QUANDO SURGIU O SAPATO DE SALTO? | A história completa do salto alto #500anosdeModa #historiadamoda

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A Modista do Desterro
A história dos sapatos de salto é longa e cheia de controvérsias. Nesse vídeo eu te conto a história...
Video Transcript:
tem alguém que não fica impressionado com a capacidade da Ariana Grande de dançar correr e pular no palco com salto desse tamanho como outras mulheres ela usa o salto para ficar mais alta imponente Porque existe muita coisa de que o salto é sexy e feminino mas ele não foi criado para isso muito menos para ser usado pelas mulheres meu nome é polinique eu sou inspiradora dentro dentária e criador histórica e esse é mais um episódio da série mais ou menos 500 anos de história da moda [Música] eu sei que pode até parecer mentira mas a
história do salto alto começa com os homens e faz relativamente pouco tempo que o salto alto passou a ser uma coisa associada ao universo feminino os registros mais antigos de uso de salto alto são do Egito antigo por volta de 4.000 anos atrás às vezes essas plataformas podiam ser sapatos por si só que não era projetadas para usar por cima de alguma outra coisa na antiga índia nós encontramos a paduca que era usada por todas as classes sociais mas ficava mais alta e mais elaborada quanto mais alta fosse a posição da pessoa Esse é um
par de caduca cerimoniais do século 18 hoje no Acervo do bata show milzinho que fica no Canadá outro exemplo são as sandálias grega muito populares no Japão mas que se originaram Provavelmente na China há cerca de 3.500 anos alguns pesquisadores acreditam que essas plataformas tenham chego à Europa através das rotas comerciais que ligavam a Europa com o leste asiático principalmente a rota da seda e que através da rota da seda essas plataformas de origem asiática possam ter influenciado o surgimento de um costume muito peculiar da Itália dos anos 1400 estamos falando das chopins basicamente um
tamacão que as mulheres ricas e algumas cortesãs usavam para andar nas ruas imundas das cidades primeiro em Veneza e depois em outras cidades europeias as chapinhas não só protegiam a mulher e os vestidos da sujeira mas era uma excelente maneira de exibir sua riqueza para andar essa mulher precisava muitas vezes se apoiarem duas criadas e ficava acima da cabeça de todo mundo na rua ou seja era impossível não enxergar essa criatura no meio da multidão só que antes das mulheres italianas usarem as chopins por questão de status trabalhadores e até Comerciantes usavam tamancos de madeira
chamados de patentes quando circulavam em locais sujos só não eram tão altos e decorados quanto as chopins por serem peças funcionais mas o salto como a gente pensa nele hoje com o taco separado da ponta vai entrar na Europa um pouco mais tarde e também por influência asiática na antiga Pérsia que ficava onde hoje é mais ou menos a região do Irã esse salto separado surgiu por uma questão de pura necessidade e as chaves arqueológicos dos anos 900 como esse prato Os Cavaleiros persas já aparecem usando um tipo de sapato de salto que encaixava no
estribo e isso era uma coisa que ajudava demais na estabilidade do cavaleiro na hora de um combate Deixando as mãos livres muito parecido com a lógica das Botas de cowboy modernas Esse costume do salto de montaria ainda era registrado na antiga Pérsia nos anos 1600 tanto durante a cavalgada quanto fora dela e esse exemplar que está no batas sumiuzinho no Canadá que é original dos anos 1600 É possívelmente bem parecido com os modelos que enlouqueceram as cortes da Europa nessa época no final dos anos 1600 o governo da Pérsia enviou uma missão diplomática para Europa
para negociar acordos de comércio na Rússia Espanha e em partes da atual Alemanha o que se seguiu foi o interesse generalizado por tudo que estava relacionado a Pérsia especialmente Nas artes na decoração e na moda e como a moda masculina do século 17 dava um destaque muito grande para as pernas os saltos de origem persa acabaram sendo adotados pelos nobres europeus como símbolo de força e divilidade e você pode olhar os retratos dessa época e reparar como os homens ficavam em posições que sempre mostravam as pernas bem torneadas e os sapatos de salto porque ninguém
pulava o dia de pedra não levou muito tempo para que essa novidade dos saltos altos chegasse na França e ganhasse os pés das pessoas mais influentes inclusive do rei mais famoso da França Luís 14 que se tornou um dos mais empolgados usuários de salto alto mas nessa época a França estava se tornando o maior centro de produção e disseminação de moda de luxo na Europa e lá os sapatos de salto se tornaram ainda mais elaborados os saltos franceses tinham entre dois e 12 cm dependendo do status da pessoa que usava eles também passaram a ser
feitos em tecidos nobres como as famosas sedas estampadas francesas e ganharam laçarotes e fivelas metálicas que podiam até ser cravejadas de diamantes Mas um grande diferencial dos saltos franceses estava numa cor o vermelho o reino escatores começou a usar sapatos com o salto e a sola pintados de vermelho a lolotan como puro sinal de status e logo isso se tornou uma febre Versalhes mas para evitar que pessoas não nobres pudessem evitar os hábitos da nobreza em 1670 o rei proibiu o de saltos vermelhos fora da nobreza mais uma vez separando as classes sociais pela moda
e nem todos os nobres tinham autorização para usar o salto vermelho só que eles que estavam muito de boa com o rei Então o negócio era super simbólico em termos de poder e também um privilégio concedido pelo rei no fim das contas em termos Gerais os sapatos de salto femininos não eram muito diferentes dos masculinos os saltos também eram de madeira porém um pouco mais altos e finos que os masculinos e uma curiosidade além de não existir diferença entre pé e esquerda e direito e nem muita preocupação com a ergonomia as formas dos sapatos masculinos
e femininos eram praticamente iguais então sim muito provavelmente eles eram bastante desconfortáveis foi no século 18 que os sapatos começaram a ganhar essas diferenças os sapatos femininos ficaram mais estreitos com bicos mais finos e saltos mais altos e os masculinos ficaram mais largos com saltos mais largos e também mais baixos e foram ficando mais sóbrios também feitos apenas em couro ou em seda Lisa mas ao longo dos anos 1700 a medida em que as ideias sobre a organização da sociedade e a função das roupas dentro dessa hierarquia estavam mudando os sapatos de salto começaram a
ser percebidos como algo mais feminino ou ligados diretamente a ideia de uma nobreza afetada cheia de privilégios e que representava tudo aquilo que se queria deixar para trás depois da Revolução Francesa mas a gente começa o século XIX com salto sendo deixadas de lado também pelas mulheres só que os pesquisadores ainda não conseguiram chegar ao consenso sobre o que que teria causado esse abandono poderia ser aprofunda influência da estética greco-romana e das ideias da Revolução Francesa durante o período da Regência quando sapatilhas se tornaram o sapato feminino por excelência mas também os scarpas com salto
pequeno de um ou dois centímetros no máximo e aqui no começo do século 19 nós vemos surgir bicos muito finos algo que acompanharia os sapatos femininos ao longo dos anos seguintes nos anos 1820 1830 a sapatilhas começaram a ter o bico um pouco mais quadrado e fitas para trançar na perna uma influência do romantismo e Do balé e as botas femininas começaram a ganhar espaço especialmente as botas do tipo Adelaide feitas de couro revestido Com seda sem salto e com bico levemente quadrado perfeitas para usar salões de baile mais que no dia a dia eram
substituídas por versões mais resistentes e menos delicadas foi na década de 1850 que os saltos notaram a moda mas agora totalmente compreendidos como algo feminino e totalmente distante do universo masculino essa associação entre salto e feminilidade era tão grande na era vitoriana que em algumas casas mais ricas até as criadas eram estimuladas a usar salto ainda que pequeno para que fosse socialmente lidas como mulheres talvez a única vantagem de fato desse período é que as botas deixaram de ser uma exclusividade masculina especialmente as botas focando um pouco mais longo mas enquanto as botas masculinas continuaram
sendo mais pobres as femininas eram muito mais decoradas bordadas e coloridas e isso é um reflexo do quanto a sociedade vitoriana se preocupava embarcar visualmente as diferenças entre homens e mulheres a era vitoriana importava muitas referências de moda de outras épocas então para surpresa de absolutamente ninguém é muito comum que os sapatos femininos desse período façam muita referência aos modelos do século 18 como esse par de scarpin de seda dos anos 1890 que imita o estilo do final do século 18 e importa até as fivelas cravejadas que eram típicas dos anos 1700 e uma novidade
da era vitoriana são esses sapatos de salto com formatos peculiares mas não Eles não eram usadas no dia a dia sapatos como esse Muito provavelmente eram peças de fetiche mesmo e se esse tipo de peça existia antes da era vitoriana ela só não chegaram até a nossa época mas assim fetiches sexuais são parte da experiência da sexualidade humana mesmo numa época que é Vista pela gente como tão sisudo e conservadora como era vitoriana no final do século 19 os sapatos de salto alcançaram um novo patamar de popularidade e de qualidade inclusive com uma preocupação crescente
da indústria em tornar essas peças mais anatômicas e confortáveis e as inovações técnicas permitiram que saltos cada vez mais altos pudesse ser produzidos com um pouco mais de conforto mas também com segurança para os usuários como esse tipo de alto que se tornou o modelo mais popular entre 1900 e 1920 nos anos 1930 o sapato de salto já era item obrigatório no guarda-roupa feminino e um símbolo absoluto de elegância de feminilidade Mas a partir de 1939 com o início da segunda guerra mundial em especial a produção de couro passou a ser desviada para a indústria
bélica para fins militares e isso fez com que sapatos de uma forma geral acabasse se tornando um item de luxo nos países que estavam envolvidos no teatro da Guerra em muitos países foram instituídos sistemas de racionamento de produção e de consumo de tudo que não era essencial e isso incluía a indústria da moda nos Estados Unidos Por exemplo a produção de couro colorido foi reduzida apenas seis cores e os cupons de racionamento permitiam que as pessoas comprassem no máximo dois sapatos de couro no ano em 1944 diante disso a indústria começou a procurar outras matérias-primas
alternativas ao coro e a borracha como cura sintético e a cortiça o que baratearia enormemente os sapatos de 1960 em diante dessa combinação surgiram as ispadrilhas tão populares no verão europeu mas que não era exatamente uma novidade elas foram inspiradas nos calçados tradicionais de Camponeses da Catalunha e apenas transformadas num produto Fashion que usava matérias-primas menos visadas pela guerra exatamente como as plataformas feitas de cortiça que se tornaram parte inseparável da moda feminina nos anos 1940 logo depois da guerra os saltos voltaram ainda mais femininos e luxuosos como uma espécie de resposta estética aos horrores
e as privações da guerra mas também como uma consequência de toda a busca por inovações em termos de materiais que tinha acontecido na última década tanto que em 1953 o estilista francês Christian Jó fez uma parceria com o designer para criar o sapato de salto mais alto produzido até então usando uma combinação de plástico e metal nasci assim o salto agulha ou esqueleto ainda no século 19 a indústria calçadista já tinha percebido o quanto a produção de peças destinadas a população pobre era um grande filão comercial isso porque a produção em grande escala diminuiu o
custo final dos produtos e produtos mais baratos eram comprados por mais gente um ótimo exemplo vem aqui dos nossos vizinhos da Argentina em 1885 um imigrante escocesa abriu a fábrica das Alpargatas na Argentina e em 1907 uma filial aqui no Brasil para produzir sapatos baratos e confortáveis para classe trabalhadora e eles foram e são um sucesso tão grande que até hoje a Alpargatas é a maior fabricante de sapatos Argentina e uma das maiores do mundo mas quando o Robert fraizer veio abrir a sua fábrica na América do Sul em 1885 já existiam fábricas de sapatos
populares na Europa há pelo menos 15 anos em momentos de crise econômica de guerra foram esses sapatos que não eram feitos de couro e dificilmente tinham solos de borracha que vestiram as pessoas inclusive as mulheres que ocuparam os postos de trabalho das fábricas durante a primeira e a segunda guerra mundial e depois da segunda guerra em especial a indústria passou mais do que nunca a focar em desenvolver sapatos para diferentes ocasiões e com diferentes níveis de conforto mas a gente sabe que conforto é uma coisa relativa existe em diferentes níveis de conforto existe conforto físico
existe o conforto mental que é aquele de você saber que o seu sapato ou a sua roupa não vão te causar problemas ao longo do dia e você poder ficar sossegado pelo sair de casa mas mesmo com tantas mudanças na cadeia de produção Inovação de materiais e mudanças nos próprios conceitos de feminino e de masculino na nossa cultura os saltos continuam sendo percebidos como algo inerentemente feminina algumas vezes relacionado a ideia de poder e de Ascensão da Mulher em locais de trabalho tradicionalmente masculinos mas frequentemente relacionados à noção de algo sexy mas até essa ideia
de sex appeal e de ser sexy como algo desejável e socialmente aceitável é muito recente e a gente vai precisar de um outro vídeo para poder falar sobre isso Eu espero vocês por aqui para a gente poder continuar esse papo e eu já te convido a deixar o seu like e se inscrever aqui no canal ativar as notificações comentar aqui para mim o que você achou desse vídeo e dá uma conferida nesses outros conteúdos de história da moda que a gente já tem por aqui e eu separei para vocês com todo carinho [Música]
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