quando você entra em uma loja te recebem com um sorriso ou com desconfiança em um restaurante te oferecem o cardápio Bolt confundem com o garçom [Música] a polícia já te revistou quantas vezes se a raça nunca foi um problema Provavelmente você é uma pessoa branca coleção antirracista Episódio 8 branquitude versus anti-racismo quando o assunto é privilégio você pessoa branca está de qual lado prefere se manter em silêncio parte para o ataque ou fica na defensiva Afinal você desfruta dos seus direitos certo errado Direito vale para todas as pessoas e é garantido pela Constituição Federal um
direito é sempre público e Visa o interesse comum privilégio é uma espécie de vantagem que um indivíduo ou um grupo tem em relação a maioria Você pode ter um branco e um negro numa determinada favela saindo para buscar emprego e o branco saberá que está em situação de vantagem com relação àquele negro vizinho dele a psicóloga e ativista Cida Bento é uma das 50 pessoas mais influentes do mundo no campo da diversidade e a décadas se dedica ao estudo da branquitude Mas você sabe o que é branquitude bronquitude se beneficiar de um de um privilégio
que vem da cor da sua pele das suas características e que vem de várias gerações que te antecederam é uma espécie de panelinha que se dá bem tu chama de pacto narcísico entre os brancos que preserva para eles o acesso às melhores oportunidades não é que o patrão o Sindicalista o gestor público se encontra às 5 da manhã para ver como vão discriminar negros não é isso cada um em seu lugar sem precisar combinar nesse pacto narcísico atuam para que seu grupo permanece se reproduza em lugares de poder branquitude e Negritude não são antônimos Negritude
é uma afirmação política da identidade Negra já branquitude é uma identidade que se forjou no silêncio porque as pessoas brancas não se veem como sujeitos racializados Ou seja é como se todas as outras pessoas tivessem raças diferente do Branco europeu e seus descendentes que se acham universais é a marca indelével dessa colonização tá no DNA da população brasileira inclusive daqueles que são lidos percebidos como brancos desfruto dos privilégios que a branquitude instituiu né para si no Brasil mas que carregam DNA de mulher indígena ou africana na prática esse embate se dá desde a colonização no
século 15 porém o conceito branquitude ganhou força a partir dos anos 90 com os estudos críticos da branquitude feito por sociólogos historiadores e comunicadores sociais mas o branco como foco na discussão sobre o racismo surgiu muito antes vários estudiosos principalmente negros se debruçaram sobre o branco tema como é o caso do cientista social brasileiro Guerreiro Ramos nos anos 1950 Alberto Guerreiro Ramos escreve o ensaio patologia social do Branco brasileiro no qual ele pergunta pode a sociedade ficar doente os sociólogo faz uma crítica aos intelectuais brancos que estudam o negro como tema como objeto de pesquisa
então Guerreiro Ramos inverte esse lugar e traz o branco como o problema gerador do racismo segunda série escola já passeando com as meninas e um dia elas estavam para mim assim a gente não quer mais andar com você porque você tem cor de sujeira e elas apontaram eu tinha a cor do papel pardo Guerreiro Ramos concluiu a doença social do branco que contamina a sociedade ressalta positivamente os aspectos da identidade racial Branca ao mesmo tempo que deprecia as pessoas negras o racismo é realmente uma enfermidade coletiva objetificada Sem Nome a negra como tantas outras escravas
que moravam lá na nossa fazenda ela tinha lábios caídos e seios enormes porque naquele tempo as negras amarravam pedras nos seios para ficarem cumpridos e elas jogarem para trás e amamentarem a criança presa nas costas pesado né só que Tarsila do Amaral disse essas palavras como se fosse a coisa mais normal do Mundo Quase 50 anos após ter realizado a pintura inspirada em uma pessoa negra que ela se dizia próxima e que nunca teve o nome citado pela artista A negra é um dos quadros mais importantes de Tarsila e simboliza a sua filiação ao modernismo
brasileiro cujo Marco é a Semana de Arte Moderna de 1922 E você já pensou na exclusão dos Artistas negros no maior evento de Arte Moderna do século XX realizada 34 anos após o fim da escravatura no Brasil a semana de 22 foi organizada pelos filhos das famílias cafeeiras a elite Paulistana da época que deixaram usar para o brasileiros de fora da programação que modernidade é essa hein artista visual Renata Felinto enterra o quadro a negra e com ele todas as amas de leite que deram o corpo como alimento durante a escravidão em terra também o
culto aos modelos modernistas que carregam em si a Gênese racista das elites uma Reparação simbólica por meio da arte e olha só o quadro a negra foi pintado durante uma temporada de Tarsila em Paris privilégio né quem se debruça sobre a análise do conceito de Privilégio é o sociólogo Historiador e Pensador panafricanista do Boys nascido nos Estados Unidos em 1868 do Boys escreveu Black reconstruction um Marco nos estudos sobre a branquitude do Boys mostra que mesmo quando o trabalhador branco é pobre ele tem vantagens Trânsito Livre e tratamento cordial Além disso os brancos ocupam as
funções públicas de poder os tribunais dependem dos seus votos e as escolas dos seus filhos são melhores não é possível falar em meritocracia em um país racista numa sociedade marcada por desigualdades sociais os indivíduos não alcançaram os mesmos resultados se não tiverem as mesmas oportunidades assim a meritocracia torna-se mais uma forma de perpetuar privilégios uma sociedade é racista ou não é palavra de Franz fanon filósofo e psiquiatra nascido em 1925 na Martinica uma ilha caribenha que já foi uma das colônias da França Pele Negra Máscaras Brancas seu primeiro livro lançado em 1952 e atual até
hoje analisa a Constituição da subjetividade das pessoas negras a partir do colonialismo na obra fanou apresenta de forma psicanalítica imagens que retratam a experiência negra no mundo demonstrando que a sociedade Branca atua para inferiorizar e desumanizar as pessoas negras e como construir uma sociedade anti-racista Eu acredito muito que todos os indivíduos todos tenho que fazer na luta antirracista não é possível acabar com racismo se os brancos não olharem para si sabe a branquitude não for né pensada como uma perversão com a ideia de raça eu acredito que todas as instituições Precisam fazer ações afirmativas porque
se elas não fizerem ações afirmativas o racismo por si só continuam fazendo que as instituições prevaleçam brancos a implementação da lei 10.639 que eu brigo o ensino da história afro-bras você tem uma possibilidade de implementar uma ação antirracista na educação é produzir curso de formação produzir materiais resgatar literatura sobre a história negros brancos indígenas aqui no Brasil recontar essa história as matrizes brasileiras a presença indígena Negra e europeia as crianças não podem aprender só sobre a matriz europeia ou a matriz europeia falando da Matriz indígena e africana Cada um tem sua voz Cada um tem
sua história e trazer essa história articulada para nossas crianças é motivo de orgulho que tal ser um agente anti racista dentro da sua casa no trabalho nos lugares que você frequenta racismo se combate com educação e política pública exija a mudanças estruturais do poder público e ações afirmativas em todas as instituições o lugar do anti-racista é dizer o tempo todo que ele não é signatário desse pacto perverso que está em vigor o anti-racismo branco ele tem que ser ativo ele tem que fazer que o poder que se transformou em Privilégio seja usado na emancipação de
todos nós [Música]