Olá tudo bom Eu sou Vinícius Siqueira do colunas tortas e o objetivo Hoje é a gente falar sobre a noção de homo sasser em georio agamben esse vídeo eu separei em algumas sessões eu vou falar sobre o que que significa o homo sasser vou falar sobre a especificidade do homo saer dentro da obra do agamben vou falar sobre o que é o bando soberano que é uma maneira de chegar até esse conceito e por fim eu vou falar sobre a dimensão jurídico-política que a noção de homo sasser consegue embasar fundamentar estruturar Qual é a relação
entre essa noção e a estrutura da dimensão jurídico-política tudo [Música] bem de início é necessário dizer que o hom sasser trata--se de uma figura jurídica de um sujeito que pode ser morto e não se configura homicídio e ao mesmo tempo não pode ser sacrificado pelos ritos tradicionais é matável porém insic se situa nesse Limiar entre o mundo político o mundo da terra dos humanos em sociedade e o mundo Divino no lugar entre os dois sem pertencer a nenhum dos dois esse conceito ajuda a gamen a falar sobre os limites e sobre o que que é
a soberania o que que é um estado soberano como funciona a soberania e ao mesmo tempo ajuda compreender os limites do sujeito de direito o que que é ser um sujeito de direito o que que significa adentrar num estado de direito e qual é a consequência básica de ser um sujeito de direito trata-se portanto de uma figura de exclusão total e subserviência plena uma figura que a gamen vai começar sua elaboração a partir dos escritos do Direito Romano arcaico e vai discutir dentro do livro homo com alguns autores que também tiveram esse Esse empreendimento de
interpretar essa figura de compreender o que que ela era o que que ela significava o que que significava ser um homo sasser para poder falar sobre o homo sasser a gamen vai atrás de cesto Pompeu festo justamente num verbete em que ele fala sobre os sacm sobre essa figura do homo sasser que adentra pela primeira vez na vida humana e que define de certa forma um sujeito que pode ser morto que é condenado de tal maneira a ser um sasser e pode ser morto mas que não pode ser sacrificado isso implica em uma contradição específica
a contradição de que a pessoa que pode ser morta que está então a mercê da soberania de outros indivíduos que a respeito dos outros indivíduos não tem muito o que fazer e precisa ser subserviente pois está sempre ameaçado da morte essa pessoa não pode ser sacrificada ela não pode passar por um processo tradicional que levaria a sua morte segundo as regras as normas os ritos da sociedade o homo sasser é necessário dizer aqui ele é considerado então um homem sacro ele pertence aos Deuses foi entregue aos Deuses mas a sua passagem não pode ser facilitada
por um ritual que o insira dentro da legitimidade da própria sociedade que o insira dentro de uma legitimidade de entrega aos Deuses a partir de um rito o Homer é justamente uma figura que pode ser morto fora da prescrição dos ritos pode muito bem ser morto assim não será homicídio quem o matá-lo mas não pode ser sacrificado não pode ser a figura daquele que passa por um rito prescrito para chegar até os deuses sua vida foi entregue no entanto ele ainda está vivo mesmo sendo entregue aos Deuses Ele ainda está vivo tal figura que tá
justamente entre o profano e o sagrado que tá entre o religioso e o político pro agamben permite observar uma estrutura originária da própria política de o que que é a política pretende o agamben pretende a partir da análise do Homer não só entender um tipo de sujeito excluído mas compreender também o nascimento da política a sua estrutura originária um Nascimento que não se refere a uma origem temporal mas que se refere à possibilidade da existência de um campo do político e entender a partir disso O que que é a soberania que condição que a soberania
entrega pros sujeitos e a sua própria condição de existência A sua também [Música] especificidade E para isso é necessário a gente partir para uma análise do bando o bando soberano a gamb vai dizer que se encontra tanto num ímpeto de banimento de exclusão total de Tabu como também de sacralidade o bando é aquele que se encontra é um grupo um espaço que se situa sujeitos que estão a parte da sociedade política a sua consagra se faz justamente através da Total obliteração desses sujeitos do bando Mas também da total obliteração dos seus bens das suas propriedades
o sujeito que está no bando precisa ser esquecido excluído obliterado e é interessante nessa figura do bando que ele se encontra a figura do bando desse espaço do bando soberano desse espaço portanto da exclusão total encontra num cruzamento entre o homo sasser que ali está entre o Tabu e entre a sacralidade e demonstra de certa forma que a soberania ela tá justamente no Poder da transgressão maior No Poder da Morte ela se encontra nesse espaço de poder matar um sujeito vivo de poder matar um sujeito que pertence à sociedade política e de poder portanto criar
este espaço de exceção cham do bando esse espaço em que por não fazer parte do ordenamento o soberano consegue criá-lo e determinar sua forma fazendo e não fazendo parte do ordenamento ao mesmo tempo se situando como um criador do ordenamento e se situando como aquele que pode a qualquer instante dissolver o ordenamento político-jurídico e se colocar de maneira transgressora matando E para isso Talvez seja necessário citar uma passagem de agamben onde ele fala justamente desse sujeito do hosser relacionado ao bando e as relações que se faz entre Tabu sagrado e entre o Homer uma figura
enigmática do Direito Romano arcaico que parece reunir em si traços contraditórios e por isso precisava ela mesma ser explicada entra assim em ressonância com a categoria religiosa do Sagrado no momento em que esta atravessa por conta própria um processo de irrevogável dessem manti que a leva a assumir significados opostos essa ambivalência posta em relação com a noção etnográfica de Tabu e usada por sua vez para explicar com perfeita circularidade a figura do homo sasser uma figura então Que expõe algo da dimensão jurídico-política Que expõe certo origem do Poder soberano e que de maneira atuante se
faz através da transgressão da morte na medida em que se situa fora do ordenamento jurídico pois o institui no caso do Homer uma pessoa é simplesmente posta para fora da jurisdição humana sem ultrapassar para A Divina de fato a proibição da emulação não apenas exclui toda equiparação entre o homos sasser e uma vítima consagrada mas como observa macróbio citando TRE a licitude da Matança implicava que a violência feita contra ele não constituía Sacrilégio Isso significa que o hosser se situa justamente num espaço de dupla exclusão um espaço de exceção como eu falei a respeito do
bando soberano e esse espaço de dupla exclusão a gente pode entender através da separação de Zoe e BIOS entendendo aqui Zoe como a vida humana a vida privada a vida em casa e BIOS Justamente a vida em sociedade a vida política a vida da participação política o homos é aquele que se situa num espaço em que ele não faz parte da vida política não faz parte dos ritos que se pode ter através da religião e ao mesmo tempo é localizado dentro de um lugar muito específico que é o do bando soberano o lugar da exceção
da exclusão um lugar que nasce para gerar certo tipo de exclusão ao ser capturado pela soberania e colocado dentro da vida política o homo sasser é aquele que no processo de exceção é excluído novamente dessa vida política e se encontra num espaço bando soberano com outros sujeitos de exceção mas fora do ordenamento jurídico-político ele é capturado num processo de inclusão colocado dentro da vida política e excluído através de um processo que cria um espaço de exceção ele precisa ser incluído para ser excluído ele precisa necessariamente ser excluído para ser também incluído numa matab bilidade e
numa inscri isso significa dizer que a participação do Homer dentro da estrutura política é uma participação feita através de uma exclusão eles está lá ele é definido justamente através da exceção que se abre para sua exclusão e a inserção do Homer na vida religiosa a inserção dele na religiosidade se dá justamente por ser entregue aos Deuses mas ao mesmo tempo é excluído dos processos de sacrifício não é digno do sacrifício não é digno de ser um sujeito de direito o homo é essa figura que através de uma inclusão é duplamente excluído através de uma de
de um comando de inclusão de uma captura pelo soberano ele é excluído por esse mesmo soberano que por sua vez abre um espaço para uma vida que não participa da sociedade que não é digna da participação na sociedade pelo menos não enquanto sujeito de direitos mas é digna enquanto aquele que será excluído que deve ser excluído isso significa que o homo sasser muito mais do que um sujeito ambíguo contraditório que se encontra entre a religião e entre a política na verdade ele é um sujeito que se encontra nos fundamentos da estrutura jurídico-política da sociedade ele
é um sujeito que é preso numa dupla exclusão e completamente exposto à mais bruta violência e isso significa dizer que o poder soberano é aquele que está apto a qualquer instante aplicar a Vida nua a vida sem direitos a vida que ao mesmo tempo em que está dentro do ordenamento se encontra excluída dele é capturada por ele justamente num processo em que apesar da captura essa captura é transformada em exclusão se retira o sujeito de um espaço portanto onde não haveria soberania para para colocá-lo dentro dela para se tornar um sujeito em sociedade um sujeito
de direitos e cabe ao próprio soberano retirar esse sujeito abrindo um espaço de exceção o retirando da vida em sociedade o retirando das Malhas da política isso faz a gamb portanto ter uma noção sobre o que que é soberania compreendendo o homos como aquele que se encontra no fundamento originário da estrutura política da exclusão originária que cria a dimensão política da vida em sociedade eh em Londres no ano passado teve o caso do iderval Silva o iderval era motoboy ele não era motorista de aplicativo ele era um motoboy mesmo de de de um restaurante e
o ider Bal foi atacado literalmente por uma gang eh durante uma entrega ele caiu bateu ele estava indo fazer entrega então ele tinha tirado o capacete dele ele caiu e bateu a cabeça no meio fio ele morreu na hora e aí os Motoqueiros de Londres eh os Motoqueiros brasileiros foram fazer uma manifestação pedindo direitos por quê Porque os as empresas eh de de de restaurantes de entrega eles gostam dos brasileiros isso gente isso aqui é é é dado eh isso que eu vou falar para você saiu na BBC não é coisa da minha cabeça porque
eles falam que os brasileiros são aventuroso no trânsito quer dizer né de de de sair cortando e tal então falou ah os brasileiros fazem entrega mais rápida porque eles fazem coisas no trânsito que outras pessoas não fazem só que numa dessas Londres tem um problema muito sério com o motoqueiros que é o que essas gangs elas atacam elas batem elas roubam a eh o motoqueiro roubam a carga roubam a moto então assim não é incomum você pasti sear por periferias eh e você vê motos eh eh em parque sendo desmantelados às até eles colocam fogo
não é para revender porque não dá para você revender algo roubado aqui e não é o Brasil que você consegue circular com um carro sem com com um veículo Qualquer que seja sem documento não não dá para fazer isso aqui e E aí o que que acontece eles estão sem segurança e quando quando eles vão pedir ajuda das autoridades as autoridades simplesmente falam Ah então faz o seguro da sua moto ah não deixa sua moto na frente da sua casa entra com a moto dentro da sua casa sabe umas coisas assim porque eles realmente falaram
não tem o que fazer e esse caso foi só mais um entendeu gente eh e aconteceu alguma coisa tipo Da Da Da com o restaurante que eu empregava com não esse é o problema sim eh é é é justamente essa falta de segurança e essa falta de direitos eh uma coisa que é muito importante Principalmente nos países Lari que não é no caso de Portugal ainda tem o mesmo idioma então é mais fácil se comunicar mas em países que as pessoas falam outros idiomas no caso do Reino Unido é que muitas vezes os brasileiros não
sabem os direitos que t e o patrão não vai contar para esse Brasileiro Que direito que ele tem o patrão nunca vai contar pro Imigrante o direito que ele [Música] tem Soberana é a esfera na qual se pode matar sem cometer homicídio e sem celebrar um sacrifício e Sacra Isto é matável e insf é a vida que foi capturada nesta esfera aquilo que é capturado no bando soberano é uma vida humana matável e insf o Homer Isso significa que o soberano é justamente aquele que produz os seus sers produz a Vida nua produz essa vida
sem direitos sem cobertura jurídica e sem participação política indigna de sacrifício ou seja indigna de uma participação na sociedade que prescreva rituais pra morte e ao mesmo MM tempo indigna de direitos portanto uma situação em que acerca do Homer acerca D dessa vida Sacra dessa vida nua todos os outros sujeitos são soberanos e acerca de todos esses outros sujeitos o Homer ele é um sujeito excluído um sujeito Submisso a soberania pro agamben é justamente de produzir esses homers e de produzir um espaço de exceção para inseri-los e dentro desse espaço de exceção não há possibilidade
da Constituição de uma sociedade esse espaço de exceção é o espaço do matável é o espaço em que a possibilidade da sociabilidade se dá de maneira submissa perante o soberano é um espaço então que a se encontrar nele a pessoa que se encontra nele as pessoas que se encontram nele só tem um caminho que é ou o caminho da morte ou caminho da Resistência ou o caminho da morte ou o caminho da transformação da criação é um caminho em que naturalmente se está excluído do ordenamento mas que abre a chance da construção de um novo
ordenamento porque perceba a análise do agamben ela é feita tendo como referência o poder soberano e tendo como referência portanto uma soberania que exclui aqueles excluídos podem criar uma nova soberania podem se opor não é tratado necessariamente pelo agamben na obra hosser Mas o que eu quero dizer é esse espaço é um espaço em que a inclusão ela já não já não é mais uma característica já não é mais uma tentativa este sujeito é matável e quem o mata não é homicida Justamente a criação desse espaço a criação de um bando soberano de um espaço
de exceção e a criação de homers para preencher este espaço sujeitos deste espaço é caracterizado pelo agamben como a estrutura originária da política se diferindo assim da ordem natural se diferindo assim da ordem religiosa e se constituindo enquanto uma ordem autônoma da nossa vida da vida propriamente política tudo bem é possível falar de sasser no Imigrante que entra ilegalmente num num estado nação e está à mercê da Boa Vontade dos outros estar à mercê da Boa Vontade não significa um préstimo de solidariedade significa que a sua participação daquela vida em sociedade é uma participação que
depende justamente de uma não denúncia se for denunciado Será deportado se ficar machucado for pro hospital pode ser deportado pode ser denunciado como Imigrante ilegal se por por acaso recebeu um trabalho e não for pago por esse trabalho vai reclamar para quem não é um cidadão vai ser deportado este sujeito se encontra num espaço de de certa forma matab bilidade sem que quem o mate seja homicida se encontra num espaço em que os outros são soberanos partindo do princípio que se trata de alguém que ao entrar e legalmente ali quero ficar né Não quero ser
deportado o mosser também no exemplo do agamben eram os sujeitos eutanasiados pelo Estado nazista doentes mentais eutanasiados que eram considerados pelos médicos e juristas nazistas como sujeitos sem soberania sobre o próprio corpo num cruzamento biopolítico entre biologia e o campo jurídico a figura do homos então é essa figura muito específica mas que é produzida pelos Estados soberanos e que faz parte dele faz parte da própria estrutura da soberania lutar para que não exista o homos sasser significa lutar contra uma estrutura originária significa pensar um mundo diferente uma nova maneira de organização social se você tem
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