em 65 anos muita coisa aconteceu vi professores advogados Engenheiros médicos e tantos outros profissionais construírem suas carreiras e usarem seus conhecimentos para transformar a sociedade nós celebramos você a sua história e a de todos que construíram esta Universidade sua universidade a Universidade dos seus avós dos seus pais dos seus filhos e netos a reverencia o passado vivencia o presente e prepara o futuro é ensino razão e esperança é conhecimento a serviço da vida PUC Goiás há 65 anos dando razão a esperança na PUC Goiás tradição e inovação caminham juntas para transformar vidas a primeira Universidade
do centro-oeste possui infraestrutura atualizada e adota o que há de mais moderno em metodologias de ensino soma-se a isso quadro docente altamente qualificado Ampla estrutura de ensino e pesquisa laboratórios de ponta clínicas escola teatros auditórios complexo poliesportivo e um moderno Centro de Convenções a excelência é a marca do ensino oferecido na PUC Goiás da graduação a pós-graduação numa jornada de conhecimento que prepara o estudante para o mundo são mais de 70 cursos de graduação n modalidades presencial e à distância especializações mestrados doutorados e pós-doutorados e uma ampla estrutura de suporte à pesquisa com Centros e
institutos que faz da Universidade Campo fértil para o desenvolvimento científico tecnológico e de inovação nas mais diferentes áreas do Saber fiel a sua identidade Comunitária e católica e seu propósito de Educar para a vida a PUC Goiás dispõe de bolsas e financiamentos próprios e governamentais que visam ampliar o acesso e garantir a permanência do Estudante no ensino superior a PUC Goiás é ensino é pesquisa e é comunidade é conhecimento a serviço da vida que segue transformando histórias k [Música] Boa noite a todos meu nome é danes Barbosa sou faço parte do nap da escola de
formação de professores e humanidades e estou aqui hoje representando a professora né a nossa diretora da Escola Professora ros mar Francisca Neves né Eh ela tá em outra atividade do nosso evento mas estou aqui para dar as boas Boa noite as boas-vindas a todos e todas né aos professores professoras alunos alunas e comunidade externa da puque Goiás Então essa é mais uma atividade né do 10º congresso de ciências tecnologia e inovação da puuk Goiás e hoje nós estamos aqui reunidos para falar sobre um tema muito interessante que é a bncc e formação docente um tema
muito importante para nós ainda mais que somos uma escola de formação de professores né então um tema que exige muito ah da de uma avaliação de uma reavaliação profunda de todas as nossas práticas pedagógicas do nosso currículo né Sempre pensando aí na interdisciplinaridade na formação de competências habilidades e o que eh trazemos aqui para essa noite é justamente uma reflexão né sobre esse tema né buscando sempre uma identidade né e uma identidade do docente do Papel docente né como mediador ali do processo de aprendizagem então nessas boas-vindas né né quero trazer um agradecimento especial ao
Professor Isaías que vai ser o moderador dessa atividade e também ao Professor Renato Barros né que vai ser o nosso palestrante então sem mais delongas deixo aí a palavra com Professor Isaías Boa noite a todos boa noite boa noite Professor Dan obrigado pelas palavras Boa noite a todos que estão nos prestigiando aqui no canal do YouTube e eu quero fazer um agradecimento muito especial né a professora Rose que me fez o convite para est presente nesse momento como mediador dessa fala né desse tema que a gente entende ser muito cara para PR atuação de professores
né então muito obrigado a toda a coordenação da Escola de Formação pelo esse convite e espero que a gente tenha aqui uma uma noite de muito aprendizado né e de muita reflexão né a partir de um documento tão importante que é a bncc eh eu já queria também chamar paraa presença aqui na sala então nosso palestrante de hoje né Professor Renato Barros de Almeida Professor Renato boa noite boa noite boa noite Dan Boa noite zias quero aproveitar a oportunidade de agradecer também a vocês a professora Rose a oportunidade de tratar dessa temática que tem sido
uma temática muito importante muito cara pro Brasil pras políticas públicas de formação de professores e também para a formação dos Estudantes brasileiros Obrigado Professor Renato Professor Renato é é o professor aqui da escola de formação de professores né a gente tem aí uma um contato muito próximo Aí nas atividades propostas pela Escola de Formação então eu gostaria de fazer aqui um Uma Breve né brevíssima melhor dizendo apresentação do currículo Professor Renato para que vocês possam se inteirar né da da pessoa que vai nos falar hoje sobre esse tema então o Professor Renato eh Doutor em
educação pela Faculdade de Educação da Universidade de Brasília UnB na linha de pesquisa de profissão docente currículo e avaliação possui mestrado em educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás é líder do grupo de estudos e pesquisas em formação de professores e currículo CNPQ atualmente é professor efetivo da pontifícia Universidade Católica de Goiás aqui na escola de formação de professores e humanidades e também é vice-coordenador do programa de pós-graduação em educação da puque Goiás e docente do curso de pedagogia da PUC Goiás é professor efetivo da Universidade Estadual de Goiás a UEG no
Campus Metropolitano na unidade de Inhumas aonde ministra aulas no curso de pedagogia e também sendo professor do programa de pós--graduação em educação dessa mesma instituição membro da diretoria Nacional da anfope como vice-presidente centrooeste na gestão 23 a 25 e vice-coordenador do grupo do gt8 que é a formação de professores da anped centrooeste gestão 22 e24 representante pelo Estado de Goiás no movimento Nacional de defesa dos cursos de pedagogia o Fórum de mobilização e defesa do cursos de pedagogia então Professor Renato eh fica evidente né para gente essa relação né da da da sua atuação profissional
eh com envolvimento da formação de professor e a partir né desse tema que a gente propôs para essa noite é justamente fazer uma uma reflexão eh sobre a forma de professores sobre a bncc né a bncc que tem uma trajetória podendo colocar até muito interessante né Porque apesar dela ter sido podemos dizer que talvez ela tenha sido gestada né inicialmente lá na Constituição de 1988 as políticas de implantação dessa diretriz proposta na Constituição só foram em 2017 né e a partir daí então a gente tem todas as orações e proposituras dos documentos para formação de
professores embasadas ou eh tendo a bncc como a sua referência Então eu acho que a gente tem um campo muito fértil né de análise de debate que com certeza eu acredito que a sua fala deve contemplar algum desses aspectos de hoje então Professor Muito obrigado pela sua presença pelo aceite e passo a palavra pro senhor já conduzir então a a sua palestra vou pedir só pro colega colocar aí o slide que eu preparei para fazer um roteiro até paraa gente manter a questão da organização mas quero iniciar novamente agradecendo aqui essa casa mais uma vez
a oportunidade de falar com vocês sobre eh essa temática que eu tenho estudado eh junto a alguns orientando-os também de Mestrado eh e que é de tamanha relevância para nós dentro da perspectiva de pensarmos o campo e da formação de professores e o campo das políticas públicas brasileiras né então ah quero dizer que quando então me passaram a temática né bncc e a formação docente reflexões e análises eh a ideia era que a essa fala contemplasse os impactos da base Nacional comum curricular na formação de professores diante dessa ementa eu fiz então um recorte específico
para que a gente pudesse tratar aqui eh de Quais são esses Eh esses impactos que a gente vai obter e pensar na Perspectiva eh brasileira né primeiro eu quero dizer que eu falo de um lugar que se coloca de forma crítica eh a base Nacional comum curricular e ao alinhamento que a base Nacional comum curricular faz em torno do projeto de formação humana no Brasil né então ah eu parto do pressuposto de que há um alinhamento nesses embates nessas disputas que nós vamos percebendo na base Nacional como um curricular e na base Nacional comum para
formação de professores eh me posicionando na perspectiva de que é preciso compreendermos resistir e enfrentar então eu vou começar a fala dizendo um pouco de como é que a gente compreende esse movimento e essa relação depois das resistências e quais são os argumentos que sustentam essa resistência a esse projeto formativo e por fim eu vou então tratar de quais são os enfrentamentos que a gente então Eh passa a ter na perspectiva de se pensar a essa relação né bom eh é preciso destacar que a gente tem um projeto de sociedade em curso né Nós podemos
olhar ao cenário objetivo que a gente tem no campo das políticas públicas não só educacionais mas das políticas públicas como um todo entendermos que de uma ordem da totalidade há um projeto de sociedade em curso n um projeto no qual eh o currículo como com essa centralidade que a base nacional como curricular toma ele compreende essa articulação na qual nós vamos vendo os desdobramentos de tudo isso apesar de haver na Constituição Federal de 88 um Marco para se pensar um currículo comum Nacional eu quero destacar que é um currículo comum nacional e não um currículo
Nacional comum e faz uma diferença nós pensarmos uma ideia de base comum nacional e de pensarmos uma base Nacional comum eh eh em termos de como é que isso se articula porque quando eu digo que tem uma base comum a nação Eu entendo que há um projeto no qual as políticas públicas desenham caminhos diretrizes e possibilidades Mas cada rede cada instituição vai pensar à luz da sua realidade do seu contexto a sua propositura curricular quando eu trato de uma base Nacional comum eu defino nacionalmente aquilo que independente dos contextos e das realidades precisa ser tratado
eh nas instituições de ensino então partindo do pressuposto de que eu tô entendendo que há um projeto de sociedade em curso eu quero dizer que a base Nacional como curricular não se constitui como um projeto isolado dessa perspectiva de uma nova da formação de um novo sujeito de um sujeito de novo tipo nessa sociedade né Nós vamos vendo desdobramento disso na base Nacional comum para formação Inicial na base Nacional comum para formação continuada na reforma do ensino médio eh na reformulação por exemplo dos planos de carreira eh dos planos de cargos e salários como a
gente tá vendo agora de forma muito impactante no dia 14 né quando o governo do estado de Goiás envia paraa Assembleia Legislativa uma revisão do plano de cargos e salários dos professores do estado e Então você vai vendo que a base Nacional como curricular ela é um elemento que vai desdobrando outras Reformas e vai desdobrando outros impactos né Então quais são os impactos da base é sobre isso que eu quero então argumentar na noite de hoje a partir do que a escola coloca aqui de uma forma bem breve eu quero dizer a vocês que nós
temos do ponto de vista de se pensar a concepção da base Nacional como um curricular o o desdobramento a partir das reformas que a gente teve e sob influência da lógica neoliberal nós tivemos os parâmetros curriculares nacionais ali no final dos anos 90 no início dos anos 2000 as diretrizes curriculares nacionais e a partir de 2014 mas de forma efetiva 2017 com a aprovação na quarta versão a base Nacional comum curricular com a obrigatoriedade da implementação eh obrig desde 2020 né então quando eu olho pro cenário das políticas curriculares brasileiras eu vou ver nessa primeira
coluna os parâmetros curriculares nacionais na coluna do meio as diretrizes e a base nacional e eu vou percebendo como que há uma distinção nítida entre os objetivos que a gente tem para parâmetros para diretrizes e para base Quando eu olho pros parâmetros eu olho para referências Gerais eu olho para ideia de que havia naquele contexto do final dos anos 90 uma abrangência para a educação brasileira numa perspectiva de se parametrizar de dar ao ao país as redes municipais redes estaduais Federal e as instituições privadas referências gerais sobre como é que se pensa a perspectiva e
o caminho que a educação pública brasileira e a Privada né educação do povo brasileiro se organizaria no início dos anos 2000 a gente vai tendo ali até chegar a final de 2010 né as diretrizes que vão orientando a organização pedagógica curricular dos diferentes níveis e modalidades do Brasil com uma abrangência a diferentes etapas e modalidades de educação Então nós vamos ver uma série de documentos eh que vão criando diretrizes como para educação de jovens e adultos paraa educação da aqueles que estão privados de liberdade paraa educação daquelas crianças jovens adolescentes que estão em situação de
itinerância como por exemplo as famílias ciganas circo a educação para as diretrizes curriculares para educações étnico raciais Educação Especial educação à distância quer dizer nós vamos vendo uma organização de um país que vai dando e orientando como é que se organizaria mas havia uma perspectiva na qual as redes As instituições poderi tratar eh a a sua perspectiva curricular Quando eu olho pra Base Nacional como um curricular eu vou ver que ela vai definir ali direitos de aprendizagens essenciais que eu quero trabalhar um pouco essa ideia de aprendizagens essenciais daqui a pouco e nessa perspectiva ela
é um ato normativo e obrigatório com força de lei para todas as escolas públicas e privadas do país ou seja nós vamos olhar paraa base Nacional como curricular e vamos na definição da base via o poder Central via o Ministério da Educação via o aprovação do Conselho Nacional de Educação aquilo que vai ser ensinado nas escolas Então nós vamos vendo uma outra perspectiva curricular distinta das diretrizes e dos parâmetros curriculares nacionais ou seja se eu olho aqui nesse esquema que eu coloquei nós temos um planejamento Nacional né eu coloque aluns exemplos como o plano nacional
de educação a base Nacional comum curricular a regulação nacional esse planejamento é feito a partir da base Nacional como curricular que a gente chama de um macr planejamento é um planejamento da educação brasileira que envolve o campo públicas em verde há um projeto institucional que são projetos das redes de ensino com uma proposta pedagógica a proposta curricular os projetos políticos pedagógicos das escolas e por fim um planejamento de ensino ligado ali ao contexto da sala de aula ao contexto direto da relação professor e aluno nessa lógica a base Nacional comum curricular ela define de uma
forma autoritária de uma forma eh impositiva aquilo que se acontece lá no contexto específico e local da sala de aula porque ela define as habilidades que chegarão às competências de uma forma na qual as escolas não podem eh eh sair desse esquema apesar da bncc fazer uma ressalva e dizer que os estados né as redes estaduais municipais e as próprias instituições podem eh contemplar os conteúdos específicos e várias redes de ensino fizeram isso nos seus documentos curriculares há uma base que não pode ser mudada há uma base que tem que ser eh ministrado e uma
base com com com volume grande de de conteúdos né então você acaba permitindo uma liberdade Mas uma liberdade que é difícil de ser exercitada à medida em que eh o específico o cotidiano por exemplo não são contemplados nas avaliações externas né nas avaliações que geram dados nas avaliações que geram í nesse sentido né eu quero mostrar a vocês que há uma grande distinção entre as diretrizes curriculares nacionais para educação básica de 2010 para a base Nacional comum curricular e queria começar mostrando isso né uma mudança que não é uma não é um um uma simples
mudança mas é uma mudança no projeto de Educação Nacional né então quando eu olho para as diretrizes curriculares nacionais de 2010 a gente vê no próprio documento e aqui eu tô citando o próprio documento na sua página 35 que ele vai definir que há um respeito aos estudantes que as diretrizes é um princípio orientado para ação educativa mas que cada rede de ensino cada instituição por meio dos seus projetos políticos pedagógicos por meio do seus projetos curriculares vai criar as condições para que as crianças adolescentes jovens e adultos com a sua diversidade tenham a oportunidade
de receber essa formação que corresponda à sua idade própria e ao seu percurso escolar o que a gente vai eh ter dificuldades de encontrar por exemplo a questão dos jovens dos adultos e da diversidade na base Nacional comum curricular né ela se furta a a discutir essa dimensão que é posta eh para os estudantes brasileiros Ah ainda nas diretrizes a gente vai ver que há uma perspectiva de que a escola Organize os seus tempos os seus espaços os seus processos de ensinar e aprender a partir dos sujeitos e não dos conteúdos isso se faz de
uma diferença muito grande na base do documento curricular anterior né porque aqui parte-se dos sujeitos e não dos conteúdos a base vai partir dos conteúdos das habilidades e mais adiante eu vou mostrar a vocês que a base define a habilidade como aquilo como saber fazer né Ah bom então você a gente vai tendo aí algumas distinções né que na minha perspectiva de desvelar a vocês aqui compreender a base Nacional como curricular e a concepção que está posta nessa base é fundamental pra gente poder pensar os impactos e os enfrentamentos que a gente vai fazer bom
é preciso ainda destacar que nas diretrizes curriculares nacionais anterior à base Nacional como curricular a gente tinha eh uma perspectiva de se pensar o diálogo e a explicitação das concepções de educação homem sociedade mundo é possível a gente ler os documentos e ler as diretrizes curriculares dos anos de 2010 eh e e e compreender ali o que é homem o que é sociedade O que é o mundo né como por exemplo a concepção de educação integral que deve orientar e organizar a escola como um conjunto de atividades a ser realizadas bem como políticas sociais que
relacionam as práticas educacionais Então você vai vendo um desenho o que a gente não vê no documento da bncc né Eh um outro ponto que também acho importante a gente destacar é a concepção de currículo que estão nas diretrizes né que um currículo deve objetivar ações que possibilitam o desenvolvimento do indivíduo em todas as suas dimensões física psíquica cognitiva afetiva social ética estética o que para base a gente vai ver um foco nas questões pedagógicas Nas questões de conteúdo né ah negando esse avanço que a gente já havia vindo disputando até chegar às diretrizes curriculares
nacionais Ah então nas diretrizes curriculares nacionais dizia que não haveria lugar para prescrições modelos listagem de conteúdos pré-estabelecidos que fossem trabalhados em cada disciplina ao contrário o que se pretendia era superar a visão restrita fragmentada de um conhecimento meramente transmitido indo paraa base Nacional como curricular eu vou olhar a bncc e os princípios que a norteia e os princípios estão postos na ideia de competências Gerais né Tem uma orientanda que fez uma pesquisa sobre a dissertação de Mestrado sobre as 10 competências e a gente observa que as competências são competências na ordem do saber fazer
individual meritocrático naquilo que defir eh como responsabilidade o indivíduo e não o indivíduo e suas condições né bom então quando eu olho paraa proposta curricular apresentada e eu tô citando o próprio documento para fazer essa análise a o documento diz que ele tem um caráter de Norma é normativo há um conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais cabe aqui destacar né que a aprendizagem O que é aprendizagem essencial é preciso que a gente pense esse conceito que a base trata e você não vai perceber na base a a a palavra ensino porque o professor vai
ser subsumido nessa base né e obviamente que isso vai gerar uma perspectiva de um tipo de professor um professor eh muito mais técnico né que aplique eh fórmulas de ensino e não professores que pensam o ensino então a lógica de aprendizagens essenciais está posta na base Nacional como curricular desde a sua introdução e ainda há uma perspectiva da ideia da subsunção do direito à educação pelo direito à aprendizagem isso é também uma análise muito importante de fazermos porque os estudantes brasileiros deixam de ter o direito à educação e passam a ter direito à aprendizagem Isso
é uma distinção muito grande né E aí eu quero destacar algumas contradições que a base traz né Por exemplo ela diz que está em conformidade com o plano nacional de educação 2014/2024 que eh esse ano de 2024 nós tivemos em janeiro a conferência nacional de educação a conai eh da Qual a nossa universidade participou eu fui representando a nossa universidade eh tanto nas conferências municipais quanto na estadual e na nacional e nós então entregamos o documento síntese da conferência pelos movimentos sociais pelos movimentos sociais de base pelas entidades acadêmicas científicas e agora cabe a uma
ao legislativo e a gente tá nessa disputa com o legislativo para entender e e e manter vigilância sobre aquilo que a sociedade brasileira define como o plano pros próximos 10 anos né que Possivelmente é 25 35 se a gente conseguir que o legislativo e aprove esse plano né Eh dentro da perspectiva de que a população brasileira solicita né Por que que eu tô dizendo que aqui há uma perspectiva a pensar né que são Então as aprendizagens eh aprendizagens essenciais a base comum das referências para as aprendizagens está ali na na base Nacional comum curricular como
definida da seguinte maneira né Para Além da garantia de acesso permanência na escola é necessário que os sistemas e redes de ensino garantam um patamar comum de aprendizagem a todos os estudantes tarefa para a qual bncc é instrumento fundamental E aí eu faço aqui uma reflexão filosófica com vocês não é de perguntar qual é o patamar comum de aprendizagem a todos os estudantes para quais estudantes todos os estudantes de todas as classes sociais de todos os estados brasileiros mesmo Com tamanha diversidade uma diversidade Continental que esse país tem bom então ao falar perdão ao falarmos
dessa perspectiva nós teremos que entender que as aprendizagens essenciais estão muito relacionadas às avaliações externas de escalas globais e na meu projeto de pesquisa atualmente est a influência e as determinações da ocde que é organização eh do Comércio e desenvolvimento econômico no mundo né é engraçado a gente olhar uma organização do Comércio eh deliberando sobre currículo sobre formação de professores e é quem faz o pisa é quem induz a prova Brasil a provinha Brasil e todos esses exames saego enfim toda essa chuva de avaliações externas que as escolas brasileiras em especial as escolas públicas brasileiras
T enfrentado né onde os professores têm vivido uma rotina eh de planilhas uma rotina de dados uma rotina de informações numéricas e não de informações qualitativas né bom por que que eu tô dizendo isso né porque no próprio documento na página 13 tá escrito que é esse também a as competências o enfoque adotado as avaliações internacionais da organização para o comércio e desenvolvimento econômico ao CDE que coordena o programa internacional de avaliação dos alunos pisa né na sigla inglês as Organizações das Nações Unidas a Unesco a a o laboratório latino-americano de avaliação enfim eh a
própria base Nacional como curricular assume essa ideia de que essencial é aquilo que vai responder a essas avaliações externas a essa perspectiva dos dados né portanto e quando eu olho para essa ideia de que ela está em conformidade com o plano nacional de educação eu destaco como uma primeira grande incoerência porque o plano nacional de educação ele não define o direito de aprendizagem ele define o direito à educação a perspectiva de aprendizagem é uma dimensão Educacional mas ela não é a educação nãoé o desenvolvimento cognitivo o o desenvolvimento fundado na perspectiva de se pensar o
conteúdo é uma dimensão importante da educação mas ela não se se sintetiza nessa perspectiva né então a bncc não daria não caberia a ela fixar esses conteúdos mínimos esses conteúdos eh eh essenciais né engessando enrijecendo a ação pedagógica os objetivos educacionais eh parametrizando de uma forma homogênea a a a educação a perspectiva pedagógica das escolas né mas e por isso né a gente tá dizendo que é uma é um contrac seno dizer que a o que a base Nacional como curricular faz é aquilo que tá na Constituição Federal que está posto na LDB que está
posto no plano nacional de educação não é né apesar da gente ter um discurso hegemônico sobre isso eh não é verdade porque o que a gente define na Constituição Federal na LDB no plano nacional de educação é o direito à educação e não o direito à aprendizagem né bom eh e aí eu destaco mais uma vez né o documento quando ele tá dizendo que tenham assegurado os seus direitos de aprendizagem eh e desenvolvimento uma segunda incoerência é a limitação do direito à educação ao direito de aprendizagem o que contraria o artigo 205 206 da Constituição
Federal Artigo 2º e terceiro da LDB o artigo 2º do Plano Nacional de Educação então é importante a gente compreender que o projeto base Nacional como curricular ele não está alinhado aos documentos nacionais eh em termos de concepção Apesar de que há um discurso eh eh eh falacioso não crítico de que é isso né bom quando a gente faz duras críticas à base pela ideia de competências e habilidades nós precisamos entender o que que a base Nacional como trata sobre competências e habilidades né então ao longo da Educação Básica as aprendizagens essenciais são definidas na
bncc como aquelas que devem concorrer para assegurar aos estudantes as 10 competências Gerais e o que são competências e o que são habilidades na base Nacional comum curricular competência é definida como mobilização de conhecimentos os conceitos e os procedimentos e as habilidades a prática práticas cognitivas e socioemocionais né então nós temos lá as 10 competências e e as e a ideia de sócioemocional como se a perspectiva de uma condição social e emocional fosse individual né É como se eu fosse um sujeito eh eh descontrolado ou não há fatores sociais que levam a esse descontrole né
quando eu olho por exemplo paraa profissão docente eu não posso dizer que há uma dimensão eh da professora x adoecida a profissão docente adoecedor porque as condições de ser professor nesse país elas são condições adoecedor então não há só uma dimensão do adoecimento do professor X é uma dimensão desse Professor Mas é uma dimensão também social é uma dimensão também da categoria né então quando eu olho pras habilidades pras competências socioemocionais é como se o sujeito fosse capaz de controlar suas próprias emoções e o descontrolado é um problema do descontrole desse indivíduo né bom ainda
dentro dessa perspectiva né Há uma outra crítica que eu quero destacar aqui na pers ainda na ideia de compreender a base Nacional como curricular para que a gente possa entender os impactos disso na formação de professores que o conceito de competência adotado pela BCC ele Marca uma discussão pedagógica social nesses últimos anos eh mas que ele orienta né a maior parte dos estados e dos Municípios brasileiros nessa perspectiva que traz o documento quando ele escreve que a bncc indica que as decisões pedagógicas devem estar orientadas para o desenvolvimento de competências por meio da indicação Clara
do que que os alunos devem saber considerando a Constituição de conhecimentos habilidad atitudes e valores e sobretudo do que devem saber fazer Então veja é uma é um novo projeto de sociedade não é um cidadão que pensa e faz é um um cidadão que faça é um cidadão eh que realiza né bom o foco então da perspectiva das competências está alinhado aquilo que a própria base coloca que é o enfoque adot pelas avaliações internacionais que é esse cidadão de novo tipo esse sujeito de novo tipo que a gente precisa formar né O que nos gera
uma grande contradição à medida que ao longo do documento se materializa uma meta que será atingida ali né tomando como referência uma base teórica de currículo dos anos de 1950 1970 na perspectiva de uma organização pela lógica das competências do saber fazer fundamentalmente tratada eh pela pelo pragmatismo tratada pelo tecnicismo e que sofre grandes influências no Brasil bom eu quero trazer dois argumentos então da retomada do tecnicismo na bncc como fundamento teórico pedagógico que a sustenta que é a retomada Clara e inequívoca das habilidades né codificadas com letras e números Então as habilidades né quem
tem lid com a bncc sabe que tá lá ef por exemplo Ensino Fundamental 6 7 6to séo ano ef educação física habilidade 01 eh O que que significa essa codificação a ideia da codificação é a ideia que depois eu venho com a avaliação externa e verifico cada um desses códigos então uma perspectiva e organizacional bastante pragmática e tecnicista né ainda dentro do documento quando eu eu leio o próprio documento leio saber fazer eu vejo que a bncc coloca né que a perspectiva do saber fazer é a ideia de que a gente possa eh resolver demandas
complexas da vida cotidiana do Pleno exercício da Cidadania e do mundo do trabalho né eh e aí uma inserção específica aqui que é a explicitação de competências que ofereça referências pro fortalecimento de ações que assegurem aprendizagens essenciais definidas na bncc para um homem que saiba fazer para o trabalho e em termos de mercado o segundo argumento é que as habilidades elas são compreendidas como os desdobramentos das competências ou seja as habilidades como aquilo que se espera que os alunos se espera dos alunos não são tratadas como um ponto de partida mas como um ponto de
chegada que é a lógica das avaliações externas também é o resultado né então não importa o processo o que importa é o resultado então você vê que a centralidade está nos resultados e não no processo então quando eu olho lá por exemplo essa habilidade que eu coloquei como exemplo né diferenciar a escrevido livre do mundo antigo não se discute o processo da escravidão ou ou da servidão ou do trabalho livre assalariado mas se discute que é para saber a diferença entre eles e não o que os constitui inclusive nas relações sociais presentes dentro da da
perspectiva social em síntese até aqui em termos de compreensão o que eu gostaria de deixar claro é que a base Nacional comum curricular ela é uma indutora de um currículo prescrito norteador das avaliações externas nessa defesa que o Inep e o próprio documento faz quando eu olho para o MEC e vejo lá que é construir e aplicar procedimentos de avaliações formativas de processo ou de resultado que leve em conta o contexto e as condições da aprendizagem e não da possibilidade educativa tomando Tais registros como referência para um melhor desempenho da escola dos professores e dos
alunos assim sendo então n e nós vamos ver que a base Nacional como um curricular ela vai influenciar como eu disse já outras outros desdobramentos né então ela ela é um núcleo que eh dispara alterações e modificações e reformas em outros Campos também e o próprio documento coloca isso na sua página 5 ainda na introdução que a base Nacional comum curricular influenciará a formação Inicial e continuada dos Professores né produção de materiais didáticos matrizes de avaliação e os exames nacionais que serão revistos à luz desse texto Então você vê que o próprio documento ele já
traz na sua declaradamente esses desdobramentos e os impactos que ele vai ter obviamente se eu tenho uma um novo sujeito a formar eu preciso também de um novo sujeito que forme esses sujeitos né sendo assim né nos pergun eh tendo como referência aqui a professora elizabe Macedo da werge né se há tantos indicativos de Tais polí que tais políticas não dão resultados esperados o que que justifica a insistência né então por que que o estado brasileiro eh justifica tanto essa insistência Bom há duas posições que a que a gente que estudiosos nos apontam são os
interesses comerciais muito fortes né num país com uma população idades escolar de mais de 47 milhões de pessoas né segundo os dados do IBGE 2020 24% da população você tem ali um grande mercado né você tem ali uma janela de oportunidades Como disse o lemman né a partir da pandemia e a partir daquele da ideia da discussão do ensino híbrido naquele momento tenso que a gente viveu da pandemia há uma janela de oportunidades para pro mundo eh Empresarial pro mundo que quer mercado que quer nichos de mercado uma segunda hipótese não é é que a
dotação orçamentária com recurso do Tesouro Nacional só pro ano de 2019 teve mais de R 100 milhões de reais na implementação da base Nacional como curricular e quando a gente faz pesquisa por exemplo com as redes públicas de ensino o que a gente vê é um afastamento por exemplo das Universidades Quando eu olho paraa formação continuada de professores nas redes eh municipais e redes estaduais e eu tenho feito isso com os meus orientandos a partir do meu projeto de pesquisa você vai vendo que a universidade ela é retirada eh dos processos formativos de formação continuada
e quem tem assumido são as Fundações sejam ela Fundação ital social leman eh tantas outras Fundações né Por quê Porque essas Fundações trazem os pacotes eh então eu vou ver a criação por exemplo de itinerários formativos eu vou ver a ideia de trilhas de conhecimento e todos esses ambientes são ambientes que são vendidos esse grande público e esse grande mercado n e a base Nacional já diz isso né indução de novos materiais mas quem produz os materiais são essas essas grandes indústrias de materiais Então veja né ainda citando a professora elabe a gente Abrindo mão
então do carter público das políticas educacionais apenas pela parceria com as com as instituições privadas mas muito mais do que isso pela assimilação do seu modo de gestão né então o que a gente vai vendo É a lógica do sujeito competente o funcionário destaque do mês vir para dentro da escola né quando a gente olha pro estado de Goiás que que se coloca diante de ser o primeiro lugar do país como a melhor educação do país a gente não vê o que esse Estado faz então para contribuir com o outro estado se esse é o
melhor estado e a gente sabe das condições dos Estudantes Goianos como é que está o último lugar então nós vamos vendo uma lógica muito ligada ao modo de gestão das empresas sendo aderidos à lógica da educação à lógica de um projeto de formação de uma formação humana né bom se a gente conseguiu compreender tudo isso eu acho que a gente pode pensar algumas coisas para irmos mais adiante aqui do nosso raciocínio Então vamos pensar juntos aqui né Faz Sentido num país Continental como o Brasil um currículo Nacional Será que a gente tem as mesmas especificidades
as mesmas necessidades históricas culturais territoriais num estado como Rio Grande do Sul e no Piauí Será que de fato a gente consegue fazer um comparativo de igualdade quando a gente coloca esses estados para concorrer de forma igual quem é o melhor estado do país que ideologia que está investida nessa Perspectiva da meritocracia nessa Perspectiva da hierarquização Então faz sentido Essa Ideia de um currículo nacional ou faz mais sentido uma ideia comum ao cidadão brasileiro mas que cada um na sua realidade nas suas n suus na sua compreensão vai fazer esse desenho né o que há
por trás das justificativas educacionais de um currículo de um sistema de avaliação Nacional né o Michel vai dizer para nós uma investida ideológica O que há é um projeto de sociedade em curso e o terceiro ponto que eu acho que a gente também pode pensar juntos aqui é que a democracia ela vai deixando de ser um conceito político para se tornar um conceito econômico né então nós vamos vendo uma ênfase na Perspectiva do Sucesso econômico e não do Sucesso humano nós vamos vendo uma perspectiva que desenvolvido é o sujeito econômico economicamente desenvolvido e não o
sujeito humanamente politicamente socialmente e culturalmente desenvolvido né bom Se há então um novo projeto de sociedade em curso cabe agora a gente pensar né O que que é a base Nacional comum curricular nos seus embates nas suas disputas como é como resistir a isso né como é que nós vamos perpassar essa essa essa implementação dessa nova lógica né então se a gente compreendeu e desil o Real em torno da base como é que a gente vai avar no sentido de Resistir para posteriormente enfrentar quero dizer então primeiro né que pra gente eh resistir a gente
precisa entender que a formação de professores precisa precisa ser valorizada nós precisamos olhar paraa formação de professores na perspectiva de se pensar o trabalho docente e não apenas o ensino mas as condições de ensinar as condições de ser professor nesse país as condições formativas de professores nesse país nós precisamos olhar para trabalho docente com o entendimento de que a meritocracia individual ela é danosa nós estamos vendo aí um plano de uma revisão do plano de carreira dos professores do estado de Goiás no qual grande parte do do do dos proventos desses professores será ligado a
bonificações ligados a uma lógica meritocrática né de acordo com os índices mas que ao aposentar Esse professor ele não tem esses valores agregados ao teu salário né Nós vamos vendo uma a condicionalidade do professor não poder se ausentar da escola seja por qual motivo for porque senão ele vai perder o seu bônus Ah então você vai vendo que os impactos da base Nacional como curricular eles são impactos muito eh assevera aqui né Eh dos professores ah O professor precisa ser visto como um agente do direito à educação nos seus processos né portanto não eu preciso
fugir dos elementos de controle do trabalho os professores não têm mais tempo para pensar eh o volume a intensificação do trabalho dele o volume de tarefas que vão se apresentando né Eh quando você chega com o material ele di tem que tem que tratar esse material e a exaustão já é tanta que Ah tem que trabalhar então vou trabalhar e não há espaços de discussão há uma desmobilização do coletivo né portanto é preciso que a gente entenda Quais são os mecanismos que nós vamos enfrentar né E aí aqui eu quero dar um destaque que os
enfrentamentos na minha leitura né são enfrentamentos a perspectiva de uma mobilização coletiva movimentos sociais movimentos de entidades acadêmic científicas que nós fazemos parte né se hoje a gente tem alguma nota de repúdio se hoje a gente tem alguma algum documento coletivo esses documentos estão nesses movimentos sociais que é altamente descaracterizado né pelo Estado como não funcionais como não interessantes né o segundo enfrentamento na minha compreensão é um enfrentamento que a gente precisa revelar o projeto que está por trás dessas normatizações nós precisamos ter clareza de qual é o encaminhamento que projeto de homem de mundo
e de sociedade que está por trás desses projetos que se apresentam aparentemente como projetos de melhoria projetos eh revolu ários e precisamos de um outro projeto de formação de professores né precisamos de um projeto de formação de professores que tem a docência no seu sentido ampliado como defesa e quando eu chamo aqui a ideia de docência no seu sentido ampliado é de entender que a profissão docente ela é uma uma profissão que ela tem uma eh ocupacional a gente tem lá um trabalho a ser feito em tantas horas na escola com tantas horas para ensinar
isso aquilo aquilo outro mas nós temos uma dimensão que tá na Essência da nossa profissão que não é ocupacional que é social então é preciso que eu entenda a docência não como sinônimo de ensino e aprendizagem mas que eu entendo a docência como uma profissão transformadora como uma formação que é capaz de fazer com que o humano se humano não é é ensinar a Humanidade para os seres humanos que contemplam os aspectos e cognitivos mas que não se redu a eles Ou seja é preciso que a gente retome condições de trabalho partindo de uma perspectiva
de que a gente entende competência Não nessa lógica da meritocracia mas a gente entende a competência né como o domínio de um conhecimento de uma determinada área e das suas estratégias de socialização a gente tá fazendo a defesa aqui de um professor competente mas um professor que é intelectual um professor que tenha conhecimento de si mesmo conhecimento dos alunos conhecimento da sociedade da sociedade que ele faz parte do projeto de sociedade que tá em disputa das características e dos processos de ensinar e de aprender das responsabilidades e do compromisso que ele precisa ter para a
construção de uma sociedade Justa e emancipada então o professor competente não é aquele que atinge resultados mas é aquele que pensa ao longo do processo formas estratégias de socialização do conhecimento produzido historicamente pelos homens um professor como um sujeito que elabora conhecimentos que tem que ter condições objetivas de fazer uma análise da sua prática da sua da sua prática de forma fundamentada com referencial teórico que permita ele né incessantemente buscar uma educação de qualidade social pedagogicamente referenciada Então não é um um professor que saiba apenas tipos de metodologias ativas mas que ele seja capaz de
pensar em que medida essa metodologia é uma metodologia capaz de socializar o conhecimento mas não na perspectiva do repasse não na Perspectiva da reprodução mas na Perspectiva da compreensão né portanto eu tô aqui fazendo a defesa de um professor como um intelectual e que toma o teu trabalho O trabalho docente no sentido ampliado de uma dimensão social e ocupacional como um ponto de chegada Mas também como ponto de saída e não apenas de resultado mas de processo né eh nessa perspectiva né Eu quero então dizer aqui a vocês que em síntese né Nós temos Ah
uma base Nacional comum curricular que que é um documento normativo que define as aprendizagens que tá estruturado em competências e habilidades que tem grandes impactos na formação de professores como por exemplo as diretrizes 2 de 2019 que a gente Manteve resistência desde 2019 mas que agora em abril de 2024 na resolução 4 de24 implementa uma política de formação de professores e que ela impacta nessa política de Formação porque há uma mudança né da Perspectiva da formação na qual formação Inicial é orientada pela bncc que tá numa perspectiva de padronização e de flexibilização do trabalho do
professor né um esvaziamento da perspectiva crítica porque a ênfase nas competências minimiza as discussões mais amplas de cidadania de Formação integral né portanto uma concepção tecnocrática de educação presente nas diretrizes da formação de professores uma formação docente muito vinculada à prática pela prática na prática a a uma uma diretriz que distancia a unidade teoria e prática né Eh que não trata da diversidade Regional que não trata de uma forma conectada unida formação Inicial e continuada porque é uma diretriz que separa a formação inicial da formação continuada eh uma perspectiva de uma valorização da Autonomia docente
ligado à autonomia prática e e numa lógica de que é pela inovação numa perspectiva de que a de que o incentivo é de que os professores investiguem as suas próprias práticas e não investiga a educação no seu sentido mais amplo e mais completo né E aí nós vamos vendo a duras críticas a das diversas entidades a lógica então e os impactos que isso vai se dar dentro da Perspectiva da base nacional e da base Nacional comum para formação de professores que é a l as críticas né e eu elenquei aqui em seis críticas para para
dizer sobre os enfrentamentos que é a centralização e a homogeneização do currículo Então nós vamos di uma bncc eh que é criticada porque estabelece um currículo Centralizado Desconsidera as diversidades regionais culturais das escolas brasileiras essa lógica da homogeneização ela compromete a autonomia a autonomia dos professores limita a possibilidade de ajustes diante da realidades locais e do contexto dos Estudantes desvaloriza a autonomia do professor né porque nós vamos olhando pra Base Nacional como um curricular e vai vendo o quanto ela vai enfraquecendo a condição de articulação e de posicionamento dos professores nós vamos ver também o
impacto nas políticas neoliberais e nas técnicas de controle do trabalho do professor Então você vai vendo um professor que que fica muito mais dependente e e controlado por meio de planilhas por meio de de dados e e de resultados né Nós vamos ver uma exclusão da participação democrática na elaboração desses documentos então quando eu olho paraa bncc não houve uma participação efetiva e democrática dos das diferentes entidades né então a eu olho paraa base Nacional comum de formação de professores e vejo a exclusão da participação democrática na elaboração então nós tivemos um mês para participar
via eh digital eh depois prorrogou-se alguns dias mas nós não fomos esclarecidos por exemplo de quais foram Qual foi a metodologia utilizada para contemplar ou não as demandas que foram enviadas nas análises do país como um todo né Nós vamos ver como quinto ponto uma conexão entre as condições objetivas de trabalho né então nós vamos ver uma responsabilização dos professores responsabilizar os professores pelo desempenho dos Estudantes ignorando fatores estruturais como financiamento insuficiente condições precárias de trabalho falta de recursos nas escolas eh mas ao professor e é aquele que se vira e transforma e dá conta
e por fim uma padronização na formação Inicial e continuada na perspectiva de que a bncc induz uma base Nacional comum para formação de professores uma BNC formação de professores o que essa padronização reduz drasticamente a capacidade dos cursos de licenciatura de formar professores críticos transformadores e inovadores né Então essas críticas elas vão convergindo pra ideia de que na que a bncc e a BNC formação ela enfraquece o papel dos educadores como agentes transformadores que contribuam para uma visão eh ampliada de educação emancipada para uma sociedade justa igual né voltando muito mais paraa perspectiva do controle
e da eficiência eh de uma formação numa visão muito mais tecnicista né É nesse sentido então que eu quero aqui fazer as minhas palavras finais né diante desse cenário que eu traço diante dessa perspectiva né de compreensão de resistência de enfrentamento que eu gosto muito de uma fala do rond Williams que é uma fala esperançosa de que é possível né apesar de tentarem nos convencer de todos os modos de que não é possível mas é importante ser verdadeiramente radical né e o Raymond Williams eh ele é um um autor né que ao dizer que ser
verdadeiramente radical é tomar a esperança possível e não o desespero convincente né porque a gente se sente desesperado mas esse desespero na Perspectiva dele é um desespero convincente né então nessa fala do rond Williams eu queria dizer né como é que a gente responde a esse período de de tantas crises que a gente está vendo né diante desse desespero ou nas palavras dele né E essa coisa convincente e o Raymond William vai dizer que ser verdadeiramente radical é tomar a esperança possível em vez de tomar o desespero que convence né E que é convincente eh
e eu queria dizer que eu sei que temos por vezes tomado né e o desespero bastante convincente ao longo das denúncias que a gente vem fazendo nas nossas pesquisas eh no campo das políticas públicas mas eu quero também aqui anunciar que não é possível recuar né não há confronto eh em antigas certezas ou melhor no sentido radical do que nós defendemos nós defendemos uma uma educação pública de qualidade socialmente referenciada e nós não podemos eh recuar nisso não há confronto nessa nessa certeza de que a gente quer uma sociedade mais igual Justa e democrática portanto
nós devemos repensar o mundo a partir dos princípios fundamentais do bem coletivo do desenvolvimento humano poderia dizer então aqui a vocês que diante dos vários pontos possíveis inicialmente é partirmos daquilo que parece ó óbvio né daquilo que é o mais possível de ser visto o mercado por si só não pode atender as nossas necessidades humanas não há possibilidade de Educar para o mercado porque ele não é capaz por ele mesmo de atender as nossas necessidades humanas porque ele é frio porque ele reduz a questões e financeiras econômicas isso não tem a ver com aquilo que
essencialmente nós defendemos então nessa frase do Raymond Williams né ser verdadeiramente radical é tomar a esperança possível porque é possível isso tá na nossa essência tá naquilo que nós defendemos na origem e não o desespero convincente né o medo o pavor A desesperança então eu queria encerrar com uma palavra esperançosa de que as lutas são os impactos são drásticos mas que é possível enfrentarmos e resistirmos porque aquilo que nós queremos é um bem comum é um bem coletivo é uma sociedade em que nós todos tenhamos as condições eh possíveis então quero encerrar aqui até para
que a gente tenha o combinado deixo aqui as referências né que quem tiver interesse aí depois pode também procurar e e me mandar mensagens que eu devolvo envio esses slides também se alguém tiver interesse e me parece que agora a gente abre um pouco aí para algumas questões Se alguém quiser colocar alguma coisa que esteja à vontade e passo volto a palavra Professor Isaías para mediar esse encaminhar aqui Bom Professor Renato eh fantástica né Acho que essa essa exposição que você faz sobre sobre a BNC e principalmente dessa abordagem que coloca Talvez um cheque muito
grande no papel do professor né Eu em vários momentos aqui pensando numa numa numa analogia que a gente poderia fazer e se não me falha memória eu acho que na década de de 30 eh o Charles Chaplin faz um filme chamado Tempos Modernos e me parece que a a cena mais ou o momento do filme mais marcante até então é justamente a mecanização de um processo Deão e pouco tempo depois podemos dizer assim a gente vai verificar até na no processo educacional daí quando você chama a atenção de dessa da mudança que a gente encontra
na bncc aonde o foco da educação ele é totalmente eh voltado né paraa questão da aprendizagem e isso vai eh de frente né vamos dizer assim até mesmo com aquilo que a que a que a constituição coloca como preceito Educacional a gente tem que se perguntar né Eu acho que de é função de quem trabalha na escola de começar a voltar lá nessa redação da Constituição eh brasileira e começar a pensar o que que é então que a a gente vai entender enquanto eh ter o o o que a educação deve eh proporcionar um pleno
desenvolvimento da pessoa que pleno desenvolvimento é esse A partir dessa perspectiva de aprendizagem e não de educação como é que se pensa num cidadão que vai exercer o seu direito a partir de um processo não crítico de Formação ele provavelmente eh não terá instrumentos eh até mesmo cognitivos para chegar a essa contextualização e se entender enquanto seres e principalmente enquanto cidadão E aí a gente fica pensando que é o terceiro ponto que é posto na constituição que é a qualificação pro trabalho né E aí faz eu queria fazer a seguinte pergunta Que trabalho é esse
que que se refere a esse futuro profissional eh pelos quais né nós professores vamos formar eh me me me vem essa esse pensamento que aí eu tô vendo char Chap na minha frente fazer sem pensar executar sem sem possibilidade de criar né E aí eu vejo isso como um retrocesso também né quando a gente pensa que a aprendizagem dentro de um de um espaço Educacional ele vai ser medido por competência habilidade e atitude é muito dolorido né acho que é muito dolorido para quem já tem alguns anos de estrada no processo da escola no processo
de formação Educacional eh eu eu não tô assim localizando uma uma uma questão colocada pelos nossos ouvintes aqui mais direta enquanto dúvidas né mas as pessoas agradecendo a sua fala a maneira muito didática pela qual você expõe mas eu acho que que pra gente fica eh a inquietude né de pensar em todos esses pontos que você levanta naquilo que a gente pode pensar enquanto formadores de professor né O que que nós enquanto professores Vamos colocar para essa toda essa geração que vai passar pela nossa mão e que vai ter que de certa forma conviver com
todo esse processo pelo qual nos é imposto né Porque apesar a gente quando escuta alguma coisa da bncc a gente vê muitas informações né e eu reforço a sua fala falaciosas né de que isso foi amplamente debatido discutido Dent dentro das das das instâncias eh do nosso Estado do nosso país como um todo e até mesmo dentro de grupos de especialistas né mas eu não acredito sinceramente que um documento tão intencional desse né tenha saído de uma colaboração de um grupo de professores principalmente aqui no nosso estado a gente tem feito essa discussão na escola
né que talvez o estado de guais tenha sido um dos estados que fez inclusive uma eh fez uma resistência né né a a a própria implantação da das diretrizes de professores de 2019 né então isso eh precisava até como a gente a gente tem esse sonho né de realmente ter um pacto interfederativo nesse processo então Eh como eu não não não tô assim não tô conseguindo identificar aqui uma pergunta mais direta Professor Renato eu coloco para para o senhor Aí caso queira fazer o encerramento dessa fala e mais uma vez em nome né da da
da puc da pontifícia Universidade Católica de Goiás da professora Rose de toda a coordenação né da escola de formação de professores e humanidades deixar o meu agradecimento à sua fala a essa disponibilidade de estar conosco hoje volto a dizer trazendo a inquietude Eu acho que isso acho que é eu acho que é é é o ponto forte dessa noite né momentos que pra gente pontos paraa gente poder pensar paraa gente poder refletir porque nós somos agentes eh Pilares né desse processo nós estamos aí numa posição pela qual ela é determinante na na reflexão é daquilo
que nos é apresentado enquanto projeto de Formação Nacional então muito obrigado né pel essa noite e também já Desejo a todos uma boa noite e obrigado por essa noite maravilhosa acho que você toca bastante num ponto bastante importante né Isaías porque eh se não fica se não Claro para todos mas eh para nós na universidade fica claro aqui a minha concepção de trabalho né porque a perspectiva do trabalho como atividade humana é aquilo que nos diferencia de todos os outros animais é a nossa capacidade de de de interagir com a natureza transformar essa natureza em
benefício da nossa própria espécie eh é essa energia na qual nós por meio eh da relação eh com a natureza somos capazes de produzir a nossa própria humanidade aquilo que um outro animal não faz por exemplo construir sua casa para ser abrigado da chuva essa espé que humana faz só que o modo com o qual trabalho no seu sentido original el toma referência nessa sociedade a gente faz com que esse trabalho Deixe de ser um trabalho humano para se constituir num trabalho que se reduz oou que se sintetiza na Perspectiva do que que eu ganho
né e eu acabo me descolando dessa dimensão que eu tenho humana né e passo a agir sobre a natureza em torno de aquilo que me dá em troca eu perco o valor de uso e tomo o valor de troca como referência para mim para minha existência né então que parece para que eu possa existir eu preciso ter algo que possa pagar a minha existência né E não é verdade porque nós existimos porque na verdade nós somos humanos então Eh quando a gente lá na Constituição discute aí a perspectiva de Formação pleno exercício da Cidadania e
qualificação pro trabalho não é qualificação pro serviço não é qualificação pro emprego né porque trabalho não é sinônimo de emprego ou de serviço é desse trabalho que nós estamos constitucionalmente tratando né E aí Isaías antes de eu terminar eu quero aproveitar e dizer aqui fazer uma propaganda porque nós estamos vindo estamos trazendo para Goiânia né Eh em maio do ano que vem o 22º encontro nacional da Associação Nacional pela formação dos profissionais da educação e nós estamos retomando os 39 anos da carta de Goiânia de 1986 Quando ali na pré-constituição Federal reuniu-se em Goiânia na
coordenação da professora cléria Craveiro ir bâo ieu uma série de outros intelectuais Goianos e ali nós definimos O que que a gente queria constitucionalmente paraa educação nesse país e e levamos isso adiante na Constituição Federal levamos isso adiante na eddb e a gente vai retomar a partir desse evento 12 13 e 14 de Maio do ano que vem nesse encontro aqui em Goiânia retomando os 39 anos da carta de Goiânia do quão é importante as entidades o papel coletivo e fazendo uma retomada desde a carta de Goiânia como é que nós fomos disputando e fomos
vencendo várias disputas porque aí a de que a gente entra numa desilusão sabe Isaías e não adianta se nós não retomarmos o papel social coletivo que nós temos naquilo que nós defendemos paraa sociedade nós vamos eh ter a vamos estar fadados ao fracasso porque o que nos iguala é a defesa de uma sociedade Justa e igual mas não é justa economicamente é justa de justiça social é justa de humanidade é justa com aquele que tem condições e com aquele que não tem condições né então é é uma é um chamamento né que eu acho que
que você chamou de inquietude que eu particularmente e as pessoas nas quais Eu Tenho tratado ido né Acho que e algumas pessoas me perguntam assim mas você traz você vai inventa muitas coisas não eu acho que esse é o papel é o meu papel né de uma forma eh com de não me reduzir a sala de aula aos meus orientandos mas de tentar falar com o número maior possível de pessoas né aqui eu olhei deve ter tido eu vi 198 pessoas eu falo com 198 né enquanto muitas vezes uma propaganda de uma Fundação fala com
milhões de pessoas na Rede Globo em outra emissora de tv mas é nesse pequeno que as coisas se mant que a resistência que os enfrentamentos se dão N A universidade tem umel important nesses enfrentamentos que por mais que muitas vezes né um orientando falou assim mas vocês nuncam ganham essas disputas eu digo a gente sempre ganha porque a resistência é aquele lugar que a gente ocupa né então quando a universidade incomoda as políticas públicas e eles Afasta a universidade é sinal de que a universidade ainda tá viva na sua essência é sinal de que a
universidade Ainda Está ocupando o teu lugar né então assim eu não me importo de ser perdedora significa dizer que eu não tô do lado da aqueles que estão lá né E que bom que ainda tem gente perdendo nas disputas Então acho que é isso é uma fala que que é mobilizadora do enfrentamento é mobilizadora da luta coletiva nós estamos enfrentando agora agora essa esse PL aqui do Governo do Estado de Goiás vamos precisar nos unir porque o que faz é de uma destruição com com a carreira dos professores no Estado de Goiás né uma retirada
dessas condições as pesquisas vem mostrando e revelando a realidade desse estado que é primeiro lugar então que a gente possa ler as pesquisas que a gente possa participar dos eventos né apesar da gente estar exausto cansado Enfim uma série de coisas para nos colocar em situação de desânimo né ou como diz o o o Raymond Williams né de colocar nesse lugar eh eh convincente né essa esse desespero convincente mas que a gente possa retomar o a esperança e a esperança de forma radical né Muito obrigado Mais Uma Vez pelo espaço pelo debate né E vamos
eh continuar nossas lutas naquilo que a gente acredita mantendo os nossos princípios né com certeza Professor Muito obrigado boa noite a todos então e a gente espera revê-los né numa próxima oportunidade para que a gente possa estar aí conversando sobre temas tão relevantes Como foi o dessa noite obrigado Professor Renato boa noite boa noite boa noite a todos pois não