Olá, estamos, aqui, em mais um episódio do nosso estudo do livro Gênesis de Moisés, nesse ano de 2017, dando sequência ao episódio anterior em que nós comentávamos aquele diálogo ocorrido entre a serpente e a mulher. Retomando os pontos, nós estamos utilizando a tradução da Bíblia de Jerusalém, porque ela possui umas notas interessantes, faz algumas referências a outros textos bíblicos e, embora apresente alguns aspectos problemáticos com relação à tradução do hebraico, naquilo em que tiver uma dificuldade, nós vamos complementando com o próprio texto hebraico do original e vamos fazendo algumas observações. Por isso, ao longo dos episódios, Algumas palavras nós vamos tomar o significado delas no grego, no hebraico - que é original do Velho Testamento -, vamos trazer a tradução judaica para nos ajudar.
Ou seja, nosso estudo tenta abrir caminhos para uma melhor compreensão do texto, não ficando restrito a uma única tradução. Nós sempre comentamos isto: é muito perigoso depender de uma única tradução. Aqui, por questão de praticidade, nós utilizamos a Bíblia de Jerusalém.
Mas, na verdade, usamos também a Bíblia do Peregrino, João Ferreira de Almeida revista e corrigida, traduções da próprias comunidade hebraica, texto da Interlinear editado na CPAD. Várias edições, várias traduções são utilizadas nesse nosso estudo. Nós comentávamos no episódio anterior sobre o significado da serpente.
A serpente, a partir desse texto básico do capítulo 3, vai reaparecer em diversas épocas e diversos episódios, mas modificada. Por exemplo, na tradição apocalíptica. Esta é a literatura que fica num período intertestamentário, entre o Velho e o Novo Testamento.
Quase duzentos anos nós tivemos um hiato do último profeta até os textos do Novo Testamento. Nesse hiato, produziu-se uma literatura chamada de apocalíptica. Na literatura apocalítica, a serpente vai aparecer como um dragão.
Então, o que percebemos que aconteceu? Uma amplificação da serpente, mostrando a progressão geométrica do mal, se trata de uma progressão simples. Aquele elemento psíquico simbolizado pela serpente ele ganha dimensão em alcance - inclusive territorial, que passa a englobar o mundo inteiro - e ganha também uma intensidade.
Então, é uma serpente com mais técnica, com mais ardil, com mais estratégia, mais sofisticada que esta que aparece no texto original de Gênesis, onde é a primeira vez que ela ocorre. Nós sempre gostamos de frisar que um erro básico cometido por nós, ocidentais, nós, ocidentais, quando lemos esse texto oriental. E, é oriental este texto: os hebreus estavam no Egito e, depois, passaram pela Pérsia, ficaram um pouco na Grécia, Babilônia, ficaram um tempo cativado, tiveram contato com muitos povos do Oriente e tem uma linguagem.
A própria língua hebraica é de filiação oriental, o modo de pensar do hebreu é muito diferente do nosso modo. Quando eles utilizam um símbolo, eles estão querendo captar um elemento essencial do símbolo. Mas, nós não podemos exagerar no símbolo.
Eu vou dar um exemplo: você - não é que não pode - deve evitar, você vai examinar a serpente e começa a ficar pensando na cor da serpente, se ela tem língua, se ela não tem língua é fendida ou se não é fendida. Isto é relevante para o texto? Parece que não.
O que o autor bíblico quis evocar evocar da serpente? Essa é a pergunta que nós devemos fazer. Quando ele coloca uma serpente para simbolizar o elemento tentador, aquele elemento psíquico que vai confundir, que vai derrubar, que vai ativar em nós um conteúdo de ignorância ou de inferioridade moral, por que escolheu para simbolizar esse elemento psíquico a serpente?
O próprio texto vai dizer: porque ela rasteja, porque ela é sutil, ela se esconde. A serpente não fica às claras ela está sempre escondida, sempre se ocultando, sempre está agindo na reação, ela espera, primeiro, uma ação e ela reage, ela sempre pega por trás, pelo calcanhar, de soslaio. Esta é a característica da serpente!
Por isso a palavra básica utilizada: astuta. E, astúcia é isto! Astúcia é uma coisa que não é feita às claras.
Astúcia é uma capacidade - não muito elogiada - que certas pessoas têm de ocultar, de manipular, de lidar. Fala um pouco de verdade e mistura um pouco de mentira ná sua fála: esta é a astúcia. Então, você fica confuso, porque a pessoa está dizendo a verdade, mas também está dizendo mentira e você não consegue distinguir o que é verdade e o que é mentira.
A pessoa silencia, mas ela silencia para te confundir. Quando ela fala, fala pela metade para poder te induzir. Ela nunca parece que está te sugerindo nada, nunca parece que está dizendo, nunca se compromete, apenas problematiza.
A atuação da serpente, aqui, revela astúcia porque não chega para a mulher e diz assim: ‘olha Eva, eu tenho um plano, meu plano é dominar o mundo e, para isto, eu quero lhe opor ao projeto de Deus. Deus criou um ser humano à sua imagem e semelhança e este ser humano é simples e ignorante, mas ele precisa ganhar experiência através do amor e da conexão com Deus. Mas eu quero defender um projeto contrário, eu quero lhe opor a Deus e experimentar por conta própria, eu não quero depender de Deus, eu quero fazer o que dá vontade.
Como eu estou me opondo, estou chamando algumas pessoas para se opor á mim Isto não é astúcia. Isto não é astúcia. Isto revelaria um tal grau de sinceridade que não seria serpente.
A serpente não faz isto. Ela chega, não diz que tem projeto, não diz porque veio, não fala dela, mas ela levanta questões: ‘o que Deus te disse? Ah!
Te disse isto porque está com medo, se você comer do fruto da arvore do bem e do mal, vai ficar igual Ele, você vai ter conhecimento do bem e do mal. ’ Este é o ardil. Ela não diz por que veio, ela não diz o que pretende, o que ela lucra com esta história, qual é o ganho dela nessa história.
Ela, simplesmente, joga com verdade e mentira, com luz e sombra, ela oculta e esta é a marca do mal, é a marca da obsessão, é a marca da fascinação, é a marca da influenciação espiritual inferior. Toda influenciação espiritual inferior joga com esse ardil. joga com esse ardil.
Você não consegue identificar o que a pessoa quer, porque está dizendo aquilo, qual é o interesse dela, porque não é claro. Tudo fica no oculto, tudo fica no nublado. ‘Mas, você disse.
’‘ Não, eu não disse isto. Em nenhum momento, eu disse isto. Em nenhum momento, eu pedi isto.
’ Portanto, manipulação é a marca da serpente. Mas, manipulação é apenas um lado da moeda, o outro lado da moeda é a concupiscência. A concupiscência é aquele elemento no interior do outro indivíduo que permite a ligação dele com o manipulador.
O apóstolo Tiago menor percebeu isto. Tanto que ele escreveu na sua epístola, no capítulo 1, versículo 13, onde ele diz que Deus não testa ninguém, “mas cada um é testado quando atraído e engodado pela própria concupiscência” (Tg 1: 13-14). Atraído: isto é interessante!
Houve uma atração entre Eva e a serpente. Eva atraiu a serpente e foi engodada. O engodo é como se fosse um anzol que pega o peixe.
Este é o engodo: tem a isca e a pessoa é capturada. Eva foi atraída e depois foi fisgada pela serpente. Por quê?
Por conta de um elemento que ela cultivava na sua própria intimidade. Não fosse esse elemento de sombra, cultivado por Eva na própria intimidade, ela não teria atraído, sido envolvida pela serpente e não teria mordido a isca. Emmanuel é tão sábio que usa um símbolo muito interessante neste caso.
Ele diz assim: pegue uma vasilha cheia de diamantes e coloque na frente de um cavalo. Tira essa vasilha de diamantes e pega uma vasilha cheia de milho. Quando você coloca uma vasilha cheia de milho na frente de um cavalo, ele vai ficar perturbado para comer o milho e o diamante, ele não vai ligar.
Agora, faz isto com o ser humano. Cada um é atraído e fisgado pela concupiscência interio ou seja que ele vê, ou seja, por aquele desejo acalentado na intimidade. O fato, aqui, é que Eva acalentava já esse desejo da serpente.
Ela poderia não ter a astúcia que a serpente tinha, poderia não ter um plano articulado como a serpente tinha, porque, nesse caso, nós vamos concluir que a serpente é mais experiente que Eva e mais experiente - mais ainda - que Adão. Aqui, há uma hierarquia de experiência. Adão é a alma mais primária ná linguagem de emmanuel; depois, temos Eva que está um pouco adiante; e, a serpente que está um pouco adiante.
Talvez surja uma dúvida em você: quer dizer que a serpente é a mais evoluída? Experiência, tempo de experiência evolutiva, ser uma alma mais velha ou uma alma mais nova, necessariamente, não significa ser um Espírito superior um Espírito bom. A alma jovem e inexperiente está nos estágios ainda iniciais da evolução como ser humano: ingênuo, não tem experiência, não tem uma história evolutiva mais complexa.
Na medida em que vai progredindo nas reencarnações e vai adquirindo conhecimento, se bifurca: pode optar pelo caminho do bem e vai se tornando um Espírito bom, superior ou pode também optar pelo caminho do mal e vai ganhando com experiência na maldade, na malícia, em se opor a Deus, em ferir a lei divina, vai se tornando expert em violar a lei divina. Isto também ocorre: uma alma velha e experiente, mas cristalizada no mal. Aqui, é o caso!
Nós temos uma Eva já experiente, mas não tão astuta como a serpente e temos um Adão cuja falha é a ingenuidade, é não avaliar, é não ter uma identidade própria, é seguir inconscientemente propostas, é seguir inconscientemente o que está acontecendo. Este é o caso! Por isso que as penalidades vão ser diferenciadas.
Nós vamos perceber isto. A penalidade de Adão é de trabalho com suor do rosto, dos espinhos, porque são elementos de dificuldades que vão dar experiência à Adão. Já no caso de Eva, que está a meio do caminho, é um Espírito mais amadurecido, mais experimentado, mas já se inclinando já se inclinando para os caminhos do mal, o remédio vai ser o parto doloroso, a dor.
Não é mais um trabalho duro e árduo, já é a dor. E, para a serpente, já é o total elemento de expiação. Ela arrasta no chão, vai ser esmagada: é a expiação.
Já é o elemento cármico nos seus níveis mais intensos dado o grau de astúcia e o grau de maldade. Isto é muito bonito, porque este texto é um retrato da evolução , onde mostra as possiblidades de evolução do Espírito. Isto aqui é bonito de nós vermos.
Por conta desse desejo, por conta dessa concupiscência interior, Eva se entregou a esse ardil truncado. Toda manipulação é truncada, todo engano, todo engodo é truncado. Você só cai naquilo porque tem um desejo que fere a sua racionalidade.
Por isso que Emmanuel vai dizer no livro Pensamento e Vida, Capítulo ‘A Mente, Espelho da Vida’ como a mente humana (porque tem mentes em outros graus evolutivos que não são da espécie humana) Ela cresce de ilusões que salteiam, ou seja, que assaltam a inteligência. Significa que nós cometemos o erro, não foi por falta de inteligência, por falta de experiência. Nós tínhamos inteligência suficiente para identificar o ardil, nós tínhamos compreensão, porque senão não seria permitido.
Se o Espírito não tem inteligência suficiente sequer para dimensionar o que está acontecendo, a Providência Divina atua no caso. Só há teste para o aluno que aprendeu a matéria. Ninguém faz prova de um conteúdo que não foi ensinado.
Não é razoável isto. Estou na quinta série e recebo uma prova da sétima? Não é razoável isto.
Só posso ser testado naquele conteúdo que eu já aprendi, que eu já tenho noção. A inteligência aponta (‘isto não pode, isto é errado, isto não pode ser feito assim’) mas vem a ilusão, que é alimentada pelo desejo ou, às vezes, por uma compulsão. Esse desejo, essa compulsão, às vezes, um vício faz com que a nossa inteligência seja agredida, amordaçada, amarrada, colocada no porta malas do carro.
A ilusão pega o volante e comanda o veículo. Daí sucede um conjunto de equívocos, um conjunto de experiências dolorosas em que o Espírito vai desiludir. Uma vez entregue à ilusão, o processo educativoé a desilusão.
Na desilusão, nós recolhemos os cacos que sobraram, os pedaços que sobraram, abre os porta-malas, tira a mordaça da nossa inteligência, desamarra a nossa inteligência e a nossa inteligência, agora liberta, fala: ‘eu sabia disso’. E, começa fazer avaliação regressa: ‘realmente tinha esse furo aqui, tinha isso, eu devia ter ouvido fulano, eu devia ter observado isto, eu devia ter sido cuidado’. É assim que funciona!
Se fossem seguidos os caminhos, os indicativos da inteligência, do bom-senso, da ponderação, o erro não teria sido cometido, ao menos, daquela maneira. A experiência seria outra. Poderia ter sido cometido um erro, porque nós somos imperfeitos, estamos em processo de aperfeiçoamento.
Mas, seria um erro razoável, um erro dentro do limite. Não seria um erro tão fora do limite, tão irrazoável, tão exagerado, tão grave naquele ponto. Esta é a beleza, aqui, desse texto.
Um texto tão pequeno - do capítulo 3 - e é o texto que vai servir de base a vários outros textos da Bíblia inteira. O próprio Mestre faz referência a esse texto, aqui, que estamos estudando agora. Por exemplo, no Evangelho de João, quando ele está discutindo com os fariseus, diz assim: ‘vós tendes por Pai ao diabo e vos esforçais por fazer a sua vontade, foi assim desde o princípio.
’ Está citando lá o princípio. Daí, cita o homicídio de Caim. É esta história!
O diabo, aqui - vou explicar isto de novo - é a palavra ‘diabolos’. é uma palavra grega ‘diabolos’. O que significa essa palavra grega ‘diabolos’?
Significa adversário. ‘Diabolos’ traduz um palavra hebraica chamada ‘satanás’. Satanás no hebraico significa a mesma coisa:o adversário, o oponente.
No latim, tanto satanás como diabo pode ser traduzir por demônio etc. Em Português nós temos demônio, diabo, satanás, tem essas três traduções. Mas, o sentido é de adversário.
O que Jesus está querendo dizer? Está fazendo referência lá ao princípio, dizendo que os fariseus estavam limitando, seguindo o projeto da serpente. Deus propõe um tipo de ser humano, a serpente propõe outro.
O Criador propõe um ser humano que é imagem e semelhança Dele e que, portanto, utiliza a inteligência. Olha que lindo isto aqui: a proposta de Deus é que a nossa inteligência seja utilizada sempre sob a inspiração divina. Quando nós usamos a nossa inteligência inspirados pela Providência Divina, a nossa inteligência vai nos levar ao bem, por que a inspiração divina vem como um sentimento de respeito ao outro, de não fazer o próximo o que eu não quero que seja feito para mim, de amor, de seguir um conjunto de valores, como fraternidade, solidariedade, humildade, bondade.
Quando essa inspiração chega na nossa inteligência, é como se a inteligência humana - imperfeita, limitada - se iluminasse sob a inspiração divina e, aí, ela será uma inteligência potencializada. Agora, quando a inteligência humana corta a internet, a conexão com a Providência Divina, o que vai fazer? Vai ter que buscar combustível, vai ter que buscar conteúdo.
Onde ela vai buscar conteúdo? Nela mesma, na própria experiência. Qual é a nossa experiência?
A nossa experiência é assim: imaginemos que o nosso psiquismo seja um lago. Um centímetro de profundidade do lago é a nossa encarnação no gênero humano e alguns quilômetros de profundidade de água é a nossa experiência nos reinos inferiores da natureza (reino animal, reino vegetal, reino mineral). Então, comparativamente falando, nós somos uma película humana e quilômetros de animalidade.
A nossa experiência, ainda, é muito próxima da animalidade. A nossa referência psíquica, ainda, é uma referência animal. Nós estamos nos humanizando, nos tornando humanos e, depois que nos tornamos humanos, através do Evangelho, aí sim, nós ingressaremos em uma outra fase, que é a angelitude.
Primeiro, o projeto é o homem de bem. O projeto do Evangelho segundo o Espiritismo é o anjo, o homem de bem, o ser humano de bem, humanizar, que o nosso conteúdo humano domine sobre a experiência multimilenar na animalidade, que é outro símbolo dessa equação, desse diálogo entre a mulher e a serpente, quer dizer, que as nossas emoções se humanizem, caminhem em direção aos valores do homem de bem e dominem sobre a herança animal, que é a serpente. Esta é a proposta!
Acontece um fato: nós temos uma reação instintiva de brigar, de xingar, de impor como um cachorro que é agredido e quer morder, latir e morder. Esta é nossa experiência. Por quê?
Porque esta experiência está arquivada em milênios e milênios e milênios. É natural que ela aflore. Mas, na medida em que a alma vai se educando, vai se iluminando, ela consegue sentir isto.
Por que este conteúdo vem, não podemos evitar o contato com a serpente, não tem jeito, ele vem, mas quando ele vem, nós fazemos com que esse conteúdo novo domine. Você sente aquilo, mas você não age inspirado por aquilo. Você pára, segura, dorme, passa um dia, passa dois, você acalma, domina aquilo e, aí, você permite que a sua inteligência inspirada pelos valores do Evangelho tome a decisão, age, calcula uma ação, cria uma estratégia, diferente do animal.
Então, aqui, é interessante porque é uma outra simbologia. A marca da serpente é a reação. Não vemos um serpente andando na rua, no meio da estrada de terra seguindo por 5km alguém.
Ninguém vê isto. Ela pode cruzar a estrada de terra, mas ela fica escondida nos matos, nos cantos. De vez em quando, ela passa.
Significa que a serpente age na reação, ela não age na ação. Ela mais reage do que age. Evolução consciente é agir.
Isto é que é difícil. Você está no trânsito, você esqueceu de dar a seta e a pessoa te xinga, abre o vidro para o carro, olha para você e fala: ‘oh, seu imbecil, seu idiota dá a seta’. Aquilo seu sangue ferver, vai a 100º C, você fica perturbado.
Ali é a hora do teste, porque se você for na reação, você vai baixar o vidro também. E vai passar recibo. Se você conseguir sentir isto, ficar vermelho, arrepiado, mas você toma o controle, você diz: ‘você tá certo, desculpa.
’ É um desafio! A reação te pega e você não está esperando, você não está preparado para a circunstância, às vezes, está em um péssimo momento. Eu lembro uma vez Honório Abreu, que falou comigo assim: ‘quando você for fazer suas audiências, aconteceu um fato grave, você não diga e faça nada.
Pede para ir ao banheiro. Você sai do ambiente, você vai ao banheiro, passa uma água no rosto, faz uma prece, porque daí você saiu do clima da reação. Daí, você volta para aquele ambiente, se posiciona e, daí, dá uma reposta.
’ E, é verdade, porque tem coisa que você fala no calor, mais trinta segundos depois, você não falaria daquele jeito, se você tomar uma água e um café, não falaria daquele jeito. Só falaria daquele jeito se fosse no Impulso se fosse no embalo aqui da serpente Se atirar no impulso, acabou. Pode se ferir, ou ferir além do que ele gostaria, porque, às vezes, você quer dar um toque e acaba exagerando, você quer dar uma advertência leve e daí você vem e.
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A nossa reação mostra o passado dominante, quer dizer, o que já é conquista. Aqui é importante, porque isto vai ser desenvolvido - mais adiante, no texto de Gênesis nós vamos estudar isto-, esta serpente vai se multiplicar, do ponto de vista do símbolo. Lá em Noé, a serpente vai ser representada por todos os animais em par, em casal.
Ou seja, a sua capacidade de multiplicação revelando todo o nosso conteúdo psíquico animalesco ou instintivo. A verdade precisa ser dita: nós não podemos simplesmente categorizar a nossa experiência de princípio inteligente nas faixas do reino animal como uma experiência negativa. De jeito nenhum!
Nós passamos pela abelha e aprendemos a fazer mel, aprendemos a organização da colmeia, aprendemos a caçar. Não é mal! Esse conteúdo não é mal.
Essa ferocidade do leão, essa capacidade de correrem direção à presa pode ser a determinação que você tem para passar em um concurso. É a mesma energia! O que Paulo vai dizer é que, à vezes, essa energia não é má, mas é inadequada, é inconveniente em determinada situação.
Em determinada situação, no trato com um coração irmão, em uma reunião no trato com alguém, se você trazer a energia do leão, pode ser inconveniente. Por outro lado, você pode estar na direção de um grupo em um momento de crise: você toma a liderança, lidera o grupo e salva as pessoas com o uso dessa energia. É a mesma energia que leva o leão a correr atrás da presa.
É a mesma energia que, naquele momento, foi conveniente. É o que leva a Paulo a dizer: “tudo me é lícito, mas nem, tudo me convém. ” Toda a experiência evolutiva é boa.
Mas, não significa que ela é conveniente. Aqui, a inteligência iluminada pelo sentimento inspirado, pelo sentimento alinhando com o Evangelho vai permitir o bom uso desses arquivos espirituais, fruto da nossa passagem pelo reinos inferiores da natureza. São lições valiosas, mas o texto disse no capitulo 2: ‘domine o homem sobre as feras sobre as árvores, sobre os peixes’.
Domine! Por isso que o Espíritos vão dizer: o autodomínio, o autocontrole, a capacidade de selecionar. Vem um impulso e nós selecionamos: este é conveniente agora, este não é conveniente agora.
Em determinamos momentos você tem que falar com energia, em determinamos momentos você tem que falar com doçura. Tem momento para ser beija-flor, tem momento para ser leopardo. Quando entendemos isto, as experiências vão sendo utilizadas a nosso favor.
Nós sempre podemos utilizar a nosso favor, só se torna contra nós quando nós perdemos a conexão com as esferas superiores. No próximo episódio, nós continuaremos as nossas reflexões sobre esse texto.