eh quarto dia do seminário internacional universidade em transformação trans políticas de ações afirmativas hoje nessa mesa teríamos a presença a participação da professora Conceição Evaristo mas infelizmente ela tá com problema de energia lá no Rio de Janeiro ela tá sem energia e ela tá só com o celular e ela vai entrar para dar uma saudação para vocês vai fazer umas palavras Breves porque ela também tá sem bateria mas só para cumprimentá-los e agradecer a presença de eu tô n eu não sei o que que houve que só são duas casas aqui na minha rua estão
ligando para saber o que que é mas eu também preciso de dar assistência a minha menina que assustou com com a queda de luz assim de repente então eu quero deixar meus cumprimentos e pedir desculpa porque nem sei eh dizer o que que aconteceu a gente entende a gente entende a gente tinha pensado só nisso mesmo nessa palavra de saudação é que eles não estavam conseguindo transmitir também tava com alguma questão técnica mas a gente agradece muito o esforço de tentar participar e agora que você conseguiu entrar por algum motivo não tava vendo a projeção
eu acho que agora Talvez esteja começando se eu puder lhe pedir só para fazer mais uma saudação porque o auditório na história na USP tá lotado mas C eu eu agradeço né Muito obrigado tá legal então boa noite a todas a todos e a todos por favor eh Me desculpe Seria um prazer imenso eu estar aí falando com vocês porque essa temática das ações eh afirmativas no é muito cara porque a gente acompanhou a gente viu nascer a gente viu a discussão das ações afirmativas nós temos também eh um interesse Muito grande que essas ações
afirmativas elas se ampliem no que diz respeito a à pós--graduação porque nós precisamos de acadêmicos negros que possam estar inclusive influindo nos currículos eh dos curs é trabalhar com na verdade os pesquisadores os mestrandos os doutorandos são também os futuros professores Então tem que ser uma uma ação eh conjunta as ações afirmativas elas devem atravessar todo todo o ensino eu gostaria muito muito de est aí discutindo com vocês mas infelizmente tá vendo esse esse imprevisto e também como jamais eu imaginava que isso poderia acontecer eu tô sem carga de celular não tô nem com 10%
e tem de economizar essa carga também se eu tiver de fazer algum pedido algum emergência tô pedindo a Andreia para vir aqui para casa para ver o que que a gente resolve Tá mas deixa um abraço e bom evento aí para vocês e mais uma vez me desculpem a gente que agradece tá tudo certo Muito obrigado e muita força aí viu Obrigada bom pessoal é isso aí infelizmente mas às 20 horas teremos se o pessoal chegar mais cedo eh os componentes da próxima mesa a gente inicia mas a previsão era às 20 horas Muito obrigado
gente a lista de presença tá fixado o q code lá na porta por favor quem puder vai ser emitido certificado para quem tiver eh na lista de presença obrigada obrigada que a gente criou tem uns do anos mais ou menos né Eh com entrevistas e conversas com pesquisadoras mulheres negras de todo o Brasil não apenas de São Paulo que usam a tecnologia paraa justiça social então eu convido vocês a conhecerem o nosso podcast é modesta parte assim eu sou suspeita de falar mas é muito bom bom vamos lá aqui éo Minas programa as nossas redes
eh todas são @ Minas programa vocês podem encontrar a gente lá a gente não é muito de rede social não apesar de ser da tecnologia bom vou começar falando sobre esse momento histórico que a gente tá vivendo né o momento que o Brasil enfrenta uma plataforma eh uma plataforma de de rede social eh um momento histórico no qual todos os nossos dados né todas as informações sobre nós são convertidas em fontes de lucro e essas fontes de lucro são apropriadas por poucas pessoas então na na nossa nossa discussão sobre tecnologia nesses 9 anos de atuação
a gente entende que não basta difundir o uso das tecnologias né E hoje a gente vai conversar um pouco sobre isso e um outro adesivo a gente gosta muito de adesivo o nosso público são as adolescentes e principalmente garotas Entre 16 e 24 anos então a gente também tem esses adesivinhos e nesses adesivos a gente colocou um trechinho do trabalho do pensamento de audre Lord que ela diz poesia não é um luxo e aqui a gente fez esse adesivo para compartilhar com as pessoas da nossa rede justamente essa ideia que a gente tem que obviamente
não é Nossa mas baseada na nossa ancestral e a gente acha muito importante reconhecer as que vieram antes da gente quando a gente diz de poesia nesse caso a gente tá dizendo que a poesia ela não é um luxo nas palavras de audre Lord ela é uma necessidade Vital da nossa existência ela é a forma ela forma a qualidade da Luz dentro da qual atribuímos nossas esperanças e sonhos em direção à sobrevivência e à mudança primeiros transformadas em linguagem depois em ideia e depois em ação mais tátil então a gente traz esse pensamento da audl
e porque muitas vezes a tecnologia ela é vista como um algo mágico que vai transformar a vida das pessoas por si só mas a gente tá vendo que a tecnologia ela proporcionou pelo contrário muitas desigualdades e muitos desafios e trazendo para um caso recente já relacionado ao tema da nossa mesa aqui isso é tão evidente durante a pandemia a evasão escolar de meninas e meninos principalmente negros aumentou muito no momento que tudo se volta pra virtualidade as aulas se tornaram online as relações eh se tornaram mediadas por internet sistemas de computadores um grupo muito específico
de pessoas foi ainda mais marginalizado ainda mais eh dificultado o acesso ao ensino e a outras formas de conhecimento então a gente entende poesia não apenas como o pensamento ocidental coloca né nas palavras de audre Lord como um encadeamento de palavras que geram algum significado mas a poesia é o processo através do qual as mulheres negras sentem as suas vidas visualizam as mudanças que querem e concretizam isso em Ação então a gente entende o nosso trabalho nas programam como esse trabalho de visualizar futuros de sonhos de imaginação e uma imaginação radical eh porque a gente
vive num país que crianças negras pobres indígenas elas não são eh convidadas a sonhar convidadas a imaginar futuros a pensar eh possibilidades e apenas pensar que a tecnologia ou uma solução de política pública vai resolver magicamente eh não se demonstrou correto nesse tempo que a gente vem atuando e a gente entende que quando a gente se coloca nesse lugar de entender que a poesia são as os pensamentos as coisas que abrem espaço pra gente realizar eh é o que começa a transformar né é o que começa a Gerar novos mundos e o Minas program surgiu
desse caminho dessa vontade de imaginar novos mundos porque quando a gente começou em 2015 A gente chegava para conversar com as garotas de 15 e 16 anos aquela pergunta clássica tá E aí você tá no ensino médio que que você pretende fazer qual vai ser os seus próximos passos as garotas que pensavam fazer alguma coisa assim de continu continuidade dos estudos falavam Quero ser professora uma outra uma advogada algumas trabalhar com moda isso 2015 era uma coisa muito diferente né de hoje apesar de não parecer tão distante quando você tem mais de 30 anos né
Eh e a gente começou a perceber que não é que não tinha vontade faltava perspectiva do que elas poderiam ser Elas não tinham referências de outras mulheres que estudaram que eh tinham profissões e a gente tá falando disso em São Paulo que é a nossa área de atuação principal né a gente atua na na região periférica em São Paulo e a gente percebeu que essa falta de sonhos de possibilidades de futuro que avam que essas garotas fossem atrás de estudar e tudo mais agora trazendo pros tempos atuais essa semana passada começou a circular na nas
redes sociais uma pesquisa de uma Startup sobre adolescentes e o interesse dos Adolescentes pelos estudos e essas novas formas de comunicação e nessa pesquisa dizia que mais de 70 por dos Adolescentes não tem mais interesse em continuar estudando porque eles querem ser influenciadores e ganhar muito dinheiro e e é muito louco porque há 10 anos atrás a realidade era outra o jovem ou não queria estudar por não ter esse conhecimento por não saber a possibilidade o que a gente percebe hoje é que a situação no ensino fundamental né no ensino eh médio não mudou tanto
no sentido de mostrar para esse adolescente para essa adolescente as possibilidades né muitas alunas que chegam no Minas program elas não sabem qual é o processo necessário para você fazer um vestibular para você fazer um Enem sizu Qual é o processo burocrático porque ess ninguém da família dessa pessoa passou por isso então ela não sabe qual é o e a própria escola não incentiva porque não é uma realidade uma pessoa que já é bolsista que vem de uma escola particular de uma escola pública mas e como os institutos federais escolas técnicas essa pessoa já vem
com uma mentalidade de continuar estudando eh muitas pessoas quando completam o ensino médio até hoje eu achava que isso era uma coisa do tempo dos meus pais até hoje as adolescentes completam já completei os meus estudos com o ensino médio completo porque não é uma possibilidade ainda por mais que exista n eh formas de ingresso o vestibular ainda é muito eh inacessível para muita gente né e bom a gente queria apresentar esse conceito de Alquimia digital e esse conceito ele tem é um conceito eh cunhado pela moia bile ele é recente né no trabalho dela
mas a gente já vem pensando coisas assim com a as organizações que vieram antes né porque a gente não se interessa só de falar do que a gente vem fazendo mas pensando nas organizações e pessoas que nos inspiram o esse conceito de Alquimia digital ele significa uma Praxis Projetada para criar melhores representações de pessoas marginalizadas por meio da implementação de redes de cuidados para além dos limites do digital e aí como exemplo no nosso caso brasileiro de organizações que se valem da tecnologia para proporcionar esses sonhos essa poesia essas novas possibilidades de de representação eh
a gente elenca entre essas organizações aqui o gueledés né no nosso no nosso podcast acho que no primeiro episódio né Esther a gente conversa com a sueline e e bom essa eh o Guedes ele foi a primeira organização do Brasil a ter um website uma organização de mulheres negras for uma coisa que eu não sabia fiquei sabendo recentemente com o podcast é a primeira organização no Brasil que tem uma página online aqui também a gente destaca a rede de Cyber ativistas negras que foi facilitada pela ONG criola e tem mulheres negras de todo o país
e aí pesquisadoras cientistas ativistas que são de fato referências eh paraas meninas negras que estão entrando na universidade que estão pensando em pesquisa acadêmica o blogueiras negras que a gente já é sei lá terceira geração né de de pessoas formadas aí pelo blogueiras negras que transforma o debate público de fato eh sobre gênero e raça e e trazendo essa aproximação do universo acadêmico também paraas jovens para as meninas o acun laab que trata sobre questões de direito raça e Tecnologia de forma interdisciplinar e essas são as referências depois eu posso passar o link dessa dessa
apresentação para quem quiser pegar essas referências que são alguns textos que a gente publicou eh um texto da Bárbara e o nosso podcast também que a gente trata dessas questões de forma mais aprofundada e esse livro ele é um livro iado pela Bianca Santana eh acho que é de 2019 Inovação ancestral de mulheres negras táticas e políticas do cotidiano esse livro tem disponível online para para acessar e gratuitamente e eu escrevi esse capítulo hospitalidade Radical para futuros feministas que a gente trata justamente dessa questão do Minas programo e e dessas possibilidades de vida que são
criadas a partir de uma mudança de prática eh dentro das nossas instituições e e bom desde o início a gente entende que a participação das mulheres negras nas áreas de ciências tecnologia Engenharia e matemática afeta diretamente a maneira como essas mulheres e suas necessidades ideias são representadas então por isso que a gente concorda tanto com audre Lord porque imaginar novas possibilidades não é um luxo eh eu lembro que quando eu passei no proni a primeira vez o meu pai fazia gracinha né porque os meus pais foram estudar depois E aí ele fazia gracinha Ah agora
vai ficar metida vai pra faculdade e tudo mais e hoje eu entendo que não é um luxo no interior tinha esse papo ela foi pra faculdade ela agora ela é Ela É madame e tal e essa mentalidade ainda existe ainda existe inclusive dentro de movimentos assim que a pessoa que ela busca uma formação superior e tudo mais que isso é algo como se fosse a cereja do bolo e não a massa que faz o bolo crescer mesmo né e bom pela vontade de transformar essas possibilidades de vida de meninas e mulheres que o Minas programa
foi criado convido vocês para entrarem no nosso site nas nossas redes e principalmente se vocês conhecerem jovens meninas adolescentes negras da periferia de São Paulo quem tiver nos assistindo nos ouvindo aí em casa no trabalho no no ônibus eh acompanha o Minas program em breve a gente vai ter mais oportunidad de Formação a gente oferece principalmente formação de introdução à programação mas agora esse ano a gente começou um novo projeto né Eh mais voltado para pessoas da áreas de humanas mesmo sobre justiça social e tecnologias digitais Então é isso agradeço muito a escuta de vocês
e muito obrigada [Aplausos] Po não quer ah vai ter Claro passaras pessoas Pode sim aí já pula vem muito obrigada Ariane convido a fala agora Eurico Pereira de Souza do Centro Cultural maum bem boa noite eh como já informado sou Eurico [Música] eh primeiro agradeço aqui o convite né pro seminário internacional eh Universidade de transformação e o o tema extremamente relevante eu eh vou contextualizar primeiro eu sou vinculado ao candomblé sou filho de uma casa de Candomblé né que nós denominamos o templo o que se seria Templo de Candomblé nós denominamos pelo yorubá e lê
el de Candomblé aqui em budas artes e também tem a minha formação nesse mundo que a gente veio para sobreviver Então sou formado em filosofia pela PUC de São Paulo e naquela luta de todos nós né eh 9 anos na graduação trancando três vezes para poder pagar isso nos anos 80 para 90 depois sai da Universidade vai trabalhar trabalhar depois 10 anos vem faz o mestrado aí tem as intercorrências da vida trava o mestrado faz um segundo mestrado vai trabalhar trabalhar trabalhar a gente trabalha sempre né mas não dá para conciliar trabalho e pesquisa nessa
batalha e depois sai do mestrado vai para as Universidades d aula depois volta paraa PUC E aí nos mais de 35 anos é o graduação mestrado e doutorado Essa é a batalha né é um Marco que tá aí presente em muitas pessoas da minha geração eh e e a minha exposição eh será o seguinte eu quero falar um pouco a partir das iniciativas do Centro Cultural maum mas a primeira parte eu quero contextualizar um pouco porque o Centro Cultural ele é vinculado a um Ilê de Candomblé como aqui iniciei a minha fala e aí no
momento seguinte só fazendo esse contexto onde a ess ilha de Candomblé Quais características porque lá existe um centro cultural e aí na segunda parte eu da minha exposição eu vinculo ao tema ao tema nosso aqui iniciativas em prol da democratização do acesso ao ensino superior então o o o Centro Cultural maum ele é vinculado ao Il candomblé afro brasileiro o delori Né que é o cuja liderança religiosa o nosso Babá É o Léo de logum Edé né E é em buud das Artes eh o o nosso Ilê ele do ponto de vista da expressão religiosa
ele desenvolve eh a linha de atuação em três cultos primeiro o culto aos Orixás que é o mais conhecido eh o culto aos egunguns né que os egunguns são todo um conhecimento ligado e um culto aos nossos ancestrais amigos e primeiramente familiares não é é um culto mais fechado ele não é aberto ao público não é e o terceiro culto que ler é o culto do ifá o ifá e é o processo de doutrina né Eh do do processo divinatório né é uma formação espiritual mas também intelectual também se assim pode dizer mas tem a
ver com os processos divinatórios então El ele tem esses três cultos tem as Então temos práticas conhecimentos rituais espirituais ligados aos três cultos bem eh localizado em bu das Artes e aí eh surgiu o Centro Cultural ma Gum e eh Por que que surgiu lá né porque nós partimos do pressuposto né de que todas as religiões Elas têm um lastro cultural né e o Candomblé eh além de ser uma religião é de origem africana ele tem as suas expressões culturais primeiro é isso segundo principalmente no no culto aos Orixás Vocês bem sabem que em certas
datas ao longo do ano nós temos o Xirê que é aquele encontro aberto à comunidade no qual ah os filhos da casa fazem uma festa que chamamos de festival eh em culto a certo grupo de orixá Dependendo da data e isso é aberto ao público e os filhos que são ligados a este aquele orixá incorporam então evidentemente que nessas festas abertas ao público as pessoas depois têm acesso ao centro cultural e por quê Porque o Centro Cultural ele tem uma exposição do Panteão dos orixás não é com as características de cada orixá né os seus
poemas sagrados que nós chamamos de ori e os arquétipos do Orixá e os esclarecimentos com aquela Esfera do mundo da cosmologia que aquele orixá domina quem conhece um pouco o Candomblé sabe que certos orixás dominam certas áreas da nossa cosmologia uns como Oxum do mundo da água doce né dos rios e manjar mais conhecido do da água do mar e assim por diante bom e é claro que as pessoas indam indo visitar o o hê indo na no Xirê Depois tem um momento em que elas conhecem o centro cultural e o Centro Cultural tem esse
papel de trazer as informações um conhecimento sobre a cultura do eh dessa religião afro-brasileira e também eh da cultura iorubá e e também o Centro Cultural ele veio se tornando pela quantidade de materiais ela veio se tornando um um centro de de pesquisa né base de pesquisa sobre a cultura a cultura yorubá e a cultura do da religião né dos orixás aí bom então esse é o contexto agora eu vou mais partir aqui para uma leitura e meu texto é breve eh eh já na argumentação na argumentação eh em em cima do tema da nossa
noite aqui bom eh no Ilê eh Há jovens que estão no ensino superior ora Na graduação ora no pós-graduação que por compreender a relevância dos aspectos culturais das religiões afros e cultura yorubá inclusive na convivência com o Centro Cultural começam a pressionar as Universidades as quais estão vinculados para uma interlocução do ambiente acadêmico-científico com a cultura afro eh inclusive aqui não tô dizendo só jovens eh tem as pessoas maduras como esse jovem expositor que não é nada jovem né então pelo menos aqui pelo menos aqui tem duas pessoas maduras do Ilê que que estão aí
estudando e evidentemente estamos nessa religião e a gente quer que a universidade ela faça interlocução com essa cosmologia não é bem eh por trás dessa exigência de ovens ao desejo de que a universidade consiga ter em sua interioridade a representação dos mais diversos grupos sociais com suas culturas e conhecimentos O que significa dizer que este local lugar por Excelência da aprendizagem junto com ensino e pesquisa se encontra positivamente exposto às pressões necessárias dos mais distintos grupos sociais que querem ver sua visão de mundo como objeto de estudo e pesquisa ora este processo de interlocução entre
instituições da sociedade civil e aqui uma que eu tô reportando é o Centro Cultural como tantas outras e as Universidades torna-se meio para democratização do acesso ao ensino superior porém se falamos aqui de organizações da sociedade civil pressionando a universidade em vista da incorporação das novas pautas como objetos de estudo e pesquisa por outro lado Tais organizações ao vocalizar esses interesses se colocam como aliadas das Universidades quando estas encaminham Tais demandas às outras instituições de Educação do Estado as quais devem se reportar por exemplo o Ministério da Educação Conselho Federal da Educação são secretarias estaduais
logo iniciativas em prol da democratização do acesso ao ensino superior envolve conflitos legítimos negociações interlocução e portanto contribuição e cooperação entre as organizações da sociedade civil universidades e órgãos do Estado Então veja que eh partindo dessa premissa nós entendemos que o Centro Cultural como outras organizações da sociedade civil eles ao mesmo tempo que eles trabalham no contato com a universidade e pressionam para que as pautas da Universidade do ponto de vista de ensino e pesquisa se tornem mais Ampla incorporem a diversidade eh do que é o Brasil do que é a cultura brasileira eh se
nesse se isso se se apresenta no primeiro momento como pressão por outro lado são essas instituições as grandes aliadas da Universidade no sentido de que a universidade é uma instituição também não só que está em disputa mas ela também está disputando com outras instituições do Estado sobre o seu papel social não é e nesse momento as organizações da sociedade civil se tornam também aliadas né É aquele velho processo contraditório da realidade social histó Como já dizia um filósofo bom esse é um aspecto o outro com relação ao centro cultural e um vínculo que nós temos
aqui com a USP que o Centro Cultural ele mantém uma parceria aqui com a USP em particular com o departamento de Antropologia por meio de atividades acadêmicas do Professor Wagner GES oor Wagner a estudos e pesquisas interpretativas do processo de formação das religiões afro-brasileiras em conexão com a cultura nacional o o Professor Wagner ele leva duas vezes ao ano um grupo de alunos de seus alunos para conhecer o centro cultural e entender um pouco mais para além do universo teórico O que é a cultura yorubá e os elementos constituintes da religiosidade do esta parceria é
fundamental pois primeiramente pela ação pedagógica do professor em questão H um esforço de fazer com que alunos futuros pesquisadores professores e cientistas possam viver o sentido da ideia de alteridade ou seja para muitos Talvez um momento das primeiras compreensões do que permeia a cultura afro seus valores suas cosmologias e seus princípios ora alunos que tenham a oportunidade de tal experiência pedagógica que diga-se é também resultado de parcerias com organizações da sociedade civil certamente se constituirão como agentes mais receptivos à democratização da função social da Universidade por buscar representar os mais diversos setores da sociedade esses
alunos estarão mais receptivos a contribuírem para iniciativas em prol da democratização do acesso ao ensino superior e além disso eh no caso de parte desses alunos que conhecem o Centro Cultural maum talvez alguns eh podem se colocar como futuros estudiosos das religiões afros né na Med di são alunos do curso de antropologia e desse modo Eles já T um contato né e um vínculo com o Centro Cultural para ser uma das bases fonte de suas pesquisas é isso que queria apresentar para vocês tá bem é isso [Aplausos] aí Eurico agradecemos a sua apresentação e convidamos
a fala viea do coletivo coletivo Negro betita deixa só achar ele aqui bom boa noite acho que vocês me escutam bem né falo um pouco baixinha mas acho que vocês me escutam bem e eu sou a Natália e eu estou aqui representando o coletivo bitita que é um coletivo eh formado por estudantes do Instituto de biociências acho que a minha fala aqui ela vai ser mais um relato de experiência sobre a vivência da adoção das políticas afirmativas que nós tivemos recentemente no ano de 2021 dentro do programa de pós-graduação da ecologia bom então ali no
cantinho Sou eu eh eu sou bióloga formada pelo do IB sou também professora do ensino formal e Educadora popular e atualmente eu fui aprovada no PC então Começarei aí o meu mestrado é muito animada obrigada obrigada E eu trouxe essa imagem porque eu achei que era importante contextualizar que eu tô representando um grupo que na verdade é um grupo muito maior do que eu que foram todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente no processo eh que levou a nossa conquista da reserva de vagas e eu acho que esse provérbio ele significa muito em quando a
gente pensa nesse processo inteiro que eu só estou aqui porque todas essas pessoas estavam lá eh de alguma forma inclusive as que vieram depois algumas até em consequência do processo então achei que era importante contextualizar eh o nosso coletivo ele chama bitita que é uma homenagem a a Carolina Maria de Jesus que foi uma grande autora brasileira Infelizmente não tão reconhecida em sua época quanto ela deveria ter sido mas felizmente estamos vivendo um processo de reparação para que ela seja de fato reconhecida como a grande autora que ela é e a Carolina Ela é uma
figura que dialoga muito com a identidade do coletivo Então ela é uma pessoa que conseguiu modificar um mundo que ela não estava feita com e eu entendo que um pouco do movimento do nosso coletivo desde a sua origem lá em 2016 tem um pouco dessa perspectiva de tentar transformar uma realidade que para nós não é acolhedora não é agradável então o nosso coletivo surgiu dentro do contexto da greve da USP lá em 2016 que culminou na adoção das cotas pelo sistema do Enem né pelo cisu e éramos em três pessoas e aqui você vocês Já
conseguiram ver que chegou uma galera né então tudo começou com o nosso sonho ali três pessoas em 2016 e hoje felizmente o coletivo tem mais de 15 pessoas que compõem esse grupo que a gente são principalmente pessoas da graduação que são reflexos da adoção de políticas afirmativas né então acho que isso é muito importante a gente pontuar também e e é isso então o nosso nome é em homenagem a uma pessoa que a gente admira bastante que é atita bom eh primeiro já vou pedir desculpa para vocês pelas referências porque eu sou bióloga E aí
eu tentei construir uma narrativa um pouco mais né natureza então aqui a gente vai tentar contextualizar um pouquinho sobre como foi o nosso processo de chegar até a comissão coordenadora da pós-graduação e pautar a proposta que a gente tinha então tudo começou com o coletivo bitita a gente se reuniu em 2021 Então imagina contexto de pandemia todo mundo isolado e a gente conseguiu mobilizar aí uma força muito grande para sentar num grupo de cinco ou seis pessoas né Na época todo mundo no Google Meet e a gente leu por semanas eh dezenas de editais de
universidades federais e outros institutos que já tinham reserva de vagas eh voltadas para pós-graduação desses editais todos a gente foi selecionando os que eram mais parecidos e os que faziam mais sentido dentro do que a gente gostaria de propor Então essa foi um proto edital que a gente apresentou a comissão coordenadora da ecologia em uma reunião formal nesse momento a ccp a comissão coordenadora resolveu abrir um grupo de trabalho para que esse grupo de trabalho pudesse trabalhar numa proposta para ser representada a a comunidade da ecologia e elaborar um novo edital esse grupo de Trabalho
Acho que é importante eh ressaltar que ele era um grupo que era muito diversificado então tinham representantes docentes decentes representantes do coletivo representante de funcionários do departamento então desde da origem foi um processo que foi pensado com muita muito cuidado para ser o mais inclusivo possível que a gente estava falando né de da adoção de polí afirmativas adoção de políticas de inclusão então desde o começo da formação das pessoas que estavam pensando sobre o Edital já foi um um movimento de Vamos tentar incluir o máximo que a gente conseguir então o grupo de trabalho trabalhou
aí por mais um mês talvez eh redigindo o edital Então nós pegamos o edital da ecologia e pensamos na distribuição das vagas como a gente iria propor isso da maneira que fizesse mais sentido para aquele grupo GR ao longo dessas reuniões eh dos encontros do grupo de trabalho Nós também tivemos várias reuniões de Formação com pessoas que foram convidadas para ajudar a gente a pensar no melhor modelo possível pro nosso edital ainda antes de apresentar o edital pra comunidade o coletivo preparou um simpósio com quatro ou cinco temas que foram apresentados à comunidade da ecologia
Porque era importante pra gente que todo mundo que fizesse parte Daquele programa entendesse a importância das ações afirmativas e aqui eu acho que é importante eh pensando agora que a preocupação que a gente tinha na época era que essas políticas afirmativas elas fossem de fato abraçadas pela comunidade do programa que não fosse uma um movimento que surgiria dentro daquela composição da da comissão e depois em algum outro momento ela fosse questionada ou invalidada então todo esse movimento de reunir fazer simpósio fazer reunião apresentar foi para de fato que as pessoas entendessem o quanto aquelas ações
eram necessárias e urgentes e depois do simpósio nós tivemos outros muitos espaços de de discussão então fomos conversar individualmente com os professores com todo mundo para que todo mundo de fato entendesse a importância do movimento que a gente estava propondo disso nós passamos paraa apresentação eh da Comunidade estudantil então no departamento de Ecologia da Bio eh Os estudantes eles são bastante organizados e eles têm um movimento de discutir bastante entre si então a proposta do edital foi apresentada numa Assembleia para que os estudantes também tivessem oportunidade dentro da dessa categoria de discutir e se posicionar
na plenária nós tivemos a presença da representação estudantil e dos professores que de fato votariam sobre a Adesão ou não do edital com a proposta que a gente estava defendendo felizmente eh por unanimidade o edital foi aprovado e essa foi a proposta que a gente conseguiu aprovar em 2021 na pós-graduação da ecologia eh foi foi muito importante eh então pros cursos de mestrado e doutorado nós defendemos desde o começo uma reserva de 50% de vagas para pessoas pretas pardas e indígenas eh no começo isso foi um ponto bastante debatido mas a nossa posição foi sempre
defender uma proporção que refletisse minimamente a proporção das pessoas negras na na população brasileira né então a gente não não estava confortável com a ideia de negociar menos do que 50% E além disso eh acho que uma grande Vitória também além da reserva foi a implementação das vagas supranumerária Então essas vagas elas são destinadas a pessoa com deficiências pessoas TRANS e pessoas oriundas de comunidades tradicionais então esse edital a gente celebra muito porque foi uma vitória muito grande especialmente no nosso curso né Ciências da Natureza é um curso que tende a não discutir muito sobre
inclusão O que é uma grande esquisitice né pensando que o nosso objeto de trabalho é a diversidade Então chega até a soar estranho assim um pouco impalatável que a gente não trate de diversidade humana da maneira como a gente deveria mas eh Esse é um dos editais que tem a maior reserva de vagas dentro da Universidade de São Paulo a gente tá ali depois do programa do diversitas né que ppg HDL ppg HDL muito bem que em um ano reserva 80% das vagas e não chegamos aí ainda mas a meta é essa e aqui eu
coloquei só um um cartaz da época do simpósio né então nós os temas sobre identidade racial um pouco do contexto da luta por ações afirmativas desigualdade e afinal Por que a gente estava defendendo as cotas dentro do programa então aqui é o resumo de tudo né então em 2021 aprovamos por unanimidade o nosso edital que desde então segue assim com 50% de vagas mais as vagas prumer e aqui um pouquinho dos frutos que geraram depois desse nosso movimento então então depois da adoção das políticas afirmativas surgiu a comissão permanente de ações afirmativas que é a
copaf que age junto a ccp cuidando para que as políticas afirmativas sejam implementadas e que elas sejam eficazes e que elas sejam de fato ocupadas pelas pessoas de direito daquelas vagas Então já no primeiro edital a gente já teve a formação da copaf e no edital seguinte de 2022 a copaf conseguiu aprovar a formação de uma uma comissão de hetro identificação então nós também contamos com um mecanismo que garante que as pessoas que estão ingressando no no programa são pessoas de direito e além disso a copaf também é muito preocupada com o acolhimento e o
pertencimento das pessoas que estão ingressando no programa que a gente entende que não é só a pessoa entrar né ela precisa se sentir pertencente a tudo que tá acontecendo ali outro fruto que a gente também celebra muito é a formação do curso preparatório ou o ecurso que foi foi uma iniciativa pelos estudantes do curso de pós--graduação que também tem a preocupação de acolher Os estudantes que estão eh inscritos na reserva de vagas esses estudantes passam por várias oficinas e nessas oficinas eles são ajudados a se preparar para prova então já é ali um primeiro movimento
de ajudar as pessoas a fazerem uma prova porque geralmente as pessoas que acessam o ecocursos são pessoas de outros estados que não t eh muita noção de como são as provas Daquele programa específico então os alunos do programa fizeram esse movimento de acolher até mesmo antes da prova e da aprovação no vestibular do vestibular não desculpa no exame e um outro fruto que a gente também tem bastante orgulho foi o projeto que nós desenvolvemos que é o narrativas e experiências negras na ecologia foi um programa que a gente fez com financiamento de um edital em
parceria com o departamento de Ecologia e aqui a a gente registrou a experiência de três pessoas ligadas à ciência que estão trabalhando dentro dessa perspectiva de inclusão e também contando um pouquinho da história deles né porque no nosso passado a gente tem pessoas negras como objetos de estudo né E não como produtores de conhecimento Então esse projeto Ele trouxe um pouco desse resgate da nossa participação ativa em projetos e aqui e é o que nós temos atualmente no instituto de biociências então este ano outros três programas de pós-graduação aprovaram reserva de vagas então o ppg
da botânica eh aprovou um edital com 20% de reservas e atualmente temos dois editais que ainda estão abertos que é o pós-graduação Em genética e o de Zoologia E aí eu destaco muito o programa de Zoologia Porque além da reserva eles também estão reservando o uma metade das bolsas para os estudantes que forem aprovados e contemplados pela política afirmativa Então isso é de fato um um Marco muito importante né porque a gente começou isso imagina lá no Google Meet e agora a gente tá vendo todos os programas do nosso da nossa da nossa faculdade se
movimentando em prol dessas políticas e aí para terminar eu queria trazer esse pensamento da Angela Davis em a liberdade é uma luta constante em que ela diz que nós temos que rejeitar de maneira radical a noção de que a história é feita por indivíduos especialmente os chamados heróis acreditar que as pessoas comuns juntas são capazes de fazer Coisas extraordinárias é uma ideia revolucionária E aí essas aqui são algumas das pessoas comuns que fizeram essa revolução essa coisa extraordinária que a gente tem super orgulho e algumas estão inclusive até aqui eh e é isso gente aqui
eu deixei eh o e-mail do coletivo o nosso Instagram tem o Instagram também do ecurso que é super bacana porque eles divulgam todos os processos de seleção das pessoas que querem se inscrever e o site do programa de pós em Ecologia lá tem o Edital tudo bonitinho e é isso obrigada [Aplausos] eu tô amando esse jogo das cadeiras que a gente tá fazendo Ah cadê bom quanta fala inspiradora né Não só na fala mas atitude organização implementação parabéns Obrigado por estarem aqui compartilhando com a gente tanta iniciativa tantas ações e tanta revolução extraordinária e hoje
felizmente é também aniversário de Paulo Freire E aí pensando nisso tem um uma fala dele que a leitura do mundo precede a leitura da palavra e na fala de vocês três me foi muito muito acolhedor ver a potência da leitura de mundo de todos que precederam e que estão com vocês e que vocês transformaram em ações né o tema o nosso tema hoje iniciativas em prol da democratização do acesso ao ensino superior e na coletividade Vocês trouxeram isso então eu queria fazer assim uma pergunta pequena para vocês de quais hoje quais são se vocês puderem
elencar Um Desafio e uma potência que vocês estão vendo bem próximo de vocês do próximo passo porque vocês trouxeram uma trajetória belíssima pra gente e ela ainda não terminou ela só se multiplicou então se vocês puderem compartilhar isso com a gente um próximo o desafio e uma potência obrigada quer fazer pergunta se alguém quiser fazer pergunta só levantar a mãozinha tá pode eh eu acho que uma pergunta difícil que não sei se eu enxergo Um Desafio Só talvez eh o que eu acho que no contexto que a gente teve foi que e assim muito bem
as políticas foram foram aprovadas mas como a gente garante que essas pessoas terão acesso então às vezes eh a ação Pode não ter sido tão divulgada ou a gente não sabe como romper essa bolha né porque de repente fica tudo circulando muito dentro da nossa própria Universidade Então me parece que esse ainda é Um Desafio fora todas as questões ligadas à permanência porque às vezes a pessoa consegue entrar mas ela não tem condições Mater de se manter na pós-graduação ou na graduação Enfim então acho que pensar em inclusão divulgação desses editais e também em condições
materiais que permitam que essa pessoa conclua é um grande é um grande desafio E aí de novo ressaltando porque que eu acho que a discussão das políticas de bolsa são tão importantes a gente precisa garantir que essas pessoas tenham condições de se manter nos seus cursos não a gente tem um um um mecanismo de entrada e fuga né porque não tem como e potência eu acho que cada vez que a gente vai ocupando espaços a gente vai abrindo portas né então eu tenho bastante confiança bastante fé também que as pessoas que estão entrando agora vão
alargar esse movimento e vão trazer outras pessoas e assim a gente vai conseguir transformar de fato a nossa realidade acho que é um pouquinho por [Aplausos] aí bem eh no caso nosso eu vou contextualizar só uma situação de cada item colocado aqui desculpe uma situação de cada item falar de um desafio e de uma potência no no centro cultural maum eh na medida que ele tá ele é vinculado a um Il de Candomblé eh nós temos também muitos membros do nosso Ilê que ainda não percebe a potência que pode ser o trabalho do Centro Cultural
entendeu isso é normal eh qualquer grupo de pessoas ainda mais como qualquer religião que vai recebendo adeptos eh por vezes eh não percebe a potencialidade do ponto de vista social e cultural que o centro pode cumprir na própria sociedade Então esse é um Desafio né de envolver mais membros do nosso Ilê no sentido não precisa ser só envolver diretamente mas de compreender o papel social de um centro cultural que pode difundir a cultura urubá e todo o lastro cultural das religiões afro né Então esse é um um desafio eh eu creio que a potência é
o fato de que eh no nosso espaço nós estamos tendo eh um número maior tanto de jovens e pessoas maduras se vinculando à universidade ou alguns já vinculados à universidade há um bom tempo e isso para nós se torna uma potência no sentido de que a ponte entre universidade o mundo do do ensino da pesquisa com a cultura afro ela vai se tornar mais relevante mais potente mais consistente isso é um processo histórico eu tenho uma impressão que quando a gente ouve nesses momentos aterradores de que a própria experiência de uma sociedade que tem traços
profundamente violentos e conservadores marcados pela sua história para além do fenômeno mundial do fascismo eu tenho uma impressão de que por exemplo se a gente ver a nossa história o Brasil e o Brasil recentemente eh muitos setores da sociedade saíram do armário com luta e não vão voltar facilmente não vão voltar pode se imaginar um fechamento e mas não vai não vai não é no sentido eh de amplos setores sociais com amplas expressões culturais né então eu imagino que há uma potência aí de uma aproximação maior de vários setores com a universidade e isso vai
fazer com que eh novos conhecimentos novas ideias novas reflexões novas pautas surjam e estão aí para prosseguir na própria história e uma nova história que tá se fazendo é [Aplausos] isso bom eh os desafios que a gente encontra no Minas programa Eu já falei um pouco eles têm muito a ver com os desafios da contemporaneidade mesmo né Principalmente porque as pessoas com quem nós trabalhamos para as quais as nossas atividades são realizadas elas estão numa fase de descoberta de si de descoberta da vida As adolescentes e muitas vezes são as primeiras das suas famílias a
terem uma oportunidade de mudar de de vida de narrativa de fazer uma coisa diferente do que a mãe e a avó fizeram então eh a gente tem toda a edição do nosso curso de introdução à programação que a gente já fez várias edições de diversos formatos cada vez a gente tá aperfeiçoando esse curso mas eh a nossa maior eh nosso maior desafio diante dessa formação que acaba sendo a formação que impulsiona a jovem A continuar na graduação porque elas se inscrevem ah eu tô num curso que só tem homem eu não tô mais querendo ficar
e não sei o que vou fazer esse curso para ver se se tem uma sobrevida aí e mesmo assim as dificuldades de permanência eu me identifico muito com com a fala de todos hoje porque a dificuldade de permanence por mais que exista uma vontade de de estudar de de adquirir conhecimento de fazer parte de uma comunidade a manutenção eh às vezes por não reconhecer os as os próprios ganhos que existem naquilo né às vezes essa falta de reconhecimento mesmo eh dessa oportunidade Então essa questão da evasão é uma questão muito preocupante pra gente que a
gente tenta diversas formas e aí principalmente depois do contexto da virtualidade né Depois que que tudo virou online que as coisas viraram online eh as aulas não conseguem durar mais que 2 horas então essa permanência a atenção essas esses desafios do contemporâneo eh nos atingem assim Acho que por essa questão da tecnologia também muito forte só que por um outro lado quando a gente começou em 2015 a gente era a única organização que fazia uma formação assim só para meninas só para meninas negras e hoje a gente vê diversas organizações inclusive as primeiras participantes do
na época a gente era um coletivo agora a gente é uma ongia também por questão de captação de recursos de poder participar eh mais ativamente das decisões mas quando a gente começou hoje as primeiras alunas são professoras na nossa organização em outras organizações estudaram se formaram tão incentivando a as filhas as amigas as outras alunas trabalham em instituições e tudo mais e e elas são eh exemplo paraas outras Então o que a gente vê é que o nosso trabalho vai trazendo a nossa potência também né as pessoas que passam pelo Minas programo elas se tornam
embaixadoras dessa dessa nova forma de se ver né Elas se Torn inspiração pras outras alunas então agora já se tornou uma coisa que que a gente é aquele papo Ah você é do Minas programa ai você fez o Minas programa Ah então vou indicar uma pessoa e tal então a gente percebe que a gente constrói uma rede e esse fortalecimento ela ela é a coisa mais importante porque a gente não precisa necessariamente eh ir atrás de algumas coisas elas acabam chegando até nós a é muito exemplo de PR para mim aqui então Eh é muito
bom isso saber que o esforço ele não é tão grande depois que já começa né parece que quando junta mais gente junta aquela vontade fica os desafios continuam mas fica mais fácil de de continuar eu acho que é isso e eu acho que também uma outra coisa que particularmente é muito potente é a gente quebrar a ideia de que tecnologia é coisa lá das da Poli lá das ciências exatas E aí agora a gente vê meninas aqui da geografia da história pensando não vou fazer um curso de análise de dados porque isso vai acrescentar paraa
minha pesquisa eu vou estudar R eu vou estudar Python e a gente já fez um curso em parceria com cebrap também e vê só pessoas estudantes de humanidades ali querendo pensar tecnologia querendo discutir as questões de tecnologia por eh por um olhar interseccional pela perspectiva racial de gênero social isso é muito importante porque a gente tá num momento que todo mundo diz que a inteligência artificial vai fazer tudo e que não é verdade Obrigada Alguém gostaria te fazer alguma pergunta mais eh conhecença Primeiramente boa noite meu nome é Maria sou lá do IB também queria
primeiro agradecer os espaços as falas acho que todas muito inspiradoras eh de muitas maneiras eh e aí eu acho eu não tenho uma pergunta muito bem estabelecido acho que foram algumas coisas que que ficaram um pouco na cabeça que tem estado um pouco no meio Imaginário que eu acho que tem a ver com disputa de espaço disputa de narrativas Então eu acho que uma é uma pergunta um pouco mais específica outra um pouco mais geral primeiro eu tava pensando sobre essa questão das redes sociais né e de como que por exemplo como foi comentado hoje
talvez 70% dos jovens que estão muito nas redes não estejam pensando em seguir eh pro ensino superior né as perspectivas de carreira de vida de ascensão social são outras E aí fiquei pensando né enquanto organizações políticas sociais eh tanto organizações de esquerda ou enfim outros meios que estão tentando disputar essas narrativas quão importante e possível é que a gente esteja tentando também disputar narrativas dentro de ambientes virtuais seja em redes sociais sejam em outros em outros locais né porque acho que existe toda uma lógica de monopólio dentro das grandes empresas de comunicação que é muito
difícil de adentrar mas é importante que a gente continue tentando ou não Ou a gente precisa disputar em outros espaços fiquei pensando até como que se chega né nessas pessoas por exemplo para falar do Minas program eh para alcançar Talvez hoje já tenha uma uma uma dimensão que é mais fácil chegar nas pessoas mas antes disso era mais fácil chegar por meio da das próprias redes sociais das mídias sociais em si ou não Ou você traz por por por por outros meios né fiquei pensando um pouco sobre isso E aí nessa questão de disputa de
de narrativas e disputa de espaço eu fiquei pensando eu fico pensando muito no próprio ambiente Universitário né a universidade esse ambiente acadêmico ele é gestado dentro dentro de um seio colonial e e numa lógica extremamente homogeneizante Então eu fico pensando sobre isso né como que a gente consegue também eu acho que todas essas políticas de ações afirmativas são uma maneira da gente tentar ultrapassar esse esse ambiente homogeneizante Mas também como que E aí um pouco queria saber sobre a percepção de vocês de como que vocês acham que a universidade tem recebido essas tentativas de diversificação
que acontecem aqui dentro que eu acho que claro que mudar as pessoas que estão pensando a universidade muda o tipo de conhecimento que a universidade produz a partir da daqui mas dentro de uma perspectiva de de de quem tá aqui travando essas lutas tem existido espaço para isso para isso acontecer essas iniciativas têm sido bem recebidas ou ainda existe resistência aqui dentro em relação às tentativas de tornar esse ambiente mais diverso e era um pouquinho isso que ia trazer Obrigada quem quer começar a responder agora você pegou no nosso cal ghar de Aquiles porque a
gente não acredita em rede social no Minas programa né É É engraçado porque sempre entram pessoas novas para trabalhar junto com a gente e tal e aí todo mundo sempre tem a ideia com essa questão da evasão por exemplo Ah mas não teve tanto Interesse nessa turma especificamente às vezes teve edição de ter quase 1000 inscritas para 30 vagas e teve vez de ter Cent e poucas e a gente Meu Deus esse ano não teve só que a da mesma forma que a rede social atinge muitas pessoas ela também atinge com viés ela enfim e
aí a gente sempre questiona o quanto vale a pena a gente se dedicar criar uma campanha de comunicação adotar um personagem ficar colocando os nossos dados biométricos ali e nenhuma de nós é comunicadora nós somos cientistas pesquisador bastante Peão de no trabalho assim então a gente não tem muito essa vontade e também como o nosso público é bem mais jovem que a gente a gente entende que não tem nenhuma identificação assim etária e tal então a gente absolutamente não acredita que a e também tem essa questão né você vai colocar no Instagram ou no falecido
Twitter vai ter que engajar promover de que é quase uma loteria então todo o esforço que a gente poderia ter a gente prefere fazer coisas assim participar de eventos porque a gente acha que a gente chega mais diretamente teve um um problema que a pandemia trouxe porque antes a gente fazia as coisas no território a gente ia lá para São Mateus fazia atividade isso de fato Você conhece as pessoas que trabalham ali naquele naquele espaço naquela instituição e agora não depois que a gente foi pro virtual a gente não conseguiu mais agora a gente tenta
fazer uma atividade ou outra eh mas isso acabou se tornando mais difícil e é muito difícil competir com os algoritmos né A forma como aquilo foi feito a gente acredita muito que inclusive as instituições T que largar mão de estar tão em rede social e Ter suas próprias e plataformas os seus espaços aprender tanto é que uma das nossas atividades é Word pretas que é uma oficina de WordPress para que as pessoas saibam fazer o seu próprio site e não dependam tanto de rede social para criar suas comunidades manter os seus conteúdos por exemplo quem
trabalhou tanto tempo no x agora o site saiu do ar todo o seu trabalho de engajamento e de tudo mais se perdeu então a gente não faz esse caminho pela rede social a gente acha que para nós falta bastante recurso de mobilização social Seria algo muito importante pra gente fazer mas presencial no território com as pessoas conversando não na rede social Isso é uma ilusão que tá todo mundo pirando na minha opinião e das meninas do min programa que tá todo mundo ali gritando só que a gente não tá chegando em quem a gente quer
chegar e bom Só passando para outra pergunta como a universidade recebe essas iniciativas de inclusão como eu tô no ppg HDL é um pouco diferente eu imagino dos outros programas de pós-graduação porque é de fato é uma realidade muito diferente do que servo em todos os outros programas da USP Então eu acho que que os meus companheiros eles podem contribuir mais sobre isso eh de todo modo eu parabenizo muito esse programa porque é algo que quando eu soube quando eu vi eu falei eu não acredito que existe isso na USP e é é realmente uma
mudança de paradigmas dentro da universidade olha Eh eu vou focar mais na segunda questão faço as minhas palavras sobre redes sociais as considerações da colega eh e aqui na a minha avaliação a partir da segunda questão como é que dentro da Universidade a gente enfrenta essa disputa porque a universidade tem uma história tem uma cultura estabelecida e tá havendo um processo de transformação de de passagem o tema aqui do seminário e Primeiro lugar eu vou somente Aproveitar alguns dados que apareceu segunda-feira à noite a noite de abertura dois dados somente que a a pró-reitora de
inclusão e pertencimento colocou de algum uma quase alguns dados de diagnóstico feito aqui pela USP dos diferentes cursos emno na questão da inclusão eh eh do povo negro indígenas e assim por diante TRANS e assim por diante e desse modo eu quero dizer que primeiro no meio dessas disputas o trabalho aqui do ppg HDL seminários como esse ele é fundamental porque é o momento também de fazer a própria instituição USP refletir sobre o seu papel social e sobre o alargamento do seu papel social é mais um momento de disputa é conflito e negociação foi importante
a pró-reitora chamar atenção da preocupação de não se fazer o que ela chamou um conceito interessante de inclusão perversa maravilhoso di a ideia de inclusão perversa ela diz o seguinte não basta a instituição somente incluir e fazer esse jovem ou essa pessoa madura que vem pra instituição adquirir o que o bordier dizia o hábitos de um acadêmico e deixar as suas origens e deixar as suas perdeu o contato com as suas origens isso isso seria uma forma de inclusão perversa é você transformar o indivíduo que tem uma história e no processo pelo qual ele entra
na universidade existe um padrão sei lá se a gente pode dizer um padrão ocidental se eu pego aqui o curso de Filosofia um padrão a partir da filosofia francesa da Leitura estrutural de texto e formata esse jovem no curso e ele ao longo dos anos se ele conseguir resistir graduação mestrado e doutorado ele já não tem mais nenhuma contato com as suas origens Ora para que houve inclusão ela chamava a atenção para Esse aspecto que eu achei assim muito importante e da fala da pró-reitora uma consciência a universidade é feito por pessoas então uma consciência
pelo menos de grupo de pessoas aqui do desafio que tem a frente para desenvolver realmente uma inclusão como deve ser n é e ela também situou que faz parte desse processo histórico aqui dentro a constatação de que realmente há tensões tensões fundadas em conflito de classe de raça crença gênero e que pululam aí né pelos cursos pelos departamentos entre os alunos entre os docentes os novos docentes que estão chegando então ela chamava atenção desse aspecto e o terceiro aspecto que é como se só para concluir eh estudiosos aí do do Brasil no final do século
XIX Você tem o povo negro André Rebolsas e outros e até o branco Joaquim Nabuco falava o seguinte essa experiência da escravidão que o Brasil enfrentou pode acabar ela na lei e tal mas as consequências dela e e e na verdade quando o programa faz Esse seminário quando a pró-reitora faz apresenta os diagnósticos a gente tá vivendo eh como é que a universidade como uma perua que fura o pneu e continua andando e a gente troca o pneu andando quer dizer como é que a universidade luta no fundo contra a desigualdade ao mesmo tempo que
nós temos agentes diuturnamente que trabalham para manter a desigualdade qus aprofundar também então Eh são situações mesmo de disputas o que eu acho que a gente tem que lutar é focar porque tem alguns outros agentes políticos que estão querendo dizer digo governador de Estado de São Paulo que há disputas que não são legítimas não disputa conflito são legítimas é o olhar do outro com outro e vamos negociar n é é [Aplausos] isso eh eu acho que sobre a sua primeira pergunta né em relação Acho que mais tá bom eh em relação a tecnologias essas coisas
todas acho que eu posso is oferecer uma perspectiva um pouco mais focada que é a perspectiva de uma Educadora no ensino básico né Então é quase humanamente impossível disputar a atenção com o celular e uma coisa que eu acho que é muito contundente é o looping de emoções que os estudantes consomem em segundos então eles vem uma coisa que é muito engraçada e eles vem uma coisa que é muito triste e nenhuma expressão eh muda ali né então acho que eu compartilho um pouco dessa preocupação na verdade compartilho muito dessa preocupação que são todos os
processos de ensino e aprendizagem que estão sendo prejudicados porque a atenção deles não está ali né a atenção deles dura o tempo de um reels e geralmente a aula dura um pouco mais Então eu tenho ali 15 segundos de interação com os meus estudantes antes deles perderem o foco e pensarem em outras coisas eh eu eu eu realmente acredito que isso é um Desafio muito grande por outro lado eu acho que a gente não pode só eh dentro do meu contexto né eu não posso só punir o uso de celular e não pensar em estratégias
para que eles sejam incorporados dentro da minha prática de ensino de uma maneira proveitosa então a gente acho que nesse contexto a gente precisa de fato pautar uma educação que seja um letramento digital que eles entendam o que tá acontecendo com a cabecinha deles né a gente chama de dopamina barata né quando eles recebem um monte de estímulos muito rápidos de prazer e depois ficam super deprimidos e estressados e ansiosos então talvez um dos nossos Aliados aí nesse movimento seja tentar ajudá-los a entender Quais são os efeitos disso tudo e também pensar em ferramentas digitais
que possam potencializar a aprendizagem então ok se se o virtual é uma demanda a gente precisa pensar em alguma forma de acolhê-la dentro do nosso processo pedagógico Isso é muito difícil muito difícil porque cai no lúdico né E aí eles às vezes perdem um pouco a proposta do ensino E aí vira um jogo então é é difícil não tem uma resposta para isso desculpa e sobre tentativas de mudanças a usel é bastante resistente né mas eu tendo acreditar que a gente é é mais e parte disso são as mudanças que a gente vê acontecendo né
somos somos mesmo e é isso foi a última Universidade entr estaduais a aderir à política de reserva de vagas pelos vestibulares mas aderiu Então eu acho que eu tô falando isso numa perspectiva de que é muito difícil e a gente tem consciência de que é muito difícil mas a gente tá construindo alianças a gente tá fortalecendo nossas redes de apoios e a gente não não pode ter perspectiva de que a gente vai descansar Enquanto essa Universidade não tiver a cara que a gente deseja que ela tenha por mais demorado que isso seja e eu acho
que isso é um ponto muito sensível porque a gente tem muita pressa né são séculos aí desse Eco de de escravidão e a gente tem muita pressa mas a gente também tem muita vontade então eu eu acredito que algumas coisas para mim quando eu entrei aqui em 2015 eram impensáveis por exemplo uma pró-reitoria de inclusão e pertencimento para mim isso era uma coisa impensável e hoje ela existe e eu nunca imaginei que eu fosse ver um programa de pós-graduação reservando metade das vagas e hoje isso existe então Tentando Manter aí um pouquinho do otimismo é
difícil para caramba mas eu acho que a gente é bastante resiliente também nesse [Aplausos] Ariane Eurico Natália muito obrigada obrigada por tanta partilha e tanta esperança factual vocês estão trazendo ações que a gente pode fazer E vocês estão nos motivando a fazer parte desses coletivos e dos números não estamos aqui sozinhos estamos porque muitos estão e porque todos vocês estão então também muito obrigada pela presença de vocês Lembrando que ao sair tem o QR code para vocês marcarem a presença pro certificado e amanhã às 17 horas a gente tem uma mesa de parceria entre movimentos
sociais e universidades no ingresso de refugiados à Pátria na na pós-graduação e às 19 a gente tem uma outra mesa com o tema de atenção à diversidade na educação e políticas afirmativas para pessoas idosas na pós-graduação pessoal boa noite muito obrigada [Aplausos]