[Aplausos] esse sentimentos vamos contar histórias sobre nós e sobre o mundo e aí eu passo a ter uma lente distorcida sobre quem eu sou sobre o meu alto valor sobre o meu merecimento sobre o que eu acho que eu preciso ser ou fazer para correr menos perigo nas relações tudo isso a gente está falando do mesmo mecanismo de sustentação de carga de estradas e a gente tá falando de trauma então de uma maneira irônica e triste duas pessoas estão se relacionando em uma relação que abusiva talvez tanto o agressor que seja psicológico Claro quanto a
vítima pode ter o mesmo histórico de apego inseguro na infância e acabam se encontrando na vida adulta [Aplausos] [Música] Bom dia óbvias Bom dia Jane como que você tá hoje Olá Marcela bom dia prazer tá aqui com vocês tem muito feliz com o convite maior assim prazer é todo meu porque Inclusive eu me sinto muito íntima sua porque eu amo os seus vídeos maratonei e estava muito animada para ter essa conversa mas quero te introduzir para as ouvintes caso elas não te conheçam ainda Ediane sei que você é psicóloga mas algo me diz que você
é especialista em traumas me conta um pouco isso eu sou psicóloga e eu trabalhei em algumas áreas da psicologia porque lá se vão 20 e Poucos Anos como psicóloga num primeiro momento eu atuei num hospital de neuro reabilitação mas na área de treinamentos das equipes de médicos enfermeiros e depois de um tempo combinação de fatores pessoais e profissionais que eu acho que é como acontece com a maioria das pessoas eu digo que a gente trabalha com aquilo que a gente mais precisa aprender eu fui em busca das mídias respostas e me encontrei com uma abordagem
que no mundo ela é conhecida como abordagem trauma informed né cuidado informado sobre trauma seria a tradução mais aproximada embora a gente tenha pouca tradução ainda para o português dessa abordagem E aí eu fiz uma formação e psicoteraumatologia né uma área que não é da Psicologia é uma área multidisciplinar é uma área que recebe influências das neurociências da neurobiologia interpessoal e da Psicologia no entendimento de trauma como um evento neuropsicofísico uma como um evento que engloba várias dimensões do humano né então e aí de alguns anos para cá aproximadamente uns 8 anos quando eu começo
a estudar essa abordagem aí eu faço formação em psico Traumatologia faço mais específicas dentro de trauma né trauma racial transtorno do estresse pós-traumático e outros tipos de trauma e acaba realmente virando uma terapeuta focada em trauma né onde a minha meu estudo e a minha prática Clínica tem como grande tema a experiência de trauma que é uma experiência com a nós todos Alguns vão dizer que alguns traumas são pedágios da vida e a gente paga alguns pedágios Alguns são mais claros como perder alguém uma situação familiar mas eu queria ouvir de você Quais são as
situações de trauma que você mais enfrenta mas também possíveis situações de trauma que as pessoas acabam achando que elas podem seguir em frente mas que acabam resultando por exemplo insônia e outros sintomas que eu quero que a gente fale mais à frente eu digo que somos traumas invisibilizados né a gente tem uma série de traumas entre visibilizados na nossa história porque quando pensamos em trauma palavra trauma tradicionalmente ela tá muito associada a uma experiência extraordinária né então uma experiência que dramática de grande carga dramática extraordinária não é assim que nós entendemos trauma na escola nas
escolas modernas de trauma então se eu se eu fizer algumas perguntas rapidamente acredito que as pessoas que nos ouvem vão vão se identificar com isso que eu te perguntar se você já viveu uma situação que foi Inesperada para você você já viveu uma situação que foi inesperada e que te causou alguma emoção medo culpa vergonha raiva por exemplo essa situação foi Inesperada te causou alguma emoção em alguma algum momento dessa experiência Você sentiu que não tinha recursos para lidar com ela recursos internos emocionais ou mesmo externos de suporte do que você precisava ter para lidar
com essa situação e isso te causou uma sensação de isolamento ou de que você não tinha saído algum de sensação de dísa Amparo isso é o trauma eu respondi sim para tudo não sei as ouvintes isso é o trauma um encontro com uma experiência que nos causa uma ativação emocional então nos carrega alguma emoção no primeiro momento nós nos sentimos sem estratégias para lidar com ela e causa algum a sensação de isolamento de solidão ou de desamparar E aí é muito importante né Marcela o que você disse quando você diz eu respondi sim para todos
porque eu respondo sim para todas essas perguntas para coisas que aconteceram na minha infância no meu passado mais distante na semana passada Então a gente vai entender que o trauma faz parte da vida se você não teve nenhuma das experiências extraordinárias que nós facilmente reconheceríamos como trauma com essas que você citou uma perda é importante né um luto importante sofrer uma violência ter um acidente grave situações que claramente a maioria de nós reconheceríamos como situações traumáticas de vida não tem essa experiência minimamente adoecimento seu ou dos que você ama lutos frustrações situações onde você sentiu
vergonha lá quando a professora da Escola chamou a proteção na frente de todo mundo ou que você se sentiu rejeitada ou rejeitado você vai ter vivido ao chegar a fase adulta então o trauma ele faz parte da vida isso é uma coisa muito importante quando a gente pensa nessa nesse Novo Olhar Para o trauma das escolas modernas do trauma o trauma faz parte da vida então o trauma é inevitável só que a traumatização não faz parte da vida que são os resultados que o trauma deixa no longo prazo perfeita e quais são os resultados que
um evento traumatizante deixa um longo prazo e eu queria muito escutar também sobre o corpo não só na questão emocional Então vou pegar vou continuar nesse exemplo Estamos diante de uma novidade de uma situação para nós que é inesperada e que pode ir dessa situação conheceremos como trauma até uma situação que algumas pessoas diriam estar bobagem Levanta a poeira e dá a volta por cima tipo rompimento de um relacionamento uma situação que você sentiu Vergonha em algum momento os traumas mais precoces eles têm repercussões diferentes dos traumas no adulto pela fase do desenvolvimento inclusive cerebral
Mas a gente pode estar falando de situações de carga emocional mas intensa ou menos intensa o trauma não é sobre o evento é sobre o que aconteceu dentro de você no momento em que você viveu aquela experiência então quando acontece a novidade Você tá levando a sua vida e chega a novidade a situação Inesperada o nosso corpo ele veio preparado de fábrica para lidar com trauma trauma faz tanto parte da vida que a natureza nos proveu de mecanismos para lidar com essa situações estressoras é o trauma ele é uma situação então quando a gente está
diante de uma situação que para nós causa uma sensação de perigo de ameaça vida uma sensação que de que isolamento uma sensação de diesel Amparo essas situações elas vão ativar alguns Ramos do nosso sistema nervoso então nós temos assim grosso modo vamos falar em dois ramos do nosso sistema nervoso sistema nervoso cérebro e medula sistema nervoso central cérebro e medula sistema nervoso periférico é um feixe de nervos que sai ali do nosso cérebro e da medula e passei um pelo nosso corpo inervando o nosso corpo esse feixe de nervos ele se divide em dois ramos
sistema nervoso simpático e parassimpático que se especializaram ao longo do nosso desenvolvimento e nos colocar em mobilidade em movimento em atividade e nos colocar imobilidade e relaxamento em congelamento muitas vezes então simpática como se fosse o acelerador do nosso corpo e o parassimpático como se fosse o freio do nosso corpo e eles funcionam assim alternadamente eu não pisar no freio no acelerador ao mesmo tempo se não dá problema então eles funcionam alternadamente e quando você diz isso sobre esse freio e esse acelerador de que forma prática isso se reflete no nosso comportamento que que vai
acontecer eu tô diante da novidade Então vamos pegar um trauma na vida adulta Sei lá o término de um relacionamento então um relacionamento que eu não esperava que que findasse não queria ficou comunicada do término desse relacionamento nesse momento existe uma ativação do meu sistema nervoso simpático que eu vou reconhecer na prática com alteração da respiração aquela respiração que se altera o nó na garganta o frio na barriga às vezes um lacrimejar que chega uma tensão nos músculos que travam o meu maxilar eu tô te escrevendo sinais físicos que são muito comuns que nós tentamos
em situações de tensão de stress de medo todas essas situações que nós vivemos na nossa vida costuma sentir esses sinais até uma certa falta de ar né uma alteração da respiração que a gente reconhece como uma falta de ar que na verdade é um ar que não consegue sair né que fica preso e a gente reconhece como falta de ar Mas é interessante é excesso de ar Olha que interessante muito bom sucesso de ar porque a gente trava aqui né Entra muito em construção e o ar fica com dificuldade de sair e eu tô esperando
a sensação de que eu não que o ar não tá entrando mas é porque ele não tá saindo né E aí quando existe essa ativação o que que tá acontecendo no nosso corpo nesse momento toda nossa fisiologia tá se pondo um posição para eu lidar com o desafio tá me colocando no que nós vamos chamar de defesa de sobrevivência que as principais e primeiras delas estão no tal fugir então eu vou enfrentar essa situação eu vou conversar com essa pessoa que tá dizendo que o nome quer mais eu vou argumentar com meu chefe que chamou
me chamou na sala dele para me chamar atenção eu tô numa situação que pode ser uma salto eu correr eu vou sair correndo eu vou tentar me esconder eu vou ficar parada eu vou lutar eu vou fugir nas diferentes situações é o nosso corpo buscando sobreviver é o nosso corpo entrando numa resposta de sobrevivência buscando sobreviver isso é muito rápido isso são frações de segundo antes que a gente possa pensar essa primeira resposta a gente pode pensar em três fases de resposta do corpo estranho essa situação desafiadora essa primeira ela acontece pela ativação de uma
estrutura que fica bem no meiozinho do nosso cérebro pequetitinha chamada amídala que tem o mesmo nome da garganta mas não é da garganta do cérebro essa estrutura pequetitinha ela é responsável por identificar possíveis situações de risco perigo de ameaça para nós e ela dispara um alarme é como se fosse uma arma de carro ela dispara um alarme dizendo perigo e esse alarme dispara a adrenalina É transforma essa resposta numa resposta elétrica pelo nosso corpo e adrenalina que vai fazendo tudo isso todas essas reações sem que a gente pense sem que eu pense antes que eu
terminar processar o que eu escutei uma situação que eu tô vivendo é o que nos faz saltar para trás quando eu vejo algo se arrastando no chão à noite que pode ser um bicho uma cobra por exemplo e antes que eu penso estará que é uma cobra Eu já faltei de susto eu tô tendo essa primeira reação ao estresse eu tô diante de uma experiência de trauma que não necessariamente vai ser traumatizante porque até aí tá tudo certo seu corpo veio preparado de fábrica para isso só que é uma reação eu não tô fazendo de
uma forma consciente não é uma reação é a primeira resposta do organismo ao estresse que a gente acumulou essa resposta na evolução para responder rápido sem precisar pensar porque porque o córtex que é o centro do nosso raciocínio porque uma área mais nova do nosso cérebro até esses estímulos todos que a gente recebe visuais aonde ativos cheiros gostos todas as experiências sensoriais que compõem uma experiência humana até que isso seja decodificado em diferentes níveis do nosso sistema nervoso do nosso cérebro e chega ao córtex Pode ser que eu não sobre então a natureza na sua
imensa sabedoria elegância porque se tem uma coisa que nosso corpo é elegante na forma de encontrar soluções na sua imensa elegância criou um mecanismo para que com pistas do ambiente Esse sistema de alerta já seja ativado antes que o peixe pode ser um perigo ou não Então antes que o processo de eu não queria que esse relacionamento acabasse eu não queria ser demitido desse emprego eu acho que eu vou ser demitido agora eu estou diante de uma violência psicológica física de um abuso antes que eu pense sobre isso o meu corpo já disparou essa carga
de adrenalina eu já estou reagindo meu coração já está acelerado minha respiração já está acelerada e até aí tá tudo certo porque a gente veio preparado para isso agora o problema não é entrar nessa resposta é não saia dela essa é a minha próxima pergunta porque você falou por exemplo sobre violência psicológica e a gente tava falando do exemplo sobre relacionamentos se você tá em um relacionamento em que você teve mais de uma amiga em que acontece grito que te desperta medo você pode entrar então no estado de hipervigilância com dentro de uma relação de
achar que a qualquer momento aquilo pode acontecer pode uma vez que você entrou nessa primeira resposta ao estresse que é uma experiência que como eu disse você tá diante de uma experiência que pode ser o de trauma mas não necessariamente vai ser traumatizante Qual é a curva natural que o nosso corpo Faria me preparou para responder o perigo Responde ao perigo perigo passou Desce a carga de stress meu corpo começa a voltar para o equilíbrio para homeostase até a próxima experiência e o nosso corpo vai acelerando desacelerando né acelerando simpático desacelerando para simpático como é
a experiência natural da vida o que vai acontecer é que a depender das experiências que vive e as experiências precoces na vida vão ter muita influência Nossa relacionamentos na vida adulta Pode ser que essa essas experiências relacionais tenham causado uma ativação nesse sistema nervoso e ao voltar para o equilíbrio o perigo foi sustentado no teto eu precisei responder esse perigo não passou ele não era uma corda que parecia uma cobra ele era uma relação insegura por exemplo com os meus cuidadores ou num relacionamento afetivo mais à frente na vida adulta e que eu precisei sustentar
essa carga de stress no tempo a sustentação da carga de stress no tempo ainda é fisiológico ainda é adaptativa ela não é ainda um problema o problema é que nós fomos preparados para fazer isso respondeu o estresse sustentar isso curta os perímetros quando isso vira um grande espaço de tempo e não mais Episódio a isso começa nos prejudicar e aí a gente tem os mesmos hormônios nesse segundo momento no segundo momento quando eu preciso sustentar a carga de stress então eu levei o susto mas o susto não passou eu preciso lidar com aquele problema com
aquele conflito com aquela situação desafiadora aí entra o cortisol na jogada e entra um outro sistema endócrino e vai liberar o cortisol para sustentar a carga de estresse primeiro momento adaptativo isso no longo tempo começa a causar inflamação Abrir quadros de adoecimento e começar a me causar prejuízo Então os mesmos hormônios que no primeiro momento me ajudam a sobreviver a me defender e fazer acionar super poderes inclusive porque Pense numa situação de estresse que eu preciso correr que as pessoas vão dizer Nossa eu corri de uma velocidade que eu nunca imaginei que eu precisasse com
ele uma mãe que levanta um carro para tirar o filho de baixo o que que faz isso são os hormônios iniciais do stress que fazem a gente acessar é o nosso corpo todo mobilizado para acessar essa força que nós não temos eu já vivi isso quando eu era mais nova deve fazer uns 10 anos isso uma porta de quatro metros de blindex explodiu em mim e fora o susto do barulho eu olhei para mim eu tava inteira sangrando e quando eu olhei para o chão tava cheio de vidro cheio de vidro e eu tava obviamente
tava no banho então estava descalça Claro e se eu pisasse eu ia sangrar mais ainda e ninguém entendeu Até hoje como que eu dei um salto do box até meu quarto eu dei um Eu também não sei explicar mas eu consegui deve ter sido isso porque eu lembro de não pensar eu vi que eu tava sangrando pô pulei isso você tava totalmente adrenalizado na primeira fase de resposta ao estresse acessando esse super poderes que nos fazem responder ao estresse se esse estresse permanece se você não recebe o cuidado que deveria receber se você não recebe
o suporte do Sul e você precisa sustentar essa resposta aí você começa a desencadear outros processos E aí isso que tinha no primeiro momento te ajudou sobre ver te ajudou a faltar uma distância do banheiro até o seu quarto e se proteger daquela explosão se precisasse ser sustentado no tempo começaria a causar dano e aí entra em vigilância que você me perguntou que é nas experiências onde esse estado de alerta ele é acionado e ele não é desligado ele pode começar a desregular a nossa resposta ao perigo então a hiper vigilância é uma desregulação dessa
resposta que eu falei simpática e parassimpática de veio a novidade ativa a novidade passou lidei com a situação desafiadora desativa volta por equilíbrio pro relaxamento para homeostase aí teve vídeo Lacerda eu ativei não Desativei o suficiente ou fiquei lá em cima e continua produzir resposta para o estresse Então eu estou sempre em Alerta aquela amídalazinha lá do cérebro não voltou para sua atividade normal e eu passava ver o mundo pelas lentes do perigo Então vamos só retomar para ver se eu consigo entender de forma ilustrativa então o nosso corpo ele foi feito para passar isso
de uma forma que são episódios isolados mesmo uma pessoa que tá no ambiente de trabalho por exemplo em que esse sistema é acionado mais de uma vez todos os dias aí não estou falando do estresse normal que porque né temos stress mas ambientes adoecedores de trabalho podem adoecer pessoas sim totalmente Então vamos pegar um exemplo que é a pessoa exposta repetida vem repetidamente a situação estressora no trabalho então um ambiente onde ela se sente desrespeitada desencorajada envergonhada amedrontada tudo isso vai ativar esse sistema de resposta ao estresse do organismo ativou porque tá no momento de
uma entrega maior eu tô num momento de trabalho que vocês é um início de um projeto novo então num primeiro momento essa resposta é três ela é sempre adaptativa ela nos ajuda a lidar então projeto novo a gente fica excitada né com um projeto novo ou tá numa fase de uma entrega maior que vai acontecer ali um dia no mês ou um mês no ano essa ativação Tá OK quando essa ativação vira a regra porque eu tô sempre com medo vivenciando medo eu tô sempre vivenciando vergonha eu tô sempre vivenciando humilhação eu tô sempre vivenciando
sensação de isolamento que eu ouço muito das pessoas em relação ao trabalho do tipo eu me sinto sozinha para resolver os problemas eu não posso contar com ninguém o meu chefe não sabe o que eu faço não tem ninguém no meu ambiente de trabalho que eu consigo se eu não resolver sou eu que você demitida e acabou se eu não der conta O problema vai ser meu então isso é sensação de desamparo que eu falei antes essas sensações vão sustentando essa resposta ao estresse e fazendo a pessoa entrar na terceira fase que essa adaptativa que
a fase de exaustão Então esse estresse sustentável no tempo vai nos levar exaustão vai começar a organizar uma série de sinais e sintomas porque o estresse sustentado no tempo e todo esse eixo que eu expliquei ele impacta diretamente no nosso sistema imunológico ele exige do nosso sistema imunológico então quando a gente tá apresentação da resposta ao estresse do nosso sistema imune ele vai ser muito exigido e vai chegar uma hora que ele vai chegar e vai entrar em exaustão isso é um motivo o outro motivo é que por um processo adaptativo estresse abre quadro de
inflamação inflamação no primeiro momento também é uma resposta adaptativa é uma resposta da natureza quando seria um corte ali inflama para o seu corpo entender que ele precisa fazer um processo de Regeneração no primeiro momento ela é positiva como economia da evolução o stress que lá na décadas lá no tempo dos tataravós das cavernas a inflamação ela podia ter muito a ver com o estresse porque né o humano tava ali realmente lutando pela sobrevivência né podia ser um quarto de um mamute então naquela época o estresse de estar correndo de estar fugindo de buscar por
alimento podia gerar um ferimento que geraria uma inflamação que abriria um processo de regeneração pela economia da evolução é quase que economia de processo Então você falou sobre o sistema imunológico quais então são as possíveis doenças que a gente tem tempos em que não corremos de mamutes mas passamos por centenas de traumas semanalmente e não cuidamos deles e isso mamute ele mudou de nome né agora ele chama medo do desemprego conflito com o chefe com os colegas de trabalho as preocupações com os filhos ou relacionamento que não é saudável e todas as narrativas que o
trauma nos conta que aí eu vou sair da biologia agora dessa parte mais biológica e entrar mais na psicologia que é o trauma vai acontecendo a medida que ele acontece no corpo nessa parte fisiológica a nossa mente ela precisa encontrar uma forma de sustentar e de acompanhar o que tá acontecendo no nosso corpo Então a gente vai vivenciar isso através das emoções e dos Sentimentos vividos nas diferentes situações com medo vergonha esse vão nos contar histórias sobre nós e sobre o mundo e aí eu passo a ter uma lente que pode ser distorcida sobre quem
eu sou sobre o meu alto valor sobre o meu merecimento sobre o que eu acho que eu preciso ser ou fazer para correr menos perigo nas relações tudo isso a gente está falando do mesmo mecanismo de sustentação de carga de estratégia e a gente tá falando de trauma esse trauma crônico no trabalho que você me perguntou pode adoecer pode adoecer a gente pode ler contra uma crônica no trabalho então as narrativas que a gente toma como verdade para nós mesmos também são narrativas que a gente tá usando para se proteger de futuros traumas semelhantes ao
que passamos Sim eu gosto muito de uma abordagem e olha para o que acontece conosco a partir de uma lente mais compassiva do que das abordagens que acreditam que nós nos Auto sabotamos por exemplo porque não existe uma parte em nós que quer nos prejudicar intencionalmente existe uma mas que em algum momento sentiu um medo e aquilo que foi feito serviu para me proteger Em algum momento então sim em algum momento e você perguntou das doenças eu vou só falar das doenças né então para o barnauts doenças respiratórias cardiovasculares doenças gástricas quadros de relacionados à
saúde mental depressão ansiedade transtorno bipolar todos esses quadros podem ter as experiências estressoras e traumáticas como importantes elementos esses quadros são multifatoriais tem muitas coisas influenciando neles para aqueles resultem mas o que a gente vê hoje é grande parte desse quadro são padres inflamatórios e o trauma tem um papel importante a parte que não se trata de culpa porque muitas vezes os cuidadores estão lidando com suas próprias dores e feridas nesses relacionamentos mas uma criança que não viveu um apego seguro na infância que no momento em que ela precisava de Amparo ela não conseguia ter
esse Amparo e que no momento em que ela precisava de acolhimento Ela recebia uma repressão ou das pessoas que ela deveria receber cuidado Ela recebia uma violência psicológica ou uma violência às vezes física um abuso nós estamos falando de um sistema nervoso muito imaturo de uma criança que está que está em fase de desenvolvimento e que vai o desenvolvimento desse sistema nervoso vai acontecer de acordo com as suas experiências também vividas e que se o aprendizado de relacionamento mistura O que é conforto e dor a gente pode ter lá na frente um adulto que vai
ter uma dificuldade de discernir perigo de segurança que pode ou estar em relacionamento que não são seguros eu passei e não consegui sair disso porque lá atrás a violência ficou equiparada ao afeto ou o inverso que vai romper com vínculo porque o vínculo era ameaçador demais para ela e ela a forma de romper foi a forma que a fez sobreviver E aí eu vou ter um adulto que tem dificuldade de estabelecer relações de intimidade por exemplo porque intimidade igual a perigo nem o adulto que tem dificuldade de ter relações de intimidade nem o adulto que
tem dificuldade de sair de uma relação que é abusiva para si estão se auto sabotando são partes suas temerosas de viver o que já foi vivido antes então de uma maneira irônica e triste duas pessoas estão se relacionando em uma relação que abusiva talvez tanto esse o agressor que seja psicológico Claro quanto a vítima pode ter o mesmo histórico de apego inseguro na infância e acabam se encontrando na vida adulta isso é muito frequente quando a gente Eu costumo dizer que os relacionamentos Em algum momento principalmente no momento Inicial eles são sempre uma reencenação traumática
uma reinicianação de um enlace traumático principalmente se esses traumas não foram processados se eu não tiver oportunidade por diferentes motivos de cuidar dessas feridas porque o trauma é uma grande ferida Inclusive a palavra trauma vem de uma palavra que significa ferida né Ela é uma grande ferida só que é uma ferida emocional Ela não é uma ferida como um corte na pele mas como um corte na pele se ela cicatrizou eu vou tocar eu vou sentir que ali tem uma pele mais grossa mas ela não vai doer se ela não cicatrizou eu vou tocar e
vou machucar mais então se eu tenho pessoas com essa ferida aberta que se encontram existe um grande convite é uma dança De traumas relação vira uma dança entre traumas uma dança de encenação de traumas relacionais que não significa necessariamente que vai dar em um relacionamento inclusivo porque o relacionamento se a ferida vem na vem da relação a cura também está na relação então muitas vezes são os relacionamentos que nos convidam a nos engajarmos de uma forma saudável que vão ajudar a processarmos os nossos traumas relacionais lá do passado então um relacionamento que começa com uma
dança com um en lá se traumático pode vir a ser um grande campo de processamento e aqui eu vou usar a palavra cura com muita ressalva porque quando a gente tá falando de Psicologia não é aquela cura biomédica medirei alguma coisa que não estava funcionando tem né tirei a doença eu tirei é muito mais uma cura no sentido de coloquei porque integração né as experiências foram Integradas as minhas partes fragmentadas de mim mesma foram Integradas eu consigo me olhar mais inteira então um início de relação ele frequentemente começa com uma sedução entre Calma isso é
muito forte é muito forte é e é de se observar porque a gente entende o apaixonamento como o nosso olhar gentil e Encantado pelo outro mas talvez seja um pouco das nossas dores encontrando a dor do outro sim e aí vem a poesia o bonito que você disse que eu acho que o trauma eu tive uma grande professora ele era Neto que ela usa uma frase que eu gosto muito ela disse o trauma guarda o Terrível e o incrível e de nós né então o trauma ele nos traz uma dor ele nos restringe eu não
gosto da ideia de pensar que o trauma nos deixa mais forte trauma nos deixa mais traumatizado mesmo eu até acho que a gente tem que ter cuidado para não matizar o traumas o trauma ele esconde a nossa potência humana ele esconde a natureza humana quer vínculo e conexão E autenticidade então quando ela diz isso trauma guarda o Terrível incrível É também sobre o trauma esconde essa nossa capacidade de afeto de conexão real de autenticidade de nos conectar com a parte saudável do outro então a beleza toda mesmo que no momento a primeira dança seja uma
reencenação traumática se essa se essa relação se essas duas pessoas estiverem intencionalmente dispostas E aí eu vou frisar em [ __ ] o intencionalmente Porque sim precisa ser intencional com mais velhos mais intencional precisa ser o nosso processo de busca de autocuidado emocional esse relacionamento pode se converter num Grande campo de encontro com a própria natureza real porque o trauma nos desconecta da nossa natureza e assim encontrar a natureza saudável do outro e aí a parte bonita né que sempre vai existir em nós algo que não foi tocado pela dor perfeito [Música] o maior estresse
que nosso corpo pode receber é a tentativa de ser quem não somos é um pouco nesse caminho é Exatamente isso porque pense tudo isso que falamos até agora o trauma precoce lá na infância né na relação com os cuidadores que não precisa ser trágico é outra coisa que as pessoas confundem muito eu recebo muitos clientes para terapia e falo nenhum na minha infância eu fui super bem cuidada tive de tudo muitas vezes basta que uma criança fique chorando no berço por tempo suficiente sem ser pega no colo para ela tá me vendo no estresse tóxico
na infância uau porque o sistema nervoso dela não tem condições de maturação para sustentar essa experiência estressora por muito tempo então seja os traumas precoce na infância os traumas Mas na vida adulta relacionado aos diferentes que vivemos as preocupações da vida moderna né como vou sobreviver como dou conta dos meus conflitos as violências e tudo isso que a gente vive no mundo moderno de hoje vai criando vamos imaginar que vai que vai criando camadas em nós e essas camadas vão nos afastando de quem nós somos porque nós começamos a criar formas de funcionar no mundo
um modo de defesa constante de novo Voltamos para tal da Hiper vigilância a gente funciona na fisiologia do Medo na fisiologia do perigo se eu tô em constante perigo que essa essa situação da vida moderna se eu não consigo relaxar eu não posso ir autenticamente para conexão para exploração e aí eu todo momento eu preciso pensar em como me defender como me defender para psique se a defesa é na relação E aí a gente está falando os traumas relacionais para eu me defender numa relação eu preciso fazer o que eu acho que vai gerar menos
impacto no outro sim e aí eu começo a me distanciar de quem sou para performar como eu acho que eu deveria ser isso Exige uma carga dessa sustentação de stress que nós falamos antes gigantesca porque eu tô a todo momento me afastando e tentando brigar com a minha natureza então por exemplo se você teve paz que tinha uma instabilidade emocional grande pais não né cuidadores vamos ao termos certo cuidadores que tinha uma estabilidade emocional grande Você pode achar familiar que dentro de uma relação amorosa você tem que agir de certa forma para que não haja
explosões então a gente acaba se encantando pelo que é familiar porque para o nosso corpo familiar é mais seguro o nosso cérebro ele tem qualidades adaptativas muito importantes e sofisticadíssimos porém ele é menos objetivo do que imaginamos ele tem umas falhazinhas e uma dessas falhas que é adaptativa e é uma falha ao mesmo tempo né é o paradoxo da história o paradoxodontal uma dessas questões é o nosso cérebro ele guarda pistas daquilo que escolha ameaçador para nós para que nós podemos receber mais rápido no futuro tudo que é novo o cérebro precisa de um tempo
para entender como responder aquilo então aquela resposta elétrica que eu falei que é rápida que são pistas que a gente ganhou na evolução vai ser rapidinho só que ele vai ter uma outra uma outra área ali do lado foi para o campo muito envolvido da memória que é que modula a nossa amígdala e fala calma você não precisa sair correndo de casa porque esse cheiro de fogo é uma panela que você deixou no fogo ele vai trazer a memória de coisas e vai regular para baixo essa reação de stress dizendo Calma isso aqui a gente
conhece vai lá e desliga o fogo não precisa sair correndo que não é um incêndio a amida ela vai dizer fogo perigo incêndio uhum o hipocampo vai lá e diz calma é só uma panela que tá no fogo essas e isso tudo vai guardando pistas mano em nós né vai guardando memórias que não é aquela memória declarativa de uma narrativa que eu conto ela mora implícita pistas sensoriais pistas visuais cheiros gostos memórias implícitas em nós quando eu tô lidando com uma memória implícita conhecida o nosso cérebro gasta menos é energia olha aquilo que é desconhecido
me faz gastar mais energia porque aquilo quer desconhecido pode ser um perigo para mim potencial então aquilo que é conhecido respondendo uma pergunta assim aquilo que é conhecido ainda que seja dor nos parece mais seguro uau e ao mesmo tempo para quem está acostumado E aí com muitas aspas aqui falando da minha maneira com a dor a paz Pode parecer um tédio pode porque para quem apareceu em ambientes de grande imprevisibilidade conflito quando crianças nós temos uma grande necessidade sobreviver e para sobreviver nós dependemos de um adulto de uma pessoa que nos cuide que nos
alimente que nos cuidados de higiene que nos proteja do frio dos perigos que nos dê afeta e atenção que também faz parte das nossas necessidades sobrevivência e atenção para receber todas essas para receber esses cuidados de sobrevivência nós precisamos de uma coisa principal vinculação vínculo é a nossa primeira necessidade humana eu preciso me vincular a alguém para conseguir sobreviver porque se eu deixar um prato de comida do lado de um bebê Ele vai morrer de fome ele precisa do vínculo a gente precisa do vinho Então imagina para uma criança Marcela que recebe violência das pessoas
que deveria receber cuidado ou está no ambiente de alta carga de stress e ela precisa se vincular ela o corpo dela na sua sabedoria incrível e elegante Como eu disse antes vai ter que encontrar alguma forma de que aquele processo de imprevisibilidade de Altos conflitos se torne tolerável para ela e um desses processos muito frequentes é a dissociação eu começo a me desconectar dos meus sentidos das emojis minhas emoções da minha afinação para percepção de perigo ou de não perigo do meu alto respeito que às vezes nem chega a ser formado posso te pedir para
elaborar um pouco melhor o que quer dissociar Pode vamos nós temos várias funções psicológicas Então vamos pensar que assim como nosso cérebro que é o órgão físico ele tem partes E essas partes precisam funcionar Integradas Vamos pensar que a nossa mente que não é um órgão físico usar só como metáfora aqui se a mente fosse como o cérebro um órgão a nossa nossa psique né fosse um órgão ela também teria partes que precisam trabalhar de forma integrada essas partes nós vamos chamar de funções psicológicas então atenção é uma função consciência de eu eu sei quem
sou idiota Estou conversando com Rafaela não pode ter sido Robins nesse momento né eu tenho consciência do que tá acontecendo nesse momento os nossos afetos né Sem emoções e sentimentos a nossa Censo percepção que a nossa capacidade de sentir as nossas Sensações físicas eu aperto no peito é o nó na garganta que são as Sensações físicas internas intercepções e o tato está frio está gelado é só es musculares Então tudo isso tem a ver com acento percepção muitas vezes essas características são funções psicológicas precisam trabalhar Integradas para eu ter uma memória eu preciso que a
minha audição esteja conectada com a minha atenção eu na hora que se alguém me chama agora lá fora falei Diane talvez eu não escute que eu tô distanciada da minha audição porque a minha audição tá a minha atenção tá em Marcela na voz de Marcela então temporariamente eu me dissocio eu dissocio outros sentidos e talvez alguém me chame lá eu não escute então é dissociação acontece no nosso dia a dia com uma função absolutamente normal quando a gente precisa focar em alguma coisa ótimo no momento de uma experiência traumatica essa dissociação ela pode ter uma
intensidade que faz com que as partes não reintegram de novo que faz com que por exemplo a gente terminou a entrevista a pessoa fala de eu estou te chamando eu falo Ah agora eu vi voltei a estar com a minha audição associada integrada a minha atenção então associado não estamos dissociadas no trauma essas Associação pode ser muito grande e aí se eu estou vivendo uma experiência de dor vamos pegar de novo Nosso exemplo da criança no ambiente de conflito de imprevisibilidade onde a dor emocional que a gente tá falando de medo de angústia de pavor
de vergonha experiências de abuso por exemplo de culpa todos os sentimentos eu tô vivendo uma dor emocional que numa fase do desenvolvimento que eu não consigo nem nomear essa dor é sensorial Eu só sinto isso fisicamente muitas vezes a criança não vai conseguir nem nomear essa experiência de tamanha do emocional chega uma hora que se o corpo não fizer alguma coisa ela vai ferver como uma panela de pressão explodir E aí a dissociação ela entra com uma defesa que é eu preciso fazer com que essa pessoa pare de sentir o que ela está sentindo porque
está intolerável sentir Então ela pode ser dissociar por exemplo de sensações físicas desconecta um pouco das Sensações como pegar em terapia clientes que eu pergunto o que você sentiu no corpo nesse momento você me faz essa pergunta curioso não sei eu respondi tal coisa a pessoa responde o que sentiu como uma ação com o que pensou que está distanciada da emoção do sentimento eu não consigo perceber nem como meu corpo se comporta nas três situações eu me dei uma anestesia emocionalmente sociedade eu não me lembro daquela experiência então a dissociação ela pode atingir qualquer uma
das funções psicológicas em trauma vai ser muito como um atingir a memória vai ser muito comum atingir o campo dos afetos e das emoções muitas pessoas vão desenvolver ou uma hiperecitação numa sensibilidade excessiva então a qualquer pequeno estilo pá tem uma grande explosão emocional ou uma anestesia das emoções sim porque e que num primeiro momento foi adaptativa a mesma história do stress no primeiro momento você viu para proteger só que no tempo nos desconecta na nossa humanidade de quem somos perfeita perfeitamente entendida Você tem uma reflexão sobre porque que estamos tão apaixonados pelos séries podcasts
etc sobre esses crimes reais e você convida quem tá assistindo perguntar porque que o trauma está relaxando você por que que o trauma está nos relaxando tudo isso que falamos antes a experiência do estresse sustentado no tempo a experiência de viver em constante estado de alerta sustentando altas cargas de stress se tornou um padrão de funcionamento estamos vivendo em modo de sobrevivência gente pode dizer então quando eu entro num estado mínimo de relaxamento o meu corpo a minha mente o meu cérebro passar estranhar esse relaxamento e aí eu tenho uma experiência que se tornou estranha
para mim que é sistema nervoso calma ele se tornou estranho para mim e eu vou confundir essa experiência por exemplo com algo tedioso eu começo a confundir paz com tédio E aí eu vou precisando de doses cada vez maiores Porque tem toda uma circuitaria aí também de hormônios Como pedir cada vez mais que nos vestiam e eu vou precisar de doses cada vez maiores para sentir eu falei agora pouco que a experiência expressora nos dissocia do afeto se eu vou ficando mais anestesiada e é impossível por um ano viver estado de anestesia porque sentir é
uma das qualidades que nos torna humanos sim então eu vou precisando de doses cada vez mais elevadas de ativação de excitação para conseguir sentir pouquinho poucas coisas se eu tô num estado de anestesia e socialmente a gente vive ao níveis Altos de anestesia emocional e aí a notícia da violência se tornou banal porque o rolo ela no meu feed 50 vezes ao dia eu vou precisando cada vez de experiências que me leve para estados de alerta e excitação maior para conseguir sentir um pouquinho ao passo que quando a gente está mais conectado com a nossa
Sensações Com as nossas emoções pois as pessoas físicas inclusive que é um grande trabalho que eu faço na clínica né de Reeducação somática de voltar a sentir o próprio corpo isso vira uma bússola de alimentação para gente a gente consegue entender que começa diferenciar recalibrar esse sistema do que que é relaxamento o que que é perigo o que que é estresse esse Alerta esse alarme que ficou descalibrado e que começa a confundir E que nos faz confundir por exemplo Como disse pais com tédio E aí eu preciso de filmes mais violentos sérios mais violentas coisas
cada vez mais realistas porque o pouco não me faz sentir mais uau eu estou anestesiada muito forte e Diane e qual é o caminho e eu sei que a reta final do programa não vai conseguir resumir mas de uma maneira de fato resumida Quais são os caminhos então para curar eu pego emprestado seu termo do curar do trauma e dos traumas cotidianos que a gente está tendo Porque como que a gente sai do modo sobrevivência nós vivemos um contexto bastante desafiador porque o contexto um contexto produtor de traumas tempo todo já nos contexto social que
eu quero dizer então coletivamente nós estamos expostas e expostos E especialmente as mulheres aqui sem nós estamos expostas a um contexto social que produz traumas o tempo todo então é muito desafiador todos nós eu diria E aí me inclui nisso vivemos alguns níveis de dissociação de Hiper vigilância e precisamos de estratégias para lidar com isso e que eu acho que estamos num processo que a redução de danos um pouco mas que assim e eu acredito e é o que o advogo nas redes pela minha própria experiência pessoal eu digo que eu acho que você tem
um exemplo que é possível você engajar plenamente na vida eu posso falar eu tenho lugar de fala disso porque venho de uma história traumática bastante importante em diferentes níveis então é possível reconectar o trauma não é uma prisão perpétua eu acredito que existe um marcador que é o grau do sofrimento psíquico então quando experiências estão causando sofrimento psíquico que faz com que você não esteja conseguindo se conectar em profundidade nas suas relações se sentir à vontade nas suas experiências de vida sua criatividade está embotada começa a ter sinais e sintomas como você falou alteração do
Sono alteração de padrões de alimentação dificuldade para relaxar dificuldade para Como eu disse para estabelecer conexões de intimidade ou contrário eu só estabeleço conexões a partir de um lugar de dependência emocional repetidas relações abusivas dificuldade para engajar no trabalho qualquer nível de desconexão que causa esse sofrimento psíquico eu acho que é muito importante se a pessoa tiver condições buscar uma avaliação e um atendimento individualizado e personalizar a gente sabe que e eu sou uma das grandes críticas a isso o atendimento principalmente psicoterápico ainda é restrito a uma da população ele não tem o alcance a
sensibilidade que deveria e eu acho que a gente tem que batalhar para isso para ampliar esse acesso porque se você tem uma história traumática que você claramente vê a repercussão disso num prejuízo para sua vida é importante um acompanhamento individualizado para te ajudar nesse processamento cotidianamente eu acho que tem algumas coisas que todas e todos podemos fazer e é começar a observar o nosso próprio começar a voltar para o corpo eu brinco com os meus alunos e trauma que é trazer a alma de volta para o povo incorporar e é começar a observar com o
seu corpo reage nas diferentes situações como o seu corpo reage quando você está conversando com um amigo com a mãe numa situação de trabalho quando você está assistindo uma série true quando você está em diferentes situações estava sua respiração observa seus batimentos cardíacos observa sua musculatura começa a entender que padrões de resposta sensorial seu corpo tem para você começar a legendar esses padrões e começar a diferenciar tensão de relaxamento por exemplo então é quando a gente começa a ouvir essa voz sem palavras do nosso corpo a gente vai ver que ele ele sabe antes que
existe uma contraçãozinha naquele relacionamento que em algum lugar do meu corpo ele sabe que aquele relacionamento não faz bem para mim porque existe um relaxamento quando eu tô conectada com a minha autenticidade com a minha potência criativa então começa a observar o seu corpo e começa a dar espaço ao invés de tentar se livrar rapidamente do desconforto dá espaço para que esse desconforte encontre alguns caminhos de regulação mais naturais e aí cada pessoa pode experimentar os seus caminhos de regulação para ajudar nisso isso é sua experiência mesmo para cada pessoa vai ser diferente assim eu
vim morar numa área do Rio de Janeiro que é bastante rural no dia que eu moro no meio no Rio de Janeiro Mas eu moro no meio do mato porque a natureza me regula quando a gente já sabe que natureza regula sistema nervoso suas pesquisas já dizem não só o meu especificamente a Diane tanto do ser humano né Uma das coisas que leva a nossa desregulação enquanto sociedade é a desconexão com a natureza né com os padrões da natureza fluxos porque se a gente pensa em dia e noite marquinha enche Maré que sai a planta
que flor que vai florir na primavera um chá no inverno toda a natureza funciona em ritmos regulatórios ou integração o processamento do stress a saída do estádio vigilância é recuperar ritmo e movimento interno recuperar a regulação eu reajo quando tem algo para reagir eu relaxo quando não tem algo para reagir eu consigo viver conexão e vínculo com os meus então encontrar essas reguladores natureza atividades de relaxamento a gente já sabe que meditação sim faz diferença nos processos neurais que levam a uma percepção de Perigo por exemplo essa é minha pesquisa pessoal eu tenho certeza que
a meditação e yoga mas a meditação não precisa tá conectada a Yoga São outros processos mas para mim Marcela a yoga junto com a meditação eu vejo o efeito físico em mim se eu passo uma semana sem fazer eu sou uma outra pessoa Marcelo sabe que a neurociência está muito interessada nas práticas tradicionais orientais né então existem estudos muito robustos sobre meditação e sobre prática de yoga e como as asas do yoga por exemplo enfim eu acho que a galera sabia de coisas que a gente agora tá chegando na ciência né os riscos esse pessoal
não tem o menor dúvida essa galera já sabia de sabe muito mais do que a ciência tá começando a engatinhar agora mas eu sou uma pessoa de ciência onde é que eu faço uma ponte entre ciência e tradição né então hoje a gente já consegue pela ciência e entender o que que é determinadas posturas do yoga por exemplo estão fazendo com o nosso nervo vago que é um nervo envolvido no sistema de segurança Uau que que elas estão fazendo com uma série de processos regulatórios do nosso organismo então sim são práticas que hoje a gente
já consegue dizer que ajudam na regulação do nosso sistema nervoso na regulação nacional e na regulação do nosso sistema nervoso né a yoga a meditação Como eu disse contato com a natureza para algumas pessoas vão ser atividades que você vai encontrar especificamente na sua experiência da sua história de vida que vai ser Sei lá o bordado a cozinhar a música para mim que é outra coisa dança e a música para mim tem esse lugar também muito forte então todas essas atividades elas são reguladores são mitigadores de estresse tem um mitigador de estresse um regulador de
stress que para mim é a Pedra Filosofal é o Santo Graal que se chama conexões e vínculos de segurança nada mais curativo do que relações saudáveis isso é outra coisa que a gente já tem comprovadamente e eu citei recentemente numa aula já nem lembro mais onde mas acho que foi numa aula um estudo onde eles fizeram estudo com mulheres que tinham tido nódulo no seio e esse nódulo foi para biópsia para identificação de malignidade ou não e esse meio tempo eles avaliaram fizeram entrevistas com essas mulheres e descobriram que algumas dessas mulheres estavam em isolamento
emocional ou seja sem relações de segurança e conforto antes do aparecimento nódulo outras estavam tinha um bom suporte de apoio rede de apoio social e outras tinham as duas coisas situações e tinham situações estressoras e bom apoio e a outra tinham tido situações estressoras e estavam sem vínculo social saudável e as mulheres que tinham assistido só situações estressoras ou somente isolamento social isso não alterava a probabilidade do nódulo ser maligno mas as mulheres que tinham as duas coisas isso aumentava em nove vezes do nódulo ser maligno nossa conexão e vínculo é um atenuante de stress
no nosso organismo a gente já sabe disso com consistência então relações nos curam de verdade assim as nossas conexões de segurança são apenas o isolamento emocional social um grande fator agravante em trauma agravante Então eu acho que eu digo que esse é o Santo Graal porque eu acho que a nossa grande nosso grande desafio coletivos social que é ter relacionamentos cada vez mais saudáveis antigamente nós vivemos em tribos e comunidades em bairros né tínhamos outras nos suportavamos comunitariamente muito mais do que hoje em dia hoje em dia nós temos auto-estress pouco suporte então eu acredito
que uma das grande um dos grandes caminhos de desafio social que nós temos é aumentar as nossas conexões e os nossos suportes comunitários e me permite por favor adicionar aqui Porque esse artigo de hoje da BBC americana falando sobre como tem essa pesquisadora vou ver inclusive uma pesquisadora Americanas a conclusão de que as pessoas solteiras estão mais felizes do que as pessoas em relacionamentos amorosos porque a gente cresce com essa ideia de que então o vínculo principal é o parceiro ou a parceira na vida e pessoas solteiras acabam por valorizar mais os outros vínculos então
elas têm mais vínculos e vínculos mais saudáveis pessoas solteiras segundo a pesquisa dela valorizam mais a família pessoas solteiras tem mais vínculos com as amizades então quero só deixar muito claro para as ouvintes agora que não estamos aqui falando sobre ela necessariamente relacionamentos amorosos aliás muitas vezes até pelo contrário não estamos falando de conexões entre pessoas não estão falando de relacionamento por isso que eu citei Vivemos em tribos em comunidade perfeito o que a gente tá falando de conexões não e o relacionamento amoroso lembra que se ele começa com uma dança de um astral mágico
e ele não foi intencionalmente caminhando para um relacionamento saudável ele vai ser uma fonte de estresse ele vai ser uma fonte traumática E aí é muito curioso você trazer essa pesquisa porque você falou trouxe essa pesquisa e eu antes de ontem fiz uma brincadeira no meu Instagram Olha que não era brincadeira mas eu trouxe um dado para o meu Instagram antes de ontem porque tava respondendo uma cartinha e uma seguidora Perguntou como ela mediava lá a relação né uma relação e tal e eu falei nossa isso me fez lembrar uma pesquisa uns dados de pesquisa
que é mulheres casadas vivem menos que mulheres solteiras enquanto homens casados vivem mais que homens solteiros gente eu tenho esse dado no meu livro é muito grave e é muito e ao mesmo tempo é muito triste porque aqui eu tenho um lugar de fala é muito fácil de soar é muito fácil de associar mas é que quando você fala da questão do nódulo Talvez meu conselho seja não dá para desassociar até o seu corpo adoecer Não deixe o corpo adoecer dentro das suas emoções então a gente tá falando de um suporte que é comunitário mesmo
né então quando a gente pensa nesse dado que você tem no seu livro A gente vai pensar o quanto as mulheres têm exercem um papel de absorver o stress emocional dos seus parceiros dos seus filhos dos ambientes que elas frequentam sim e o quanto e sei lá quando a mulher vai por exemplo para força Econômica ela vai sem suporte e absorvendo o suporte dos seus ambientes então quando nós vivemos em tribos em comunidades aí um grande ditado africano vai dizer preciso a comunidade inteira para criar uma criança porque quando vivemos essa essa percepção do suporte
de apoio de pertencimento era muito maior isso dentro de trauma é como eu disse minha gente é o Santo Graal totalmente estamos falando de algo que não necessariamente se relaciona com a relação sexo afetiva pode se relacionar também quando essa relação saudável quando ela não vai fazer o que o universo então estamos falando de vínculos saudáveis de segurança todos eles amigos familiares parceiros e parceiras que nos relacionamos vínculos de trabalho falando de humanos se relacionando com humanos de forma mais saudável Ediane Que lindo que episódio lindo como eu aprendi com você muito muito obrigada Quero
que agradeço me viu até uma palavra aqui que não tá no meu vocabulário mas eu vou usar achei magnífico Então se veio eu vou falar achei magnífico Episódio Eu que agradeço Adorei o papo Marcelo e eu quero seu livro vou te mandar meu livro se tiver na livraria eu compro faço questão pública aqui mas eu vou te mandar vou te mandar o cotógrafo e um recado muito carinhoso porque são episódios como esse que assim nossa eu me sinto muito Renovada então muito obrigada querida de coração Eu que agradeço a você a todas as pessoas que
nos escutam e eu acho que é isso temos desafio mas temos Esperança eu acho que é nos conectar com a parte de nós que não foi tocada pela dor que é capaz de amar que é capaz de se conectar que é capaz de criar saídas inclusive é linda obrigada [Música]