Boa tarde Olá boa tarde nós vamos dar início a este encontro de hoje eu estou só aqui para umas muito Breves palavras palavras em nome da culturgestre queria agradecer a todos a presença aos que estão aqui nesta sala e aos que estão ali na sala ao lado e aos que também não puderam entrar uma informação prática claro que nós queríamos acolher o máximo de pessoas aconteceu que aconteceu que o Grande Auditório está em obras portanto nós fazemos acolhemos naquilo que podemos acolher entretanto vamos fazer com que este encontro possa ser bem escutado por sermos ou
escutar bem a fala nas conversas que se vão gerar aqui eu estou aqui mesmo para fazer votos de que é essa energia de escuta esteja aqui e ela vai começar com um filme eu antes do filme começar que eu tenho de ler aqui em nome do desse filme porque senão pérgo portanto é um filme intitulado 8 bilhões são outros responsáveis e eu não vou falar muito sobre filme nós temos a oportunidade de eu ver eu queria só agradecer muito a ele tanto por estar cá connosco hoje também ao dircine do projeto antropocêntrica eu não vou
nomear também todas as pessoas que estão envolvidas no projeto atropecêntrica da Faculdade de Filosofia da Universidade de Lisboa Mas esta é uma parceria e foi possível esta vinda aqui do Ailton por causa desta parceria nós agora vamos ver o filme depois haverá uma conversa entre a Eudora e ter Endres e a seguir haverá uma abertura de conversa com o público Muito obrigado e uma posição [Aplausos] [Música] [Aplausos] boa tarde boa noite já quase é uma grande alegria para mim acho que para todos nós receber aí eu tô aqui em Lisboa já faz algum tempo que
ele estava aqui e só queria dizer contextualizar um pouco de novo esse evento é uma colaboração entre o culto hoje é antropocênica é um projeto do centro de filosofia da Universidade de Lisboa nós tivemos um evento ano passado na nuvem Nessa altura não pude aparecer aqui em Lisboa e mas ele colaborou todo esse tempo e enviou um vídeo muito importante para nós que fez a abertura do evento algo bem e nós vamos continuar o nosso nosso projeto da antropocêntrica agora em Agosto e Setembro em Santarém do Pará e Mas agora vamos falar sobre o pensamento
do Ailton e também sobre o novo livro que saiu recentemente o futuro ancestral que também começa no primeiro ensaio começa sobre a questão da água dos rios e a ligação da água com a ancestralidade a memória etc e nesse sentido gostaria então leia um pequeno trecho desse livro [Música] uma citação um pequeno texto que abre o livro e depois o seu pensamento com a gente então é desse livro aqui os outros tem outras cores assim a vida não é útil e você sabe as ideias ao fim do mundo Todos os cara fazem aqui parte mas
eu vou abrir aqui esse e vou ler esse pequeno texto que logo começa assim nesta invocação do tempo ancestral veja um grupo de sete ou oito meninos remando numa Canoa os meninos remavam de maneira com passada todos tocavam o remo na superfície da água com muita calma e harmonia estavam necessitando a infância deles no sentido de que o seu povo os judiar chamam de se aproximar da antiguidade um deles mais velho que estava viabilizando a experiência falou nossos pais dizem que nós já estamos chegando perto de como era antigamente eu achei tão bonito que eles
meninos aqueles meninos ansiassem por alguma coisa que os seus antepassados haviam ensinado então belo quanto que a valorizassem no instante presente esses meninos que vejam em minha memória não estão correndo atrás de uma ideia positiva do tempo nem de algo que está em algum outro canto mas do que vai acontecer exatamente aqui nesse lugar ancestral que é seu território dentro dos rios [Música] [Aplausos] então aí então vamos abrir com essa essa imagem reimando no tempo ancestral você quer falar um pouco sobre primeiro talvez sobre essa esse essa ideia do futuro ancestral e depois vamos já
passar Talvez para todos esses temas que foram aqui projetadas né com o filme que é impactante forte e que trata outras questões como antropoceno e a nossa situação aqui hoje nesse lugar Obrigado Jack eu quero cumprimentar todo mundo que está aqui no auditório os que estão na outra sala as pessoas que prepararam esse nosso encontro nós não estamos vendo mas tem uma outra sala onde as pessoas uma parte de nós foi para lá e os outros vieram para cá e como a nossa querida Liliana mencionou a gente não conseguiu o auditório Mais folgado porque ele
tem reforma e esses encontros são tão raros é um presente tão maravilhoso a gente poder atravessar o Atlântico vim aqui encontrar vocês e ainda com esse pedido a gente falar a mesma língua então fica tudo muito cheio de sentido né Afinal de contas a gente não mora ali do lado a gente atravessa esses mundos e a dificuldade é manter a atenção saber que você está dentro de um avião que vai viajar 10 horas 15 horas e vai chegar no outro lugar e é tão curioso que às vezes o corpo Chega mas o espírito fica para
trás você desce bobo e fica zoando por aí fingindo que tá acordado e essa analogia com a viagem e a falta de sentido né do tempo do espaço ela tem tudo a ver com essas observações que o filme traz sobre como nós estamos habitando o mundo quer dizer independente sedento do avião dentro de uma sala andando na rua nós estamos habitando o mundo no módulo só gente Que bom ver vocês todos aqui que bom que outras pessoas gostariam de estar no nosso encontro Espero que eles possam de alguma maneira é ter notícia dessas conversas que
nós estamos compartilhando e é um agradecimento do coração poder estar falando com vocês esse privilégio que alguns de nós obtém seja porque escreve livros ou porque essa galera conseguem de alguma maneira se comunicar com maior número de pessoas consegue ter aquilo que nessa linguagem midiática que invade as nossas vidas ganha essa Rara oportunidade de ter audiência de falar com as pessoas isso é um privilégio eu não tenho dúvida de quanto que ele é importante e para a gente não naturalizar também as experiências de convivência e transformar tudo numa mesma coisa isso tem a ver com
o modo de habitar o mundo como que a gente quer habitar o mundo a gente quer habitar o mundo de maneira que alguém que tá com dois anos três anos consegue sentar aqui perto brincar aqui perto e ouvir a nossa disposição de pensar o mundo de pensar a cultura pensar Nossa diversidade nossas realidades essa conversa pode ser acessível para todo mundo ou era só o privilégio de algumas pessoas muito cultas que são doutores que habitam esses lugares de destaque dessa imensa humanidade Que Nós pensamos fazer parte o título do nosso encontro ele articula esse livrinho
que o dia que fez a leitura dessa introdução que sinta esse aqui adiar o fim do mundo bom minha filha diz o pai conta a mesma história tem 40 anos aí eu fico olhando e fala Puxa vida É eu falei com ela mas filha que chato eu conto a mesma história 40 não mas você conta diferente toda vez eu falei o que que é permanente no que eu conto Ah você fica dizendo que a gente está se afastando da natureza que nós estamos estragando a floresta que estão sujando os rios desde pequenininha pai você fica
falando olha estão sujando no rio Olha eu tô matando os peixes eu falei isso te aborrece muito ela falou é eu tô vendo essas coisas acontecer mas o senhor fica falando eu tô vendo isso acontecer mas isso não fica falando e isso ressalta muito a tragédia então talvez Alguns de nós consigam ver as mesmas coisas a gente vê que estamos estragando os rios as florestas que nós estamos alterando uma possível paisagem de mundo alterando ela o tempo inteiro de uma maneira que ele vai ficando totalmente irreconhecível né a ideia de que tem um lugar que
a gente nasceu que a gente gosta que quer que aquele lugar continue existindo aquela pergunta que pode ser feita alguém que tá com 30 40 anos dizendo se você voltasse lá no lugar que você nasceu você podia beber água no mesmo lugar que você tomava banho não porque a maioria dos lugares onde a gente nasceu os rios foram transformados em outra coisa no meu caso a tragédia foi monumental né acabaram com o rio por muito tempo ainda mas em outros lugares esse desaparecimento dos rios foi dissimulado tem lugar que eles fazem um calçadão um Boulevard
e lá embaixo passa um rio pode ser em Belo Horizonte em São Paulo no Rio de Janeiro em qualquer lugar passa um rio ali embaixo em poucos em poucas metrópoles do mundo tiveram cuidado de não transformar os rios em valas na maioria foi que aconteceu então quando minha filha fala mas pai você conta a mesma história 40 anos é só muda Talvez algumas imagens ela pode ser uma uma declaração que me deixasse desanimado mas eu sou uma pessoa que insiste e nos últimos talvez da pandemia para cá eu acho que a minha pesquisa me mostrou
que nós temos uma dificuldade muito grande de pensar outra maneira de estar no mundo a maioria de nós é de alguma maneira a gente fica acreditando que esse jeito de habitar o mundo é o melhor e que a gente podia até expandir ele e fazemos isso ocupando novos sítios novos lugares a última vez que eu estive aqui que foi essa oportunidade de pensar essas falas que estão nesse livro elas proporcionaram a organização desses textos que é percebido como uma parábola sobre os tempos atuais mudou muito pouco de lá para cá a gente passou a experiência
traumática da pandemia mas ninguém lembra mais nada tá tudo bem e ainda conseguimos criar expressões como novo normal não vem um novo normal agora é um novo normal tem um novo normal ali então é essa esse pagamento de memória que a gente se obriga é para que a gente continue reproduzindo esse mundo inviável mas que a gente não tem ideia sobre como viver de outra maneira é claro que eu também não tenho nenhuma mágica para a gente pensar isso então eu acho que eu continuo repetindo a história para ver se a gente deixa algum vinho
vivo alguma floresta e se a gente ainda pode fazer alguma coisa para proteger o solo por exemplo que produz a nossa comida né é da terra é do solo uma camada fininha de solo que recobre o planeta e de onde nós produzimos tudo que a gente come e essa camada fininha de solo que recobre as áreas agriculturáveis do planeta elas estão diminuindo diminuindo Ainda bem que já tem gente fazendo aqueles armazéns onde eles ficam fazendo hidro tem uma lista de deliciosas verdurinhas que pode fazer tudo Só com aquele vapor só com aquela umidade das estufas
Mas eu ainda não sei como que eles vão produzir comida para 8 10 bilhões de pessoas em Galpão com esse tipo de tecnologia então isso problematiza a ideia da gente poder continuar sendo do jeito que tá bom né Nós precisamos pensar o que que a gente pode fazer para não habitar o mundo de uma maneira tão alienado bobo em que a gente seja surpreendido pelos desastres climáticos que é aquilo que o filme mostra tudo pegando fogo e a gente sempre arruma um jeito de despistar a gente faz isso criando esses ambientes incríveis e outros dispositivos
tecnologia algumas pessoas acham que é isso mesmo que as pessoas que nós que somos atrasados meio bobos e ainda não dominamos toda essa tecnologia da Inteligência Artificial todas essas coisas incríveis a gente vai ser superado pelas novas gerações que vão cada vez mais gostar de tecnologia inventar novos novos dispositivos para servir aos humanos Olha que coisa a gente inventar novos dispositivos que vão ser Viajantes porque nós estamos cansados a gente não aguenta mais andar por aí fazer aquela rotina que os nossos antepassados faziam que era produzir sua comida criar seus abrigos conviver administrar suas relações
complexas mas se virar a gente não quer mais fazer isso a gente quer passar isso para algum aparelhinho fazer aquele autor de Sapiens uma história da humanidade ele escreveu urval né urval harari ele escreveu um artigo que tá muito difundido por aí onde ele diz que a inteligência artificial Já copiou o nosso modo de produzir que a palavra é o começo de tudo que Nós criamos o mundo pela palavra nossos antepassados todo mundo contava história os textos vão construindo o mundo cria mundo assim as relações ele diz que essa coisa enigmática que a gente chama
de Inteligência Artificial já hackeou o nosso sistema de pensar no mundo porque ele já tem linguagem ele já faz um texto para substituir o meu ou alguém pode ir lá e programar o chat o chat do chat e falar com ele faz uma parábola sobre os tempos atuais e sai daqui a pouco a máquina entrega um texto capaz de comover a gente Mas você olha o autor disso aquela máquina ali quando o harari diz que o nosso sistema cognitivo né o nosso Como é que chama assim como as máquinas tem os seus sistemas Nós também
ao longo de milhares de anos Poderíamos dizer milhões constituímos um sistema de conhecer de pensar de inventar mundos e agora ele foi copiado gente quer dizer nós estamos totalmente dispensável a inteligência precisava olhar para a gente vai falar o que você está fazendo aí Então aquela ideia de permanência e que alguns de nós culturalmente são profundamente influenciado a imaginar que seja algo para sempre para sempre ora alguma coisa que é para sempre esta profundamente relacionado com uma ideia de eternidade para sempre é uma coisa que sempre vai existir nas minhas pesquisas posso pandemia eu cheguei
à conclusão que a única coisa que é para sempre é a vida a vida é para sempre tem uma palavra na língua dos cachimal a que é um povo indígena da floresta no Acre já beirando no peru a palavra é chuco chuco e essa palavra chuco chucuê ela é como se fosse um ideograma dizendo a vida sempre então a vida sempre é essa ideia que nós temos de alguma coisa que é eterno Só que os Honey Queen não aplicam isso a nós humanos eles aplicam isso aquilo que a gente chama de natureza então a única
coisa que é para sempre é isso que a gente chama de natureza não os humanos os humanos eles são como todas as outras espécies eles são compostagem eles vão existir e vão virar adubo existe e virar adubo e a gente poderia considerar então que nós somos húmus aí eu também vou nós vamos virar adubo eu vou entrar com uma pergunta Então nesse momento eu vou mostrar aqui antes [Música] alguma coisa agora porque senão não vai dar [Risadas] você disse que você sempre fala a mesma coisa mas o seu pensamento abrange uma uma multiplicidade de aspectos
que passa da agora vimos dar arquitetura do urbanismo passa para a crítica da técnica Então são temas que estão trabalhados também já muito tempo aqui né na filosofia você aborda tudo isso e você não ser mais recente livro você faz uma crítica da história na verdade né o nosso tempo nosso Nossa cultura ocidental é uma cultura da história da história no mais sentido mais clássico e já houve outros filósofos grandes que criticavam essa essa obsessão pela história e de acumular história e fazer história mas o seu conceito de futuro vai ancestral é uma coisa totalmente
diferente como eu entendo é uma coisa que inverte o transforma o sentido de tempo em geral não quer dizer que talvez a ideia de tempo mas dá um outro sentido ao tempo é um um aqui ação de um futuro que se alimenta não do passado como os europeus pensa o passado mas de um passado de um passado eterno não sei muitas vezes você podia explicar melhor isso o que para você é a ancestralidade e como essa ancestralidade vai porque de certo modo o seu título futuro ancestral é tão cheio de esperança como o primeiro ideias
ao fim do mundo mas não é só a esperança que tá aí nessa ideia do futuro ancestral é muito mais talvez você podia falar um pouco sobre isso então que bom dia que você observa essa essa esse sinal assim de esperança nessas visões que nós vemos compartilhando nesses três livrinhos né o meu editor ele fala que a gente encerrou um tríptico eu falei que que é isso bom a gente entende que você concluiu uma parábola é Ampla sobre a ideia da humanidade que a gente alimentou durante muito tempo que a história que o dia que
tá falando essa história instituiu que nós somos uma humanidade nesse caso a humanidade e Unidade vira sinônimo a gente é um unanimidade e que que joga a gente num Abismo de erros que é de achar que a outra pessoa é igual a mim Isso é uma confusão danada porque Nenhum de Nós é igual nós somos intrinsecamente diversos uns dos outros na natureza Nada É Igual até a Sementes da mesma fruta são diferentes quer dizer na natureza diversidade é radical a vida é radical na diferença ela não é na igualdade e nós construímos uma história Como
disse o dia com história humana bem a serviço dos humanos é como se a gente tiver inventado enredo legal para nós mesmo a gente fez um enredo que serve muito bem a nós no sentido do que nós temos de comum que essa autopreservação essa ideia de que a gente pode ser eterno todo esse papo furado que a história veio nos constituindo quer dizer nós somos história nós somos isso e nas diferentes culturas do ocidente isso é tão marcado que eu tive que ir buscar em outros em outras fontes em outros lugares nos mitos nas mitologias
todas que eu fico admirado como que as pessoas contemporâneos nossos não estão nem aí para as mitologias mitologia é uma espécie de imaginação inútil quantos lendas e fabulações a maioria das pessoas inclusive os meus colegas das Universidades acham que os mitos são fabulações São raros os caras que estão nas universidades dirigindo pesquisa que leva a sério quando eles tropeçam no mito tipo assim que que é isso entender que narrativa é essa que remonta a chave de entendimento sobre isso que a gente chama de criação do mundo Olha tem centenas só lá no Brasil você vai
pegar no desde a cosmovisão dos Yanomami depois de todo aqueles povos que vivem no rio negros os da Bacia do Amazonas do Mato Grosso do Cerrado os Caiapó os Guaranis os Xavantes todo mundo toda essa gente conta mitos de origem do mundo Todos contam coisas totalmente distintas uma da outra quer dizer nenhum deles fala de uma única criação de mundo falam de Mundos em série então não é estranho alguém dizer que ideias para adiar o fim do mundo porque está [Música] experimentando um trânsito entre cosmovisões cosmovisões que é um outro jeito da gente se referir
a isso que nós estamos chamando de Mitos são as coisas visões de povos que guardaram de alguma maneira um modo de habitar o mundo que ainda tem uma qualidade Qual é a qualidade ela dá conta de deixar aquela gente viva saudável sem doença mental sem loucura sem hospício Vivendo em ciclos da natureza aí a gente vai dizer mas não tem lugar para todo mundo viver assim dessa maneira tão incrível não não tem mesmo porque nós somos oito bilhões de pessoas já passou a hora que a gente sentou aqui já mudou o número então assim nós
estamos bilionando o planeta né uma expressão inventada Agora nós estamos bilionrando o planeta bitonando bilhões de vezes vai chegar uma hora que ele não vai responder mais aquela ideia de levantar de manhã dar respirar puro beber água comer alguém vai falar mas é uma vida simples demais eu não quero uma vida tão simples eu não quero ficar assim acordar de manhã com ar limpinho um cheiro de coisas boas e ainda por cima toma água legal não não quero não eu quero uma água suja quero uma poluído e um barulho enorme ao meu redor me apavorando
o tempo inteiro porque eu tô curtindo isso me acostumei com isso A vida é bela então assim nós estamos comendo o planeta literalmente nós estamos devorando o planeta e eu tive oportunidade de fazer apresentação desse livro A vida não é útil lá em Buenos Aires uma editora muito bacana chamada eterna Cadência eu achei esse nome tão bonito eterna Cadência e botar no meu livro numa coleção lá aí eu fui lá quando eu tava falando com os nossos vizinhos da Argentina lá no auditório em Buenos Aires eu disse para eles se a gente não mudar o
nosso modo de estar no mundo nós vamos derreter feito Lesmas numa calçada eles ficaram apavorados no outro dia as conversas era nossa senhora mas você pegou pesado é a gente escutou você falando que a temperatura do planeta sobe mais meio grau e todo mundo vai derreter feito lesma na calçada eu falei olha eu usei uma imagem mais digamos assim apelativa mas o secretário geral da ONU o Antônio Guterres quando terminou a conferência do clima no Egito ele disse ah todos os governos vieram para cá de jatinho os diretores os executivos fizeram muito negócio e nenhum
deles discutiu nada sobre clima essa conferência concluiu que nós estamos marchando a Passos lagos para o Inferno essa frase é a frase do secretário geral da ONU eu só é de uma de uma derretida na lesma eu não posso deixar o dia que sem resposta sobre o futuro ancestral eu sei que está deixando ele grilado não é difícil então eu queria talvez esses dias uma É sobre o tempo o conceito da urgência que você falou para nós quer dizer como mudar essa essa nossa cabeça para desacelerar né Tem tem um termo que é atual na
filosofia tem até sei lácionistas etc Que falam uma coisa que que tudo deveria dessa acelerar e ficar mais lento para aguentar o que está acontecendo mas você vai explicar de forma diferente sobre esse termo né alguma coisa e a outra coisa é mais provocativa que você me fala sobre bilhões que estamos demais isso poderia ser tomado como um argumento também de uma pessoa que vive manete e fala tão muito aqui o meu negócio melhor deixar morrer alguns né porque estamos muito na terra então eu sei que você quer falar né E que é importante dizer
mas como então quem vai Como vamos fazer isso e testar ligado com a ideia da urgência e de no meu ver de tomar uma outra atitude de como você também fala de pisar suave na terra Então são coisas que no meu versão Entrelaçados Gostaria que você talvez pudesse eu não tenho dúvida de que lembrar quantos nós somos sempre causa mal estar quando o Michael estava fazendo ele se reuniu com alguns outros líderes mundiais naquela remota época e ele disse o planeta é uma canoa nós estamos todos na mesma Canoa ele tava discutindo ainda a crise
dos mísseis aquelas coisas né todo mundo cheio de arma e tal desarmar o maior perigo que a gente tinha pairando sobre a nossa cabeça 40 50 anos atrás gente eram as armas demais é os armamentos que a gente tava armado até os dentes e esses mísseis essas coisas todas que estão voando por aí era o maior perigo que a gente tinha até que o relatório nosso futuro comum aquele relatório que saiu no final da década de 60 para 70 avisou que a gente tinha um futuro comum então talvez seja bem apelativo um livro com o
título de futuro ancestral quando a gente tem memória de que nós fomos alertado de que a gente entrou num tempo aí A Urgência né a gente entrou num tempo do Futuro comum Você se lembra desse relatório nosso futuro comum alguém lembra de um relatório desse foi o relatório condenado pela senhora bruto ela foi nomeada era foi tinha sido ministra se eu não me engano da Finlândia ou talvez de algum outro país vizinho ali ela coordenou um relatório que era secreto e que depois foi Tornado público que fala nosso futuro comum o nosso futuro comum já
falava que a gente ia fritar só que não como lesma na calçada a gente talvez a gente fosse se fritar como sei lá camarão e a gente deixou aquilo passar porque é bom camarão tudo bem o secretário geral da onda falou que a gente tá marchando a pastas largos para o inferno lá no inferno eu acho que não tem diferença nenhuma Se for camarão frita todo mundo então uma das maneiras da gente olhar essa tragédia do nosso futuro comum é olhar ela como em vez de a gente acrescentar o sentido de urgência em tudo acelerar
tudo porque se nós olharmos isso na Perspectiva da urgência nós vamos sair correndo para todo lado nós temos 870 milhões de refugiados cadastrado os que não estão cadastrados leva logo para um bilhão de pessoas no planeta é preulando com seus territórios destruídos se você olha uma imagem da Síria de cima uma imagem de cima é uma ruína de concreto nós estamos naturalizando a destruição física material do mundo como se não tivesse acontecendo nada mas quando você fala que nós somos oito bilhões alguém vive e fala assim Nossa será que esse cara tá sugerindo que tem
gente demais no mundo esse pensamento dele é meio esquisito esse pensamento é o pensamento que todo mundo evita porque é uma grande conveniência a gente não olhar quantos nós somos agora baixar falou que é uma canoa nós estamos dentro dela aí você olha tem um cara pegando um pedaço da Canoa fazendo uma fogueirinha o outro furando a canoa o outro Puxa um puxadinho O cara joga um lixo ali outro passa mal então todo mundo na Canoa gente a canoa tá ficando insuportável você não precisa estar numa torre Manhattan para saber disso você pode estar na
beira do rio doce que é o meu caso a lama que passou lá ela passou para dizer olha não dá não cabe todo mundo aqui ou põe essas toneladas de resíduos de minério passando Ou passa água ou se vocês saem da Beira desse Rio então nós temos quando a gente vive a experiência direta Quando você vive a experiência Direta do desastre ele te dá uma compreensão que nenhum doutorado mestrado consegue competir quer dizer quem já pegou na Brasa Queimou a mão e não sei ler mais nenhum texto sobre quem mais entendeu pegou a brasa então
se você teve que se refugiar fugir da beira de um rio pestiado pela mineração o seu carinho por essa atividade industrial da mineração cresce imensamente você fica pensando como dar um prêmio de sustentabilidade para eles dá um crachá assim sustentável para os caras que fabricam o ferro aço que comem as montanhas e a gente olhando tudo confortável mas se alguém falar que Tem 8 bilhões de pessoas na sala pega mal que isso ele tá achando que não cabe todo mundo A questão não é a urgência com que nós olhamos essa questão da nossa modo de
estar no mundo o que pega é o fato da gente não ter coragem de fazer nada em relação a essa imensa tragédia se Vocês me perguntaram Tá mas por exemplo o que que a gente podia fazer de prático que não fosse um abuso contra o direito de todo mundo continuar existindo seria conhecer de fato a situação desses bilhões de pessoas que habitam o planeta como eles estão vivendo a gente não quer saber também Como estão vivendo só sabemos que são tantos que se a gente fosse olhar como estão vivendo a gente ia concluir que nós
não somos a humanidade mesmo não confere a fotografia a nossa ideia de unanimidade com aquela realidade de bilhões de pessoas excluídos de tudo a gente dizer bom Realmente não é mesmo a tal da humanidade é no primeiro livrinho diz que temos um clube tem um clube seleto que pode ganhar o carimbo humanidade depois tem a subunidade que é uma imensidão de gente que nós achamos que tá bom que a gente tem que continuar assim mesmo a ideia do Futuro ancestral ele abre um sentido de esperança Mas é uma esperança apoiado na experiência não é uma
esperança Placebo uma vez eu usei esse tema Esperança Placebo eu falei que esperança para sebo é aquela de alguém que chega para você e fala assim Ah mas vai dar tudo certo tá tudo bem fique tranquilo vai nessa essa Esperança Placebo porque o cara não te atribuiu nada não te ajudou em nada a não ser dizer para você vai nessa eu tava distinguindo essa Esperança Placebo daquilo que a gente pode dizer que é uma esperança apoiada no conhecimento na experiência naquilo que já viveu não como uma hipótese a ideia por exemplo não vai dar certo
a tecnologia vai resolver tudo os caras vão bombardear a atmosfera vai resolver o problema do carbono vai ser tudo muito incrível e a inteligência artificial vai fazer tudo e os robôs vão resolver e ninguém vai se preocupar com nada quer dizer uma alienação tão absurda da nossa capacidade de pensar de enxergar o mundo é uma renúncia a nossa capacidade de tatear o mundo de tocar o mundo a gente renunciou a isso e ficamos deixando essa ideia de que o mundo vai se resolver por nós a gente não precisa discutir por exemplo quando somos como estamos
é uma questão irrelevante mas a gente põe a urgência em que a gente põe urgência na substituição de coisas o tempo inteiro as nossas cidades não param de se modificar para tornar cada vez mais expansiva nós fazemos isso e fazemos isso da maneira mais indiferente possível a ideia de um futuro ancestral que nos a cena com esperança é alguma coisa que em cada um de nós com suas especificidade sabe que ancestrais nossos deram conta de habitar esse mundo e se digamos conter em relação aos limites da vida para os outros seres eles não eles não
extinguiram espécies é na modernidade é depois da da Revolução Industrial que nós nos garantimos a capacidade de extinguir todas as outras espécies que não seja a do humano então assim nós os humanos nos tornamos uma ameaça a vida no planeta eu sou uma pessoa que insiste nisso que os humanos se tornaram um Perigo Para a vida no planeta não para o outro humano nós tornamos um Perigo Para as outras espécies esse ciclo de estudos que o dia que me convidou para estar aqui e que vai ter agora uma repercussão lá no Brasil também Santarém Ele
se chamava antropocêntricas o antropocêntricas é um ciclo de estudos sobre como nós os humanos aceleramos esse evento chamado antropoceno né que que é uma tropasiano é quando as nossas pegadas por onde passamos no planeta Ficaram tão Profundas que não dá mais para despistar em qualquer lugar onde passou uma manada de nós os humanos você vai lá tem marca por isso que eu ressaltei aquelas habitações dentro da Floresta a antiga arquitetura japonesa que pousava no chão quer dizer tudo que era leve que podia pousar no chão a gente foi sumindo e vamos fazendo cada vez mais
uma incidência sobre os lugares onde nós andamos quebra afundar mesmo quer dizer a gente não pega leve com a vida e É nesse sentido que eu acho de que eu acabo também fazendo uma crítica a esse otimismo que a ideia de progresso causa em todo mundo né quando alguém anuncia um evento Progressista todo mundo ah que legal e quando faz uma promessa assim que articula tecnologia é progresso econômico ampliação desses horizontes urbanos essa coisa toda muita gente fala nossa que legal tá vendo deu tudo certo na verdade tá dando tudo errado porque não tem resposta
da vida no sentido do planeta a essas ambições todas nossas é por isso que eu digo que a gente precisava de crescer no sentido ao invés de ficar reclamando Progresso desenvolvimento não sei o quê novas tecnologias a gente deveria olhar será que tudo isso já não é o suficiente para a gente viver um pouco mais de calma Como diz aquela canção do Lenine a vida reclama um pouco mais de calma diz para a gente né calma se a gente não tá ouvindo nós vamos ficar assim espalhados por outro lado da vida o entendimento da vida
como a única possibilidade de alguma coisa que nós chamamos de eterno entender a vida nesse sentido é também entender o que alguns outros pensadores como o Emmanuelle cotcha o germinarb o Antônio Nobre e o próprio calcega e os colegas deles com aquela teoria de Gaia né ora a Terra é um organismo vivo nós somos organismos da terra Então seria muito coerente que como organismo da terra organismo de Gaia a gente também experimentasse em nós essa confiança de que a vida é a vida é para sempre só que a vida é para sempre não no meu
casulo a vida é para sempre não como essa água que está contido na garrafa Mas ela é para sempre como algo que atravessa essa garrafa e continua atravessa meu corpo e continua quer dizer não precisa ter uma série de Corpos desses aqui para a vida continuar a vida já passou nele ele pode virar húmus Então aquela brincadeira do húmus Sapiens ela tem relação com esse pensamento de que nós como espécie os humanos poderiam contribuir com o organismo vivo da terra sendo um húmus e não cultivando aquela vaidade que nós os humanos temos de achar que
nós é que somos eterno o resto todo não as grandes as grandes civilizações do ocidente Elas têm em comum aquela coisa de origem aquela narrativa de origem que é abraâmica o Islamismo cristianismo Judaísmo e para surpresa minha eu não tenho que o Budismo também todo mundo acredita que o humano é eterno até os budistas então só uma variaçãozinha Mas pensa a mesma coisa bom então se nós todos achamos em todas as culturas que o humano é eterno a gente poderia considerar que o nosso lema principal é dane-se o planeta e não sei me de Planet
salve o planeta a frase tem que ser o planeta e vamos viver sim precisamos abrir o público para fazer as questões temos mais uma meia hora e eu vou tentar Lançar aqui uma questão de do civil codema que a Maria também tá aqui que organizam antropocêntrica junto comigo mas depois podemos juntar mais alguma questão e o YouTube responde e depois tentamos incluir outras questões Então você viu Tem uma mensagem para você eu sou solteiro companheiro da marido dirque na coordenação dessa jornada coletiva que a série antropocênica eu gravo essa mensagem aqui do Brasil agradeço a
presença de vocês e agradeço especialmente a tua presença Hilton você que está junto com a gente desde o início dessa viagem que continuará na Amazônia em breve quando Estaremos juntos lá minha gratidão a ti meu querido amigo bem Eu gostaria de introduzir nessa conversa entre vocês uma questão para um comentário reflexão sua Aílton Mas quem verbalizará essa questão não serei eu será uma entidade contemporânea digamos assim uma entidade onipresente dias ela me procurou louca para falar com você Ailton então eu propus a ela que lesse a pergunta ela chama-se aliás Inteligência Artificial um grande abraço
gente por favor prossiga para falar a você a questão [Risadas] puxa então entendeu Já estamos temos outras entidades já falando com a gente alguém quer juntar mais uma pergunta a inteligência artificial lá no fundo boa noite Ok boa noite muito obrigado pela sua presença uma honra tá aqui fazendo essa conversa com todos os presentes eu queria durante toda a sua conversa eu percebi que pronto você faz isso de uma de um diálogo mais a parte Tecnicamente a dizer da política e da Geografia Mundial né que a gente vive a minha questão para ti é eu
como pessoa Imigrante viva cinco anos aqui estudei geografia e licença ambiental e eu percebo que da parte das populações europeias em geral e dos governos europeus há uma preocupação muito acentuada com a natureza que ainda existe no santuários que os povos indígenas ainda conseguem manter no sul global e a um grande distanciamento do lugar em que estão do lugar presente então quando você olha para Romênia aqui na Europa Há uma grande devastação mas a Amazônia é a pauta quando você olha para Portugal o lítio e a prospecção de mineração aqui mas falamos do da Vale
no Brasil e isso tudo a mim me preocupa dessa realidade que você comentou quando tava lá no Rio Doce da nossa incapacidade de olhar para o lugar que estamos a globalização nos deu a ideia da Canoa de Gorbachev e muitas vezes a gente procura olhar para outro hemisfério e não ver o que tá na nossa paisagem que que você pensa disso [Aplausos] [Risadas] nós estamos vivendo nesse começo do século 21 uma dificuldade muito grande de estar num lugar nós estamos sempre nos movendo seja na condição de refugiado no sentido que a palavra tem refinado político
refugiado ambiental refugiado econômico são gente que sai do seu lugar por razão econômica por razão política por razão do clima agora climático refugiado climático e se a gente considerar que todos esses que tem esses motivos inadiáveis para se mover a gente ia perguntar e os outros conseguem ficar em algum lugar conseguem ter se relacionar com o lugar onde vive de uma maneira que afeta a experiência da vida ou tanto faz porque uma parte de nós começou a se mover pelo planeta de uma maneira tão caótica que parece que tanto faz e tanto faz em que
lugar você está vivendo um ano dois anos cinco anos 10 anos quer dizer essa contagem de tempo virou uma coisa também fluida né quando a gente olha a as narrativas mesmo essas que são Universal né da história Quanto tempo você acha que o Ulisses ficou viajando ele fez Uma Odisseia não é isso a nós viramos todo mundo Ulisses todo mundo é Ulisses a gente quer essa possibilidade da gente rodar o planeta girar no mundo isso virou um sentimento Universal então a sua pergunta sobre esse deslocamento essa dificuldade de alguém entender o que é um lugar
isso é capaz de projetar na Amazônia em algum outro lugar do mundo o lugar de cuidado e tudo enquanto em volta da gente tudo afunda isso é um abismo cognitivo a gente produziu essa experiência Nós não somos vítimas disso antes nós somos aqueles que produziram esse Abismo cognitivo a ponto da gente ficar aqui escutando a gravação de um robô me fazendo uma declaração dessa então é mesmo você aciona um desses dispositivos ele faz pergunta da texto e parece até que o Silvio Tava escutando tudo que a gente tava falando aqui e acionou esse robozinho para
entrar na nossa conversa foi muito interessante dar esse exemplo direto né de uma pergunta totalmente aleatória como seria ser humano né no presente esse humano no futuro ora na Perspectiva dessa máquina que fez a pergunta no futuro seria sem nós Tudo indica que se a inteligência artificial consegue dar conta da governança do mundo ela vai governar o mundo sem a gente Então essa pergunta para essa Engraçadinha com essa voz aí de robozinho é que o humano presente é esse humano que nós somos capazes de reconhecer como uma espécie em crise com relação a sua própria
existência e no futuro se vencer a ideia do do da Inteligência Artificial não vai ter lugar para gente não tem lugar para gente cada vez para menos gente e eu fico pensando quando eu falo isso tem criança por perto eu falo caramba Tomara que eles não estejam me ouvindo Vamos abrir mais questões tinha aqui uma depois aqui e depois aqui por favor uma vez eu vi você falar numa entrevista sobre cidadania e florestania e eu queria que você falasse um bocado desse conceito por favor vamos juntar [Música] depois nós vamos juntar três e depois vamos
fazer mais uma tá bem eu estou vendo eu junto com a dela mas é pensando nessas crianças sobre a educação que como é que pode se realizar uma educação infantil e até adulta então a cidadania florestania e a educação aqui na frente eu gostaria de perguntar se você vê pontos em comum entre seu pensamento e o pensamento do Michael e que você deve conhecer que é um filósofo Franco Brasileiro ele é paulista que é a teoria do Eco socialismo eu vi muitos pontos em comum gostaria de saber se você também vê se você conhece Michael
é com socialismo eu fiz um comentário bem extenso sobre a ideia da cidades do mundo esse texto tem o título de fuja da caixa de concreto instala as pessoas a sair de dentro da caixa de concreto e aí fala das cidades das metrópoles um pouco foi mencionado no filme mas o texto Ele estende um pouco mais essa observação sobre como as nossas universidades as escolas de engenharia elas despejam no mercado todo ano milhares e milhares de Engenheiros que continuam repetindo o mesmo grave é erro que eles fazem há quase 100 anos porque as escolas de
engenharia continuam Engenheiros continuam Engenharia eles não percebem que tem um limite para isso para essa ação é que não se contorna eles estão sempre inteiro o tempo inteiro avançando os termos dessa engenharia que estrutura as nossas cidades as nossas metrópoles que dá solução para os materiais que dá solução para forma os arquitetos humanistas Então essa turma eles desenham esse mundo que se constitui como as nossas metrópoles nossas cidades do planeta inteiro todas as cidades do planeta inteiro tem a mesma cara com algumas pequenas variações não deixam vocês fazer torre só pode fazer com 10 andares
6 8 Mas elas reproduzem um pouco essa concentração é dos humanos em espaços onde 80% da população do planeta hoje vive 80% das pessoas no planeta vivem nisso que a gente chama de cidade e é muito natural que todos eles têm alguma coisa a ver alguma afinidade com a ideia de cidadania Cidadão Cidade desde muito sempre cidade e cidadão mas para além da cidade tem outras humanidades que vivem em lugares que são Floresta por exemplo não só a floresta no sentido da floresta tropical na Amazônia mas a floresta que tem no calahari onde vive gente
e em outros lugares na Ásia na China tudo quanto é lugar do planeta essas povos que vivem nesses lugares eu me refiro a eles num dos textos dizendo que eles são ainda aquela parte da humanidade que canta dança para suspender o céu quer dizer é um tipo de gente que está em minoria gritante Mas eles estão em diferentes lugares da terra vivendo uma experiência de pertencimento junto com os outros seres vivos eles não se distinguem tanto assim das Borboletas abelhas daquilo que a gente chama de não humanos é gente que se envolve com os não
humanos numa experiência tão maravilhosa de produção de vida que a gente poderia dizer que eles habitam um futuro ancestral quer dizer eles ainda sabem como viver aqui na terra não Se Esqueceram e eles vivem aqui na terra se a gente vivem aqui na terra numa espécie de celebração quer dizer o tempo inteiro tão agradecendo o rio agradecendo a floresta agradecendo a montanha um estado de contentamento que a vida se expressa como se a gente não precisasse de Engenheiros ou de arquitetos ou de urbanistas e ou de escolas então é o modo que nós estamos habitando
o planeta ele supõe um tipo de experiência da Cidadania que está implicado com reproduzir cidades todo mundo vem para cá cidade cidadania eu reivindico já há algum tempo a possibilidade de que a gente respeita também o direito daqueles que vivem a florestania então a florestania é um estado de existência né de experiência que tem tanta graça beleza significados sentido quanto aqueles que escolheram viver nessas caixas de concreto chamados de cidadãos porque vivem em cidades a gente reivindica que quem vive no deserto quem vive na floresta quem vive em outro lugar tenha respeitado o seu modo
de estar na terra modo aqueles que já são maioria enorme que estão na cidades ou o texto sugere que as cidades são ruínas Florestais as cidades são ruínas Florestais a floresta ela pode ser pensada como um cidade tem um arquiteto urbanista no Brasil [Música] será que é Paulo Paulo Tavares O Paulo é genial ele já conseguiu decifrar essa coisa das Ruínas florestais e das e do Devir cidade das florestas de uma maneira muito consequente ele mostra para a gente essa equação e tem também outros grupos de arquitetos urbanistas Engenheiros críticos que acham que a gente
precisa pensar agora como desmontar a cidade um trabalho de desmontar a cidades no sentido exagerado da Metrópole né que a gente não tem que produzir mais Metrópole no planeta chega e é diferente da da voga Geral do final do século 20 em que todo mundo achava que a gente ia encher o planeta de cidade mesmo com a naturalização absurda disso cidadania florestania são esses termos caros para pensar os lugares onde nós vivemos e como a gente acha que esses lugares podem ser como que um lugar Pode ser mas para um lugar responder essa pergunta nós
vamos ter que estar de alguma maneira implicado com esses lugares se ninguém tá implicado com Floresta não vai ter florestania vai ter cada vez mais gente nas metrópoles a educação ela tá implícita em todo esse comentário que eu tô fazendo sobre florestania cidadania viver dentro de caixas de concreto separados uns dos outros e a possibilidade de experiências mas implicada com outros organismos vivos que não é só humano né e é isso A cidade é o lugar de encaixar os humanos a gente naturalizou isso e achamos que a coisa mais óbvia é que todo mundo sai
de tudo quanto é Canto da Terra e vá para Nova York Lisboa Paris Londres tela vive sei lá Pequim em algum desses lugares que na nossa cabeça é lugar de concentração Urbana Metrópole a gente naturalizou isso como é que nós vamos fazer o movimento de reeducar as nossas os nossos desejos vou abrir para mais uma uma roda de questões do ecossocialismo eu não li o Michel ainda e já escutei a ideia de ecossocialismo Mas como eu sempre desde o começo mencionei aqui eu procuro referir meu pensamento a essas narrativas ancestrais alguma das ideias sobre economia
política que eu sei que são contemporâneas Eu Tenho dificuldades de integrar elas no meu pensamento a ideia Eco socialista ela sugere mais socialismo do que Ecologia porque quando essas experiências foram econômicas de verdade e aconteceu em amplos territórios Eles foram tão predatórios eles foram acabaram com os lugares por onde passaram e se a gente for imaginar uma possibilidade de conjugar Eco socialismo a história recente mostra para a gente que essas duas coisas não andam junto o socialismo comeu Os territórios anexados pela Rússia e ainda tá comendo até hoje vídeo e a nato sim eu entendi
então sem tomar partido o que eu tô querendo questionar é a ideia de juntar uma perspectiva da terra de Gaia esse organismo vivo com qualquer ideologia que implica e imprimir um modo econômico de estar na terra talvez seja por isso que eles dizem que o Sapiens é o homo econômicos é o homem econômico ele só sabe pensar em termos de Economia essa pergunta sobre ecossocialismo é uma pergunta Econômica Então vamos abrir mais uma roda de perguntas para poder tinha aqui eu tenho uma preocupação com os humanos na sala anexo vamos lá porque eles não podem
falar e perguntar vamos lá não eles podem vir talvez abrir a porta não tem ninguém lá [Aplausos] [Música] eu não quero acabar com a segurança da cultura então se tiver alguém que queria fazer uma pergunta da sala anexa vamos juntar essa pergunta e e a senhora aqui também pode fazer a pergunta primeiro Boa tarde o meu nome é na madeira Eu Sou aluna do primeiro ano do doutoramento filosofia e o trabalho do Ailton krenak foi uma introduzido no princípio do ano na faculdade por um professor brasileiro que visitou a faculdade e realmente para mim foi
foi como foi muito revelador não só a nível académico porque acabou por editar um bocadinho o tema da Minha tese doutoramento mas também a nível pessoal porque eu vivo num ambiente rural e e de repente eu percebi que estava afastada da natureza da vivência em comunidade e e foi uma coisa que me fez muito pensar ah portanto a minha questão aqui era e é um bocadinho na onda da questão daquela senhora era na prática e partindo do princípio que daqui por uns anos é inteligência artificial não matou os humanos como é que nós preparamos este
pelo menos que hoje em dia tem cinco seis anos que é o caso da minha filha como é que nós os pedíamos preparar para eles serem os seres humanos decentes O que é que nós na prática eles pedimos dizer eh para eles poderem ser uns seres humanos em condições e isso me permitem só agradecer ao senhor que me deu o bilhete para poder estar aqui e que ficou na sala ao lado muito obrigada obrigado [Música] [Aplausos] a questão de forma sintam é um é a minha pergunta a minha dúvida mais no fundo um assunto que
eu gostaria de colocar em cima da mesa que foi mencionado aqui penso na sua forma de pensar mas quem é importante enfatizar porque [Música] o modo de pensar do indígena é muito diferente do homem é que passa acho que muito em grande parte porque o homem aqui parece estar anestesiado há quem utilizo o termo adormecido em diferentes e ideologias e eu gostaria que falasse um pouco de portanto como é que com diferente é a experiência do indígena na Sua percepção da experiência que nós temos aqui da própria realidade porque o atual paradigma científico é que
nós já estamos a questionar a própria realidade percebo essas duas perguntas porque temos pouco tempo eu gostaria de fazer o tempo mas eu não sei você entendeu se ele quer saber como você vê a diferença entre uma experiência indígena do mundo e da nossa que o homem né com a letra grande homem ocidental Branco uma espiritual Como é seu nome Fernando Bernardo eu fiz referência respondendo outra pergunta sobre a ideia de lugar habitaram Um lugar uma pessoa vivendo num lugar talvez a diferença fundamental seja que as pessoas indígenas que ainda podem viver em algum lugar
estão Vivendo em lugares com muito significado para si tudo tem significado esse significado ele não é só para subsistência só para você comer beber e habitar ele é para transcender do outro lado do Rio onde fica a minha casa na aldeia do outro lado tem uma montanha eu já até celebrei essa montanha num dos meus textos que fala do nome dela tá cru craque o toque do crack é uma montanha rochosa que fica do lado do Rio ora ela tem tanto sentido para nós quanto a casa que a gente mora o terreiro que a gente
anda esse sentido eles imprimem em cada uma dessas pessoas uma observação sobre a vida que é realmente muito diferente de alguém que vive numa cidade porque a pessoa que vive na cidade ele não tá pensando num rio ele não está propriamente pensando na paisagem que ele habita porque ele já tá totalmente encaixado nesse módulo Urbano que às vezes é um prédio Mas mesmo quando não é um prédio é uma estrutura bem encaixada nisso que a gente chama de Metrópole você tem que pegar o metrô você tem que andar de táxi tem que andar nesses equipamentos
todos quer dizer um kit completo não é só um lugar é um pacote e se você passa cinco dias 10 dias num lugar como Lisboa você acelera todos os seus poros mas depois parece que acostuma ao invés de entrar em colapso se adapta E aí fica naquele módulo colapso Porque parou de sentir o desconforto que é buzina barulho ruído esse isolamento térmico do chão né o tempo inteiro isolado do chão e talvez seja muito telúrico imaginar que nós precisamos de pisar no chão para se sentir Vivo tem gente que acha que a gente pode ficar
andando por aí suspensão é sobre isso que eu sei que você tá observando e sobre as nossas crianças de três anos cinco anos aqueles que ainda estão mamando bebê enquanto eu via a pergunta eu me lembrei que eu sempre Ouvi as nossas avó mãe tia nossas mestras dizer que a gente ensina com exemplo ele fala olha as crianças só aprendem com exemplo dá exemplo 8:30 mais um pouco não deve ter mais perguntas Vamos abrir mais uma uma pergunta uma Vamos umas três quatro perguntas então aqui uma pergunta mas bem eu peço bem curto você traz
que a vida é eterna né e mas eu queria perguntar justamente por uma outra polaridade talvez na sua visão O que é a morte a morte não então é mais ou menos acho que uma complementação porque você eu posso estar achando que vou te criticar mas eu não vou te criticar mas como você é um homem muito crítico eu acho isso muito bom talvez a gente pudesse pensar o que que seria a diferença que existe entre transcendência e emmanência eu no início desse ano estive com a Chay Suruí que que o chama de padrinho e
ela falou sobre a dificuldade de ocupar o espaço da cidade ela disse que quando ela está na cidade ela não consegue dormir e quando ela não dorme ela não consegue sonhar e que o sonho é fundamental e eu gostava de perceber aqui nessa conversa que nós tivemos na questão do Futuro Qual é o espaço para o sonho onde é que as pessoas da cidade mais uma então eu não vou me lembrar da última Eu por acaso é um cara complementar esta última que tem a ver com tamanho da parte da mitologia e da importância da
mitologia na no ser humano e também nesta questão do futuro ancestral e também tem a ver com isto da parte do sonhar e da falta do sonho ou da falta de tempo para sonhar e e essa abstinência da mitologia na nossa sociedade atual que também nos faz esquecer também daquilo que é a natureza e também nos faz esquecer que nós se calhar pertencemos a natureza ou não poderá um bocadinho desenvolver um bocadinho mais sobre essa parte da mitologia e da importância dela a última frase a última frase que você conclui a pergunta como é que
é mesmo se nós pertencemos a natureza sim se nós realmente pertencemos a natureza ou se nós pertencemos uma espécie construção daquilo que nós fizemos da natureza de vida essa esse esquecimento mitológico vamos daqui ver as outras questões que antecederam essa questão de nós somos natureza é a resposta mais simples é claro que nós somos natureza só que ao longo da história a história da cultura nós inventamos uma natureza a gente inventou uma natureza essa natureza que a gente inventou é um simulacro que a gente fica manipulando porque nós somos a natureza se nós somos natureza
a gente deveria ficar contido no âmbito dessa experiência do que nós podemos aqui concordar que seja a natureza mas o que é interessante é que o pessoal que estuda a linguagens e fizeram já pesquisa em muitas línguas diferentes no planeta isso descobrem surpresos que na maioria dessas línguas não tem a palavra natureza não tem o conceito a ideia de natureza que essa ideia de natureza é uma ideia tipicamente civilizada quer dizer ela é uma ideia civilizatória é como se a gente tivesse de sentido nos convencer de que tem alguma coisa que é a natureza e
nós temos a cultura em muitos no período dos anos 70 80 maior parte dos estudos era a natureza e cultura todo mundo ainda tem um pouco dessa vocação né olha não tem sentido alguém querer abrir um debate sobre cultura e natureza a menos que ele abra o debate esclarecendo que nós estamos falando nos termos do que os humanos inventaram como natureza e para se destacar dizendo nós temos Cultura isso serviu muito bem gente há uma mentalidade de expansão de dominação do mundo e é um pensamento eminentemente eurocêntrico esse pensamento só podia nascer na Europa entendeu
aquela coisa que você olhar e falar que coisa sô só podia aparecer na Europa um pensamento que acha que existe cultura e natureza e que oportunamente se apropria da Cultura e começa a negociar com a natureza é um negócio quer dizer do ponto de vista do ponto de vista radical é como se essa parte da humanidade tivesse sequestrado a ideia originária de natureza sequestrou essa ideia e agora praticamente você mata um rio depois você faz outro Rio você preda uma região do planeta e constrói outra então essa ideia muito próxima do que nós chamamos de
Inteligência Artificial agora só que operando no plano das nossas próprias convicções nós entendendo que tem uma coisa que a cultura e outra coisa que a natureza podemos fazer um lacinho tipo assim Como Nós aprendemos a lição de que nós somos separados da natureza a gente conseguiu também é instituir uma outra separação essa outra separação tem a ver com a ideia de morte se a vida é eterna e a morte o que que é a morte a morte é a separação que a gente inventou para nós mesmo porque se nós tivéssemos entendido desde sempre que nós
somos natureza a gente não ia inventar um abismo da morte para gente a gente dizer nós somos isso que estamos instituindo como natureza mas antes nós somos vida o Emanuelle Cotia ele tem um exemplo genial da metamorfose ele mostra uma lagarta aquela lagarta que fica comendo folha aquela lagartona ela fica lá comendo folha aquela lagartona depois ela vai soltar o casulo e vai ficar lá dando um tempo uma nave aí de dentro daquela nave depois sai uma borboleta voando aí ele disse que aquela lagarta não sabe que vai ser borboleta não lembra que foi lagarta
esse exemplo que Emanuelle mostra para dizer o que que é a metamorfose e que os nossos corpos A gente é casulo a vida passa através de nós e continua nós não devemos a vida a gente não contenha a vida a vida passa a vida passa numa criança a vida passa nele crescendo virando adulto saindo virando outras coisas algumas culturas acreditam que já foi árvore que pode ter sido uma borboleta uma formiga uma abelha um passarinho algumas pessoas acreditam que já foi um passarinho tem outros que não acredita de jeito nenhum bom [Aplausos] tem muita gente
ali também Que ótimo muito obrigado pessoal obrigado obrigado oi oi bom vocês já viram que os nossos encontros em Lisboa gerar nesses livrinhos né agora a gente está devolvendo essa conversa para vocês que já fizeram livros junto comigo é eu acho que vai ter livro meu lá fora vai e o que que nós vamos fazer agora Juliana o livro acabou