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Boa tarde estamos ao vivo gente sejam bem-vindos novamente a coloco direito neoliberalismo e contemporaneidade transversalidades críticas vamos agora paraa Nossa mesa oito cujo tema é direito neoliberalismo e feminismo nossas pantes são professora Isilda Cristina henson é doutor em filosofia pela Universidade de São Paulo onde também concluiu magistrado de graduação seu trabalho pesquisas concentra na área de filosofia contemporânea em ênfase com temas relacionados ao Vital à criação à subjetividade e também à questões de gênero e Estudos feministas e decoloniais é professora associada do curso e do programa de pós--graduação de Filosofia na Faculdade Federal de São
Paulo Unifesp além de coordenadora da aula de igualdade de gênero e diversidade sexual do escritório de ações afirmativas da pró-reitoria de pós--graduação e pesquisa da Unifesp é também vice-coordenador do GT filosofia e gênero dof e M da Rede Brasileira de mulheres filósofas professora Leia Pinheiro Barbosa é Doutora em estudos latino-americanos pela Universidade Nacional autônoma do México com sanduí com Centro de Estudos superiores do México e Centro América Professor adjunto da Universidade Estadual do Ceará e o programa de pós-graduação em sociologia no mestrado acadêmico intercamp em educação e ensino e no centro de humanidades líder do
grupo de pesquisa pensamento social e epistemologia do conhecimento mento da América Latina e Caribe tem experiência na área de educação processos territoriais e movimentos sociais indígenas e camponeses na América Latina investiga as seguintes temáticas pensamento crítico latino-americano ontologias e epistemologias indígenas e camponesas movimentos sociais campesinos e indígenas Educação do campo agroecologia feminismos latino-americanos e a professora Carla Benites Martins que possui graduação em direito pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita magistrada em direito pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutorada em sociologia pela Universidade Federal de Goiás foi professor adjunta no curso de direito da
Universidade Federal de Jataí e atualmente é professora adjunta no curso de bacharelado interdisciplinar em humanidades da Universidade de integração internacional da lusofonia afro--brasileira Unilab no campo dos Malês Bahia integra o GT de criminologia crítica e movimentos sociais e coordena o GT de gênero e sexualidade no Instituto de Pesquisa direitos e movimentos sociais Então já passo a palavra pra professora começar sua fala por favor professora tem que ligar o microfone Professora desculpa é o clássico né Desculpa então agradeço então ação eh só uma pequena correção já eu já não sou mais já já a minha participação
na na no escritório de ações afirmativas já se encerrou Já acabou meu minha participação lá e também no GT de Filosofia e gênero então só essa pequena correção eh eh eu agradeço então a a aos organizadores as organizadoras do evento eh particularmente ao professor Silvio gadel eh que me fez o convite eh e pela oportunidade então de est aqui com vocês e de poder compartilhar Saúdo aqui as minhas colegas companheiras de mesa professora Lia Pinheiro professora Carla Benites É uma honra e uma alegria est com vocês aqui nessa mesa eh Então vou trazer a minha
vou falar um pouco so de maneira geral né sobre esse tema não eu não vou vou aprofundar muito né a a vou ficar no tema mais geral mesmo da mesa direito neoliberalismo e feminismo e eu gostaria de começar lendo uma pequena chamada de uma notícia na Folha de São Paulo aliás Foi uma foi noticiado não só na folha em vários outros os principais jornais né mídias na época mas eu vou ler a a notícia publicada na Folha de São Paulo no dia 24 de junho de 2015 que diz o seguinte durante a abertura dos jogos
mundiais dos povos indígenas nessa terça-feira dia 23 a presidenta Dilma russef surpreendeu ao fazer um cumprimento especial à mandioca e ao criar uma nova categoria na evolução humana as mulheres Sapiens Dilma segurava nas mãos uma bola cinza escura a qual colocou debaixo do braço quando se dirigiu ao público para para fazer de improviso seu discurso ela disse para mim essa bola é o símbolo da nossa evolução quando Nós criamos uma bola dessas nos transformamos em homo sapiens ou mulheres Sapiens disse entre risos discretos ou escrachados e comentários irônicos ou debochados tivemos a notícia assim de
que Dilma tivera a ousadia de Pretender introduzir um novo na discussão sobre a evolução humana a saber a figura da mulher os risos e deboches se deveram em princípio presume-se ao fato de que seja de conhecimento geral que homo sapiens designa tanto o gênero masculino quanto feminino Dessa espécie primitiva que a ciência corrente afirma ter sido o ancestral hoje presente no homem contemporâneo Lembrando que no mesmo sentido homem contemporâneo também designa ainda hoje tanto o indivíduo do gênero masculino como a espécie humana ou o humano Universal cujo nome científico é precisamente homo sapiens sapiens eu
poderia me pôr a discutir aqui e nem precisaria ser longamente sobre os propósitos possíveis para então Presidenta da República colocar em questão a sua invenção poderíamos falar por exemplo da possibilidade dela ter lançado mão da expressão mulher e Sapiens talvez com certo humor e um pouco de ironia quem sabe visando enfatizar O que há já muito tempo mulheres feministas mais precisamente em todos os campos da ação e do pensamento denunciaram a saber a assimetria que universais do tipo homem seja na sua versão Latina homo seja na versão da língua moderna homem instaura algo muito bem
sintetizado no célebre prefácio do segundo sexo de Simone pouvoir que diz a relação dos dois sexos não é a das duas eletricidades de dois polos o homem representa H um tempo o positivo e o neutro a ponto de dizermos os homens para designar os seres humanos tendo-se assimilado ao sentido sigular do vocábulo vir o sentido geral da palavra homo a mulher aparece como O negativo de modo que toda determinação lhe é imputada como limitação sem reciprocidade mas não é exatamente sobre os possíveis propósitos desse discurso de Dilma Rousseff que eu gostaria de falar aqui mas
mais precisamente ao que entrevejo de certo modo e de maneira ainda mais contundente como um possível entre outros fundamentos menos para a fala dela do que para as reações predominantemente hostis e debochadas a ela essas reações segundo o percurso de apresentação que compartilho a partir de agora com vocês no eh eh nos levarão ess essas reações segundo o percurso que eu compartilho agora com vocês nos levarão a outra fala de outra mulher não presidenta mas primeira ministra de uma das grandes potências econômicas mundiais atuais o momento é o dos anos 80 do século XX a
potência é a gr GR Bretanha a mulher a então primeira ministra Margaret tcher eh e agora para fazer esse percurso A partir de agora eu vou me basear muito fortemente num eh num estudo da da Wendy Brown né publicado no livro desfazendo as demos a revolução furtiva do neoliberalismo eh Que eu saiba não tem tradução eh pro português a não ser de um capítulo ou outro que foi produzido eh traduzido e publicado em como artigos de revista faço menção especial ao terceiro capítulo eh em que ela trata da relação entre o homo políticos e o
homo eeconômicos né e particularmente fazendo referência ao estudo de Foucault bom voltando a Margaret tatia em Declaração feita durante a sua conhecida campanha para a neol liberalização da Grã Bretanha nos anos 1900 80 Margaret toucher dispara E aparentemente sem nenhum humor e muito menos ironia algo a meu ver particularmente significativo para o que interessa discutir aqui ela diz aspas não existe isso de sociedade existem apenas homens e mulheres individuais e suas famílias fecha aspas a distinção dos gêneros masculino e feminino aqui é notória e certamente não sem propósito feita Nesse contexto do discurso sobre a
vida humana em sociedade a declaração para boa parte de seus ouvintes foi merecedora não de risos e deboches como aconteceu com a de Dilma Rousseff mas bem ao contrário de aplausos no entanto não evidentemente devido ao reconhecimento por parte da primeira ministra de que Afinal os seres humanos possuem gêneros uma obviedade talvez ainda maior do que a do homo sapiens e mesmo assim em termos já que como a gente acabou de ver no campo do universalismo epistêmico por exemplo científico filosófico linguístico Universal coincide necessariamente com o gênero masculino mas em razão e isso a Wendy
Brown sublinha do que essa frase Explicita sobre o que seja para uma neoliberal uma unidade básica da sociedade essa unidade seria constituída pela família a qual por sua vez seria constituída de indivíduos não universais sejam eles o homem ou o homo mas seres generificados basicamente homens e mulheres faça uma nota que vale a pena a gente ressaltar aqui que os Neos Neos liberais são caracteristicamente conservadores também como tal tem a tendência a ontar suas concepções fechadas de indivíduo tanto quanto a raça a diferença de gênero a orientação sexual a família ég seexual nuclear e tudo
mais eles buscam enraizar cada uma dessas coisas de uma natureza e não nas Forças e estruturas de poder submetem livremente a família e o indivíduo a uma determinação supostamente biológica e agem no sentido de relacionar um com o outro como se os meios para isso acontecer não fosse de fato questão pois bem a unidade da a a questão da unidade básica na Esfera social o indivíduo ou a família se mostra relevante no contexto de uma reflexão crítica que envolve o problema de um mundo humano concebido como um mundo de unidades competitivas de Capital autossuficiente tão
bem caracterizado na lógica do neoliberalismo e que conforme aprendemos com Foucault não suprimem precisamente um sujeito de direito Afinal o aparato legal repressivo e suas operações materiais não desaparecem Mas se sobrepõe a ele na medida em que é o sujeito de interesse o homo eeconômicos nesse sentido a unidade é o que precisamente importa tendo em vista que a própria lógica indefinida de acumulação do Capital típica do liberalismo converte-se como mais uma vez nos mostrou Foucault em modalidade subjetiva a ponto de destituir a soberania política o homo político do campo da economia tal como compreendida modernamente
Isto é como economia política fundada sobre a incognoscibilidade da totalidade do processo econômico o homo eeconômicos aparecerá para a racionalidade neoliberal cito agora uma passagem bastante conhecida de nascimento da política como a única ilha de racionalidade possível no interior de um processo econômico cujo caráter incontrolável não contesta mais funda ao contrário a racionalidade do comportamento atomístico do homo eeconômicos assim o mundo econômico é por natureza opaco cont tudo e de volta à frase de Margaret tcher o que encontraremos nela apresenta os termos mas não responde claramente se no contexto neoliberal em questão a unidade social
é Afinal a família o indivíduo Universal homo eeconômicos ou generificado a considerar o estudo de Wendy Brown a este respeito Essa falta de clareza não se deverá provavelmente a Nada como um descuido uma falta de jeito distração ou necessidade de improvisar um discurso nem também por outro lado há uma estratégia discursiva uma retórica de ocultação de respostas um disfarce ou uma dispersão como assegura Brown neste caso estamos lidando não apenas com uma omissão analítica ou com o repúdio da natureza humana presente nas formulações liberais e neoliberais ao invés disso estamos a lidar com o mundo
feito e governado por essa omissão e repúdio também a vida na Esfera social precisa ser opaca no entanto Contrariar talvez talvez em alguma medida esse Logos operador do neoliberalismo enquanto do modo sistema de vida interessa ao menos acredito a aquelas que na intersecção de raça e gênero se encontram entre as mais violentamente impactadas por ele ser feminista tem Afinal a ver com isso isso de procurar tornar um pouco mais nítido o quadro ao qual as práticas de vida parecem estar condicionadas sigo portanto com Andy Brown a fim de acompanhar sua contribuição para essa questão a
qual por sua vez nos conduzirá ao pensamento acerca daquilo que a nós mulheres se mostra não apenas comprovável passível de comprovação mas também empiricamente comprovado a saber a subordinação de gênero agora teórica e politicamente invisível é intensificada e alterada de modo fundamental pelo neoliberalismo essa intensificação ocorre essencialmente pela via do encolhimento da privatização do desmantelamento da infraestrutura pública de Apoio às famílias crianças aposentados a responsabilização no contexto da privatização dos bens públicos penaliza as mulheres na medida em que elas são as que mais se responsabilizam por aqueles que não podem ser responsáveis por si mesmos
nesse sentido a essencialização da da família torna-se um requisito essencial não uma característica acidental da privatização neoliberal de bens e serviços prue como procede Wendy Brown e aqui eu vou citar literalmente é assim pois que o velho problema do gênero do liberalismo é intensificado pelo neoliberalismo De que modo seria ele transformado por uma racionalidade político-econômica caracterizada apenas por capitais concorrenciais grandes ou pequenos ora quando há Apenas o capital corporativo financeiro o que desaparece analiticamente ao já Marginal trabalho do Lar sua extensão como um trabalho voluntário cada vez mais indispensável em escolas e comunidades no contexto
do desenvolvimento público e a divisão generificada de trabalho entre o mercado e o lar agora desprovidas de espaço na linguagem visual e discursivamente ausentes da consciência pública essas forças que moldam as vidas das mulheres são intensificadas pela privatização de bens outrora públicos e pelo encolhimento de benefícios do trabalho de meio período no qual as mulheres sobretudo são empregadas fim da citação isso explicaria em boa medida porque por exemplo em várias partes do Mundo incluí no Brasil é comum mulheres ganharem bem menos do que seus correspondentes masculinos ocupando os mesmos cargos e funções e serem radicalmente
subrepresentadas no topo de todas as profissões e mesmo como mostram as estatísticas que possuem um maior nível Educacional comparativamente aos homens após o ensino médio se destacarmos a variável raça e falarmos de mulheres negras por exemplo a distância torna-se ainda mais brutal professora 5 minutos tá tá o fato é que as mulheres ainda permanecem as maiores responsáveis pelos trabalhos assistenciais das mais diversas formas Principalmente aqueles oriundos do meio da família fato é também e como destaca Brown que a linguagem do capital humano responsabilizado e individualizado não pode metabolizar muito menos explicar essa combinação de efeitos
sucesso e insucesso de modo que não é por acaso que vez por outra aqui ali somos obrigadas a ouvir coisas do tipo dessas Dito pelo economista Laurence Summer como lembrou a Brown e acho que aqui vocês devem se lembrar também dessa fala lá nos idos do dos anos eh 2005 que na qualidade de reitor da Universidade de Harvard a propósito de uma pergunta sobre a desproporção de fato existente entre homens e mulheres na ciência acadêmica alegou que essa que ela que essa desproporção se deveria as diferenças nas habilidades inatas próprias a cada gênero diferente para
homens e mulheres né os homens seriam mais propensos para áreas da ciência e mulheres não enfim diante desse quadro e ainda com relação à questão da unidade operacional essencial relativa ao homo eeconômicos ousaria perguntar agora e mesmo correndo o risco de ser também ridicularizada aqui pelos meus ouvintes e minhas ouvintes aqui presentes quanto a Ele o homo eeconômicos subsistiria apenas sim parasitismo com a mulher Econômica ou não seria má ideia começarmos a considerar a possibilidade de se conceituar algo como um domo econômicos eu de fato não sei se essas perguntas fazem não sentido em todo
caso não tenho dúvidas de que as respostas jamais sairiam do discurso de uma Margaret tcher por exemplo e aposto que não exatamente em razão do Medo do ridículo o essencial de toda essa discussão e propósito principal dessa comunicação consiste enfim e apresentar não mais uma em meio às já incontáveis dentre as pertinentes e muito bem fundamentadas críticas feministas ao universalismo teórico e epistêmico que sustenta da produção do pensamento linguagem ciência no chamado Norte Global Mas levar essa questão ainda mais longe abordando algo relacionado ao que chamo de Face mais negativa das discussões mais comummente empreendidas
sobre a realidade da vida no contexto neoliberal ou seja pondo em relevo em discussão mais o que esta Nega e esconde do que afirma e mostra indo direto ao ponto termino eh quer dizer termino aqui minha fala com a fala de Wendy Brown o homo eeconômicos Universal abstrato não é contudo simplesmente uma fuga ilusória ou ideológica em sua negação das pessoas e práticas que constituem sustento à vida humana ao contrário quando o homo eeconômicos se torna a verdade governante quando organiza as leis condutas políticas e os arranjos cotidianos os fardos e a invisibilidade sobre aqueles
indivíduos e práticas excluídos se intensificam eh então Eh eu concluo aqui a minha fala e fazendo saudações por fim da minha parte às mulheres sapiens sapiens obrigada bom Professora Muito obrigado já passo Então os professores estão aplaudindo aqui e já passo então a fala para professora por favor professora pois Boa tarde a todas todos e todes eh que nos estão escutando agora pelo canal do YouTube Eu gostaria de fazer uma audiodescrição né Eu sou do Nordeste estou falando aqui do Ceará no nordeste do Brasil eh sou uma mulher né afro-indígena ou indígena afro como queiramos
né também denominar com cabelo longo crespo eh preto Estou usando o óculos também com armação preta meus olhos são castanhos escuros tem os lábios eh mais grossos estou com uma uma blusa bordada né uma blusa eh de cor eh fúcsia com bordados no Tom né marrom caramelo e azul e estou aqui né sentada atrás de mim tem uma estante eh com livros eu vou aqui colocar minha apresentação eh para nós eh dialogarmos essa tarde né dentro de um tema E aí eu já gostaria também em nome da comissão organizadora do evento agradecer né Eh está
essa tarde com vocês e ao lado também de colegas eh que admiro e conheço também a partir de trabalhos lidos delas e também de atividades em comum que nós participamos dentro da mesa né direito neoliberalismo e feminismo Eu tratei também de trazer algumas reflexões mais pontuais porque o feminismo ele é plural né e a gente é importante esclarecer isso eh de início para não eh ficar a sensação de que estamos excluindo marginalizando ou invisibilizando o conjunto né Mais amplo da luta feminista mas eu trouxe né A minha a minha apresentação a partir da concepção de
direitos na Perspectiva dos feminismos latinoamericanos e caribenhos mas tratando né de apresentar algumas experiências eh específicas que são fundamentais principalmente a partir dessa desses últimos 30 anos aqui na nossa região que tem sido eh marcado pela implementação do neoliberalismo e o que isso eh tem sido eh qual o impacto do ponto de vista teórico do ponto de vista também jurídico e até mesmo né em termos de debate político e da práxis política da luta social latino-americana e caribenha e dentro dela né a própria luta feminista como é que tem sido feita a análise e a
própria condução e construção de estratégias para pensar a dimensão dos direitos negados mas também a conquista e construção de novos direitos E aí para isso né Eu gostaria de destacar para quem tá vendo a imagem né Quatro imagens que vão mais ou menos aí demarcando né Eh a partir de quais lutas eu quero dialogar para pensar essa perspectiva dos direitos desde uma perspectiva feminista eh a primeira delas né uma imagem das mulheres indígenas zapatistas que eh no final da década de 90 mais precisamente em março de 1993 deram a conhecer a primeira lei revolucionária de
mulheres né que foi uma lei construída pelas mulheres zapatistas e que ela constitui a primeira né do conjunto de leis que são parte da Justiça autônoma do movimento zapatista e que foi construída antes mesmo do próprio levantamento armado que aconteceu ao final desse ano né na noite do dia primeiro 31 de dezembro primo de Janeiro de 1994 quando o movimento zapatista faz a sua insurgência armada as outras imagens né E aí a primeira imagem do canto superior direito né também faz parte dessas vozes eh que são parte também dessas lutas de 500 anos de história
da construção né do processo de resistência do movimento negro e em particular né a própria luta das mulheres negras dos feminismos negros e também como tem sido debatida a perspectiva de direitos eh a partir delas e as outras duas das nossas lutas mais eh recentes do Século XXI eh que tem tido tanto um lugar de incidência jurídica eh do ponto de vista da luta e denúncia também né do do do processo de desaparecimento e assass inato de mulheres Mas também de ampliação de direitos eh que tem sido feito pela onda eh feminista do Século XXI
principalmente a maré Verde eh e o movimento nenhum a menos né ou nenhuma mais a depender aí de onde de onde seja né a expressão do movimento aqui na América Latina então eu destaquei né essas quatro e virão outras também ao longo da minha exposição para mostrar como essa essa trajetória de luta das mulheres que tem mais de 5.000 anos porque o patriarcado ele existe há mais de 5.000 anos e nós estamos né as nossas ancestrais elas estão nesse processo de resistência também desde que o mundo é mundo né mas que recentemente dentro de um
recorte né de emergência do neoliberalismo Elas têm sido fundamentais para pensar do ponto de vista mesmo da elaboração de uma teoria social eh como nós podemos eh não só analisar o processo né de desenvolvimento do capitalismo na história recente dos nossos países né final do Século XX e início do século XX mas pensar também como eu disse ao início eh como construir realmente um movimento eh praxiológico em termos né de lutas populares em que que as o conjunto de propostas que são construídas no âmbito dessas lutas Elas têm né um profundo sentido também ético-político e
também um um processo de contribuição fundamental em termos né de denúncia de que os processos de dominação eles não podem ser analisados unicamente a partir de uma vertente Econômica mas que ele deve ser pensado a partir né do que seriam essas múltiplas formas de dominação que tem um recorte obviamente né dentro de um antagonismo de classes eh que é parte né característica é a a própria identidade eh de de existência do capitalismo como sistema de dominação Global mas que essa essa esse processo também de dominação ele vai ter também outras Vertentes outros fundamentos outros Pilares
de ordem patriarcal de ordem étnico racial e dentro também do que seriam essas metamorfoses né de uma condição colonial e capitalista eh que nós herdamos nessa longa noite dos 500 anos como dizem né os povos zapatistas e que também né a gente embora 500 anos atrás né ou 500 anos à frente a gente tenha tido aí muitas transformações a gente ainda tem né fortemente essa esse caráter Colonial presente dentro né da estrutura de funcionamento das nossas sociedades tanto num plano interno Nacional como também dentro de uma escala geopolítica eh e de relação entre o norte
global e o sul Global bem uma contribuição principal que eu gostaria de destacar dentro né Desse conjunto de lutas mais contemporâneas a partir dos casos né que eu apresentei é o fato de que né no âmbito dessas lutas essa crítica à modernidade essa crítica também ao sujeito de direito que é algo também que que que marca a própria trajetória das lutas feministas em diferentes geografias e diferentes tempos históricos desde uma perspectiva mesmo de denúncia eh que a o próprio surgimento da modernidade ele ele surge também com essa determinação de quem é o ser e o
não ser né e dentro do direito também eh já com o capitalismo né o próprio surgimento da propriedade privada e a própria definição de um direito né um sujeito de direito ele vai ter realmente essa perspectiva que inclusive já foi mencionada pela professora Isilda eh de um masculino como um sujeito Universal e dentro de uma perspectiva androcêntrica eh essas lutas que são empreendidas pelas mulheres indígenas as mulheres negras as mulheres camponesas as mulheres também das grandes periferias né em condição condições periféricas elas vão também problematizar né e aprofundar também esse debate tratando né de dizer
que esse essa perspectiva do sujeito ela tem né Eh primeiro essa negação da própria existência delas e deles né delas como mulher mas também deles como sociedades né que foram também colonizadas e sociedades que foram escravizadas e sociedades que também não tiveram acesso né a esse reconhecimento de uma cidadania né E que esse processo também ele é parte dessa crítica a uma concepção de cidadania que ela é restrita a um determinado tipo de sujeito e também aá uma determinada escala que é o próprio âmbito produtivo e individual ou individualizante que é o que marca também
a própria Constituição da sociedade moderna capitalista né durante o século XIX mas que ela vai se consolidar durante o século XX e que essa consolidação ela já vai demarcar de entrada né todo um uma ampla maioria da sociedade eh que sequer vai ser reconhecida como sendo um cidadão de de direitos e menos ainda uma cidadã de direitos né se a gente coloca aí o lugar né jurídico da mulher e quando falamos né de mulheres indígenas negras camponesas essas aí sequer vão ser reconhecidas como um ser porque dentro eh da própria constituição do estado moderno ainda
vai prevalecer do ponto de vista jurídico eh essa esse caráter Colonial né de best alização desses sujeitos e de uma conformação né de projeto político em que não há lugar né para mulheres ou ou sociedades né indígenas camponesas negras né por outro lado eh dentro desse processo de construção dessas lutas a gente observa né como eu mencionava que esses movimentos eles não só começam a construir ou dar continuidade a processos de resistência luta reivindicação e construção de projetos também de caráter emancipatório eh a partir das dos próprios processos políticos nos quais elas participam mas começam
também ou dão continuidade a um processo de elaboração teórica eh trazendo inclusive conceitualizações eh novas perspectivas também para pensar o espaço público privado a própria disputa da hegemonia e a própria concepção de direitos eh que vai interpelar tanto esse caráter né do do direito individual né Eh e esse direito também que pensa numa perspectiva do masculino como ser Universal mas vão inclusive ampliar essa perspectiva de uma concepção de direito ou de direitos eh que vai emergir a partir da das próprias complexidades eh presentes nesse sujeito coletivo feminista e aqui a gente tem né tanto o
própria a própria ampliação dessa Esfera do direito eh a partir do reconhecimento não só dos direitos produtivos mas também reprodutivos e com esses movimentos uma ampliação inclusive para além né dessas duas esferas como eu vou tratar de expor aqui e aí eu queria né trazer já diretamente alguma alguns feminismos concretos como o caso do próprio feminismo negro ou os feminismos negros considerando né as experiências que vão também se diversificando dentro das nossas regiões e também nos nossos contextos nacionais de inclusive reivindicar essa perspectiva né do direito à própria vida né Eu acho que eh o
próprio movimento e e e o vidas negras importam né o o black lives Mara eh tem sido dentro da luta mais contemporânea uma voz eh fundamental inclusive para reivindicar o direito à vida né como um direito fundamental eh considerando de fato todo o processo de genocídio da Juventude Negra né nos nossos países e juventudes né que estão justamente são elas as que estão expostas a todas a a essas consequências né da implementação da política neoliberal eh nos últimos 30 anos são elas que estão mais sujeitas a uma condição de marginação social pelo fato né dessa
desse próprio processo de ausência de um estado eh e de uma política social né que atenda efetivamente né a a as condições dando condições de vida digna nas periferias urbanas eh e a prevalência de um estado que ele para nada é mínimo quando ele está ali justamente para a partir dos seus próprios aparelhos de reprodução da violência eh principalmente das forças militares eh está presente dentro das regiões periféricas das nossas grandes periferias eh agindo né de forma violência violenta contra essas juventudes então aqui a gente vê né a partir do próprio feminismo negro como uma
primeira concepção de direito é o próprio direito à vida né Esse reconhecimento também dessa vida eh para a população negra a população periférica a população negra carcerária que também é majoritária e principalmente né dentro dessa denúncia de uma necropolítica diretamente relacionada com os corpos negros ou corpos Também racializados logo a gente vai ter também eh dentro 5 minutos né dentro desse process Esso todo o próprio surgimento né do movimento nenhum a menos e o conceito de feminicídio que eu acho que esse é marcante dentro do direito porque a Marcela lagarde que foi né uma das
das teóricas né que a partir do do próprio processo da sua pesquisa ela também né construiu o conceito de feminicídio a gente consegue ter um impacto direto no âmbito do direito eh com a construção também da tipologia do crime para o caso né de assassinato de mulheres né E como isso tem sido fundamental inclusive dentro da resistência e dos processos de denúncia de poder criminalizar e caracterizar que não é um assassinato qualquer né e obviamente a maré verde com toda o processo também de luta pelo direito ao aborto né livre eh e e igualitário né
para todas as mulheres dentro dessa denúncia também desse controle dos corpos como sendo também parte dessa maquinária também do Estado eu tenho pouco tempo então eu vou avançar aqui para colocar né mais dois elementos que eu gostaria de deixar aqui eh dentro dos 3S minutos que me cabem que é também trazer a contribuição do movimento de mulheres indígenas e camponesas e negras dentro também da centralidade do território como sendo esse elemento que eu coloquei ao início de ampliação dos direitos para além dos direitos reprodutivos e dos direitos produtivos tratando de Fato né de eh apresentar
dentro né de uma concepção de luta a importância né da Defesa do território a partir do conceito de território corpo terra e eu acho que esse tem sido digamos dentro das lutas feministas e de impronta ao capitalismo neoliberal mas também ao capitalismo por espoliação né as mulheres indígenas principalmente Elas têm Tratado de recuperar essa concepção ontológica do território a partir mesmo né de uma perspectiva de construção de uma unidade dialética da nossa existência para além da nossa condição humana né Eh e eu acho que isso também é um elemento importantíssimo para nós pensarmos dentro do
direito porque a gente ainda vem de uma construção né de uma ciência moderna que ainda tem um caráter androcêntrico e antropocêntrico como se também né Essa concepção do direito eh e o direito do capital de nos expropriar ele é justificado eh sobre essa máxima né de que a natureza ela deve ser transformada para atender às necessidades humanas e as mulheres né indígenas e camponesas Elas têm trazido uma discussão importantíssima para mostrar que nós sequer somos o centro né das da o da existência que se a a natureza não existe o ser humano também deixa de
existir né E E isso tem sido também um debate filosófico um debate político um debate econômico e um debate também eh construído Né desde a perspectiva de luta dessas mulheres e que tem já eh eh tido seus resultados inclusive para pensar essa Perspectiva da construção dos itos da natureza né então aqui a gente tem o caso do movimento de mulheres indígenas no Brasil né que tem pautado essa discussão Mas tem sido ampliada também dentro de outros movimentos como no caso da articulação de mulheres eh do campo da Via Campesina Internacional e aí a gente vê
como as mulheres Elas têm estado na frente dessa discussão para mostrar como a natureza desse dessa natureza né de expropriação da da natureza ela afeta nossos corpos mas não só os corpos das mulheres ela afeta né a própria existência da vida dentro né desse processo e de como né é importante eh discutir essa essa perspectiva né de que a a defesa da vida ela vai também para além dos nossos corpos né Ela vai para além dessa perspectiva uma vez mais né de caráter mais antropocêntrico então eu gostaria de encerrar aqui né A minha exposição tratando
de destacar essas contribuições né e e colocá-las também n no centro porque tem sido parte dos debates mais contemporâneos eh construídos aqui a partir das experiências de luta das mulheres na América Latina e no Caribe e muito obrigada pela Muito obrigado professora eh gostaria de lembrar e incentivar o site o chat a formular perguntas para nossos palestrantes né que ao final de suas falas eh para enriquecer o debate elas vão responder as perguntas então passo para de imediato para professora Carla por favor professora Olá boa tarde a todas as pessoas que nos escutam e um
prazer estar aqui quero agradecer muito a todas toda a equipe adora desse colóquio internacional tão potente com tantas mesas interessantes com tantas pessoas participantes eh com qualidade né e um perfil crítico eh realmente é um evento admirável e Fundamental né nesses tempos então parabenizar aí todas as pessoas organizadoras e agradecer pelo convite e pela confi também agradecer né a oportunidade de estar aqui com essas duas grandes mulheres que me antecederam em suas falas tão potentes e importantes né de reflexão aí fundamental pro tema então também um prazer dividir esse espaço com a Isilda e a
Lia eh antes disso antes de começar já tava esquecendo né Lia fez aí o chamado né importante para que a gente faça Nossa audio descrição eu vou fazer isso agora um pouco tardiamente porque me esqueci né Acho que estamos todos aí em processo de aprendizagem também né mas eu sou Carla Benites eh eu sou uma mulher Sis ã relativamente jovem meus 37 anos eh eu tenho cabelos curtos lisos castanhos eh tenho olhos meio puxadinhos eh um rosto redondo estou com uma blusa Florida eh e com um fundo eu tô num espaço sindical e o fundo
né da minha tela aqui a minha parede eh tem imagens de manifestações populares trabalhadores e trabalhadoras aqui na cidade de Brasília onde eu estou localizada nesse instante eh bom vou agora iniciar né A minha intervenção vou tentar ser cuidadosa aqui com o tempo né que também é importante né que a gente eh se atente a isso então tô aqui também controlando meu próprio tempo para não não ultrapassar eh dizer que vou vou buscar também fazer algum tipo de interlocução com as colegas né com que ela já nos trouxeram eh nas falas anteriores e dizer que
quando eu tomei contato né com o tema da mesa eu me me me coloquei no exercício de tentar fazer a relação né dessas três três palavras que compõe a nossa mesa né então como é que a gente pensa essa relação entre direito feminismo e neoliberalismo e aí eu vou tentar fazer um esforço aqui de pensar a relação eh primeiro né né Eh entender né porque o por da opressão das mulheres no capitalismo será algo e inerente intrínseco a a a essa relação social eh e aí entender né as qualidades desse processo eh no neoliberalismo e
no que a gente pode chamar de uma crise do neoliberalismo eh né então na contemporaneidade da mesma forma tentar entender eh eh qual a relação entre direito e capitalismo e as suas características no neoliberalismo e dentro disso né Como que o movimento feminista historicamente se coloca na relação com o direito eh no combate às opressões no capitalismo e quais são as né os perigos as Encruzilhadas né que a gente presencia nessa atual etapa do capitalismo né então vou tentar colocar isso de maneira muito sucinta né né Eh mas tentando fazer essas relações né Eh entre
eh direito capitalismo na etapa neoliberal e qual o papel quais né Os desafios da luta feminista Nesse contexto eh Bom começar então dizendo que eh muito a partir né do que as colegas também Já trouxeram eh eu no meu caso né acho importante dizer que eh trago aqui né uma uma uma compreensão do tema desde o ponto de vista teórico marxista eh mais particularmente aqui né Eh desde um Marxismo crítico né ou seja um Marxismo que se coloca eh em em profundo diálogo com eh outras Vertentes do pensamento crítico né então Marxismo que sim se
coloca como decolonial né eh e e um Marxismo então e a gente pode dizer que ele é em construção né então desde uma perspectiva heterodoxa mesmo né Eh do Marxismo e mais particularmente aqui trazendo as contribuições do Marxismo feminista da teoria da reprodução social né que de alguma forma dialoga bastante com eh aspectos que foram trazidas pelas minhas colegas né anteriormente E aí dentro desse ponto de vista né eu eu eu começo colocando que eh a gente parte né Eh Nessa fala da compreensão eh de que de fato né nós vivemos relações sociais de gênero
que são estruturalmente pautadas na desigualdade eh na ordem social do Capital né eh e que ao meu ver é fundamental que a gente busque entender né Quai qual quais são as bases materiais das opressões de gênero no capitalismo né então Eh para que a gente possa né responder né às questões do que que determina a divisão sexual do trabalho né as desigualdades de gênero o que que determina a divisão de papéis sociais de gênero eh o que que determina a divisão dos espaços de poder a divisão do espaço público e do espaço privado né Eh
eh para mim a a a questão de fundo né que nos faz compreender essas relações sociais de gênero desiguais no capitalismo é de fato eh partir de uma noção que rompe de alguma forma com essa divisão do que que seria eh a estrutura e a Cultura né o econômico e o cultural né mas que desde um ponto de vista aí eh materialista né vá perceber o quanto que a a raiz fundante desses processos né de desigualdade Ela está de fato na na imposição de uma forma muito particular de produção e reprodução da vida no capitalismo
né Eh isso dialoga com vários aspectos que a que as colegas trouxeram ao tratar por exemplo da dimensão da da da da produção da vida no capitalismo do trabalho doméstico né a Isilda com seus exemplos né Lia trazendo toda a questão que envolve aí outros modos de vida né A partir principalmente das cosmovisões eh indígenas né Eh e outras formas de produzir e reproduzir a vida né Eh eh para além do Capital mas eh e é importante que a gente de fato pense né nessas dinâmicas de produção e reprodução da vida no capitalismo né E
entendermos que a lógica de acumulação capitalista é determinada em última instância nessa forma de produzir e reproduzir a vida né existe uma relação codeter minada entre os âmbitos da produção e da reprodução da vida né Eh e que de certa forma a produção determina em última instância as os limites da forma de reprodução da vida no capitalismo né Eh isso é importante que a gente diga para que a gente Perceba o quanto que se isso caracteriza as relações sociais capitalistas isso ganha tons ainda mais alarmantes né O que o Walter Benjamim vai dizer né de
Eh acionarmos aí o freio de emergência né esse esse momento que a gente vive que a gente tá aqui chamando né como eh talvez a crise né do neoliberalismo essa etapa do do capitalismo que o Michel lovi vai dizer que é o momento da crise de muitas crises né que não é uma crise meramente Econômica ela é uma crise humanitária ela é uma crise ecológica ela é uma crise eh também da reprodução social né Então essa relação codeter minada de produção e reprodução da vida no capitalismo que é condição para os processos de acumulação centralização
eh de Capital ela eh atinge seus limites absolutos nessa etapa né Eh do capitalismo e a corda fica esticada né e a a as condições de reprodução da vida né as instâncias da reprodução social elas eh estão num num num contexto de tanta sobrecarga que Beira ao insuportável né e a gente vive o que algumas teóricas desde outros lugares né eh teóricos vão chamar como crise do cuidado né E que a gente vai chamar aqui Como a crise da reprodução social né então acho que esse é um primeiro passo né entendermos essa relação eh intrínseca
entre desigualdades de gênero e capitalismo entendermos eh as bases materiais dessa opressão e o quanto que isso ganha um grau de limite absoluto né e de insuportabilidade na no neoliberalismo né Eh bom isso no primeiro aspecto no segundo momento acho que é importante a gente pensar essa relação entre direito e capitalismo né E aí aqui né Eu eu acho depois eu vou dialogar um pouquinho com a Lia né que acho que traz algumas provocações muito importantes mas parto aqui né de um olhar eh que a gente pode chamar aqui de uma leitura eh que a
gente pode entender como uma uma uma crítica marxista ao direito né Nós temos aí uma pluralidade de teóricas teóricos né que contribuem de diferentes maneiras né mais e menos dogmáticas né nessa crítica marxista ao direito eu aqui tentando não ser dogmática né mas compreendendo a importância dessa reflexão de fundo mesmo né sobre o que é falar em direito e o que é falar em forma jurídica no capitalismo né Qual é a particularidade do direito no capitalismo né Qual a característica da forma jurídica no capitalismo acho que isso é importante também pra nossa reflexão aqui não
tenho condição de né me aprofundar nessa reflexão mas queria deixar esse lugar né Eh de partida assim né Eh de que de fato tem aí um acúmulo teórico que nos nos ajuda a entender eh a forma jurídica enquanto meio para circulação de mercadorias né no capitalismo e essa forma jurídica Então ela tem aí uma uma um âmbito vamos dizer assim eh uma aparência normativa né e uma essência eh propositalmente ocultada né pela sua aparência normativa que é então inerente né às próprias relações sociais capitalistas eh essa aparência normativa não deixa de ser o direito né
no capitalismo a aparência é o fenômeno também né e a gente precisa pensar e lidar com a aparência normativa do direito compreendendo suas tensões suas contradições suas complexidades eh então a gente pode dizer que sim né em termos muito Gerais aqui né sem condições de aprofundamento Mas a gente pode dizer que o direito né no capitalismo em Essência né Ele é garantidor dos processos de acumulação capitalista de concentração de capital né Portanto ele é ele é garantidor dos processos de exploração no capitalismo eh o que não significa que não haja espaço de disputas sociais importantes
através dele né eh e e É nesse sentido que a gente começa a pensar os movimentos sociais aqui particularmente na nossa mesa o feminismo né nessa interface com o direito né então Eh me parece né de que desde que a gente não assuma né uma perspectiva ingênua né Eh ou mesmo com alguma intencionalidade né a já vou trazer um pouco o que que seria essa intencionalidade né Eh na na na na relação com o direito né não entendendo ele como fim né desses processos de luta eh a gente de fato tem né Eh vamos dizer
assim no âmbito eh normativo uma luta política que se coloca pelo direito né através do direito né a luta social também passa né Eh pela linguagem do direito o direito na sua expressão aparente na sua expressão normativa né Eh no contexto atual a gente presencia isso com ainda mais força né Eh Em alguns momentos da história aí das lutas sociais a gente eh se percebe centralizando ainda mais a luta na como uma luta por direitos né e bom nós estamos num contexto que a gente precisa eh garantir a manutenção de direitos históricos né hoje quando
a gente olha ao redor né Eh quando a gente pensa nas lutas sociais eh uma parte significativa das nossas lutas é hoje não é abrir a potência de de de de Novos Sonhos né de outra sociedade de uma outra sociabilidade né Eh mas sim a tentativa constante de manter direitos que no atual contexto neoliberal eles são rifados né a gente vive nessa crise de muitas crises né Eh a própria discursividade mediadora do direito né Ela é abdic né para garantir os processos de centralização do Capital né então o próprio Sim sim eu tô tô tô
atenta aqui então a gente pode dizer que o próprio pacto né burguês democrático ele vai sendo colocado em cheque né por aqueles mesmos que até então centralmente se beneficiavam né Eh dele né então em tempos como Esse é ainda mais fácil nos confundirmos no uso do direito na luta contra as opressões né na luta por direitos eh das dos trabalhadores das maiorias sociais né E aqui particularmente as mulheres e aí nesses minutos que me restam né trazer um pouco essa questão do feminismo né acho que a Lia começou falando né de falarmos isso no plural
né dos feminismos e de fato isso é importante né então a gente pode eh primeiro pensar né que nessa sociedade né Eh pautada na desigualdade de gênero como dissemos né Eh no início da nossa fala eh eh o feminismo ele é inerente né a esses processos seja nomeado ou não né como tal então a gente eh de fato tem na luta das mulheres né na luta eh das lgbts né na luta feminista transfeminista né Eh nomeadamente assim ou não né Eh algo que é intrínseco a própria história do capitalismo né Eh eh nessa etapa neoliberal
né Eh Nesse contexto da crise da reprodução social a gente vivencia um processo que a gente pode chamar como um acenso né das lutas feministas eh sejam as lutas eh dos feminismos plurais populares negros indígenas das trabalhadoras né Eh eh trans feministas eh seja né então desses feminismos dos 99% né seja também uma ascensão de um feminismo neoliberal né Eh aquilo que a nanc frer vai chamar aí de um de um processo de um neoliberalismo eh dito Progressista né E que ganha né um lugar social aí de relevância né e com pautas que são ditas
né como pautas das mulheres eh mas que tem um teto de vidro né então eh a aplicação né do programa né Desse feminismo de fato liberta 1% né Eh as custas da máxima exploração e precarização das vidas das maiorias né sociais da maioria das mulheres né então Bebendo um pouco aí nessas autoras né do feminismo da reprodução social e particularmente da teoria da produção social né Essas autoras vão dizer né que a gente vive hoje né no neoliberalismo com todas as caracterizações desse dessa etapa histórica a gente vive uma Encruzilhada mesmo né ao movimento feminista
né Eh eh no sentido de que eh ou a gente pauta né um projeto feminista para as 99% né ou a gente eh eh eh endossa né uma lógica eh de exclusão privilégios e ainda mais opressões né Eh que é a tônica né Desse feminismo eh Liberal 2.0 né E aí nesse sentido é nesse nesse É nesse contexto que a gente tem eh grandes desafios para encerrando mesmo viu Fred mas um minutinho e meio aí só para dizer que é é justamente Nesse contexto né né que a gente tem um desafio colocado para o o
que a gente pode chamar né algumas autoras aí dentro do direito vem vem vem entendendo como um campo jurídico feminista né que se consolida nos processos históricos eh e que tem para si Nesse contexto muitos desafios né Eh de como não cair nas armadilhas do direito né Eh então como fazer um uso político de fato eh emancipatório entendendo os limites né do próprio direito e compreendendo a radicalidade de um processo que tem que ir né Eh contra o direito além do direito né então eu eu penso que esses exemplos né a a fala da Lia
é é muito potente nesse sentido né de trazer exemplos eh contundentes né de tensões com o direito né que o movimento feminista Popular negro indígena das das trabalhadoras né nos coloca né Eh eh esse tensionamento com o direito eh de um lado né Eh nos deve acender alertas né eu eu tinha pensado de de trazer como exemplo né todas as os limites que a gente enfrenta por exemplo no que que é né a implementação da Lei Maria da Penha né os desafios que a gente coloca eh ao perceber né que a sua maior implementação se
dá de fato no seu viés punitivista né que oprime justamente né parte significativa eh das das pessoas trabalhadoras né Então como que a gente eh pensa as incus ilhadas e os desafios colocados pro movimento feminista eh na etapa neoliberal nesse uso crítico do direito né a a bom uma uma parcela da nossa tradição né vai reivindicar aí um uso tático do direito né nunca pensá-lo estrategicamente né porque em última instância o direito no capitalismo é é instrumento de manutenção né Eh da ordem Mas enfim acho que a gente eh deixa né Essa essa discussão aí
para pro debate com com as pessoas participantes eh no no seminário e agradeço bastante a oportunidade desse diálogo obrigada muito obrigado professora eh a gente pode passar então pra parte das perguntas eh que na verdade assim o chat encheu aqui de elogios as falas mas particularmente Só há uma pergunta então eu vou lê-la aqui professora responde e as demais professoras podem de repente explanar um pouco mais sobre eh os seus temas para complementar já que o tempo foi curtinho né parece mesa então o ele ouvir Nascimento pergunta paraa professora Leia Ele gostaria de ouvi um
pouco mais sobre o conceito de território corpo Terra poderíamos pensar na perspectiva de uma descolonização do direito salva saudações do Vale jagar Obrigada elvir né pela pergunta eh bem vou tratar de ser objetiva porque também não é um conceito fácil né de explicar eh eu gostaria eh de aprofundar um pouco mais a partir de duas perspectivas primeiro né mostrar que o conceito Ele nasce também dentro né de um processo mais ampliado da luta do movimento indígena ou dos MOV entos indígenas dentro desses últimos 40 anos que Eu mencionei ao início da minha fala e que
tem né no levantamento armado do movimento zapatista um ponto de partida importante porque no caso né do zapatismo a insurgência ela aconteceu no dia primeo de janeiro de 1994 que era o ano que que entrava em vigor o Tratado de livre comércio das Américas que do ponto de vista né Eh de reconfig ação do capitalismo ele foi o ponto de partida para o aprofundamento do processo de expropriação territorial na Perspectiva eh do próprio capital né tratando de fato de avançar nessa perspectiva de de mercantilização da natureza que é um processo histórico na nossa história eh
do Sul Global mas que no final do século XX ela vai se intensificar eh e que isso vai afetar diretamente os territórios indígenas Então se a gente observa a luta indígena camponesa Negra a gente tem aí o movimento eh 500 anos de resistência indígena Negra e Popular que foi toda uma articulação eh feita em 1900 entre 89 e 1992 e que inclusive daí nasceu a Via Campesina internacional a gente vê que tem um ciclo de lutas que eh a perspectiva da Defesa do território ela vai ser fundamental porque Eles já percebem que não é mais
um interesse específico na terra há um processo de territorialização do Capital eh no sul Global eh naquele momento a gente talvez não tivesse a dimensão do que isso ia significar Mas se a gente olha hoje 30 anos depois né a gente vê como o capital ele tem né se territorializado do ponto de vista né de expropriação dos territórios de toda essa diversid de movimentos e inclusive né na própria o próprio surgimento dos corredores econômicos que o o Tratado de livre comércio ele foi um ponto de partida mas agora o brix ele é também digamos outro
braço né do capital e por isso que a gente vê essa disputa de hegemonia e inclusive dentro de uma perspectiva até de disputa imperialista entre os Estados Unidos e duas novas potências econômicas eh do século XX que é a Rússia e a China por outro lado né as mulheres eh indígenas elas vão também mostrar que essa reconfiguração do capitalismo ela começa esse processo mesmo de impacto direto na própria existência da natureza e essa crise né ecológica que a Carla mencionou né quando fez a referência às múltiplas crises a emergência climática já é digamos o pgeu
desse processo a gente não fala mais ela não está mais no horizonte ela está acontecendo agora e a gente o os corpos das mulheres Elas têm sido o primeiro corpo né afetado por conta da própria violência que se intensifica nos territórios se a gente olha hoje a crise Eh migratória que que que tá acontecendo né na América Latina e no Caribe Os territórios eles têm sido territórios afetados pelo capital e também pelo crime organizado que é esse braço armado também desse processo de expropriação e os as mulheres são as que estão aí nas linhas de
frente até porque os homens são os que estão migrando Além disso né os nossos corpos se estão contaminando Porque a gente já tem né a presença realmente eh de agrotóxicos nos nossos corpos já há uma série de pesquisas que são feitas no âmbito da Saúde saúde que mostram isso né de que já a presença de agrotóxico no leite materno a incidência de câncer a incidência de de crianças que estão nascendo com uma formação congênita uma série né de consequências que lidam diretamente com o nosso corpo Então as mulheres indígenas Elas têm criado a categoria para
mostrar que de fato eh a defesa do território corpo terra é justamente essa recuperação de uma unidade ontológica entra a nossa existência em coexistência com o território e aí elas inclusive né acionam dentro da filosofia indígena da cosmovisão indígena até os mitos fundacionais da nossa existência como o caso né vou citar o exemplo do popov vu que é o livro sagrado dos povos quité da Guatemala que diz que a os homens e mulheres nasceram do Milho nós fomos a última coisa que foi criada e foi o milho por isso que o milho ele é né
um elemento importante também na luta dos movimentos da América Central e da região mesoamericana né e e como elas têm tratado também de avançar nessa perspectiva do direito que sim poderia ser né uma descolonização do direito no sentido de mostrar Justamente que o direito ele não pode ser pensado numa perspectiva antropocêntrica tem que se avançar nessa perspectiva de pensar os direitos da natureza e aí a gente vê duas constituições como o caso do Equador e o caso da Bolívia como eh essa perspectiva né não significa que seja cumprida mas é importante que ela exista dentro
da Constituição né o os direitos da natureza como sendo parte também dessa mudança né na na própria concepção do direito e uma concepção jurídica Mas também de pensar uma crítica pós-capitalista isso aí também tem sido algo debatido também dentro das lutas indígenas se a gente continua E aí uma a crítica atual é as falsas soluções energéticas essa questão da transição energética como sendo uma falsa solução porque você está procurando né uma fonte de energia e eu vou colocar o exemplo das eólicas eh que ela vai requerer por exemplo um consumo altíssimo da dos minerais raros
né até para para você ter a produção das turbinas eólicas né eentão e para você extrair o minério Você vai precisar de uma quantidade enorme de água a mesma coisa o hidrogênio verde para cada para cada tonelada de hidrogênio Verde você precisa de 9 toneladas de água então os movimentos Estão dizendo que isso é uma falsa solução porque porque você mantém a mesma reprodução do capitalismo né a mesma base de reprodução ampliada do Capital né então esse tem sido Digamos um um debate forte a partir da discussão do território corpo terra e inclusive numa perspectiva
feminista tensionando inclusive os próprios feminismos de tratar né de não individualizar o sujeito mulher ou o sujeito feminino dissociado também de uma discussão em torno à emancipação né a emancipação de homens e mulheres que pressupõe também uma uma luta anticapitalista antiimperialista né então assim são né Eh feminismos que tem tratado também de não individualizar e isolar as mulheres de uma luta de mulheres para mulheres mas de ampliar também essa perspectiva de ser uma luta de classes também uma luta popular uma luta antipatriarcal antiracista anticolonial anticapitalista e antiimperialista isso professores Ainda temos 15 minutos de debate
apareceram duas perguntas aqui professor Thiago Mota Pergunta ele gostaria de saber como funcionam as formas jurídicas no capitalismo para o Marxismo e se tem algo a ver com aquilo que focou chama de forma jurídica e a Paula Borges Pergunta a professora Carla ao seu ver Há a possibilidade de pensarmos uma greve do amor como Resistência aos relacionamentos romântico amorosos violentos bem como ao estado que não remunera o trabalho invisibilizado de manutenção da vida e pode começar ped não eu eu vou eu vou dialogar então especialmente com a segunda pergunta são C minutinhos né para pra
resposta só para eu me organizar Aqui para não ultrapassar né tá então vou vou tentar dar conta das duas mas vou começar pela pela segunda aqui da Paula eh que eu acho que é super pertinente e na verdade revela Grandes Questões assim do feminismo materialista hoje assim né do feminismo marxista do feminismo materialista de forma geral na discussão sobre eh diante né das das constatações aí né das das condições do trabalho de reprodução social no capitalismo eh há décadas já né que o movimento vem discutindo o que fazer né então Eh quais são né as
nossas eh formas de resistência né E aí que bom hoje a gente sabe né que a discussão sobre a reprodução social ela não é mais eh não pode ser né Eh restrita a a dimensão do trabalho doméstico né seja o trabalho doméstico gratuito seja esse né extremamente precarizado né especialmente em realidades eh de históricos de colonização né E aí o Brasil talvez Exemplo paradigmático né Eh então eh a gente pode dizer que eh pensar reprodução da vida aí envolve o trabalho doméstico mas todos os outros trabalhos de produção da vida né então ah isso no
âmbito eh do Estado né de alguns serviços do Estado né então pensando educação saúde eh né e outras dimensões aí da reprodução da vida e o quanto que hoje né as estratégias né de reprodução da vida elas extrapolam também o âmbito doméstico e alcançam né em em larga medida a esfera Comunitária né Eh eh quanto mais pressão se dá né no âmbito da da reprodução da vida mais né Eh o espaço doméstico é insuficiente para dar conta das tarefas né de reprodução e cada vez mais é é na comunidade que se resolve aquilo que não
há né de apoio né Eh público né coletivo estatal né então é é uma é uma grande questão assim de entendermos também como se complexifica a própria noção de reprodução social e E aí nesse sentido né Eh houve especialmente a partir do feminismo negro uma crítica ferrenha né as respostas ali no final dos anos 70 início dos anos 80 de feministas que eh pautavam que a remuneração do trabalho doméstico era uma saída política suficiente né ou necessária né então desde porta-vozes né como Angela Davis né que esr veu no seu último capítulo né do do
livro clássico dela que ela vai de fato colocar né que eh a saída da da da remuneração para as mulheres eh que não são remuneradas né porque parte delas né considerando as mulheres que foram escravizadas né e as filhas e netas dessas escravizadas que continuaram com o trabalho doméstico né Sempre houve uma outra relação né com esse trabalho mas eh o quanto que essa essa solução era uma ção que continuava alocando as mulheres no espaço predominantemente privado né e não socializando eh a luta mesmo né pela Via coletiva né sindicalizada né enfim pensando outras ferramentas
e aí nesse sentido de talvez perceber os limites né dessas saídas por exemplo pela via da remuneração do trabalho doméstico que tem se discutido muito não só discutido como também tem se tentado eh colocar isso em nação E aí dialoga muito com as as as respostas que Lia trouxe também né Há hoje né Eh uma um colocar em evidência o próprio debate sobre a greve né a greve não só como a greve no espaço eh de trabalho formal né então hoje a gente tem por exemplo movimentações do do que seria uma greve pelo clima né
Eh como uma iniciativa internacional né eh de de de resistência a a a crise climática né e as saídas capitalistas né do capitalismo verde né Eh de outro lado no que tanja é o movimento feminista a gente tem aí uma uma uma construção né Eh há alguns anos já da de uma greve internacional feminista que eu acho que vai muito nesse sentido né do que a Paula coloca assim eh de resignificar o próprio sentido da greve né e e e a potência né desses instrumentos então quando a gente pensa numa paralisação de mulheres né Eh
dos seus trabalhos de produção e reprodução social porque muitas vezes inclusive eles coincidem né é um trabalho produtivo de reprodução social então pensar aí as trabalhadoras de escolas privadas né as educadoras nas escolas privadas né um trabalho produtivo do âmbito da reprodução social né enfim mas a paralisação dos trabalhos de reprodução da vida e também né na produção no né no caso de alguns desses trabalhos eh significa muitas vezes eh irmos além do que é um questionamento do nosso patrão né é o questionamento da própria lógica que Funda as possibilidades de acumulação do Capital né
e por isso que se percebe muita potência né no instrumento do paro de mulheres né da paralisação de mulheres da greve internacional feminina né Eh são eu acho vejo né como eh um um um um um potente instrumento né E aí eu trago para finalizar uma provocação de uma colega minha que ela é militante do movimento negro Unificado e ela falou olha talvez porque hoje no Brasil a gente discute né o 8 de Março né os atos do 8 de Março e a gente não coloca tanto como primeira pauta da agenda a greve internacional de
mulheres ou a paralisação de mulhes ou a greve de mulheres né mas essa colega disse assim olha de de certa forma quando a gente olha pro que é o processo por exemplo da marcha de mulheres negras eh da Marcha das Margaridas né Eh ainda que a gente não chame isso de greve ou de paralização de certa forma também significa isso né então às vezes ainda que no Brasil a gente não tenha a a pauta da paralização de mulheres da greve de mulheres com uma pauta talvez das prioridades do movimento feminista de de fato isso está
colocado né mas há há uma tendência aí eh talvez de pensarmos isso como tônica do movimento feminista numa tentativa de uma onda de uma nova internacional feminista né E e aí eu eu vejo eh nessa discussão muita potência e muita importância viu Paula então assim não sei se eu dei conta né da sua provocação nunca tinha pensado uma greve do amor né como você colocou é interessante pensarmos nisso né também eh nessa discussão sobre o o que é o a relação afetiva O que é o trabalho né e como elas se misturam né mas é
eh eu acho que é uma uma uma pauta de fato imprescindível e bom vou passar paraa eilda se sobrar algum tempinho Depois eu comento sobre a forma jurídica porque aí agora eu já extrapolei aqui o tempo Professor Zilda s Ah não sabia que eu também que era para mim bom resp per a pergunta Desculpa eu tava crente que não era nada comigo aqui acho que é com a Lia Lia acho que é melhor com você vai lá Lia não mas era uma pergunta sobre a questão jurídica né as formas jurídicas Então a primeira eu já
já tinha teve uma que foi direto para mim mas a outra não as outras duas Não o professor Thiago até coloquei a pergunta aqui no nosso chat tá aqui no Zoom eh Ele gostaria de saber como funciona as formas jurídicas no capitalismo para o Marxismo isso tem algo a ver com aquilo que Foucault chama de forma jurídica Eu não sei responder essa pergunta não sei responder eh eu não sou uma conhecedora muito do do pensamento quer dizer conheço conheço lei mas não acompanho né as desenvolvimento da perspectiva do Marxismo Não tenho não tem como falar
em nome né de uma perspectiva marxista e e também nem Fuc cotiana então acho que não infelizmente eu não não posso responder essa pergunta lamento tudo bem professora e poderia complementar então a sua apresentação Ou a gente pode dar por encerrada a mesa aqui e despedir não então eu agradeço só muito a oportunidade de est aqui de conversar com vocês ouvir as minhas colegas sempre a gente tá sempre aprendendo muito né a coisa boa de participar desses eventos mais do que a gente falar sobre o que a gente sei lá tenta saber um pouco é
a gente ouvir e aprender bastante né então agradeço a oportunidade agradeço as colegas companheiras aí de mesa Lia Carla agradeço a você Fred pela condução aí de todos os trabalhos da atenção né com tudo super bem organizado e agradeço a todos e todas e todos que nos ouviram e estiveram até aqui muito obrigada ótimo Professor agradeço Então à professoras que viveram suas palestras aqui muito elogiadas no nosso chat agradeço demais também ao chat que tá aqui presente para debater Eh quero convidar também a todos a se se dirigirem à sala no que vai começar agora
às 16 horas com o tema direito neoliberalismo e crítica decolonial com o professor urian Xavier e Raquel Coelho ambos da UFC então aguardo vocês lá e até mais pronto ser r
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