Os jogos olímpicos que aconteceram no rio, em 2016, registraram um recorde, no que diz respeito à presença de atletas do sexo feminino dos 11238 atletas que participaram do evento 5176 eram mulheres, mas se engana quem pensa que a presença da mulher no esporte, seja como torcedora, seja como competidora sempre foi algo aceito na sociedade e é sobre isso que iremos falar no vídeo de hoje, tendo como pano de fundo o maior evento esportivo do mundo, os jogos olímpicos. (Vinheta) Como já comentado aqui no canal, nos jogos olímpicos da Grécia Antiga não era permitida a presença das mulheres como torcedoras e muito menos como competidoras. Séculos depois mais precisamente em 1986, quando os jogos olímpicos da era moderna foram criados pelo Barão Pierre de Coubertin, pouca coisa mudou a presença das mulheres até passou a ser aceita nos estádios, mas única e exclusivamente como espectadoras.
Coubertin, bem como os demais organizadores dos jogos defendiam que a presença das mulheres como competidoras era impraticável, desinteressante e incorreta. Cabendo a elas apenas a função de coroar os campeões. Contudo nem todas as mulheres aceitariam passivamente as imposições de Coubertin e companhia.
Logo nos primeiros jogos a grega Stamata Revithi resolveu competir na maratona olímpica, prova mais tradicional do evento, porém foi impedida pelos organizadores. Sem aceitar essa proibição Stamata resolveu percorrer os 42km que faziam parte do trajeto da prova no dia seguinte, mostrando aos organizadores que ela tinha total capacidade de participar da competição. Nas duas edições seguintes dos jogos mesmo contra a vontade de Coubertin, as mulheres conquistaram o direito de participar da competição, no entanto elas só puderam competir em duas modalidades: golfe e tênis.
No decorrer do século XX, a prática de esporte pelas mulheres se popularizou, porém inicialmente elas eram incentivadas a praticar esportes de forma recreativa, para que tivessem um corpo saudável e consequentemente estivessem preparadas para terem filhos fortes. Nesse período o papel da mulher na sociedade se restringia a ser mãe e dona de casa. O aumento de mulheres praticando esportes gerou também um aumento na cobrança para que elas pudessem competir em outras modalidades.
Como o atletismo é um dos principais esportes da olimpíada, no entanto o COI ou Comitê Olímpico Internacional (órgão que administra os jogos olímpicos) negou essa possibilidade. Eis que surge uma outra figura feminina que marcou história, a francesa Alice Milliat Revoltada com proibição do comitê Alice resolveu fundar a Federação Esportiva Feminina Internacional e organizar os primeiros jogos olímpicos femininos. Este evento atraiu uma grande quantidade de torcedores e foi considerado um sucesso.
Sentindo-se pressionado o COI resolveu ceder e nos Jogos Olímpicos de 1928 incorporou provas de atletismo a serem realizadas pelas mulheres. Quatro anos depois em 1932, o Brasil enviaria sua primeira atleta para participar das Olimpíadas a Paulista Maria Lenk. Foi neste ano também que as mulheres conquistaram o direito de votar nas eleições nacionais.
O fato desses acontecimentos terem se dado no mesmo ano Não é coincidência. Ganhando mais espaço na sociedade, através do estudo e do trabalho, as mulheres foram ganhando força também na área esportiva. Se engana porém que não apareceram outros obstáculos no caminho das mulheres.
O decreto-lei nº 3199 de 14 de abril de 1941, instituído durante a ditadura Vargas, proibia as mulheres de praticarem lutas de qualquer natureza, futebol, futebol de salão, futebol de praia, polo aquático, pólo, rugby, halterofilismo e beisebol. Houveram casos de mulheres que chegaram a ser presas após terem sido flagradas infringindo essa lei. O argumento para esta proibição era de que esses esportes não estavam de acordo com a natureza do corpo feminino.
Sendo assim inadequado para as mulheres, pois exigiam muito esforço físico ou eram considerados violentos, por conta da grande quantidade de contato físico que havia em alguns deles. Este decreto só foi ser revogado em 1979. O comitê organizador das Olimpíadas também não via com bons olhos a presença das mulheres em algumas modalidades esportivas e impedia a participação delas.
Essa visão do COI só foi mudar em 1996, ano no qual o órgão passou a ter como meta a promoção da prática esportiva pelas mulheres. No século XXI, avanços em direção a equidade entre homens e mulheres nas olimpíadas são concretos. Nas Olimpíadas de Londres, que acontecerão em 2012, as mulheres puderam participar pela 1ª vez de todas as modalidades esportivas existentes no programa olímpico, já os jogos olímpicos de Tóquio devem se consolidar como maior em número de atletas mulheres.
No entanto não há como negar que todas as limitações históricas que foram impostas às mulheres no ambiente esportivo deixaram como herança uma menor visibilidade ao esporte feminino e construíram diversos tipos de preconceitos que podem ser constatadas até os dias atuais, mas esse é um assunto para um outro vídeo. Por hoje é só, não esquece de CURTIR, COMPARTILHAR o vídeo e até a próxima.