Olá pessoal Espero que todas e todos estejam bem eu sou Marcos Neira professor da faculdade de educação da USP e membro do grupo de pesquisas em educação física escolar que é um coletivo majoritariamente composto por professoras e professores que atuam na Educação Básica realizam experiências pedagógicas e produzem conhecimento sobre a perspectiva cultural da educação física também chamada currículo cultural da educação física ou simplesmente educação física cultural e esta é a quinta videoaula das disciplinas fundamentos teórico e metodológicos do ensino de educação física um componente curricular obrigatório do curso de licenciatura em pedagogia e metodologia do
ensino de educação física dois um componente curricular obrigatório do curso de licenciatura em educação física ambos oferecidos pela Universidade de São Paulo e o tema desta videoaula é epistemologia do currículo cultural da Educação Física parte um porque a extensão do assunto nos leva a reservar duas videoaulas para fazer essa discussão duas semanas no nosso curso muito embora as questões epistemológicas elas venham atravessando as nossas aulas desde o primeiro encontro como vocês já devem ter percebido Então hoje não será a primeira vez que Vocês ouviram falar em pós-estruturalismo não será a primeira vez que Vocês ouviram
falar em estudos culturais não será a primeira vez que vocês acessarão conhecerão lidarão com certos eh argumentos eh disponibilizados por esses campos teóricos Portanto o objetivo dessa videoaula é que você possa vocês possam contextualizar a epistemologia do currículo Cultural de educação física mas a assistência a esta videoaula é insuficiente para compreender essa questão é fundamental a leitura da bibliografia indicada e é fundamental a participação na aula presencial realização da atividade a discussão e preferivelmente é importante também que vocês façam outras leituras leituras complementar a respeito dos Campos teóricos que inspiram professoras e professores que colocam
o currículo cultural em Ação muito bem e as duas referências que nós vamos recorrer né as quais nós recorremos para organizar esta videoaula são essas obras né o livro teorias do currículo de Alice Casimiro Lopes e elizabe Macedo nós reservamos a leitura do Capítulo chamado cultura para esta semana mas nós pouco trabalharemos com o conteúdo desse Capítulo o conteúdo aqui é outro e nós é evidente estou me referindo à videoaula né em sala de aula nós realizaremos uma atividade que vai mobilizar em muito a a argumentação disponível por Alice Lopes e elizabe Macedo e uma
outra referência importante é este livro que é um livro assim como o livro teoria do currículo é um livro bastante sinóptico um livro de Tomás Tadeu da Silva documentos identidade de uma introdução às teorias do currículo e como muitas pessoas já frequentaram já cursaram tô me referindo às colegas da licenciatura em pedagogia como muitas já cursaram disciplina currículos e programas eh como muitas pessoas estão cursando agora também currículos e programas como nós fizemos né aquele aquela atividade de conhecimento daquilo que vocês têm feito então Muito provavelmente haverá muita interface entre o que nós discutiremos no
início desta vídeoaula e o que vocês já sabem vocês já estudaram vocês já conhecem e os nossos colegas as nossas colegas que da licenciatura em educação física sabem que ao longo do primeiro semestre nós já fizemos uma discussão sobre as teorias curriculares da Educação Física então vocês também já acessaram uma parcela dessas conversas aqui muito bem eh é importante dizer que Alice Casimiro Lopes e elizabe Macedo elas eh descrevem ao menos três concepções de currículo elas não são as únicas pessoas a trabalharem com essas concepções essas concepções elas são bem conhecidas bem mobilizadas elas estão
presentes também em outras obras Mas nesta obra eh currículo já foi entendido como seleção e organização de conhecimentos Houve um tempo que nós pensávamos que a operação curricular era relacionar os conteúdos a serem transmitidos nesse sentido Esta escola que enfrentou esta noção de currículo Esta escola como vocês estão percebendo é uma escola muito inspirada pelo tecnicismo Educacional ou pelo seu precedente né pelas teorias tradicionais de currículo Esta escola ela se mostrou eh incapaz de entregar aquilo que ela prometeu ela prometeu a escola capitalista prometeu A Ascensão social por meio da educação você pode pensar que
individualmente isso deve ter dado certo para várias pessoas obviamente mas em termos eh de sociedade não foi bem assim que aconteceu e essa constatação ao longo dos anos 60 dos anos 70 e dos anos 80 gerou uma série de críticas e uma série de estudos que ficaram muito conhecidos como teorias crítico-reprodutivistas que certamente vocês já estudaram e estas teorias crítico-reprodutivistas ajudaram a conceber a noção de currículo como aquele dispositivo que veiculava A ideologia dominante como aquele dispositivo como aquele mecanismo como Aquela maquinaria a escola como uma maquinaria que reproduzia a desigualdade social que reproduz a
desigualdade social Então nesse sentido o currículo passou a ser visto como uma forma de controle porque ao determinar que certos conhecimentos certos conteúdos são obrigatórios para todas as pessoas e não outros Todas aquelas pessoas que já chegavam à escola com repertório similar com práticas pedag com práticas sociais eh similares àquelas que a escola valorizava essas pessoas tinham uma probabilidade maior de completar o percurso escolar ou seja de obter o sucesso escolar enquanto isso Todas aquelas pessoas que chegavam à escola com outro repertório eram eh alijadas da experiência escolar o mais rápido possível eram afastadas da
experiência escolar E aí fenômenos como o fracasso escolar a pedagogia das repetências e tantos outras questões que vocês certamente já se depararam já encontraram já leram já estudaram ou vocês conhecem pessoas que passaram por isso eh toda essa essa questão toda essa conjuntura levou a ideia de currículo como forma de controle Mas recentemente lá no finalzinho dos anos 90 e agora avançando pro século XXI nós temos uma outra compreensão de currículo currículo como texto da cultura currículo como experiência currículo como tudo aquilo que produz tudo aquilo que a escola faz Eh Ou tudo aquilo que
é feito a partir da escola então hoje nós entendemos que a escola cobra uniforme ou não cobra uniforme das crianças dos professores das professoras isso é currículo a escola encomenda ou exige ou faz ou promove lição de casa isso é currículo Ou seja é uma ideia de currículo bem diferente daquela anterior porque se a gente entendia currículo como forma de controle a gente dizia que havia algo que estava mais visível mais presente mais prescrito e havia algo que acontecia que não estava prescrito que então seria o currículo oculto Hoje essas definições não fazem mais sentido
porque hoje nós entendemos que tudo que aquilo que a escola faz esteja escrito ou não nos documentos curriculares se vocês quiserem no projeto político pedagógico tudo aquilo que está no projeto pedagógico político pedagógico é currículo tudo aquilo que acontece na sala de aula é currículo e tudo aquilo que acontece a partir da sala de aula é currículo currículo portanto vai ser uma prática social que vai subjetiv as pessoas que vai formando as pessoas que vai constituindo identidades e diferenças Vamos retomar vamos lembrar daquele texto fundamental da professora Berenice Bento como a escola vai também produzindo
as diferenças Ou seja a escola é um mecanismo perverso ao mesmo tempo que ela vai dizendo como é legal ser ela vai produzindo aquelas pessoas que não se encaixam naquela visão que a escola entende que é legal naquela visão que que a escola entende que é interessante bom mas Alice Lopes Elizabete Macedo e principalmente Tomás Tadeu da Silva categorizam as ideias de currícula ões de currículo produzidas ao longo do tempo currículo essa expressão etc ele ela aparece pela primeira vez como similar a programa de ensino no século 1 e desde então né currículo vem sendo
trabalhado mas a primeira obra que vai teorizar sobre currículo é uma obra publicada nos Estados Unidos chamada o currículo em inglês tem outro nome mas em português o currículo em inglês também tem de currículum né o currículo por Franklin bobit e ali ele apresenta né uma teoria de currículo uma teoria de elaboração de currículos vamos dizer assim e muitas outras obras na sequência ao longo do século XX agora no século XX vem discutindo teorias apresentando teorias currículo por isso que nós estudamos as teorias curriculares da Educação Física por isso que nós entendemos a noção de
currículo e não de abordagem como vocês já viram né Nós Já estudamos isso e por isso que nós vamos entender com Tomás da Silva que toda a teoria de ensino é uma teoria de currículo porque ela vai produzir identidades diferentes bom estas teorias foram categorizadas em teorias tradicionais são aquelas que não querem transformar a sociedade muito pelo contrário elas querem formar as pessoas de forma eficiente para que essas pessoas tenham um bom desempenho na sociedade ou seja querem formar para a eficiência na sociedade então esta é a sociedade que aí está nós vamos eh fazer
com que essas pessoas se apropriem dos conhecimentos necessários para agir nesta sociedade como ela está a partir de todo aquele movimento de crítica e as pedagogias críticas de questionamento à escola questionamento ao currículo questionamento aquilo que a escola ensinava surgirão as pedagogias críticas surgirão as teorias críticas de currículo e essas teorias elas querem transformar a sociedade essas teorias entendem que o conhecimento abordado no currículo conteúdo portanto conteúdo a ser ensinado esse conteúdo ele é contaminado pela ideologia capitalista que portanto nós precisamos desideologizado e intervir na sociedade então Professor Paulo Freire defendeu essa ideia a sua
obra trabalha com essa noção dermival saviani e Zé Carlos ribano ah Henri ru Peter McLaren e Michael Apple há um inúmeros professores e professoras que vem trabalhando com currículo vem trabalhando com com a educação com a pedagogia pensam dessa maneira divulgam essas ideias estão aí presentes essas ideias circulam Ainda bem com bastante incidência mas a thass sad da Silva e Alice Lopes elizabe Macedo também vão entender uma outra noção e há um texto específico da Alice casimir Lopes um texto publicado em 2013 que ela vai teorizar sobre eh eh as teorias pós-críticas que ela vai
explicar né elementos e características etc das teorias pós-críticas muitos outros autores muitas outras autoras aqui no Brasil são vários professores e professores que trabalham com essa noção de teorias pós teorias pós-críticas do currículo e sim elas também estão eh digamos assim insatisfeitas com essa sociedade elas também desejam produzir uma sociedade menos desigual uma sociedade menos injusta elas querem uma sociedade mais democrática elas querem alcançar isso através da mudança como nós pessoas sujeitos da cultura sujeitos da educação Vemos as outras pessoas ou seja a maneira como nós entendemos as outras pessoas interferem no modo como nós
trabalhamos com conhecimento como nós trabalhamos na nossa vida mais Ampla como nós nós exercemos a nossa cidadania Então em vez de mudar a pessoa empoderando a pessoa para intervir na sociedade nessa sociedade como ela está E aí transformar a sociedade Vamos mudar né ou seja vamos eh eh trabalhar com outras noções de de de de sobre as pessoas com outras noções de conhecimento com outras formas de produzir a o fazer Educacional para que nós possamos entender que todas as pessoas produzem cultura para que nós possamos entender as várias concepções atribuídas às coisas do mundo para
que nós possamos entender que essas concepções são construções sociais e que portanto nós podemos construir outras coisas e podemos transformar a maneira como nós vemos as coisas do mundo e aí nesse sentido nós estaríamos produzindo uma sociedade menos desigual produzindo uma sociedade menos injusta muito bem são as teorias pós-críticas que vão influenciar teor ação curricular cultural da Educação Física as teoria a teoria cultural da educação física a teoria cultural a teoria curricular cultural da educação física né ou seja o currículo cultural da Educação Física ele é influenciado pela teorização pós-crítica do currículo muito bem nesse
sentido gente as teorias pós-críticas Elas têm traços em comum o que tem uma teoria que me eh permite classificar denominá-la categorizá-la como uma teoria pós-crítica ela trabalha com uma certa noção de Cultura ela trabalha com uma certa função da linguagem ela trabalha com uma certa concepção de conhecimento concepção de Cultura concepção de conhecimento função de linguagem Vocês já estão cansadas e cansados de saber porque trabalhamos isso em sala de aula porque vocês já viram vídeoaulas e apresentando essa noção nós estamos trabalhando com a noção de cultura dos estudos culturais cultura enquanto esse território de disputas
então não estamos trabalhando com a noção antropológica de Cultura cultura não é simplesmente um conjunto de crenças um conjunto de práticas tudo aquilo que um povo produz Sim tudo isso que o povo produz é cultura um conjunto de crenças etc também é cultura mas cultura é esse território das disputas cultura é essa T significação cultura é aquilo que me faz pensar de uma certa maneira e cultura é é e esta prática de o tempo inteiro estar tendo os nossos significados eh questionados significados isso acontece numa conversa em sala de aula isso acontece quando você lê
isso acontece ou seja essa produção de significados ela é constante essa produção de significados e esse confronto de significados também é constante como eu já disse várias vezes duas crianças brincando produzem cultura observem que nem sempre se pensou assim observem que vocês conhecem pessoas que não pensam assim porque eu também conheço pessoas que não pensam assim pessoas que temm uma outra ideia de cultura e pessoas que vão dizer que os outros não produzem cultura ou pessoas que vão dizer que uma cultura é pior ou uma cultura é melhor que a outra e a noção de
a função de linguagem que as teorias pós-críticas trabalham é a linguagem como a a produção da realidade em vez de ser uma uma uma função representacional ou seja a linguagem não representa as coisas do mundo né a linguagem ela não eh contém em si as coisas eh formas de de dizer as coisas do mundo a linguagem não é só isso essa é uma maneira é um entendimento da linguagem mas a linguagem ela produz as coisas do mundo na medida em que a linguagem faz circular significados e na medida que eu me aproprio daqueles significados eu
olho para as coisas do mundo de uma outra maneira então É nesse sentido que a linguagem produz a realidade É nesse sentido que a linguagem institui as coisas há duas três semanas atrás quando nós discutimos né aquela noção de identidade diferença quando nós discutimos a produção de novos sujeitos a partir do stre Hall né a partir do dos estudos culturais na sua vertente pós culturalista nós já dissemos para vocês que é a realidade é uma produção do discurso a real sim mas a matéria existe a matéria existe né Ou seja eu aqui tô batendo na
mesa que dá suporte a esse computador esse equipamento que está na sua frente seja o celular ou seja um notebook ou seja um né um computador de mesa um CPU esse esse equipamento que está na sua frente ele existe materialmente mas a maneira como eu olho para ele a maneira como eu lido com ele a maneira como eu penso ou na minha vida maneira como eu falo sobre ele isso tem foi fortemente influenciado pela cultura Não fui eu que inventei eu me apropriei disso pela cultura Basta Dizer para vocês que pessoas eh que não acessam
a esses esses materiais esses bens da cultura pessoas que não lidam com esses bens da cultura estranho a existência desses bens ou seja imagina um grupo um povo que não ainda foi alcançado pela pelas tecnologias digitais de informação e comunicação diante de um celular Diante de um computador eh não saberia o que seria aquele objeto ou atribuiria outros sentidos a aquele objeto Tudo bem então a linguagem qu Instância que produz a realidade isso está no texto recomendado para hoje né nesse fenômeno tão interessante chamado virada linguística muito bem e aí eh colegas um outro traço
em comum das teorias pós-críticas é a concepção de conhecimento bom primeiro que nós teremos uma um uma semana dedicada à discussão do conteúdo mas o conhecimento aqui tem uma influência muito grande tanto da contribuição niana quanto da contribuição fuco Tiana a ideia de conhecimento como resultado do encontro do confronto conhecimento não é isto que eu estou falando conhecimento não é o que você sabe conhecimento é o que sobra o que fica quando isso que eu estou falando se choca com o que você sabe Isto é o conhecimento então todos os povos todos os grupos todas
as pessoas produzem conhecimento na na medida em que elas internalizaram discursos sobre as coisas do mundo e na medida que elas lidam operam com esses discursos o tempo inteiro elas agem a partir daquilo que elas se apropriaram e elas e ao agir com base naquilo que elas apropriaram elas esbarram em outras formas de entender as coisas Ou seja é nesse encontro que reduz o É nesse encontro que reside o conhecimento então conhecimento resultado da ação conhecimento é resultado do encontro conhecimento é resultado do Choque então existem vários tipos de conhecimento obviamente existem conhecimentos mais valorizados
que outros Depende muito do potencial que esse sho tem de gerar transformações de gerar mudanças muito bem e aí as teorias pós-críticas são essas na visão do Tomás Tadeu da Silva e várias outras Mas nós vamos ficar com essas que essas estão mais presentes essas influenciaram bem mais a a produção na escola nas escolas a produção do currículo cultural da Educação Física os estudos culturais o pós-modernismo o pós culturalismo multiculturalismo crítico os estudos de gênero a teoria queir e o pós-colonialismo mais recentemente algumas pesquisas com o currículo cultural da Educação Física nas escolas tem identificado
em influências e tem trazido análises a partir das filosofias da diferença com as obras de deeus e guatarri basicamente nós ainda chegaremos nessa questão no nosso curso haverá uma semana que nós discutiremos um pouquinho algumas das contribuições desses autores pra gente pensar o currículo cultural da Educação Física por hora Estas são as teorias pós-críticas e nós trabalharemos com elas eh com um pouquinho mais de cuidado né Vamos trabalhar com três teorias hoje nessa videoaula digo eu e na próxima videoaula vamos dar continuidade trabalhando com e quatro teorias pós-críticas do currículo bom E aí porque nós
já estamos mesmo envolvidas e envolvidos com essa discussão desde a primeira leitura que vocês fizeram desde a primeira semana desde o primeiro dia eh das dos nossos encontros neste segundo semestre de 2024 os estudos culturais é um campo teórico eh que surge na Inglaterra lá nos anos 60 num centro de estud né num centro que se tornou conhecido como Centro de Estudos culturais eh e este centro reuniu pesquisadores com um traço muito emcomum eles eram todos como muitos de nós somos da primeira geração a chegar na universidade Então a primeira geração que chega na universidade
né a primeira a os filhos das classes trabalhadoras que são os primeiros a chegar na universidade eles se dão conta que a universidade entendia conhecimento de uma certa maneira entendia cultura de uma certa maneira opa pera aí e aí a partir num primeiro momento né de influências marxistas eles vão fazer estudos da cultura e vão defender que as classes trabalhadoras também produzem cultura vão defender que a sociedade na verdade é a sociedade da cultura e não a sociedade como se pensa como se diz né Sociedade do trabalho Sociedade do conhecimento não o que nos caracteriza
enquanto sujeitos enquanto seres eh sociáveis seres da sociedade é justamente a capacidade eh de produzir de veicular de incorporar etc cultura então eles vão colocar cultura no centro e aí eles se preocupam e as primeiras os primeiros trabalhos eh com os estudos culturais são com as obras da literatura né da da literatura Mundial digamos assim depois com as obras de arte depois com as Produções da televisão né a época né anos 60 anos 70 as Produções da televisão e aí isso vai avançando e vai chegando na escola vai chegando no currículo Então os estudos culturais
analisam as conexões entre a cultura significação identidade e poder algo que vocês já perceberam os estudos culturais estão especificamente preocupados em Como se dá a produção da identidade e da diferença os estudos culturais estão bem preocupados com as políticas de identidade e as políticas da diferença muito em cima daqueles exemplos que eu trabalhei em sala de aula ou seja os refeitórios das empresas né a a a a fila do do ônibus etc etc etc ou seja como que né Essa questão da da reserva de de eh de de vagas para pessoas idosas nos nos supermercados
na faculdade de educação né pessoas que vão estacionar seus automóveis etc ou seja essa essa essa é uma influência muito grande dos estudos culturais do multiculturalismo crítico também mas nós discutiremos na próxima semana mas principalmente os estudos culturais ou seja entender que na verdade é o que me torna idoso idosa criança jovem etc não é a minha faixa etária é assim como a cultura vai me posicionando nessa condição de sujeito e como ela pode me posicionar ora de forma vantajosa ora de forma desvantajosa assim como todos os exemplos que nós usamos em sala de aula
os SUS culturais vão entender que ao contrário do que muitas pessoas pensam eh eh toda a produção toda a produção de significados toda produção discursiva Eh toda a produção da ciência etc ela é sempre política não há neutralidade porque as pessoas produzem as coisas a partir de um certo lugar do lugar que elas ocupam daquilo que elas acessaram das representações com as quais elas lidaram então não existe uma produção apolítica ora gente toda escola ela é Todo projeto eh pedagógico é um projeto político por isso defender uma coisa absurda né como eh a neutralidade do
conhecimento científico etc é assim algo que os estudos culturais né questionariam questionam fortemente os estudos culturais aqui vem uma questão importante os estudos culturais Eles tomam sempre Partido dos mais fracos e a explicação é muito simples porque como os estudos culturais na sua vertente pó culturalista entendem que os grupos em vantagem tem mais condição de fazer valer suas representações gente nós precisamos fazer políticas que criem condições para os grupos menos favorecidos para os grupos minoritários também apresentarem as suas representações porque senão os grupos minoritários os grupos desfavorecidos eles são obrigados a incorporar os significados produzidos
pelos pelos grupos com mais vantagem Então na verdade é uma relação injusta porque afinal de contas os grupos com mais vantagem partilham eh e compartilham aquele significados porque lhes interessa né então Eh muitas vezes vocês lidarão com esta questão Ah olha nós precisamos produzir as aulas de educação física de tal maneira que até aquelas pessoas que não gostam ou até aquelas pessoas que historicamente ficaram do lado de fora que elas também possam participar do jeito que elas conseguem e alguém em algum lugar em algum momento vai dizer para vocês assim Ola mas espera aí os
aqueles que jogam bem aquelas que jogam bem também T direito sim também tem direito de jogar junto com os outros né seja não tem direito de fazer panela fazer time fazer seleção então por isso que é importante a gente pensar seriamente Nisso porque depois a gente continua ouvindo por incrível que pareça em 2024 a gente continua ouvindo de escolas que escolhem os melhores para levar para jogar não sei a onde ora Gente pelo amor de Deus né seja não dá mais se a gente quer uma sociedade menos desigual vamos começar a fazer isso nas nossas
aulas E aí a gente vai produzindo uma outra maneira de ver as coisas do mundo certo já com as crianças há há um autor latino-americano que trabalha com estudos culturais o Nestor Garcia canclini que ele sempre diz assim que eu acho que é uma coisa muito muito importante vamos praticar os estudos culturais na fila do pão ou seja vamos praticar os estudos culturais o tempo inteiro vamos olhar pras relações e ver como é que os grupos mais fracos são produzidos Quais são os espaços que os grupos mais fracos têm para fazer valer a suas maneiras
eles só querem que as suas ideias também sejam vistas reconhecidas e eles possam trabal ar com as próprias representações e não que sejamos nós aqui por exemplo no Brasil obrigados a incorporar os significados produzidos né no hemisfério norte não faz sentido Então as implicações curriculares elas vão nessa direção o professor e a professora culturalmente orientado ou orientada o professor ou a professora que se inspira nos estudos culturais esse professor e essa professora fazem valer outras formas de ver o mundo esse professor essa profess professora vão por exemplo investir bastante tempo na produção das práticas corporais
a partir do contexto então não se trata de ensinar uma prática corporal a partir do Repertório eh considerado importante valioso ou seja como jogam os outros como se joga do ponto de vista oficial é claro que é importante que e os estudantes e as estudantes também conheçam saibam mas esa aí mas lá no 5º ano lá no terceiro ano lá no primeiro ano lá na educação infantil tem que ser de outra maneira não tem que ser daquela forma porque aquela forma interessa aquele outro grupo e não ao grupo que está na escola agora por isso
que aquele movimento que a gente fez lá na semana passada né educação física na das linguagens ler as práticas corporais a qualificar a leitura das práticas corporais e e e qualificar também a produção das práticas corporais a escritura É nesse sentido de qualificar Bom somos tantos são dessa maneira na nossa turma tem uma ou duas ou três crianças com deficiência e a partir desse contexto a gente vai produzir a nossa prática corporal isso é colocar em prática os estudos culturais bom um outro campo de inspiração Campo na porque na Perspectiva pós na Perspectiva eh pós-crítica
né nas teorias pós-críticas nas pedagogias pós-críticas Nós não entendemos que os campos teóricos fundamentam e sim que os campos teóricos inspiram o professor e a professora a agirem de uma determinada maneira então o pós ismo nos inspira a partir do momento que o pós que o pós-modernismo abala os pilares da modernidade então estas questões que às vezes nós vemos presentes formar o cidadão autônomo formar o cidadão crítico formar o cidadão ou a cidadã autônomos críticos conscientes etc Opa o pós-modernismo questionaria estes que são alguns dos Pilar da modernidade a emancipação a conscientização autonomia etc etc
para o pós-modernismo se nós somos subjetivados pelos discursos pela linguagem colocada pela pelas representações que a linguagem coloca em circulação convenhamos ninguém é autônomo ó a partir do momento que eu estou atuando a partir daquilo que eu acessei a partir daquilo que eu vi e ouvi a partir daquilo que eu aprendi daquilo que me ensinaram então não tem como haver uma certa autonomia do jeito que as pessoas pensam pção né o pós-modernismo aliás as teorias pós-críticas de maneiras geral foram muito influenciadas também pela psicanálise Então essa questão da consciência essa questão da libertação essa questão
da emancipação que são as promessas da modernidade que seria aquela consciência que o homem né como era como se escrevia né ou seja o homem ou seja olhando para si incorporando todo aquele conhecimento científico e agindo com autonomia e transformando o mundo o o pós-modernismo vai colocar em dúvida essa questão o pós-modernismo eh questiona as explicações totalizantes ele questiona o universalismo ele vai dizer fala assim pera aí pera aí pera aí sim estamos na globalização Ou seja a globalização implica numa série de mudanças das nossas relações das formas como nó Como Nós pensamos as coisas
do mundo trabalhamos mas também as culturas também são locais apesar de toda a globalização e de todo o acesso que nós temos a as culturas de outros grupos ou seja a aos discursos as práticas de outros grupos nós ainda cultivamos as tradições dos nossos grupos familiares nós ainda cultivamos as nossas práticas no nosso no nosso contexto escolar no nosso contexto eh no no no território onde a gente reside nas nossas práticas elas eh sofrem mais ou menos Impacto de outras culturas então a o pós-modernismo nos ajuda a pensar também no local o pós-modernismo também nos
ajuda a pensar em como esse local vem sendo contaminado por outras ideias outras questões e aí às vezes inclusive recuperar algumas das questões que nós eh não abrimos mão que nós consideramos muito importantes nas nossas práticas e é interessante perceber por exemplo já que todos nós pertencemos à mesma instituição nesse sentido somos desta mesma comunidade como apesar da mudança de certas né de de uma série de coisas Existem algumas práticas que são bem comuns aos universitários e às universitárias e sobretudo na Universidade de São Paulo e elas persistem ao longo do tempo mesmo que outras
possibilidades tenham sido criadas e ofertadas então se você for a a certas cidades que cultivam certas danças você verá que apesar de toda digamos assim de toda a influência dos meios de comunicação e das redes sociais etc essas danças continuam lá eh e continuam sendo inclusive apropriadas pelos pelas crianças pel dos jovens né nas escolas ou em outros espaços e assim sucessivamente ou seja muitos de nós comemoram certas datas festivas nos nossos núcleos e amigos os nossos núcleos familiares da mesma maneira há 20 30 40 50 anos então este local pós-modernismo Chama Atenção para isso
o que nós fazemos essa interação Global local mas o local não deixa de existir por conta da globalização Então as implicações curriculares eh seria o o questionamento de certas verdades o questionamento das meta narrativas o questionamento das explicações totalizantes o questionamento de uma certa maneira única exclusiva de ver as coisas do mundo e aí é importante chamar atenção gente porque às vezes as coisas ficam meio né assim digamos assim estranhas em momento nenhum o pós o o o pós-modernismo eh questiona a importância do conhecimento científico em momento nenhum o pós pós-modernismo questiona o impacto do
conhecimento científico na melhoria da vida de todas as pessoas pós-modernismo não faz isso não existe nenhuma obra pelo menos que eu conheça de um autor alinhado ao pós-modernismo que vai questionar o conhecimento científico o que o pós-modernismo vai dizer é que assim como todas as outras práticas discursivas o conhecimento científico o discurso científico também é um discurso o conhecimento científico também é uma produção discursiva e também é atravessado por interesses e também é atravessado por visões de mundo e também é atravessado ou seja existem muitas maneiras de de entender o conhecimento científico e é interessante
ver que o conhecimento científico é ciente disso uma vez que ele mesmo vai se modificando Ele mesmo vai se transformando Ele mesmo vai repelindo ideias anteriores que já foram ciência num outro momento e pensando em ideias eu me referi na na outra videoaula que com o discurso científico a respeito da saúde dos efeitos do tabagismo Isso mudou a nossa prática cultural ou seja E hoje nós podemos tomar decisão de fumar ou não né ou seja de adotar ou não o hábito de fumar com mais argumentos uma vez que nós acessamos o conhecimento científico algo que
não existia 40 50 60 anos atrás e agora está à nossa disposição E se nós estamos aqui através eh desta ferramenta em nos comunicando e se vocês estão assistindo essa videoaula né em vários horários emem dias diversificados em momentos né Que Vocês conseguem etc é graças ao investimento em produção científica eu tô que eu tô sempre dizendo né o conhecimento científico é resultado é um conhecimento produzido através do método científico é isso que é o conhecimento científico Então graças ao esforço de milhares de pessoas e graças à produção científica de milhares de pessoas que nós
estamos aqui podendo ter esse tipo de experiência né então é importante que a gente Fique atento ou atenta à à forma como os que são defensores né da modernidade se referem a aquilo que caracteriza a pós-modernidade Tudo bem então as implicações curriculares do pós-modernismo isso estão está muito presente nas práticas pedagógicas com o currículo cultural da Educação Física uma vez que nós trabalhamos com diversas formas de conhecimento nós trabalhamos com diversas maneiras de entender as práticas corporais nós valorizamos os conhecimentos de vários tipos Nós não entendemos que que o conhecimento que as práticas corporais TM
que ser de uma só maneira nós entendemos que as práticas corporais precisam ser recriadas o tempo inteiro que as práticas corporais têm que estar né emem De acordo em conformidade com as pessoas que delas participam então uma perspectiva digamos assim moderna da Educação Física porque a educação física é uma invenção da modernidade uma perspectiva moderna da Educação Física foi tentar fazer com que todo mundo fizesse tudo do mesmo jeito a ginástica por exemplo o esporte por exemplo né o currículo esportivista o currículo ginástico o currículo psicomotor currículo desenvolvimentista e hoje na pós-modernidade e com as
influências do pós-modernismo e de outras teorias nós já entendemos que as escolas podem ter projetos político pedagógicos diferentes nós já entendemos que as escolas operam a partir e e e podem trabalhar com práticas corporais absolutamente diferentes bom e finalmente por hoje por nesta videoaula em função do tamanho que esta videoaula já já adquiriu O pós-estruturalismo que é dos Campos teóricos que inspiram o currículo cultural o professor e a professora que colocam o currículo cultural em Ação é o o campo teórico com o qual ao lado dos estudos culturais vocês têm lidado desde o início do
nosso curso Então o pós cutural ismo vai se preocupar com o discurso com o discurso discurso nada mais é do que uma cadeia de enunciados que quer afirmar alguma coisa quer dizer alguma coisa ou quer negar alguma coisa ou seja uma piada é um discurso uma novela é um discurso um texto e o um texto escrito que vocês leram é um discurso o que o professor eh desenvolve o que a professora desenvolve são ações por meio dos discursos ou seja coloa em circulação discurso sobre as coisas do mundo Ou seja discursa sobre sobre o seu
objeto de conhecimento isso é um é um discurso e na Perspectiva sobretudo pós culturalista e e influência do do Michel Foucault os discursos como você já viram vão produzindo as coisas do mundo né a linguagem produz a coisa coisa do mundo produz as coisas do mundo e e para o mich fucou tudo é discurso né porque a a maneira como a gente pensa as coisas a maneira como a gente faz as coisas a maneira maneira como eh como nós lidamos com as coisas a maneira como nós eh falamos sobre as pessoas ou como falamos sobre
nós mesmos e nós mesmas Isto é discurso então este discurso gente ele faz circular as representações como nós já dissemos esse esse discurso ele reconhece hoje nós reconhecemos como pós-estruturalismo que os significados não são fixos que os significado são fluidos que não existe um um significado essencial as coisas não têm uma essência uma vez que as coisas são produzidas pelos discursos pela linguagem os significados eles são resultados de negociações os significados eles não são uma decisão arbitrária como quis Como pensou o estruturalismo e aí em sala de aula nós vamos descascar um pouquinho essa ideia
ou seja o estruturalismo pensava que havia uma correspondência única e inquestionável entre o s significado significante e o pós-estruturalismo Vai dizer que não que são as relações de poder que vão interferindo que vão influenciando na maneira como nós significamos as coisas do mundo e aí retomando aquele exemplo do do encontro os exemplos né da V aula passada do skate e da capoeira Acho que são bons exemplos e se vocês quiserem da esqueitista e da capoeirista ou de qualquer outra pessoa Envolvida com qualquer outra prática corporal Quais são as implicações do pós-estruturalismo Ora gente é fundamental
estou aqui me repetindo é fundamental que as crianças que os bebês que as bebês que os jovens que as jovens os adultos e as adultas os idosos e idosas que frequentam a educação básica percebam que as práticas corporais podem ser narradas de várias maneiras percebam que não existe uma história única para as práticas corporais por isso que na semana passada eu disse assim na videoaula Olha a historiografia mais conhecida vai dizer que o skate foi uma invenção californiana ora mas você encontra outros textos tem gente que diz tem gente tem H trabalhos né H escritos
que dizem que o skate foi uma época sem ondas colocaram rodas na em prancha de skate e tem gente que vai dizer que o skate foi uma criação a partir de um patinete quebrado Então como vocês podem ver também há várias histórias sobre a capoeira várias histórias sobre o futebol várias histórias sobre a escravidão e hoje felizmente nós temos tido acesso a conhecimentos outros eu vou afirmar isso para vocês gente o que hoje nós acess e o que hoje nós trabalhamos nas escolas é muito diferente do que as histórias que me contaram nas escolas sobre
a escravidão sobre os povos originários sobre a colonização ou seja sobre Tiradente sobre eh Dom Pedro I ou sobre o futebol sobre o handball ou seja aquilo que quando eu fui criança lembram lá nos anos 70 quando eu fui criança acessei é é bem diferente felizmente hoje o que é trabalhado em sala de aula e mesmo no nosso no curso de Educação Física mesmo no nosso curso de pedagogia os currículos que vocês estão percorrendo né porque currículo é caminhada é percurso a trajetória os currículos que vocês estão percorrendo são bem diferentes daqueles que eu percorri
ainda bem né Ou seja a gente precisa ir incorporando novas visões Novas Novas teorias novos conhecimentos novas explicações mesmo que elas nos incomodem mesmo que elas não sejam assim tão simpática numa primeira olhada então eram essas as nossas eh colocações para para hoje né para esta vídeoaula eh peço desculpas que ela ficou um pouquinho longa mas é necessário fazer essa discussão eu pensei várias vezes se deveria ou não incluir aquela discussão de teoria curricular antes mas acho que é importante para dar uma situada então existem teorias e tradicionais da Educação Física existem teorias críticas da
Educação Física existem teorias pós-críticas da Educação Física então eh quem é o sujeito que nós queremos formar e infelizmente como vocês já me ouviram falar em sala de aula às vezes a gente quer formar um sujeito mas coloca outra prática pedagógica na escola né E aí às vezes não tá eh não há coerência né não há convergência entre aquilo que a gente diz que quer formar e aquilo que a gente está formando felizmente em 2024 a gente já sabe como formar um cidadão e uma cidadã ou como a gente deseja formar um cidadão e uma
cidadã mais Democráticos né que sejam mais sensíveis às diferenças e que possam nos ajudar a produzir a construir uma sociedade menos desigual fiquem bem Se cuidem muito pessoal da pedagogia nós nos encontraremos na próxima terça-feira e o pessoal da educação física nós nos encontraremos na próxima quarta-feira Até lá