A Hipótese da Floresta Negra

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Ciência Todo Dia
O Paradoxo de Fermi é uma das maiores incógnitas na busca por vida fora da Terra. Se o Universo deve...
Video Transcript:
No dia 15 de agosto de 1977, um astrônomo trabalhando na Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, fez uma descoberta bastante estranha. Analisando os dados obtidos pelo telescópio com que ele estava trabalhando, o astrônomo Jerry Ehman não podia acreditar no que ele estava vendo. Em uma onda de empolgação, ele só conseguiu pegar a primeira caneta que ele viu pela frente, fazer um círculo em uma folha de papel e escrever as palavras que provavelmente saíram da sua boca.
Wow! Até hoje, a origem do sinal de rádio que foi captado por esse telescópio é um mistério. Mas acreditar que talvez essa seja a primeira detecção de um sinal emitido por uma civilização extraterrestre não está completamente descartado.
O sinal Wow, como ficou conhecido, durou aproximadamente 72 segundos. E o que deixa a história ainda mais intrigante foi um artigo publicado alguns anos antes da detecção do sinal, em 1959. O artigo, feito por dois astrônomos da Universidade de Cornell, especulava que civilizações inteligentes espalhadas pelo universo provavelmente tentariam se comunicar através de uma frequência do espectro eletromagnético muito específica, de 1420 MHz.
Essa frequência não foi escolhida por acaso. Ela é conhecida como a linha de hidrogênio, uma frequência muito específica emitida por átomos de hidrogênio neutros. A ideia dos autores era de que o hidrogênio, por ser o elemento mais abundante do universo, teria o seu espectro bem conhecido por praticamente qualquer civilização tecnologicamente avançada do universo.
Então ele poderia ser usado como uma espécie de linha geral de comunicação. A frequência do sinal Wow foi de 1420,3556 MHz. Um valor tão próximo da linha de hidrogênio que aquilo parecia ser bom demais para ser verdade.
Décadas se passaram desde que o sinal foi captado, e a origem exata dele ainda é um mistério. Ele veio da direção da constelação de Sagitário, e alguns astrônomos inclusive conseguiram achar estrelas bem parecidas com o Sol nas proximidades de onde imaginamos que o sinal foi emitido. Será que o sinal Wow foi a primeira detecção de vida extraterrestre da história e nós ainda não nos demos conta disso?
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Em 1961, um astrônomo chamado Frank Drke resolveu criar uma equação pra nos ajudar a estimar quantas civilizações inteligentes existem na nossa galáxia. A equação de Drke, como ela ficou conhecida, não é uma equação que tem uma validade científica no sentido de representar a realidade. Ela é mais uma espécie de guia para que a gente possa se aprofundar em um tema tão especulativo como a busca por vida fora da Terra, usando o melhor do nosso conhecimento científico como base.
Mesmo assim, os valores que a equação nos dá como resultado variam bastante. Mas mesmo fazendo estimativas conservadoras, usando os nossos melhores dados colhidos através de décadas de trabalho árduo de incontáveis cientistas, a equação nos diz que talvez existam milhares de outras civilizações dividindo a galáxia com a gente. Então, onde estão todas essas civilizações inteligentes?
Esse é o famoso Paradoxo de Fermi, cuja origem remonta ao físico Enrico Fermi por volta de 1950. O Paradoxo de Fermi é uma constatação de uma suposta contradição. Nós vemos um universo cheio de lugares onde a vida poderia surgir.
Quanto mais nós estudamos e buscamos, mais vemos possibilidades incontáveis planetas que poderiam abrigar a vida. Em um primeiro momento até parece que a vida no universo é mais uma questão de probabilidade do que de dificuldade. Existem tantos mundos diferentes habitando tantas estrelas diferentes e o tamanho e escala do universo são tão grandes que é quase certo que a vida deveria surgir em mais mundos.
Só que por outro lado, mesmo com todos esses indícios e lugares onde a vida deveria ser possível, até hoje tudo indica que nós estamos sozinhos. Se o universo parece e deveria estar tão cheio de vida, então. .
. pra onde foi todo mundo? Será que nesse ponto da história alguém já não deveria ter tentado se comunicar com a gente?
O Paradoxo de Fermi virou objeto de estudo de diversas personalidades, da ciência e astrobiólogos por muitos anos. Se você perguntar pra algum, ele provavelmente vai responder com a hipótese favorita que explicaria o Paradoxo de Fermi. E várias delas são muito boas e extremamente coerentes.
Mas o vídeo de hoje é reservado a provavelmente uma das soluções do Paradoxo de Fermi mais obscuras e assustadoras, com implicações que poderiam mudar a maneira como a humanidade conduz a sua busca por vida fora da Terra, a hipótese da Floresta Negra. Fala mais baixo. Eles vão conseguir te ouvir.
Talvez a nossa galáxia esteja cheia de vida nesse momento, mas sabemos que quase toda estrela que conseguimos observar possui planetas. A solução da Floresta Negra para o Paradoxo de Fermi aceita isso. Mas então como que ela lida com o fato de para onde nós olharmos nós ouvirmos nada mais do que um silêncio ensurdecedor de escalas cósmicas?
A ideia principal da Floresta Negra é que todas as civilizações têm medo de revelar sua posição para o resto do universo, justamente porque nós não temos como saber qual é o nível tecnológico ou as intenções dessas outras civilizações. A ideia da Floresta Negra fica ainda mais assustadora quando lembramos que a humanidade está incessantemente enviando sinais pro espaço há mais ou menos 100 anos. Qualquer civilização inteligente e um raio de 100 anos-luz aqui já deve ter recebido os nossos sinais.
Mas por que exatamente uma civilização extraterrestre destruiria outra pelo simples fato de ela existir? Vamos tentar esquecer toda a bagagem evolutiva que nós temos como humanidade por alguns momentos. Sim, nós fazemos coisas estúpidas uns com os outros de vez em quando.
Mas nós temos uma consciência de que nós precisamos sobreviver como espécie. Em momentos de crise, nós tendemos a colocar a sobrevivência da nossa espécie como prioridade. E isso faz bastante sentido do ponto de vista evolutivo.
Qualquer espécie que não se preocupe ao máximo em se manter existindo, vai perder espaço e recursos importantes para continuar existindo. É como se o planeta Terra fosse um grande jogo em que apenas as espécies mais egoístas tivessem uma chance real de se saírem vencedoras. E a ideia da Floresta Negra é basicamente essa, só que na escala da nossa galáxia.
Com apenas duas premissas, nós chegamos num cenário assustador descrito pela hipótese. Primeiro, o principal objetivo de qualquer civilização é continuar existindo. Segundo, as civilizações que já existem no universo vão continuar se expandindo.
Só que os recursos existentes no universo não vão expandir juntos, eles são constantes, então cada vez eles se tornam mais escassos. Vamos pensar na humanidade por alguns segundos. Nós já estamos chegando no ponto em que temos tecnologia o suficiente para começar a colonizar outros planetas do nosso sistema solar, mesmo que de maneira lenta atualmente.
Vai chegar em um ponto em que nós teremos expandido para todos os lugares possíveis dentro do sistema solar. E os recursos que nós vamos precisar para manter e continuar a nossa expansão que nós temos aqui não serão mais o suficiente. Nós vamos precisar, nesse cenário, expandir para outros sistemas solares.
Mas e se quando nós chegarmos neles, descobrirmos civilizações que ainda estão atrás de nós na árvore tecnológica? Talvez a melhor alternativa seja simplesmente aniquilar a civilização. Novamente, nós vivemos em um universo com recursos limitados e escassos, e sobreviver é a nossa principal preocupação.
Dada dessas premissas, não seria estranho imaginar civilizações predadoras aniquilando toda e qualquer outra civilização que dê as caras ao universo. É uma questão de sobrevivência e de recursos. Hoje nós já estamos lidando com problemas para conseguir diversos elementos preciosos.
Tanto é que mineração de asteroides ricos nesses elementos deixou de ser questão de ficção científica e virou pauta de discussões da realidade. Até leis estão sendo feitas para isso. Não seria incabível imaginar que uma civilização extremamente mais avançada do que a nossa, com capacidade de viajar entre estrelas e sistemas solares, aniquilaria tudo e todos que visse pela frente com o único e exclusivo propósito de salvar recursos que vão ser importantes no futuro.
Você não tem como saber quais são as intenções de outras civilizações. É impossível de saber se elas são amigáveis ou inimigas em potencial. E trabalhando com essas informações limitadas sobre tudo e todos, a melhor alternativa para continuar vivo é não se perguntar.
Apenas destruir qualquer coisa que apareça na nossa frente antes de ela virar uma ameaça. Nesse jogo de sobrevivência cósmica, a melhor alternativa é continuar existindo e permanecer no mais absoluto silêncio. Torcendo para que nenhuma outra civilização extraterrestre tenha percebido nossa existência ainda.
Se nós vivemos em um universo governado pelas leis da sobrevivência, isso seria uma péssima notícia para o nosso instinto curioso. O sinal Wow talvez tenha sido a primeira detecção que nós já fizemos de uma civilização extraterrestre tentando se comunicar, provavelmente também foi a última. Levando em conta todos os anos que demorou para o sinal chegar até nós, quantas outras civilizações interceptaram esse sinal pelo caminho?
Se o sinal Wow realmente foi obra de uma civilização inteligente, então ela provavelmente já foi aniquilada. Toda a ideia que seres humanos têm de exploração espacial, de descobrir novos mundos, novas formas de vida, novas culturas e maneiras de entender qual é o nosso lugar no meio disso tudo, talvez seja só reflexo de uma espécie que ainda não amadureceu o suficiente para jogar o jogo do universo. A hipótese da Floresta Negra é um olhar sombrio e perturbador sobre a possível natureza da galáxia que nós vivemos.
Não existe uma razão forte pela qual nós devemos olhar para ela e descartarmos a teoria, porque ela é sólida na sua essência. Talvez o universo seja realmente hostil e nós nunca recebemos sinais de outras civilizações, porque todas elas perceberam que para continuar sobrevivendo, a melhor estratégia é permanecer em silêncio. Mesmo que civilizações predadoras não existam, e que todas as possíveis civilizações extraterrestres sejam pacíficas, a simples possibilidade de elas poderem existir, de certa forma nos obriga a desligar nossas comunicações e a aceitar o silêncio como uma estratégia evolutiva.
Assim como na Terra, várias formas de vida desenvolveram a camuflagem como uma estratégia de sobrevivência para não serem vistas por predadores, talvez a humanidade tenha que fazer o mesmo, desligando de uma vez todas as nossas comunicações e aceitando o silêncio esconderijo como uma estratégia de sobrevivência. Mas eu gostaria de saber de vocês. O que vocês acham dessa hipótese?
Eu quero ter uma discussão com vocês aqui nos comentários. Muito obrigado e até a próxima.
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