bom dia estamos ao vivo para dar início à nossa mesa 11 com título direito neoliberalismo e mudanças climáticas os nossos palestrantes de hoje são a professora Carla Correa ren doutorado em educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos e pós-doutorado em filosofia pela Universidade mur Espanha atualmente é professora associada pesquisadora do Instituto de Educação do programa de pós-graduação em educação ambiental e do programa de pós-graduação educação e ciências da Universidade Federal do Rio Grande tem experiência na área de educação atuando principalmente nas seguintes temas ciências humanas educação ambiental estudos ftios e filosofia da ciência
Editora chefe da revista eletrônica do mestrado em educação ambiental líder do grupo de estudos de educação cultura ambiente e filosofia e e membro do comitê científico do gt22 educação ambiental na anped Professor Antônio Geová merelles professor do departamento de geografia da Universidade Federal do Ceará e dos programas de pós-graduação em Geografia em desenvolvimento e meio ambiente Doutor em Geografia pela Universidade de Barcelona é pesquisador em geociências com ênfase em Geografia física e geomorfologia atuando Principalmente nos seguintes temas indicadores geoambientais de flutuações do nível relativo do mar e mudanças climáticas evolução geomórficas Costeira planejamento e gestão
impactos socioambientais de grandes Empreendimentos litoral cartografia social Justiça ambiental e climática e professor Gustavo ceriano Professor adjunto em regime de dedicação exclusiva no departamento de direito do trabalho e Introdução ao Estudo de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais professor do corpo permanente do programa de pós-graduação em direito da Universidade Federal de Minas Gerais Doutor em Direito do Trabalho pela fdusp orientado por Jorge Luiz solto maior sendo a tes aprovado por louvor e distinção desenvolve pesquisas em Ecologia política teoria do direito do trabalho história Ambiental do direito e do trabalho relações sindicais em meio ambiente
pautado pelas perspectivas de uso político da matéria jos laboral pela leitura marxiana na tradição marxista e no exoo Então já passo a palavra para professora Paula iniciar sua fala por favor professora Então bom dia a todos para mim é uma alegria est aqui agradeço a oportunidade de estar conversando com vocês sobre um tema tão caro aos meus estudos que é a questão do neoliberalismo e as discussões também próximas as questões das mudanças climáticas né ã eu também quero agradecer fazer um agradecimento inicial para est aqui conversando com o professor Geová e o professor Gustavo Então
poder discutir essas questões que para mim são muito caras que trabalham com Campo da Educação Ambiental então dá dá um bom dia a todos e passar para pra minha pra minha conversa com vocês eu vou ficar um pouco entre a nossa tela aqui e a tela da minha fala que eu preparei um texto para poder conversar com o pessoal eu intitulei a minha fala então tentar cumprir o meu tempo né mudanças climáticas animando capital provocações ao neoliberalismo em tempos atuais eu gostaria de tratar sobre dois pontos em especial e faço isso esses dois pontos que
vou tratar agora a pontuar né para poder depois desenvolver faço isso a partir dos estudos que para mim são muito caros que são os estudos de Michel Foucault filósofo francês do Século XX e que eh especialmente a partir das discussões de neoliberalismo e de governamentalidade gostaria de lançar luz sobre as questões das mudanças climáticas e então o neoliberalismo A partir dessa perspectiva dessa GR grade de inteligibilidade de que nos convida Foucault a fazer especialmente a partir da de 78 Talvez um pouquinho antes ali em 7 quando começa a discutir sobre biopolítica E biopoder então passo
pro meu texto e vou fazendo uma conversa tentando cumprir aqui o tempo que eu tenho paraa nossa discussão vivemos a cada dia ouvindo as ameaças de um colapso em nosso planeta o derretimento de geleiras o aquecimento global os refugiados climáticos a extensão a extinção de espécies animais dentre tantas outras problemáticas que se apresentam aos nossos olhos cotidianamente a emissão dos gases do efeito estufa e as mudanças climática tem nos apresentado desafios cada vez mais emergentes para examinar o nosso entorno cabe entendermos como se fabricaram as condições de possibilidade para que nós possamos chegar a esse
presente e aí eu pergunto como chegamos a um tempo denominado por nós de crise ambiental Quais são as suas condições de existência e como nós conseguimos nos fabricar apartados da natureza e a minha fala então para que a gente possa dar sentido a essas perguntas vão ser feitas a partir de dois movimentos que eu gostaria de de desdobrar aqui o primeiro eixo então tratará das condições de possibilidade paraa chegada na crise ambiental escolhendo uma dessas condições que vão ser os traçados da ciência moderna e os seus desdobramentos na atualidade e o segundo eixo vai ser
sobre os propósitos da educação pro desenvolvimento sustentável uma proposta da Organização das Nações Unidas para mitigar os problemas ambientais do nosso tempo eu quero com isso dar visibilidade aos modos como a eds a educação pro desenvolvimento sustentável se alinha às tramas neoliberais que animam o capital e inserem a natureza como um produto de venda em nome de um desenvolvimento sustentável Eu vou fazer isso então na Compania do Foucault e já parto para o primeiro eixo eu vou chamar de modernidade e a reduplicação do humano nossa herança moderna se produz de tal modo que muitas vezes
nem nos damos conta dela na busca pelo progresso do mundo e a melhoria das suas condições de vida o homem moderno foi objetificando a natureza e tornando-a espaço de apropriação o desejo desenfreado de desbravamento da natureza coloca Francis Bacon e René descart na condição daquilo que ficou chama instaurador discursivos porque eles deram condições de existência pro nosso apartamento com a com a natureza e a chegada ao nosso presente atualizando o discurso bonian e decarte ano se mirarme com precisão o acidente nuclear de chernoby em 1986 levou à morte quase 8 mil mil pessoas estimando uma
radiação nuclear 100 vezes maior que as bombas de Hiroshima e Nagazaki o acidente nuclear de fukushima ocorreu em 2011 devido ao derretimento de três reatores nucleares e evacuando da área 3.000 pessoas 300.000 pessoas o rompimento da barragem de Mariana em 2015 devastou o local e cobrindo o município de lama contaminou o rio gualaxo acabando com diversos ecossistemas o vazamento de 12 milhões de m cbic de rejeitos de minério afetou 24 milhões de pessoas na cidade de Brumadinho em Minas Gerais em 2019 o volume de Queimadas ocorridos no ano de 2024 superou em dobro As queimadas
do Brasil em 2023 afetando mais de 3 milhões de hectares de terras indígenas em maio deste ano mais de do 2 milhões de pessoas foram afetadas pelas enchentes no Estado do Rio Grande do Sul da onde eu falo impactando em danos ambientais causados em 446 municípios indústrias nucleares Empreendimentos de empresas de mineração do Brasil Eventos climáticos que se somam cada dia mais em frente aos nossos e nossos olhos o que esses diferentes eventos têm em comum um desejo de desbravamento da natureza agora atualizado talvez em marcas de uma tecnociência que acaba por tomar outros rumos
de destruição de estrondos e de desastres ambientais o que eu quero colocar em destaque aqui é que a crise ambiental vem assumindo formas até então não imaginadas pelo homem moderno aquele encarnado nos ideais de bacon e descart por assim dizer a busca pelo progresso os contornos cada vez mais acelerados do capitalismo e a exploração da natureza assumem novos traçados talvez nem imaginados por bacon e descart é aí que com a nossa atualidade e com outros acontecimentos os seus ditos de bacon e descart não param de ser incessantemente repetidos revisados e atualizados por nós os frutos
então gerados por essa modernidade são atualizados em tempos contemporâneos fabricando uma rede que continua a objetificar a natureza agora talvez com uma nova aura a da preocupação com o futuro depois das fabricações científicas modernas os modos como nós humanos contemporâneos sentimos a natureza já é out atravessado que está por novas Verdades e novas criações daí Porque a enxergamos descolada de nós olhando para o mundo enquanto um objeto natural passível de desbravamento e de compreensão racional Um independente recurso a ser consumido em prol do humano da vida e do mundo moderno retiramos da natureza qualquer possibilidade
histórica e cultural que pudesse ser pensada como um lugar do impuro do imperfeito e do desordenado esse objeto merece a nossa atenção para ser com o auxílio da ciência e da técnica remodelado para o uso da humanidade é dessa vontade de ordem fruto da modernidade que se investiu em números esforços para a objetificação da natureza à medida que nós fomos avançando no tempo histórico os problemas ambientais começaram a aparecer com mais pujança o campo da Educação Ambiental por exemplo se consolida nos anos 60 do século XX como um campo que busca trazer essa ideia de
consciência ambiental ou de pensar sobre sobre o que nós estamos fazendo com a natureza já não é mais possível então diante da conjuntura natural estabelecida no mundo aplicar a ciência a Qualquer Custo a natureza vem dando sinais de L é preciso cuidar daquilo que foi o objeto de domínio lá com bacon e descart é preciso pensar nos modos como nós usurp a natureza a educação ambiental nasceu desse desejo né em tempos contemporâneos nós Assumimos uma posição de destaque e é isso que eu quero dar a ver aqui a questão da duplicação do humano o humano
parece assumir também mais uma grande responsabilidade que antes não era exigido dele com um bom uso da ciência ele poderá salvar aquilo que vem dando sinais de colapso a natureza é a partir dele e com ele que a natureza poderá sobreviver aqui nós vemos essa duplicação do antropocentrismo e eu trago reportagens midiáticas a respeito das mudanças climáticas para nós vermos então um humano que destrói a natureza que explorando que explora retirando mais do que ela pode nos oferecer e nós vemos também um humano no lugar de destaque daquele que ainda pode salvá-la por isso uma
duplicação Ora como destruidor Ora como salvador cabe ao humano sempre o lugar de protagonista do mundo e aí eu trago brevemente umas reportagens vou só trazer os excertos dela para não me tomar muito tempo rápidos excertos eh de diferentes reportagens eh tranquilamente acessíveis a todos nós eh que buscamos por mudanças climáticas nas mídias né os humanos são responsáveis por grande parte das emissões dos gases de efeito esturo ou os hábitos da sociedade deveriam mudar ou ainda Todos nós sabemos que o planeta terra não está bem estamos observando de perto as mudanças climáticas e infelizmente estamos
sofrendo diretamente com todo o impacto negativo que o homem causa ao planeta fato é que não podemos só observar todas as mudanças devemos buscar melhorias as reportagens que eu trago aqui anunciam o problema das mudanças climáticas posicionando humano como causador do colapso planetário ainda que também espere desse mesmo humano a resolução das mazelas ambientais vividas por nós Na continuidade desses textos da mídia o que temos são um amontoado de práticas sustentáveis para fazermos a nossa parte garantindo que mudando o nosso estilo de vida nós ajudaremos o planeta o que se apresenta são Soluções em nível
individual pouco ou Nada sendo discutido a respeito das emissões dos gases de efeito estufa pelo desmatamento por exemplo responsável por 48% ou pela agricultura agropecuária responsável por 27 do do lançamento das emissões dos gases de efeito estufa fruto das Produções industriais e das grandes empresas geradoras de Capital Na continuidade dessas reportagens trago apenas mais uma como exerto somos todos responsáveis para reverter esse cenário E para isso devemos adotar práticas mais sustentáveis como hábitos como hábito de vida como usar energia limpa consumir produtos e serviços de empresas que se preocupam estejam agindo de forma sustentável protegendo
nossas florestas multiplicando essas ações como influenciadores e formadores de opinião essa essas indicações são dadas em diferentes meios de comunicação basta nós acessarmos a às mídias ou também na escola na família em lugar que circulamos tais indicações muitas vezes vem como um amontoado de ditos que nos ensinam o quanto Nós seres humanos estamos acabando com o planeta e somos responsáveis pelos eventos extremos que como anunciei no início dessa minha fala tem levado à morte milhares de humanos e não humanos quando esses materiais anunciam de modo catastrófico e terrorista o fim do mundo tais afirmativas estão
atravessadas tanto pela inculcação da culpa no ser humano como por sua responsabilidade para reverter a situação dos Desastres ambientais que nós estamos vivendo assim aquela posição assumida de destaque que dá condições pro nascimento da ciência com bacon e descart nos ensina que hoje é preciso pensar no futuro e agir para termos melhores dias essa mesma posição também nos coloca num grande lugar de destaque nós podemos reverter essa situação trata--se então de enxergar os desastres ambientais e tomar partido a favor da natureza aqui temos então uma duplicação do humano levando ao limite o nosso antropocentrismo seja
um humano tomado como destruidor do ambiente desejo moderno encarnado no domínio na exploração da natureza seja também um humano responsável pela salvação do planeta o antropocentrismo então permanece como condição indispensável paraa manutenção do conceito moderno de natureza é claro que cabe a cada um de nós tomar pensar e tomar determinadas medidas e ações visando diminuir a nossa Pegada Ecológica no mundo merece pensarmos no micro no individual e nos estilos de vida que nós temos levado na atualidade entretanto o que eu quero dar destaque aqui é que as reportagens midiáticas anunciam um lado particular e muito
pequeno do problema ambiental o superaquecimento sentido por nós ao longo dos anos as queimadas na Amazônia ou a situação calamitosa das enchentes no Rio Grande do Sul não são meras obras do nosso estilo de vida individual as grandes empresas que animam o capital e contribuem para a emissão dos gases de efeito estufa no planeta são quase imperceptíveis nessas reportagens da mídia a educação por desenvolvimento sustentável suposta proposta da Unesco para substituir a educação ambiental nas escolas e em espaços não formais de aprendizagem anuncia a sustentabilidade como palavra indispensável para o desenvolvimento mento agora sustentável para
que a gente continue nas trilhas do Progresso o que merece o nosso olhar diante dos eventos climáticos extremos que temos vivido é a discussão a respeito do desenvolvimento sustentável e do seu modelo econômico neoliberal que a volume o capital concentrado na mão das dos grandes empresários ainda que o que se coloque para nós na mídia na escola nas famílias e que é que nós devemos mudar individualmente os nossos hábitos diários a partir disso eu passo então para as discussões eh do neoliberalismo mais propriamente dito para olhar então com desconfiança para esses ditos que eu vou
para olhar o neoliberalismo eu vou olhar paraa educação pro desenvolvimento sustentável Eu passo dessa grade eu parto dessa grade conceitual de Foucault especialmente a respeito do neoliberalismo e da governamentalidade eu vou entender então a educação pro desenvolvimento sustentável como uma potente ferramenta dessa racionalidade neoliberal o liberalismo aqui será lido não somente como um sistema econômico ou como uma ideologia do capitalismo mas como relações que imprimem modos de vida sociais maneiras de nos conduzirmos no mundo e daí Porque o investimento em educação através da educação pro desenvolvimento sustentável por exemplo se torna imprescindível para fazer criar
um novo sujeito novas subjetividades cada vez mais verdes e preocupadas com o futuro professora 5 minutos tá obrigada é preciso então investir na formação desse novo sujeito o neoliberalismo investe em consumidores consumidores de mercado de ideias de desejos de modos de vida é então que consumir a eds parece ser a ordem do dia garantindo um estilo de vida e de educação que passe por ensinar como o mundo Continuará nos trilhos do desenvolvimento agora sustentável desse modo parece premente entendermos como essas políticas internacionais por exemplo a eds a favor da mitigação dos problemas das mudanças climáticas
governam nossos modos de vida para que Assim possamos entender Como se fabrica nas palavras do Foucault um governo político dos Homens A governamentalidade enquanto modos de governar em um dado momento e em dadas circunstâncias nos ajuda a entender as práticas de governo que auxiliam decisivamente na fabricação de verdades do nosso mundo contemporâneo os contornos da nacionalidade neoliberal passam a preocupar-se com a formação de consumidores maximizando a competição entre os indivíduos novas possibilidades de consumo aparecem criando um sem número de alternativas aos ávidos e sedentos sujeitos tramados nas malhas neoliberais no entanto em tempos de problemas
ambientais é preciso unir dois discursos que parecem bastante contraditórios a roda do desenvolvimento não pode parar mas agora se trata de pensar novos consumos mais verdes mais preocupados com os recursos ecológicos mais naturais é aí que a sustentabilidade tem muito a oferecer então cabe a pergunta que práticas de governo são acionados ao fazer falar Criar e fabricar uma eds que práticas estratégias e táticas governamentais são acionadas para a fabricação de um determinado modo de vida que novos consumos se desenham em tempos de mudanças climáticas e racionalidade neoliberal o propósito do desenvolvimento sustentável agora anunciado sobre
o signo da eds se vincula a normalização de uma sustentabilidade compatível com a agenda capitalista da sociedade de consumo isso significa propor a natureza associada aos espaços empresariais e econômicos a ideia de que o atual modelo neoliberal pode ser vendido como sustentável assim a sustentabilidade Deixa de ser um valor e passa a ser assumida como um produto a ser consumido povoo então nessas práticas eh na nas escolas por exemplo práticas pontuais cotidianas a respeito das nossas ações necessárias com essas mudanças fechar a torneira enquanto os pov os dentes reciclar o lixo cultivar uma Horda dificilmente
nós vemos nesses espaços a discussão da perda da biodiversidade devido às mudanças climáticas e os interesses empresar que tornam compulsivo o desmatamento ou ainda o desinteresse pelos danos causados à biodiversidade planetária uma das respostas neoliberais às mudanças climáticas refere-se aos tão propagados créditos de carbono trata-se de reduzir as emissões dos gases de efeito estufa de maneira Econômica buscando mitigar os eventos climáticos extremos e as degradações ambientais fruto então de um sistema de negócios a natureza é o produto a ser endido permitindo a empresas Ou a países compensarem suas emissões de gases de efeito estufa investindo
em projetos que reduzam as emissões em outra parte do mundo assim nós vemos as empresas negociando os créditos de carbono e financiando a natureza tendo aquilo que Rodrigo Muniz chama de permissão para degradar a natureza Passa ao Largo daquilo que se torna o central nos processos de compensação o lucro O Progresso e o desenvolvimento assumindo então a natureza como um ativo financeiro ela se torna um produto do Capital sendo vista exclusivamente por sua utilidade ao humano e ao desenvolvimento sustentável quantifica se a degradação ambiental precificando a natureza a partir dos danos causados uma vez mais
a reativação da modernidade se afirma diante de nós trata--se de valor econômico que se for necessário patrolar o ecossistema e a biodiversidade assim o fará em nome do Progresso e do avanço do neoliberalismo estamos falando então de uma equivalência ecológica em nome da exploração dos recursos naturais mas agora sobre a aura do cuidado e da Proteção Ambiental uma equação paradoxal que explorando a natureza se preocupa com ela pois como bem nos ensinaram bacon e descart precisamos dela para viver assim voltamos a utilidade na natureza e do e do seu serviço ao humano com Tais propostas
de degr ação o foco é menos nas nossas relações com de pertencimento com a natureza e mais em ativar uma representação numérica aos elementos naturais a serem explorados desse modo E aí eu vou vou encaminhando pro final o neoliberalismo torna cada vez mais robusta as forças do mercado ignorando os limites do planeta e precificando os recursos naturais a natureza torna-se um produto rentável digno de exploração para fazer crescer o capital mas sob o manto e a tranquilidade do que chamamos desenvolvimento sustentável com Tais problematizações entendo que não há viabilidade de pensarmos o sustentável no interior
de uma educação pro desenvolvimento sustentável que se articula os interesses econômicos transnacionais e privados em detrimento dos ideais locais comunitários e Públicos como propõe a educação ambiental a discussão em torno da eds em seja um imperativo foc cotiano que nas palavras do autor Como não ser governado assim por isso em nome desses princípios em vista de Tais objetivos e por meio de Tais procedimentos não Dessa forma não para isso não por eles deve haver então espaço para luta a partir das contrac frente às relações com a educação pro desenvolvimento sustentável e com neoliberalismo finalizando então
eu digo as discussões que eu busquei tratar aqui nessa fala investiu em dois movimentos os traçados da modernidade e a duplicação do humano como degradador e como salvador do planeta e a educação pro desenvolvimento sustentável como uma proposta educativa que insiste em nossas mudanças de hábitos diários a favor de um consumo sustentável tramado aos contornos neoliberais que animam o capital inserindo a natureza como um bem e serviço para a humanidade diante desse cenário resta nós posicionarmos no mundo que lutas resistências e exercícios de crítica nós fizemos eu digo a a mim né enquanto educador ambiental
que críticas nós fizemos quando entendemos os arranjos e os processos políticos esm miscues mais Foucault Talvez nos ajude aqui a entender o nosso presente e tornar problemático tudo que é sólido e desse modo ainda pode talvez emergir alguma possibilidade de Resistir Criar e inventar outras relações com o mundo é Resistindo ao nosso presente e potencializando noos na a luta política das questões ambientais que nós podemos resistir às estratégias de dominação que incidem sobre nossos corpos e nossos modos de nos relacionarmos com a natureza muito obrigada espero não ter passado muito tempo muito obrigado professora pela
sua exposição já passo então a fala para o professor jovar por favor professor Professor eh tem que tirar do modo aí o microfone tá tudo ok Fred posso iniciar Pode sim Professor tudo ok obrigado bom antes de mais nada eu gostaria de agradecer o convite eh convite muito especial do querido professor Silvio G eh cumprimentar todos e todas e todas na pessoa do que vem eh conduzindo a as mesas né ontem tive a oportunidade de participar excelentes né e daá alegria de estar aqui com a professora Paula e com o professor stap né então Eh
nós vamos eh dividir a nossa fala em três em três eixos né o primeiro vamos tratar um pouco das nossas eh categorias analíticas e depois Tá ok das nossas categorias analíticas relacionadas ao tema né Eh conflitos e cartografia de Colonial que é uma ferramenta importante que nós estamos desenvolvendo nesta conexão de conhecimentos acadêmicos conhecimentos científicos e o saber das populações tradicionais as calidades né os saberes eh indígenas nessa Concepção são de uma eh abordagem integrada interdependente e de Formação eh aprofundada principalmente eh diante dessa pedagogia envolvendo nossos estudantes de graduação e pós--graduação e eh nós
vamos também eh passar rapidamente uma série de estudos que nós realizamos nessa concepção metodológico utilizando essas categorias que nós vamos apresentar para enfrentar a a emergência climática no primeiro momento são as categorias mais globais e esse gráfico mostra para nós que eh as emissões de dióxido de carbono eh a partir da Revolução Industrial eh acresceram aproximadamente 122 eh partes por milhões de CO2 eh esse valor não é de 422 partos por milhões eh a partir da Revolução Industrial rapidamente acresce esse valor ao ponto de nos eventos de eh subida do nível do mar os eventos
transgressivos nos nos últimos 800 1000 anos não havia ainda eh sido ultrapassar essas 3004 por milhões de jogos de Cap então aí já eh iniciamos eh de fato a materialidade eh da o súm n essas práticas de mercantilização da natureza representada pelas emissões de vi C desmatamento né emissões eh eh da clí de combustives fósseis degradação solo etc né uma outra questão importante que nós estamos aqui também acompanhando nós vamos ver isso eh na eh os resultados que vamos apresentar de estudos que elaboramos para enfrentar essas questões nessa dimensão convergência de saberes que é a
subida do nível do mar vejam eh está projetado aí para 2045 eh aproximadamente 25 cm eh do nível do mar em ascendência né e eh vejam nos últimos eh 14 meses nós tivemos aí sempre recordes de temperatura n 1.8 GC e eh essas projeções eram previstas pros anos de 2060 2070 então todo esse gráfico vai ter um rur né Possivelmente daqui a a 25 30 anos nós vamos estar com a 20 cm e vamos tratar o que que significa localmente esta eh informação uma outra questão também que nós estamos analisando são os eh eh os
deslocamentos de populações a professora Paula nos colocou aí Rio Grande do Sul não é foram mais de 92.000 eh desabrigados 650.000 desalojados então aqui no Brasil estamos aí com a 745.000 deslocados com esta este modelo de 2023 né certamente eh e nós vamos analisar também respeito aos nossos biomas esses valores serão eh drasticamente elevados né uma vez que por exemplo que a o bioma Amazônia tem aí 4 milhões 200.000 km qu e aproximadamente 1 milhão de km Quad já foi fortemente degradado n é pelo eh poderia dizer o inimigo nmero eh planeta né que é
O agronegócio com valores os de agrotóxicos mas também eh a mineração o serrado com 2. 100.000 km qu está em torno de 75% eh completamente alterado e bastante fragmentar e aí está o divisor das nossas bacias eh do nosso país a bacia do Amazonas a Tocantins Araguai as bacias do Norte e Nordeste as emissões de dióxido de carbono lançamento eh colapsante não é vamos dizer dessa forma de agrotóxicos está também eh intervindo diretamente nos maiores íos das maiores reservas de água eh subterrânea do nosso país o nordeste brasileiro 850.000 km qu está passando por um
processo cada vez mais intenso de eh desertificação com perdas de solo com migrações eh forçadas com perdas massivas né de biodiversidade e a planí Costeira que vai ser um dos focos da nossa conversa está já Gener generalizadamente em processo erosivo subida no nível do mar degradação de sistemas amb de suporte a vida Comunitária além de perdas econômicas deslocamentos eh de populações recentemente nós tivemos mais de 30 casas derrubadas derrubadas pela pela erosão Costeira E essas populações tiveram que ser deslocadas muitas dessas populações principalmente na planí costeira quando são deslocadas elas eh vão eh ser assentadas
em setores muito mais distantes desse lugar de vida ancestral de vida pária e e de da tradicionalidade de pesca na plataforma asa por conta eh da especulação imobiliário e aqui também nessa dinâmica mais Global estão eh mais de 500 zonas mortas eh nosso oceano E essas ondas mortas estão eh relacionadas a esses sistemas de pescas eh de mariscagem das populações ao longo da H doss nossos nossos continentes e também estão bastante relacionadas com még na costa eh Oeste dos Estados Unidos com plantations né com eh grandes monocultivos lançamento de nutrientes um bu não é de
fitoplant consome oxigênio dissolvido e a mortalidade de peixes nesses territórios de pesca eh tradicional além dos impactos eh dos porais né os corais por exemplo da Austrália e regiões coralinas também aqui principalmente na Bahia estão já eh vivenciando a mortandade desses organismos eh com a degradação do ecossistema mesal e o branqueamento dos porais Nós estamos aí de fato colapsando a biodiversidade Marinha sem falar de outros impactos como por exemplo microplásticos né e uma outra categoria de análise respeito a conflitos e riscos ambientais né E nós eh fazemos esta concepção que a distribuição dos riscos ambientais
classes sociais é uma consequência normal da das economias capitalistas e essa fotografia é um esgoto que está direcionado para o ecossistema mesal na terra indígena eh tapeba uma outra questão que nós estamos também analisando nessa Concepção eh de eh territórios de exceção territórios de exclusão eh da vida destas populações no caso específico complexo industrial e portuário do pesen né onde eh se observa essas questões todas que eu estou levantando aqui os danos os colapsos né as consequências de perdas de biodiversidade no caso da planí Costeira a subida do nível do mata salinizando-as são aqueles íos
que eh resguardam a água cbas e impos artesanais né artesianos eh para esse cotidiano da produção eh e o modo de vida dessas populações e isso eh de fato demonstra que racismo ambiental eh as justiças sociais e ambientais quec de forma Implacável so grupos étnicos não vulneráveis um processo de vulnerabilização e sobre outras comunidades disciplinadas pela raça e orig nós trazemos dois mapas o mapa de Roberto Bur n um pador norteamericano ele coloca para nós uma questão que vai ser transversal na nossa para né a raça foi prida como a variável mais potente na precissão
da localização das instalações dos apiros de resíduos perigosos esse mapa mostra essa mancha vermelha a população afro descendente sul-americana e a implantação eh dos eh eh teros de resíduos eh de agrotóicos resídos contaminantes e se percebe claramente que isso gera eh danos diretos né forma implacáveis no modo de vida na na na saúde eh de da população negra e sul-americana dos Estados Unidos e uma outra questão importante para nós a decolonialidade a gente traz aí uma fala de emiss Zé que é muito interessante e digo que da colonização a civilização a distância é infinita que
todos os experimentos todas as expedições Coloniais acadas de todos os estatutos coloniais elaborados não não sobrariam a um valor eh humano e esse mapa da esquerda justamente o território eh está eh em risco de eh mineração de urânio e fosfato nós vamos falar um pouquinho sobre isso uma vez que eh eu faço parte da articulação antinuclear e Já conseguimos né invalidar duas propostas de estudos de impacto ambiental eh desta coalisão de indústrias de mineração para a exploração do urânio estamos agora trabalhando né no sentido de eh também orientar o Ibama o óg licenciador eh diante
da emissão do terceiro estudo de impacto ambiental e reticul toda a eh nossa equipe de representantes tanto das populações do campo populações indígenas né tradicionais e Eh estamos avançando que se diz respeito a eh barrar uma vez mais esse endimento imag tempos de mudanças climáticas uma indústria hidro ia no território eh semiário e uma outra questão que nós levantamos bastante é como se materializa essa conexão de saberes e esta é uma fala de mulheres com acentamento aqui eh Caetanos de cima no litoral Oeste estado onde diz praticamente quase todas as nossas categorias das ciências ambientais
das Ciências Sociais queremos deixar bem claro que desenvolvimento para nós representa garantia de terras Livres Para vivermos eh alteridade define o que é desenvolvimento e entra com categorias de terras livres e de vida de respeito à comunidades tradicionais e nativas e a sua cultura Olha que eh diversidade de categorias de análises e garantir de nossas mesas fcas de alimento soberania e a segurança alimentar e garantir os nossos espaços de sobr na permanência eh nesses territórios e nós eh elaboramos os nossos estudos desde a demanda destas populações em conflitos né E aí está um mapa onde
nós eh tentamos aí eh dimensionar não artigos não teses e cações Inter mas sim lugos ambientais notas técnicas que o nosso grupo vem elaborando já há bastante tempo com o Ministério Público Federal para eh nvidias pro ministério público estadual diretamente eh paraas populações atingidas por exemplo pela cultura pelo complexo industri Poá do pcem terras indígenas eu tive a oportunidade de participar eh de Estou na terceira terceiro GT de identificação eação da indígena e estamos agora focados também nos impactos socioambientais da das energias ecas aí então os impactos da energia eólica degradação dos sistemas ambientais essa
fala é muito interessante essa construção que é bóa desde quando chegou a gente estava com uma preocupação muito grande acerca da questão dos nossos rachos logo ali porque logo vios que ia eh passar a estrada alta por cima de um não tem mais viago e essa dimensão também dos impactos da energia eólica eh está tá nós estamos analisando agora eh na plataforma continental esses traçinho são as eh saem da Costa em r a a plataforma continental são as saídas dos pequenos Barcos e jangadas e esses quadradinhos aí são as poligonais eh de projeções de eh
indústrias usinas eh de produção de energia óc sh né são mais de 18 são mais de 1 1000 aerogeradores já projetados no litoral né e elaboramos cartografias destas populações atingidas on elaboramos mais de 200 cartografias temos um acla socioambiental com cartografias de 34 comunidades justamente no sentido né de eh se contrapor esta eh proposta avassaladora que no caso vem aqui no litoral do nosso Estado com energia eólica com a Cinha cultura com um complexo industrial e ário do pcem a especulação Imobiliária e a mineração com uso perdulário da água ela moramos também mapa eh foi
publicado pela pelo última as últimas publicações Onde estão aí eh os roteiros eh do transporte de mineral radioativo as bacias hidrográficas e as populações tradicionais indígenas atingidas n eh nessa região nós tivemos em 2021 uma chuva de eh 285 mm em fevereiro de 2021 e aqui é o a área né essa fotografia embaixo a ser minerada um a Sue da da da comunitário E aí estão TR vistas todas as eh áreas de rejeitos né a indústria a separação eh do urânio fosfato e eh mais uma vez está Clara aí a dimensão eh de eh possíveis
riscos como aconteceu com Marian uma vez que essa precipitação Foi bastante importante n pro aqui é o complexo industrial e portuário do pessen e eh nós elaboramos essa cartografia e eh o mapa oficial do governo não coloca nenhuma eh população nenhuma comunidade e nós eh colocamos aí a plotamos as 33 comunidades atingidas pelo complexo portuário eh do pem e a cartografia social eu trouxe também esse exemplo na mineração de fe eh com mais de 40 tipologias de uso e é Interessante enquanto uma cartografia do Poder comunitário uma cartografia coletiva e construída nessas conexões eh com
com 20 eh parceiros e entidades que colaboraram e estão colaborando eh e conseguindo barrar essa mineração e além de né da especulação imobiliária com a chegada de rores por exemplo o projeto Nova Atlântica eu elaborei a nota técnic do Ministério Público Federal e bom isso em 2004 e agora ano passado eh a terra foi eh demarcada e delimitada e ali estava prevista a construção de 48 resorts né Depois da publicação desse laud essa empresa me processou civil e criminalmente e também tratamos do dos impactos da Cass cultura onde eh existe a diversidade de sistemas ambientais
que proporcionam né todas essas conexões para a a a soberania alimentar e quando ela é orientada para o mercado por exemplo com a c de Cultura fragmentação colapso sistemas ambientais e para eh materializar eh esta concepção de já terminando pessoal de conhecimentos né as conexões que nós estamos construindo há mais de 20 anos com eh a participação direta das populações nas nossas pesquisas e a formação eh dos nossos alunos nessa dire ção de uma Pedagogia da terra Popular Comunitária como porte base desses conhecimentos acadêmicos científicos elaboramos esse plan de enfrentamento das mudanças climáticas a partir
dos serviços ecológicos das Comunidades do sistemas ambientais J do fruto coletivo eh e detectamos vários impactos ambientais n em zona de Refúgio de vida Silvestre está salinizando-as dividade eh a a a os sistemas ambientais de proteção a Zona Costeira estão também passando por sérios problemas né elaboramos Aí eh várias cartografias depois vocês podem encontrar isso na internet é um documento bastante interessante são eh várias eh percepções vários planos eh de eh por exemplo de uma energia eólica lá com forte controle social com a formação eh da Juventude para a gestão para o planejamento dessas atividades
e eh R A uma eh transição ecológica né Essa é a esperança Mas não sabemos que deve ser rápida né Nós já estamos aí passamos já dos minutos da eh possibilidade concreta de agir na eh emissão zero de dióxido de carbono por exemplo né adequar legislação cartografia social banco de dados com eh a participação junto pesquisadores e pesquisadoras consulta Liv pré informada que nós estamos Eh agora exigindo nesse eh estudo para dar continuidade iniciar eh a mineração de uran uma energia lra produzida nos circuitos territor territoriais e assim durante territórios Livres da mineração e orientados
para a rodução para a produção de alimentos ag florestais e eh agroecológicos o que nós eh de fato centramos como um elemento né de superação é a produção de alimentos a ono por exemplo diz que eh 2060 com 9 milhões 9 milhões de alimentos a agroecologia pode alimentar nosso planeta muito obrigado eh pela oportunidade estud ter passado tempo e estou à disposição Muito obrigado Professor pela exposição quero lembrar o chat que vocês podem deixar perguntas para os nossos palestrantes que ao final teremos aquela rodada de perguntas passo agora de imediato para o professor Gustavo por
favor professor Bom dia a todas todes e todos É um prazer imenso poder estar aqui com vocês ainda que virtualmente queria saudar o Fred por todo o trabalho e empenho aqui na condução dos espaços virtuais inclusive o nosso a Paulo e Geová a quem eh pude aqui não só escutar Atento e aprender tanto mas poder dialogar na construção dessa mesa a todos todos e todas que acompanham esse nosso espaço na virtualidade e lanço aqui eh um agradecimento especial ao meu eh colega amigo e companheiro Will Santiago pelo convite oportunidade de poder eh partilhar dessa manhã
com reflexões que espero possam vir a contribuir para esse nosso debate acerca do neoliberalismo direitos e eh a dimensão climática da Contemporânea crise de civilização bem eu só para não fugir a minha regra queria iniciar essa minha intervenção com um registro de memória né faço isso habitualmente é parte ainda que de forma atrófica da minha Mística eh expositiva e bem entre Outros tantos fatos que marcam eh o dia que hoje aqui a gente congrega o 24 de Outubro eu queria lembrar né E aqui também prestando tributo direto ao Jeová que é geógrafo mas há uma
figura que teve um papel constitutivo na minha formação e que se ainda estivesse eh entre nós completaria hoje 100 anos que é o professor azzis abser né uma figura eh eh imensa não só no que foi a conformação da geografia brasileira a luta eh pela educação pública gratuita de qualidade no nosso país mas também eh da Educação Ambiental ele foi um imenso né Eh formulador eh do que são as políticas ambientais hoje no nosso país né um conselheiro eh de primeira ordem em momentos em que a questão socioambiental eh no nosso país se via atravessado
por outros contornos e que pode eh colocar inclusive o lugar do popular de uma forma mais significativa na academia então eu deixo eh essa menção ao Centenário do do professor AZ abser que tive a oportunidade de conhecer ainda na graduação em direito né a gente fazendo atividades na faculdade de direito do Laro de São Francisco lá na USP a gente contava infelizmente pode contar em algumas oportunidades com o professor Aziz ainda em vida e com eh eh eh grande qualidade nas suas contribuições né e lembrar também que há exato 135 anos atrás nascia eh ferrada
Abas né uma das principais eh figuras da frente de libertação Nacional da Argélia a lembrar né que a gente não vai construir qualquer espécie de alternativa socioambiental ou construções de modos de vida eh humanos harmônicos com o restante da natureza se eh não nos engajos numa luta para dissolver todas as marcas constitutivas do colonialismo inclusive Nesse contexto neoliberal em que vivemos pois bem eu queria trazer aqui algumas reflexões que elas partem de um diagnóstico de etapa histórica né em que passam a identificar como mencionei eh o nosso viver eh sob uma crise de civilização essa
ideia de crise de civilização ela não é é nova ela desponta em diversos cenários em Que Nós pensamos o colapso de modos de vida em que a Human dade experienciou mas que nesse particular eh momento em que posso diagnosticar e me fio a esse diagnóstico a mudei aqui a cabeça eu tô fora de casa gente eu mudei aqui a luz ela já deu um um um flash em todo mundo né Eh o a crise de civilização nesse atual momento ela é marcada pela característica de eh notarmos né Eh a fratura dos elementos de sustentação de
um modo de vida específico que é o capitalista industrial moderno ocidental muito embora eh essa civilização ela se arvore a condição de uma civilização maiúscula a civilização e eh ser a antípoda eh de todas as outras formas de organização de vida tomadas enquanto bárbaras ou da barbar né É certo que essa civilização é uma dentre outras tantas que a humanidade se organizou e se organiza muito embora a sua aspiração eh de afirmação eh Universal ela coloque né em cheque a continuidade e a existência de outros modos de vida dos mais diversos ela é uma dentre
outras tantas né eu tenho a certeza que todas e todos nós aqui eh seja por conta eh de um comungar comum eh comunicacional seja por conta de estarmos aqui ou no Zoom ou no YouTube né estamos inscritos todas e todos ainda que a contragosto no seio desse modo de vida específico que é o capitalista industrial moderno e ocidental e ele tem uma par particularidade né Para Além de dessa crise de civilização atentar contra eh os elementos de da própria sociabilidade capitalista eh da dos Marcos de construção política éticos Morais da reprodução social ela tem uma
dimensão essa crise de civilização é flagrantemente eh climática e ambiental e essa dimensão né ou essa faceta climática e ambiental da crise de civilização eh contemporânea ela traz né elementos qualitativos que devem estar no nosso Horizonte eh de preocupação tendo em vista que a própria escala de afirmação planetária do modo de vida eh capitalista industrial moderno e ocidental eh coloca em risco dadas as suas violências né cada vez mais intensas para com o trabalho e para com eh o restante da natureza e a gente sabe ao menos desde a crítica do programa de gota de
Marx que toda a riqueza né Ela é oriunda ou do trabalho ou eh da natureza que eh a eh eh continuidade da existência humana ela eh eh se coloca em risco não só no seio dessa civilização mas no restante do planeta né Eh então eu tomo essa premissa né para também conjugar que a própria caracterização e a compreensão eh social histórica eh dessa crise de civilização é ela tem né um comum compasso com a afirmação do neoliberalismo enquanto agenda Econômica política e ideológica né e isso a gente pode no conjunto das outras mesas as 10
que já nos antecederam né Eh poder perceber a complexidade eh que o neoliberalismo guarda na sua caracterização isso pelas mais diversas referências pelas mais diversas tradições teóricas e pelos próprios eh H pelas próprias disposições políticas do seu enfrentamento né a a a perceber o quanto que também né a afirmação neoliberal ela não não tem qualquer espécie de eh assimilação simplista né a gente tem que complexificar o que que é o fenômeno eh neoliberal a partir de dimensões que elas são das mais variadas e eu coloco esses três referenciais né o eh econômico o político e
o ideológico como eh centrais e constitutivos muito me fiando a partir de um um militante economista eh e importante eh dirigente político chamado Ernesto Mandel a quem eu tenho uma referência e e e teórica e e e militante também muito próxima que percebe né naquilo que ele vai nominar eh o o colapso eh do capitalismo tardio é uma eh reorganização mais evidente dos papéis do estado para a funcionalização e da Ordem Social do capital e que tem né numa tríptica função também a sua principal característica e essa tríptica função passa pelo quê primeiro considerar que
o estado ele cumpre um papel fundamental para promover formas de reprodução da relação social do Capital que a própria burguesia é incapaz de condusir segundo reprimir o conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras nas suas mais diversas formas de afirmação de vida no seu processo de auto-organização e rebelião contra a afirmação do capital e terceiro promover um cesion ideológico também que promova né uma certa normalidade a afirmação eh dos interesses da mercadoria e da própria Ordem Social do Capital desse modo o neoliberalismo ele se assenta A partir dessa eh desse esse tríptico papel que o estado cumpre
e a partir de um coeso social que ele é mais amplo eh proporciona ainda que a duras penas uma sobrevida dessa ordem social moribunda já em crise e que tem né nesse diagnóstico e não é mero acaso a gente vê em diversas caracterizações desde aqueles que vão pensar numa crise estrutural do Capital que vai despontar naquilo que ficou nominado enquanto uma crise do petróleo né mas que a gente sabe é uma expressão fenomênica Pontual de uma crise econômica de larga envergadura e que vem desde a redução da das taxas de lucro desde o fim dos
anos 60 né própria Ernest Mandel caracteriza isso de uma forma muito nítida segundo né as questões que eh estão relacionadas a a vir à tona eh da insustentabilidade Ecológica e eu tomo a palavra sustentabilidade de em disputa né Considero que a ideia de sustentabilidade ela não deve ser eh eh objetivada por nós pur e tão somente a partir do que que é o o léxico do capital das agências do imperialismo da Organização Mundial do Comércio da agenda 2030 não um sustentabilidade é algo que a gente deve reivindicar enquanto um registro próprio da continuidade das nossas
vidas e existências né ainda que dentro de um senso comum e abordo aqui eh o senso comum a partir de uma acepção eh grana ele tem por certo né um caráter hoje regressivo e bastante mistificador da realidade né traz mais problemas do que soluções para para nós mas a gente tá lidando aqui com a complexificação das coisas né tá lidando aqui com gente que quer problematizar esse mundo para transpô-lo então não tenho aqui nenhum tipo de problema para abordar as coisas desse modo então a gente nota a insustentabilidade do que é o modo de produção
capitalista inclusive por parte das eh dos governos e estados do capitalismo Central A gente tem né a conferência de Estocolmo enquanto talvez evento nessa dialética processo e evento eh mais é cristalizador do que é a necessidade do embate dessas questões para além de Claro toda uma série de eh crescentes sinalizações em escala eh internacional eh de eventos climáticos extremos de repercussões que elas são daninhas à sociabilidade humana sobretudo né ao contexto do capitalismo periférico aos trabalhadores e trabalhadoras à mulheres aos migrantes né perceber a negros e negras percebendo como que essas questões Elas têm um
atravessamento desigual ainda que a conformação ideológica do Capital vá nos colocar e a agenda neoliberal ainda mais né Eh eh um lugar de eh Equidade nas afetações eh como a Paula bem mencionou né uma Equidade nas afetações eh Acerca das repercussões socioambientais da ação Daninha promovida pela humanidade sob a é do Capital não qualquer arranjo humano né mas um arranjo humano específico que é o capitalista né que tem esse caráter destrutivo e que eh tudo se embricamento a dizer moral ética política e a ecológica de de uma forma Evidente essa sobrevida né que o capital
passa a a ter eh nos seus processos eh de acumulação ele acaba se vendo interditado em alguma medida eh em momentos dos mais diversos que claro se requentar seja pela intensificação Da Lógica de financiarización Econômica seja pelos dimensionamentos que são também ideológicos Marcados Pelo que foi o debate do bloco soviético e e da União Soviética né eh mas eh contemporaneamente a partir de uma manifestação eh política e aqui eh eu coloco mais recentemente sobretudo eh a partir dos últimos 15 anos e que se intensifica na última década eh daquilo que podemos caracterizar enquanto um Ascenso
neofascista em escala Global né e eu quero tratar eh do neofascismo em escala Global eh para podermos eh perceber o modo como que a afirmação da agenda neoliberal né Econômica política e ideológica ela assume o seu suprassumo tanto eh de evidência quanto de afirmação violentíssima inclusive contra os povos contra os trabalhadores e trabalhadoras contra os oprimidos e oprimidas sob a égide do um neoconservadorismo e de uma expressão manifestamente colocada eh em eh tonalidades fascisti Anes né e isso a gente percebe desde o centro da ordem quanto também na sua Periferia e aqui basta a gente
lembrar que talvez as mais eh evidentes eh manifestações eh políticas do neofascismo tenham sido eh a os governos de trump eh nos Estados Unidos de orban eh na Hungria erdogan na Turquia modi na Índia e bolsonaro né Eh no Brasil isso para além Claro dos intentos que se colocaram sobretudo no âmbito da Europa Ocidental né na França Alemanha Áustria Suécia eh Inglaterra e que tem né como um dos seus componentes de sustentação para além de Outros tantos né a destruição de toda e qualquer forma de organização da classe trabalhadora né a afirmação de uma tônica
que qualquer outra coisa fantasmagórica de um anticomunismo eh o enfrentamento a todas as agendas de eh dissolução né das opressões de gênero raça e sexualidade eh também a questão do negacionismo científico e climático né eu não posso associar aqueles agentes que estão na ponta de lança da afirmação das políticas neoliberais como os maiores protagonistas do do negacionismo científico e climático e o nosso exemplo brasileiro gente é bastante eloquente né Eu acho que quando vimos o nosso país eh não só tomado de assalto com golpe em 2016 mas depois por vias eleitorais eh com o desgoverno
neofascista de Jairo bolsonaro H eh cristalização institucional de todo uma série de atentados para com as políticas eh ambi Tais eh e voltadas né a ciência a pesquisa e o desenvolvimento na melhor acepção que a palavra vem a ter nada ligado a crescimento econômico do Capital mas de desenvolvimento humano naquilo que se refere não só ao protagonismo dos oprimidos oprimidas no tomar de rédia dos destinos da sua história mas também na construção de uma vida digna de ser vivida em harmonia com outras todas formas de vida a tem a sua expressão eh desse modo eh
nós eh colocamos né como eh necessária né a tarefa eh de eh promover um embate que ele não será né profico nos tempos atuais a agenda neoliberal como um bate à política da Extrema direita ou do neofascismo para a promoção né de eh Uma transição Social e Ambiental necessária que temos para o perd da humanidade né digo isso porque né ideologicamente a expressão neofascista e o que é né Essa radicalização da atomicidade dos indivíduos dos interesses eh do que é a a própria e aspiração eh de realização humana né Eh a um requentar né dos
mores do luí XV que reclamam né Eh que depois de si que vem o dilúvio é depois do governo é depois da ação desse indivíduo depois do que que é eh a garantia da minha rentabilidade do meu lucro eu quero que o mundo exploda e a menção ao dilúvio ela não é eh um mero acaso né Eu acho que hoje essa eh reanimação simbólica né Eh do dilúvio ela se coloca de forma muito eh também eloquente a sinalizar todos os intentos aqui né a Extrema direita em alguma medida eh eh promove as suas ações desse
modo pensar uma transição Social e Ambiental eh e o enfrentamento à extrema direita pressupõe que nós reconheçamos como a pouco mencionei que as afetações eh climáticas elas recaem de modo desigual no conjunto da população e sobretudo aqueles e aquelas em que a cara desses efeitos deletérios resultantes da ação antrópica sobre a e do Capital no planeta e fazem vítimas são sem sombra de dúvida os agentes protagonistas dessa transformação social nós não podemos depositar de forma alguma no que é uma projeção institucional ministerial eh de conformação pur e simplesmente de caráter normativo textual ou eh marcado
por uma politicidade amorfa eh sobretudo nos órgãos internacionais de direito internacional público o que que é essa agência transformadora né essa agência transformadora como inclusive hoje a gente pode aqui eh ter exemplos ter referências ela se constituem eh eminentemente a partir de articulações de base pelo processo de auto-organização dos oprimidos e oprimidas na defesa dos seus modos de vida e Na continuidade das suas existências né e aqui a gente passa desde eh da da experiência você foi mencionado aqui pelo Jeová eh no processo de auto-organização e articulação que transborda né a Municipalidade de Santa quitera
que transborda a realidade cearense né eu tenho contato sobretudo com a articulação uclear por meio da minha querida eh camarada Cecília Feitosa né Eh que é para mim uma grande referência eh e que muito me inspira nessas construções de de de boas lutas e que alcança a todos nós no Brasil e no mundo além né para perceber né que a A questão não se trata por e tão somente de uma agenda voltada a uma transição energética a uma perspectiva bastante torpe eh do que é a soberania Nacional Diante Do que que são seus fumos de
afirmação eh energética e de continuidade de uma produtividade que nos destrói mas também né a consumação de um uma lápide para uma miríade de trabalhadores e trabalhadoras não só os Camponeses e camponesas da região mas aqueles que vão estar processando e trabalhando eh na extração eh eh de minerais que certamente trarão resultados daninhos à suas existências para além daqueles que eventualmente terão manejando ali num processo que se reclama também transicional e energético repleto de contradições como Outros tantos são quando capitaneados pelo capital na sua consumação né esses exemplos eles se eh colocam com Outros tantos
processos né que vão desde o que que é a auto-organização e a necessidade dos processos eh de mobilização sindical a assumirem né ainda que de forma mediada as lutas socioambientais eu falo isso com o meu lugar né enquanto militante sindical há pelo menos duas décadas e que assim me reconheço enquanto sujeito no mundo e o quanto que isso deve ser eh animado cada vez mais no reconhecimento na articulação de lutas e no seu não isolamento e no que que é esse irmá né na construção de eh processos frentes movimentos eh que deem conta né de
uma forma radical eh da necessidade de podermos né conjugar sem eh qualquer tipo de dissociação a eh promoção e de modos de vida e a defesa dos interesses dos oprimidos e oprimidas e uma continuidade de uma vida mais harmônica com o restante da natureza a ruptura da dependência com modos e cocidas de afirmação e reprodução da vida e o enfrentamento das políticas sobretudo da Extrema direita e da sua recaída institucionalista para lida com a questão ambiental ideologicamente o enfrentamento ao negacionismo eh científico climático e as marcas também ideológicas que projetam né na discussão socioambiental de
um modo geral né uma tonalidade do globalismo elas podem ter um uma dimensão que ela é aparentemente eh mais sofisticada e descolada desses processos basilares de auto-organização e promoção de lutas Mas ela tá intrinsecamente conectada né ela é né na sua afirmação o modo por excelência que a gente dá embate a esses processos eh de eh tentativa de Coon momento e homogeneização ideológicas eh que atentam tanto contra nós desse modo né Eu acho que eh mais do que qualquer outra coisa mais do que as nossas próprias reflexões no âmbito acadêmico que elas são indispensáveis porque
é por isso que a gente formula por isso que a gente pesquisa por isso que a gente se engaja por isso que a gente dá voz né esses processos voltam dizer que eles são auto-organizados que eles são eh eh parte de um processo eh de embate das principais frentes de intervenção eh que o capital promove de forma extremamente violenta e atentatória contra o trabalho e a natureza a o nosso lugar eh por Excelência de construção e eu queria aqui trazer um convite e aproveitar essa oportunidade a partir da segunda-feira vai estar acontecendo o nono encontro
dos pesquisadores e pesquisadoras professores e professoras na mineração construída pelo movimento pela soberania popular na mineração né hum Man eh ele vai se dar em Salvador mas ele vai ter uma plenária virtual que vai se dar eh na noite de segunda-feira dia 4 a partir das 19 horas e que né a todos e todas que tenham essa disposição eh de poder tomar contato com perspectivas dos movimentos populares que se organizam nessa agenda né que possam est eh também né dialogando como a experiência histórica mostrou não só no movimento dos trabalhadores e trabalhadoras sem terra não
só no mab não só no Man mas em outras tantas importantes construções do conjunto da nossa Classe A necessária combinação do que é a nossa condução de Pesquisas agendas enquanto docentes pesquisadores e pesquisadoras com esse eh respaldo e provocação dos lutadores e lutadoras populares então com esse convite eu termino aqui a minha intervenção E espero ter contribuído aqui com as boas inspirações para próximas lutas obrigado Muito obrigado Professor Vamos então à nossa rodada de perguntas e respostas aqui que o chat mandou temos várias perguntas Ainda temos 15 minutos para respondê-las tá eh começar com as
perguntas paraa professora Paula eh Thiago moto pergunta pode-se dizer que sustentabilidade significa parasit abilidade ou seja ampliação da duração da exploração das vidas natural e humana e a Paula comenta que aqui no Ceará uma colega fez uma tese sobre o mascote do agronegócio que parece nos livros dos alunos da rede pública como agrinho amigo do meio ambiente lembrando professores que eu coloquei no nosso chat aqui no Zoom tá as perguntas eh perguntas pro professor jovar eh você consideraria consideraria que a cartografia decolonial da crise ecológica atual pressupõe um Atlas an Arqueológico no sentido de fouc
crítico dos saberes contemporâneos e a Paula pergunta Professor vi que o senhor mencionou a exploração de urânio critéria quanto a esse tema algum livro ou artigo que o senhor indica e para o professor Gustavo a Renata pergunta eh o professor disse que o neoliberalismo Dota a ordem social de uma sobrevida os senhores poderiam desenvolver essa ideia correlacionando historicamente com tecnologias extrativas mais agressivas fracking e o professor Thiago pergunta professor Gustavo eh Salv engano você mencionou que o capitalismo neofascista é um sistema heterotópico Queria saber melhor o que isso significa por favor professores vamos na ordem
é isso pode ser tá então quero agradecer as perguntas né tô vendo aqui pelo chat que é o Thiago e a Paula agradeço as perguntas dos colegas e e até já vou aproveitar e responder Renata também que a pergunta é mais Ampla ali que ela faz professor Gustavo pede pra gente vou falar a partir das das perguntas aqui também feitas pelo Tiago pela Paula a primeira acho que é importante dizer assim que o que eu tentei mostrar acho que foi isso aí né thago talvez a gente possa chamar de parasit abilidade acho que seria eh
algo interessante de como é que a gente tem habitado a Terra e a forma como a gente tem explorado da forma como a gente eh vê hoje e todos os atravessamentos das próprias mudanças climáticas para ficar bem no tema da nossa da nossa mesa de hoje ela tem mostrado quanto aá uma exploração dessa natureza Então eu acho que é pertinente essa tua consideração e acho que o termo sustentabilidade ele merece maior atenção da nossa parte porque hoje é uma palavra que eu poderia dizer assim ela foi cooptada por todo esse neoliberalismo e pela ideia de
um desenvolvimento sustentável que a própria ideia de sustentabilidade que muito se falou dentro do campo da Educação Ambiental desde que a educação ambiental se construiu enquanto campo do saber da década de 60 do século XX para cá era uma outra composição de ideia de sustentabilidade mas de tal modo que a gente terminou criando um conceito de sustentabilidade que parece que tá colado a ideia de desenvolvimento então a ideia de desenvolvimento sustentável isso eu acho muito perigoso né como Fô vai dizer eh os discursos eles são perigosos e precisam da nossa atenção e acho que o
desenvolvimento sustentável é um desses discursos que tá na ordem do dia hoje que tá assumido como verdadeiro para nós e que precisa ser estranhado dentro do campo eu vou dizer do campo da Educação Ambiental claro que cada um vai falar do seu campo eh e aí eu acho que tem aderência a isso que tu tá falando a essa ideia é de exploração da vida natural e humana a forma como a gente se constitui enquanto sujeito desse tempo a forma como a gente se relaciona com o mundo e cada vez mais a partir da ideia de
desenvolvimento sustentável a gente vai se afastando dessa noção de natureza como como se existisse ela e nós e me chama atenção isso que a Paula diz fiquei com bastante interesse se a Paula tiver aí poder colocar para nós no chat de que tese ela fala porque eu fiquei bastante interessada em poder ler essa tese eu acho que é uma questão bastante pertinente acho que vem ao encontro do que eu tava falando aqui na minha na na minha conversa com vocês de que a a ideia do agronegócio ou quando ela não aparece porque o que a
gente vê recorrentemente eu trabalho com as mídias desde 2010 eu faço análise do material midiático de outras questões também não só das mudanças climáticas mas o que a gente vê nos discursos mediáticos é um vínculo eminentemente e o que quando aparece que aparece especificamente professora eh aconteceu alguma coisa com o seu som e aí a gente não tá ouvindo quase nada É fala mais pertinho aí que é ficou muito baixo o som da senhora Ah tá eu vou só retomar então para finalizar a consideração da Paula que gostaria de saber qual é a a tese
se ela estiver aí e puder passar o nome da tese Fiquei bastante interessada em fazer a leitura da tese da indicação que ela T aqui porque me parece que acho que corrobora com que eu tava dizendo na minha fala a respeito da da presença muitas vezes da mídia marcada exclusivamente por uma visão individualista de que a gente fechando a torneira mos mentes consegue reverter o problema das mudanças climáticas por exemplo ou aparece como ela vai dizer aqui a questão do do do do agronegócio como agrinho ou então como uma hã uma visão de digamos assim
romântica do que é O agronegócio Então acho que eh agradeço as considerações aí do Tiago da Paula da Renata e as possibilidades de estar dialogando com vocês a um tema que é muito caro para mim eu vou deixar os colegas também fazerem os seus comentários então eh obrigado Gustavo pela sua fala eh bastante interessante quia eh Agradecido a professora Paula e grato também pelas questões do Tiago e da Paula muito brevemente eh Tiago bom a cartografia de Colonial que eh algumas populações também estão chamando de cartografia do bem cartografia eh Comunitária cartografia para eh a
vida de todas as espécies cartografia agroecológica na realidade são instrumentos onde eh a o colonizador de fato construí seus mapas enquanto instrumento de poder né poder hegemônico e eh esta cartografia de fato ela vem na direção da contrahegemonia onde eh as populações eh nós do ponto de vista metodológico não chegamos numa comunidade e vamos ali perguntar se elas querem cartografar os seus territórios n então Eh fato nós trabalhamos muito né E temos assim um prazer enorme em sempre está ali tentando atender essas essas demandas né também aspecto metodológico a cartografia ela é izada em territórios
eh em conflitos ambientais principalmente territórios eh relacionados a estes grandes Empreendimentos transnacionais quando eu comentei sobre a cultura provocou né migrações forçadas e na cartografia eh populações Tessa relação com a biodiversidade quee ecossistema eh colocam por exemplo que aqui ário de mesal para sustentar 10 famílias né colocam todas as acessibilidades todas as práticas eh de eh navegação não é de cata de carijo de mariscagem onde eh de fato representa ali eh diante da superposição de um exorte de uma C cultura de um complexo industrial e pário um instrumento real material para o embate todas as
audiências nós fizemos essa ent uma carta aqui com a população com com o povo massé complexo populo do pé reprimiu-se aqui ao lado e foi para a reunião na a época com o governador do Estado não é e eles chegaram e disseram não não é esta cartografia que nós queremos começar EA é este eh eh instrumento eh de planejamento étnico né com estas conexões com o Saber Acadêmico uma vez que a cartografia tem todos os elementos não é técnicos e eh isso eh de fato tem eh gerado uma certa vamos dizer assim eh uma revisão
de conceitos não sei se eu entraria aí em fou mas eh Porque de fato a minha leitura ainda é bastante eh diante né nestas eh dimensões uma vez que sou geólogo né de Formação mas a militância e a pesquisa orientada nesta eh eh possibilidade de assegurar direitos a partir de universidade pública e tudo isso motiva né então eh a cartografia lembrei agora da Dona Fátima Dona Fátima eh nós fos fazer mapa da sualidade com impactos ambientais seríssimos né Por uma Eló queria instalar 16 er geradores dentro do ecossistema dentro daal eh realizamos um estudo com
outros colegas com colegas também de outras universidades com a participação de pesquisadores eh eh do próprio município no caso ali em onde elaboramos esse plano ser climático mais de 200 pessoas participaram oficinas conversamos com mais de 2000 pessoas V Trabalho bastante interessante ela disz quer dizer que agora eu vou ter um mapa para mim de que agora o meu território está aqui então mostra a a a essência da invisibilidade neoliberal da invisibilidade destas eh eh eh desses instrumentos né como o complexo Industrial PC não tinha nenhuma tipologia não tinha ações ali não é apesar de
sabermos eh a diversidade de relações eh naquele território na produção de alimentos era um cinturão verde da cidade bastante eh contaminado doenças né a Cecília tinha o prazer de trabalhar com ela Cecília pintos eh fez o o a sua pesquiso com os indígenas anacé anade realizar isso junto com ela o nosso programa e ela eh inaugura um momento muito importante para nós que é a banca Popular então tem a Banca Dos pesquisadores e também a participação eh de jovens no caso uma jovem liderança na nac bom é esta a dimensão da cartografia decolonial nós estamos
até eh analisando a possibilidade também estamos aprofundando eh eh eh na epistemologia não é e lemos um texto bastante interessante sobre eh descolonialidade não é paraem Surgir aí da tradução direta desse termo eh eh Norte Global uma outra questão eh sobre urânio eh esse mapa que eu apresentei ele está presente num uma das últimas publicações publicações do humos na página do hum tá en contar meu e-mail é Meireles @c.t aqui os relatórios as notas técnicas que a articulação an nuclear elaborou aí eh inclusive com a participação também importantíssima da nossa colega companheira professora Raquel do
cuto né que coordena o meu programas trabalho de saúde meu ambiente vem de fato lá pressionando eh nessa está eh concepção de território eh completamente aberto para a mineração P mapa da CPM Praticamente todo o Estado do Ceará é uma grande mineração a ser aberta o urânio vai ser a ser perto nós ali colocamos a eh pluma de contaminação de radônio recentemente a 70 km foi descoberto eh uma análise onde a água de um Poo tinha sete oito vezes mais eh radiação do que previsto né Tem esse digma também de Caitité que nós estamos eh
analisando e a eh consulta livre eh eh eh eh informada não é segundo a a oip Então essas questões todas elas eh de fato eh atravessam estas eh publicações estas eh cartografias e esta proposição de dar visibilidade aos conflitos ambientais nessa conexão orgânica com o nosso grupo de pesquisa aqui unidade públ da Universidade Federal do bom vou dar continuidade então ótimo poder ouvir novamente Paula e Jeová eh e eu agradeço muito as questões tanto da Renata quanto do Thiago Eh aqui colocadas né e eu vou iniciar eh pela indagação da querida Renata eh que traz
aqui as questões que estão relacionadas né à tecnologias extrativas e essa violência promovida e pelo capital no afã de garantia das suas margens de lucro e de continuidade do que são os tons não só eh voltados à eh e manutenção do dos seus negócios e e e garantia energética mas também eh de não ruptura com que é a dependência sobretudo para eh com as matrizes eh fósseis né Eh com extração de hidrocarbonetos para eh utilização energética eh de modo geral bom esse caso do frakin eh Renata eu acho que ele denota Talvez uma das formas
mais evidentes o quanto que né dentro do que é uma combinação eh dos processos de afirmação Econômica de e predação da natureza e de garantia eh de rentabilidade e lucro do Capital eh As coisas elas não têm uma dissociação e eh percebermos né o modo como sobretudo eh quando nós temos ali o desfecho né daquilo que a maristel svampa vai chamar de um consenso das commodities né Eh ou com bum da precificação em escala Global eh bastante financier eh da das commodities o processo né do neoestoica em marcha é claro que né essa caracterização do
nistrativo ela não me parece ser eh talvez a mais precisa ou rigorosa a gente tá tratando especificamente eh de uma etapa eh histórica talvez não de longa duração eh dada a sua inviabilidade propriamente ambiental eh eh de condução mas ela eh traz né uma capacidade de síntese do modo como a intensificação de violência promovida pelo capital paraa promoção de práticas extrativas e aqui a gente não tá falando só do petróleo a gente tá falando da mineração a gente tá falando do extrativismo vegetal do extrativismo mineral da promoção do agronegócio né Eh em diversas das suas
frentes e e e e dimensões né e a gente pensa né Como que o agronegócio Age de forma articulada a gente né Tem eh o Ceará e aqui a gente tá falando sobretudo desde um evento centrado no Ceará né os trunfos imensos que eles foram promovidos política institucionalmente eh por exemplo com a aprovação da Lei Z Maria do Tomé e as O seu reconhecimento enquanto né uma medida constitucional em articulações do Agro em escala Nacional Para viabilizar a pulverização de veneno eh com avião eh cada vez mais eh eh reduzindo as margens de possibilidade e
proximidade de eh assentamentos escolas eh localidades de moradia entre outras tantas coisas a gente vê um avanço de um lado a gente corre o retrocesso de outro isso é a expressão também do neoestoica da ruptura metabólica do que que é a intensificação da destruição eh do do que que é a a produtividade do solo eh dessa violência né então algo que foi né Eu acho que embrionariamente eh denunciado pelo Marx eh quando ele Lia lá O químico Justus Von Lib e que ele percebe né que há um descompasso entre o processo temporal e das necessidades
da própria mercadoria lidando especificamente com a questão de produção agrícola eh e a a a lida com o manejo de fertilizantes né no curso do século XIX hoje é colocado a Ena potência né Eh enquanto Marcos de violência num contexto em que né mais do que qualquer outra coisa né o lucro prevalece sobre os interesses da população trabalhadora ou da massa maioria da população no planeta né então acho que o exemplo do fracking É talvez sintomático para lida com a questão eh do do do do da extração de petróleo né mas a gente poderia colocar
exemplos aqui dos mais diversos para denotar o que é essa eh etapa esse momento né que a svamp Como eu disse vai caracterizar enquanto eh próprio doel ativismo e e o diálogo aqui com a questão do do Thiago ela é bastante Evidente né tá a a menção é heterotrófico não esteja presente mas e eu também não tenha falar heterotrófico mas eh eu não tenho a menor dúvida né de que o capitalismo neoliberal nessa sua manifestação neofascista ou seja mais violenta né mais antidemocrática mais atentatória as condições de organização dos oprimidos e oprimidas né ele é
heterotrófico né ele demanda inclusive eh mais do que o seu reconhecimento enquanto Canibal né como a gente tem hoje em dia é visto a caracterização e que também não tá completamente equivocada né tem o seu acerto também como heterotrófico ele reclama né se alimentar de outros modos de vida de outros territórios não alcançados ainda pela sua eh dimensão de afirmação é por outros corpos né então tem né esse reclamo de uma afirmação para fora quem Originalmente vai tratar desse tema né e que me parece ser eh insuperável ainda que a gente tenha né Eh eh
uma escala de outras tantas referências A exemplo de Harvey A exemplo de clus doa a exemplo de Nancy frazer né é a Rosa Luxemburgo eu acho que a Rosa Luxemburgo ainda nas discussões acerca da acumulação do capital e esse dimensionamento do dentro e fora da ordem social né Eh a mais não só plasticamente bem acabada mas Teoricamente bem acent eh das reflexões né então posso dizer com toda a certeza que né a gente vê aqui o o suprassumo da afirmação capitalista na sua disposição heterotrófica né e eu acho que aí eh combina a o diálogo
com com a indagação do Thiago Muito obrigado professores agradecer demais suas falas suas respostas agradecer muito ao chat que participou bastante lembrar a todos convidá-los de que que às 2:15 hoje teremos a nossa penúltima mesa com o tema direito e Segurança Pública com os professores acáo Augusto Sebastião Júnior da Unifesp e José Luiz Ferraro da PUC então eu espero vocês lá até mais até mais tchau tchau tchau até mais prazer tchau tchau até mais