VÍNCULOS AMOROSOS CONTEMPORÂNEOS, com Christian Dunker e Tatiana Paranaguá | Casa Record FLIP 2024

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Tatiana Paranaguá
Video Transcript:
Oi pessoal boa tarde a todos bo tarde e hoje a gente vai falar sobre um assunto que é de comum a todo mundo né sobre o amor vínculos amorosos e contemporâneos então obrigada pela presença e Agradeço também o apoio da Gráfica Santa mar aqui na casa Record e vou introduzir os nossos autores acho que não precisa mas enfim sempre bom chistian dun é psicanalista Professor titular de psicanálise e psicopatologia do Instituto de psicologia da USP onde coordena o laboratório Inter unidade de teoria social filosofia e psicanálise professor da casa do saber e publicou recentemente conosco
a arte de amar tatia Paranaguá psicóloga mestre em psicologia clínica Pela puque Rio onde lecionou por 16 anos é fundadora da Clínica e escola de psicologia e analítica centro e UnG guiano coordenadora da formação de analistas e UnG guianos e também a professora da casa do Saber publicou recentemente vínculo fantasma bom vou fazer algumas perguntas e mais pro final a gente Abre pro público então para quem quiser já começar a elaborar as perguntas eh primeiro para vocês dois como surgiu a ideia de escrever sobre o amor e relacionamentos Então tá bom deixa eu começar olha
gente eu preciso a paciência de vocês com a minha voz mas eu não ia deixar de vir não desisto façil a voz tá saindo bora então tá eh na clínica eu acredito que não só na minha aqui eu tô sei que tem alguns colegas né por isso estão aqui conosco a a demanda pelos relacionamentos amorosos pelo Desejo de amar e ser amado gente é é a constante eu diria eu diria não eu digo é a coisa mais importante né que existe e o amor ele para mim ele não é um sentimento O amor é uma
força é uma força que move tudo e essa força gera esse sentimento então o amor ele é essencial sem amor não tem vida é o ser humano nasceu para conviver eu acredito que o objetivo da nossa vida é aprender a amar e sem vínculo não tem amor não dá né então eu acredito que eu nem gosto de dizer que eu vou falar sobre o amor né Toda vez que alguém escreve tá dizendo Ah ta vai falar sobre o amor no vou não sabe por porque sobre acima de alguma coisa quem s eu para falar acima
do que é o amor eu falo eu digo assim escreve aí a respeito na verdade a minha minha vontade é dizer assim escreve aí com respeito porque para mim a coisa mais nobre que existe é a capacidade de amar e é assim muito bonito ser amado é muito profundo Então se tem alguma coisa relevante para escrever e para dizer que existem coisas que estão justamente ameaçando a coisa mais valiosa que existe entreos seres humanos que cidade de fazer vínculo e ter amor verdadeiro eu vou falar porque isso estava acontecendo ah aparecendo na clínica eu tenho
uma escola né fundei uma escola de psicologia analítica e de 20 eh orientando os nós eu não sei nem dizer quantos casos estavam eh estão ainda infelizmente acontecendo E aí veio a ideia de delimitar e dizer Olha tem alguma coisa errada acontecendo isso não é normal isso não é moderno isso tá corroendo o ser humano por dentro e a gente tem que falar a respeito disso Tô aqui é essa a minha motivação eu acho que Oi gente tudo bem E no no meu caso foi uma coisa um pouco fortuita assim alguns sites alguns jornalistas começaram
a me me perguntar sobre o amor romântico né se se ele ainda tinha alguma chance se ele era alguma coisa que estava produzindo e aumentando o sofrimento das pessoas pessoas na medida que ele idealizava né a força e a potência do amor e e eu comecei dar uma resposta um pouco heterodoxa dizendo olha não vamos vamos estudar um pouco mais e o romanticismo e como como a gente aprende a amar a partir da literatura a partir da poesia e e e e que bom aí comecei a perceber que a gente tinha uma espécie de instabilidade
assim no no léxico para enfrentar a questão dos afetos tão importante hoje pra gente na Clínica mas também na política né Então as diferenças entre o que que é um afeto O que que é uma emoção o que que é o sentimento que que é o que que são os tratados sobre a paixão eh sobre os quais enfim a gente discutiu pensou pelo menos 2000 anos essas diferenças acabaram se apagando e E então a gente tem muitas narrativas amorosas a gente tem muitos discursos sobre amor mas penso que que a gente daria ar um pouco
mais essa e essa gramática dos afetos né inclusive para poder pensar como um afeto vira outro como ele se misturam como eles se compõe fazem alianças e oposições né o segundo motivo para para escrever Esse trabalho é é um motivo bem especificamente Clínico né Eh como alguns de vocês acho que já já sabem a gente trabalha na psicanálise com uma uma suposição Eh chamada transferência né de que nossos pacientes a medida que vão falando vão falando espontaneamente vão falando autenticamente eles começam a repetir conosco aquilo que são assim padrões de afeto sintomas modos de relação
ao outro de tal maneira que a psicanálise cura na medida que ela mimetiza os sintomas naquela pequena relação que é a relação de transferência e Eh tava dado pro Freud de que isso era um afeto espontâneo que que acontecia assim toda vez que alguém começasse a falar e isso era era e é era assim um pressuposto quase que não discutido mas mais recentemente a gente começou na clínica a encontrar sujeitos eh que fazem identificação que fazem projeção que obviamente falam com você que que que que contam a sua sua subjetividade que descrevem seus sintomas sobre
tudo isso né descreve com precisão assim do dsm né tenho essa traço esse outro esse outro mas que não fazem transferência e ou tem muita dificuldade para estabelecer aquilo que a gente antes chamava de transferência né então para estudar esse fenômeno uma vez que a transferência é uma forma de amor uma forma artificial de amor uma uma forma de de de amor produzido em laboratório né quer dizer porque o analista não responde corresponde enfim ele maneja aí isso para para para remover os sintomas né mas não não para amar reciprocamente seus pacientes ainda que isso
aconteça vamos dizer assim num uma outra numa outra forma né E esse fenômeno eh parecia assim tá associado na na hipótese que atravessa esse livro A o seguinte que a gente tá perdendo a capacidade de narrar a própria vida então a gente fala descreve a gente se rotula a gente se patenteia a gente faz várias coisas que parecem né com contar a história da sua vida mas não são né então e isso levou vamos falar do amor nesse sentido nesse contexto contemporâneo em que talvez um certo declínio do discurso amoroso do que o b chamava
né fragmentos um discurso amoroso agora n fragmentos a gente tem e se Deva a essa déficit narrativa vou chamar assim né essa dificuldade de narrar perfeito bom você falou desse contexto contemporâneo Cristian eu queria perguntar para vocês dois eh o amor ele tem atravessado muitas mudanças né tanto sociais tecnológicas eh e dito isso Quais são os principais desafios que vocês eh enfrentam não só na clínica mas ao estudar de fato o amor de relacionamentos eh quando a gente compara com outras épocas B segui né parece lógico eh dentro psicologia analítica a forma como Yung colocou
eh o amor ele é um arquétipo talvez alguns de vocês aqui já tenham assim né algum conhecimento mas para quem ainda não tem um arquétipo é uma coisa que existe a Prior ele não é produzido pelo ser humano ele atravessa o ser humano e ele toma as formas de acordo com a nossa vivência nesse mundo então o amor ele não tem como como ter uma definição Então porque tudo que é arquetípico é inab cável pela lógica humana que é limitada e se Yung né então a gente fala desse arquétipo que existe no inconsciente coletivo Então
esse amor que é maior esse amor arquetípico né Ou seja que está aqui presente para todos nós influencia da mesma forma a nossa psíquica inconsciente o inconsciente coletivo né então cada um de nós dentro da psicologia analítica está eh vinculado a o outro e ao todo então o amor ele não tem como ser explicado ele tem como ser entendido sim nas suas expressões mas o amor ele é Sublime o amor ele não é uma coisa fabricada eh então a gente pode existem Claro formas de expressão amorosa diferentes e isso sim pode mudar mas amor amor
é você tá ali com a pessoa para tudo amor é você tá ali para vínculo amor é você poder contar com alguém quando você não é mais útil quando não é mais bonito quando não tem mais dinheiro quando tá envelhecendo entendeu E a sua utilidade é porque sem você o sol não brilha isso é amor e existe tem uma coisa que me deixa assim tocada né quando as pessoas dizem assim não acredito que exista amor falei gente sério tudo bem né tenho que respeitar a subjetividade de cada um mas deixa triste porque dá para ver
o amor do mundo a gente desaprendeu a ver o amor porque o amor ele pede alguma coisa muito valiosa de mim ele pede que eu me doe e hoje em dia a gente perdeu a capacidade de se doar a gente só quer receber Receber receber e não quer doar alguma coisa que é valiosa mas com isso a gente também deixa e um que falava isso claramente deixa de vivenciar aquela forma mais importante mais rica e que expande a consciência do amor porque fica só na superfície fica só numa paixão Rasa que é projeção né Acho
que projeção aqui é uma linguagem que a maior parte de vocês eh reconhece eu eu bom eu falo mais depois e ó que eu tô rouca hein Ah não sei eh teria um um pressuposto eh Talvez um pouco diferente eh Freud você sab Eles foram um grandes amigos Até certo ponto depois eles começaram a enfim escrever cartas maledicentes de um para outro né Eh talvez a a a hipótese pelo menos aqui nesse livro é de que o amor é uma espécie de eh significante sem significado né Ou seja quando a gente vai dizer o que
que é o amor eh e a gente dá voltas a gente conta histórias a gente faz poesias Mas isso é insuficiente né a gente sempre sai com a experiência de que não mas pera aí agora agora eu vou dizer realmente tudo isso que eu sinto por você que chama amor né mas mas eu não consigo né E essa eh dificuldade não é não me parece uma dificuldade assim de Ah você você não consegue porque você tem um eh você não encontrou as palavras ainda é porque estruturalmente não dá né é um pouco assim aquela sensação
que a gente tem às vezes acompanhando né pessoas que estão perdendo outras pessoas que tão se despedindo e e e elas dizem não não mas se eu tivesse mais assim algumas horas eu ia dizer o quanto eu amo essa pessoa mas não deu e então isso fica ass retido porque porque se você me desse um pouquinho mais de tempo eu eu conseguiria não conseguiria né a graça da coisa é que o amor ele ele vai se produzindo enquanto a gente fala sobre ele e ele é ao mesmo tempo né Eh o horizonte inconcluído disso sobre
o que estamos falando e o processo de transformação que vai acontecendo quando a gente faz amor né E a minha ideia é que a gente faz amor com palavras né a gente faz amor com histórias a gente e a ideia de que existe uma coisa assim que é um sentimento sabe interno e não não Expresso mas ele tá lá e e daí eu não preciso dizer para ela que eu amo porque ela sabe não e isso telepatia não não vale no jogo amoroso né E a gente tem muitas formas de dizer e a estrutura da
palavra não é só a palavra dita verbal né Tem gestos que são em estrutura de palavra né você tem fazeres que são estrutura de palavra mas é um discurso é um é um falar e portanto um espécie de diálogo né em que você ressoa no outro e que e que envolve uma certa relação com desejo né quer dizer que que que que deseja aquele que ama e esse parece um grande e primeiro problema contemporâneo né a você pergunta pras pessoas a diferença entre amar e desejar a XB não sei mais ou menos e parece tão
junto se você ama então você deseja se você deseja Então você vai amar não não acontece assim são duas coisas diferentes a pergunta é então o que que deseja aquele que ama ele deseja ser amado e que que deseja aquele que é amado é bom amar e isso significa o quê que numa relação amorosa Você tem sempre uma espécie de desequilíbrio porque o ponto de convergência o ponto de gravidade é vazio então então o que a gente tem é é é aquela que ama mais amando menos e aquela que amando menos amando mais e isso
e quando isso acontece é mais ou menos o que a gente chama de um amor que dá certo né Ele não dá certo porque a gente foi pro castelo da ela tem filhinhos e eu tem uma imagem muito bonita ele dá certo porque ele trabalha com o amor ele funciona como amor e e isso pode acabar né E aliás essa é uma hipótese do Freud que você tem dois problemas fundamentais para a psicanálise enfrentar e dar alguma resposta sobre amor O primeiro é quais são as condições pelas quais eu consigo amar alguém quanto mais neurótico
mais condições o moreno alto bonito sensual que torce pro Palmeiras não vota em eom assim vai a lista quanto mais neurótico mais condições para né condições objetivas e subjetivas e e a segunda pergunta que me parece é mais esquecida e que envolve toda uma teorização a respeito é de que o amor ele se degrada né ela começa paixão etc a gente espera e essa expectativa é muito importante a gente espera que a gente vai virar outra pessoa melhor em geral às vezes não dá certo a gente espera e a gente espero que o outro vai
virar uma outra pessoa mas deixado a sua própria sorte o amor acaba ela se degrada em outra coisa ele se deg pode degradar em desejo pode degradar em gozo pode degradar em humilhação pode degradar em Independência as formas de degradação inúmeras então o que que acontece com relações que são mais longas então são vários amores né são vários amores e e que vão ter momentos de crise vão ter momentos em que você cai nessa coisa meio idiótica de dizer não gosto mais dessa pessoa vou me apaixonar por outro me apaixonei por você de novo não
né quer dizer isso pode isso pode acontecer não é a regra e nem é o modelo mas mas pra gente ter assim uma ideia de que o amor ele é uma história não é aquele sentimento que tá fixo né dentro da gente sab Claro que não mase respeito cabe emdo lugar que minha [Música] voz conceito de fantasmao interessante no você escari alguns casos com a teoria da Psicologia uniana eh Mitologia e qual o impacto psicológico para aquela pessoa que é abandonada eh do inesperado assim né que passa por esse vínculo fantasma olha eh o o
livro justamente começou eh a gente delinear né o que tava acontecendo justamente por conta das pessoas né que eram deixadas digamos assim que essas é que mais rapidamente iam procurar eh é um auxílio analítico terapeutico como queira chamar por conta a pessoa ficar sem chão né então os primeiros sintomas são depressão baixa autoestima ah depois de um tempo a pessoa começa a voltar para ela a por alguma coisa que aconteceu porque a necessidade de entender uma coisa assim tão sem nexo às vezes F assim bom então o que que eu fiz Será que eu falei
direito com você aquela vez será que você não gostou da blusa que eu usei será que é não como sushi é o que que aconteceu né Será que porque eu sou inan né faria sentido não não mas isso é mentira se ele falou não fui eu que disse foi ele é porque faria sentido então a a pessoa ela fica desnorteada com a autoestima abalada eh e principalmente os códigos que Ela utiliza para se relacionar ficam quebrados e isso é grave porque tem um não dito nosso que faz com que a gente compreenda quanto um relacionamento
ele está encaminhando para alguma coisa eh vamos utilizar a palavra né mais séria digamos assim né com um vínculo maior E aí a pessoa começa a viver de acordo com aquele não dito mesmo que não tenha sido pedido em namor alguma coisa do tipo ah mas aí de repente nada então eh a pessoa ainda diz Nossa mas eu nunca pedi você em namoro eu nunca disse que nós tínhamos nada nada esses meses todos conhecendo sua família seus amigos viajando nas férias fazendo planos adotando cachorro a gente não tinha nada é nunca te pedi em namor
E aí gente entra numa coisa da palavra né e começa a ter uma dificuldade de entender o que são os códigos até das palavras então Eh as pessoas elas estão sem entender o que é um relacionamento e como elas se colocam depois elas ficam com medo e o pior de tudo às vezes elas passam a fazer a mesma coisa para evitar sofrer e aí vira um vampirismo você morde um aqu ele vira vampiro e morde mais 10 e aí Ah é assim o jeito moderno de se relacionar Oi é o jeito moderno de não se
relacionar né não posso dizer que se moderno né até porque esse negócio di que que é moderno é bom ah nem sempre a gente tem que parar e pensar né algumas coisas Claro que sim outras coisas Será né que sempre o mais novo é a melhor maneira ou é alguma coisa degradada realmente né utilizando a palavra embora o amor em si pela concepção ele não se degrade dentro da minha visão e da deung é de uma outra transformação vai tendo uma transmutação básica mas eh os relacionamentos né a maneira de olhar o outro ah a
capacidade eu acho que de ver um ser humano como ser humano que sente como eu gosto de dizer um ente que sente isso tá muito estranho muito estranho perfeito eh Cristian no seu livro você menciona que a escuta ela é uma parte fundamental para o amor né E aí vocês acabam em abordagem diferent Mas falando muito sobre a palavra o quanto ela é importante E como que você entende e trabalha essa escuta para que a gente possa ter cada vez mais relacionamentos autênticos e e verdadeiros ou saudáveis Ah porque continuidade né a a consequência de
de eh imaginar que o amor depende do processo da palavra né do desdobramento da palavra é que a palavra tem um outro a quem ela se destina e a palavra portanto ela ela pode voltar a você e e você é capaz de escutar inclusive o que você mesmo disse a partir desse desse outro né desse outro a quem a gente supõe algum nível de escuta né e escutar e então comecei me interessar por Como como que isso acontecia e e o que as pessoas eh chamavam propriamente de Olha eu me senti escutado eu senti que
aqui eh não é bem que eu fui entendido porque essa confusão é bem bem recorrente e também não é que eu fui obedecido em geral como os pais né dizer ele não tá me escutando ele deixa toala em cima da mesa e diz não Ele te escuta perfeitamente Você só não te obedece você que tem um conceito de escuta né ligado ao exercício do poder que se você me escuta você me obedece eh bom A ideia é que quando a gente se põe a escutar a gente se põe a sair do próprio lugar né ir
pro lugar do outro muito importante mas o outro não é só o lugar o outro tem corpo o outro tem P que e o outro tem eh tem inconsciente o outro Tem coisa que ele não sabe né inclusive assim que ele não sabe que sabe então escutar é no fundo entrar em contato com aquele Eh vamos dizer assim outro em você né aquele que é as suas indeterminações os seus Fantasmas os seus os seus esquecimentos e e quando a gente se escuta e pode portanto escutar o outro é Como dizia o Freud eh o um
uma comunicação de inconsciência e eu acho que o Yung concordaria com isso né quer dizer uma espécie de de enlace entre o não saber de um e o não saber do outro que cria uma tarefa que é nós vamos juntos encontrar uma melhor maneira de dizer esse nosso amor né e dessa forma é acrescenta essa piada e tira essa outra piada de mau gosto e acrescenta esse cuidado é é uma coisa aproximativa e criativa todo mundo acho que falou do amor desde Platão associou que que o amor é essa força que cria coisas novas no
mundo né e o ódio gosta de ressentir gosta de ficar com o mundo tal como ele é e fixa a gente num numa realidade que parece assim infinita e terminada né É o amor que traz futuros possíveis indeterminados E isso tem que ver com escutar n escutar uma viagem em que você não sabe e tem que não saber aonde aquilo vai dar né se você quer escutar e e conduzir para cá para lá é bom isso é educação isso é convencimento retórica propaganda enfim outras coisas que não escut concordei amigos para sempre am eles brigaram
problem deles exatamente dações de outros séculos meu Deus do céu eu não aguento quando o pessoal chegar por Foi eles brigaram fo brigar comigo por é você tem um capítulo que eu Ach muito interessante Então agora ela eu a gente pode vamos seguir bom é Exato eu sou muito professora aqui eh não eh o viculo Fantasma ele Tem se tornado cada vez mais frequente né até muito por conta eh dessas mudanças que a gente V vê na sociedade eh na sua opinião de que maneira essa cultura digital e o mediatismo das redes sociais t contribuído
para essa fragilidade nos vínculos amorosos é porque é o seguinte né as pessoas elas primeiro tem a imaturidade né tanto que quando eu falo de vínculo fantasma falo muito do puer da imaturidade e de alguma forma a O problema não é a internet né O problema não é a evolução tecnológica é a pouca evolução do ser humano que usa né Então desse [Música] jeito porque a gente utiliza PR caramba o Cristian também né a a internet se a gente tá a aula chegamos a milhares de pessoas que talvez nós não chegássemos só na na sala
da faculdade né então isso é muito legal as pessoas se conhecem estabelecem vínculos sim né Mas acontece que as pessoas elas começaram a ver isso como uma via de expor uma necessidade de se esconder atrás de dígitos e tornar as pessoas descartáveis com muito mais facilidade e a realidade que é possível na internet de descartar rapidamente com delet foi passada pra vida real isso doido porque a vida real né tem a ordem A falsa né a vida real ela deveria sim se expressar na internet mas aconteceu o contrário né E essa sombra acabou eh se
refletindo né sombreando os relacionamentos da vida real Como se fosem ind dígitos como se fosse um jogo do des Pronto já vivenciei isso aqui para mim já tá bom tô abastecido Meu Ego tá abastecido agora não preciso mais de você que essa há uma ilusão muito grande de autossuficiência porque você vai no mercado comprar o Face e é só você para botar seu cartão de crédito você não precisa de ninguém para se alimentar Você já viu crescer uma Face já plantou sabe quanto tempo demora sabe quantos dias pode demorar para chegar lá na gôndula no
mercado então você não é suficiente entendeu elevador que você pega para ir pra sua casa energia Não você não é né Ia ser uma ilusão de autossuficiência ao extremo patológico que faz com que as pessoas sejam descartáveis igual copinho pessoa virou copinho esse copo aqui a gente vai lavar eu vi dando exemplo do Copinho que é muito fácil Se a gente lava usa de novo e isso é gente né a gente se transforma muda o líquido joga fora depois que acabou o que tinha dentro assim não tem valor tudo virou copinho é lixo garrafa PET
para todo lado o pessoal virou garrafa PET tá olhada no rio aqui para ver é [Música] isso seguir a linha da minha amiga e e pensar que realmente a eh o luto a per da forma como a gente se desliga da tchau é uma parte muito importante de aprender a amar né e de aprender a a a ser amado também hoje eh escuta muitos muitos cursos sobre bom como é que a gente aprende a amar como como a gente é ativo né na nas relações amorosas mas uma parte muito significativa dos Eh neuróticos vamos dizer
assim dos dos pacientes Tem seríssimas dificuldades para receber o amor do outro né sim e isso começa assim no elogio nessa pessoa me elogia já não sei o que que eu vou dizer eh é muito difícil porque nossa cultura de certa forma ela cria na no fato de você sancionar o amor do outro uma espécie de dívida ou seja tem que retribuir não mas não não não quero me sentir obrigado a retribuir porque justamente o amor é uma Retribuição porque não se baseia na obrigação né não era uma obrigação mas é justamente esse o paradoxo
do amor de que você faz coisas que você tem que fazer livremente mas que ao mesmo tempo são necessárias né a gente escolhe né transformar aquilo que é totalmente contingente né imaginar assim por que que escolhi ou por que amo essa pessoa e não outra são milhões milhões de pessoas por que você né porer É totalmente contingente e é importante que seja contingente né na para nossa forma Histórica de Amar não é o pai e a mãe que DIU agora você se casa com esse agora você se casa com aquele né e você você tem
essa tem que escolher né mas depois que acontece eh o amor se torna obrigatório ele se ele ele cria uma rede de necessidades e nessa rede receber é muito difícil assim como desligar né A Tatiana tá colocando é muito pertinente né a linguagem digital ela trouxe junto consigo este pequena essa pequena facilidade né que você Ah tá chato unfollow fando bobagem isso aqui mal mudei o estatuto no no Face então não existe mais né Isso é eu tenho um grande amigo um teórico da da literatura que ele estudava a marginália né aquilo que os autores
escreviam na margem dos seus textos originais o prust por exemplo di Ah isso aqui tá errado vou mudar a frase tal não existe mais estudo da Margin por qu porque com o computador você coisas que não deixam mais rast aquilo some sem deixar memória sem deixar cicatriz sem deixar resto isso pode ser ótimo né limpeza de um texto mas tem um efeito muito deletério né que imaginar que de alguma forma isso também vai valer para pessoas e quando a gente começa a introduzir assim V me de uma pessoa dando assim um comando para mim de
que ela não existe mais na minha vida se é a receita certa para criar Fantasmas zumbis franst seres espectrais ou seja aquela aquelas patologias que a gente vê hoje né e o sujeito chega arrasado numa sessão e o que tá acontecendo ela vai casar sim vocês se separaram 20 anos mas ela eu achava que ela tava esperando que ela tava lá eu tô com outras Claro minha vida mas ela tá lá assim no no panteão né esperando você vai voltar um dia né Por quê Porque o processo de dizer olha foi muito legal valeu e
etc a vida continua tchau e ela se tornou assim e dificílimo dificil infinito não sei por né bom agora para você mas tarde também responder eh você tem um capítulo muito interessante que tá até ligado com isso que você comentou agora que se chama por continuar amando né E para muitas pessoas eh o amor ele precisa ser infinito senão não é verdadeiro eh então o amor é somente aquele que continua e aquele que acaba essa essa é uma uma uma uma mitológica né do amor contemporâneo e que as pessoas costumam se referir e dizer isso
tava lá no Roman não tava né menão bem bem Nossa de que amor bom que nem análise continua né enquanto continuar tá indo bem não é verdade viu gente e o amor ele não se prova a si mesma apenas pela sua continuidade mas o que acontece com essa lógica da da desaparecen né Eh se e quando a gente vai para um momento que é no fundo o momento de reinvenção do amor de dizer Esse acabou eu vou apostar que eu vou amar melhor eu vou ser amado melhor eu eh em geral as pessoas realmente se
separam nessa perspectiva e não Ah isso aqui que eu tô vivendo é chato Infernal repetitivo isso aí não sabe para ninguém não sapara é o desejo de que aposta de que é possível Como dizia lá o Rambo né um novo amor que define nossa época é que nós inventamos um negócio chamado novo amor um novo amor é possível e você vai fazendo isso a cada a cada loucura ou a cada reinício que você se propõe né mas para fazer esse novo amor precisamos uma coisa que tá em falta na nossa na nossa cultura que são
verdadeiras apostas contingentes né nossa vida cotidiana ela basicamente se estrutura a partir de contratos a t foi nessa linha também né problema dos contratos já lá no direito é que eles são ou contratos entre pessoa e pessoas ou entre pessoas e coisas o contrato amoroso na nossa cultura e a gente pode discutir outras coisas ele é um contrato que confunde as duas coisas por quê Porque a gente faz um contrato que a gente se ama mas de brinde vem uma coisa do tipo assim tem uma cláusula minha que é o seu corpo só eu posso
tá e o meu corpo só você pode e tem umas parzinhos isso é tratar pessoas como coisas ISO são parte do seu corpo é uma coisa like é uma quase coisa em psicanálise iso se chama perversão é quando você trata o outro faz contrato com o outro e o outro reage com uma coisa né uma coisa que você domina que você troca que você investe que você põe no mercado Então a nossa nosso contemporâneo ele ele ele imagina que relações eles elas elas são todas redutíveis a contratos não são o amor não é contratual porque
ele não é só necessário nem impossível nem possível mas ele é contingente ou seja o que que é uma afirmação contingente é uma declaração hoje sobre uma verdade que só será realizada no futuro vai acontecer uma batalha naval amanhã em metil é o exemplo do Aristóteles você tá falando hoje é est falando hoje a verdade do que estou falando hoje vai se realizar quando e o amor é assim quando eu digo eu te amo Por que a gente cria expectativas e tem que criar porque a verdade dessa afirmação não está no próprio momento que ela
está sendo dita sendo um apontamento para o futuro para o amanhã então quando pessoa acorda seguinte não eu tava meio groga que eu falei é outro Não Era Eu se ferrou falou você criou um futuro possível [Música] né Eu quero eh falar que né não quero vou repetir tanto não mas é justamente essa coisa do que o Cristian tava falando e que eu acho muito importante é que o amor ele transmuta né não tem como dizer é hoje e vai ser para sempre né isso é uma coisa que é uma expectativa que muitas vezes não
se cumpre a pessoa acha que não amou que não valeu o que vai depender é da do que foi de verdadeir a verdadeiro Naquele dia naquele relacionamento tanto que ele é profundo né eu falo a respeito da superficialidade com que sea um ser humano mas na verdade o amor para ele durar 50 anos é porque é aquilo ali que é todo dia tá valendo a pena e todo dia é importante porque tem um dia que pode não valer E aí acaba mas você faz todo dia entendeu então é importante você saber que a escolha de
amar de estar com alguém ela é feita quando a gente acorda todo o dia ela se renova e eu acho que as pessoas não pensam nisso acham meio que é jogo ganho sabe fulando se apaixonou por mim eu sou fo encantador e você assim o resto da vida ou aquela pessoa nunca vai mudar vai sempre atender a minha expectativa de apaixonamento que é um problema é projeção né então eu não dou espaço para aquela pessoa vira ser então eu toda vez eu olhar no olho daquela pessoa e dizer Bora tá valendo às vezes chegando quase
Cadê minha mala hein E aí daqu não amanhã só por hoje né E daqui a pouco Nossa que bom que né é isso aqui mesmo mas é todo dia é uma transmutação constante transmutação é uma linguagem muito alquímica né o Yung gostava muito de estudar alquimia e tem muitos Paralelos entre o relacionamento humano e esse relacionamento alquímico eh mas é isso né falando um mais a respeito de algo que criso já estava [Música] falando a sociedade muitas vezes projeta o amor como aquilo que vai solucionar todos os nossos problemas e às vezes de projeta como
algo ser evitado como que vocês vem essa dualidade Ah desculpa é é uma coisa que é eu quero amar mas não eh eu quero ser amado mas não quero amar eu quero receber mas aí quando pede de Mim Esse é o problema eh sim eh Esse é o problema e uma continuação dessa dessa desse problema é que me parece a como amor acabou sendo assim uma das eh últimas esperanças de transformação né a que a transformação social coletiva vai se tornando mais al efeita a gente vai imaginando que única transformação possível é individual éo eu
comigo mesmo né então cada vez que a gente ama eh vem essa ambição de que eu vou me transformar em outro e que ela ou ele também vai se transformar em outro e isso é justo isso é é próprio da estrutura do Amor eh só que a gente esquece que nisso tem o risco esse outro no qual o outro vai se transformar pode não ser um outro que te ama pode ser um outro que que ama outra pessoa né E que você achava que esse outro seria aquele que estaria à altura do seu narcisismo da
sua do seu super né Eh pessoa que você imagina que vai se tornar ao ser amada por esse um né isso isso gera um certo impasse isso gera eu acho que uma uma patologia contemporânea que é a gente esperar muito do amor muito demais e isso mata a potência transformativa do amor né dizer a gente precisa talvez de de de um amor e e com com com menos incumbência com menos potência né num num certo sentido em outro sentido com mais potência mas com menos onipotência porque a gente vê ah a pessoa tá com baixa
autoestima que que falta amor foi mal na escola amor Ah não conseguir emprego amor ah est mal mais amor a gente parece assim homeopático não se tenho receita para os nossos infernos de todo tipo mais amor isso gera formas de criação de filhos por exemplo onde é muito amor é muito amor muito amor de graça é amor barato é amor que não transforma mais ninguém é amor que vira assim mero resíduo narcísico é palavra vazia só Tantinho só você continua é o amor visto como um prazer eterno isso isso não pode ter frustração não pode
ter limite Não não pode isso virou amor isso não é amor não Continua vai é isso mesmo é a gente podia ritar lembra aquela coleção dos anos 80 amar é amar é levar o leitinho de manhã para ela na cama amar é a gente fica Amar não é boa bom acho que a gente pode abrir pro público e quem gostaria de fazer uma pergunta não tenho muita intimidade com Jung e um pouco mais com Freud mas talvez não tanto quanto Professor Mas gostei muito da sua visão de amor e porque e essa pergunta tá talvez
vai pro dunker no sentido de se é possível a gente ter um novo amor E por que que o amor se degrada e não se transforma E isso não seria uma forma de encaminhamento do livido para um lugar diferente e aí o amor nunca acabaria de fato ele só se ressignificar uau não sei direito pergunta tem algumas ideias assim e talvez essa degradação do Amor tem que ver com uma um afeto um sentimento muito pouco assim estudado que é a preguiça subjetiva sabe pessoas que TM preguiça né Eh não é preguiça de levantar cedo trabalhar
fazer as coisas é aquela preguiça de de escutar de sair de si é uma espécie de estado de de de amor assim Auto amor excessivo né pela P Esse sou eu ame ou deixo né o pacote é esse vai leva o e me lembrei de uma de uma quando minha filha era pequena e e bem pequena e ela então chorava à noite lá e a Eu quero leitinho gesto de amor né ah pega o leite leva para ela não não não não não eu quero leitinho quentinho Claro Filhinha eu vou lá pego esquenta o leitinho
daí volto ela e eu quero o leitinho quentinho no copinho daí eu ó pego o copinho já assim ó ó como a gente é preguiçoso né Pega o copinho tá daí não não não pai eu quero o o leitinho quentinho no copinho verde do Palmeiras daí ela vou lá chegou na análise minha filha tá ela tá te acabando com o meu sono ela ela eu não sei o que que eu faço porque quanto mais eu faço mais a pessoa fica insatisfeita né sim é e e daí gera o quê então então vou fazer já fiz
já já aprendi que é são um saco sem fundo amor é um saco sem fundo Então a gente vai des amando a gente vai premiando né Eh e daí o minha Aniz me deu uma bronca e Mas você tá é um preguiçoso não tá não tá percebendo que ela tá aprendendo a amar com você e quanto mais ela pede mais ela te ama rapaz vai lá e faz o copinho leitinho verdinho a hora que ela pedir e a gente não tá a gente não aguenta mais copinho leitinho Fala logo quem você quer e isso isso
gente M po am Amor é paciência sem paciência não tem amor ouviram né Eh falando a minha pergunta é pro duc quando você fala da questão dos contratos no amor eu fiquei pensando um pouco nos no contrato real que existe hoje bom se você me trair você paga uma multa de tanto pensei nisso né E também pensei nos relacionamentos abertos lugar aí né Será que que entra nessa questão bom aqui não um não tá dando Vamos abrir vamos ver mais pensando n vou falar um pouco assim sobre os os contratos né eu acho que tem
um tem um exemplo muito muito contundente sobre a como a mentalidade jurídica ela atrapalha muito o amor né Eh eu acho que era uma uma namorada do do de um dos Príncipes acho que o Harry da da Inglaterra que estava namorando pom aquela frição e daí eles recebe um um convite para ir para um casamento na Califórnia né E ela pergunta para para eles escuta eh eu queria saber um pouco mais sobre suas intenções porque a passagem pra Califórnia é cara então se você se realmente está Aim você me diz que compro a passagem senão
eh eu não sei o que fazer né e ele na hora Falou então acabou né porque se você não tá disposta a fazer esse risco né Eh numa coisa que não não é um investimento Olha o que que ela tá fazendo ela queria saber se o investimento dela ia dar retorno né tá pagando na bolsa amanhã quanto mais ou menos né se você me der um farol Azul Eu vou diz não isso isso é o anti-amor n isso começar a nossa coleção do it Amar não é isso Amar não é isso né e acho que
é que é um toda toda a nossa cultura ela ela se judici alisou muito da esol a morteo segue contratos como é que o amor não vai não vai seguir Exatamente isso n Boa tarde professor meu nome é Paula você começou sua fala falando das diversas formas de amor inclusive o amor social amor individual amor político né e determinado momento você falou aí assim não mas parece que é tudo é amor então não vou chamar de amor mas vou chamar de afeto ou de empatia ou de outra coisa mas eh eu queria que você falasse
um pouquinho porque entendo que a gente tem vivido uma sociedade extremamente hedônica né que assim é tudo muito prazer o tempo todo a gente tem que apostar nesse E assim a gente tem que estar apostando no prazer do 24 horas Qual que seria a relação entre essa forma de conceber Essa sociedade O prazer é qualquer coisa com essa com o nosso narcisismo diário sendo vivenciado dentro dessa sociedade a nossa dificuldade de amar tanto do ponto de vista individual qu ponto de vista social olha ótima questão é uma questão de fato tanto psíquica quanto política e
sociológica né e os B falaram sobre amor do começo ao fim tiveram uma carreira de 10 anos sei lá 15 os Rolling Stones falaram prazer e continua aind né O cara tá morto e tá tocando né enfim can get no Satisfaction e e o amor desejo e a o prazer e elas funcionam vamos dizer numa espécie de equação Onde o amor é a força menor ele é vamos dizer assim o elemento que faz o decide o jogo mas eh ela sozinho não não tem a força suficiente né para para gerar o engajamento para gerar vamos
dizer assim o interesse a disposição das pessoas né e muitas vezes a gente vem assim vem isso amor esmorecer não é porque o afeto tá faltando é porque os outros elementos não tão não tão jogando nas nas posições mais mais exatas né então é como se ele fosse um um um óleo assim um a mais Eh e que vai dizer duas coisas né e duas coisas que se referem a dois mitos talvez a Tati queira comentar né dois mitos ã conhecidos sobre amor um é Eros e psiquê né então ah que é que é um
um mito sobre Eh vamos dizer assim o o desejo né porque você tem uma condição que é a proibição não vai olhar para mim né eu vou te levar para o castelo e etc mas eu vou te pedir um a única coisa né você vai renunciar né você vai abrir mão de olhar para mim daí as irmãs começam a dizer ah pode ser um monstro Você tá dormindo com o moo ele não tem a face e daí ela vai pega a lanterna e olha para o rosto de um deus Eros né E fica trêmula e
daí se ferra toda tem que fazer uma série de de de trabalhos né para eh fazer juso no amor né olha só quando o desejo aparece ele faz o amor trabal não basta você agora ah agora tô amando e sendo amado você tem que trabalhar tem lá separar O junco você um mito longo né mas tem um outro mito que fala da relação do Amor com gozo ele é menos conhecido é o mito de poros e pia né E que o poros é é é o o chefe da casa rico que dá festas e e
enfim é um super poderoso e eh daí um dia a pia aparece né E assiste aquilo tudo e diz olha só que incrível e esse cara olha que mundo que ele vive tantos Prazeres tantas coisas e tal e eu aqui de fora e daí ela adormece no Jardim dele né E daí no dia seguinte ele acorda e diz assim puxa mas que infelicidade um homem ter tudo que ele pode ter todos os amigos todos os amores todas as pessoas todas as Posses né e eu eu eu eu tô infeliz né pelo excesso de potência né
E daí ele encontra ela dormindo ali mal trilha vulnerável e ele diz esta pessoa tem uma coisa que me falta que é a própria falta né E aí ela se casa com ela e disso nasce o amor né o amor ele nasce portanto no momento momento em que você disz eu eu não tenho mais recursos eu cheguei no meu no meu limite dos dos dos Prazeres das minhas potências as minhas possibilidades e isso paraa nossa época é totalmente contraintuitivo as pessoas acham que elas vão ser mais amadas seas forem mais potentes mais gloriosas mais fálicas
mais cheias de coisas enquanto o que nos faz amar nessa virada é com o que falta pra pessoa e como que eu olho para aquela pessoa e ali tem lugar para mim essa pessoa completa essa pessoa não é o um uma um zoológico de de de todas as coisas possíveis de serem compradas ela ela é vulnerável ela é frágil ela é precária ela ela tem Eh vamos dizer assim algo que ao poderoso falta né Isso é uma lição ti na clínica torce até a pessoa entender que não precisa demais uma cirurgia plástica é mais dinheiro
é mais coisa você precisa colocar em jogo O que te falta e isso as pessoas lutam até o fim para não fazer é proibido é proibido Olá boa tarde boa tarde boa noite já quase eh primeiramente quero parabenizar aí a mesa por essa palestra esse encontro incrível né Eh eu queria fazer uma pergunta pro Christian eh e pensando no título né da palestra do dos vínculos afetivos contemporâneos você organizou uma obra incrível com o Vladimir safat e com o Nelson Silva né que é a gestão o neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico e dardo laval
escreve a nova razão do mundo o neoliberalismo como nova razão do mundo e eles vão pensar o neoliberalismo no sentido da produção de um sujeito neoliberal ou seja constitui de um indivíduo a partir dessas relações E aí eu trago né para para esse campo que é uma curiosidade que eu tenho de entender como na clínica Você tem encontrado esses sujeitos atravessados por essa questão neoliberal Ótima pergunta porque e a gente o livro ele tem uma uma arqueologia uma tipologia das formas de amor exatamente para chegar nessa nessa tua pergunta eh que é assim né pros
gregos o amor era também Heros né amor sensual filia amor entre amigos eh hisor que é amor entre eh familiares e a Ágape que é amor aos Deuses né Eh o amor neoliberal é o amor que tem vamos dizer assim dificuldade para acontecer eh por porque o sujeito neoliberal se entende como uma empresa né você sa né Olhe Pra sua vida como uma empresa o que tá dando lucro o que tá dando prejuízo O que que é o risco jurídico que que são alianças né então a a ideia da que a gente tava falando né
do amor como contrato ela é perfeitamente assimilável ao universo neoliberal que vai dizer assim no fundo o amor é o quê um tipo de investimento Porque daí eu tenho uma aliada a gente divide casa tá as contas ficam mais eh enfim aprazíveis e etc só que quando isso dá certo dá errado né outra forma de amar é quer dizer então mães e filhos Pais e Filhos quer dizer e isso vem acontecendo né a dificuldade para quem tem escolas com crianças e o o o meu filho é uma exceção de mim se ele tá dando certo
porque eu fiz certo e então ela precisa tirar a nota e e é o quê um espéci de investimento não vai cuidar sei lá um vestimento mesmo que seja narcísico né O que acontece com o amor e que oferece umas resistência tem uma resistência ao neoliberalismo é que o amor dá prejuízo dá prejuízo gente B Deus só dá prejuízo ele torna a gente melhor e etc mas é gasto é ah quantos eu tive pacientas dizendo assim eu não posso namorar agora qu o namor é uma coisa importante na vida das pessoas não tô fazendo concurso
concurso namorar porque daí eu vou sai do lugar pensando outra coisa atrapalha atrapalha os negócios o amor atrapalha os negócios n amor faz com que a gente trabalhe assim meio dividido e e e por isso que você tem uma hiperinflação dos discursos assim sobre o amor são discursos Ah vamos dizer assim de extraia Mais resultados da sua relação amorosa e nem dá certo vamos vamos falar de mentir amor é preju gente preju adorava a quero ter prejuízo Boa noite aqui ó aqui embaixo primeiro do do que você táa falando de mim né De Todos nós
né e a pergunta para você Tati é assim você acabou de falar do puer né que é essa imaturidade que eu vejo como uma tendência social assim que vem acontecendo cada vez mais né aí em todos os âmbitos né nos relacionamentos no trabalho na família na criação dos filhos e aí eu queria que você falasse um pouco mais Se desse assim da sua experiência em clínica em supervisão de como você tá vendo isso e como isso impacta no sofrimento né humano eh hoje em dia não só falando dos meios digitais mas como um todo dizendo
assim esse público que tá aqui né Eh nós temos acesso a vários tipos de digamos assim facilidades na Como é seu nome Liss Larissa tá bom Larissa então nós temos assim eh acesso a muitas facilidades que fazem com que a gente pense que não precisa dar mais a gente já nasce com direito a tudo entendeu E a gente nasce com direito a ser cuidado a ser amado e quando você eh precisa dar qualquer coisa em termos de compromisso aquilo ali é visto como uma coisa ruim mas quando você eh passa a ser um adulto é
adulto é aquele que sabe assumir compromissos é aquele que sabe dar de si que sabe abrir mão de não ser eh de ser eu falo do PU né o pur ele não aguenta entender que ele também é qualquer um que ele é um um príncipe e uma princesa assim durante né Eh eh em um ângulo durante um tempo mas depois o ser adulto né a gente fala também da jornada do Herói Camp colocou e um falou do arquétipo do Herói o herói ele tem que se colocar na missão dele muitas dessas missões fazem com que
ele fique no grau de ser qualquer um entendeu E isso as pessoas não aguentam elas querem ser especiais o tempo todo que é aquela coisa ai meu filhinho que fofinho que você é você é mais bonito da foto por em algum momento isso é importante para sempre infantiliza e eu preciso agora assumir que não eu sou especial de um jeito guardo aquilo mas agora eu vou pro mundo e eu sou como todos os outros eu tô junto entendeu ninguém quer est junto isso é imaturidade né eu só quero ter prazer eterno não vou ser qualquer
um e tudo e todos vão me servir se eu for adulto eu perco o meu troninho de príncipe de princesa isso é o problema e eu a vida fácil faz com que as pessoas fiquem retardando querer assumir isso quando a coisa fica muito crítica e elas percebem como f uma falta e agora que que eu faço com isso aí demora muito demora muito Eu não gosto de dizer que não dá tempo mas olha o tempo é tão precioso a gente precisa gostar de crescer muito bom crescer e a criança não morre quando a gente cresce
porque a criança que dá a o puer no lado positivo alegria a novidade o frescor o entusiasmo ele mora dentro do adulto Mas o adulto tem que tá reinando naquele momento a criança já foi e às vezes as pessoas não conseguem virar essa chave e às vezes estão lá na frente idosos puer criança príncipezinho [Música] [Aplausos] prinha ta eh qual é o antídoto para o vínculo fantasma ol o antídoto para vínculo fantasma é seguinte pensar refletir se uma coisa que o seu livre o meu não tem é receita de bolo entendeu a gente tem reflexão
a respeito do que é amar do que que anda acontecendo Então a primeira coisa é examinar se alguém tem um padrão eu gosto sempre de dizer porque com o Fantasma qu é difícil porque ele parece uma realidade entendeu você só V quee é F sombração depois que ele some mas na hora parece uma uma realidade né Eh então é você entender se é padrão Por que que você também tá conectando naquilo porque tem um capítulo que eu digo assim tem tudo que some é fantasma entendeu a pessoa tem direito de ir embora a pessoa tem
direito de de terminar uma relação e querer outra sem que isso seja patológico porque tem o lado patológico de sempre vai ter uma pessoa ideal em algum lugar e aí sim eu vou me dedicar Ah mas é a consciência o auto exame saber se é padrão e pensar a respeito e ver alguns sinais né Eh um dos sinais por exemplo é ver como é que essa pessoa tem se comportado né Qual é mais ou menos a fase da vida que ela tá Quais foram as ações que ela teve como ela reagiu nos relacionamentos anteriores entendeu
geralmente um poer o problema tá sempre no outro no vínculo fantasma né A minha namorada que era doida completamente Insana quantas a cinco tudo narcisista é um caso real as cinco eu tenho um problema só arrumo narcisista né a gente tenta fazer a pessoa exergar não é é uma vítima né Eh na verdade eh é o uma experiência Cair lá uma vez é uma coisa duas três vamos pensar e eu quero pedir principalmente para saber o quanto que nós não somos Fantasmas na vida dos outros porque às vezes a gente diz que é vítima mas
quantas vezes a gente também tá ali não tá de uma forma comercial ah fui deixado então é Vin com fantasma Não não é né então é o raciocínio o autoexame eh o tanto que nós temos condição e clareza de entender o que é um relacionamento verdadeiro e como nós estamos fazendo uma coisa que tá me deixando muito contente é que agora também exor fantasma no consultório tá aparecendo os Fantasmas eu sou fantasma que que eu faço agora senta aí agora a gente exor pergun essa linha perguntando que vocês eu V deixar é que a gente
tem experiência Acho que todos vocês já viram acompanharam talvez pessoalmente de quão devast dor é quando acontece uma um goso né qu dizer quando quando eu diria assim Falta uma última conversa né Eh e tem gente que diz não isso é bobagem e e eu tenho essa convicção né com com meus pacientes que realmente é uma sacanagem quando essa última quando você tem uma história de fato envolvimento quando você tem ali uma uma intimidade né E você acha que é um dever a gente que criticou tanto aqui né o o direito e a justiça você
acha que é um é um dever relacional a última conversa eu acho porque o ser humano ele tem uma necessidade que as coisas façam sentido mund precisa ha sentido nas coisas né isso várias linhas da psicologia são estão de acordo a gente precisa compreender a gente precisa conversar porque a gente precisa dar palavra palavra importantíssima como estava falando sim Você precisa chegar e dizer mesmo que a pessoa não Concorde você não teve um relacionamento humano com ela é desumano não terminar olhando no olho você não olhou no olho tantas vezes não saiu para tanta festa
não transou não sei quantas vezes agora não pode olhar para conversar não pode sentar para bater um papo porque é difícil assumir a responsabilidade emocional de saber eh terminar as pessoas não sabem mais terminar nada as pessoas elas são infantis amadurecer é saber é ter responsabilidade pelos vínculos que você fez e desfazer direito e conversa gente conversa com dever Ninguém é obrigado a ficar com ninguém então o problema do vínculo fantasma é apertar o botão só que a pessoa já não tá mais a internet ela tá na vida real isso é mais do que o
gost gosto quando tem né o meio digital ví fantasma é quando isso passa a vivência do digital passa a ser a vivência do real e é devastador [Aplausos] mesmoo obrig presença eles vão autografar no espaço ao L posso falar só uma coisa gente gratidão porque isso aqui né Essa casa cheia Essa casa linda que é casa Record cheia as pessoas quererem conversar a respeito de amor porque né gostaram de um desses livros assistiram aulas do Dan gente que maravilha que alegria gente bem-vindos muito feliz e outra coisa a primeira vez que eu vejo do meu
lado de verdade porque no Instagram na casa do saber a gente aparece um do lado do outro que a gente nunca T visto mas sãoos colegas ó de duas casas e a gente não se viu que legal né nunca te vi sempre te amei que bom [Aplausos]
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