Epicurismo | Felicidade é Tranquilidade

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Filosofando
O epicurismo é o sistema filosófico que prega a procura dos prazeres moderados para atingir um estad...
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O epicurismo é doutrina criada por Epicuro  de Samos antigo filósofo grego. Epicuro nasceu na ilha grega de Salmos no mar Egeu, ele tinha uma doença grave que fazia com que ele sentisse dores físicas constantemente mas dizia ser perfeitamente  capaz de superá-las, e sua filosofia vem daí passou a maior parte de sua vida em Atenas, onde  se tornou uma figura admirada, atraindo um grupo de estudante que viviam com ele uma comunidade.  No grupo havia mulheres e escravos uma situação rara na antiga Atenas, e isso não fazia dele um sujeito  bem quisto, exceto por seguidores que o amavam.
Ele dirigia sua escola de filosofia em uma casa com  jardim, e por isso ficou conhecida como "O Jardim" Epicuro acreditava que a filosofia deveria  ser prática, e ela deveria mudar o modo como vivemos. Portanto, era importante que aqueles que se  juntassem a ele no Jardim colocassem a filosofia em prática ao invés de simplesmente aprenderem sobre  ela. Para Epicuro a chave da vida, era reconhecer que todos nós buscamos o prazer, e o que é mais importante,  evitamos a dor sempre que podemos.
Isso é o que nos move, eliminar o sofrimento e aumentar a  felicidade, isso tornará a vida melhor a melhor. A melhor maneira para viver então seria esta: ter um  estilo de vida bastante simples, ser gentil com próximo e cercar-se de amigos, desse modo  seremos capazes de satisfazermos a maior parte dos nossos desejos, é muito melhor ter uma vida  simples pois se nossos prazeres forem simples serão facilmente satisfeitos e teremos tempo  e energia para gozar das coisas que realmente importam, o objetivo de Epicuro era Curar seus alunos  da dor mental e levá-los a crer o quanto a dor física podia se tornar suportável caso ele se lembrassem dos prazeres passados, ele afirmava que os prazeres não são agradáveis só momento em que acontecem, mas  também quando são lembrados, e por isso seus benefícios podem ser duradouros, quando estava morrendo e um  pouco indisposto, ele escreveu para um amigo sobre como conseguir o se distrair das dores da doença  lembrando do prazer de suas últimas conversas. No pórtico do Jardim podia-se ler a seguinte descrição "aqui  todo estrangeiro é bem-vindo e todo o prazer é aceito".
Isso dava ao jardim de Epicuro uma fama ruim, fama de um lugar de promiscuidade, exageros luxos e orgias, e na verdade era totalmente contrário,  a tradição epicurista é de fato hedonista, ela acredita que devemos sentir prazer o tempo todo  e o máximo possível, por isso era considerada um prolongamento da filosofia cerenáica, mas o  epicurismo tem uma noção de prazer que passa longe do exagero e promiscuidade, inclusive isse  é bastante diferente do que a palavra epicurista significa hoje, é quase o oposto, um epicurista hoje  é aquele que adora comidas refinadas e se deleita no luxo, mas Epicuro tinha pensamentos muito mais  simples do que significado sugere, ele ensinava a necessidade de ser moderado, ceder aos nossos apetites gananciosos só criaria a cada vez mais desejos e no final geraria angústia e frustração mental de um desejo  não realizado, esse tipo de vida de querer sempre mais deveria ser evitado, um exemplo disso é que  ele seus seguidores se alimentavam com frequência de pão e água ao invés de comidas exóticas, a  filosofia para Epicuro portanto é um movimento de libertação precisamos nos libertar do que  nos prende que são as angústias e os medos. A felicidade na doutrina epicurista é ataraxia, na  forma de tranquilidade e Sossego o epicurismo defende assim como na física um dualismo de coisa  e não-coisa, átomo e vazio. O prazer para Epicuro é ausência da dor, os prazeres para eles são  divididos em desejos naturais e necessários, são os desejos que livram corpo da dor da fome e da sede,  desejos naturais e não necessários, são os desejos que surgem da vontade de variar por exemplo o  alimento ou a bebida para variar também o prazer do corpo, desejos não naturais e não necessários,  são os que nascem de uma opinião falsa sobre o mundo, incentivados por um sentimento de vaidade, fama ou poder.
Para Epicuro os prazeres não necessários são fonte de angústia, eles não trazem felicidade  e nem tranquilidade mas sim preocupações e conturbações e portanto não são compatíveis com a  felicidade, nós devemos focar nos prazeres naturais portanto, especialmente nos prazeres naturais e  necessários, para ele alguém que satisfaz com pouco é muito feliz, a felicidade está nos momentos  compartilhamos e nas pequenas coisas, a felicidade é simples e ensinar em um jardim mostra claramente isso,  lá dentro não há medos angústias e nem problemas só tranquilidade, Epicuro acredita que assim como  a medicina cura dos males do corpo a filosofia cuida dos males do espírito e para isso Epicuro  elabora o "tetrapharmakon", ou seja, um remédio quádruplo, ou um remédio um quatro doses, para curar  a alma dos medos e das angústias, e são eles: Não devemos temer a morte, para ele quando morrermos  nós vamos experimentar mais nada, então a morte tecnicamente nunca vai chegar para nós, e enquanto somos ela não existe, e quando ela chegar, nós nada mais seremos Epicuro pensava que uma outra maneira de curar  seus seguidores do medo da morte era apontando a diferença entre o que sentimos sobre o futuro e  o que sentimos sobre o passado, nós nos importamos com um, mas não com o outro, pense no passado antes  de seu nascimento, houve todo um tempo durante o qual você não existiu, esse passado não se refere  apenas ao tempo em que você esteve no útero de sua mãe, mas sim centenas de anos atrás antes de  você nascer, em geral não nos preocupamos por não temos existido durante todos esses milênios antes  do nosso nascimento e seguindo essa lógica, porque nos importamos tanto com toda a eternidade da  não existência após a morte? Nosso pensamento é assimétrico, todos nós temos a tendência de nos  preocuparmos com o tempo depois da morte e não com o tempo antes do nosso nascimento, mas  Epicuro considerava isso um erro, e quando entendemos esse erro começamos a pensar no tempo  que sucede a morte tal como o tempo que o precede Epicuro resumiu toda sua filosofia no seguinte epitáfio:  "Eu não era, fui, não sou mais, não me importo". Se você acredita que não passamos de seres físicos  compostos de matéria e que não há sérios riscos de sermos punidos depois da morte, então é bem  possível que raciocínio de Epicuro te convença de que não há motivos para temer a morte, talvez você  ainda se preocupe com processo da morte pois ele costuma ser doloroso e é definitivamente vivido, e isso é verdade e mesmo que seja irracional se desgastar refletindo sobre a morte propriamente  dita, lembre-se que Epicuro acreditava que boas memórias podem aliviar a dor, o que significa que  ele tinha uma resposta até para isso, porém se você acredita ser uma alma em um corpo e que essa alma  pode sobreviver a morte corpórea é improvável que lhe sirva a cura de Epicuro, você conseguirá  imaginar a continuidade da sua existência mesmo depois de seu coração parar de bater, e algumas  pessoas realmente se preocupam em serem punidas depois da morte, Epicuro também descartava essa  preocupação.
e aí vem o segundo remédio. Não devemos temer os deuses. Segundo a crença dos gregos, os deuses  sempre estavam preocupados com seres humanos, sendo responsáveis pelas suas vitórias ou desgraças, o  que acarretaria o medo inerente ao homem grego que temeria ser punido a qualquer momento por  um de seus atos, Epicuro crítica essa ideia ele defende sim que os deuses existem, mas que não  estão preocupados conosco, afinal os deuses para Epicuro não tomam consciência dos seres humanos,  pois na perfeição, não poderia caber espaço para imperfeição sequer por conhecimento, e se os  deuses não se encarregam de nosso destino, benção, ou maldição, cabe a nós mesmos a responsabilidade.
Além disso, deseus perfeitos não ganhariam nada em nos punir, sendo assim não faz sentido temer os  deuses. O terceiro remédio é: Toda dor pode ser superada. Diferentemente dos estoicos Epicuro dizia que os afetos são muito importantes, pois eles nos ajudam a suportar nossas dores, aqu é muito importante a amizade, pois os amigos e geram afetos, que nos ajudam a aliviar nossas dores.
Além disso, uma  dor física ou emocional pode durar um minuto, uma hora, um mês ou um ano. Mas eventualmente  ela era passar. E o quarto e último remédio é: Todos podem ser felizes.
Porque o prazer e a  felicidade está à disposição de todos, não existem pré-requisitos para se praticar e buscar  a felicidade ensinada no epicurismo, e o escrito todo estrangeiro é bem-vindo significa que qualquer  um é livre para entrar no jardim e descobrir que a felicidade é muito simples e muito fácil  de ser alcançada, seja a pessoa quem for, o sábio é portanto aquele que toma consciência da própria  existência e destino, não aceitando o determinismo de nenhum deus. O importante na busca da felicidade  é a saúde física e a serenidade interior ocasionadas pela escolha de quais desejos deverão ser  saciados, ser feliz para Epicuro é ter pleno domínio dos prazeres, o que pode ser alcançado  com a compreensão da natureza dos deuses, da morte e dos desejos.
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