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No vídeo de hoje, trataremos de um dos tipos mais poderosos de armamentos, classificados como armas de destruição em massa e capazes de eliminar a vida na Terra. Falaremos sobre as armas nucleares, quando foram desenvolvidas, quais países as têm e por que continuam a mantê-las enquanto outros querem eliminá-las. Então bora saber mais sobre esse tema explosivo!
A radioatividade foi descoberta em 1896 pelo físico francês Henri Becquerel, o que rendeu a ele uma parte do Prêmio Nobel de Física de 1903. Nessa época, cientistas de diversas nacionalidades se aprofundaram nos estudos da tecnologia por trás dos processos de fissão e fusão nuclear, que são reações que produzem energia a partir da quebra ou da união de núcleos atômicos. A tecnologia nuclear é conhecida por seu uso dual, ou seja, pode ser usada tanto para fins pacíficos, como a geração de eletricidade em usinas nucleares, quanto para a construção de armas nucleares, dispositivos explosivos que geram fortes reações nucleares em cadeia, com grande força destrutiva.
As armas nucleares foram desenvolvidas e usadas pela primeira e única vez em um conflito na Segunda Guerra Mundial. Com o Projeto Manhattan, que contou com o apoio canadense e britânico, os Estados Unidos saíram na frente nessa corrida tecnológica e foram o primeiro país a desenvolver uma bomba nuclear. A primeira detonação de uma bomba nuclear ocorreu com o teste Trinity, realizado no deserto do Novo México, em julho de 1945.
Poucas semanas depois, os Estados Unidos detonaram bombas atômicas contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, matando centenas de milhares de pessoas. Poucos dias mais tarde, o Japão anunciou sua rendição aos Aliados, pondo fim às hostilidades da Segunda Guerra Mundial. A partir daí, a posse de armas nucleares representou um grande diferencial de poder, e as grandes potências se lançaram no aprimoramento da tecnologia nuclear.
A União Soviética já vinha desenvolvendo um programa de armas nucleares desde o início dos anos 1940, e em 1949 os soviéticos realizaram seu primeiro teste com uma arma nuclear. Em meio à competição da Guerra Fria, os Estados Unidos e a União Soviética avançaram na produção de ogivas nucleares. Mas a corrida nuclear não pararia por aí.
Nas décadas seguintes, outros países também desenvolveram armas nucleares, e a ameaça de um holocausto nuclear ficou mais próxima. Na chamada crise dos mísseis de Cuba, em 1962, o mundo esteve à beira de uma confrontação nuclear entre as duas superpotências, mas elas felizmente conseguiram resolver essa questão de maneira negociada. E foi a partir daí que começaram as tratativas, nas Nações Unidas, para um tratado internacional que impedisse o desenvolvimento de armas nucleares por outros países e promovesse o emprego da tecnologia nuclear para fins pacíficos.
Em 1968, foi assinado o Tratado sobre a Não Proliferação de Armas Nucleares, o TNP. Esse tratado também previu o desarmamento das potências nuclearmente armadas, mas não estabeleceu medidas concretas para esse desarmamento, o que levou a críticas de países como o Brasil. O embaixador brasileiro nas Nações Unidas, Araújo Castro, denunciou que o TNP provocaria o “congelamento do poder mundial” e era um tratado injusto, discriminatório e desigual.
Mas então por que alguns países mantêm armas nucleares, se elas têm um potencial destrutivo tão grande? Alguns defendem a importância da chamada dissuasão nuclear, ou seja, o fato de as grandes potências possuírem armas tão poderosas reduz as possibilidades de conflito entre elas, já que ninguém quer correr o risco de ser alvo de um ataque nuclear. Por outro lado, os críticos das armas nucleares apontam que, por seu alto potencial destrutivo, elas representam uma grave ameaça aos direitos humanos.
Diversas regiões do mundo já foram declaradas áreas livres de armas nucleares. Foi o caso, por exemplo, da América Latina e do Caribe, com o Tratado de Tlatelolco, de 1967. Mas nem todos os países apoiam o desarmamento nuclear.
Coreia do Norte, Índia e Paquistão têm armas nucleares e não são partes do TNP. Israel também está fora do TNP, mas o governo israelense faz mistério e não confirma nem nega ter armas nucleares. Rússia e Estados Unidos ainda estão disparados na liderança como as maiores potências nucleares, concentrando cerca de 90% das armas nucleares do mundo.
O Brasil aderiu ao TNP apenas em 1998, mas continuou defendendo a importância de honrar o compromisso de desarmamento nuclear previsto no tratado. E é por essa razão que o Brasil foi um dos países que lideraram as negociações do Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares. O problema é que, até o momento, nenhum dos países nuclearmente armados assinou o TPAN.
Assim, enquanto as armas químicas e biológicas, que também são armas de destruição em massa, já foram proibidas por convenções internacionais, as armas nucleares ainda continuam a existir. Será que por muito tempo? Quer saber mais sobre temas de segurança internacional?
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