anteriormente a gente viu né que o o processo de design de interação ele passa por quatro etapas né então a gente tem o levantamento de requisitos a gente depois tem a parte de projeto prototipação e avaliação e que de fato né essas quatro etapas elas acontecem e elas acontecem nessa ordem Mas eu posso iterar né de uma eu volto para outra para outra para outra conforme a necessidade a gente vai realizando esses ciclos aí então Eh hoje a gente vai falar sobre como é que a gente faz levantamento de requisitos né que é o que
a gente também chama no nesse universo de ihc a gente chama de ux research né então é pesquisa da experiência do usuário N E aí a gente vai falar sobre uma técnica que que é bem efetiva interessante né que são os nossos estudos de campo né e a etnografia bom essa imagem né a gente vê um essa imagem ela mostra um pouco que a gente cansa de ver em filme né onde a gente tem um pesquisador que normalmente é é um britânico né E que vai pro meio vai pra África no meio de uma selva
de uma de uma tribo indígena né uma comunidade indígena e ele é claramente diferente dos outros todos né E aí o processo né normalmente ao longo da história que a gente vê é o pesquisador fazendo um um esforço normalmente um antropólogo né é ele fazendo um esforço para se para ser aceito por por aquela comunidade como um membro né efetivo né então naturalmente é um processo difícil se a gente olha na imagem a gente vê na cara quem é o estranho aí né mas mas enfim os enredos de filme eles são eles mostram dessa forma
né ã e HC uma técnica que a gente utiliza bastante para tanto para fazer avaliação de interface como para fazer levantamento de requisito né portanto no no no yx research eh é o que a gente chama de etnografia né e a etnografia então o que que a gente percebe na ideia da etnografia desses estudos de campo é a gente como pesquisador né se tornar um nativo né e Então essa técnica na verdade a gente diz que ela é uma aproximação camaleônica ao objeto de estudo né então qual é a vantagem né da gente eh ser
membro né ser aceito como um membro daquele grupo A vantagem são inúmeras né nessa fase de avaliação quando a gente é membro de uma comunidade a gente entende realmente os problemas os usuários né que são aqueles que a gente tá estudando Eles nos vem como um deles e por isso a gente não representa um um problema para eles a gente não é visto como um intruso Então essa é a ideia que a gente vai ver como se desenvolve aqui então a gente diz que esses estudos de campo e etnografia eles são também chamados como observação
de de observação participativa né e é uma técnica que foi inspirada na antropologia social A ideia é que se faça uma observação detalhada das pessoas pessoas no nos cenários naturais ou seja nos cenários onde elas vão usar eh aquela solução que a gente ou que a gente desenvolveu se eu tô usando essa técnica para avaliação ou eh onde eu vou fazer o meu levantamento de requisitos n onde eu vou querer entender o que que tá acontecendo né então Eh o que que se o que que a gente diz para justificar essa técnica é que é
que só quando a gente experiencia a vida de um outro a gente consegue entender sua cultura né então é a ideia da gente viver um pouco a realidade do do outro né então entra aí uma uma ideia de empatia também e Por que então que a gente propõe usar etnografia nesse domínio aí de de interfaces né do desenvolvimento de software interativo eh interativo primeiramente eh porque é uma técnica que nos permite tornar visível os aspectos sociais de um cenário quando a gente desenvolve um software ou projeta um software em geral né a gente quando a
gente não envolve o usuário nesse processo né a gente enxerga como uma tarefa dura né então alguém me passou os requisitos Eu imagino como é que vai ser para ficar legal de acordo com os os meus preceitos e eu vou lá e faço o desenvolvimento e a gente já viu que não é assim que funciona quando o software é interativo e eu vou desenvolver Para uma determinada população eu preciso entender como essa população enxerga né Qual é a necessidade real dela né Em que contexto ela ela desenvolve então assim eh no passado né a gente
tinha a máquina fotográfica fazia fotografia com máquina fotográfica e a máquina tinha aquele buraquinho né onde a gente botava o olho através dele enxergava a imagem e batia a foto houve evolução pras máquinas digitais e mais recentemente pros celulares e e hoje a gente não tem mais isso né a gente enxerga na tela do nosso celular a imagem que eu vou estar fotografando e isso em tese é muito melhor do que eu ter que botar o dedo lá naquele buraquinho espia o dedo não desculpa botar o olho no buraquinho espia entendeu o que tá acontecendo
Então por que que eu digo que em tese porque não necessariamente é melhor né várias vezes a gente vai tirar uma foto e e a gente tá com o sol batendo na tela quando o sol bate na tela a gente no celular a gente simplesmente não enxerga o que tá acontecendo e não raro a gente faz a foto tá e avisa as pessoas Olha só tirei a foto mas eu não tenho a menor ideia do que que apareceu ali tá Por quê Porque nessa hora essa interface que parece tão boa ela não é adequada né
ou seja quem pensou nessa interface não olhou pro cenário né PR pros diversos cenários onde isso isso deveria acontecer né onde isso vai ser usado Finalmente né então se eu quero ter né uma feature de fazer fotografia com celular talvez a gente devesse manter ainda o velho buraquinho lá onde eu posso olhar através do qual eu vou olhar a imagem que eu tô que eu vou fotografar e isso em adição naturalmente né A forma como a gente tem usado eh hoje em dia para para bater foto e aí uma complementando a outra se eu vou
fazer uma máquina fotográfica hoje um dispositivo para tirar fotos eh onde eu sempre vou est numa situação de sol o meu contexto de uso é sempre no sol sempre pessal batendo ali a solução que nós temos hoje não é adequada então por isso é importante né a gente enxergar o problema do os os problemas né e as questões todas do ponto de vista do nosso usuário final Então essa técnica de de etnografia ela nos ajuda nisso né então ela torna visível esses aspectos sociais do cenário dos usuários né que não necessariamente a gente vê quando
Não envolve eles no no processo então eu vou entender as atividades do dia a dia como funciona o dia a dia do meu usuário Em que em que momento Eh o meu artefato de software ele se insere né Em que contexto Tá eu vou poder entender os diversos atores envolvidos né que que é o que a gente chama de arquétipos eu vou conseguir entender os contextos de uso as circunstâncias as práticas a interação entre os os próprios usuários as conversas e etc então H A ideia é que a etnografia nos permite ter uma visão do
nosso produto ou do nosso problema da mesma perspectiva de quem tá no domínio né então eu tenho Esse envolvimento do do pesquisador que vai participar do processo de entendimento eh do do uso né como se ele fosse também um usuário Então a gente tem uma frase né que diz que a gente jamais critica um homem antes de andar 1 km nos seus sapatos né então é é aquela frase né então A ideia é que só depois que a gente consegue se afastar né a gente consegue ter uma avaliação mais independente é quando eu me coloco
no lugar do outro né que eu entendo as dores que ele sente Então essa é a ideia que a gente vai usar aqui na etnografia bom e quais são os desafios de trabalhar com etnografia né então primeiro a gente precisa evitar a tentação de achar que a gente entende a vida dos outros só olhando né e esse é um problema clássico né então a gente olha e dis ah não isso é fácil Ah não isso faz daquele jeito não é a gente que tá ali né as pessoas com uso eh continuado de um determinado produto
né Elas a gente acaba vendo como é que elas usam a coisa diferente né então um exemplo que eu adoro dar né que que é o exemplo do WhatsApp então Eh o WhatsApp foi um artefato de software desenvolvido para que se faça troca de mensagens entre pessoas né então sempre é comunicação de uma pessoa com o outro todo mundo todos tem um grupo de WhatsApp que se chama eu e esse Grupo só tem a gente mesmo e o que que a gente faz a gente não usa ele para se comunicar né a gente tá usando
aquele grupo ali para poder guardar coisas que a gente quer lembrar e que a gente vai precisar num num outro momento né então criar um grupo eu onde só tem a gente é um uso completamente deturpado do do WhatsApp E que provavelmente quem desenvolveu a ferramenta não pensou que fosse ser usado dessa forma se hoje nées fossem refazer a ferramenta ao olhar a maneira como as pessoas estão usando claro a gente usa para se comunicar mas ao ao observar que a gente também usa dessa forma talvez se criasse né uma uma forma de eh de
eu armazenar informações que para mim são relevantes ou para mim são interessantes num lugar diferente do que tem um grupo eu isso é claramente uma gambiarra que a gente faz para poder usar uma ferramenta de conversa para uma coisa que não é conversa né Então essas são o tipo de coisas que a gente consegue perceber quando a gente se coloca na mesma posição da da vida dos outros né um outro desafio importante né quando a gente vai que que aparece quando a gente vai usar etnografia é a gente se libertar de conceitos né de preconcepções
teóricas que a gente que a gente porventura tenha né então o mundo social ele não É organizadinho como a gente gostaria que ele fosse ele funciona de jeitos diferentes a gente vive dando jeitinho para usar as coisas e assim se a gente tiver em mente que cada jeitinho que a gente dá para usar um aplicativo para usar uma ferramenta eh ele só os jeitinhos eles só acontecem porque a ferramenta não prevê aquele aquele tipo de uso né porque de alguma forma alguém não pensou naquele né então assim o mundo ele não é do jeito que
né que a gente que ele supostamente seria E aí por isso a gente tem que viver um pouco a vida real dos outros né para poder entender então esse é um outro desafio né a gente se libertar daqu das nossas crenças e olhar o mundo através dos olhos dos outros uma outra questão importante é que as coisas que são muito familiares elas acabam sendo difíceis de ver né justamente por elas serem familiares demais né então ã a gente tem uma porção de coisas no nosso dia a dia que a gente faz no modo automático já
né então a gente não acaba não prestando atenção a etnografia é uma técnica que exige que a gente preste atenção em tudo exige que a gente Pense Um Pouco como os outros estão pensando bom uma outra questão aqui que que interessante assim etnografia é uma técnica Fácil de usar né então fácil de aprender fácil de aplicar qualquer um de vocês pode aplicar a etnografia né mas a gente tem que manter o objetivo em mente né então o nosso objetivo é descobrir a socialidade do trabalho do usuário como é que o usuário se relaciona com a
tarefa como é que o usuário se relaciona com outros stakholders no no processo de solução né de de de solução de uma tarefa né de um de um problema então então é isso a gente tem que ficar sempre focado nisso a gente também precisa nesse processo ser Cortez né se mostrar interessado né ficar quieto né então a gente não deve falar muito nesse processo eu tô como um intruso né Eu tô querendo ser aceito numa comunidade mas de alguma forma eu sou um intruso ali então a gente tem que tentar não falar muito observar bastante
escutar bastante mas não não é para fazer entrevista não é para perguntar olha só o que que você a achando né Eh é pra gente eu até posso conversar com as pessoas mas conversar no mesmo nível que todas todo esse todo grupo envolvido na tarefa conversa eh e não demonstrar que eu sou um observador né porque aí a gente perde essa questão de se parecer um um do grupo né e finalmente é preciso um outro desafio a gente tolerar monotonia porque é monótono né então é uma técnica onde a gente tem que ficar participando da
vida dos outros né mas observando o que que cada um faz como se a gente fosse um deles né então eh a a ideia assim aqui é que a gente vai precisar coletar dados né esse é o nosso é o nosso processo todo viver com as pessoas e coletar os dados de fato coletar os dados também não é difícil essa é uma outra tarefa fácil nada tá escondido na etnografia né não tem nada especial que a gente precisa se preocupar mas a gente precisa ouvir observar anotar gravar filmar né então basicamente acaba sendo um processo
de acumulação dos dados e esses são Dados que a gente vai analisar depois né então assim a gente participa de uma sessão de de etnografia depois eu preciso fazer esse registro né E aí por fim fazer análise desses dados Então se por um lado coletar os dados não é difícil analisar os dados é né Então essa é uma tarefa difícil porque eu tenho muitos dados né então eu preciso examinar tudo e encontrar um sentido naquele material que eu coletei então a gente tem aqui alguns preceitos que nós vamos comentar né e que eles são importantes
nesse processo de de análise de dados etnográficos então o primeiro deles a gente precisa assumir que tem um existe uma organização social e a gente precisa pra mostrar como é que essa organização social ela acontece num cenário então para ilustrar esse processo eu vou usar um cenário Eh que que eu acho super interessante e que faz parte do dia a dia de nós todos que é um cenário de supermercado né então quando a gente vai no supermercado como cliente né A gente entra a gente faz as nossas compras e a gente vai fazer o pagamento
então fazer o pagamento significa entrar na fila do caixa né E aí a gente vai conviver com vários atores tá então um ator né um stakholder nesse processo é a gente que é o cliente né então vê que eu né se eu vou fazer uma análise etnográfica ali eu vou me fingir de cliente então eu sou um cliente junto comigo na fila né então eu imaginar que eu entendo como é um cliente porque eu me conheço e eu faço compras todos toda semana no supermercado então eu sei como é um cliente Essa não é uma
verdade né porque e a gente tem cliente diferente tem o cliente que gosta de ir no supermercado Bem rápido comprar tudo que tem que comprar falar com o mínimo de pessoas possível pagar ir embora do jeito mais rápido mas a gente tem aquele que vai e que ele quer socializar e que ele quer perguntar e que ele é diferente de mim né então se eu vou fazer uma análise né um estudo etnográfico num supermercado no no caixa do supermercado um umas as pessoas que eu tenho que olhar as primeiras são aquelas que estão na fila
junto com comigo como é que se comporta a pessoa que tá na na na minha frente na fila como é que se comporta a pessoa que tá atrás como as pessoas se comportam quando a fila é pequena como é que elas se comportam quando a fila é grande é diferente n depois a gente tem a figura do caixa né esse é um outro stakholder como é que é o comportamento do caixa vocês já observaram o comportamento do caixa ele tem um protocolo n o caixa precisa cumprimentar a pessoa ele vai passando os produtos é uma
tarefa inte então não raro ou seja quase sempre a gente percebe a cara de tédio do cxa né pois ele interage de novo na hora do pagamento aí nós temos o empacotador o empacotador é outro perfil né diferente também que interage pouquinho com a gente interage com o caixa a interação com o cliente ela é cada vez diferente tem cliente que gosta de usar bem pouca sacolinha botar tudo numa só para economizar sacola aí tem aquele cliente que gosta de ter um monte de sacola porque ele quer levar sacolinhas para casa para usar como lixo
Então esse coitado do empacotador ele nunca sabe como agir né ele tenta uma coisa o cliente Fala ou fala para ele Ah não bota isso em cima daquilo tal o outro deixa fazer do jeito que quer mas é um outro perfil que Normalmente também tá entediado depois a gente tem o perfil do fiscal de caixa né que não raro ele precisa ser chamado ele sempre vem correndo libera alguma coisa no caixa e aí a vida que segue então assim são vários perfis né e é interessante a gente olhar no estudo etnográfico num exemplo como esse
de um supermercado é importante a gente analisar cada cada um deles né como é que se comporta o caixa como é que o caixa se relaciona com fiscal como o caixa se relaciona com o pacotador como pacotador se relaciona com o cliente como os clientes se relacionam entre si como age um cliente na fila quando o cliente da frente tá demorando uma vida inteira e ele vai pagar com moedinha né então assim né tudo isso é para ser observado é essa organização social que ela nos interessa aqui depois a gente também precisa um outro preceito
importante a gente assumir que o cenário e as atividades elas fazem sentido pros participantes e a gente precisa explicar esse entendimento Então nesse cenário que eu tô usando como exemplo para para ilustrar aqui essa gente toda cada um é diferente cada um tem um papel e eles têm um relacionamento que no fim das contas é harmônico entre todo mundo porque funciona isso é o jeito que funciona Supermercado a vida inteira né então é importante a gente gente aqui na análise dos dados entender como é que como são esses relacionamentos e relatar eles né então eu
preciso expor como é que as coisas acontecem depois a gente também precisa entender o cenário e as atividades em termos né que os membros entendem e usam né então como é que cada um desses participantes como é que ele olha as atividades como é que as atividades são porque às vezes a gente tem uma atividade que é boa para um stakholder mas ela não é não tá boa pro outro né então como é que a gente faz essa né tem a gente precisa Observar isso e entender eh a atividade de todos os pontos de vista
é preciso também examinar as atividades em detalhe tudo isso vai acontecendo nesse nosso processo de de observação onde a gente tá sendo confundido com alguém que faz parte da da coisa né então vamos examinar Essas atividades em detalhe Então esse é um preceito importante cada coisa importa que é só a gente vendo todo que a gente vai entender o que que pode ser alterado aqui então a gente precisa ainda né tratar as atividades como como elas são situadas no seu contexto de uso bom a gente viu então as cinco cinco primeiros preceitos né vamos ver
os os cinco últimos agora a gente precisa também prestar atenção paraa divisão do trabalho isso é outra coisa interessante para para eh atividades que onde eu tenho vários stakholders né como é que as pessoas dividem o trabalho né como é que elas coordenam como é que elas cooperam né então como é que essa essa coisa toda ela acontece então de novo no caixa do supermercado né a gente vê caixa passando as compras Às vezes eu não tenho empacotador às vezes o cliente ele mesmo vai empacotando outras vezes eu próprio caixa que começa a empacotar né
então existe ali uma dinâmica que é preciso a gente identificar e fazer essa análise de dados aí eh as tarefas e atividades elas são muitas vezes sequenciadas né E isso acaba tendo implicação na interação então por exemplo eu não posso primeiro empacotar as coisas e depois registrar elas né então tudo tem uma ordem né em várias ações são assim às vezes eu consigo paralelizar é importante a gente entender o que que pode ser paralelizado o que que não pode o que que pode ser o que que deve ser sequenciado né então qual é a ordem
das coisas o que que deve ser realizado ao mesmo tempo né Então essas são todas coisas importantes a gente registrar quando a gente tá fazendo eh análise dos meus dados etnográficos a gente também precisa prestar atenção paraa organização egocêntrica das atividad né então basicamente ainda que o que a gente vá desenvolver ou propor ou projetar é uma ferramenta para auxiliar alguém a realizar uma tarefa o centro é sempre a são sempre as pessoas são as pessoas que fazem coisas né então eu tenho que tentar olhar as atividades desse ponto de vista se eu vou propor
uma aplicação um aplicativo né uma ferramenta eu tenho que ver como como essa ferramenta se encaixa em relação às pessoas que que estão ali então é isso que a gente precisa prestar atenção também nesse processo aí da etnografia né a gente também não pode separar conhecimento de especialista do conhecimento prático né E aqui é importante a gente evitar desvalorizar as habilidades e desvalorizar as competências então tipo ah vou fazer uma ferramenta eu quero que ela resolva todos os problemas não ela precisa resolver os problemas que são problemas de Fato né não quer gente pegar uma
ferramenta que faça tudo né claramente Isso não funciona né a gente vê hoje em dia o nosso próprio uso dos computadores né a gente não gosta de de aplicativo muito grande com muita função a interface fica complicada por isso cada um de nós né no seu celular no seu computador cada um de nós tem um combo de aplicativos né E aí cada um a gente usa para uma coisa cada um em um dispositivo e e cada pessoa personaliza ali eh as suas ferramentas né E tem esse esse uso então a gente não pode né ao
propor alguma coisa ao entender o funcionamento a gente tem que sempre pensar nisso né Não dá para separar existe o especialista conhece alguma coisa existe conhecimento prático e a gente tem que valorizar igualmente essas duas coisas e um outro erro que a gente comete muitas vezes é tratar cenários como equivalentes Ah não eu já entendi como é que funciona essa tarefa pessoa refez agora agora eu tô dentro de casa funciona de um jeito quando tiver na rua funciona do mesmo jeito quando tiver na no cinema vai ser do mesmo jeito não é né Essas generalizações
espúrias que a gente chama elas acabam dando errado né então assim frequentemente as pessoas testam e ou pensam né no elaboram um problema analisam uma situação num ambiente que muitas vezes é um ambiente organizado né E quando eu vou para um outro já não funciona mais né o caso típico é a gente não ter wi-fi Então faz lá todo um planejamento de como é que eu vou usar essa eh esse aplicativo vai funcionar assim legal a pessoa conecta no wi-fi manda pra nuvem não tem vez que a nuvem não tá lá não tenho conexão internet
e aí o que eu faço não resolvo mais o meu problema então é importante a gente considerar os diversos cenários em que as coisas estão acontecendo Então esses são aí os 10 preceitos importantes né pra gente levar em conta quando tá analisando esses dados etnográficos então para a gente concluir aqui sobre sobre essa questão das análises né a gente aqui quando trabalha com a etnografia a gente tá falando de da coleta de dados qualitativos eu não tô coletando dados quantitativos eu não coleto número de erros eu não coleto precisão eu não coleto tempo né eu
tô fazendo analisando qualitativamente uma informação e esses dados qualitativos eles não são tabulados depois eles são interpretados né E aí vão ser utilizados depois para descrever situações né então alguns desses meus dados eles vão ser interpretados outros dados eles vão ser categorizados né então como análise de conteúdo né busca de padrões tudo isso pode acontecer e deve acontecer numa análise de dados ados durante a etnografia né a gente tem ainda os dados quantitativos que Eu mencionei há pouco mas esses dados eles não são muito comuns em etnografia né então são Dados que devem ser tratados
estatisticamente e eles acabam acontecendo em um outro momento né então basicamente durante a a etnografia a gente trabalha muito com esses dados de interpretação e esses aí dados que a gente vai acabar categorizando ou os quantitativos eles são usados eh combinados com outras técnicas de avaliação que a gente vai falar em algum momento mais paraa frente bom então eh como é que a gente planeja o nosso estudo de campo então ele vai acontecer mas eu preciso planejar ele anteriormente né então a metodologia funciona da seguinte maneira primeiro eu preciso estabelecer a meta Inicial e as
perguntas né então não é pergunta que eu vou fazer lembra porque a gente não faz pergunta aqui eu que são perguntas para as quais eu quero resposta Tá qual é o meu objetivo com o meu estudo de campo o objetivo é quando eu tô fazendo né o levantamento de requisitos o objetivo é entender quero entender como é que as coisas funcionam hoje porque eu entendendo como elas funcionam eu vou poder ter uma ideia de como melhorar mas um estudo de Campo ele também pode ser feito para eu entender como é que alguma coisa que eu
já desenvolvi né como é que essa coisa vai ser usada né então então pronto vai ser um outro objetivo então por isso eu tenho que primeiro pensar na minha meta e quais são as perguntas paraas quais eu busco resposta né então nessa forma eu vou selecionar um Framework né então o que que o que e como perguntar preciso ter isso em mente muito claro antes de começar o estudo de Campo daí a gente tem que decidir como é que a gente vai vai fazer o registro desses eventos se a gente vai fazer anotação né vai
registrar em áudio em vídeo fazer log de interação cada caso é um caso n as pessoas quando elas vão fazer estudo de Campo tem a tendência a dizer não eu vou anotar e eu faço as anotações depois eu passo a limpo etc a minha experiência mostra que anotar raramente funciona bem né porque notar é cansativo porque a gente termina uma sessão de estudo e aí a gente já sai correndo fazer outra coisa e depois outra depois outra e depois tá cansado e dorme e quando a gente vai finalmente tentar fazer a gente já não lembra
mais muito do que aconteceu porque o tempo passou então o que que eu tenho recomendado as pessoas a fazer que que é o que eu também tenho feito é gravar em áudio né então vamos lá pro nosso grupo de WhatsApp eu mesmo né E vamos fazer isso né pega e manda uma mensagem de áudio para si próprio né por que isso por que as mensagens de áudio são muito rápidas né então a gente termina uma sessão e eu rapidamente registro em áudio 5 10 minutos o quanto for né de uma forma barata depois a gente
tem aí um monte de ferramenta de transcrição de áudio para texto né que funcionam super bem né E aí eu posso usar uma delas e gerar um relatório depois então o objetivo aqui a gente não perder nada então essa anotação esse registro de evento ele deve acontecer imediatamente após uma sessão E aí o áudio acaba se aplicando bem bom então eh outra coisa que é importante é que a gente deve definir um período paraa revisão dos registros né então depois de cada sessão de avaliação né ã é legal a gente poder trocar uma ideia com
uma outra pessoa quando a gente tá em grupo né para fazer essa conferência Então vamos lá terminei uma sessão gravo meu audiozinho bagunçado do jeito que eu quiser né É para mim mesmo Ah lembrei de tal coisa uma coisa que eu vi eu não entendi direito vai gravando Ah olhei isso achei chato que gente que faz tudo errado porque que interessa grava do jeito que for porque é para um registro próprio mas depois é legal a gente ter essa revisão onde as pessoas que estão envolvidas no projeto sentam e daí começam a dizer ah não
mas eu percebi dessa forma Olha só eu vi essa outra coisa aqui tu reparou E aí a gente troca essas informações né então é a tentativa do entendimento do que que tá acontecendo a gente também precisa nesse processo aí tá sempre preparado eh para ajustar o foco né então ajustar as questões os procedimentos lá pelas tantas a gente começa com um conjunto de perguntas para responder eh paraas quais a gente busca resposta e aparecem novas não tem problema né ou a forma que a gente tá interagindo né então não faz mal Sei lá eu vou
fazer o estudo etnográfico no supermercado e daí eu paro do outro lado do caixa né de quem já pagou e fico olhando as pessoas fazerem as coisas então sei lá pensei desse jeito né E aí lá pelas tantas quando eu passei pela primeira sessão eu comecei a ver que as pessoas ficam incomodadas com alguém parado ali Elas percebem que tem alguma coisa esquisita então sei lá então esse é o jeito que não vai funcionar na próxima vez eu vou eu entrar na fila do cx e vou eu comprar um bombom se for o caso mas
aí eu vou ser parte daquele processo né Então essas são as coisas que a gente vai fazendo né E vai ajustando dependendo como a gente sente a aceitação pelos pelos demais então né o o outro ponto aqui é justamente esse determinar como é que a gente obtém essa aceitação por parte do grupo né como é que a gente trata questões sensíveis e como é que a gente se faz ser aceito isso aí é é um problema social né então a gente participa de n grupos e de n situações e a gente também precisa ser aceitos
então com a gente como aluno de de uma de uma disciplina todo mundo tá matriculado ali entrou numa sala todo mundo se aceita né então esse esse é um caso fácil mas na vida Sim a gente muitas vezes não é muito bem aceito por um grupo E aí a gente ou desiste daquele grupo vai faz vai encontrar outros com os quais a gente tem eh mais empatia ou a gente busca assim coordenar né e mudar o nosso comportamento para ser aceito por aquele grupo e muitas vezes isso é necessário né então não é não é
nenhum problema no campo profissional é necessário na vida pessoal é necessário também bom então Eh quais são metas aqui né possíveis metas atingíveis quando a gente usa etnografia né então primeiro a gente quer coletar conhecimento adicional do domínio eu quero ir lá do campo e entender como é que as pessoas usam aquilo por que que não funciona qual é o problema de verdade depois uma outra meta que eu quero ter uma visão geral né de situações que são complexas né E que eu não tô entendendo Então eu preciso ir a campo para entender melhor uma
terceira meta daí a gente obt uma as perspectivas e práticas dos stakholders também né Já falamos isso antes então eu quero olhar o problema de vários pontos de vista e todos aqueles sendo eles participantes né dessa né do desse desse domínio uma outra meta é a gente avaliar o escopo e as limitações do sistema em consideração né então quer dizer eu tô isando o sistema o uso dele e eu quero entender aqui né O que que funciona e por funciona e o que que não funciona e por não funciona então assim a gente tem uma
visão equilibrada da relação né entre processos que estão já padronizados das habilidades humanas das várias contingências né dos sistemas é é muitas vezes também uma das metas que a gente tá eh focando né então sempre pensando em como é que eu vou fazer um design melhor daquilo que eu tô propondo uma outra meta é a gente conseguir ter uma visão mais completa dos problemas do mundo real e que precisam ser resolvidos né então assim não raro a gente vê surgir soluções que elas são Dores dos próprios projetistas né então assim para dar um exemplo interessante
o Dropbox né que muita gente usa aí para né para compartilhar arquivo ou guardar arquivos na nuvem o Dropbox foi um caso desses né então o cara que criou o Dropbox ele tava um dia viajando né no ônibus e ele né que precisava compartilhar e guardar na nuvem e ele criou o Dropbox como uma solução para resolver o seu próprio problema e depois ele entendeu que isso poderia ser a solução para um monte de gente Dropbox virou essa grande ferramenta que a gente tem aí ele ficou rico fazendo isso né e assim todos os dias
a gente viê alguém ficando rico né porque ele pensou em alguma coisa nossa mãe isso aqui ia resolver o meu problema então né vai lá e e implementa e depois vê que tem solução pros outros o que etnografia propõe aqui é que a gente Observe grupos que não são os nossos né para entender o que que essas pessoas querem porque se sempre eu vou procurar resolver o meu problema quem é que vai desenvolver esse sistema para criança de 7 anos né que não sabe desenvolver elas mesmas não né eu tenho que me botar no lugar
delas para poder entender o que que elas gostariam de ter Então essa uma das metas aí eh dessa técnica uma outra meta é a gente ter um conhecimento mais detalhado né da rotina das pessoas como é que as tecnologias são usadas para que elas são usadas né e o que que eu posso propor de diferente Ou ainda fazer naé críticas para aqueles que oferecem soluções muito simplistas eu quero só detectar o problema às vezes é isso eu só quero dizer olha só isso que a gente propôs não funciona ou a solução que vocês tem não
funciona e agora eu sei porquê eu sei por quê Porque eu vivi um pouco disso aí também bom então né a gente precisa desse Framework para organizar o nosso estudo que começa com a gente descrevendo o espaço físico né então em geral é isso Onde é que as coisas acontecem depois identificando quem são os atores todos né que é o que a gente chama de stakholder aqui Quais são as as suas metas as metas dos atores Quais são as atividades né como é que ele resolve é o que que cada um faz nesse nesse ambiente
Quais são os objetos físicos que estão presentes né que que vão fazer de alguma forma vão impactar na na resolução da de uma tarefa que outros eventos estão acontecendo né então são as coisas que a gente precisa identificar e quais são os sentimentos dos grupos e de todos os os indivíduos os indivíduos que estão envolvidos ali bom então sobre os estudos etnográficos né Essa técnica aí de de tudo de Campo Isso é o que a gente tinha para para conversar né E a gente vai falar né no próximo capítulo sobre como é que a gente
usa como é que a gente usa entrevistas para poder obter informações também fazer o o o ex research a captura de informação dos usuários