FAZENDO ESCOLA - A HISTÓRIA E OS CAMINHOS DA GESTÃO ESCOLAR

[Música] Olá estamos começando hoje o primeiro programa da série fazendo escola nós vamos discutir a gestão democrática nas escolas de ensino médio para debater conosco os professores Célio da Cunha que é assessor da Unesco e professor da faculdade de educação da Universidade de Brasília o professor Erasto fortes Mendonça que é diretor da faculdade de educação da Universidade de Brasília a professora Maria Badia da Silva professora da faculdade de educação da Universidade de Brasília hoje nós vamos discutir a história e os caminhos da gestão democrática neste programa vamos acompanhar o processo da democratização do ensino como

princípio básico da educação vamos então assistir ao vídeo o início do século XXX é marcado por grandes movimentações políticas industrialização ideologias cresce a pressão por uma virada democrática As populações rurais migram para cidad e com o início da industrialização uma nova mão deobra solicitada investe-se no ensino e o governo de Getúlio Vargas cria o Ministério da Educação e saúde pública em 1930 apenas 30% da população em idade escolar estava matriculada nas escolas se na Europa a gente conseguiu com que os estados pudessem formar sistemas públicos de educação há muito tempo no Brasil essa ideia eu

tô dizendo apenas ideia Ela só vem a público na década de 1930 com movimento renovador da educação os pioneiros da escola nova Anísio Teixeira Lourenço Filho e outros importantes educadores lançam ao público o Manifesto dos pioneiro da educação em defesa da educação pública na hierarquia dos problemas nacionais nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação a laicidade gratuitidade obrigatoriedade e coeducação são Outros tantos princípios em que assenta a escola unificada cada escola seja qual for o seu grau dos Jardins à universidades deve pois reunir em torno de si as famílias dos alunos estimulando e

aproveitando as iniciativas dos Pais em favor da educação despertando e desenvolvendo o poder de iniciativa e o Espírito de cooperação social entre os pais os professores a imprensa e e todas as demais instituições diretamente interessadas na obra da Educação no período de 1946 a 1964 houve um grande avanço na política educacional brasileira Talvez o período mais fértil o Brasil se descobre Paulo Freire sensibiliza a nação sobre os oprimidos programas de rádio auxiliam na educação dos trabalhadores rurais e jovens professores como Fernand e ro Spencer Maciel de Barros desencadeiam Ampla campanha em defesa da escola pública

no entanto os resultados reais não acompanham as aspirações do movimento intelectual nem respondem às expectativas da sociedade em 1964 segundo o ministério de Educação e Cultura de cada 1000 alunos que entraram na primeira série 449 passam para segunda série do primeiro grau em 65 313 passam para a terceira série do primeiro grau em 66 245 passam para a quarta série do primeiro grau em 67 165 passam para a quinta série do primeiro grau em 1968 133 passam para a sexta série do primeiro grau em 69 115 passam para a séa série do primeiro grau em

1970 de cada 1000 alunos 101 passam para a oitava série do primeiro [Música] grau a partir do golpe de 64 o país passa por um intenso processo de centralização administrativa também mudam o direcionamento e a condução do trabalho pedagógico e docente nos diferentes níveis do sistema público de ensino melhor forma de instrução era tidda como a instrução programada você tinha objetivos eh de conteúdo objetivos de comportamento que os estudantes deveriam ter e preferencialmente esses objetivos particularmente no ensino médio eh deveriam ser eh trabalhados com questões fechadas de múltipla escolha Então não é casual que durante

o regime militar foi a era de ouro da instrução por meio de eh instrução de múltipla escolha Ou seja você tem um con unto de possibilidades a partir das quais você não pode escapar tem uma resposta certa né Então essa tecnocratica foi muito marcante é muito característico de regimes totalitários contraditoriamente Isso foi um processo também de aprendizado e de aprender a questionar e de ler a realidade de forma mais Sutil mas de toda forma a educação não combina com governos militares e com ditaduras a resistência à ditadura gera movimentos de luta democrática a década de

80 reflete essa ação o que resulta no retorno ao estado democrático e em seguida a instalação da constituinte os diferentes setores da sociedade se organizam para garantir o direito de influenciar no processo de mudança que fica mais forte no país nós tínhamos dados estatísticos que most a no Brasil né as grandes deficiências a nível de atendimento do acesso né a escolaridade básica da permanência dos alunos no ensino fundamental né de sorte que várias associações científicas profissionais sindicais e de outra natureza eh se reuniram e se constituíram num Fórum em defesa da escola pública a fim

de colocar num Capítulo de Educação na Constituição e princípios que garantissem a uma escola ao mesmo tempo plural aberta igualitária e democrática então era uma experiência de alguém que tinha visto o que significa não ter democracia no país e ajudar a construí-la não ter uma educação aberta uma educação comprometida com a melhoria de vida da maioria da população e nós precisamos construí-la a luta pelo processo de gestão na ucanha o ritmo do país o momento é de manifestações uma afirmação dos direitos da Democracia a democrati necessita de uma autonomia da escola mas uma autonomia que

esteja vinculada uma polítical de estado porque senão Nós perdemos o sentido mais importante que a escola pública tem que é o seu sentido público de atendimento a todos esse sentido não pode ser perdido por uma privatização interna da escola a escola ela é pública sendo pública ela é de todos então todos precisam participar escola autônoma é aquela que estabelece normas e regras para a sua existência e funcionamento com essa Conquista ela estabelece o equilíbrio de forças de diferentes setores governo administração professores alunos e pais Esse é o princípio básico uma bandeira lev ada no fórum

Nacional em defesa da escola pública em 1987 os indivíduos passam a interferir nos rumos da [Música] escola o fórum continuou mobilizado em função de uma nova lei de diretrizes e bases LDB que propiciaria uma chegada mais próxima ao chão da escola aos sistemas estaduais ao sistema municipais ao sistema distrital e mais ainda longinqua já pensando num plano nacional de educação que pudesse garantir meios para esta educação democrática igualitária aberta o mecanismo da escolha do diretor ocupa lugar de destaque no debate sobre a administração democrática das escolas a eleição diretores entra como um instrumento da gestão

democrática mas não é só esse o conselho escolar por exemplo conselho escolar é uma forma democrática de administrar a escola e quando quando eu falo administrar eu não tô me restringindo a administração pura e simples eu tô me referindo a administração o estabelecimento de políticas na escola tanto pedagógicas quanto administrativas o conselho escolar como o tendo na sua composição representantes dos pais dos alunos dos funcionários da direção dos professores e da comunidade que ali está cercando aquela escola você tem vários olhares sobre o mesmo objeto e ess assim você conseguirá certamente melhores decisões o processo

de democratização é um conjunto de estratégias para gestão da escola por isso é necessária a participação dos Estudantes das famílias da comunidade que cerca a educação implica em mudança de atitude de todos os atores na tarefa de gerir quem faz a cara da escola são os professores os alunos os dirigentes as as apresentações né dos Pais de alunos da comunidade então a escola é construída dessa forma então nós temos que pedir pra escola para que ela mostre sua cara e é o conjunto da escola que se envolve portanto na construção de uma escola democrática quer

na transmissão do conhecimento quer numa abertura para a própria comunidade a Sociedade Brasileira de uma escola que para ser de qualidade precisa ser democrática cumprir este mandato constitucional Esse princípio filosófico da maior importância que está acima das religiões está acima dos partidos políticos Acima das nacionalidades de que todo mundo tem educação eu diria que a escola pública Apesar de todas as dificuldades que ela enfrenta não é de sucateamento de baixos salários o compromisso dos profissionais da educação tem feito da escola pública um localonde democraticamente as pessoas se encontram para o enfrentamento dessa realidade desvelamento dessa

realidade e pra construção de uma uma visão mais crítica sobre a sociedade sobre o mundo sobre a humanidade e de certa maneira dando uma educação integral a esses alunos eu acho muito mais profunda do que muita escola bonita que tem por aí E isso nós encontramos no Belo trabalho que muitos professores fazem quase que invisível diante dos olhos das autoridades nas escolas públicas das periferias em condições muito difíceis até o trabalho de pesquisa que também é feito de maneira quase que silenciosa em diversos laboratórios em que os professores chegam às 7 horas da manhã e

sai 11 horas ficam sábado e domingo trabalhando nas suas pesquisas em suma eh Pensando na possibilidade de que o conhecimento possa ser construído e possa ser socializado como um bem pra humanidade educação é um bem público direito de todos os cidadãos e dever do Estado a gestão democrática deve consolidar a democracia se materializando no caráter público e gratuito da educação e na busca permanente de qualidade de ensino socialmente referenciada para agir na conquista da transformação das estruturas da escola e da própria sociedade o que vocês acharam do vídeo Professor Erasto bom essas imagens eu creio

que elas eh as pessoas que participaram e participam da luta pela democratização da educação nesse país essas imagens têm o poder de emocionar eu acho profundamente as pessoas que dessa luta participam porque eu acho que elas conseguem resgatar um processo de luta histórica que o país enfrenta vem enfrentando ainda pela democratização da educação Então se num primeiro momento momento nós temos uma luta pela Escola propriamente dita pública como um bem público num segundo momento em que a população de alguma forma se integra a escola como sua usuária essa essa luta se transforma na luta pela

qualidade do ensino e num terceiro momento a gestão democrática aparece como uma diretriz estratégica dessa luta por eh ser um indicativo uma uma indicação de que por meio da gestão democrática a gente consegue democratizar a escola consegue democratizar os sistemas de ensino e a educação propriamente dita com importantes reflexos Eu acredito na democratização da própria sociedade eh esse vídeo nos oferece oportunidade de refletirmos um pouco sobre a questão da gestão democrática no entanto eu gostaria de ressaltar e trazer a memória um período anterior a 1930 que é o período da do momento da presença dos

Jesuítas aqui no Brasil durante esse período nós tínhamos sim um jeito de administrar a escola uma forma de administrar a escola essa administração assim como o próprio projeto dos Jesuítas era uma administração vertical era uma administração hierárquica assim vai prosseguindo no no no período que vem eh logo após que é o período do império aí também nós vamos ter um jeito de administrar a escola uma forma de construir a escola e esta forma vem também na Perspectiva da da da da imposição de alguns de que alguns pensam e alguns eh executam alguns realizam as tarefas

e desse modelo a gente vai evoluindo e a no momento que nós estamos vivendo agora é uma luta para desconstruir esse modelo desconstruí-lo na medida em que ele afastou e alijou muitas pessoas da escola nós estamos agora eh num esforço muito grande para desconstruir esse modelo e instaurar um modelo novo esse modelo novo é resultado das lutas dos movimentos sociais e tem recebido o nome de gestão democrática ótimo Professor Céli bom o vídeo é uma síntese da luta pela educação no Brasil ele teve assim uma felicidade muito grande de já numa primeira imagem apresentar Mário

de Andrade E aí eu chamo atenção para um ponto importante que foi a semana de arte moderna de 1922 foi um grito de guerra contra o passado um um grito de guerra contra uma uma literatura que já já não interpretava mais o o Brasil e foi um divisor de águas e quando o vídeo se refere em 1932 ao Manifesto dos Pioneiros da educação Manifesto Então fez no plano do Educacional o que a Semana de Arte Moderna fez na cultura foi um grito de guerra contra o nosso passado Educacional propondo uma nova política de educação propondo

uma escola democrática propondo uma política de Estado propondo ao governo Vargas porque foi Getúlio Vargas que solicitou Os Pioneiros para fazer essa proposta lamentavelmente veio a a ditadura do estado novo em 1937 e o sonho dos Pioneiros foi adiado foi adiado até chegarmos à década de 60 quando novamente é retomada a luta pela escola pública e mais uma vez os pioneiros voltam e faz outro fazem outro manifesto e mais uma vez redigido por Fernando Azevedo foi o Manifesto ainda uma vez convocados também como um capítulo importante nessa história Educacional O que é importante eh e

que o vídeo destaca muito bem é que essa luta continua o sonho dos Pioneiros é um sonho ainda não realizado que é o sonho Republicano ainda não efetivado em nosso país ótimo nós vamos fazer um breve intervalo mas nós continuamos a discutir daqui a pouco e a gente vai conversar sobre os complementos históricos do processo da gestão democrática a gente volta já [Música] estamos de volta com o primeiro programa da série fazendo escola e a nossa discussão É sobre o percurso histórico da gestão democrática na educação brasileira Professor Erasto o senhor poderia falar mais a

respeito da questão histórica eh a professora Badia suscitou uma questão que acho que muito importante de ser lembrada que é o período anterior ao Manifesto dos Pioneiros na década de 30 né quer dizer é claro que Tod ess contexto histórico em que se forma a educação brasileira nos ajuda a compreender porque estamos onde estamos Uhum E quando a Badia lembra a questão dos Jesuítas eu acho que é fundamental que se se lembre também de que os Jesuítas receberam do estado português para sua colônia uma delegação de tomar conta da educação brasileira que eu acho que

se configura num primeiro momento importante para o país para o Brasil de um lavar das mãos do Estado quer dizer o estado abre mão de supervisionar de administrar um sistema de ensino entrega a uma congregação eh privada né De toda forma religiosa a a responsabilidade de conduzir a educação brasileira e isso se dá na forma de um monopólio durante 210 anos quer dizer é claro que isso deixou uma marca importante quando a Badia lembra o jeito de administrar o jeito de fazer a educação e a escola imagine 210 anos de monopólio na mão de uma

congregação religiosa da maior importância e da maior força como Jesuítas e aí é claro que todo o processo que vem depois disso é uma tentativa de se fazer a educação de um outro jeito de uma outra maneira até que chegamos onde chegamos de que jeito é este é o aí eu observaria assim o seguinte né de fato os Jesuítas eles eles tinham uma pedagogia tradicional Escolástica né mas tinha organização e eles foram expulsos em 1759 e é uma observação de um Historiador inglês da época que é importante observar foi do sote ele escreveu uma história

do Brasil ele estava em Portugal é um tema polêmico mas eu acho que essa reunião é para até para polemizar um pouco né dis o seguinte que o Brasil perdeu um grande patrimônio porque eles Pombal mandou embora todos os Jesuítas foram mais de 600 professores Jesuítas Mas de qualquer forma há o aspecto positivo que representa como o Erasto se referiu a entrada do estado na educação só que esse estado na educação não fez nada e esse período que também pós Pombal né não deu certo Pombal só deu certo no Brasil reformando a Universidade de Coimbra

naqueles brasileiros que iam estudar em Coimbra que depois teve algum efeito positivo na inconfidência mas nem Portugal e nem suas colônias foi um completo abandono né e é por isso que Portugal também vai ser o estado país no no no conjunto das Nações europeias que mais tardiamente também entra entra no concerto europeu de progresso então está aí também uma uma origem do do nosso ataso o estado também não fez nada o estado português professora é ainda falando da questão dos Jesuítas tem um Historiador inglês que se chama Eric Robs B ele diz o seguinte que

cabe aos historiadores lembrar aos demais aos outros aquilo que eles esquecem então a a minha preocupação em voltar um pouco e compreender um pouco o período da educação jesuítica e depois o período da educação durante o período imperial é justamente ente para eh trazer a memória daqueles que estão nos assistindo de que é um período eh onde são colocados os alicerces da nossa educação né nesse momento os Jesuítas eles criam dois tipos de escola aqui e e uma escola destinada a um grupo de pessoas privilegiadas aqueles que serão os condutores aqueles que serão os que

vão pensar uma administração para esse país um modelo de educação e aqueles que vão de certa forma eh executar determinadas tarefas e aqueles que vão depois posteriormente servir de mão de obra ora uma escola pensada com essa estrutura mais na frente nós vamos sentir os reflexos desse modelo né por outro lado durante eh eh o período do do império né Nós nós tínhamos aqui a presença do monarca E e esse período também é muito significativo porque aí você já tem sim a presença do estado eh de certa forma eh se omitindo das questões educacionais seja

porque não havia um reconhecimento da escola como uma necessidade para se formar uma nação seja porque o estado tinha outras prioridades né então e a prova mais Cabal dessa ausência do Estado eh eh de de ter na educação uma ferramenta para eh eh construir uma nação é num um Marco 1834 né quando eh o governo eh descentraliza né e uma primeira medida de descentralização ele atribui às províncias Eh toda a responsabilidade para legislar criar e prover a educação eh da das classes de primeiras letras Isso vai trazer eh uma série de desdobramento uma vez que

nós todos conhecemos que a história da educação desse país e o estado precário em que vivia as províncias a falta de comunicação a falta de recurso a falta de uma organicidade isso vai gerar inúmeros problemas dentre eles a questão da exclusão de grande massa da população complementando O que é a bad ela toca num assunto importante que é o o ato adicional de 1834 eh um pouco antes em 1827 houve uma lei 15 de outubro de 1827 uma lei eh do congresso nacional da época que determinava a abertura de escolas de primeiras letras em todas

as localidades se essa lei tivesse sido implementada tivesse sido implantada teria sido para usar a expressão de um educador um pouco esquecido no Brasil que é Lauro de Oliveira Lima né teria sido a lei Áurea da nossa educação e aí tem então a a esse usando a expressão da Abadia né esse marcador importante 1827 e 1834 1834 se delega às províncias E durante todo o império né nada se fez em relação à escola Popular também a república não resolveu esse impasse aí é que vem o Manifesto de 1932 fala olha é importante a educação o

mundo está mudando o Brasil estava se modernizando já os primeiros ensaios de industrialização então Quando surge o Manifesto Pioneiros é lançada então uma política educacional lamentavelmente essa política não foi seguida pelo Vargas e quem assina o manifesto né nessa época pessoas das mais expressivas Júlio de Mesquita Fernando Azevedo Anísio Teixeira Roquete Pinto a poetisa Cecília Meirelles Raul Briquet e tantos outros brasileiros ilustres assinam esse Manifesto um documento assim precioso um documento um divisor de águas na educação brasileira ele chega aos nossos dias esse sonho dos Pioneiros então ele está presente e que que está presente

no Manifesto ele queria uma escola democrática queria um estado democrático e queria um estado Investindo na educação brasileira queria uma política de Estado então queria um Ministério da Educação assumindo de fato a coordenação da educação brasileira queria acertar o passo com o futuro lamentavelmente Os Pioneiros não foram não foram ouvidos alguns como aniso Teixeira foram inclusive perseguidos como a a universidade que ele tentou inclusive implantar no Rio de Janeiro ele foi posto de lado né e e só depois com a redemocratização do país em 1946 as coisas as coisas foram retomadas o Brasil começa a

se descobrir e estava se descobrindo quando chega na década de 60 Surgiu uma lei meia Vitória mas foi uma vitória segundo o aniso Teixeira o Brasil sonhou e sonhou Bonito Foi um período bonito a década de 60 no Brasil o Brasil se projetava em todos os sentidos aí veio a revolução de 64 e interrompe de novo esse processo esse processo Professor Erasto Pois é então o Marco da como foi chamado aqui o grito de guerra em favor da educação que foi o Manifesto dos Pioneiros em 1932 eu acho que ele precisa ser lembrado como uma

ideia Liberal porque não era nemuma ideia grandemente revolucionária para nossa análise Possivelmente política sociol lógica hoje era um Manifesto Liberal Não é com a tentativa de fazer aquilo que os países os estados europeus já haviam feito paraas suas sociedades há algum tempo de fazer com que a escola pública fosse um direito de cidadania então a educação é indicada à sociedade como um bem público e não como uma mercadoria não como um privilégio apenas para poucos se nós tomarmos a escola pública nessa fase de até 1900 50 1960 nós vamos ver que ela continua a ser

uma escola para Elite a escola pública continua a ser uma escola para Elite E se nós tomarmos por exemplo os locais onde essa educação eh se fazia as escolas públicas basta a gente pensar visitemos as escolas eh construídas nessa época nas cidad de interior de nosso país principalmente nós vamos ver prédios maravilhosos belíssimos arquiteturas muito bonitas escolas para Elite quando na década de 60 começa a ser de fato uma realidade não é a expansão da escola pública e a população começa a ser usuária da escola pública nós vamos ver um processo de decadência um processo

de sucateamento dessas escolas fisicamente pelo menos isso é muito constatável nós vemos hoje as escolas públicas são em geral os prédios mais feios mais decadentes eh se nós olharmos quem entra como usuário da escola a população o povo quer dizer a elite não é mais a usuária da escola pública Isso é o que faz eu acho um novo grito de guerra para os educadores e para a sociedade mais esclarecida no sentido de entender que não bastava mais ter acesso à escola mas era preciso que se lutasse por uma escola de qualidade que essa que essa

qualidade do ensino pudesse ser também compreendida como uma bandeira de luta pela democratização e posteriormente Não é com a com a o processo de redemocratização política do país em Face da da de um de uma enfim de uma de uma forma de reagir contra o golpe de estado de 1964 lembrado aqui com o termo né de revolução Mas eu prefiro chamar de golpe de estado militar quando o processo de redemocratização se instala no país as experiências também de administração das escolas de administração dos sistemas elas ganham uma nova Euforia um novo vigor e todo esse

processo de nova maneira de pensar a escola nova maneira de pensar administração dessas escolas e dos sistemas acaba se consolidando com essa expressão gestão democrática do ensino público Pois é aí naturalmente por favor e só complementando e se na década de 30 pelo menos eu considero três grandes educadores n assim foram os esteios do do manifesto né Anísio Fernando Azevedo Lourenço Filho já nessa nova fase ou seja nessa retomada pós 64 que se refere o Erasto então já serão já serão florestan Fernandes Paulo Freire e Darc Ribeiro Então são os três grandes educadores brasileiros assim

de assim de de porte internacional que claro que nós temos outros né mas aqueles três do passado Eles serão agora ou seja substituídos por esses três que que fazem da pedagogia brasileira uma pedagogia de nível internacional Pois é mas aí eu gostaria de voltar um pouquinho para poder eh eh recuperar a história da de como é que a a instituição escola foi pensada né se nós retornarmos um pouco no período anterior ainda no período dos Jesuítas e depois no período imperial eh foi difícil pra própria sociedade brasileira reconhecer a escola como uma instituição antes a

questão da educação estava a cargo ou da família ou da igreja né e para que a escola passasse a fazer este papel passasse a ser aquela que vai ser a portadora de valores condutas comportamento modo de pensar modo de viver ela vai ter que batalhar então a escola não é uma coisa doada ela é uma conquista ela é uma conquista e ela sendo uma conquista é necessário que a população a reconheça como um direito porque qual era o problema no império se nós pegarmos esse período podemos perceber um processo de estruturação do Estado mas os

nossos legisladores só pensavam em fazer as leis como se as leis fossem eh eh através delas fossem possíveis instaurar uma ordem o que que nós sabemos esse Império da lei foi um império da lei que vai aos poucos excluindo as pessoas né mas o nosso legislador ele não pensou na condição do direito das pessoas do direito dos negros do direito dos excluídos do direito dos deficientes do direito das mulheres todos nós sabemos a a eh o período tardio que demorou paraa mulher ter acesso à escola para os negros terem acesso à escola só para vocês

eh se lembrarem ou recordarem durante o império nós tínhamos lei que proibi aí os negros o o a população carente de frequentar a escola então você tem forma de exclusão na lei forma de exclusão formal Então veja uma sociedade que não se preocupou em construir mecanismos que que que que que que que fossem pautados na concepção de direitos das pessoas né é uma sociedade que vai aos poucos eh eh eh eh construindo uma casta de gente privilegiado e uma imensa maioria de da população excluída Precisamos de uma sociedade sim e de uma escola que defenda

Eh que todos nós temos direitos homens mulheres negros índios brancos e tal deficiente homossexuais e tal não é apenas uma escola de alguns e como ela é de todo Ela também tem que ser responsabilidade de todos tá distante esse caminho não eu acho que nós estamos num processo de luta Eu acho que o próprio documentário que foi apresentado nos indica que a a gestão democrática Ela não ela não passou a existir Porque ela passou a ser um preceito constitucional na Constituição de 1988 ela foi incluída como um princípio do ensino público na Constituição de 88

porque já um processo de implantação nos sistemas de ensino municipais dos estados e do Distrito Federal e e é evidente que esse processo permanece existindo o processo de luta de compreensão da educação como um bem público como um direito de cidadania e a sua forma de administrar ser democrática ela permanece sendo um processo de resistência e um processo de luta nós vamos fazer mais um intervalo mas depois nós continuamos a conversa sobre o processo de luta da gestão democrática a gente volta [Música] já o fazendo escola está de volta hoje nós estamos discutindo as lutas

pela democratização e pela qualidade do ensino nas escolas públicas brasileiras Professor Erasto dentro desse processo de Qual o papel do fórum Nacional em defesa da escola pública é importante lembrar do papel do fórum porque ele foi e continua sendo um papel fundamental na luta pela democratização da educação em nosso país quando se instalou o processo constituinte na década de 1980 os educadores organizados Especialmente na nas suas entidades de caráter científico acadêmico e sindical compreenderam que era é importante influenciar o Congresso Nacional na consolidação de experiências que já vinham sendo eh realizadas nos sistemas de ensino

e o fórum estabelecendo esse debate com o Congresso Nacional conseguiu incluir na Constituição de 1988 a gestão democrática como um princípio do ensino público isso depois também vai se dar no processo de elaboração da lei de diretrizes e bases né que termina com a com a lei sancionada em 1996 e por último no plano nacional de educação que é uma lei também de 2001 o o fórum Nacional continua organizado e continua no sentido de entender que a luta pela democratização da educação em nosso país ela é uma luta que permanece porque ela não é uma

outorga do Estado o estado não outorga à sociedade uma educação de qualidade uma educação democrática Mas ela é um permanente processo de interlocução do estado com a sociedade e nesse sentido fórum é esse espaço de organização e de interlocução mais organizada do campo Educacional brasileiro exatamente Professor bom eu acredito que nós estamos num momento no Brasil que essa luta ela precisa dar um novo salto qual seria esse novo salto e por esse novo salto dessa dessa luta histórica por mais educação por mais democracia nas escolas é é preciso primeiro entender que a democracia ela existe

ou seja para melhorar a vida das pessoas na escola a gestão democrática para que os alunos aprendam mais para que os alunos realizem a sua cidadania se realizem como pessoas aprendam para que isso aconteça o que que se torna necessário agora torna necessário uma política de estado se torna necessário ampliar os investimentos em educação E por que isso porque se não ampliar os investimentos em educação nessa fase que nós estamos vivendo de globalização de tudo de mundialização das atividades humanas eh a educação Hoje ela está no coração da sociedade então nós estamos vivendo uma sociedade

do conhecimento nunca se demandou tanto conhecimento quanto hoje E hoje é o grande paradigma assim desses novos tempos é o conhecimento quando se fala conhecimento se fala em escola então nós precisamos democratizar esse conhecimento por uma escola de qualidade por uma gestão democrática e para que se tenha assim a a ideia a dimensão disso um documento recente da Unesco ainda constatou que são necessários 11 a 12 anos de escolaridade para se inserir nesse mundo da globalização o Brasil está longe de atingir essa meta então nós precisamos de uma política de estado permanente com mais recursos

e de uma escola uma escola com gestão democrática de qualidade uma escola inclusiva que não apenas Chame o aluno ou seja para ser matriculado mas uma escola capaz de fazer esse aluno aprender capaz de fazer esse aluno cidadão Pois é eh nos anos 80 o que nós podemos eh perceber é essa essa luta em prol de três coisas democratização descentralização e inclusão das crianças O Grande Desafio para nós todos que somos educadores é a a presença dessas crianças e de classes eh oprimidas né do filho dos trabalhadores o nosso grande desafio é acolher estas crianças

e fazer com que essas crianças aprendam né nesse sentido eh dentro da escola a a nova maneira de você organizar e pensar a gestão democrática dentro da escola conta com um instrumento fundamental que se chama projeto político pedagógico através da da da da construção coletiva através da elaboração coletiva deste instrumento eh eh é possível que nós eh eh tenhamos condições de acolher as crianças de acolher os adultos analfabetos de acolher as mulheres de acolher os deficientes e fazer com que essas pessoas sejam eh porta-vozes de de direitos e de saberes né como como é que

nós vamos falar em democratização da sociedade eh na medida em que o próprio vídeo que nós vimos mostrou aquela quantidade de alunos que a própria escola eh eh expelia esses alunos eram tido como alunos indesejáveis então falar de gestão eh democrática significa uma atitude e uma disposição de acolhimento daqueles setores que sempre foram excluídos e essa atitude de acolhimento significa também uma mudança de atitude uma mudança de comportamento uma disposição em em aceitar aqueles que são diferentes em conviver com opiniões que são diferentes né em dialogar com aqueles que nunca tiveram sequer voz e fala

dentro da escola né então o que que nós precisamos de atitudes mais precisas de maior convicção de maior disposição e acompanhado com isso instrumentos legais instrumentos institucionais que possam de fato construir dentro da escola formas democráticas formas mais justas formas mais participativas forma de você fazer que as pessoas sejam de fato portadoras de direitos de saberes e de conhecimentos S complementando isso que que a falou ela tocou num vocábulo chave diferença Então acho que é o papel da escola é uma pedagogia para essa enorme diversidade criadora no Brasil e o que que precisa fazer essa

escola ela precisa agora o seu grande desafio por isso que precisa mais dinheiro ela precisa fazer na ciência eh em todas as ciências fazerem pelés porque até agora Ela só faz na música só faz no futebol então nós precisamos também ter ter pelis na na ciência brasileira em todas as áreas do conhecimento do Brasil nós precisamos ter prêmio nobels também aqui então é essa que essa a escola inclusiva e na medida que essa escola tiver competência tiver er uma gestão democrática capaz de aproveitar essa enorme criatividade e essa diversidade criadora do povo brasileiro então de

fato nós teremos no futuro acho que esses gênios em todas as áreas do conhecimento que é o que falta ao Brasil hoje e e que isso começa por uma gestão democrática de qualidade nas escolas Professor er agora como é que essa luta se materializou não é para que a gente possa sonhar com essas conquistas todas em relação a uma mudança de atitude né na educação e na escola eh ela se constituiu Essa gestão democrática basicamente por uma luta iniciada que foi a luta pela descentralização dos processos da hierarquia verticalizada Que nós tínhamos né e continuamos

a ter infelizmente em muitas escolas e muitos sistemas de ensino e que se concretizou pela luta eh pela eleição de diretores quer dizer foi uma que o campo Educacional encontrou de entender que a escola precisa ser administrada não apenas por um professor ou um especialista de educação qualificado ou habilitado mas por alguém que tenha essa atitude a que a Badia se referiu atitude de querer a inclusão de querer a participação de permitir né que o seu processo seja um processo de coordenação que em bom português significa ordenar com os demais com a diferença com com

a pluralidade das ideias vários sistemas experimentaram essa essa iniciativa né da eleição de diretores com com avanços com sucesso as pesquisas demonstram isso que quando o processo participativo se instala na escola os resultados são melhores posso acresentar uma pergunta ao Erasto Com certeza tá dentro disso que você tá falando gostaria assim de ouvir a sua opinião agora dentro que nós estamos discutindo gestão democrática em todos os níveis da educação e como é que você vê então a questão das cotas das cotas eu acho que é uma política afirmativa professor que é uma resposta que as

instituições mais comprometidas né com os direitos da sociedade com os direitos de cidadania tem dado no sentido da inclusão no sentido de se abrir para que os setores historicamente excluídos da sociedade tenham vez voz voto chance de dizer e de decidir e penso que a gestão democrática inclusive no setor onde essa questão hoje mais se dá que é a universidade né que a universidade tem uma experiência histórica com a gestão democrática mesmo antes da Constituição de 1988 pela constituição de colegiados pela forma colegiada como as deliberações são feitas agora eu queria retomar um pouco essa

questão da dos mecanismos para que a gente possa compreender e trazer ao debate a ideia de que a eleição de diretores é um instrumento fundamental mas a gente também descobriu eh cedo de que não basta a eleição de diretores que o processo de participação ele tá Para Além da Escolha democrática pelo voto não é porque é preciso acompanhar o diretor que é eleito isso se dá pelos colegiados deliberativos é preciso se construir um projeto que mostre a cara da escola isso se dá pela constituição de um projeto político pedagógico isso se dá pela descentralização no

aspecto administrativo pedagógico isso se dá finalmente pela construção de uma autonomia das unidades escolares em relação ao sistema de Ensino em relação às políticas públicas Não no sentido de um afastamento da escola dessas políticas ao contrário né porque a escola precisa estar comprometida com as políticas públicas do seu sistema de ensino e as políticas públicas nacionais mas era é é bom e é importante que ela diga em que que na particularidade daquela escola das suas condições objetivas do seu corpo de professores de estudantes de técnicos e a sociedade que acerca em que que ela pode

e deve ser diferente pois é eh também dentro desse contexto o movimento docente né o movimento de professores tem essa preocupação sim de colocar no foco né de colocar luz em cima daquilo que para nós é um é um é um elemento fundamental é o projeto político pedagógico esse projeto político pedagógico todos vocês se lembram há algum tempo atrás ele era quase que um instrumento eh de de gaveta né ele era simplesmente para cumprir uma orientação que vinha da secretaria esta prática é que a gente tem que desconstruí-lo nós precisamos assumir atitudes de de de

que ele deve germinar o projeto pedagógico ele tem que ser eh eh tem que ter a sua base tem que ser ele tem que nascer dentro da escola com a com todos aqueles eh segmentos que participam desta escola uma vez construído esse projeto democrático né esse projeto político-pedagógico ele passa a ser uma ferramenta importante por qu nele estão presente que tipo de escola que nós queremos Qual é a função da escola nesta região nesta cidade nesse bairro Que tipo de responsabilidade que nós precisamos assumir Neste contexto geográfico né Que tipo de jovem que eu quero

formar que valores que esse jovem precisa assimilar vivenciar e experienciar né então eh eh O projeto político pedagógico ele é importante porque ele nos dá rumos de para onde é que vai a escola de que tipo de qual é para nós a boa formação integral e Senão nós vamos cair naquela de de de formar o cidadão pro trabalho como se existisse trabalho para todo mundo Ola nós sabemos que o mercado de trabalho tá aí com inúmeras dificuldades curad então na minha avaliação o que que nós temos que resgatar primeiro que a escola precisa se encontrar

mecanismo de fazer com que o sujeito aprenda nós estamos perdendo porque nós ainda não conseguimos fazer com que as crianças pobres eu estou me referindo exatamente à crianças pobres das crianças que vêm aí que moram nas periferias fazer com que essas crianças aprendam segundo construir coletivamente esse projeto pedagógico E assumir responsabilidades conjuntas pais professores funcionários os alunos toda a comunidade é um processo coletivo complexo difícil ele tem avanços ele tem recursos o próprio processo de de de da da eleição para diretores já nos mostrou isso né então eh não é fácil fazer uma gestão democrática

é muito complexa é difícil porque assim como é difícil você tolerar o diferente você abrir espaço para que o diferente possa ser incluído né não basta só eh eh ele estar presente é preciso estar presente com vez e com voz e com direitos né Essa é a função então eu eu acrescentaria assim numa visão de síntese então que a escola que é o seu grande papel nesse processo ela passa a ser uma agência de cidadania e E aí a isso que a que a bad levantou acho que bem essa articulação com a comunidade chamando a

comunidade para a escola e também chamando os valores da comunidade para dentro da escola e e nesse processo de gestão democrática dizer como é que isso então se vincula a uma política mais global de país porque a a grande revolução que o Brasil precisa fazer começa na escola começa nessa gestão democrática na escola visto como uma agência de cidadania Porque apesar de tudo a escola ainda é a nossa instituição mais representativa de democracia é a nossa instituição mais representativa tem dúvida disso a escola é a é a é a rede do estado mais presente na

sociedade né e basta dizer que as crianças os jovens os adolescentes os adultos que ali estão como usuários estão uma boa par parte da sua vida né uma boa parte do seu tempo na escola e essa rede de presença do estado ela precisa ser eh essa presença ela precisa ser uma presença que amplie e radicalize a democracia na sociedade por isso a gestão da escola e do sistemas ser feita democraticamente não é apenas um qualificativo não é uma administração meramente democrática Mas é uma administração que reflete essas lutas pela conquista da Educação na sociedade como

um bem público e não como uma mercadoria ser vendida professora já que você falou de radicalização da Democracia eu eu queria só complementar um pouco a sua fala dizendo da da responsabilidade da formação integral da da da pessoa do cidadão do homem e da mulher dentro da escola né Eh eu fico muito eh aborrecida com essas propostas de formar só para o mercado de trabalho ou formar o indivíduo só em função de uma demanda que o mercado eh nos sinaliza né A a função da escola e a função da universidade é formar o cidadão para

a vida é formar para que ele possa ele possa agir e interagir e modificar né porque se se nós restringimos o nosso olhar se nós restringimos a nossa a nossa a nossa compreensão emar o indivíduo só para o trabalho que trabalho e o lazer e a vida e o ser humano e a dignidade né então e o Espírito e a beleza e a estética né então Veja a responsabilidade da escola é com a com a formação integral das pessoas do homem e das mulheres dos homens e das mulheres e das crianças né Então para mim

is isso é muito importante eu acho que é uma coisa que a gente tem que resgatar formar o indivído para a vida formar o indivíduo para essa vivência democrática de cidadania e de respeito aí com o seu presso ótimo e aí sobressai então a a grande função política da instituição escolar porque ela formando novas mentalidades formando democraticamente Então ela prepara a grande revolução que esse país precisa que é uma reforma de mentalidad para que nós tenhamos na sociedade mais pessoas consciente dos Direitos Humanos consciente dos deveres consciente por exemplo de um novo mundo de uma

sociedade mais justa esse processo se instaura e começa na escola por uma gestão democrática e de qualidade Professor erá colocações finais também eu queria aqui tentar talvez Nesse pouco tempo que nos resta resgatar a importância do papel do estado nesse processo todo nós nos referimos né ao processo de lavada de mãos do estado português em relação à educação brasileira quando entrega o sistema de ensino a uma congregação jesuítica e hoje Parece que com essa globalização com com com o planeta mundializado como se referiu o professor Célio nós estamos vivendo uma uma espécie assim de uma

ressignificação de termos né nesse mundo neoliberal em que estamos vivendo em que os conceitos de participação de autonomia de parceria eles são confundidos na cabeça das pessoas de maneira a que essas pessoas entendam que as parcerias eh levam a escola ter uma vida tão autônoma que não precisa mais do Estado esse estado que tem obrigação consti ional e legal de suprir a escola das suas necessidades da sua infraestrutura de bons Salários para os profissionais da Educação de boa qualidade de ensino paraa população que é usuária da escola pública Então acho que é muito importante que

no processo de gestão democrática a gente aprenda não é que o Estado tem uma uma uma postura uma posição fundamental na manutenção da educação como um bem público ótimo eu gostaria muito de agradecer a senhora gostaria de colocar uma então sou queria eh finalizar dizendo o seguinte a gestão democrática é essa capacidade que a escola tem de de de de de inserir-se e de colocar-se como a agência que vai eh ser ser a a a a condutora né e a facilitadora a a dinamizadora dos processos que vão emancipar as pessoas a escola é uma instituição

que que ela é de fundamental importância para emancipar as pessoas ao a ao ser essa instituição nuclear dentro de uma sociedade a nação se faz também com escolas e com boas escolas com os bons professores com bons salários é imprescindível sim o papel do estado o papel do estado para eh através de políticas consistentes através de políticas eh bem definidas po políticas de estado políticas de estado consistente bem definidas com orçamento definido políticas de estado e não de governos possam possam juntos construir uma nação E além disso além de construir a nação emancipar o seu

povo agradecemos a presença de todos Professora Maria Badia Professor Célio da Cunha Professor Erasto fortes Mendonça muito obrigada e é isso aí Espero que este debate continue nas escolas porque gestão democrática é isso discussão participação da comunidade e não percam na semana que vem a gente vai falar sobre os princípios e bases da gestão democrática até a semana que vem [Música] [Aplausos] m [Música] k [Aplausos] [Música]