[Música] a biodiversidade é o maior tesouro que o nosso planeta tem hoje em dia eu compararia a biodiversidade a quantidade de informação que é infinitamente maior do que toda aquela que existe em todas as bibliotecas do mundo juntas né só que a gente não conhece a maior parte das coisas ainda então tem muita coisa que tá escondida na natureza que a gente não tem a menor ideia então muitos animais muitas plantas estão em áreas inacessíveis do planeta em vários locais não é montanhas extremamente altas regiões desérticas de difícil acesso no fundo do mar não é
E essas regiões precisam ser prospectadas precisam ser inventariadas para que a gente possa descobrir a biodiversidade escondida e é por isso que a gente tem que conservar a biodiversidade nãoé é fundamental Não só pra continuidade da vida do homem na terra mas pra continuidade do planeta né de maneira geral [Música] o wallas foi uma das das primeiras pessoas também que viu aquelas montanhas da Serra de merim viu aquelas montanhas ali é uma pessoa sensacional ele foi para Belém subiu o rio negro e foi atrás das da do Galo da Serra que ele tava coletando né
foi atrás do Galo da Serra foi isso aqui é a primeira edição do livro dele onde ele discorre sobre a viagem que ele fez pr pra Amazônia especialmente o Rio Negro entender a história biogeográfica da AM é um complexo é um quebra-cabeça extremamente complexo e difícil e cada um desses pontos que a gente amostra acabam preenchendo uma lacuna extremamente importante de um lugar que era um vazio onde tinha um vazio de desconhecimento [Música] absoluto essa região do das Montanhas da Amazônia sempre foi um um mistério né para mim sempre foi um mistério e o imeri
a raiz da da Aventura que a gente fez no imeri foi justamente perceber que aquela região estava isolada pelo Vale dos Rios cauaburi separando da região do Pico da Neblina e do Vale do Rio Marau yá que separava da região do tapirapecó que é uma região um pouco mais a oeste mais a leste que tá que tá isolada então O isolamento desses dois dessa dessa região no Vale entre o vale desses dois rios e as altitudes que chegavam a praticamente 2500 M 2450 2480 é que nos chamaram atenção para explorar essa área a floresta amazônica
não é só um berço de geração de novas espécies ela é também um museu entre aspas um depositório de muitas outras espécies que foram especi e se adaptando para viver ali ao longo dos milhões de anos então é por isso que ela é tão Mega diversa desse [Música] jeito a equipe científica é composta de 14 especialistas dividid em qu Grand áreas da zoologia herpetologia que é o estudo dos répteis e anfíbios ornitologia o estudo das aves mastro zoologia dos mamíferos e parasitologia dos parasitas Além disso também há especialistas em botânica 12 12 são brasileiros vinculados
à Universidade de São Paulo a Universidade Federal de São Carlos O Jardim Botânico do Rio de Janeiro fora alguns poucos que são autônomos estrangeiros são dois um da França e outro da Espanha o nosso objetivo da de hoje aqui é realizar um treinamento de guincho né a tendência é quando a gente vê alguém chegando é querer ir lá para pegar na pessoa Então essa é a primeira coisa nunca toque porque se tocar vocês vão levar um choque ali não vai matar Mas vai ser vai dar um encro como se fosse uma cerca elétrica dizer assim
lá na manobra A aeronave que tá lá é o 725 e o choque dele é bem mais forte esse treinamento foi fundamental foi fundamental foi muito bem feito pelo exército e para nós foi uma coisa fundamental ninguém ninguém estaria aqui tranquilo Se não tivesse feito esse treinamento [Música] [Música] [Música] de Manaus pro leste da Amazônia você vê muitas habitações pequenas cidades um desmatamento aqui e ali e tudo nesse voo você não vê nada você mal vê uma outra aldeia indígena muito isolada que você não consegue imaginar como é que eles conseguiram chegar ali mas o
resto é um imenso de um tapete verde que dá aquela aquela alegria de saber que tá tudo lá né s a gente tá sob a custódia do exército brasileiro então eles é que comandam a operação e eles é que vão vão dizer façam ou não façam ou vamos ou não vamos mas para nós tá sendo uma ansiedade uma angústia tremenda porque imagina com esse tempo fechado a gente doido para est lá em cima estamos sonhando com isso a não sei quanto tempo e ter que ficar aqui preso porque a gente não sabe se as condições
meteorológicas vão permitir ir ou Se permitir ir a gente vai e volta porque não dá Então tá uma coisa complicada vamos ver vamos tomara que dê certo admite erro a gente estava indo para uma região extremamente remota não ia ter transporte porque o helicóptero não podia ficar pousado lá e a gente não sabia quando o helicóptero podia subir ou descer então a nossa maior preocupação era em não errar qualquer problema durante o voo eu e o sargento Canuto a gente tá aí para auxiliar os senhores tá então tenta falar com a gente aí se precisar
falar a gente tem fone Vip tá uma coisa que não seja possível através de mas a gente tá aí para resolver os problemas dos Senhores Ok a princípio é um voo tranquilo o desembarque vai ser um pouco corrido porque a gente precisa agilizar isso aí a área é de charco tá então qualquer problema oos senhores cham a gente durante o voo de repente você percebe claramente que o helicóptero começa a subir e você olha ali a dois km na sua frente Você começa a ver as elevações você começa a ver os os Picos das montanhas
e aí é aquela excitação imensa de qualquer pesquisador né você tá chegando num lugar completamente inexplorado Você não sabe o que vai encontrar ali né então isso é uma coisa muito gostosa da pesquisa porque quando você vai para um Topo de Morro desse você não tem ideia do que vai est ali C [Música] [Música] [Música] [Música] eles passaram esses meses todos fazendo as oito expedições para tentar viabilizar um local adequado pro Poo e o único local adequado pro Poso foi exatamente aqui ó nesse ponto Quer dizer vocês veem que numa Serra que tem uma extensão
de mais ou menos um conjunto de montanhas esse do imeri tem um uma extensão de mais ou menos 40 km só esse pontinho aqui é que foi o único lugar possível pro Poso do helicóptero [Música] na nossa primeira incursão basicamente a gente veio para ver se era possível sobreviver na área se a gente tinha condições de realmente trazer pessoal para cá aí Foi verificado que era possível né gente começou algum trabalho de limpeza da área quando nós fizemos a a segunda enção aeromóvel a gente fez a abertura uma abertura de uma nova área de pos
decolagem de aeronave e fizemos toda a abertura dos locais onde seria instalada a área da base e eu acho que os militares foram muito muito inteligentes no desenho do acampamento e o que me impressiona na verdade é essa organização Então a gente tem uma área de cozinha muito bem definida a gente tem um laboratório que não se contamina não se mistura com a cozinha e nem com os com os quartos Tá tudo muito isolado o hospital né a área médica também bastante bem construída isolada de tudo assim a perspectiva é que funcione muito [Música] bem
nós levamos 4ro dias para conseguir chegar aqui descarregar tudo mas finalmente tá tudo em ordem Estamos aqui acampados no Alto da Serra do imeri a 1870 m [Música] os yamis disseram pro pessoal do exército não só que eles nunca tiveram aqui como eles não querem vir aqui porque eles sab não quiseram acompanhá-los porque eles sabiam que era uma tarefa muito difícil falaram Não não nós não vamos lá em cima de jeito nenhum lá em cima vamos até 400 M 500 m passando dali ninguém vai e dá para entender por agora né então nós estamos inventariando
uma área onde provavelmente ninguém pisou ninguém fez nenhum inventário de biodiversidade e conhecer a biodiversidade é é conhecer informação desconhecida a gente desconhece o que tem aqui e muitas vezes a gente vai obviamente encontrar coisas que são novas e que podem trazer dados extremamente importantes pro benefício da humanidade né Essas montanhas altas da Amazônia são importantes são muito interessantes e e e pela própria dificuldade de se conhecer bem bem a diversidade delas eh cada oportunidade que a gente tem eh eh ela se torna cada vez mais relevante para que a gente possa tentar entender Primeiro
as relações entre essas montanhas como é que essas faunas evoluíram entre essas montanhas do do da Amazônia né E também especialmente que é uma das coisas que a gente quer ver quais se existe alguma conexão ou alguma relação entre as espécies que a gente encontra aqui com os outros grupos de montanhas que a gente tem no Brasil especialmente na Mata [Música] Atlântica se a gente pensar a América do Sul inteira era coberta por uma floresta única ao longo dos últimos 100 milhões de anos E então Amazônia e mata atlântica eram parte de uma única Floresta
né então em torno de 30 milhões de anos atrás na verdade os Anes já começaram a sorger muito antes mas há 30 milhões é que a gente vê um avanço muito grande também eh na Mata Atlântica um resfriamento Global esse o sugimento dessas cadeias de montanhas já vão impedindo que uma umidade vá chegando nas porções mais centrais do continente e isso começou a dar ao que a gente chama da Diagonal seca né então que tem encerrado hoje em dia Catinga e a formação dessa diagonal seca separou a Amazônia e a Mata Atlântica que a gente
sabe muito pouco sobre as plantas da Amazônia né só para ter uma ideia a gente até hoje a gente documentou 15.000 espécies de plantas na Amazônia brasileira e a gente estima que tenham mais de 40.000 espécies na Amazônia como um todo e a maior parte dos trabalhos na Amazônia com plantas são nas terras baixas mas a flora das Montanhas da Amazônia elas são muito pouco conhecidas por conta da dificuldade de [Música] [Risadas] [Música] acesso a gente vai coletar planta para colocar no herbário a gente vai coletar planta para análises com DNA planta PR análises químicas
e as informações que a gente vai coletar aqui vão permitir também reconstruir essas árvores genealógicas das plantas e fazer datações que vão nos permitir não somente entender o que a gente tem aqui hoje mas como isso tudo se formou ao longo de milhões de anos ver tem as duas coisas na mesma planta Então pode pode ser [Música] [Música] [Música] ó um filhotinho um anó um anó daqui que deve ser próximo do bicho do Pico da Neblina é dias e dias né Miguel Não parece [Música] nada nesse aqui que pessoal tá um banho Oi aqui que
toma banho Ah aqui aqui que toma o banho [Música] aí a gente conhece de mamíferos da Amazônia tá associadas às terras baixas né então a gente tem um conhecimento ainda bastante limitado mas ainda a gente tem avançado bastante nos últimos tempos no entendimento de como essas essas amostras das terras baixas evoluíram mas das montanhas a gente não conhece história nenhuma essa é uma história completamente nova que a gente vai começar a contar [Música] hum obrigado [Música] [Música] é um momento importante onde a gente já já começa a sentir já começa a viver os efeitos do
aquecimento global provocado pela ação humana que é de fato documentar essa fauna então a gente sabe o que o que que é um espécime Na verdade ele é um um um indivíduo que foi congelado no tempo que é agora e no espaço que é essa região que é esse momento então a gente basicamente quando a gente coleta um exemplar a gente tá congelando aquela informação no tempo e no espaço então é é uma coisa incrível que às vezes as pessoas têm um pouco de dificuldade de entender da importância da coleta mas a gente tá eh
literalmente cravando aquela morfologia aquela genética aqueles caracteres fisiológicos ou aqueles parasitas com o passar dos anos eles servem especialmente como o tempo zero é é quase que a gente tá falando olha daqui paraa frente se mudar a gente já tem a linha de base então ele é a linha de base perfeita né pra gente daqui 10 15 20 40 50 anos 100 anos poder analisar o que aconteceu com a natureza nesse momento [Música] [Música] Então essa é uma orquídea e elas TM um monte de especializações de estrutura especializada se a gente olhar aqui todos os
grãos de pólen estão Unidos e a gente tem uma estrutura que se chama polí e essa estrutura Então ela dispersa um monte um grande número de grãos de Polen juntos Isso facilita a polinização n [Música] [Música] a gente tá bem no Vale entre a a montanha que a gente tá acampado e a montanha que a gente avista logo na frente aqui provavelmente é o pico o que a gente tá chamando de pico doi que é a montanha mais alta que aumenta a diversidade de fauna a gente percebe peixes no ié girinos de espécies diferentes de
sa e tem anta aqui a gente viu pegadas e agora fezes lembra muito as matas altas da da Serra do Mar no Rio de Janeiro São Paulo Espírito Santo impressionante como como a comunidade de plantas fica semelhante né Por causa da altitude acaba ficando tudo meio parecido E aí você se solta a gente aqui parece você tá no Itatiaia aí você lembra que você tá no imico né muito estranho muito [Música] engraçado o legal de ter uma equipe multidisciplinar como essa é que você tem né as as mesmas amostras feitas nos mesmos locais então Ou
seja a idade geológica desses desses MA ela é basicamente a mesma como ela afetou esses grupos né é uma resposta que vai ter a ver com a Biologia desses grupos a idade de origem desses grupos por exemplo anfíbios é uma lingagem muito mais antiga né a lingagem dos anfíbios sur muito antes da lingagem dos mamíferos então é interessante você ter diferentes grupos com idades né de surgimento no processo evolutivo e comparar esses resultados né ver se as Montanhas agiram da mesma forma ou de forma diferentes nesse processo [Música] encontrei uma tilan que eu tava procurando
todos esses dias ela com flor só achava estério e agora eu achei essa ela com flor aqui tem uma florzinha Tá certo né Lu tá com fruto É isso mesmo tá com fruto tinha uma florzinha que caiu na queda mas ainda bem que elas são são bem resistentes sobreviveram aqui a caída dentro da água agora O mais incrível é que elas as raízes são só PR fixação então elas não extraem nenhum nutriente das plantas onde elas estão em cima e elas tem um tem células na epiderme que permitem que elas obtenham todos os nutrientes que
elas precisam do da Néa do então tanto nutrientes água e tudo mais elas obtém dessas células completar a [Música] cola então nós botânicos taxonomistas quando a gente participa de uma expedição dessa a gente faz coletas Gerais de inventar Então não é só o grupo que a gente trabalha a gente coleta PR ciência pode demorar sei lá 50 anos PR alguém examinar uma amostra dessa e descobrir que é uma espécie nova a gente coleta para todos né a gente coleta PR quem vem depois da gente para estudar esses grupos não só os grupos das nossas especialidades
o ideal é ter uma amostra que a gente temor fruto consegue isso e material estéril só com folha a gente evita coletar então a gente sempre procura com as estruturas reprodutivas pelo menos flor ou fruto bom trabalho aham daqui a pouco a gente sobe [Música] é a gente tá correndo contra o relógio né porque a gente tem perdido muito mais espécies do que nós temos sido capazes de escrevê-las né des escrevê-las é super importante a gente precisa dar nome a essas a essas entidades Porque sem nome é difícil conservá-las né todos os processos de listas
vermelhas todos os processos de conservação os planos de ação nacional para conservação de espécies eles dependem da gente ter nome para essas entidades né então é Ultra importante que a gente consiga descrevê-las com uma certa velocidade né para que a gente possa dar origem a esses planos né de conservação né especialmente nessa área tão remota né que a gente vai ter muitas coisas únicas aqui né muitas coisas endêmicas nessas nessas áreas então conservar esses endemismos é ainda mais importante porque contam histórias únicas né são coisas que apareceram fortuitamente durante o processo de evolução durante do
processo de seleção natural Você tem algo único que tá aqui em cima né então proteger isso aqui é é fundamental né [Música] áu [Música] [Música] um Romes macelli aparentemente um rid macelli né um ratinho endêmico das montanhas aqui da Amazônia aparentemente essa espécie ocorre no Monte Roraima no Pico da Neblina e agora a gente tá registrando pela primeira vez aqui na serra do emerito é um bicho bem abundante aqui a espécie que a gente mais coletou por enquanto n mais R mais indivíduos coletados até o momento e capturamos desde as áreas abertas lá em cima
aqueles Campos de bromel nas matas medulares até nessas matas Montanas aqui com uma estrutura Florestal mais mais fechado [Música] tá facilitado porque esse fogo de raio aí que pegou deixou as árvores pretas o bicho fica branco completamente dois por Oi dois bicho de B por Poxa e sabendo que ele tá aqui não acha né [Música] beleza est co da p [Música] C pin depois anota [Música] verdade tem um modo meio blogueiro que eu não tô fazendo sabe [Música] [Música] de acho que nunca nunca foi tão importante a gente ter a coleta científica de aves como
agora a gente tá num momento em que a gente ainda tem muitas perguntas importantes do ponto de vista de biografia de evolução de taxonomia de sistemática eh que estão sendo feitas e que serão feitas no futuro que não podem prescindir da coleta do espécie ah muita gente fala Ah tira uma foto né Tira uma foto que que é a mesma coisa obviamente não é a mesma coisa e a gente aqui tem informação genética tem informação do esqueleto vai vai ter informações sobre os parasitos que tem nessa ave ou seja com uma amostra porque na verdade
o que a gente faz aqui é uma amostragem muito pequena de uma população de milhares de indivíduos que vivem nessa área então a gente fez uma amostra muito pequena da população para com base nisso inferir e padrões e processos evolutivos e de como esses bichos colonizaram e estão aqui e vivendo numa numa Terra Alta no meio da Amazônia né um bicho que que nesse caso aqui específico que os parentes mais próximos estão nos antes né não tão aqui nas terras baixas da Amazônia então é muito importante que a gente continue coletando espécimes dentro né obviamente
de de com licenças e com toda a questão legal e ética eh equacionada mas esses bichos vão responder as perguntas que a gente tá fazendo hoje e vão responder perguntas que serão feitas pelos nossos colegas daqui 50 100 anos né especialmente com relação as consequências do aquecimento global por exemplo ou também com relação às mudanças no nicho alimentar desses animais com o uso de isótopos estáveis que a gente só consegue através da análise do tecido desses bichos [Música] as espécies parece que ocorrem em todo lugar Normalmente quando a gente vai para para qualquer região você
tem espécies que ocorrem exclusivamente na área aberta exclusivamente na floresta ou exclusivamente ao lado da do riacho esse tipo de coisa nesse caso caso a maioria das espécies estão em todo lugar a gente achava eh perto do que acho mas também no meio da floresta e então Eh é é estranho isso então são espécies eh com características diferentes também e são regiões são espécies isoladas há muito tempo milhões e milhões e milhões de anos de evolução independente do que tem ao redor então da perspectiva biológica da evolução isso é extremamente importante ir preenchendo todas as
lacunas que a gente tem no conhecimento e agora construindo essa base de conhecimento base científica no futuro a gente não sabe o que pode dar para [Música] humanidade só que algum momento em teoria eles deveriam mudar muito comportamento a gente vai ver eles vibrando muito rápido e esse e potencialmente pulando fora tranquilo PC cenário de acampamento se tivesse [Música] gritado ao longo desses 60 milhões de anos nós tivemos um monte de mudanças climáticas nós tivemos um monte de mudanças no ambiente mudanças geológicas e o que a gente vê hoje é o resultado de todos esses
aspectos históricos e também dessas interações ecológicas com os outros organismos que vivem aqui Essas linhagens foram linhagens que sobreviveram as mudanças climáticas então elas já têm lições enormes para nos ensinar porque elas conseguiram sobreviver e muitas outras não sobreviveram nesse ambiente né então a gente só ao estudar essas espécies a gente já tem muito a aprender eita [Música] [Música] esse campo foi bem difícil né como todos os campos T seus desafios né esse aqui teve as suas peculiaridades né suas dificuldades que foi muita lama né ah o tempo bastante chuvoso bastante humidade bastante frio em
alguns dias que isso atrapalha sempre a o bem-estar do pesquisador e a a nossa capacidade de capturar os bichos né eles se locomovem menos com esse frio todo e com essa chuva toda mas foi excelente né a gente teve um sucesso muito bom de captura com uma diversidade baixa mas espécies importantes Então apesar das dificuldades né Foi bastante compensador tá aqui Valeu cada minuto valeu a pena [Música] como pesquisador quando a gente olha para um lugar desse para um lugar como o imeri o que passa na cabeça é o O que tem aí dentro e
e é engraçado porque quanto mais você começa a coletar e quanto mais começa a saber mais perguntas vem Então na verdade você quer ficar mais você sabe que seu trabalho é limitado que você tem um dia um horário para sair você vai ter que ir embora mas a quantidade de perguntas que ficam para serem respondidas ainda do imeri são uma imensidão [Música] [Música] uma boa expedição geralmente é assim você tem vontade de voltar porque você sabe que você deixou muita coisa para trás e lá certamente ficou muita coisa para trás né aqui a gente tem
alguns poucos exemplares gente coletou tanto no neblina quanto no imeri e que são animais que a gente que exemplificam bem essa fauna de montanha do dos tepuis e Aqui é onde eu acho que a gente tem uma coisa muito promissora bem interessante que é essa corruira né A gente tem alguns exemplares do imeri Esse aqui é do Neblina onde a gente vê que a coloração já difere bastante né então o bicho tem a cor do superí diferente tem essa região auricular também com uma coloração diferente e ela é muito menor nas medidas então tem uma
diferença morfológica e de esqueleto também importante então essa aqui tá bem promissora a gente acha que aqui pode ter um bicho novo por último esse caso que ainda tá completamente em aberto né que é essa coruja esse caburé que é a são as menores corujas que a gente tem aqui no no na América do Sul Ah que a gente ainda tá estudando então a gente coletou esse exemplar no Pico da Neblina e agora esses dois no imeri né esse casal no imeri então agora a gente tá com um número que a gente precisa ainda comparar
com o bicho que não tá aqui no Brasil tá em Nova York e também fazer as análises genéticas para ver o quanto que eles se elas são diferentes ou não mas esse é um caminho que ainda tá parecendo bastante promissor [Música] no caso das plantas Na verdade o número de espécies foi mais baixo do que a gente Imaginava mas são linhagens muito especiais são linhagens de plantas que não tem em nenhum outro lugar e com características exclusivas da região e que são realmente peças chave pra gente conseguir entender toda a história da Amazônia e não
só da Amazônia a história da Mata Atlântica a história das guianas a história dos Andes e todas essas espécies estão entrelaçadas né então no imeri uma coisa que a gente via muito é então uma quantidade enorme de samambaias e com uma diversidade enorme na morfologia né então a gente olha as folhas com características muito diferentes quando a gente compar Samambaias eh diferentes uma diversidade enorme de de formas de cores de frutos de cheiros de sabores de algumas que a gente provou uma outra família muito dominante eram as aráceas né que é a família da costela
de Adão umas orquídeas lindas lindas lindas como eu nunca vi em lugar nenhum certamente espécies novas e uma quantidade enorme de musgos bom a diversidade de musgos e de lqu certamente 50% são espécies novas no mínimo quanta coisa a gente ainda tem por conhecer e o desafio na verdade para estudar para conhecer para preservar a nossa biodiversidade eu acho que é muito maior do que a gente imagina eh é muito trabalho ainda pela frente [Música] são tantas descobertas que a gente tem dessa dessa viagem a gente coletou vários girinos nessa viagem depois chegando aqui quando
comecei a receber as primeiras sequências de DNA vi que tinha duas coisas uma coisa que era realmente o que esperávamos um um gênero que se chama miua que é um uma perca basicamente um girino bem bem depois as outras eram totalmente diferente uma família diferente uma família que a gente não tinha coletado nenhum adulto pelos resultados preliminares que temos parece que provavelmente vai ser um gênero novo inclusive um dos dos cozinheiros aí eu estava aí preparando o material quando ele vai entrando aí diz é professor professor é encontrei essa minhoca aqui e quando ele mostrou
para mim não é uma minhoca parece mas não é é um tipo de anfíbio que chama uma Cecília as cecílias são eh muito difícil de coletar justamente porque estão baixo da da terra então a gente não encontra eles então agora Na verdade coletamos dois exemplares agora estamos analisando DNA e a morfologia para tentar entender com quem está relacionado que não está não está muito claro ainda então estamos nesse processo o resultado geral da expedição que nós temos são mais ou menos emos mais ou menos 12 eatas quer dizer amostras de plantas de um número de
espécie que obviamente ainda é desconhecido vai ser trabalhado por especialistas nós obtivemos 160 exemplares de répteis e anfíbios entre 12 e 14 de entre 12 e 14 espécies de anfíbios quatro de rpteis qu de artos né das a imensa maioria delas novas nós obtivemos 70 exemplares de sete espécies de mamíferos eh quatro ou cinco espécies talvez ainda desconhecidos da ciência e obtivemos cerca de 60 espécies de aves e 60 espécies de aves de Ah talvez 25 espcies aqui dessa região do alto Além disso nós temos 200 amostras de sangue de patógenos de espéci deis anfíbios
aves e [Música] mamíferos aconteceu no dia [Música] 10 hoje colocamos mais quatro estações a gente estava terminando de instalar o Pitfall hein falta apenas uma foram também colocar as malés e terminaram com as armadilhas de cola parte do pessoal foi para outra área com o capitão Fagundes mas acharam que a área é difícil e não vale a pena deve ser uma área muito difícil né hoje fui tomar banho muito até isso no diário muito linda a mata nebular registrei todos os bichos pela manhã e agora vão comer asos são 17:30 e não chu hoje talvez
isso ajude com os baldes amanhã an e fotografaram tudo a noite foi muito boa dois anoles um rolama grande também e diferente da que pegamos no Pico da Neblina outro prant cantes e Marciela Agora sim os dois pares rolama confirm a hipótese do plat vamos ver se aparece algo mais legal né perfeito agora isso aí no fim das contas vai ser mesmo gênero novo acho né eu apostaria que sim tem que ver o comparar os teologia Mas acho que vai o que vai definir vai ser os teologia mas eu aposto que sim [Música] o tesouro
do país não tá no ouro não tá no não tá na Prata não tá no nióbio não tá nessas coisas todas o tesouro nosso o tesouro da humanidade está na biodiversidade está na informação abrigada pela biodiversidade e das quais nós vamos aproveitar cada vez mais isso depende de tecnologia isso depende de conhecimento científico Isto é extremamente importante Nós Temos que preservar a nossa biodiversidade o máximo [Música] possível a gente não consegue preservar o que a gente desconhece e essas descobertas vão ajudar a proteger essas espécies né é uma por sorte é uma área que tá
dentro de um parque nacional que é o Parque Nacional do pico da neblina que se sobrepõe a uma terra indígena que é a terra indígena e aomame ou seja tem uma proteção mas proteção oficial não é passaporte para proteger as espécies porque as alterações climáticas não querem saber de limites de reserva de limites de terra indígena é a natureza que manda né [Música] [Música] [Música] h [Música] [Música] he h [Música]