Os portugueses são nativos da península ibérica e das ilhas de Açores e Madeira. Seu idioma oficial é o português e têm o catolicismo como religião principal. Sua ligação com o Brasil é fruto da era dos descobrimentos, iniciada em 1415.
Limitados pelo domínio espanhol do comércio terrestre e pelo domínio italiano do Mar Mediterrâneo, os portugueses se lançaram no Atlântico, buscando conquistar a costa africana. Com a tomada de Constantinopla pelos otomanos em 1453, o caminho para o Oriente foi fechado. Coube a Portugal encontrar um novo caminho para as Índias, feito alcançado por Vasco da Gama em 1498, graças ao aperfeiçoamento português das técnicas de navegação, cartografia e instrumentos, além de seus velozes navios - as naus e caravelas.
Para contornar a África, era necessário se afastar da costa para evitar uma grande área de calmarias. Uma das versões mais conhecidas sobre a chegada dos portugueses ao Brasil em 1500 relata que Pedro Álvares Cabral acabou desviando-se demais da rota, ancorando no litoral da Bahia. Contudo, muitos historiadores acreditam que Cabral já sabia da existência de terras no oeste e foi encarregado pela coroa portuguesa de tomar posse do local.
Nesse período, o reino da Espanha também fazia grandes avanços na navegação, chegando ao litoral do Caribe em 1492. Essa disputa fez os dois reinos assinarem o Tratado de Tordesilhas, que dava aos portugueses a posse de toda terra descoberta numa área de até 370 léguas a oeste da ilha de Cabo Verde e, aos espanhóis, toda terra além desse limite. Nos primeiros 30 anos, as expedições portuguesas ao novo território limitaram-se a reconhecimentos militares e à exploração do pau-brasil, cuja abundância foi responsável pela nomeação destas terras.
Foi só em 1530 que a coroa portuguesa, sentindo-se ameaçada com as constantes expedições de reconhecimento de holandeses e franceses, começou seu sistema de colonização, fundando vilas e criando o sistema de capitanias hereditárias. Porém, esse sistema fracassou e foi instituído um governo centralizado, onde o governador geral, escolhido pelo próprio rei, fundava vilas, combatia a pirataria e controlava a exploração econômica das terras. Os jesuítas foram grandes aliados dos colonos, fundando missões no interior para a catequização dos índios.
Isso estimulou as entradas e bandeiras, expedições com o objetivo de encontrar ouro, prata, diamantes e escravos. Nesse processo, milhares de indígenas foram dizimados por não aceitar a dominação dos chamados bandeirantes. A predominância masculina nos primeiros anos de colonização deu início a um grande processo de miscigenação da população, com a formação de vários casais de portugueses e índias cujos descendentes encontram-se, hoje, na árvore genealógica de muitas famílias brasileiras.
Além da cana-de-açúcar, os portugueses foram responsáveis, ao longo do período colonial, pela introdução do cultivo do cacau, da laranja, do café, de especiarias e também pela criação de gado no território brasileiro. Os colonizadores portugueses deixaram um rico legado na gastronomia brasileira, atribuindo-se a eles a criação da feijoada, a introdução do bacalhau e a produção da cachaça, graças aos inúmeros engenhos de açúcar. Na arquitetura, os portugueses importaram as principais correntes estilísticas da Europa, fazendo com que, ainda hoje, construções centenárias sejam declaradas Patrimônio Mundial pela UNESCO, com grande destaque para a rica arquitetura religiosa, que expõe a forte influência do Catolicismo no país.
Porém, a maior herança portuguesa para a cultura brasileira é também a principal ligação entre os vários grupos étnicos e culturais que hoje habitam o Brasil: o nosso idioma.