[Música] avançamos Um Degrau na nossa história passamos pro pro segundo pra segunda parte da historinha o que há de comum no macaco eh no círculo na lata d'água no cachorro e na nas marionetes e e nas sombras o que há de comum dentro da caverna é que essas coisas materiais que estão aí elas em primeiro lugar estão sujeitas a uma transformação ininterrupta né Elas são Mutantes né Elas são portanto já que elas se transformam o tempo todo elas são impermanentes né Elas se transformam segundo a segundo Como já sugeria Heráclito com a famosa história do
Rio que você também já ouviu cantar o galo em algum lugar não te banhará duas vezes no mesmo Rio é tudo outro então passou foi-se né então Eh eh é impermanente é impermanente um um segundo traço eh relativo a essa coisa da impermanência e diretamente ligada a impermanência é a imperfeição é Claro porque vamos combinar o perfeito só pode ser um eh se a coisa não para de mudar né É claro que e essa mudança indica imperfeição porque se houvesse coincidência com a perfeição no mundo material haveria permanência ficaria sempre perfeito como não para de
mudar é sempre imperfeito né É sempre imperfeito e em terceiro uma terceira característica que poderíamos citar é que estão sempre em movimento né sei é mudança imperfeição E trânsito sempre em movimento Ah mas um livro não tá em movimento o livro talvez não Mas o que constitui o livro tá os átomos que constituem o livro estão em movimento a matéria tá sempre em movimento aliás se os átomos não tivessem em movimento o livro não existiria porque é no movimento dos átomos que as coisas conseguem manter a sua existência né então é claro que isso aí
essas três características são assim Batata para o interior da caverna seja as coisas carregadas na cabeça dos marionet as seja também as sombras e que passam e lá na frente lá no fundo da da caverna muito bem o nosso amigo então saiu da caverna e que que ele saiu da caverna hum para quem ficou a vida inteira no escuro iluminado Só Por Uma fogueirinha na penumbra a claridade foi violentíssimo violentíssima porque a realidade de que nós vamos falar agora não é mais uma realidade sensível portanto quando a gente diz que a claridade incomoda é num
sentido alegórico não é a claridade que incomoda porque não é mais uma questão de olho de visão aliás Platão usar a sombra mundo das coisas é um imenso desrespeito com os deficientes visuais porque eh para eles essa filosofia aí não serve Mas enfim comentário meu assim ampassã então quer dizer agora o cara saiu da caverna e sair da caverna curiosamente é entrar no mundo da Alma né porque agora o mundo é o mundo das coisas e eh e capturáveis e compreensíveis pela inteligência pela mente pela razão então curiosamente Eh o dentro da caverna é a
observação empírica do mundo exterior e o fora da caverna é a busca interna à alma daquilo que há de mais próximo da verdade de mais verdadeiro etc Então veja sair da caverna é entrar em si mesmo portanto não é quando diz ah a luz tá incomodando não tem luz nenhuma incomodando o que incomoda é esse novo mundo mesmo é esse novo mundo aonde o incômodo é grande porque há incompreensão porque eh eh a elevação do espírito é complexa porque pensar não é fácil porque é difícil eh eh Patrocinar Abstrações e Abstrações e mais Abstrações Então
aí é que está nós estamos agora no mundo da inteligência e essa realidade para Platão Essa realidade percebida pela Inteligência é mais real do que a realidade percebida pelos sentidos né é mais é uma realidade do andar de cima é uma realidade superior é a verdadeira realidade por quê Porque a realidade percebida pelos sentidos é uma realidade fugaz transitória marcada pelo Devir pela imperfeição então todo conhecimento em cima disso aí é um conhecimento frouxo esgarçado impreciso desconfiávamos sempre associou realidade com matéria né realidade com matéria e o que Platão tá tentando te dizer é que
a realidade de primeira classe A verdadeira realidade é uma realidade espiritual uma realidade de atividade intelectiva uma realidade que advém de um processo progressivo de Abstrações propriamente né de inteligência mesmo então olha que vamos voltar no círculo né Então tinha lá o cara com o disco disco de vinil projetou a sombra do disco na parede e o nosso amigo saiu da caverna né E quando ele sai da caverna a coisa mais que tá mais na mão para ele é o que é mais parecido com a sombra diz a primeira coisa que ele conseguiu enxergar naquela
claridade toda foram as sombras né E também a o reflexo das coisas nas poas da água né ou seja o que Platão tá sugerindo é que a vida do Espírito ela tem os seus primeiros passos naquilo que é mais semelhante ao mundo percebido pelos sentidos naquilo que é mais parecido naquilo que é mais próximo da da coisa percebida pelos sentidos quer dizer você não vai começar a filosofar e bingo vou te definir o que é o bem né Não então no caso do Círculo né o círculo do disco projetado é imperfeito a sombra é imperfeita
então a gente sai da caverna e tem a chance de esbarrar no círculo perfeito e o círculo perfeito não é percebido pelo sentido senão ele estaria dentro da caverna mas o círculo perfeito é uma fórmula matemática então ah o matemático né ele viu um círculo viu outro círculo viu outro círculo viu outro círculo viu outro círculo viu outro círculo e ele acabou num processo progressivo de abstração ele acabou chegando a essa definição eh matemática eh da da circunferência né voltando aqui o nosso amigo ele começou a ver reflexo na poça d'água agora você pode avançar
para Abstrações mais poderosas Como por exemplo o Belo e o justo alguém põe a estátua de um corpo Belo em C cima da cabeça a estátua projeta a sombra né Então aí o escravo diz uh que beleza de corpo humano tem o marionetista que sabe que tem a estátua do belo corpo mais a sombra do belo corpo né e tem o cara que saiu da caverna quando o cara Sai da caverna quando o cara sai da caverna ele começa a abstrair no primeiro nível da Poça d' água do reflexo que é se perguntar o que
que qualquer corpo humano tem que ter para ser belo depois ele ele melhora sabe ele não precisa mais ver o reflexo na poça d'água e aí ele já começa a olhar pro céu e pras est e Platão diz o cara que saiu da caverna há pouco tempo é melhor ele olhar pras estrelas de noite porque de dia a luz é muito forte e ele não aguenta então é melhor começar olhando de noite né Isso significa é uma escalada mesmo né E aí ele começa a perceber que existe o belo não só para corpos humanos mas
há um belo que respinga em qualquer coisa Bela é sensível perceptível pelos sentidos no mundo e aí então ele avança mais e ele chega no Belo ponto né e o belo ponto vai ter no tal como o a definição matemática do Círculo vai ter suas proporções vai ter sua graça para ser belo Tem que haver simetria Tem que haver isso tem que ver aquilo Então veja existe e uma perspectiva matemática enrustida nessa elevação Portanto o Cristo Redentor o Pão de Açúcar é Juliana paaz e Brad Pitt eles têm o belo em comum né a ideia
de Belo os a ideia de Belo lhes contamina respinga neles né então há algo em comum neles que nos autoriza considerá-los belos no particular porque todos eles acabam fora da caverna sendo correspondendo a uma mesma ideia que é a ideia de Belo assim também o justo você tem o que que pode ser justo uma ação o que que pode ser justo uma cidade então você tem o particular da sombra Você tem o particular eh da da do vaso aí você sai da caverna e você começa a pensar em justiça para além dos casos perceptíveis pelo
sentio para além da conduta agressiva de alguém para além da cidade X Y ou Z de tal época de tal momento histórico você começa a pensar injustiça em si em justiça e aquilo que há de comum em qualquer coisa que se pretenda justa entendeu E até você chegar na ideia do justo né na ideia do justo a república de Platão é a busca do eidos de Justiça né o idos de justiça e a ideia de justiça e essa ideia de Justiça ela se vê digamos e manifesta né ela se expressa no particular das sombras e
das marionetes eu acho que você entendeu que nós estamos trabalhando aqui com quatro níveis diferentes de conhecimento o da sombra o da marionete o da saída da caverna e das fórmulas Matemáticas e o da ideia a última são quatro níveis o primeiro nível que é o nível da estrita percepção sensorial do particular que é o que a gente tem no mundo hein n você sai aí vê a árvore na rua e tal que a gente tem no mundo né esse nível de conhecimento da do estrito particular Platão vai chamar de dgsa né dgsa o cara
que sabe um pouco mais sobre a árvore do tipo sabe que tipo de árvore é sabe que há outras árvores sabe que aquela árvore é um particular de uma de um gênero mais amplo etc ele continua ainda dentro da caverna ele é o marionetista Então você tem uma doxa de segundo tipo uma doxa qualificada uma doxa direita a primeira doxa Platão chama de doxa confusa né a segunda doxa já é uma doxa melhor é É opinião ainda né ainda é muito inconsistente Mas é uma doxa direita ou seja já há um ponto de referência né
a se escorar o terceiro ponto é claramente de de índole matemática né que Platão vai chamar de episteme né que é a a busca de um conceito busca de um conceito né e o quarto ponto né é a ideia e a ideia Platão diz que a ideia é alguma coisa que você vê de relance porque ela é tão Clara tão Clara tão Clara que você não pode ficar contemplando por horas senão ela te queima os olhos não se trata de olhos aqui sabemos que se trata de inteligência Mas você vai flagrar a ideia de relance
você vai flagrar a ideia a a aquela ideia vai passar pela sua cabeça zuf rapidinho e é com base nessa ideia né que você eh alcança o mais Sublime do conhecimento a maior proximidade possível da Verdade das coisas chega até você quase que como uma consequência última de toda a CESE de todo o trabalho de abstração progressiva que você eh eh eh empreendeu né quer dizer depois de ter encontrado um conceito de círculo né Platão promete a esse a esse matemático que se ele continuar abstraindo abstraindo abstraindo ele sai do conceito matemático e ele entra
na sabedoria filosófica que para Platão tá acima ainda do conceito matemá imaginemos que ele volte para dentro da caverna quando ele volta para dentro da caverna estão lá os caras brincando de do jogo lá qual é a próxima sombra Ah é É um macaco não sei que etc ão lá apostando lá e como aquilo é Tudo para eles diz Platão é possível que os escravos não queiram ser libertos afal de contas tá tudo Tá tudo mais ou menos bem ali então é possível diz Platão que queiram agredir o cara que voltou é possível que queiram
matar o cara que voltou que voltou e você entendeu que ele se refere a Sócrates Sócrates que quis voltar e os diálogos socráticos são essa tentativa de de mostrar paraas pessoas né tem sabe fazer essa conversão você tá Virado pro fundo da caverna que é o mundo das coisas sensíveis e você faz uma conversão e você vai no sentido contrário ao fundo da caverna Então esse diálogo é um diálogo que é de conhecimento ele é um diálogo político porque quem deve mandar Napolis é quem saiu da caverna é um diálogo pedagógico é um texto pedagógico
é uma alegoria pedagógica porque no final das contas a única coisa que importa é permitir as pessoas se libertarem dos grilhões que as escravizam a partir do mundo das sensorialidade e levá-los em direção ao a aprender a abstração é um diálogo portanto de conhecimento pedagógico existencial político Espero que você tenha adorado que você tenha gostado que você tenha curtido beijo grande valeu [Música]