eu era uma vez os indígenas né qual lugar de fala nos indígenas povo brasileiro não conhece a história não você tá louca né as redes sociais ela se torna uma arma de poder para nós [Música] O que é lugar de fala qual é a luta dos povos indígenas eu sou Luana Agenor e toda sexta é dia de sexta Black [Aplausos] o lugar de fala é um termo na verdade que ele quer cunhado né Muito recentemente para lembrar que nós temos um pertencimento nós temos um território mas temos uma uma tradição que vive dentro a gente
fique só nós podemos falar dela de uma forma mais o maior propriedade né não que outras pessoas não possam conhecer o que nós saber mas efetivamente só nós podemos é uma forma mais clara mais lúcida indígenas são os povos originais dessa terra chamada Brasil mas são os mais questionados estereotipados contra os seus comportamentos indígena por celular calçando o tênis de marca vivendo na cidade deixou de ser indígena a um questionamento equivocado de que todos os indígenas devem agir em conformidade com o retrato limitado colonizado que foi desenhado o fato é que só eles podem dizer
o que cada ou não no estilo de vida dele e o lugar de indígenas tenho certeza é onde eles quiserem Ena é assim mesmo ela não de novo voar contigo ver e na e indico nariz bem-vindo ao nosso sexta Black numa na mente humana minha língua quer dizer gratidão pelo carinho pelo convite É uma honra poder estar aqui representando o meu povo indígena né são mais de 305 etnias fã há mais de 200 línguas faladas somente no Brasil então uma honra poder estar aqui e me diz como é que você se alto declara indígena sim
da etnia do Povo tikuna o meu povo Luana eu nasci na terra indígena de umariaçu Aonde está o meu povo que fica localizado no alto Solimões no Estado do Amazonas tá o povo ticuna que a maior população indígena do Brasil são mais de 40 mil indígenas né temos várias aldeias é ainda vivem né com a sua caça né da Floresta né da biodiversidade da natureza que significa ser indígena no Brasil nos dias de hoje olha sem indígena nos dias de hoje é mostra a nossa resistência né Acho que essa é a palavra né porque por
muito tempo nós os povos hoje nós fomos do telados e por terceiro por segundo né Não por falta de conhecimento né Por falta é que a nós eu falo baseado do meu povo nem eu nasci na terra indígena e eu tive que aprender a falar a língua português para hoje poder comunicar com a gente chama de homem branco e se eu estou aqui ainda né falando né com a minhas pinturas começa com com meus trajes indígenas porque lá atrás alguém lutou para manter Nossa tradição senão a gente estaria na capa de museus né os museus
Então como uma história Era uma vez os indígenas né e do que mais de você tem orgulho em relação à sua origem de tudo né de tudo que eu levo para minha vida né do Olhar de Irmandade né olhar que na nossa a cultura não tem a palavra preconceito né não define a pessoa a cor né no de fé a língua né o jeito dela se vestir né ou o preconceito e se essa linguagem ela não existe para nós né sim você em algum momento você não quis ser indígena justamente por enfrentar tanto preconceito nunca
passou isso pela minha cabeça a Luana sabe por quê Porque os meus pais eles são nativos é a minha ida para o capital não foi à toa né E com essa visão que o meu pai levou a gente para a cidade não os meus filhos vão ter que aprender a língua do homem branco para que eles possam depois defender a nossa causa hoje eu sou ativista né do movimento indígena né como a mulher com uma empreendedora como artista plástica como nutricionista que trabalha com área da alimentação hoje nós temos várias fases né Eu fui na
ativa e eu tive na fase de inclusão e hoje são indígena Urbana que eu sei o que eu tô fazendo eu seja o meu direito eu sei qual é a minha capacidade né então hoje eu consigo dar palestra até para fora né Já viajei para Europa mostrando essa valorização do meu povo né não é quer dizer que o indígena é visto vestindo um sapato usando o batom usando o celular ele deixou de ser indígena né Eu costumo sempre lembrar de pessoas que a cultura ela é muito dinâmica tem gente que quando pensa sendo indígena acha
que o indígena é escravo do passado ele vive lá passado e eu queria repetir aqui que eu considero que nós somos do presente nós somos lá agora a cultura indígena ela se atualiza permanentemente Porque isso é uma forma de resistência Isso é uma forma de nos colocarmos no contexto que vivemos de forma o e forma consciente de forma transformadora Gostei do chá deixe com essa cuia melhor tudo bem melhor né a gente cura em si a gente utilizar a cuia o nosso prato nós utensílio para tudo para as bebidas para alimentação né o nosso prato
principal né Para a gente usar em tudo para tirar água para ti o leite não é tudo a gente utiliza a cuia para comer né para os indígenas que vivem nas cidades quais são os maiores perigos que eles podem correr o racismo o preconceito a própria violência ou não desconhecimento da sua da sua história da sua origem ou às vezes até renda de identidade dele mesmo às vezes é tanto preconceito é tanta cobrança que ele acaba falando eu não quero as indígena Quando você saiu da Aldeia e foi para cidade para estudar por exemplo você
percebeu com Olá meninas a história que eles contavam relação aos povos indígenas muita entendeu como eu falei para você a nossa história ela nunca foi dada a oportunidade de nós sermos os próprios protagonistas da nossa história é sempre é por terceiros Então eu vi eu eu vi a a necessidade de falar não Vocês não conhecem a nossa história né Aliás o povo brasileiro não conhece a história quando a gente conta uma história a história está impregnada na gente histórias tem sempre sentidos e esses sentidos são diversos e tem muito a ver com todo o nosso
pertencimento a uma cultura então quando eu conto história do meu povo eu trago o Povo Inteiro dentro de mim é aquela história faz muito sentido aquela história ela me preenche ela me dá sentido de dívida de existência E é claro os povos os indígenas que corta essas histórias eles têm mais propriedade para fazer isso justamente por terem vivenciar e aquelas histórias não são apenas do imaginar só pelas folclore elas são é digamos instrumentos de existência e às vezes de resistência e você tá grávida da sua primeira filhinha nem sei qual o nome dela revela que
para gente não foi revelado né se revelado agora Estou gestante Sim já tô no meu sétimo né mês é a minha primeira foi muito muito desejada sempre quis ser mãe não muito cedo né porque na nossa na minha cultura indígena a gente a mãe muito cedo sim assim que menstrua e a mulher já pode gerar filhos né a gente tá tem o ritual que nós chamamos de ritual da moça nova que é uma passagem de menina para mulher né então muito espiritual e muito forte né no a gente não grava esse ritual porque uma cena
muito forte mas para nós é o nosso momento ali né entendeu eu fiquei mostrando a cidade e mais dentro da Aldeia a gente faz esse ritual desde Padre de passagem de menina para mulher eu tô vendo aqui algo que muito me interessa porque sua mãe mãe da Alice como você agora e ecrã não estou vendo essa bonequinha linda me conta um pouco mais não é criar Essas bonecas com a importância de criar bonecas indígenas e a boneca é uma forma de Educar né uma forma que os pais levam para dentro da sua casa não apenas
um pedaço de pano né mas quando ela leva uma boneca e lá tá levando uma história né de resistência né de aprendizado né para sua filha né porque uma pintura no rosto a falando uma coisa para ela tem uma pintura mais dentro dessa pintura ela tem uma identidade porque dessa pintura porque desse grafismo né Cada grafismo para nós ela ter um código escondido dentro dela nem que ela tá levando uma história dentro da casa e essa é diurético não trouxe ela para você para você a presentear as Alice Alice lá nem de levar essa um
pouco da nossa cultura um pouco da nossa resistência né de valorização porque eu sei como Mãe você vai saber conversar com ela ela ter a sua boneca lá em vez de tantas outras bonecas a boneca indígena que linda muito obrigada confesso que eu não sei se vou deixar para Alice Fala para mim porque vai ser minha primeira boneca atinja verdade né mas com um presente muito precioso porque arrepiada que seja a primeira de muitas Com certeza eu queria saber né você é artista plástica né dá para ver pelas suas vestimentas que você mesma quem faz
eu queria saber qual é a influência do povo ticuna em toda essa arte então o povo tikuna ele é muito artístico né Nós gostamos muito da pintura de você tá vendo eu pintado aqui não é à toa né Toda essa pintura ela é é a minha identidade né é quem eu sou né num povo tikuna nós somos / clã de animais da Terra e do céu nós temos mais de treze clãs né no meu povo então cada é cada clã é diferente por exemplo vou dar exemplo o meu pai era grande onça a minha mãe
é clã de arara na minha o deixe não podiam se casar e com clã é como tivesse o mesmo sanguíneo então não podia casar então é uma identificação as pinturas rosas Hoje você tá vendo a minha pintura fala nossa vê na tela pintada mas porque né esses bigodes Não essa é a minha identidade Qual é o seu clã então onça escureço seu mais porque a gente leva o sobrenome do pai do Pai Do Pai a linhagem do pai por isso o meu nome ver e Ana quer dizer a onça que nada para outro lado do
Rio você acredita que na verdade na temporada passada né a entrevistar cair Guajajara ela falou muito sobre a questão é de da diferença entre raça e etnia né que os indígenas reconheciam muito bem a líder marcadamente as suas etnias né você é tipo na ela Guajajara e a gente também falou sobre a questão do Pardo que muitas pessoas no Brasil acabam sendo autodeclarados ou se autodeclarando quanto par das por não sabermos fala sobre sua origem indígena Você já encontrou pessoas que por não é por talvez terem crescido fora da Aldeia acabar se entenda a dificuldade
de se conectar com o seu povo e acabassem Celso declarando como pardos Sim hoje é hoje Acontece muito isso né é o movimento assim que aumentou bastante agora mesmo nos tempos atuais as pessoas se autodeclararem né indígena de fato de Fato né mas existem também movimento de retorno para pessoas que queiram talvez entender esses são pertencentes a algum povo e se reconhecidos por isso como é que isso acontece sim e tem um movimento não é São indígenas urbanos né que fala né Tem muito isso mesmo as pessoas estão atrás da sua origem né que nem
saber de onde vem de qual povo saiu né E são Quando é quando encontra seus parentes É super bem recebido sim né Acho que une a força né sim com certeza e aqui falar um pouquinho sobre a causa indígena queria saber se você acredita que existe racismo contra os indígenas e olha você como uma negra nem como você se alto declara você sabe que nós sofremos isso sim esse é um fato verídico né E se a gente está aqui hoje porque a gente quer acabar com esse movimento a gente é julgado por que usa celular
nem ser julgado por que essa na mídia nas redes sociais né Então tudo isso ou se você é bonita né se você usa uma canga a indígena já né visto como índia macho visto como uma uma coisa pornográfica né numa coisa nativo né isso aconteceu muito comigo né com meus investimentos as pessoas é onde é o carnaval né então me via como a tanga ela falar me manda uma foto então isso é falta de respeito com o nosso corpo com a nossa cultura com a nossa identidade como mulher né porque a gente não tá ali
de tanga né ou de cuia né para mostrar o corpo mas para mostrar nossa cultura onde tem e sobre o lugar de fala das pessoas em relação a diversas pautas qual lugar de fala dos indígenas Olha a nossa arma mais poderosa hoje no ano são as redes sociais né porque como eu falei para você no começo por muito tempo nós fomos do telados né hoje as redes sociais ela se torna uma arma de poder para nós né através das redes sociais a gente consegue se comunicar com diversas pessoas de vários lugares do mundo né Hoje
a minha fala se eu coloco um vídeo no meu canal se eu coloco uma coisa no nas minhas redes sociais não é sua vista só no Brasil mas no mundo inteiro para as pessoas que estão me acompanhando né então isso é o movimento né isso uma arma para nós né vídeos indígenas têm uma importância assim é primordial na para poder Disney e para revelar o que está acontecendo quanto nossos polos os a alma Juventude indígena que tá dominando com muita despesa as mídias sociais e está podendo Trazer isso à tona o tempo inteiro para que
a sociedade brasileira não fica apenas na superfície ou nas notícias que são trazidas a partir de uma visão hegemônica não é porque dá voz às populações indígenas da voz aos interesses e as semanas das populações indígenas e faz com que a população brasileira perceba também que os povos indígenas não são inimigos ser tem um relacionamento interracial sim né com o homem branco e sim um momento foi alguma questão é como é que você leva essas questões para dentro do próprio relacionamento Olha a gente quebra muito preconceito com isso né E pelo que eu falei do
julgamento nas pessoas julgam muito a gente pela nossas escolhas né Eu tive um relacionamento com nativo do meu povo né E infelizmente ele se apaixonou por uma outra Nativa né E não me escolheu para ser esposa dele né e eu fiquei muito triste né então fiquei muito tempo assim desencantada mesmo então por isso mais eu me aprofundei nos estudos né Falei não vou amar meu estudo net e outros relacionamentos mas não relacionamento que eu pudesse falar é você é uma família não vou gerar um uma família nem isso o meu atual espanhol né espanhol é
é Galego né que o pai daí é tu não né então eu sofri o preconceito não porque você não casou se com indígena né a gente não escolhe com quem a gente se apaixona né esse preconceito você você vê também dentro das próprias aldeias sim com certeza é porque na nas aldeias a gente não sofri tanto na como na cidade né que não tem cobrança né eles pergunta né e é é homem de verdade tipo ele vai ficar que nem na aldeia nele ele conhece nossos costumes que é diferente né é o meu marido mesmo
antes de casar comigo ele não casou assim chegando vamos vamos vou ficar com a venda de cuidando ele teve um processo né de meus pais conversarem com ele olha minha filha é Nativa você é homem branco né e na cidade o casamento é diferente né e na aldeia nosso casamento é diferente a gente não casa só com a pessoa né você casa com os irmãos casa com a mãe cada com pai né E toda isso os pais têm que aceitar se os pais não aceitam ele nunca vai ser meu marido nem que eu goste dele
né então os meus pais tiveram que aceitar o meu marido e batizá-lo né com o nome o indígena para a minha filha ter a sua identidade né por isso ela tem o sobrenome indígena né porque antes do meu pai falecer meu pai autorizou nosso casamento e batizou meu marido dando um clã para ele mesmo ele não sendo indígena para que os meus filhos não perca a nossa identidade a sua filha venha ela vai crescer na cidade ou na aldeia nas duas como eu fui entendeu É como eu fui porque aí ela consegue ter essa visão
que eu tive né esse olhado respeito da Aldeia né Eu conheço a minha história e o conheço a história da cidade né qual são a violência com sua sabedoria imagina se eu tivesse lá dentro da hoje eu não saberia me defender né não saberia falar dos meus direitos e você tá aí firme e forte e eu só tenho a te agradecer muito irmã então a gente uma aprendeu mãe comprei gratidão né Muito obrigada eu quero te agradecer passar aqui no nosso sexta Black foi um prazer te receber estou muito feliz de ver a nossa premiada
no prêmio sim a igualdade racial Aqui Diante de mim e espero que para todo mundo seja uma fonte de tanto aprendizado como foi para mim obrigada mesmo No íntimo uma íntima e [Música]