muit das vezes os nossos assassinatos e os nossos assassinatos né eles estão diretamente ligado a um contexto de vulnerabilidade que os nossos nossos corpos se encontram nossos corpos
eles são jogados nos terrenos baldios como se fosse algo sem valor né e E aí a gente precisa né entender que esse lugar da violência ele para os corpos de pessoas TRANS e travestis São todos os lugares então a gente precisa disputar outras narrativas eh de potência o quanto a universidade ela pode ser um espaço potente nas construções de saber nas disputas de Imaginário e na construção eh de estratégias eh efetivas de possibilidades né E aí eh eu dediane Souza a partir da minha experiência eu passei a sonhar a partir do no momento que eu
adentrei um programa de pós-graduação numa perspectiva de me perceber eu uma travesti ativista nordestina como também eh produtora de conhecimento para além dos conhecimentos que eu já produzia no espaço da rua e no espaço do movimento social então a universidade ela passa a ser o lugar central também eh como como lugar né Eh de produção de conhecimento mesmo disputando também várias estratégias né porque não tem como desligar de a dediane é ativista e intelectual dediane é ativista e estudante E aí eu digo não eu sou uma ativista porque eu venho do ativismo anterior à universidade
e passo também a ser uma pesquisadora então não tem como dis associar a pesquisadora da ativista e ativista da pesquisadora né E se vai querer ela vai querer ela por completo é babada então e outros elementos né central da nota da da antra é pensar nas políticas de acesso então o primeiro passo que a antra passa a nos pautar né E aí passa a nos pautar toda todas nós numa perspectiva de dizer a gente precisa a de uma política de acesso e aí ela vai dizer a seguinte a seguinte vai definir o que é esse
acesso as políticas de acesso tem sido o instrumento fundamental para a inclusão social dos regimes educacionais universitários sobretudo qu quando todos os dados evidencia ser a entrada na universidade uma afunilamento social Severo para pessoas TRANS e travestis nesse sentido criar políticas de inclusão e de acesso é fundamental para valorizar diferentes experiências corpos e identidades na vida institucional Universitária apresenta na a antra apresenta na nota elementos importantes né Eh de pensar que esse lugar ele precisa ser revisitado essa estrutura Universitária como a gente conhece ela precisa se olhar né E aí quando eu falo da estrutura
não tô fal falando do prédio gente eu tô falando do corpo docente da gestão do do corpo decente né dos Funcionários das terceirizadas do segurança de todo mundo que aqui está né para pensar né Por que que não tem eu vejo muito mais as travestis aqui eh lá nas ruas do centro do arou né e eu não vejo essas travestis aqui dentro da Universidade eu vejo os homens trans em vários outros lugares eu não vejo aqui na universidade que compromisso o que que eu tenho a ver com isso não acho que essa primeira pergunta o
que que eu tenho a ver com isso né E aí é um processo de comprometimento E aí a Andra vai dizer que a segunda estratégia é pensar a permanência né Eh que aí vai dizer que a permanência é entendido né a partir das ações afirmativas uma complexidade de mecanismo de mudanças institucionais que precisa ser realizada para sua efetivação as políticas de permanência são fundamentais como garantia do direito Universal à educação e aí por fim né Ela traz a ideia do acompanhamento né que o acompanhamento das políticas institucionais de ações afirmativas tem sido um enorme desafio
das Universidades poucas consegue de fato um acompanhamento para além de qualificar os números e o impacto geral destas políticas nas instituições de ensino E aí a antra nos apresenta uma possibilidade né aqui né que a gente fala do acesso da permanência e aí da gente qualificar esse acompanhamento é qualificar a nossa permanência né É dizer como estamos né Qual a necessidade real né desses corpos dessas corpas que ocupa esse lugar da Universidade Qual é a necessidade a necessidade de entender a centralidade dos nossos corpos como demandantes de um conjunto de políticas públicas não é só
abrir a universidade não é só abrir as cotas não é só garantir Nossa permanência Mas precisamos pensar Quais as estratégias né que nossos corpos né que nunca acessaram esse lugar institucional ele precisa acessar que aí a gente vem para uma grande discussão que é os programas de extensão que vem aí também o a garantia do processo transexualizador para quem quer o acesso a hormonoterapia né precisa também do acompanhamento psicológico as estratégias de combate às violências é um conjunto de ações e para Além disso né é de construir esse Panorama né tentar visualizar um projeto Inicial
e um projeto de futuro desse dessas identidades nesse lugar então apresentada essa nota técnica da antra creio ser importante destacar que temos um compromisso para com as ações afirmativa aqui gostaria de dar destaque a importância das ações afirmativa como uma estratégia de combate à discriminação e diminuição dos contexto de vulnerabilidades que nos encontramos no contexto brasileiro os compromissos da os compromissos das Universidades quando falo de universidades Estou falando diretamente de todas as dimensões desde a concepção estrutural arquitetônico arquitetônica eh e das e das e de todas as dimensões desde a concepção por exemplo dos banheiros
das pessoas que fazem um espaço Universitário A exemplo de gestores Corpus de sentes comunidades de sente use as trabalhadoras e a e a universidade é construir uma relação de respeito com essas identidades então desde no momento que a gente abre o espaço dessa Universidade a gente também vai ter que lidar com o processo de Reeducação né com essa comunidade acadêmica que não estava familiarizado ou não querem ou não queriam se familiarizar com as nossas identidades né né E aí eh quando eu iniciei aqui eu tô aqui no roteiro gente aí vai o volta é um
puus en colle é um negócio todo quando iniciei a conversa com vocês apresentei o local De Onde Venho Esse é um exercício que que continua eh que um exercício que constitui na minha elaboração né do meu ponto de partida é o meu lugar de origem no tom de narrar possibilidades e horizontes futuros com as minhas irmandades aqui estou na tentativa de articular da articulação de algo que estou chamando de uma Encruzilhada do saber que é estruturado pelos movimentos sociais organizados da universidade e das ruas a partir das experiências do vivido a minha chegada nos movimentos
sociais é anterior à universidade nos movimentos aprendo elementos que julgo Central para um debate de coletividade a luta por direitos básicos a exemplo da Saúde da educação da Assistência Social dentre outras disputas em um contexto de desigualdade social da ausência de oportunidade para a juventude Negra lgbti nas periferias de Fortaleza trabalhei mais de 10 anos no grupo de resistência Asa Branca do grab coordenei diversas iniciativas comunitárias junto a jovens das periferias de Fortaleza em diversos Campos de atuação desde qualificação profissional a trabalhos de prevenção HIV aides e outros IST na rua na rua no campo
do vivido eh construir referências travestis que me ajudaram a entender a minha travestilidade construir laços de irmandades com as minhas mais velhas aprendo e e aprendi e eh sobre as histórias das travestilidade em Fortaleza das narrativas sobre o carnaval das bombadeiras e da prostituição os corri dos alibã sobre as mariconas já estava no ativismo no cotidiano do grabe e a partir da atuação do movimento social passei a participar das ações da antra na época a única organização Nacional específica de trav X no Brasil a partir da participação nos espaços de articulação política a nível nacional
que tive contato direto com o debate que eu tive contato direto com o debate público das demandas centrais de cidadania travesti e de outras demandas que as experiências travestis reivindicava desde a primeira década do século as pautas do movimento social de travestis e de pessoas trans dialogavam diretamente com as ações que estava coordenando no grabe e que de alguma forma o movimento social local já apresentava nas assembleias dos movimentos no Ceará a nossa referência de travestilidade e no movimento de travesti né que era Tina Rodrigues que denunciava nessas assembleias públicas o contexto de violência de
vulnerabilidade que as travesti se encontrava não apenas hoje mas datado Desde da década de 80 quando chego na universidade já como dediane Souza chego de peitão já gente tu imagina aí eh travesti e ativista do movimento social já ordenava as paradas paraa diversidade sexual do Ceará então eu chego na universidade já transicion e percebo quanto aquele espaço era violento com os corpos como o meu cheguei pela pela pela primeira vez na universidade aí vocês vão entender tem o pus em colle também entre Idas e Vindas na universidade em 2012 no curso de Comunicação Social Jornalismo
a faculdade cearense aos 23 anos n feta no tru né os primeiros desafios na Instituição na época era pela primeira era que pela primeira vez a faculdade tinha uma aluna travesti é babado ser primeira viu gente não queira não a proibição do uso do banheiro foi na primeira semana ausência de espaço para reconhecimento do nome social nos sistemas eh era outra questão né os erros nos pronomes Por parte dos professores era cotidiano a falta de iniciativa dos docente para acolher uma Luna travesti a rejeição dos colegas de sentes a ausência deer at trvesti no Campo
Universitário então todos esses elementos que a gabriele apresentou ele já era Real em 2012 né em 2012 quando eu chego na graduação na universidade privada lá no Ceará e aí eu lembro e aqui é uma anedota não tá anotado Eu lembro que na primeira semana que eu cheguei na universidade eu fui convidada né A não usar o banheiro feminino a direção da faculdade me chamou dizendo você não pode usar o banheiro feminino porque você não é mulher e aí Eu pedi ele para escrever né e cheguei em casa acabei de chorar eu não sou mulher
essa coisa toda aí ele não escreveu na semana seguinte chegou o centro de referência lá né E aí essa questão não foi mais um problema porque a universidade teve que se adaptar Entre várias aspas né porque aí eu deixei de ser um problema e passei ao Passei passei i a ser algo exótico né então eu não era mais um problema mas eu era o exótico da Universidade então era quase tratada né ali como algo como um ser estranho né aqui é importante demarcar né que estou falando de um espaço de tempo de 12 anos em
2014 acabei trocando o trancando o curso e vindo pra cidade de São Paulo a convite da equipe do então prefeito Fernando hadad para contribuir na elaboração das políticas públicas para a população lgbti né que é a rede de proteção de promoção da Cidadania da população lgbti mais de São Paulo e do programa cidadania volto para casa em 2016 retorno para a faculdade cearense com o compromisso de finalizar a graduação durante a minha passagem por São Paulo né vivenciei na pele O que é ser uma travesti retirante do Nordeste no cargo de Gestão sem ter uma
graduação então a eh fui voltei para lá né engoli o choro e fui terminar essa Bendita graduação terminei em 2018 colei grau em 2018 né importante aqui dar sali que não fui beneficiada com nenhuma política estudantil durante a minha graduação a conclusão do ensino superior só foi possível pelo que eu chamo de Irmandade do ativismo que contribuiu com esse processo de formação seja no financiamento de mensalidade ou arrumando trabalhos extra para que eu pudesse concluir a minha graduação estou aqui apresentando para vocês um verdadeiro emaranhado de ideias a minha experiência de uma travestia ativista que
acessa a pós-graduação por meio de ações afirmativa no mestrado em 2020 no ppg no programa de pós-graduação em antropologia da UFC e Unilab pelas cotas raciais e depois um doutorado em 2022 no ppgas programa de pós-graduação em antropologia social da Universidade Federal do Federal do Rio Grande do Norte é fruto de lutas né de lutas de outras que me antecederam na no mestrado eh teve a presença do Caio Lemos que foi o primeiro a primeira pessoa trans a acessar aquele programa então Caio ele fez o exercício que eu fiz na graduação de disputar os lugares
do nome social o lugar da orientação o tratamento ou a reivindicação essa disputa quando eu cheguei esse lugar já estava minimamente calçado para minha chegada pro meu acesso e também paraa minha permanência quando eu chego também na UFRN Pietra Pietra Azevedo uma irmã ela já tinha alicerçado aquele lugar para receber eh os corpos de travestis e e de transexuais inclusive disputando possibilidades de processos seletivos né e específico para pessoas travestidas e transexuais então é sempre interessante dizer que esses lugares eles são frutos de lutas de lutas coletivas de uma grande rede de aliança né Mas
também de um compromisso das nossas nesses lugares então Eh eu sempre digo que eu não quero estar nesses lugares sozinho eu quero ir de bando eu quero ir de ruma né Eh porque não tem não tem graça você nesse lugar sozinho disputar esse lugar sozinha então Eh hoje no programa de pós-graduação eh em antropologia social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte eh somos em cinco travestis né Pietra já tinha chegado eh não pelas ações afirmativa depois em 2022 entrou eu e Janaína Lima na primeira seleção eh de ações afirmativas para travestidos transsexuais entrou
sol no mestrado e na Seleção seguinte entrou olisa todas travestis nordest chas eh e duas pretas né temos recorte também de raça as cearenses Estão lá em peso né então a gente tá ocupando lá na minha trajetória minha na minha trajetória o atravessamento de raça classe identidade de gênero se articula como uma marca de quem sou né E uma e uma travesti preta e da classe trabalhadora as cotas raciais as cotas para travestis e as políticas estudantis são estratégias reais de acesso e da permanência de pessoas negras travestis no ambiente da pós-graduação A Minha experiência
é individual e também coletiva na medida que se aproxima de diversas outras companheiras que estão tecendo os mesmos caminhos no ambiente acadêmico Vamos pensar Quais são as estratégias que estão sendo desenvolvidas nas universidades no acolhimento das pessoas TRANS e travestis no ambiente da pós-graduação no Brasil importante aqui destacar temos que pensar também como incluir os saberes produzidos por pessoas TRANS e travestis nos programas das inas a valorização do Saber produzido por pessoas TRANS e travestis o reconhecimento das produções de travestis e pessoas trans em especial de nós que estamos produzindo em um contexto de universidades
periféricas e no norte e no nordeste do Brasil mais uma vez gostaria de agradecer a oportunidade de poder apresentar as minhas reflexões em tom de agradecimento eh gratidão às minhas companheiras mais velhas e ou às mais experientes eh que foram as pioneiras Na inauguração do espaço acadêmico agora temos um compromisso político com a coletividade trans e travesti que é de ampliar sejam Pelas nossas contribuições acadêmicas com reflexões análises teóricas e ou por meio do nosso ativismo institucional cabe a cada uma de nós construir caminhos menos violentos para que as novas gerações tenham espaço mais seguro
para desenvolver suas Produções acadêmicas e e vivenci as suas travestilidade as suas transexualidades as suas identidades eh que são múltiplas e que a gente não consegue colocar eh dentro de um espaço como esse então é que a gente possa construir espaços mais seguros onde nossos corpos nossas identidades possam produzir possam desenvolver o que á de mais eh de mais importante nesse processo da vivência acadêmica né que é o exercício de se perceber de produzir de questionar de inventar de se ent e mais do que nunca de contar as histórias das que nos antecederam de possibilitar
resgatar as nossas memórias o passado não perspectiva de ressignificar o presente mais do que nunca também de proporcionar espaços mais seguros no futuro Fico por aqui [Aplausos] obrigada obrigada acho que a gente agora vai passar a palavra PR BR você v PR aqui no computador eh enquanto enquanto isso só para eh um recado aqui da organização quem precisar eh de certificado de de presença na no início ali na na porta de entrada tem um QR Code quem quiser certificado Entra lá no QR Code e inscreva-se tá que vocês podem receber o certificado por e-mail depois
não im não aqui R vai vai ch [Música] ooj [Música] pode professora por favor bom gente eh tudo certo então boa noite eh bom eh primeiro estudo eu gostaria de agradecer pela oportunidade de estar aqui hoje mesmo que virtualmente agradeço pela adaptação difícil né fazer esses modelos híbridos eh Vocês conseguem me ouvir tudo certo gente tudo bem eu não consigo ouvir vocês não beleza perfeito então eu vou seguindo a fala aí depois eu tô acompanhando vocês pelo YouTube então depois eu volto pro YouTube mas eu tô aqui eu consigo ouvir Tá bom mas bom queria
agradecer eh pela oportunidade de estar aqui hoje mesmo que virtualmente eh falo dos Estados Unidos é onde tô cursando um doutorado em estudos sociais Ciências e Tecnologia na cornel eh e a minha fala hoje tá ligada à pesquisa que eu fiz no Brasil eh no meu mestrado na antropologia sobre o acesso e permanência de pessoas trans em universidades públicas isso foi há 5co anos atrás eh então assim fico muito feliz porque essa pesquisa ainda circula ainda reverbera eh e mesmo que agora longe eu sigo trocando sigo aprendendo também é principalmente com essas gerações que estão
vindo agora né então Agradeço pelo convite pela adaptação pela oportunidade de est aqui eh eu fico pensando também nessas diferenças assim né Não não só de 5 anos mas antes ainda quando a pesquisa começou né então o que veio a resultar não existe Universidade de bajubá foi esse trabalho de Mestrado que foi uma pesquisa que vale sempre destacar né que atravessou a minha própria transição de gênero né no esposto da Universidade eh e que atravessou uma mobilização um engajamento eh político de proposição de políticas afirmativos né então Eh ten a formação na na Unicamp e
a partir né nesse alinhamento com a pesquisa a gente conseguiu implementar pela primeira vez as cotas trans na pos eh na Unicamp isso ali por 2019 e que hoje enfim né Elas ainda seguem seguem sendo usada né enquanto mobilização por outras iniciativas de cotas tras né E então é para essa pesquisa do ex Universidade de pajubá né eu fiz um uma mapeamento eh junto de universidades federais e estaduais né mapeando tanto o dinámico social quanto as políticas afirmativas né um trabalho que foi braçal mas foi necessário nesse momento e esses dados eh em alguma alguma
medida eles estão datados hoje né então assim aos poucos Tem surgido novos mapeamentos eh novas atualizações também desses anteriores pesquisas mais aprofundadas como a própria fez né Eh então mas já naquele naquele momento era indicado né Eh o que eu vi na pesquisa que realmente a gente tá na universidade de Fato né a gente tá em todos os campos do conhecimento a gente tá em todas as áreas eh em todas as Universidades que eu pesquisei tinha pelo menos uma pessoa que tinha eh o nome social ativo na universidade né tinha requerido nome social e estava
ali assim de norte a sul da das universidades eh federais gigantescas até as Universidades recentes eh assim nas exatas nas biológicas eh nas artes nas humanas né então Eh e acho que isso é sempre importante de destacar né como a Gabi também pontuou na fala dela eh e um outro ponto que que eu acho importante é é esse GAP entre a graduação e a pós também né então acho que C anos atrás né mas meso tempo que acho que ainda existe isso n esse espaço que a gente tende a ser ainda muito jovem no sentido
de trajetória na universidade pública eh a é interessante pensar de que as pessoas que eu conversei lá na graduação estão hoje agora talvez no doutorado Como é o meu próprio caso eh ou enfim ão agora na docência ou tão seguindo outros caminhos para além da universidade e da academia né então eh acho que também é importante destacar esses movimentos né Eh e também eu sinto que existe para além do dos dados do número também existe um efeito existe Acho que pelo menos algo que foi muito simbólico assim que aconteceu no ano passado apesar de ter
sido uma questão eh todo o caso Escócia né Eh quem viveu sabe eh também eu sinto que enquanto controvérsia sociotécnica para usar aqui né meu chapel de estes eh indicou uma mudança histórica né indicou que que a nossa presença enquanto pessoas trans na universidade tem uma força e tem uma força epistemológica né Isso se mostrou nesse caso então se há 10 anos atrás falar em cisgeneridade falar em cisnormatividade tinha menos força e tinha menos atrac institucional era era muito mais eh Guerrilha mesmo sem nós por nós enquanto pessoas transas a gente não está nesse espaço
a gente tá reivindicando que a gente também produz intelectualidade produz conceito agora eu sinto que a gente tá em outro momento né existe eh tem uma presença eh e também enfim não só sobre sidade seer uma atividade mas sobre ancestralidade transição sistema enfim um conjunto de conceitos que parte dessa produção parte da nossa intelectualidade enquanto pessoas trans eh sempre nessas fronteiras entre movimento social e profissão acadêmica uma coisa alimenta outra porque a gente também tá na universidade a partir dos movimentos e vice-versa como também fou a dediane eh e eu trago isso eh como exemplos
de uma produção trans centrada como eu chamei nessa pesquisa eh como a Renata Carvalho chama de transia eu acho que tudo isso indica eh um amadurecimento dessa trajetória né indica eh um amadurecimento dessas formulações teóricas conceituais metodológicas né nesse espaço de produção acadêmica eh mas também eh como esse caso né que eu comentei indicou eh uma expansão de diálogo de parcerias institucionais de espaços que a gente que a nossa produção eh enquanto pessoas trans eh circula mais enfim consegue construir diálogos consegue financiamento desses projetos eh enfim que as pessoas que também estão hoje na graduação
se sentem menos sozinhas têm mais referências né E que isso também gera efeitos eh fora da academia né como falei vai vem também eh dos movimentos eh com a produção acadêmica né E a gente tem que circular muitas vezes por esses espaços né Eu acho também é importante destacar os próprios movimentos nesse sentido né É sempre importante destacar a história que a gente tem de produção transfeminista né então que é uma produção prod transfeminista e negra em conexão com os feminismos negros é uma produção interseccional que inclusive junto da população indígena fundamenta os movimentos que
a gente tem hoje por cotas trans isso é sempre fundamental de lembrar né aquela coisa né uma mandinha só eh então eu vejo também eh para além né dessa conexão específica que eu acho que é muito potente dentro do do do nosso movimento de pessoas trans eh eu vejo cada vez mais debates sobre deficiência também sobre neurodivergente então foi muito interessante voltar para Unicamp anos depois assim ver como o pessoal que tá na graduação agora tem mobilizado as cotas trans eh e fala Nosa eu não conseguia nomear isso né hoje eu eu me entendo me
afirmo politicamente como uma travesti neurodivergente com deficiência que é algo que na época eu não conseguia nem nomear né então isso a identidade Mas é uma identidade que é circunscrita eh politicamente e historicamente né Eh um outro ponto também né em São Paulo eu tava em São Paulo no ano passado e aí assim a marcha trans masculina por exemplo assim né acho que foi exemplar assim em termos de mobilização política em termos de políticas de aliança eh em termos de enfim tá nesse espaço nesse espaço público e tudo isso tá né em diálogo com a
produção de conhecimento eh que como foi também reforçado eu destaco mais uma vez né acontece na academia mas acontece nos ativismos acontece nas políticas públicas acontece nas artes né Hã no mais eh um outro ponto também se for fazer um comparativo né Eh é pensar nessa presença nossa né enquanto pesquisadoras pesquisadores trans travestis eh e mais temáticas assim né eu sinto é algo que enfim né Tá aqui né também sou junto da Gabi a gente compõe eh a Rede Brasileira de estudos transan trvestis hã que é um projeto né deaço de troca entre pesquisadores e
pesquisadores trans eu acho muito interessante assim no geral a gente tá na pós--graduação né dentro dentro da rede eh e a gente tem estudos multispecies a gente tem estudos sobre policiamento a gente tem estudos em arqueologia enfim é uma gama de Campos e disciplinas e de interesses menos óbvios Talvez Mas que estão sempre se alimentando nessa posicionalidade que a gente tem enquanto pessoas trenas né o outside da Patrícia R né e e de perspectivas pensadas por pessoas trans como eu Ponto ai trans centradas trans poló né Eh e que são perspectivas e são experiências eh
que a gente traz né pra universidade né Eh e que foram historicamente apagadas desse espaço né e dessa produção também né então a universidade é esse espaço que a gente está cada vez mais e que a gente reivindica está né E reivindica que isso é bom paraa própria Universidade Eu acho que isso é sempre importante de destacar também né eh então Eh assim como eu falei nesse momento tanto fora eh do Brasil em outro contexto assim eh eu eu consigo colocar em perspectiva a força do nosso movimento a força da nossa intelectualidade a força da
nossa história né então assim as pessoas aqui nos leem elas querem nos ler porque elas sabem que a produção TRANS e travesti brasileira tá na Vanguarda né eu digo isso eh tanto em termos de produção acadêmica mas mas também em termos de mobilização política em termos de construção de política pública assim as cotas trans são é algo único no mundo assim isso é muito muito potente assim Acho que estando fora fazendo esse movimento eu tenho essa perspectiva né então é algo que a gente não vê em outros países é mesmo em países que TM um
uma história que tão rica conta a nossa que é o caso dos nossos colegas argentinos uruguaios mexicanos eh mas também um destaque intelectual e político eh no que se refere a essa essa produção né Eh e E aí eu sinto que assim caminhando né um pouco nessa perspectiva comparada né de como era 5 anos atrás como a gente tá hoje também alguns desafios né como que eu consigo pensar nisso junto de vocês assim hã acho que um primeiro ponto eu acho que também a gente também trabalhar com questões espinhosas assim n nessas nessas nessas conexões
entre movimento e produção acadêmica né Hã então assim as políticas afirmativas se expandindo né a gente tem toda a questão dos critérios de avaliação né então o que a gente pensa eh para quem essas políticas são direcionadas quem tá alcan nessas políticas pensar na complexidade que é a permanência que envolve saúde mental envolve enfim eh isso de novo envolve refletir envolve agir a fundo hã que a gente tá produzindo onde é que a gente quer chegar né então que critérios que a gente tá usando também nessas políticas eh isso tudo é fundamental porque se a
gente for tomar também né aprendizado junto do movimento negro indígena eh isso gera efeitos no próprio movimento as políticas afirmativas tem uma importância fundamental na própria construção desses movimentos dos nossos movimentos eh enfim cria situações de jurisprudência mas cria também essas questões hã profundamente epistemológicas né produção e circulação de conhecimento é algo político assim envolve política de aliança envolve movimento social né então todos esses esses embricamento também eu acho que como eu falei a gente também tá falando mais sobre deficiência tá falando mais sobre n de vigência eh também indicam também outros caminhos dessa política
interseccional eh indica como a gente faz mobilização dentro e fora da Universidade envolve olhar para dentro também né envolve pensar que população trans é essa né população trans é essa que a gente tá falando né envolve talvez falar menos eh de pessoas trans travestis como um todo e falar não e as pessoas trans negras e os bufetas indígenas e as pessoas não binárias com deficiência e as travestis que vivem com entende eh então isso toma várias formas né então eh eu acho que a gente tem né na maioria dos eventos eh sobre política afirmativa é
meio inevitável né Eh que a gente acaba fragmentando em termos de identidade porque as políticas funcionam assim é importante a gente ter essa especificidade de demandas eh mas mas é importante sempre destacar que nos movimentos né na na base que constróem essas políticas isso tudo tá muito mais misturado né Eh a gente constrói junto a gente enfim faz faz a política de aliança eh também existem tensões existem controvérsias existem enfim muitas complexidades que se dão nessa prática política eh e mesmo em termos de pesquisa assim eu acho que é algo que que eu tenho muito
muito ânimo de ver como isso vai ganhando forma também nessa nessa nossa produção né E como também se pode orientar a nossa prática política eh tô caminhando já pro final da fala eh um outro ponto também isso a dedan já pontuou eh existe também um interesse das próprias instituições também um interesse simbólico econômico eh que ronda essas esses diálogos essas aberturas né então falar sobre temas trans tem um atraque diferente hoje né e assim as pessoas querem falar sobre Mas até que ponto isso é sempre importante da a gente também ten vista assim então até
que né então quando surgem essas situações de de controvérsia situações eh enfim de violência no dia dia a dia da Universidade né quem tá na linha de frente né quem eh quem que toca nesses pontos mais espinhosos né quem que hã enfim quem que fala Tem que fazer um escândalo para fazer acontecer n isso é muito muito importante de destacar né Eh que a gente tem as essas alianças estratégicas pontuais pragmáticas e tem aliança de vida né isso são coisas diferentes então Eh enfim queria pontuar tudo isso né nessa perspectiva histórica mas no final assim
eh Eu ainda vejo principalmente pensando nessa perspectiva eh eu acho muito potente ainda isso finalizando na minha fala né é que são novos problemas e novas perguntas assim eh como diz a ali né que que desate em nós mas não termina em nós né Eh então eu sinto que é esse momento realmente de multiplicação assim apesar de todos os desafios e obstáculos assim a multiplicação de vidas possíveis mesmo né de futuros possíveis assim a gente acessar espaços que a gente nunca imaginou que estaria né então é a Castiel Vitorina na Bienal de Viena é a
Line que ganha no grany é aquela S são recebendo o doutorado nores cas assim e é a gente na universidade em outras disciplinas outras pesquisas outros Campos né fazendo pesquisas e de coisas que a gente nunca fez antes né então recentemente eu tava na na conferência internacional de estudos TRANS e a gente assim centenas de pessoas trans do mundo inteiro a gente estava em duas brasileiras que era eu e a Maria Clara ara hojo eh mas assim Duas né era alguém e a gente estava lá juntas né então H enfim estô agora nos Estados Unidos
mas sento não é só meu assim não é sobre uma trajetória individual né Eu tô aqui a terra jar tá em princeton a Vitória Dandara e time Harvard né então assim somos travesti brasileiras que a gente estudou no Brasil a gente não teve uma trajetória simples eh para chegar aqui mas a gente tá aqui a gente não vai ser a última né a gente a primeira mas não vai ser a última né Eh então minha fala vai nesse nesses vários caminhos pensando nesses próximos passos né Eh e é só para finalizar eh também tava nessa
assim pensando um pouco né nesses anos depois eh e foi interessante retomar o trabalho do existia versade para jbar eh eu falo muito de futuro né eu vejo hoje que era algo muito pessoal pensar sobre futuro né que eu era assim uma babyzinha travesti eh no meio de uma transição de gênero sem foi familiar eh com risco de ser agredida no meio do governo bolsonaro perdendo minha bolsa então o futuro era isso também né então é muito bonito pensar nessa perspectiva de 5 anos atrás assim eh e aí foi isso assim essa questão no futuro
não era só eu assim isso que eu fui percebendo sabe eh eu lembro de umas entrevistas uma das entrevistas que eu fiz que foi com Rafael eh enfim que era um rapaz que eu conv enfim conversava sobre a nossa trajetória assim e ele falou meu você que me entrevistou aqui você perguntou sobre meu passado sobre meu presente mas e o meu futuro né Você não perguntou sobre o futuro e eu comecei a perguntar em toda entrevista que eu fazia sobre futuro e e é isso assim perguntar para outros estudantes trans eh qual que é seu
futuro ninguém sabia responder né ainda mais pessoas trans racializadas pessoas trans que vieram de escolas públicas pessoas trans migrantes dava essa tela azul mesmo ass né de futuro porque a gente não tinha referência nenhuma né então tem pensando que nessa nessa temporalidade mesmo muito curta eh acho que mais especial nesse processo assim é é ver e sentir isso né de que a gente tá cada vez mais a gente tem mais referências do que a gente tinha 5 anos atrás a gente tá em mais lugares e a gente isso não tem não tem mais volta assim
né a gente fala de retrocesso a gente fala de desafios a gente fala de backlash Mas isso é uma resposta a um avanço que a gente tem né então dito isso vida longa movimento de travesti transsexuais que conr pública nesse país dentro da ditadura eh vida longa movimento masculino aisos negros a movimento indígena eh viv as copas trans hoje sempre Obrigada de gente ouvindo na rede nas redes acho que pode ficar pode ficar E aí acho que Gabi de vão voltar aqui pra mesa e a gente abre então para perguntas temos ainda um tempinho temos
até à no PR pra mesa Então vamos abrir a perguntas temos aqui perguntas já do isso fica aqui temos perguntas também já uma pergunta do YouTube mas enfim vou abrir para vocês aqui pra gente começar Brum Eu vou eu vou mutar aqui esse microfone aqui desse me para não dar microfonia mas aí você consegue ver a gente pelo pelo YouTube e consegue ouvir por lá só para saber Bele então aqui mas aí fica aqui na telinha pra gente te ver beleza Alguém simim tem que eh tem que vir aqui na frente tem que colocar no
microfone venha cá é pode vir então olá olá olá tá me ouvindo Beleza boa noite gente eh eu sou André um homem negro Sis masculino e sou pós-doutorando aqui na USP e aí assim em primeiro lugar eu quero parabenizar pelas falas e e pela mesa e pela organização e tudo e e dizer que enfim são falas importantes e fortes e que nos faz pensar algumas coisas e mas eu tenho uma fala eu tenho uma pergunta muito pontual eh porque assim eu tô recente aqui na na USP eu cheguei aqui em junho Então faz pouco tempo
e porque pensando nas falas tanto de quanto de Gabri e sobre as políticas de afirmação e sobre os números que nós temos e sobre os levantamentos ten uma dúvida pontual assim sobre mesmo como funciona aqui na USP se existe porque quando o falou sobre quando as pessoas trans chegam na universidade elas trazem uma nova gramática um novo léxico umaa vivência pra universidade e eh também Gabriele falou né desse processo de se de se transicionar dentro da universidade e que eh mostrou-se que às vezes o corpo decente o corpo docente às vezes não tem eh essa
apreensão desse léxico e é é necessário que se acha essa que haja essa troca entre a essa apreensão desse léxico eh Universitário por parte das pessoas trans que chegou aqui precisam dominar Esses códigos mas eh eu tô pensando nessa via de do contrário das pessoas que estão aqui aprenderem esses outros códigos como a gente viu nos últimos anos o movimento negro conseguiu mudar um pouco das bibliografias e dos cursos e das coisas que se dizem dentro da Universidade então eu tenho uma dúvida pontual sobre no sentido de que existe eh programa de formação continuada pros
funcionários da USP como isso funciona não existe uma programa de formação continuada pros docentes pros técnicos para todo mundo e que que leve isso um pouco dessa conversa do que a gente tá tendo hoje de uma forma assim de convocação entende assim chamar olha vai ter você é convocado a participar de programas de formação continuada e que você vai ó nós temos esses números na universidade nós temos aqui mais que o dobro de em relação ao número Geral de ideações Suicidas das pessoas que estão aqui dentro então é necessário que a universidade se prepare para
isso então existe esse programa como isso funciona na prática e que se existe alguma ideia de como isso vai funcionar é isso obrigado gente mais alguém daí da plateia todo mundo quietinho vou eu vou jogar uma pergunta aqui tem a pergunta aqui do uma pessoa aqui do YouTube que é o Felipe Avelino ele Pergunta assim pr pra mesa como como a universidade pode intervir no bem-estar emocional dos pós-graduandos e reduzir a ansiedade e o estress há exemplos bem-sucedidos em outras instituições que podem servir de referência e aí eu queria pensar perguntar eh que acho que
tá bem bacana eu vou fazer então jogar um comentário que eu achei muito interessante a fala de Brum e dediane e Gabi que vem de lugares diferentes e histórias diferentes né de vivências trans diferentes em cada uma numa universidade diferente com perfis Diferentes né perfis mais de pesquisadoras perfis mais de ativistas enfim que vem enfim a a a visão de de dediane que já vem de uma experiência larga de movimento social e de política pública a Gabi que vem das ciências exatas né que também é outra perspectiva né de como construir essa visão perspectiva trans
nas ciências exatas e brumi que já parte da primeira pesquisa dela no mestrado já ela afirmativas achei isso isso muito interessante né e de algum modo não sei queria ouvir de vocês Talvez algumas experiências eh esperançosas Apesar desse cenário difícil que a gente tá vivendo como que vocês né cada uma de vocês eh construíram estratégias de sobrevivência eh para pessoas TRANS e enfim como é que vocês pensam né ou então alguns exemplos bem-sucedidos de como isso tem sido dado em algumas outras em em outras universidades enfim que que a gente poderia pensar juntes né e
em termos de bons exemplos né pra gente não sair com a sensação de que eh do fim de mundo né que já estamos nele na verdade de uma certa forma mas alguém quer gente o salão ah tá acho que chegou mais alguém na pergunta aqui do deixa eu ver chegou acho que chegou mais alguém aqui da eh do YouTube Ó sobre esse GAP mencionado entre a graduação e a pós-graduação no que se refere ao acesso e a permanência de pessoas trans na USP gostaria de perguntar às professoras Quais são os maiores desafios encontrados pelas pessoas
trans para dar continuidade às suas carreiras acadêmicas e consequentemente ocupar os cargos de docência no ensino superior né e eh a hton carneiro é integrante da Rede Brasileira de historiadores lgbtqia mais doutorando na urges e acho que eu vou passar a palavra então para vocês a gente tem essa primeira rodada eh tem mais uma pergunta gente querem já Peg tem mais uma mas acho que eu posso deixar para depois tem muita coisa né então boa noite de novo e desculpe a falta de educação tava tão animada para começar a falar que eu nem agradeci por
est aqui e nem me auto descrevi tá Então primeiramente muito obrigada por est aqui pelo convite É uma honra é um privilégio poder falar um pouco da minha pesquisa como uma pessoa trans produzindo conhecimento transcentrado voltado para a população TRANS e eu sou uma travesse branca com cabelos longos castanhos escuros olhos azuis e tô usando uma um blazer bordeau para usar uma palavra bonita e e eu queria comentar são várias coisas né começando pela pergunta do André a questão da formação continuada para docentes de ces e funcionários Foi um tema que a gente estava discutindo
hoje à tarde tá a gente teve uma reunião sobre questão de banheiros a gênero aqui na fef leste e esse tema surgiu né como é que a gente faz isso funcionar porque a gente precisa educar a ceridade e eu quero voltar um pouquinho atrás no tempo voltar uns 3 anos na no surgimento do corpas Trans né o grupo que se e eu coordenando já há algum tempo uma das primeiras coisas que a gente tentou fazer foi levar para então Nascente prip né a pró-reitoria de inclusão e pertencimento eh políticas voltadas pra população trans antes mesmo
da gente colher os nossos dados a gente já sabia que tinham duas questões muito importantes né A questão do nome social o respeito ao nome social no meio da sistemática da USP e a questão do uso dos espaços segregados e a gente propôs Duas portarias que estão em trâmites e é complicado navegar no sistema das portarias então não eu sei que uma delas foi aprovada mas eu não lembro qual e a outra tava no processo de Ser aprovada e dentro dessas portarias tinha uma alinea falando um parágrafo que falava Olha é necessário treinamento letramento de
gênero para a comunidade USP porque a comunidade USP não tem o mínimo de preparo para lidar com pessoas trans Então isso é uma coisa que a gente tá lutando dentro da Universidade de São Paulo e com toda a sua morosidade parece que a gente tá ganhando tá é devagar porque a Universidade de São Paulo ela foi a última a adotar as cotas para pessoas negras então a gente não espera uma presteza a gente não espera que isso aconteça amanhã mas a gente vê mudança E como eu gosto de falar né quem é de exatas vai
entender a derivada tá positiva Então tá ótimo tá isso quer dizer tipo as coisas estão melhorando as coisas estão crescendo Então essa era a primeira coisa que eu tinha para falar eh aí a gente vem pra questão da Saúde Mental de pós-graduandos né eu diria saúde mental da comunidade acadêmica e a gente vive numa crise na academia que é a crise do produtivismo a gente não tem como atacar a saúde mental seja de quem for dentro do ambiente acadêmico sem atacar o produtivismo e o produtivismo é a versão neoliberal do capitalismo Universitário então a gente
tá tendo que brigar com um sistema que premia Quem produz muito e quando eu falo produz muito é produz muito em quantidade não necessariamente em qualidade dado que a gente tem várias denúncias várias eh vários escândalos de produção mal feita só para ter número e a gente tem desvios éticos que tem acontecido pessoas que publicam artigos que não produziram só para ter o nome só para poder entrar no jogo da Caps no jogo do CNPQ no jogo da fesp no jogo da US para conseguir sobreviver na carreira e isso afeta professores vai afetar os pós-graduandos
que são quem realmente é a mão de obra da pesquisa e vai afetar eventualmente alunos de graduação Então acho que a primeira coisa pra gente começar a discutir a saúde mental é a gente falar olha a ciência tá indo rápido demais e rápido demais no sentido não de produção de ciência de qualidade mas num acelerado para produzir cada vez mais só que a gente não consegue acompanhar essa produção a gente não consegue ler essa produção a gente não consegue refletir a gente tem que andar mais devagar para produzir melhor mas não é melhor às vezes
menos é mais então eu acho que esse é o ponto mais central e quanto mais eh marginalizado é um grupo dentro desse sistema e a gente pensa pessoas negras pessoas trans pessoas com deficiência mais pesado vai ser esse Impacto nessas pessoas porque elas não vão est em condições de usar o maquinário para produzir como o sistema espera eh e aí a gente vem de experiência aí vem a questão de experiências esperançosas estratégias de sobrevivência e como é que a gente faz para ser professor trans eu posso falar da minha experiência e como uma pessoa que
hackeou o sistema eu enganei a Universidade de São Paulo fingindo ser um homem seis étero branco e usando toda a O Privilégio dent dentro dessa percepção de ser um homem esses étero branco para chegar a ser professora eu não me via uma possibilidade de sobreviver no meio acadêmico como uma travesti era uma coisa que foi bem clara na minha trajetória que eu tinha que ser alguém antes de ser eu mesma e eu fiz isso eu não quero que ninguém mais tenha que passar pelo inferno que eu tive que passar de fingir ser uma outra pessoa
fingir que estava tudo bem esconder as minhas lágrimas abandonar abdicar da minha juventude para poder ser alguém e poder ser eu mesma Então esse foi foi a minha estratégia e eu vejo a maior parte das professoras trans no Brasil e a gente tem professora S nas exatas e eu tenho algum alguns contatos com elas tem uma trajetória muito parecida com a minha e eu gostaria muito de poder falar com uma contra points foi extremamente eh criticada no Twitter há um tempo atrás que nós somos a última geração das transexuais de verdade que tiveram que se
esconder foi uma fala muito eh criticada mas eu queria que ela tivesse certa no sentido de que nenhuma outra pessoa trans tenha que se esconder para poder chegar onde ela merece estar e a gente tá lutando para isso dá para conseguir eu vejo cada vez mais pessoas trans entrando pela porta da frente da Universidade não como eu tive que entrar pela porta de trás fingindo ser outra pessoa isso me dá esperança de que Num futuro próximo a gente vá Seguindo os passos do movimento negro a gente tem muito que aprender com movimento negro como a
Dean e a Brum falaram eles são Vanguarda pra gente eu gosto muito de falar como várias pessoas já me ensinaram né o transfeminismo é o filho do feminismo negro a gente não é nada sem a Negritude nada sem esse pensamento que veio das nossas ancestrais negras e a gente tem que elaborar as coisas que eles Já pensaram como é que a gente faz para garantir que só pessoas trans usufruam das cotas e que a gente transicion a Universidade São muitos Passos eu poderia continuar falando aqui horas e horas e horas a fim mas vamos ouvir
o que a dediane e que a brumi tem para falar que eu acho que elas têm muito mais para acrescentar do que eu agora é babado gente eh eu vou tentar responder Vou tentar tá Não prometo Eita tá caindo tudo eu fui rascunhando aqui alguma algumas ideias né lá na na UFRN eh a gente acabou construindo entre nós eh pessoas TRANS e travestis um processo de acolhimento né enquanto E aí eu posso falar apenas do lugar que eu tô né que é na pós--graduação em antropologia social a gente acabou construindo esse processo de cuidado né
entre as travestis Então seria algo ali eh aproximado né com a ideia de um aquilombamento travesti né na antropologia então a gente como eu falei anterior somos em cinco travestis né eh e aí a gente acabou eh construindo essa essa grande Irmandade travestir né então a gente cuida uma das outras uma perspectiva de contribuir de ler o texto de aproximar né dizer mulher como é que tá as coisas e aí precisa de ajuda Como é que tá Ah eu não posso contribuir agora vamos fazer uma chamada no me Então dentro do processo também de entender
o quanto esse lugar da Universidade ele não pode ser solitário né porque eu acho que quando esse lugar ele é Solitário ele é um lugar eh adoecedor né porque a gente vai se deparar em grandes conflitos né com muitas vezes com uma ideia ali de uma síndrome de impostora porque toda hora o nosso conhecimento ele tá posto né em cheque toda hora a gente tá sendo questionada né Por que que é assim não assado né então esse conflito que eu falei de ser a ativista e a intelectual e a mistura desse negócio todo ele é
algo real no cotidiano da gente enquanto ativista que chega na pós-graduação né ali tentando pesquisar construindo a coisa toda e uma cobrança para uma ideia de uma excelência E aí essa ideia dessa excelência acaba construindo um processo de disputa muit das vezes com outras beneficiárias de ações afirmativas de outras né Eh de outras pessoas que às vezes a gente vai construir um juízo de valor um juízo moral né porque que Fulano se dedica tanto quanto eu me dedico né porque que é assim né então a gente acaba sendo uma grande fiscal muit das vezes Entre
várias aspas do que é a afirmativa né então é interessante a gente sempre se perceber também né que cada uma de nós vamos dar o que a gente tem para construir esse processo mas a gente tá nesse processo de uma cobrança contínua desse processo e a gente acaba né muito das vezes se vendo ali nesse papel né de fiscal né então acho que que essa estratégia que a gente construiu de de de de aquilombamento Entre várias aspas né Tem tem surtido efeito na Perspectiva não só do acesso né porque a gente tá ali dentro da
ideia de contribuir na permanência também dessas pessoas mas tem uma uma ideia também muito muito importante que eu acho que é importante destacar né é que formação a gente teve de Educação Básica né dentro do contexto então isso vai refletir também no nosso processo então a gente tá ali toda hora né tendo que provar e a gente escuta vez em quando né fulaninha nem falar direito sabe né eh e tá aqui na pós-graduação então a gente também tá sendo colocado em cheque todos os momentos né Eh das nossas Produções nos nos nossos questionamentos e aí
quando a gente fala de Formação eu não tô disposta mais a passar pro processo de formação para professores na universidade pesquisadores de gênero de sexualidade para tentar eh respeitar o meu meu pronome feminino eu não tô afim disso né Eh não tô afim de dizer pro professor que fulaninha né que Bell hooks lançou um conjunto de livros ali uma obra inteira de uma vida e ele precisa apresentar Bell hooks no mento do curso né eu não preciso dizer o quanto lélia Gonzales é importante para est ali referenciado numa disciplina né Então essas disputas elas são
cotidianas né porque tem uma matriz central da disciplina né que não nunca é colocada em cheque né então precisa ali construir também esse processo eh de se ver na disciplina de se ver nossas referências e aí eu venho de uma escola muito importante né de uma perspectiva de disputas eh centrais do conhecimento e do saber centrado né Eh no que eu acredito de de conhecimento que é a Unilab né então eu passei pela Unilab eu tive professores negros na Unilab né Eu tive uma orientação de um orientador que entendeu sempre que a minha produção era
tão importante numa perspectiva de construir uma pesquisa em primeira pessoa porque tava lá referenciado o meu ativismo também como uma estratégia central da construção da minha pesquisa Então essas alianças elas são importantes né E aí quando você chega no espaço você percebe a ausência desses corpos negros desses dessas referências ali citadas nas disciplinas A gente vai tentar né infiltrar por dentro né então a gente vai questionar por dentro então a gente também se soma né a gente também pensa o nosso processo de organização e a gente também disputa as políticas de permanente de permanência não
tem como vocês fazer um edital específico para travestis e transexuais ciganos e quilombolas indígenas e cadê a bolsa desse povo né então meu amor a bolsa tem que ser distribuída aqui é esse edital aqui ai fulana tirou nota 1000 ela fica com 1000 dela eu tirei 700 mas a bolsa é minha né Eh porque tem que pensar dos contexto das vulnerabilidades que nossos corpos também enfrentam né eu digo isso por num processo de sobrevivência né eu não ninguém vai mandar um pix para mim para dizer ó bonita vai estudar te concentra né então a bonita
tem que ralar todos os dias para poder se manter ela trabalha 40 horas no cargo de Gestão tem que dar conta do doutorado tem que escrever no jornal tem que fazer cuidar dos gatos tem que pagar a casa tem que alimentar então é um processo né também de um Cuidado então diferente de várias pessoas que vão utilizar a bolsa para comprar livro eu compro comida com a minha bolsa né eu pago as contas de casa então esse lugar né É um lugar da Sobrevivência então a os benefícios né as políticas de permanência é uma estratégia
de manutenção de vida né Eu acho que isso é muito importante pra gente que vem das ações afirmativas que esse esse momento e é isso E aí tem uma coisa que a gente aprendeu também lá no frn que é a pedagogia do barraco da leilan Assunção né então se não tá dando certo no diálogo a gente vai pro barraco né e e é isso né E a gente vai pro debate a gente vai pra negociação não tá dando certo querida então é babado né Vamos para o que a gente sabe fazer também né E muito
bem e então a gente vai sempre se alimentando de referências né então Gabriele eu sempre digo que o que a gente vem construindo né E aí é importante Brum também a gente dar os nomes né o quanto foi importante a sua pesquisa eh no processo de disputa lá do colegiado paraa garantia das ações afirmativas então nós que estamos hoje no doutorado e no mestrado no ppgas da UFRN também é muito fruto das dos seus questionamentos das suas elaborações teóricas né de suas pesquisas né que o quanto que fundamenta né as as discussões dentro do colegiado
dentro das Produções então é interessante também dizer isso né que no passado as pesquisas que foram produzidas elas alimentaram muito o que a gente vem construindo hoje né seja nas suas pesquisas Nas suas elaborações nas lutas das ativistas na né na nas lutas dos movimentos sociais então é uma grande é uma grande Encruzilhada do saber é o saber da Universidade né é o saber da rua é o saber do ativismo então acredito que nessa perspectiva a gente tá formulando algo algo que vai ser já já né O que a gente vai deixar né de grande
legado E aí a gente passa pra próxima etapa né tanto eu brumi né e outras centenas de travestis né que estamos na pós-graduação Hoje a gente vai começar a disputar com as que vão chegar nesse lugar o nosso lugar também dentro desse corpo docente né Então é eu acho que essa é a disputa próxima né então a gente tá nessa luta hoje mas já eh visualizando a luta do Futuro né cadê as travestis no corpo docente dessas universidades né então a gente precisa também pensar né Logo logo nas cotas para as travestis eh na docência
do ensino superior obrigada agora Brum pode responder você agora que ela ouviu a gente Oi gente tudo bem Desculpa T com delay assim eu tava querendo terminar de ouvir a fala da da mas ai eh não tem as perguntas consegui acompanhar eh vou tentar fazer um geral assim H mas bom primeiro em relação a a bem-estar e e redução de de estress assim eu vejo que essa questão da Saúde Mental na universidade é um problema geral assim tipo eu vejo muito que o argumento sempre a falta de recurso eh e agora assim pensando nessa perspectiva
né gente est numa instituição com muito muito dinheiro assim o número de recursos assim é é bizarro assim mas assim é super precarizado os sistemas de saúde mental assim eu acho que entra muito realmente na na lógica produtivista mesmo que que a Gabri pontuou tem que produzir muito produzir muita quantidade então eu vejo que isso é um ponto que eu acho interessante assim né que os recursos para estudantes trans são imensos assim mas para pessoas com deficiência não né para pessoas neurodivergentes não assim eu acho que de alguma forma isso tem a ver também com
uma lógica produtivista assim ah se você for a pessoa estudante trans que produz um monte e faz tudo aquilo que é esperado fazer e tal os lugares que a gente espera ok né Eh mas aí que entra quando você começa a questionar também a sua própria lógica de produção né que é o que a d pontou da da do barraco mesmo né É também Enfim então acho que é uma questão que que é é bem mais complexo do que acho que até mesmo do que pensar só em questões Grand assim mas pensando em desafios acho
que isso é um outro ponto também que eu acho que interseccionar talvez eh essas respostas beber alguns Alguns caminhos assim a questão da docência por exemplo né esses gaps assim eh comciência é um ponto que é isso o movimento integro tem tem questionado e enfrentado a verem mais tempo do que do que a gente V do movimento trança hã e acho que enfim enfrentam uma série também de de Barreiras institucionais mesmo hã Então acho que são são questões que de novo acho que esses espaços de promoção de realmente da gente sentar junto e trocar experiências
Para Além da de identidades que a gente acaba separando estrategicamente acho que podem indicar sabe eh mas pensando nessa nessa nesse outro espaço né das estratégias de sobrevivência eh eu vou seguir muita fala eh da da D mesmo que assim é isso é é é se encontrar nos Espaços é produzir aliança eh também só quens sabe numa trajetória mais pessoal é isso assim quando quando eu tava na graduação tinha pouquíssimas pessoas trans assim as poucas que tinham eh a gente se conhecia mas assim essas alianças principalmente em termos de construção política iam muito além de
só pessoas tranças sabe É principalmente nessas conexões com o movimento negro com o movimento indígena hã e de pessoas né pessoas trans eh negras que estavam os movimentos eh Enfim então de como também no no chão no movimento isso é muito mais eh muito mais fluido se movimenta muito mais e produz muito mais também né e acho que isso tem a ver muito com a questão de permanência é um outro ponto que eu também queria puxar a partir da fala da da dediane que também eu fui ouvindo e fui reverberando aqui eh esse espaço de
Formação eh e realmente entender o que que a gente dá conta o que que a gente não dá conta né O que que a gente quer enfrentar eh isso tem a ver com saúde mental também né falou olha isso aqui eu já não quero mais responder esse espaço aqui eu não quero né porque a gente já tá em poucas pessoas no geral né E a gente tem essa cobrança de ter que estar sempre falando e fazendo e transformando ess espaço né então acho que isso também foi que com o tempo foi me ajudando também a
a sobreviver nesse espaço e de fato tirar eh assim a felicidade também né e o prazer também de estar nesses encontros e e e de ver que isso tem efeitos em outras vidas assim né H então aquilo que M assim na minha fala a gente tem essas camadas assim né de pensar nas alianças estratégicas pontuais eh quando a gente vai pensar em eh enfim extrema direita quando a gente vai pensar de enfim um plano Mais amplo assim essas alianças elas se expandem assim Mas tem eh essas parcerias de construção junto mesmo né de composição junto
mesmo e tem essas pessoas que tão ali quando a coisa realmente aperta sabe acho que também é sempre importante operar nisso né Eh e é sempre importante também destacar Porque por mais que é importante ter essas essas perspectivas críticas da Universidade mas usando um exemplo pessoal assim eu tô aqui hoje por conta da Universidade né assim a universidade me permitiu sair eh e permitiu Enfim tudo isso na verdade permitiu sair de de um espaço familiar violante me me me me permitiu tá em espaços onde eu consegui eh experimentar olhar para essa identidade e aprender junto
construir junto fazer junto eh assim isso envolve enfim envolve encontrar mesmo né esses espaços fazer acontecer também abrir espaços gar espaços mas acho que é sempre importante gente pontuar é isso assim é o futuro possível assim é tá em espaços inimagináveis assim movimento que a gente tá eh fazendo é justamente disso de abrir esse espaço PR as pessoas que vem depois né entender nossa ancestralidade Quem veio antes mas também abrir esse espaço e se tornar ancestral também e abrir esse espaço para quem vem depois né isso não não se faz sozinho mesmo se faz positivamente
Então é isso Ups bom obrigada brumi mas a gente tem pouquíssimos minutos não sei se a gente encerra Vai encerrando se tem alguém que eh quer fazer algum comentário enfim queria agradecer presença de todes que estão aqui nos assistindo presencialmente e online e Gabriele Weber dediane Souza e Brum dezembro enfim São pessoas que me inspiram muito e enfim estou aqui por vocês também né e sim Ava Que bom tá então 2 minutos para cada uma para responder eu vou tentar ser concisa já que o tempo tá acabando Oi gente meu nome é Ava Cruz Sou
doutorando aqui no departamento de antropologia e pensando nesses paralelismos entre implementação de políticas de cotas étnico-raciais e cotas eu fiquei pensando em que medida que em que pede discussão é pensada contexo das cotas trans as questões de at identificação e coisas desse tipo é isso eh eu acho que esse é um exercício coletivo né eh pensar eh esse contexto né E aí a a própria nota né da antra apresenta elementos né Eh pra gente pensar que ela vai na própria nota vai trazendo algumas sugestões né É dizer que a nossa preocupação Central nesse exato momento
não não são as fraudes a nossa preocupação nesse exato momento é a implementação né então acho que essa é uma disputa do momento né Então as Universidades eh os movimentos sociais precisam construir essas estratégias conjuntas para pensar como eh garantir que é as ações afirmativa as ações afirmativas as cotas trans TRANS e travestis cheguem nas pessoas que realmente necessitam delas né E aí é uma estratégia de pensar né em conjunto E aí novamente né essa grande essa grande aliança da Universidade com os movimentos sociais né de pensar esse modelo e aí como eu falei na
minha fala né Eh nem as questões das cotas raciais eh que completam 12 anos esse ano ainda está né totalmente garantida porque de vez em quando a gente se depara com as fraudes de vez em quando a gente se depara né com com o o a tentativa de burlar as ações afirmativa Então acho que a nossa preocupação central do exato momento é vamos garantir as ações afirmativas né E aí a gente vai construindo o mecanismo de regular essas ações afirmativas tá eh eu só gostaria já de fazer minhas considerações finais né Eh eu acho que
tem uma uma questão muito importante né Eh eu acabo trazendo vários elementos dentro do da minha ideia do push em col né Eh e eu acabo esquecendo coisas fundamentais né então é muito interessante perceber que mesmo dentro de um contexto né Eh difícil ainda para a nossa permanência a gente encontra pessoas aliadas muito importante da garantia ali do nosso encorajamento cotidiano né então é interessante dizer eh e aqui registrar que na UFRN a gente tem várias aliadas e aliados né no corpo docente que tá ali para acolher nossas pesquisas tá ali para nos orientar tá
ali numa perspectiva também eh de construir eh esse lugar mesmo de pesquisadora Então acho que é muito fundamental aqui eh registrar que a gente não está sozinha entre nós cinco a gente tá dentro de uma grande construção de uma grande aliança né Tanto do corpo docente como dos alunos da graduação né dos Funcionários da Universidade eh nessa nessa estratégia né então acho que é é muito fundamental dizer que a gente tem ali né Eh Abrir aspas almas sebosas mas a gente tem muito Aliados também aliadas né que estão super dispostos dispostas a contribuir com nossas
pesquisas com o nosso amadurecimento teórico né com nossas pesquisas de contribuir de alavancar e dizer mulher tua razou nesse texto é mais isso multiplica multiplica né não mulher não tá tão bom não vamos melhorar né E aí eu acho que tem uma coisa também né que é uma rede né de referência a gente vai construindo referência em vários lugares né E aí essa essa rede né E aí eu posso falar do meu lugar eu fui construindo uma grande Irmandade no ativismo na academia e que isso é uma é uma uma grande realidade né então dizer
que Contract Taiane que tá aqui na plateia que é uma grande irmã né E que a gente troca a gente partilha a gente chora a gente reclama né Eh mas a gente tá no processo de uma constiuição coletiva mesmo né de dizer não mulher calma é o caminho não não tá doida né volta novamente né então a gente faz esse exercício mas com muito cuidado né Eu acho que é muito isso mesmo é de agradecer mais uma vez o convite e dizer né que a luta não para então eh é o que a Dedini falou
uma luta de Cada Vez vamos fazer por partes primeira coisa é a gente garantir que essas políticas aconteçam óbvio que a gente tem que ter em mente que essa é uma resistência que a generalidade vai colocar pra gente como é que a gente garante que só pessoas transam entrar e aí a gente faz uma resposta muito próxima do movimento negro a gente tem que pensar que a política de cotas é uma política de reparação histórica uma política pública Ela não é uma política identitária a gente não vai falar quem é Trans e quem não é
a gente vai ver as pessoas trans que precisam daquelas cotas E aí uma coisa fácil objetiva que é o que gestores públicos gostam é fazer o recorte socio econômico porque as vamos olhar o exemplo da USP né tem pessoas trans na USP mas se você for olhar e os dados que a gente coletou dizem essas pessoas trans São pessoas que vêm de uma classe socioeconômica em geral mais abastada elas não precisariam de cotas para est aqui então a gente tem que ter esse cuidado esse olhar interseccional de classe social de raça E de gênero na
hora que a gente vai implementar uma política e garantir de que aquela travesti preta periférica que é que tá se beneficiando coma é nem com cota entra Mas é para essa pessoa que a gente tem que pensar na cota porque nem com cota ela tá entrando e e a talvez essa seja a minha consideração final quem é a pessoa que a gente quer na Universidade de São Paulo como que a gente faz essa Universidade ser uma universidade que acolha e Receba essa pessoa de braços abertos para que essa pessoa cresça floresça e a gente não
perca talentos porque o que acontece em cada uma dessas esquinas em que as pessoas trans trvestis deixam de poder estudar é a gente tá perdendo talento a gente tá perdendo o potencial disruptivo para melhorar esse mundo quantas vidas a gente vai desperdiçar obrigada [Aplausos] Oi gente voltando aqui de novo de lei eh não sobre a questão da da identificação eu acho que essa é eu coni assim essa essa essa tensão de política epistemologia nesse sentido assim acho que é um desses problemas que ele ele é bem denso assim que a gente pode trabalhar assim eh
assim reforço que é isso assim a questão toda de frae é um problema da ceridade acho que esse é um ponto importante diz sobre idade né não diz sobre e quem é Trans ou não mas também existe essa tensão né da da identidade desse espaço de reparação eh política histórica assim eu acho que um ponto eh ess Ino acho que a questão de pensar interseccionalidade pensar em conjunto E aí que é uma diferença no sentido de que a gente tá ainda formulando é o que que tem de singular né então a gente tem os modelos
que a gente já já tem eh a partir do movimento ní do movimento negro mas em relação a a a enfim a corte trans assim a gente tá ainda testando e vendo o que dá para ser feito né Eh eu acho que é importante pensar de que dado quão único isso é assim eh digo isso em relação assim de mundo mesmo assim eh eu acho que tem um espaço sim que deve ser que deve ter de abertura e de experimentação mesmo em relação a como que a gente lida com com isso como que a gente
ao longo dos anos vai AF dando Realmente esse alcance que a gente quer ter eh enquanto política de reparação histórica né então enfim tem os modelos de trajetória de vida que algumas universidades contestando eh e eu acho interessante mas assim é isso assim são modelos mas eh também respondem a questões locais assim eu acho que existe algo também que eu acho que é um momento histórico que a gente tá vivendo eh isso enfim de novo isso acho que é muito interessante conversar justamente com o movimento negro de maneira mais próxima eh que existe um espaço
de localidade mesmo assim a gente tem esses modelos regulamentação Nacional eh mas existe um espaço de construção das Universidades com os movimentos locais eh com o contexto de cada instituição de cada cidade de cada estado eh que também acho que a tendência Talvez seja a gente complexificar justamente né como que a gente pensa nisso mais localmente né Eh e assim digo isso a partir de experiências que que eu tive assim né então enfim é isso né na Unicamp a gente tem texto eh do atelier transmoras né a gente tem um movimento eh travesti movimento transmasculino
eh que ali do do interior de São Paulo dessa região em específico você vai para fbc também Universidade que eu acompanhe de perto assim né teve um trabalho muito sensível de chegar nessas nessas travestis eh que são trabalhadores sexuais então enfim eu acho que também é importante também a gente também desenvolver esses trabalhos mais localmente né e ver como que também compartilhar estratégias né Eh nesse nível então Enfim sem querer me estender muito eh indo pras considerações finais e é isso assim a gente vai vai fazendo vai construindo eh realmente é encontrar alianças encontrar referências
eh tentei destacar na na minha fala que assim em pouco tempo muita coisa tem mudado e acho que a gente tá caminhando para espaço realmente desse inimaginável mesmo hã e abrindo esse espaço para quem tá vindo agora então é isso agradeço de novo pelo convite pela adaptação para online que eu sei que é difícil eh mas Mas é isso assim a gente segue é independente dos caminhos que a gente tome com a distância toda das transições geográficas também das transições de gênero e a gente continua construindo e fazendo acontecer então é isso obrigada mesmo e
enfim Fico à disposição sempre gente para quem quiser só me [Aplausos] chamar bom gente obrigada a todos queria lembrar eh também parabenizar a Unifesp que semana passada na quarta-feira eh aprovou por unanimidade cotas trans né que é a 10ma universidade do Brasil a implantar a né aprovar cotas trans na universidade no ingresso à universidade Espero que a USP não seja a última e acompanha a programação Amanhã temos continua a programação de seminário às 11:40 né Paulo continua a programação enfim até sexta-feira até qu Sábado até sábado tem uma programação então acessem o site e participem
divulguem e boa noite [Aplausos]