Olá, estamos de volta em mais um episódio dessa terceira temporada do nosso estudo do livro Gênesis de Moisés. Se você tem acompanhado essa nova temporada, do ano de 2017, deve ter visto no episódio anterior que nós comentávamos sobre esse diálogo intrigante entre a serpente e a mulher. A partir desse ponto que vamos retomar o nosso estudo.
Para você que está acompanhando, estamos comentando o capítulo 3 do livro Gênesis e, especificamente, do versículo 2 em diante: "A mulher respondeu à serpente: 'Nós podemos comer do fruto das árvores do jardim. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: Dele não comereis, nele não tocareis, sob pena de morte. ' A serpente disse então à mulher: 'Não, não morrereis!
Mas Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e vós sereis como deuses, versados no bem e no mal. ' A mulher viu que a árvore era boa ao apetite e formosa à vista, e que essa árvore era desejável para adquirir discernimento. Tomou-lhe do fruto e comeu.
" (Gen 3: 4-6) Nós vamos concentrar nessa fala, ou melhor, nessa falácia da serpente. Nós estamos diante de um elemento, que étão importante, que vai gerar toda a narrativa bíblica subsequente. É, a partir dessa proposta da serpente que surge o enredo bíblico que vai culminar com o apocalipse.
Todos os demais livros, todas as demais histórias, todas as personagens da Bíblia, tudo que vai acontecer, incluindo a vinda do Messias, a vinda de Jesus, a ação libertadora de Jesus, tudo isso é uma consequência dessa proposta feita pela serpente e da maneiracomo essa proposta foi recebida, foi trabalhada por Eva e por Adão e como que isso foi executado, porque, a partir do momento, em que esse projeto, que essa empresa, esse plano começa a ser executado, gera as consequências que foram preditas, previstas pelo próprio Deus. A proibição de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, que implica em experimentar o mal, mas experimentar no sentido de executar o mal, esse é o ponto. É isso que a árvore do conhecimento do bem e do mal propõe: a experiência do mal, projetar o mal, pensar o mal, imaginar o mal e executar o mal para conhecer as suas consequências, para viver o mal, achando, acreditando que a vivência e a execução do mal traz conhecimento e traz poder.
Este é o ponto! A árvore da vida traz implícita uma proposta educativa de aquisição de conhecimento, uma proposta de crescimento espiritual, de alargamento dos horizontes, mas não implica a prática do mal. Isto é muito importante!
Claro que nós já comentamos sobre isto na temporada anterior, quando comentávamos o capítulo 2. Nós falamos sobre a proposta dessas duas árvores. Parece que isto ficou claro.
Mas, nós precisamos sempre retomar isto, que é um tema tão central, tão importante que levou Kardec a formular perguntas incisivas em O Livro dos Espíritos, por volta da questão 262 em diante. Kardec indaga dos Espíritos: ‘todos os Espíritos precisam passar pela fieira do mal? ’ Por que a pergunta é: ‘como o Espírito adquire experiência, conhecimento, como se purifica, como desenvolve sua inteligência, suas habilidades, precisa passar pela fieira do mal?
’. Os Espíritos respondem: ‘pela fieira do mal, não; pela fieira da ignorância. ’ Portanto, os Espíritos deixam claro que para a aquisição de experiência, de conhecimento, para que o Espírito saia do seu estado de simplicidade, ignorância e atinja um estágio de aperfeiçoamento espiritual, passa, necessariamente, pela estrada da ignorância.
O que está implícito? Está implícito o seguinte: é preciso evoluir sem cometer erros? Pergunta importante esta.
Nós vamos devolver com outra pergunta: o que você entender por erro? É importante porque dependendo da compreensão que você tem de erro, como você define erro, isto vai afetar a resposta que você vai dar à pergunta (é possível evoluir sem cometer erro? ).
Vamos fazer um teste: uma criança com seis anos de idade ingressa em uma aula de piano. O professor vai ensinar para essa criança as técnicas do piano e vai passa peças para ela. Você acredita que esta criança, no primeiro dia de aula, vai receber a peça e vai tocar melhor que o professor, sem cometer nenhum erro?
Claro que não. Erro, numa acepção primeira - vamos começar do início -, significa, por exemplo, uma inabilidade. Você não tem, ainda, habilidade suficiente para executar determinada tarefa.
Nós chamamos isto de perícia ou imperícia. Você é um perito ou um não perito. Você tem perícia ou tem imperícia.
Ou seja, você sabe, você tem um condicionamento motor, físico, mental, emocional, consegue executar porque isto é fruto de anos, milhares de horas de estudo e dedicação, portanto, você executa com uma relativa perfeição, com relativo patamar de excelência ou não executa porque não tem essas horas de treino e não tem a perícia necessária. É como alguém ingressa numa autoescola para aprender dirigir. Ele não vai pegar o carro e sair dirigindo normalmente como alguém que já dirige a trinta anos e mesmo depois que a pessoa tira carteira de motorista, encontra uma dificuldade para pegar uma estrada, para dirigir em determinados locais porque não tem perícia necessária.
É possível evoluir sem passar pela imperícia? Não, não é possível. É isto que os Espíritos estão dizendo: todos os Espíritos passam pela fieira da ignorância.
É a questão nº 120 de O Livrodos Espíritos. Temos que passar pela ignorância, pela imperícia. Agora, passamos pela imprudência?
A imprudência faz parte da ignorância? Em um certo sentido, sim. A pessoa que não tem um autodomínio ou que não domina todas as circunstâncias de um acontecimento, que não tem habilidade suficiente ou estado emocional de autocontrole suficiente, pode cometer uma imprudência e, através da imprudência, vai cometer erros e esses erros vão trazer experiências e aprendizagens para ela.
É uma espécie de culpa. Ela fez aquilo, mas não desejava aquela consequência, às vezes, nem esperava que aquilo fosse ter uma consequência. Então, ela foi imprudente.
Ou, às vezes, ela foi negligente. é, também, um tipo de ignorância A negligência . Não tomou os cuidados necessários, não se portou com cuidado necessário, como criança que entra numa sala cheia de cristais, faz movimentos agitados e acaba por quebrar algo.
Fica em um misto de imprudência com negligência. Ou, quando você colocou uma panela para esquentar e saiu com alguma coisa e queimou. É uma negligência.
Estava atarefado, estava preocupado, não prestou a devida atenção, mas você não queria, você não colocou aquela panela para queimar. Através dessas experiências de negligência, de imprudência, de imperícia, nós vamos adquirindo autocontrole, autoconhecimento, vamos nos aperfeiçoando. Isso é diferente do que o Direito Criminal chama de dolo: quando eu quero, eu desejo uma determinada consequência, por exemplo, eu quero matar alguém.
Olha como isto é diferente. É diferente de alguém que pegou um carro, estava distraído, não prestou a atenção e, de repente, atropelou uma pessoa que veio até a falecer e esta pessoa fica apavorada, desmaia, precisa de um acompanhamento psicológico, porque ela jamais desejava matar alguém, atropelar alguém. Mas, a negligência dela, a imprudência ou a própria imperícia em dirigir o veículo causou aquela morte.
É uma espécie de erro que foi fruto de uma ignorância, de uma falta de cuidado, de conhecimento, mas aquilo agrega, no fundo, experiência, por mais que seja, às vezes, doloroso. é diferente de alguém que pega um veículo e fala: ‘eu vou matar tal pessoa’. Ele, então, planeja a hora que aquela pessoa vai caminhar, o horário que ela sai, o horário que ele vai pegar o carro, como ele vai fazer, ele calcula e executa a sua ação maldosamente, perversamente, querendo aquele resultado.
É diferente! Este querer o mal, querer executar é a árvore do conhecimento do bem e do mal. Aqui nessa árvore, nesse fruto, seja por vício, seja por paixão, seja com maldade, seja com crueldade, você decide a prática de algo que você sabe, você tem consciência que não é certo.
A sua consciência já aponta, você sabe que aquilo não é certo, mas, por um vício, você não consegue resistir e pratica aquele ato ou, por uma paixão, no calor da paixão, você pratica aquele ato, ou, por maldade mesmo, ou, até, por crueldade, quando você sequer se importa se é certo ou errado, já não faz mais diferenças, você quer ditar as próprias leis do destino, você não quer ter nenhuma regra, nenhum limite, você quer fazer tudo o que você quer, tudo o que você deseja. Este é o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. É quando o Espírito decide trilhar a estrada do mal.
É muito mais complexo do que isto: nós estamos, aqui, dando pinceladas iniciais, porque o assunto é de uma filosofia imensa. A filosofia durante milhares de anos se debruçou sobre o tema do mal, o tema do conhecimento, da limitação humana, a limitação que o homem tem de conhecer, de se determinar, de livre-arbítrio e determinismo, de destino e livre-arbítrio. É um tema complexo: nós estamos dando ligeiras pincelada para que nós consigamos distinguir, porque a primeira impressão que a pessoa tem é que só se evolui comendo da árvore do conhecimento do bem e do mal.
E, os Espíritos vão dizer: 'não, você não precisa praticar o mal para evoluir'. Agora, isto não significa que você não vai errar, porque existe o erro no clima da sinceridade, existe o erro que é fruto da nossa limitação humana. Vamos nos perguntar algo, aqui e agora: você é um Espírito puro?
Se for e estiver assistindo a este vídeo, eu nem sei porque você está acompanhando essa série do estudo de Gênesis, porque esta série não é para Espíritos puros. Agora, se você é um Espírito como eu, que está na meia escala espírita, Espírito imperfeito que tem impurezas, paixões, imperfeições e limitações e que está sujeito à encarnação e à reencarnação como elemento pedagógico para o aprimoramento, você sabe que não conhece tudo, você sabe que não domina todas as circunstâncias. Então, eu tenho uma notícia para dar: em nada que você fizer, em nenhuma decisão que você tomar, você vai conseguir ser perfeito, porque você só poderia tomar uma decisão perfeita se fosse um Espírito perfeito, só poderia executar algo com a máxima perfeição se fosse Espírito perfeito.
Então, as nossas decisões e ações são o melhor que podemos fazer, mas elas estão dentro de um limite de razoabilidade, de sinceridade, de desejo de acertar, de desejo de praticar o bem, de desejo de ser bom, de desejo de fazer a coisa certa. Mas, fica uma aresta, fica alguma coisa para ser aperfeiçoada em tudo o que nós fazemos. É natural!
Isto é evoluir, isto é comer da árvore da vida e que você vai se aprimorando e, cada vez mais, você vai fazendo melhor, cada vez mais você decide melhor, se comporta melhor, trata melhor as pessoas e vai progredindo espiritualmente. Mas, é o contrário aqui. Aqui, há um desejo deliberado de conhecer, experimentar e praticar o mal.
Esta á a proposta da serpente. É esta a proposta dela para a mulher. Por quê?
Qual é a razão, o motivo, o móvel da serpente? Ela acredita, primeiro, que está em uma relação de antagonismo com Deus. Ela acredita que pode ser adversária de Deus.
Ela acredita que o mal dá poder. Vamos pensar nisso Como pensa um ditador que joga bomba, que domina, que mata pessoas? Em quê ele acredita?
Ele acredita que a prática do mal lhe traz poder ou, como ele quer o poder, não se importa em praticar o mal. O desejo de obter o poder, de determinar segundo a sua vontade, mesmo que implique a prática do mal, para ele não tem problema. Olha que interessante isto, ou seja, a prática do mal não constitui um óbice para que ele atinja o poder.
E, por que ele quer o poder? Porque ele quer criar regras, quer determinar, 'ele quer impor a pessoas, a um povo, a um mundo, a sua forma de ver, os seus conceitos, as suas concepções. Então, ele vai praticar o mal, porque acredita que isto lhe dá poder.
A questão é o poder. Esta é a proposta da serpente. Por isso que nós dissemos que a história bíblica começa, aqui, com esta proposta, porque esta proposta foi aceita pelo ser humano.
Nós podemos concluir que, aqui, está a falha original, o erro original da humanidade. O erro básico da humanidade é acreditar que violência é poder, o mal é poder, usurpar é poder, dominar é poder, agredir é força e poder. Aqui está a falha básica!
Quando surge alguém, como um Gandhi, e diz assim: 'a paz é o poder', poucos acreditam. Poucos de nós confiam nisto, porque nós sabemos o poder da violência, da agressão física, do assassinato, do domínio, da imposição, do autoritarismo, do diminuir as pessoas, dominá-las. Nós acreditamos nesse poder, mas não acreditamos na força da paz.
Quando Jesus diz 'bem-aventurados os mansos', eu não acredito no poder da mansuetude. Eu acredito no poder do grito, da violência, da falta de educação, não da mansuetude, da brandura. Então, a grande questão, aqui, é uma questão de poder.
Ele sabe que se você comer do fruto do mal, se você experimentar o mal, você vai conhecer o mal e vai dominar a prática do mal e, isto, te tornará um Deus e, isto, te tornará um Deus como Ele. Veja que o projeto divino era um homem - no sentido de ser humano, de gênero - um Ser Humano à imagem e semelhança de Deus, quer dizer, um ser humano que reflete a sua imagem e que fosse semelhante como alguém que imita o Pai, o Criador, que segue o Criador, que procura agir como o Criador. Esta é a proposta divina!
A proposta da serpente é outra: é ocupar o lugar de Deus, usurpar a posição divina, tornar-se Deus. Vamos checar se é isto mesmo? O primeiro texto que nós vamos checar é o texto de Sabedoria de Salomão, capítulo 2, versículos de 21 a 24.
Olha que interessante este texto. Este texto vai falar do erro dos ímpios. Quando se fala em erro, você lembra de quê?
Do diálogo da mulher e da serpente e do primeiro erro que é o erro de Eva e de Adão: acreditaram que a prática do mal traz poder, mas Deus disse: 'a prática do mal traz morte', não traz poder . Morte espiritual, obviamente, e, como consequência, morte física. Por quê morte espiritual?
Por quê morte espiritual? Por que morte não é inanição, não é perder o movimento, não é ficar estático? Espiritualmente falando, morte é tolher o próprio livre-arbítrio, porque você fere e, daí, o seu livre-arbítrio já foi exercido, traz as consequências para você e você mesmo se autolimita.
As escolhas que você fez se transformam em consequências e essas consequências se transformam em destino, limitação, contenção, perda de mobilidade espiritual, morte. O erro do ímpio. O que é o ímpio?
É aquele que não aceita autoridade divina, não aceita lei divina, ele quer se colocar no lugar de Deus e criar uma lei dele para o universo. O texto de Sabedoria diz: " Assim raciocinam, mas se enganam porque sua maldade os cega". Olha que inteligente!
A maldade cega. A maldade da serpente cegou a serpente e ela vai sofrer as consequências, cegou Eva e cegou o seu marido Adão. "Eles ignoram os segredos de Deus, não esperam o prêmio pela santidade".
O que é santidade aqui? Não é esse conceito religioso de santo, não! Santidade é aquele que está reservado para Deus.
O texto está dizendo que quem aceita o império, o reino de Deus, quem aceita Deus como soberano, se inicia - inicia por assim dizer- se matricula na escola dos segredos divinos. Então, Deus vai se revelando aos poucos para esta consciência e ela vai se reservando para Deus. É a santidade essa relação íntima, essa comunhão com Deus que, no Velho Testamento, é chamada de santidade.
"(. . .
) não creem na recompensa das almas puras. [esse texto parece O Livro dos Espíritos] "(. .
. ) não creem na recompensa das almas puras. Deus criou o homem para a incorruptibilidade e o fez imagem de sua própria natureza; foi por inveja do adversário [do satanás e satanás, aqui, é a serpente] que a morte entrou no mundo".
Exatamente! Porque a serpente agiu por inveja de Deus, ela queria ser Deus. E, esta inveja trouxe a morte espiritual para a evolução humana.
Morte espiritual não está no projeto divino, como não está no projeto divino seguir o caminho do mal (questão nº 120). Não está no projeto divino de evolução, sequer, colocar o pé no caminho do mal. Colocar o pé no caminho do mal é decisão humana, contrária ao desejo, aos desígnios de Deus.
É uma decisão humana. E, a partir daí, como na literatura grega, a partir do momento em que esse erro é cometido, o enredo da tragédia é acionado. Nós vamos assistir a um alastramento do mal, a uma ampliação do mal que sai do individual, transfere-se para a família, da família para comunidade, da comunidade para toda a humanidade.
"(. . .
) foi por inveja do adversário que a morte entrou no mundo: experimentam-na queles que lhe pertencem. " O que eu senti de pertencer ao diabo, ao adversário, ao satanás? Pertencer a ele é aceitar a proposta que ele fez e seguir aquela empresa, aquele caminho, aquele empreendimento, que foi o que Eva e Adão fizeram, aceitaram a proposta e falaram: ‘nós vamos executar essa sua proposta’.
Passaram a pertencer à serpente, se tornaram escravos da serpente no nível individual. Agora, o que vai acontecer coletivamente? Nós vamos para o livro de Isaías, Isaías, capítulo 14, capítulo 14, versículos 3 a 15, que é o que nos interessa.
Na verdade, é um poema, como se fosse um oráculo, de queda do rei da Babilônia, dos versículos 5 a 21. Este é o poema. Para que nós entendamos o texto de Isaías, quem é o rei da Babilônia?
Não importa. Não precisa ir pesquisar no google quem era o rei da Babilônia na época de Isaías, porque não é isto que ele está falando. Vamos acompanhar o raciocínio: dá uma parada, toma uma água, dá uma pausa nesse vídeo e presta muito a atenção, porque nós vamos precisar acompanhar, agora , um raciocínio, que não é difícil, mas exige atenção, muita atenção.
A serpente faz uma proposta a um indivíduo indivíduo que tem uma personalidade Eva e faz a proposta a um indivíduo que tem a personalidade Adão. Para Eva, ela faz a proposta diretamente; para Adão, ela faz a proposta indiretamente, porque, primeiro, ela convence Eva, que por sua fez convence Adão. Não pense em Adão como duas pessoas, pense em Adão e Eva como personalidades humanas, estímulos espirituais.
Eva - intrigante, meio sem juízo, sem juízo, não quer obedecer, um pouco insolente - aceita a proposta, porque quando falou que vai ser como Deus, ela comprou esta proposta. Então, isto já estava dentro dela. É um estilo: aceitou a proposta.
E Adão? É outro estilo, é o acomodado, é o negligente, é aquele que entra no negócio e nem queria, mas vai, porque não sabe resistir, não sabe se impor, não sabe dizer não, não quer ter o trabalho de discernir, não quer ter o trabalho de pensar, de tomar as próprias decisões e de arcar com as consequências. São estilos diferentes.
A serpente não lida com ele, porque ele não ia entender. Fico imaginando o diálogo da serpente com Adão, porque ele não ia entender (‘hã, o que você está falando? ’, ‘o que ela perguntou?
’, ‘ah não sei, pergunta para a minha mulher, porque eu nem prestei a atenção, quando Deus deu a ordem, eu estava olhando para a grama, nem prestei atenção’), quer dizer, é o negligente, é o distraído. Ele está como um barco à deriva, onde o vento soprar, ele vai. Então, a serpente conversa com aquela que está atenta, com a instigante, que é a personalidade Eva e esta leva uma multidão que é Adão, que é uma questão que nós vivemos no mundo.
Milhões de pessoas no mundo estão seguindo um padrão. Elas, sequer, pensam, porque elas estão agindo assim. Agora, um grupo limitado de pessoas, não!
Estes estão agindo conscientemente criando estes padrões subordinados a um grupo reduzidíssimo que é o grupo da serpente. Este é o grupo dominador mesmo, este tem um projeto perverso de maldade, de poder. Isto é individual.
Mas, os indivíduos não se relacionam? Sim. Os indivíduos não influenciam uns aos outros?
Eva não influenciou Adão? Sim. Daí, vem uma família que influencia; das famílias, comunidades; das comunidades, povos; dos povos, império.
Nós chegamos em um reinado, em um império que, agora, extrapolou muito o indivíduo. Não é nem mais uma família, não é mais comunidade, não é mais um país. Agora, é um conjunt de povos sob o comando de um rei simbólico.
Você está entendendo porque Jesus falou "reino de Deus"? " Arrependei-vos porque o Reino de Deus está próximo? " Se está próximo é porque ele não está aqui.
Qual é o reino que domina o mundo? É o reino da serpente: começou em um projeto individual e se transformou em um projeto coletivo. Por isso que nós estamos vendo por aí asilado, refugiado, bomba, guerra, matança de milhares de pessoas, crueldade, espoliação econômica, indústrias poderosíssimas impondo comportamento para explorar pessoas.
É um reino. Simbolicamente, quem é o rei? É o rei da Babilônia, porque a Babilônia é o símbolo bíblico do povo da serpente ou - não fica assustado com o que eu vou dizer aqui - a Babilônia é o país de satanás.
Quer dizer que satanás existe? Não. Satanás não é uma pessoa.
Satanás é um projeto. Satanás não é uma pessoa. Se você está procurando alguém que tem chifre e rabo: isto é ficção científica.
É claro que existem Espíritos que caem em um processo de licantropia complicado que podem se deformar. Mas, não é isso! Nós não estamos falando disto.
Satanás é um projeto de oposição à Deus, aos planos de Deus, à lei divina. O que Isaías está falando nesse poema ou nesse oráculo (porque é quase um vaticínio)? Ele está profetizando a morte do rei da Babilônia.
O que a profecia vai dizer? O reinado do mal na Terra vai acabar. O reinado do mal na terra tem data para acabar.
Qual é a data? Só Deus sabe. Mas, tem data para acabar.
Esse reinado é a Babilônia. Então, aqui, Isaías vai dizer assim, È no entanto, ele esta faland com o rei da Babilônia que é a personificação da serpente entronizada. O rei da Babilônia é a serpente com coroa de rei.
Entendem? Ou seja, a serpente conseguiu ser bem sucedida no projeto dela e criou um reino na Terra inteira -, olha que interessante isso - com milhões de súditos, pelo you tube, pelo facebook, na economia, nas grandes empresas, na educação, na política, nas artes, em todos os setores, dominando todos os setores da ação humana. Temos que pensar sobre isto.
Daí, aqui, o profeta Isaías está olhando nos olhos do rei da Babilônia, nos olhos da serpente e profetizando a queda dela. O que ele diz? "E, no entanto, dizias no teu coração: 'Hei de subir até o céu, acima das estrelas de Deus colocarei o meu trono, estabelecer-me-ei na montanha da Assembleia, nos confins do norte.
" Que é a montanha da Assembleia? É a montanha onde mora os deuses, é a Assembleia dos deuses. Pensa, por exemplo, no Olimpo da Grécia, o monte onde fica os deuses.
É isto aqui! Qual era o projeto? Colocar um trono acima das estrelas, um projeto louco de querer ser mais poderoso que o Todo-poderoso.
"Subirei acima das nuvens, tornar-me-ei semelhante ao Altíssimo. E, contudo, foste precipitado ao Xeol nas profundezas do abismo. " O xeol era uma espécie de um local pior do que o umbral na tradição hebraica.
Eles que quiseram se erguer acima do Altíssimo, caíram nas profundezas do abismo. Deu para entender agora? Isto que Isaías está dizendo, aqui, pensando na humanidade com um todo, começou na proposta que a serpente fez para Eva.
Uma proposta que parece ser ingênua: vamos nos tornar semelhante a Deus, vamos experimentar o mal, vamos praticar o mal para que nós tenhamos poder, vamos nos tornar deuses poderosos praticando o mal, porque a mentira da serpente é 'olha, Deus não quer que você pratique o mal, porque ele sabe que o mal dá poder e se você praticar o mal, você vai ficar poderoso como ele. ' Esta é a lógica! Como se Deus fosse malicioso, como se Deus estivesse escondendo e nós lembramos Einstein: ‘Deus é sutil, mas não é malicioso.
’ E, aqui, nós vamos chegando no final desse nosso episódio, deixando para reflexão de quem está assistindo a proposta da serpente. A proposta da serpente começou em um coração: primeiro no dela, transferiu-se para o coração de uma outra pessoa, alastrou-se, tomou o mundo inteiro o mundo inteiro e veio, então, a intervenção divina enviando o Messias, cuja missão, cujo propósito era instaurar na Terra um novo reino, agora, não mais um reino ou um reinado do ser humano, mas um reinado de Deus. Não fora!
Percebe por que o Evangelho começa a ser construído no coração? O projeto da serpente não começou em um coração? A serpente não começou a executar o seu projeto em um coração por vez?
Assim também o projeto ‘reino de Deus’ começa nos corações e, depois, ganha as famílias, ganha as comunidades, ganha as nações, vai ganhar a Terra inteira. É a mesma regra, o processo é o mesmo. Muda o conteúdo: o conteúdo é muito diferente, porque na proposta de Jesus nós voltamos ao início, à origem.
Por isso ele diz: ‘o início não era assim. '. Voltemos ao início.
O início é imagem e semelhança de Deus. Deus como soberano dos nossos corações, dos nossos destinos, aprender a crescer nessa relação construir essa relação comer do fruto da árvore da vida. No próximo episódio, nós vamos dar sequência a esse estudo.