Opinião | Desequilíbrio Digital | 21/06/2024

[Aplausos] as crianças e os adolescentes de hoje são chamados de nativos digitais ou seja chegaram ao mundo em um tempo em que celulares tablets videogames já faziam parte do dia a dia eles parecem ter ido né já sabendo mexer com esses dispositivos o que faz com que o desafio de pais e mães em monitorar e até controlar o tempo de telas deles seja ainda maior mas a pergunta que fica é é preciso realmente impor limites no tempo em que as crianças e os adolescentes passam em frente a esses dispositivos por quê como fazer isso quando

Esses aparelhos já fazem parte ali do cotidiano de toda a família estão presentes até nas atividades mais corriqueiras da escola bom para conversar sobre esse assunto a gente recebe aqui o psicólogo Cristiano Nabuco que é fundador do grupo de dependências tecnológicas do Instituto de psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e com a gente também advogada especialista em direito digital e autora do livro crianças e adolescentes no mundo digital Alessandra Borelli sejam muito bem-vindos é um prazer ter vocês com a gente aqui na opinião mas antes da gente começar a conversa a gente vai às

ruas para ouvir pais mães e avós saber né o que que que eles acham dessa relação dos seus filhos e netos com as telas se deixar ele fica o dia todo tem que controlar porque senão não quero estudar não quero fazer nada né meu filho tem 8 anos né eu controlo bastante porque eu acho que elas TM que interagir mais brincar mais para que ele ten uma uma uma vida mental mais saudável né você não consegue ter esse controle impondo o seu limite na hora que você acha que deve depois que eu fui pra pediatra

Ela proibiu o celular dele na hora de almoçar o prato na frente o celular na frente Muita exposição à tela acho que deixa a criança ansiosa é uma questão que tá em todas as rodinhas de pais e mães né Dr Nabuco queria começar com o senhor né a Sociedade Brasileira de Pediatria ela recomenda que até os 2 anos as crianças não tenham contato nenhum com telas né depois elas colocam ali e idades né dos dois aos 5 anos até uma hora por dia dos seis aos 10 anos Entre uma e 2 horas eh Isso não

é um chute né Por que que eh existe essa prescrição Por que que essa Sociedade Brasileira de Pediatria e também outras outros órgãos internacionais relacionados à saúde discutem e prescrevem eh esse tempo de tela essa essa prescrição na verdade ela foi feita um pouquinho antes de entrarmos na pandemia Eh Ou seja entendia-se então que eh se você tivesse um tempo progressivo por exemplo do zero aos 2 anos sem telas dos dois aos quatro isso de alguma maneira poderia dialogar com as questões de desenvolvimento cerebral h o que as novas pesquisas entretanto elas vêm mostrando É

que muita gente de uma maneira até inocente acaba deixando por exemplo 50 minutinhos por dia meu filho de zero a 2 anos só para ele se distrair enquanto eu estou cuidando de alguma atividade tomando um banho faz um banho O que é absolutamente natural e a gente entende que acontece mas algumas pesquisas que se debruçam sobre isso atuais Elas começam a dizer por exemplo que apenas 50 minutinhos por dia do zero aos 2 anos vai fazer com que ao final desse período essa criança tenha deixado de escutar 850.000 palavras Ou seja é como se aquela

estimulação que tanto nós esperamos que as crianças eh venham desenvolvendo como empatia elas deixem de desenvolver e isso começa a trazer problemas sérios como por exemplo no desenvolvimento da linguagem quanto mais tela dos zero aos 2 anos mais atraso teremos na linguagem quanto mais tela aos 2 anos pior será a capacidade de resolução de problemas aos quatro Então quando você me pergunta assim Cristiano é preconizado pelas sociedades internacionais que a gente reduza eu acho que a gente pode pode inclusive navegar mais Neste período tentando reduzir porque o que acontece o nosso cérebro a nossa circuitaria

ela vai sendo desenvolvida Principalmente de uma forma mais significativa na primeira infância Então não temos que ter pressa meu filho precisa ser tecnológico para que ele possa estar à altura do que acontece aí fora no mundo Isto não é verdade nós temos que fazer com que os nossos filhos desenvolvam a moda ah relacionamentos que envolvam empatia trabalhos atividades que envolvam colaboração na medida em que você Então tira isso para preferir dar uma tela nós usamos aquela metáfora do cobertor curto você pode torná-lo efetivamente mais tecnológico mas não mais capacitado ou mais inteligente Essa é a

grande eh é o grande desafio Alessandra e os pais geralmente acham que o filho precisa de um celular clar às vezes para se comunicar às vezes porque todo mundo tem e você no livro Convida os pais a uma reflexão né eu queria que você trouxesse essa reflexão aqui pro programa sim eh esta este trecho no livro ele veio justamente de encontro ao as inúmeras perguntas que eu recebo dos pais sobre o momento certo para entregar um celular né Qual a idade certa para ter um celular e eu devolvo a pergunta né Por que que seu

filho precisa de um celular Ah ele precisa para ouvir música Então não precisa do celular Ah ele precisa para tirar foto não precisa ser um celular despertador não precisa ser um celular então assim a idade certa para ter um smartphone é quando de fato ele é necessário até porque a partir deste momento a partir do momento em que você entrega o smartphone pro seu filho vem junto uma responsabilidade até no livro tem até um contratinho que eu fiz eh na época em que os meus filhos eram menores né E tiveram o seu primeiro celular estou

pronto para ter meu primeiro celular e ali tem uma série de compromisso né que são importantes então por exemplo me comprometo a conversar olhando nos olhos a não fazer do meu celular parte do meu corpo a não interagir com estranhos a respeitar a classificação indicativa Porque o fato de você entregar um smartphone paraa criança não significa dizer que todas as oportunidades tudo aquilo que o smartphone oferece ele precisa aderir naquele momento né então é uma oportunidade de fazer um acordo e dialogar sobre os riscos e as responsabilidades do do celular sem dúvida porque junto com

os direitos vem também os deveres né E aliás Esse é um ponto também muito importante que as crianças precisam entender né ah ten o direito você tem direito de tirar foto das pessoas não veja bem né o mesmo direito que você tem de ter o seu smartphone as pessoas têm que ter a sua privacidade preservada Então não é porque você tem um smartphone com uma câmera super bacana que você pode sair por aí tirando foto das pessoas fazendo figurinhas compartilhando compartilhando né Eh interagindo eh com pessoas que você não conhece ah muitas vezes você aliás

um um um ponto até importante que as crianças têm trazido eh puxa Alessandra hoje o meu amigo eh diz que eu posso fazer uma figurinha dele e se ele me autoriza tudo bem bom hoje teu amigo disse que tudo bem fazer uma figurinha e se daqui do anos ele te falar que não quer mas que aquela figurinha circule na internet que que você vai fazer já circulou né conteúdo digital não tem devolução então assim junto com a entrega desse primeiro smartphone a gente precisa trazer sim algumas regras responsabilidades o compromisso isso e claro uma orientação

que aí Segue pra vida né Dr Nabuco a pandemia acabou fazendo com que Muitos pais como eu e aqui eu conto a minha história eh tivesse ali eh que abrir mão de coisas que acreditava né eu acreditava que meu filho ia que eu ia dar um aparelho para ele com 13 anos a pandemia entrou quando ele fez 10 e eu achei que ele não tem um celular ia isolar ele ainda mais dos amigos da família da turma né então eu acho que isso aconteceu com muitas famílias queria te ouvir a gente já sabe quais foram

os efeitos disso né porque eu acredito que o que aconteceu comigo aconteceu com muita gente né Essa antecipação da entrega do celular pr pra criança eh uma coisa interessante pra gente analisar é que muitos pesquisadores eles argumentam que a vinda o impacto da pandemia ele acelerou em 30 anos a tecnologização vamos chamar assim da nossa realidade então nós que já sugerimos que o uso dos eletrônicos devesse ocorrer de uma forma forma mais cautelosa a hora que somos impactados o celular as telas se tornaram um dos únicos meios de comunicação com o mundo uma das poucas

janelas Então o que a gente viu na verdade eh foi que a necessidade Ela acabou fazendo com que houvesse uma escalada da utilização não apenas para contato com familiares Mas para questões pedagógicas escola a escola virou online né a escola virou online Coitada a escola teve que eh sambar para poder dar conta de toda essa mudança que foi que que foi nos pega de uma hora para outra então o que que nós observamos algumas pesquisas mundiais mostram que houve um aumento significativo dos índices de depressão e de ansiedade consequência dessa dessa antecipação da tela Possivelmente

a tela ela cumpre um papel importante nesse cenário H fazendo então com que nesse momento os pais entendessem que essa seria uma das melhores formas da criança a aa permanecer em contato só que o grande ponto é que na na medida em que você abre essa porta você tem conteúdo que Ele é positivo obviamente Mas você também tem conteúdo que não é adequado fazendo então com que as crianças tivessem sido expostas a a a a a material que não seria recomendável obviamente criando o impacto psicológico aí significativo pegando esse gancho né embora as crianças sejam

nativas digitais Como eu disse aqui no começo do programa elas não TM maturidade muitas vezes para dar com aquele conteúdo né A internet é uma janela para um monte de coisa é pro contato mas também é pra pornografia é pro Cyber Bullying é para um conteúdo que muitas vezes ela não tá pronta eh para receber né então assim é como é que os pais fazem né para para eh mensurar o que o que a criança né pode ter contato ou não são esses aplicativos parentais é a conversa como é que a gente faz esse caminho

para que pessoas que não são maduras para lidar com com o mundo que a Internet traz possam lidar com isso bom a habilidade que as crianças e adolescentes eh dispõe com os recursos tecnológicos É de fato inversamente proporcional à capacidade de compreensão aos riscos e que muitas vezes estão expostos ao ambiente digital sobretudo porque fisiologicamente continuam seres em condição peculiar de desenvolvimento tal como o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente assim os estabelece portanto precisamos sim orientar é claro que softwares de controle parental são muito bacanas eu tenho eh casos de pais que descobriram

por exemplo que uma filha estava desenvolvendo um quadro anorexígeno graças a um software de controle parental percebeu uma mudança no comportamento alimentar da filha e foi lá no histórico né provido pelo software de controle parental e viu que a menina de fato estava interagindo estava acessando eh alguns influenciadores que incentivavam instigavam eh alguns comportamentos anorexígenos então assim o software de controle parental ele contribui para você eh gerenciar o tempo de tela né eu tenho um caso de um adolescente de 16 anos que falou pro pai olha lembra aquele software que você colocava no meu celular

quando eu tinha 12 anos então coloca agora de novo porque eu não tô conseguindo administrar meu tempo coloca de novo para me ajudar então ele ajuda é uma ferramenta acessória que não substitui o diálogo de jeito nenhum por quê Porque o software de controle parental ele tá instalado no dispositivo da criança no dispositivo de casa no dispositivo da família mas não necessariamente no dispositivo do amigo no dispositivo do Clube no dispositivo eh do condomínio Enfim então é importante né ter esse software é importante conversar Alessandra vou conversar com a minha filha de 9 anos sobre

pornografia infantil vou conversar com a minha filha de 9 anos sobre pedofilia sobre sequestro vou falar sobre esses assuntos Agora ela tem internet ela tem o smartphone ela tem eh eh perfil em rede social embora não tenha indicação etária para isso Então você vai conversar sobre tudo isso claro que de uma forma que ela possa entender né tanto é que eu converso com crianças ontem mesmo tava conversando com Cris eu tava conversando com crianças de quarto e quinto ano quarto e quinto ano a gente tá falando de crianças o quê de 9 10 anos quem

aqui tem celular 90% da sala quem aqui tem perfil em rede social 85% quem aqui já recebeu uma mensagem um oi de um estranho a maioria quem aqui já se sentiu desconfortável né exposto eh de repente fizeram uma figurinha se sentiu ofendido sentiu algum tipo de constrangimento a maioria quem aqui já assistiu uma ofensa então assim a gente não pode subestimar a oportunidade das nossas crianças compreenderem alguns assuntos então é muito importante né a gente costuma falar do controle da supervisão e da orientação e é bem exatamente o que acontece da faixa etária então a

gente controla até uns 8 anos depois até uns 9 anos a gente controla bem de perto né depois disso até porque eles conseguem né Eh eh eh e tirar o software de controle parental Enfim então assim eh até uns 9 anos mais ou menos a gente controla bem de pertinho depois disso a gente supervisiona a gente observa Mudança de comportamento e depois disso e para sempre a gente orienta agora tem o impacto que que a criança pode ser vítima de uma violência de um Cyber bullying mas ela pode ter impactos também na autoestima né eu

queria pegar o gancho que a Alessandra trouxe dessa menina que tava ali consumindo do conteúdo de rede social que levou ela para um caminho da anorexia né a gente vê a gente adulto vê e as Crianças e os adolescentes também né conteúdos que falam sobre beleza que falam sobre magreza né Qual que é o impacto disso nessa faix etária que ainda tá em formação né Doutor Olha é terrível e uma coisa que a d Alessandra está falando que eu acho importante complementar Se você não falar a respeito dos riscos alguém vai falar então é preferível

que você o faça porque pelo menos Você cons consegue ter um contato né o grande ponto que a gente insiste não é simplesmente fazer uma supervisão parental Mas você de uma forma ou de outra se engajar com aquilo que seu filho navega porque é a melhor forma de você então desenvolver a consciência com relação a aos padrões de beleza a essa pressão social eh existe uma pesquisa que foi feita no Reino Unido no comecinho da pandemia aonde ela mostrava que meninas adolescentes que gastavam mais de 3 horas por dia em redes sociais ou seja quase

nada não é eh tinha um aumento de chances de 75% Olha só de desenvolver eh atitudes autolesivas como automutilação como tentativas de suicídio Então o que acontece na medida que elas começam então a ser expostas de uma maneira muito significativa inclusive pelo algoritmo elas nem precisam procurar a própria o próprio algoritmo fala olha aqui o que que você eh tá procurando então isso obviamente faz com que a autoestima dessa as meninas despenque inclusive em condições até muitas vezes perigosas bom a gente vai pro intervalo depois do intervalo a gente vai ver uma iniciativa de pais

de escolas particulares de São Paulo eles lançaram o movimento batizado de desconecta que defende que o ambiente escolar seja livre de celulares e que as famílias façam um acordo para dar o primeiro aparelho pros filhos a partir dos 14 anos a gente volta já [Música] [Música] estamos de volta com opinião com a gente o psicólogo Cristiano fundador do grupo de dependências tecnológicas do Instituto de psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e advogada especialista em direito digital e autora do livro crianças e adolescentes no mundo digital Alessandra Borelli o movimento desconecta foi fundado por um

grupo de pais de escolas particulares aqui de São Paulo E propõe um acordo entre as famílias e as escolas adiar o momento em que o jovem ganha o seu primeiro Smartphone e também a sua entrada nas redes sociais a ideia nasceu a partir de Pesquisas né que apontam uma série de prejuízos que podem ser causados pelo uso dos celulares na infância e na adolescência e a gente falou vários deles aqui vamos assistir o que a gente tá propondo não é radicalismo a gente não tá propondo tirar completamente as telas e e a tecnologia da vida

das crianças né a gente propõe que o celular eh possa ser dado pelo menos aos 14 anos e redes sociais pelo menos aos 16 anos por que que ess acesso precoce eh preocupa vocês olha são são são inúmeras as consequências H graves e preocupantes sem dúvida O maior deles é um aumento ã muito significativo do nível de ansiedade e depressão em crianças e adolescentes outra preocupação também muito grande é a a queda de desempenho acadêmico né é um impacto cognitivo é muito mais fácil Se trancar no quarto com celular ficar jogando ou ficar se comunicando

via via mensagem né E aí eles acabam que não não praticam uma habilidade fundamental do desenvolvimento do ser humano né que são as habilidades sociais você acha que isso é possível para famílias que não têm rede de apoio para famílias que não têm ajuda para famílias de baixa renda que muitas vezes tem que deixar os filhos sozinhos Você não acha que isso é uma coisa eh só possível numa classe média e alta né deixar o celular de lado a gente concorda que é um desafio é um desafio para todos e entendo que seja um desaf

ainda maior para quem não tem rede de apoio muitas vezes a gente não tem a solução no dia a dia de como isso vai ser feito mas o nosso papel é alertar sobre os riscos a gente acredita que uma vez que fique claro a consequência dessa desse comportamento né dessa dessa atitude e que a gente dê alternativas para que haja uma moderação né a gente acredita que a gente vai conseguir ajudar todos os tipos de família Essa é aam né fundadora do movimento desconecta e quem ficou interessado pode encontrar o guia né que eles propõe

no site do movimento desconecta.com PBR eh é possível Queria fazer essa pergunta para vocês né É possível um pacto como esse adiar eh o acesso ao celular eh das famílias ou isso é uma coisa né que é eh um sonho uma coisa ideal mas que a gente não conseguiria realizar no dia a dia que que o senhor acha Ah eu acho que é quase impossível ser feito isso embora a ideia seja louvável Óbvio ela Ela traz a ideia a a noção de que o uso descontrolado e inconsciente ele trará eh consequências bastante negativas isso erá

algo inclusive que a gente mencionava aqui eh que todas essas todos esses impactos todas essas práticas principalmente o uso das Telas sem um propósito específico grifa isso sem um propósito ele vai causar alterações cerebrais que eles podde elas podem ser eh vistas ao longo do de toda a vida então é importante que você utilize mas quando a gente fala eh recolher telefone numa condição eh mais baixa sóciocultural obviamente que isso começa a descobrir outras necessidades então Eh eu acredito que sim a gente pode e deve alertar eh mas nunca proibir porque é na medida em

que você proíbe você instiga a curiosidade talvez essa criança esse adolescente não use Não acesse de casa mas ele vai fazer escondido de você ô Alessandra e é possível né Eh a gente nesse momento de férias que né As crianças estão longe da escola a gente perde esse parceiro que é a escola mas a gente tá trabalhando e as crianças não né É possível é melhor a gente negociar esse tempo durante as festas como é que a gente faz eh para que as crianças não mergulhem nas telas nesse período longe eh das atividades escolares é

possível e é necessário e as Crianças agradecem no final do dia eh diferente do que Muitos pais pensam as crianças os adolescentes também não estão felizes com essa hiperconexão quem assistiu o dilema das redes sabe que tudo isso foi feito para nos viciar para nos encantar cada vez mais perdemos completamente a percepção do tempo Muitos pais costumam dizer puxa eu tenho o software de controle parental né estou ali controlando sei o que faz a questão não é só o que faz não é só o que está fazendo nas telas mas é o que tá deixando

de fazer enquanto está conectado então a gente precisa sim estabelecer limites fazer combinados num primeiro momento talvez a criança ou adolescente demonstra algum tipo de de descontentamento com relação a essas regras mas tenha certeza de que você vai estar ajudando e não podemos nos esquecer de diminuir a distância entre o que falamos e o que fazemos sabemos que o Home Office ele tem demandado cada vez mais dos Pais né que os e mails invadem os nossos períodos de família os nossos finais de semana só que nenhum sucesso profissional compensa o fracasso do Lar a gente

tem que pensar realmente que a gente precisa colocar um limite né porque os e-mails não vão parar de chegar e a gente precisa pelo menos durante o período de férias estabelecer um momento de estar ponto fora pra gente poder conseguir desfrutar dos momentos em que os nossos filhos estão ali né com as suas mentes mais anciosas mais descansadas e precisando da nos da nossa atenção Doutor nab queria falar do tédio a gente acha que a gente tem que ocupar o tempo inteiro dos nossos filhos Eu acho que o celular acaba entrando eh aí nesse nesse

vácuo nessa culpa que a gente sente Poxa ele não tá fazendo nada deixa ele ficar no celular é importante a gente deixar eles caçarem o que fazer é extremamente importante porque o que acontece na medida em que você eh disponibiliza uma tela praticamente o tempo todo Vale lembrar que o Brasil hoje é o segundo país no mundo que mais gasta tempo em frente às telas são 9 hor 15 minutos o que vai dar aproximadamente 4.7 meses por ano olhando as telas é muita coisa 56% do Tempo Acordado eu estou interagindo com telas Então isto começa

a modificar a nossa circuitaria cerebral o que que isso quer dizer a hora que eu olho para uma tela eu ativo no meu cérebro regiões ligadas ao que a gente faz quando faz um jogo de sete erros de forca verdadeiro ou falso quero ou não quero quando a gente fala do tédio o tédio seria exatamente a antítese desse movimento aonde você consegue dar uma parada e você deixa com que essa informação que está chegando ela se associe com a sua memória de longo prazo então é a velha história dos gregos do Ócio criativo a hora

que você para para fazer nada ou para simplesmente contemplar é um momento em que você de fato está levando informação pra sua memória de longo prazo Então qual é a grande proposta façamos em casa por exemplo no final de semana no sábado de manhã vai ser o detox digital Hoje ninguém vai mexer nas telas vamos arrumar a a o quarto ou vamos ajudar o Papai a lavar o carro ou vamos a hora que você começa estimular essa brincadeira de desconexão obviamente que você começa a exercitar esse outro lado a gente tem que sentir menos culpa

né de deixar eles descobrir o que eles vão fazer da vida né Sem dúvida bom eu queria agradecer o psicólogo Cristiano Nabuco fundador do grupo de dependências tecnológicas do Instituto de psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e também advogada especialista em direito digital autora desse livro ó crianças e adolescentes no mundo digital Alessandra Borelli muito obrigada pela presença de vocês foi uma conversa muito rica Espero que os pais que estejam aí lidando com as férias tirem aí insights preciosos aqui da nossa conversa bom e se você quiser rever esse programa Vai no YouTube jornalismo

TV Cultura aproveita pega o link joga no grupo de pais da escola e Baixe também o aplicativo cultura Play assista os programas da TV Cultura quando e onde quiser sempre de graça até a semana que vem tchau [Música] C [Música]