antes de começar o vídeo deixe seu like e inscreva-se no canal assim você me ajudará a fazer mais vídeos para vocês e quando terminar de assistir comente Qual foi o relato que você mais gostou meu nome é Camila e decidi escrever este relato para tentar entender tudo o que aconteceu comigo durante aquele bloco de carnaval eue Esperei ansiosamente pela Folia minha cidade se enche de cores ritmos e pessoas dispostas a mergulhar em dias intensos de festa no entanto agora percebo que essa alegria toda pode se transformar em pesadelo quando a gente menos espera quero deixar
claro que não tenho nenhuma lição de moral para passar e não espero um final reconfortante aos poucos Vocês verão Por que estou dizendo isso Quem me conhece sabe que a Adorei a ideia de participar do bloco e sair com minhas amigas pensei que seria uma ótima oportunidade para dançar ouvir música e viver a energia eletrizante que toma conta das ruas mas tudo desandou Em Um Piscar de Olhos passei a primeira tarde de carnaval ouvindo as marchinhas tradicionais completamente encantada com a multidão Sabe aquele som de apitos confetes voando buzinas e pessoas fantasiadas de todas as
formas possíveis é uma mistura vibrante de alegria e caos exatamente o que eu buscava quando me juntei às minhas amigas víamos bailarinas superh heróis personagens de desenhos e até fantasias criativas misturando glitter e tecidos fluorescentes a sensação era de liberdade e Euforia a batida do surdo ecoava em meus ouvidos e eu mal conseguia conter um sorriso empolgado enquanto tentava acompanhar um cordão que passava pela rua principal entretanto no meio de toda aquela confusão aconteceu o primeiro incidente que hoje me arrepia só de lembrar ele encostou Em meu ombro pegou minha mão e dançou por alguns
segundos mas de forma meio abrupta segurou meu braço como se quisesse me impedir de continuar forcei um sorriso e tentei disfarçar o desconforto mas algo na expressão da aque homem me causava certo receio era um estranho vestido apenas com uma bermuda colorida sem camiseta mas com pulseiras espalhafatosas seus olhos me analisavam de uma maneira que me deixou sem reação tão logo ele me soltou Aproveitei a proximidade das minhas amigas para me afastar achei que fosse só um sujeito expansivo demais mal sabia que eu estava apenas no começo de uma trajetória aterrorizante naquela mesma noite Decidi
voltar para casa mais cedo pois o calor e a multidão me cansavam caminhei algumas quadras sozinha atravessei quarteirões quase vazios iluminados apenas pelos postes intermitentes as pessoas ainda se divertiam nas ruas principais Mas onde eu passava o som ficava cada vez mais fraco de vez em quando surgia um grupo disperso carregando copos de bebida e rindo alto mas logo sumiam na próxima esquina Foi então que senti aquela presença de novo alguém seguindo meus passos na mesma calçada cuidando para não ser notado meu coração acelerou e tentei fingir que era apenas coincidência Virei a cabeça disfarçadamente
e lá estava ele o mesmo homem do bloco segurando um copo descartável olhando fixamente na minha direção me afobei e comecei a caminhar mais rápido mas ele acompanhava meu ritmo cada passo que eu dava ele replicava quase tropecei ao virar a esquina quando olhei de canto de olho Achei que ele tivesse desaparecido mas foi apenas uma falsa tranquilidade no dia seguinte tentei ignorar meus pensamentos ruins fiz de tudo para me convencer de que tinha sido apenas um mal entendido talvez no meio de tanta bebida e Folia esse sujeito nem se lembrasse mais de mim ainda
assim eu senti vontade de compartilhar o que aconteceu mas não queria estragar a empolgação das minhas amigas fomos novamente para o bloco e tudo corria bem a tarde nos divertimos bastante dançamos atrás de um trio elétrico e cantamos junto às marchinhas modernas que ecoavam pelas ruas porém ali pelas 8 da noite assim que a banda encerrou uma secia de frevos meus olhos se cruzaram com os dele outra vez ele estava parado encostado num poste quase oculto pela multidão com uma aud sinistra mais uma emboscada do um espectador foi quando que precis cont amig o estend
a menos para ter alguém ao meu lado caso eu estivesse realmente Correndo Perigo confessei a elas meu medo e imediatamente sugeriram que procurássemos um lugar mais iluminado e cheio de gente Fomos até um bar móvel tentamos nos misturar Mas a sensação de estar sendo observada não desaparecia com o passar das Horas notei que o homem sumia e reaparecia em Pontos diferentes da festa sempre mantendo distância porém sem me perder de vista em um dos momentos mais tensos Ele atravessou a ala de pessoas fantasiadas com caveiras mexicanas e me lançou um olhar tão penetrante que senti
um arrepio dominar meu corpo inteiro minhas amigas sugeriram ir até um policial Mas sinceramente eu não havia sofrido nenhuma agressão direta seria apenas minha paranoia ainda assim a cada bloco que entrávamos lá estava ele nos encalços mantendo aquela expressão desconcertante já não conseguia mais curtir a e a bebedeira alheia ao meu redor só aumentava minha sensação de vulnerabilidade o olhar dele era calmo porém faminto como se Esperasse o momento exato para dar o bote não me lembro de já ter sentido um medo tão real uma urgência tão forte de escapar de alguém certo momento da
noite depois de muita dança e tentativas frustradas de me distrair resolvi do camarote em que eu estava com minhas amigas era um espaço fechado onde se via a festa da sacada desde lá de cima pude vasculhar a multidão tentando localizá-lo por um tempo senti um alívio ao não reconhecer seu rosto entre as pessoas Pensei que talvez o homem tivesse desistido de mim e encontrado outra forma de entretenimento estava tentando me convencer disso quando de repente notei uma silhueta desconhecida parada na rua ao lado ela usava o mesmo tipo de bermuda e as mesmas pulseiras chamativas
então percebi que ele me encarava diretamente debaixo com a cabeça inclinada e um sorriso quase imperceptível juro que nessa hora meu estômago revirou não sei como explicar mas senti uma espécie de náusea de antecipação de algo terrível meus olhos marejaram e eu recuei para dentro do camarote para evitar aquele contato visual opressivo inquieta pedi para ir embora com minhas amigas mas algumas estavam bêbadas demais para dar atenção à gravidade do problema enquanto outras simplesmente não queriam perder o resto da festa acabei decidindo sair com apenas duas que se voluntariaram a me acompanhar confesso que eu
estava envergonhada por ter estragado a folia delas mas o medo me consumia por dentro descemos a escada interna do camarote e seguimos por um corredor lateral que tinha pouca iluminação ao atravessar aquele Beco ouvimos Passos pesados se aproximando o som da batida do nosso próprio coração era quase palpável senti minha pulsação na garganta não era alarme falso subitamente ele surgiu atrás de nós minhas amigas grit e começaram a correr eu tento fugir também mas tropecei nos pés de um folião que parecia desmaiado no chão derrubando minha bolsa e meu celular a adrenalina me cegava não
conseguia pensar direito tudo se tornou borrado mas o medo latejava consegui me livrar do Tropeço e continuei correndo com o coração disparado infelizmente percebi que minhas amigas tinham seguido na frente e eu estava ficando para trás cada esquina do Corredor parecia me levar a um labirinto infinito de paredes grafitadas e lá estava ele sempre alguns metros atrás sem dizer uma palavra sequer aquela mudez era perturbadora pois eu não sabia quais eram suas intenções gritar por socorro não parecia resolver pois a música do carnaval superava Qualquer ruído de desespero e os poucos passantes que apareciam Ou
estavam distraídos ou bêbados demais para prestar atenção na situação virei em outra rua e tentei bater em uma porta fechada mas ninguém atendeu o homem se aproximou mais e eu só tinha a opção de continuar correndo eu mal conseguia respirar em um determinado momento senti a mão dele roçar meus ombros tentativa de me agarrar mas por pura sorte ou impulso desvencilhar A Fuga pareceu durar uma eternidade mas foi provavelmente questão de minutos finalmente vi um grupo de foliões mais sóbrios e pedi ajuda ao notar em meu desespero resolveram me escoltar até uma avenida principal onde
ficavam mais policiais assim que chegamos me senti levemente protegida um dos policiais notou meu estado de p mas consegi descrever o perseguidor de forma Clara pois minhas palavras saíam atropeladas pela angústia relatei tudo que havia vivido mas não tinha provas concretas além da minha palavra ninguém mais viu ou prestou atenção no que aconteceu no meio daquela bagunça interminável de buzinas e frevos fica difícil comprovar quu prontificou a rondar o quarteirão porém não encontrou nenhum homem vestido com bermuda colorida correndo atrás de alguém meus olhares percorriam a multidão procurando por aquele rosto aquelas pulseiras e aquelas
mãos frias que quase me agarraram mas ele havia sumido outra vez feito fumaça fui para casa escoltada por um amigo ainda com os nervos à Flor da Pele e mal consegui dormir no dia seguinte precisei tomar coragem para voltar ao bloco pois algumas amigas queriam se despedir dos últimos momentos de carnaval confesso que fui contra a minha vontade mas não queria ficar trancada em casa remoendo o pavor tentei manter a mente focada olhando ao meu redor o tempo todo contudo Bastou a animação recomeçar e eu já me sentia sufocada cada canto de rua parecia esconder
uma ameaça tirei algumas com as meninas mas minha expressão não transmitia felicidade e sim um receio constante uma tensão quase insuportável tomou conta de mim quando ouvi o batuque de tambor e um cara muito parecido com ele passou ao meu lado gelei dos pés à cabeça mas logo percebi que se tratava de outro folião fantasiado ainda assim nada me convencia de que aquele homem não estava por perto esperando Uma nova oportunidade meus sentidos estavam em Alerta máximo e o prazer do carnaval havia se transformado num pesadelo que me marcaria para sempre no fim daquela noite
já Exausta e com a alma pesada voltei em direção à minha casa em companhia de alguns amigos pelas ruas escuras comecei a pressentir que algo me observava entre os postes de luz meus passos ficaram rápidos e o suor frio correu pelo meu rosto nesse trajeto embora não o tenha visto diretamente tive a nítida sensação de que era ele outra vez espreitando nas sombras cada ruído se transformava em um estalo que me fazia pular de susto Admito que vivia um terror constante como se estivesse à beira de um colapso cheguei na porta de casa quase rastejando
de cansaço mental ao fechar a porta senti uma náusea Profa e chorei por horas sem conseguir acalmar os pensamentos tentei achar explicações lógicas talvez fosse apenas um perseguidor momentâneo alguém perturbado que escolheu me assombrar por uns dias mas a sensação de que não se tratava de algo passageiro me atormentava hoje depois que tudo passou sinto que ainda não superei completamente o que aconteceu naquele carnaval coleciono imagens imprecisas de atentos me seguindo a cada esquina o som desenfreado da Percussão se misturando as batidas aceleradas do meu coração não há final feliz pois até hoje não tenho
certeza se estou livre desse pesadelo Às vezes acordo no meio da noite achando que o vejo parado no canto do meu quarto mas quando me viro nada encontro outras vezes sinto como se alguém me observasse pela janela é algo que Carrego comigo um trauma que nenhum confete ou serpentina consegue encobrir se você esperava alguma Redenção ou lição de vida me desculpe mas não tenho nada disso para oferecer só posso relatar como o carnaval antes um símbolo de alegria se transformou em meu pior pesadelo e me deixou com marcas que talvez nunca se apaguem meu nome
é Paula Resolvi escrever sobre os acontecimentos que mancharam para sempre minha visão do carnaval não Espero que encontrem cons solo nestas linhas nem prometo qualquer desfecho tranquilizador se você busca final feliz infelizmente não terá aqui eu que sempre Adorei a vibração dos blocos o calor das pessoas se aglomerando pelas ruas e as fantasias cheias de cores e brilho passei por uma experiência que me fez questionar até que ponto a alegria coletiva pode servir de disfarce para situações sinistras o que eu vivi me faz tremer até hoje ao ponto de sentir calafrios ao lembrar de cada
detalhe no início pensava que era apenas nervosismo meu mas com o passar das Horas percebi que alguns pesadelos não precisam de fantasias Sobrenaturais para acontecer na primeira noite de carnaval eu e meu grupo de amigos nos jogamos na folia de um bloco famoso o ambiente era aquele de sempre marchinhas confetes se espalhando pelo chão serpentina dançando no ar gente sorrindo e pulando sem parar senti-me viva deixando a batida do surdo pulsar junto ao meu coração tudo parecia recorrer dentro do esperado Até que em um instante um homem que eu não reconhecia se aproximou e ofereceu
uma bebida naquele tumulto é normal que a pessoas troquem copos ou brindem juntas mas algo na forma insistente que ele estendia o copo me deixou desconfortável agradeci e recusei sorrindo sem graça e me afastei entretanto não consegui tirá-lo da minha cabeça uma inquietação desconhecida pesou sobre meus ombros como se um Presságio sussurrasse que havia algo errado naquela insistência exagerada no dia seguinte tentei tomar a alegria acreditando que o ocorrido não passava de uma abordagem Inconveniente tão comum em festas grandes mesmo assim a lembrança daquele olhar fixo permaneceu Fui para outro bloco desta vez com uma
fantasia mais simples pois fazia um calor infernal as ruas repletas de batuqueiros a fumaça dos churrasquinhos de rua o suor colando em minha pele tudo compunha o cenário que me era famar e até então aconchegante dançava no ritmo de um samba animado quando senti meu estômago retorcer Ao Erguer os olhos vi o mesmo homem parado na calçada levando um copo de bebida à boca o olhar dele se encontrou com o meu e imediatamente senti um arrepio de pura aversão tentei me distrair conversando com amigos mas a sensação de estar sendo observada não me abandonou e
não bastava isso a cada passo que eu dava por mais que tentasse me perder na multidão tinha a impressão de enxergá-lo em Pontos diferentes como se fosse uma sombra me rondando mais tarde quando paramos para comprar refrigerantes notei que ele estava a poucos metros de nós fingindo organizar algo em suas mãos minha amiga comentou que o sujeito esboçou um sorriso quase imperceptível na minha direção mas não disse nada engoli Seco não queria alarmar todos sem ter certeza de nada mas aquela presença incômoda já mexia com o meu psicológico voltei para casa antes da turma alegando
cansaço confesso que dormi muito mal naquela noite a cabeça girando com a imagem desse sujeito pairando na escuridão feito um vulto cada vez que tentava pregar os olhos vinha a lembrança dele oferecendo aquele copo insistente quase hipócrita em sua simpatia forçada uma angústia crescente me embrulhava o estômago e eu começava a suar frio só de imaginar que o carnaval mal tinha chegado à metade no terceiro dia aceitei o convite de um outro grupo de conhecidos acreditando que mudando de itinerário eu escaparia daquela perseguição silenciosa que já me roubava o sossego logo cedo fomos à concentração
de um bloco que passaria por ruas mais tranquilas fugindo um pouco dos centr muita gente em clima familiar crianças correndo músicos tocando marchinhas tradicionais pensei que finalmente poderia relaxar atravessei o bloco com amigos compramos água de coco até me permiti algumas risadas genuínas acreditando ter deixado para trás aquela perturbação porém Enquanto dançávamos ao som de uma bandinha vestida de palhaços o inferno se instalou de novo era menor então qualquer rosto diferente se destacava e subitamente lá estava ele Talvez a 10 passos de distância com a mesma expressão insólita que me fazia congelar os confetes antes
coloridos pareciam nublar minha visão e eu me senti sufocada uma névoa de apreensão tomou conta de mim e precisei me sentar para não desmaiar tentava respirar fundo Mas cada vez que os olhos a imagem dele tentava se gravar em minha memória como uma ameaça constante quando me recompus convenci meus amigos a irmos para outro ponto fingindo estar com sede teria implorado que fôssemos embora se não estivesse tentando manter a calma o bloco já avançava por umas ruelas e seguimos por uma delas menos iluminada e com poucas pessoas nem preciso dizer que a cada passo meu
Coração batia mais forte e uma espécie de suor gelado escorria por meu pescoço meu corpo inteiro tremia e eu tentava me convencer de que tudo era fruto de uma ansiedade crescente mas não demorou muito para a pior cena se desenrolar no fim da rua Estreita Vimos um quiosque improvisado vendendo bebidas dois homens conversavam e um deles tinha nas mãos uns frascos pequenos que reconheci vagamente como recipientes semelhantes a inhas para líquido e quem observava a poucos metros de distância com o olhar atento ele a distância não me permitiu ouvir exatamente o que diziam mas percebi
que quando me olhavam um deles parecia conferir algo dentro do bolso enquanto o homem que me perseguia esticava o pescoço para ter certeza de que eu o observava a simples ideia de que poderiam colocar algo em meu copo fez minha garganta a secar e quase não consegui dar mais nenhum passo minha amiga percebendo meu Pânico cochichou que Devíamos sair correndo dali sentindo cada músculo do corpo rígido de medo virei em disparada junto com ela sem olhar para trás as batidas do bloco que antes me traziam alegria agora pareciam tambores de suspense alimentando o pesadelo naquele
fim de tarde procurei me distrair em casa Mas cada ruído de Fora parecia me lembrar os toques do carnaval tocava a minha pele tão gelada que parecia ter febre e me descobri pela primeira vez no carnaval torcendo para que as festas se encerrassem rápido juro que ouvia risadas e aplausos se misturando a barulhos de carros e isso me lembrava as bocas sorridentes das pessoas e os rostos dos ambulantes mas sobretudo me vinha a imagem desse homem se esgueirando pela multidão com intenções desconhecidas a noite foi de insônia levantei várias vezes abri a janela e olhei
para a Rua Deserta procurando por qualquer sombra suspeita Parecia um cenário de filme mas eu sentia na pele que não se tratava de fantasia a existência de alguém realmente disposto a dopar pessoas indefesas me fazia questionar minha própria segurança Afinal a que ponto chega a maldade ou o desvio de alguém que usa a folia como cortina de fumaça para atos obscuros faltavam dois dias para acabar o carnaval e eu já queria enterrar a festa e retomar a rotina Mas algumas amigas me convenceram a sair argumentando que eu não deveria perder a diversão por causa de
um sujeito que talvez nem estivesse mais por perto elas Prometeram me acompanhar o tempo todo sem me deixar sozinha cedi Mas para não me sentir prisioneira do medo ao chegar ao bloco percebi a quantidade de gente triplicada a mistura de fantasias e alegrias me deixava ao mesmo tempo esperançosa e vulnerável procuramos ficar próximas às barraquinhas grandes de bebidas onde comida e música Se misturavam tentando me manter em locais abertos e bem iluminados ainda assim não demorou para meu coração disparar e uma onda de pânico me atingir no meio de sorrisos e confetes eu tive certeza
de que o vi novamente precisou de apenas um relance um reflexo dele parado perto de um trio elétrico sem se mexer apenas observando eu fiquei tão tensa que minha visão embaçou por uns segundos daquele ponto em diante não aproveitei mais nada apenas revivia o mesmo tormento ele iria tentar me dopar de novo haveria mais frascos à disposição dele e acima de tudo o que ele faria se alcançasse seu objetivo fui embora mais cedo e as últimas noites de carnaval se arrastaram para mim como se eu carregasse uma algema invisível aos pés Já não havia música
ou fantasia capazes de me devolver o sorriso certa vez Fechei os olhos por alguns instantes na rua exausta e foi o suficiente para sentir um leve empurrão que me fez despertar de imediato receosa de que fosse ele se aproximando Em outro momento tive a impressão de ouvi-lo me chamar pelo nome embora ninguém estivesse perto bastante um calafrio dominava meus sentidos e meu corpo reagia com tremores incontidos algo que nunca senti antes de forma tão intensa eu não sabia se era paranoia ou se realmente corria risco de ser pega desprevenida a qualquer segundo essa dualidade o
medo real de algo acontecer e a dúvida sobre estar exagerando me corroía por dentro me consumindo a ponto de eu mal conseguir engolir qualquer comida hoje passada a folia não posso dizer que me sinto livre Há dias em que tenho pesadelos revivendo cenas daquele homem me estendendo objetos ou tentando me encurralar em ruas pouco ilumin nas enquanto no fundo se ouve o eco distante de músicas carnavalescas não encontrei respostas para o que ele queria nem tenho provas concretas do que estaria dentro daquelas substâncias só me restam as lembranças que me estremecem até a alma e
a certeza de que às vezes monstros não precisam de máscaras macabras para rondar nossas vidas se eu esperava alguma forma de lição ou Redenção não encontrei o carnaval acabou mas o medo se enraizou nos meus pensamentos como um aviso constante de que atrás do Véu de glitter e serpentinas existem pessoas planejando coisas que nunca entenderemos totalmente e assim termino meu relato ciente de que não trago um desfecho tranquilizador nem uma mensagem otimista apenas a verdade de Quem experimentou o pulsar do terror disfarçado entre passos de dança e aplausos distraídos é a marca que carregarei mesmo
tentando retomar a vida em meio a sorrisos que já não parecem tão genuínos Meu nome é Sofia e o carnaval para mim sempre foi a época mais esperada do ano eu adorava a liberdade de me fantasiar a música intensa dos blocos e a sensação de estar envolvida por uma uma multidão em festa mas desta vez tudo tomou um rumo que me deixou com a alma inquieta Não trago lição de moral muito menos um final tranquilizador apenas uma história que ainda arrepiar minha pele sempre que eu a contar até pouco tempo eu acreditava que o pior
que poderia acontecer no carnaval seria uma ressaca ou um coração partido num romance passageiro mas me enganei e digo isso com pesar Pois aquele homem que surgiu entre os confetes e serpentinas transformou meus dias de folia em algo carregado de incerteza e medo logo na primeira noite fui com um grupo de amigos a um bloco que se estendia pela avenida principal o calor era intenso e as ruas vibravam com marchinhas e trompetes gente fantasiada perambulava por todo o canto alguns segurando latinhas de cerveja outros com drinkes coloridos Meu Coração batia de tanta empolgação porém eu
não imaginava o que estava por vir no meio da multidão me deparei com um rapaz alto vestido de forma simples porém com um sorriso convidativo ele se apresentou como Davi e começou a conversar dizendo que tinha uma casa ali perto onde fazia pequenas comemorações com alguns parentes e amigos perguntou Sem Rodeios se eu não queria aparecer depois do bloco me garantindo que lá seria mais confortável do que a rua admirei um pouco de sua confiança mas achei tudo rápido demais para um convite tão íntimo recusei de modo polido alegando que estava acompanhada pelos meus amigos
e não queria deixá-los sozinhos no segundo dia enquanto aguardava meus amigos chegarem a outro bloco avistei Davi se aproximando mais uma vez era como se ele tivesse me caçado em meio à confusão da festa aques milhares de foliões apin as calçadas ele sorria explicou que também participava de blocos por toda a região e coincidentemente esbarrar em mim de novo reforçou o convite para irmos à sua casa falava que era um lugar espaçoso com comida farta e que a festa particular dele não deixaria nada a desejar em comparação as ruas fervilhando ali fora apesar de achar
estranha tamanha insistência tive a calma e tentei agir como se fosse Apenas um rapaz esfuziante do carnaval mesmo assim recusei outra vez ele riu um pouco e soltou um você não sabe o que está perdendo antes de se misturar novamente a multidão a expressão que ele fez não era simplesmente divertida havia no rosto dele um ar de frustração ou quase de contrariedade que me deixou meio sem graça aquele leve cômodo começou a plantar em mim uma semente de desconfiança no terceiro dia de folia resolvi experimentar outros blocos em bairros mais afastados na esperança de vivenciar
um ambiente diferente coloquei uma fantasia bem leve pois a temperatura sofria um aumento sufocante fui encontrar duas amigas e nos divertimos sem preocupação por algumas horas até que numa pausa para comprar água senti um Pio parecia que alguém me observava ergui o olhar e dei de cara com Davi escorado em uma barraquinha de espetinhos olhando diretamente para mim ele ergueu as sobrancelhas como se dissesse te achei de novo e meneou a cabeça em cumprimento fui tomada por uma vontade de me afastar mas tentei disfarçar o desconforto dando apenas um aceno de longe no entanto ele
não se conteve se aproximou sorriu do mesmo jeito e sem cerimônia comentou que agora eu não tinha como fugir do convite afirmou que tudo estava pronto na casa dele e que eu seria a convidada especial ele falou de um jeito que me fez sentir calafrios como se fosse importante demais que eu fosse não se tratava mais de Simpatia mas de uma forma estranhamente possessiva de falar minhas amigas perceberam meu mal-estar e e me Puxaram para que saíssemos dali antes de desapareceremos na multidão ouvi Davi perguntar você ainda vai se arrepender de não ter ido sabia
aquela frase ecoou na minha mente e confesso que cheguei a tremer por dentro naquela noite compartilhei com minhas amigas o desconforto que eu sentia as duas acharam que o rapaz estava sendo invasivo mas ainda acreditavam que poderia ser apenas alguém exagerado e insistente tentei relaxar mas ao deitar na cama me peguei revendo cada expressão do rosto dele cada inflexão de voz minhas mãos suavam ao lembrar da intensidade com que ele falava sobre irmos curtir juntos por fim peguei no sono mas o descanso foi perturbado por sonhos confusos eu andava por um corredor escuro ouvia a
mesma batida de Samba ao longe mas algo no ar anunciava perigo acordei no meio da noite com o coração acelerado a respiração ofegante e a nítida sensação de estar sendo observada pela fresta da porta demorei a voltar a dormir com o passar dos dias de carnaval me forçava a Crer que não veria mais Davi mas em cada bloco que eu tentava aproveitar lá estava ele surgindo em algum canto inesperado convidando-me novamente para a casa dele era como se fosse onipresente surgindo em diferentes pontos da cidade dizia frases como a festa lá em casa está bem
melhor do que essa ou ainda dá tempo de aproveitar um carnaval de verdade repetindo essas ideias até me causar uma angústia que travava minha fala eu respondia com negativas Ora mais cortantes ora tentando ser educada mas internamente já sentia algo parecido com Pânico vinha me a sensação de que se ele insistia tanto deveria ter alguma intenção oculta numa tarde particularmente Infernal de calor estava num bloco pequeno com poucos foliões num trecho em que a rua ficava mais Deserta Sem muitas casas houve Passos atrás de mim era Davi acompanhado de um amigo ou conhecido que ria
de algo que ele sussurrava ao me ver Davi gesticulou chamando pelo meu nome com certa paciência dizendo que o momento era perfeito para irmos de carro até a casa dele que ficava em um bairro ali por perto tive medo de reagir impulsivamente Pois estávamos isolados minhas amigas tinham ido comprar algo para beber e me deixaram ali sozinha por alguns segundos Quase entrei em Pânico real quando ele se aproximou demais me encarando a centímetros de distância a única coisa que pude fazer foi recuar e murmurar que eu não ia a lugar nenhum ele pegou no meu
braço de leve não chegou a apertar mas o bastante para eu sentir o toque gelado e um arrepio na nuca felizmente minhas amigas voltaram rápido Davi recuou com fingido sorriso de tudo bem sem pressão mas foi impossível relaxar depois disso senti uma sensação de perigo crescente como se algo terrível estivesse prestes a eclodir no último dia de carnaval eu já me sentia fisicamente e emocionalmente exaurida não havia dormido bem nas noites anteriores pois tinha pesadelos repetitivos em que me via trancada em algum lugar sem saída para não alarmar minha família disfarcei tudo mas intimamente eu
suplicava para que a folia acabasse logo temendo que em um momento de descuido Davi pudesse me atrair ou até mesmo me forçar a acompanhá-lo por sorte não ou vi aquele dia o que me deixou um pouco mais tranquila consegui inclusive dançar um pouco retomar aquela sensação gostosa do Carnaval ainda que com um fio de tensão me percorrendo a coluna quando a noite caiu e as bandas começaram a encerrar suas apresentações voltei para casa cedo separada do tumulto desejando apenas silêncio e paz foi só depois que o carnaval terminou que a verdade apareceu e veio por
intermédio de uma amiga de infância que trabalha como jornalista ela ligou aflita perguntando se eu conhecia alguém chamado Davi mencionando características físicas que casavam perfeitamente com a descrição do sujeito que vinha me rondando minha amiga disse que ele estava sendo procurado há meses por delitos que incluíam golpes financeiros e até mesmo suspeitas de tráfico de pessoas de imediato um calafrio percorreu meu corpo pela primeira vez na vida senti uma fraqueza nas pernas que quase me fez cair sentada onde eu estava aquelas cenas de insistência os convites incansáveis para ir à casa dele tudo passou a
ter um sentido ainda mais macabro me perguntei o que poderia ter acontecido se eu tivesse aceitado talvez eu tivesse sido rendida lá dentro conduzida a alguma situação grave ou quem sabe envolvida em algo do qual não conseguiria escapar a simples hipótese de ser enganada ou pior aprisionada numa casa desconhecida me fez suar frio o choque se intensificou quando minha amiga disse que ele usava diversos nomes falsos e que certamente o Davi que se apresentou para mim podia muito bem ser apenas um disfarce ela me orientou a procurar a polícia assim que possível para prestar esclarecimentos
e no que fosse viável Afinal qualquer informação Poderia auxiliar nas investigações minhas mãos ainda tremiam dias depois Quando contei o ocorrido para outras amigas cada uma ficou imaginando o risco que eu correra e eu sem dormir direito não conseguia deixar de pensar na intensidade obsessiva com que ele me abordava a sensação de vulnerabilidade era tão grande que na minha cabeça o perigo ressurgia a cada barulho estranho a cada figura suspeita que visse na rua era como se o Carnaval ainda ecoasse em meus ouvidos mas agora sem nenhuma alegria apenas com tons de terror e Incerteza
às vezes fecho os olhos e penso e se eu tivesse ido e se por curiosidade ou ingenuidade tivesse caído naquele conto de festa particular que no fundo podia ser uma armadilha sem volta não Encontro palavras para explicar o arrepio que essa pergunta me causa sei que muitos gostam de imaginar o carnaval como um refúgio de felicidade um espaço para se soltar mas se tem algo que aprendi é que a folia também pode esconder armadilha sutis pois nas ruas há pessoas com todo tipo de intenção se esperam que eu apresente alguma Redenção ou conselho não posso
dar a única coisa que consigo fazer é contar o que Vivi e quem sabe alertar para os riscos que a gente nem sempre enxerga por trás da música alta e dos confetes coloridos termino aqui meu relato Sem Final apaziguador porque até hoje não sei se ele foi preso ou se ainda circula por aí com seu sorriso falso e convites sedutores pronto para abordar outra pessoa desavisada e se isso me consome sim transformei meus dias de festa em lembrança sombrias e cheias de incertezas e não pretendo esquecer tão cedo o quanto uma simples insistência Pode esconder
um enorme perigo meu nome é Marcela e este carnaval que passou estará para sempre gravado na minha memória de uma forma sombria não tenho nenhuma lição para dar muito menos um final feliz para contar apenas deixo o que Vivi na tentativa de talvez colocar em palavras a sensação amarga que ainda me provoca calafrios tenho consciência de que o carnaval costuma ser sinônimo de alegria blocos coloridos e músicas que ecoam nas ruas abarrotadas de confete mas nem sempre é assim às vezes os passos de dança e o batuque das Baterias podem esconder segredos perturbadores que se
misturam a a multidão trajando sorrisos falsos na primeira noite em que saí para curtir os blocos tudo me parecia comum eu dançava com um grupo de amigos me deixava contagiar pelos sons das marchinhas e minha maior preocupação era fugir do calor beirando o insuportável vestia uma fantasia simples Pois nunca fui muito de me produzir além do necessário Foi então que em meio a confetes voando e buzinas suando notei um homem mais velho distinto que me chamava a atenção por estar muito formal em comparação a todos ali ele me olhava com uma insistência incômoda Como se
quisesse me decifrar tentei não reagir de imediato seguindo minha dança mas quando um bloco parou ao meu lado para tocar esse senhor se aproximou sorrindo de forma Quase profissional e começou a falar de sua grande oportunidade disse que buscava modelos para uma Série Especial de fotos que retratassem o verdadeiro espírito do carnaval afirmou que nunca vira alguém com minha expressão natural era elogioso até demais o que me deixou desconfiada agradeci mas recusei prontamente o convite de participar de um ensaio pois não me sentia confortável ele insistiu de modo Gentil estendendo um cartão decorado com seu
nome e um telefone fiquei sem reação Peguei o cartão e estranhamente me senti meio desnorteada havia algo naquele olhar que me fez arrepiar como se fosse um aviso de que havia mais do que um simples projeto artístico em jogo quando voltei para casa naquela noite não conseguia parar de pensar no que acontecera minhas amigas disseram que eu estava inventando paranoias pois encontros aleatórios são comuns na Folia mas deitada na cama eu não encontrava paz quanto mais lembrava o rosto Sereno do homem mais crescia em mim a sensação de que ele escondia alguma coisa como se
aquele convite tivesse sido apenas a ponta de um grande véu tentei dormir porém a imagem dele ressurgia nos meus pensamentos com o gesto calculado de me oferecer o cartão como um caçador oferecendo isca para sua presa no dia seguinte escolhi outro bloco na esperança de não esbarrar nele era um bloco maior com toda sorte de fantasias mesas de bebida improvisadas surgiam em cada esquina e o som das Baterias fazia tremer o asfalto no começo conseguia aproveitar um pouco sorria pulava E conversava com as amigas porém a felicidade se esvaiu assim que notei aquela presença novamente
o mesmo senhor elegantemente deslocado em meio à desordem Alegre do carnaval ele surgiu atrás de um vendedor de latas de cerveja observando feito um pesquisador que Analisa um experimento tentei ignorar mas senti a espinha gelar quando ele se aproximou e Sem Rodeios reafirmou que eu deveria reavaliar sua oferta disse que agora tinha um estúdio montado em um bairro próximo e que várias modelos emissoras já haviam dado o primeiro passo rumo à fama sua voz saía baixa mas firme como se não pudesse aceitar outra recusa olhei em volta buscando alguma proteção mas todos dançavam distraídos com
um sorriso tenso devolvi o cartão alegando não me interessar suspirando ele Balançou a cabeça e retrocedeu deixando no ar uma frase que me gelou o sangue não sabe a chance que está perdendo seus traços são raros apesar de não ter gritado ou se mostrado agressivo o modo como falava transmitia uma energia pesada quase um prenúncio de algo sinistro no terceiro dia Decidi ir aos blocos apenas de manhã talvez por medo ou puro cansaço fugi dos horários noturnos onde ele parecia surgir feito uma sombra imaginei inocentemente que em meio ao sol forte e a leveza da
folia mais matinal estaria livre daquela figura mas bastou eu parar para comprar água de coco que o vi novamente dessa vez numa distância maior vestido com roupas que o faziam parecer ainda mais fora de contexto no carnaval ao invés de se aproximar de imediato ele me fitava de longe como se estivesse esperando o momento certo para falar um arrepio subiu pela minha espinha e logo me afastei das barracas misturando a multidão porém mesmo dançando entre amigos não conseguia tirar da cabeça a ideia de que ele poderia estar me seguindo passo a passo cheguei a cogitar
procurar algum policial contar sobre a insistência dele mas sem uma ocorrência concreta talvez não fosse levada a sério Era apenas um senhor oferecendo trabalho de fotografia e eu não tinha provas de que aquilo era perigoso ainda assim cada fibra do meu corpo gritava que aquele homem não estava ali apenas por diversão de carnaval foi na penúltima noite de festa que testemunhei algo que reforçou todos os meus receios em um canto de rua quase deserto observei-o conversando com duas garotas que pareciam mais jovens do que eu ele gesticulava Sorria e vários papéis e cartões passavam de
suas mãos para as delas em determinado momento fez um sinal para que o trio fosse até um carro estacionado ameia luz Senti meu coração disparar não as conhecia mas a ideia de que aquelas moças pudessem entrar no veículo dele me deixou arrepiada parei a uma distância segura pensando Quem Sou Eu para me meter mas ao mesmo tempo me sentindo culpada Será que elas sabiam o risco que corriam será que aquela conversa de fotos maravilhosas não escondia algo muito pior a cena se desenrolou rápido elas pareceram hesitar mas os convites e argumentos dele deviam ser muito
convincentes pois a dupla foi inclinando a cabeça concordando e começaram a andar em direção ao carro meu coração gritava para que eu fizesse algo mas eu só conseguia tremer imóvel sem voz para alertá-los os três sumiram deixando-me paralisada e com um nó no peito mais tarde já em casa tentei espairecer conversando com uma colega que trabalha numa loja próxima foi aí que ela me trouxe um rumor indigesto havia comentado sobre esse homem com outras pessoas que sugeriram que ele não era apenas um pervertido mas chegava a fotografar garotas sem roupa prometendo fama e possivelmente lucrava
com essas imagens em lugares não muito recomendáveis ela não tinha detalhes nem provas mas o suficiente para me fazer despencar em uma sensação de horror senti uma ânsia subir pela garganta ao imaginar o que poderia ter acontecido comigo se eu tivesse aceitado aquele convite quando me lembrava do Tom professoral com que ele falava sobre arte e beleza singular a repulsa crescia vinha à mente as expressões de outras garotas talvez enganadas pelas promessas dele a cada batida do blocos na rua eu me encolhia na cama incapaz de adormecer a noite arrastava-se povoada pelas imagens Terríveis do
que poderia se passar naquelas sões de fotos no último dia de carnaval decidi ficar em casa trancada por puro medo de topar novamente com o homem Passei o dia refletindo sobre como uma festa tão alegre poderia ter se transformado na minha maior fonte de não havia final Redentor para aquela situação não tinha como saber se ele fora denunciado se alguém mais escapou de cair nas artimanhas dele ou se Aquelas garotas que vi entrando no carro estavam a salvo em meus devaneios chegava a imaginar uma casa repleta de equipamentos fotográficos onde pessoas eram convencidas a se
expor retratadas em situações constrangedoras e sem volta o terror dessas hipóteses ficava martelando na minha mente enquanto o som distante dos foliões ainda chegava pela janela quando a terça-feira gorda caiu e o carnaval deu lugar à ressaca coletiva tudo que me restou foi uma mistura pesada de alívio e culpa alívio por aquele homem não ter conseguido me capturar em seu mundo suspeito e culpa por não ter feito nada de concreto para impedir que outras pud ser vítimas a imagem das duas jovens entrando no carro dele ainda vem me atormentar de vez em quando Principalmente nos
momentos em que vou dormir não tenho nenhuma prova nenhuma história de vítima apenas meus temores e os boatos que confirmaram minhas suspeitas ainda assim sinto como se carregasse uma sombra de responsabilidade por não ter gritado não ter avisado embora eu não tivesse exatamente um meio de provar o que acontecia hoje sinto arrepios sempre que alguém me diz você tem um rosto ótimo para fotos a lembrança do Sorriso quase gélido daquele homem e de suas propostas envoltas Em promessas vagas veio para me assombrar de forma silenciosa como uma ranhura na minha confiança no mundo se antes
eu via o carnaval como uma época de pura alegria coletiva agora enxergo também as sombras que vagam pelos blocos a espreita de uma chance de manipular quem passa se você esperava um grande desfecho ou uma conclusão tranquilizadora eu nada tenho para dar só posso dizer que é perturbador saber que alguns perigos se apresentam com caras aparentemente inofensivas e que por trás das fantasias e confetes podem existir histórias que carregam um terror angustiante Essa é a minhao sem respostas tentando conviver com a pergunta que me assombra E se eu tivesse dito sim