Luciano Subirá - A SANTIFICAÇÃO | FD#35

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Luciano Subirá
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Video Transcript:
Na aula de hoje eu quero seguir abordando os aspectos da salvação e, o destaque hoje, vai para a santificação. Destacamos anteriormente sete aspectos da salvação, que são: a regeneração e a adoção, assuntos que já abordamos, a regeneração numa aula intitulada "O novo nascimento" e, na aula anterior falei a respeito de adoção. Hoje eu quero falar sobre santificação, o terceiro aspecto e, na sequência ainda iremos falar sobre redenção, justificação, reconciliação e glorificação.
Quando falamos a respeito de santificação, não há como deixar de comentar uma aula anterior de poucas semanas atrás, intitulada: "Os tempos da Salvação", quando falamos a respeito de processos. Em Filipenses, no capítulo um, no verso seis, o apóstolo Paulo diz: "Aquele que começou em nós a boa obra há de completá-la. " Então nós falamos dos tempos da salvação: passado, presente e futuro.
Passado, o que já aconteceu. Presente, o que está acontecendo. E futuro, o que ainda vai acontecer.
Mostramos que essa divisão ela é apresentada com outras nomenclaturas na Bíblia para enfatizar aspectos que são complementares. Eles não são divergentes. Eles não são concorrentes.
Eles são complementares. Então destacamos na aula dos tempos da salvação que Jesus fala a respeito de uma porta e um caminho estreitos que conduzem à vida eterna. Então falamos a respeito de porta, caminho e alvo, que é o destino a ser alcançado.
A porta diz respeito à experiência inicial que normalmente nos referimos ao tempo passado da salvação, àquilo que já aconteceu de forma prática nas nossas vidas, que diz respeito à conversão. Quando falamos a respeito do caminho enfatizamos todo o momento presente, a necessidade de crescimento, de mudança comportamental, e quando falamos do futuro, falamos daquilo que ainda nos aguarda. Quando se enfatiza esses tempos não dá para negar que santificação acontece nos três tempos da salvação.
Muitas pessoas acreditam que salvação é uma coisa como se fosse a conversão, santificação é outra que vem depois. Na verdade, o que nós temos ali são sinônimos. Há uma santificação inicial na conversão.
Há uma santificação progressiva ao longo da caminhada cristã e há uma santificação final no clímax da redenção que será experimentada na vinda de Jesus. Então, o meu primeiro destaque aqui, ao falar sobre santificação, não só recapitulando o que já estamos falando, porque estamos gerando uma construção progressiva de entendimento, é enfatizar: ninguém pode ignorar esses aspectos da santificação que se relacionam com os tempos da salvação. Em Romanos, no capítulo seis, no verso 22, o apóstolo Paulo diz assim: "Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação e, por fim, a vida eterna".
O apóstolo Paulo aborda aqui os três tempos da salvação. Libertados e transformados são verbos que são conjugados no passado. Fala de algo que obviamente a Escritura sustenta e isso, sem sombra de dúvida, para quem já está em Cristo, já aconteceu.
Agora, ele diz: "Tendes o vosso fruto para santificação". Santificação é apresentada não só como aquilo que está relacionado com a experiência inicial, mas como algo, eu quero deixar muito claro nessa aula, como algo que segue acontecendo ao longo da caminhada cristã. Mas ele diz: "e, por fim, a vida eterna".
Embora a Bíblia diga que hoje nós temos a vida eterna no sentido de direito e de acesso, ele diz que isso está nos aguardando no final do processo. Em outras palavras, a sua forma plena será desfrutada depois. Então, separar esses tempos nos ajuda exatamente na construção daquilo que Deus está fazendo, falando por meio da sua Palavra, nos orientando e reconhecer esses três aspectos da santificação é o ponto de partida.
Em primeiro aos coríntios, no capítulo um, e também nos versos um e dois, logo na introdução da carta, quando o apóstolo Paulo ainda está ali, endereçando seu conteúdo, dando a saudação inicial, nós vemos que ele faz uma distinção de tempos. Ele diz assim: "Paulo, chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Cristo Jesus, e o irmão Sóstenes, à igreja de Deus que está em Corinto". Então, ele afirma no verso 2: "aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todos os lugares invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.
" Ao mesmo tempo que ele diz "santificados" conjugação passada ele diz "chamados para ser". Há um aspecto da santificação que já foi alcançado. Há um aspecto da santificação que ainda não foi alcançado.
Então fazemos a distinção daquilo que acontece na conversão: o processo de regeneração, o aspecto que ainda estudaremos que é a justificação, a reconciliação, tudo isso nos proporciona uma experiência de santificação inicial. Mas há um processo e nesse processo, além daquilo que já recebemos, há um chamado para ser santo. Há um aspecto da santidade que ainda não foi alcançado e isso também fica claro quando é segundo aos Coríntios, no capítulo sete, no verso um, o apóstolo Paulo diz sobre aperfeiçoar.
Ele diz: "aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus. " Ele diz, eu quero ler o texto inteiro, segundo aos Coríntios, capítulo sete, verso um: "Portanto, meus amados, tendo tais promessas", são as promessas feitas no final do capítulo anterior, os seis, que indicam proximidade de Deus, "Portanto, meus amados, tendo tais promessas, purifiquemo-nos de toda a impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus. " Ele não está falando das impurezas das quais já fomos purificados.
Ele está falando daquelas das quais ainda devemos nos purificar. E ele fala desse processo que continua, ele o classifica como um "aperfeiçoamento da santidade". Se a santidade ou o processo de santificação tivesse sido experimentado de forma plena, completa, não haveria mais absolutamente nada para ser experimentado.
Mas como ainda há um aperfeiçoamento, reconhece, portanto, por lógica pura, que a santificação, embora teve o seu aspecto inicial, não foi completo. Então, agora continua e essa continuação nós chamamos de "santificação progressiva". No entanto, há que se distinguir um terceiro aspecto que nós chamamos de "santificação final".
Essa santificação final terá uma outra aula específica, que é um dos aspectos da salvação que nós denominamos como "glorificação". Então, portanto, hoje, minha ênfase principal não é nem falar do que aconteceu na conversão, a santificação inicial, porque a gente está distribuindo esse assunto em várias aulas: a do novo nascimento, que enfatiza a regeneração, a da justificação, enfim, o assunto está sendo abordado em outras aulas já dadas e algumas que ainda virão. O aspecto futuro, que é a santificação final também será especificamente apresentado numa das próximas aulas, intitulada "Glorificação".
De modo que, nessa aula específica sobre santificação, eu quero concentrar muito mais a nossa atenção no que nós vamos chamar de "santificação progressiva". Então, destacando esses três elementos que são: santificação inicial, progressiva e final, eu quero passar direto à definição do que é a nossa santificação, como aspecto da salvação, na perspectiva progressiva, aquilo que precisa acontecer depois da conversão. A obra santificadora do caminho, não da porta, usando ainda a linguagem da aula dos tempos da salvação.
Dito isso, eu quero mencionar um texto de Isaías, capítulo um, verso 18. Eu lembro que ainda garoto, vi meu pai pregando a respeito desse versículo e eu fiquei muito impressionado com a explicação que ele trouxe na época. É como se a compreensão fosse além da capacidade humana natural, racional, e algo iluminou o meu coração, de maneira que eu nunca esqueci aquela aula, apesar que não tinha uma fundamentação teológica profunda, nada do gênero.
Isaías, no capítulo um, verso 18, a Bíblia diz: "O Senhor diz: Venham, pois, e vamos discutir a questão. Ainda que os pecados de vocês sejam como o escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, eles se tornarão como a lã. " O Senhor fala a respeito de dois exemplos de tintura que normalmente eram assim na perspectiva humana, impossíveis de se remover de um tecido.
Mas ele está falando de um poder de limpeza que aqui, obviamente, nós percebemos que Deus está relacionando a sujeira ou a tintura com a mancha do pecado. Mas ele fala da capacidade de alvejar, de tornar branco aquilo que antes foi manchado. Mas dois exemplos são apresentados não só de tintura, como escarlate e carmesim.
Dois exemplos também do que eu vou chamar aqui de "brancura" são apresentados. Em primeiro lugar, se fala da neve e depois, em segundo lugar, se fala da lã. Curioso é que se a gente for pensar em termos de progressão, a lã não é tão branca como a neve.
Por mais clara que possa ser a lã de uma ovelha, ela não consegue ser tão branca quanto a neve. Portanto, acredito que a ideia aqui não é falar a respeito do tom da brancura, mas que tem mais a ver com processo. Por exemplo, o que experimentamos na santificação inicial, na justificação, vem do alto, é uma justiça e uma santidade que nos é imputada em Cristo Jesus.
E quando se fala da neve, ela também vem do alto. É algo que desce do céu e cai sobre a terra. O primeiro nível de santificação, a santificação inicial, aquilo que nos é imputado em Cristo Jesus, não tem a ver com mérito.
Se recebe por um ato de apropriação da fé naquilo que nos é disponibilizado pela graça. É uma intervenção sobrenatural que se recebe do alto. Mas quando no segundo exemplo se fala da lã, a lã diferente da neve, ela não desce do alto.
Ela brota de dentro para fora e tem tudo a ver com a natureza da ovelha. E eu acredito que esse exemplo não está na Escritura por acidente. Romanos 15.
4 diz que "tudo quanto foi escrito para nosso ensino foi escrito. " Acredito que esse segundo exemplo de brancura tem muito mais a ver com a santificação progressiva. Enquanto o da neve tem a ver com a santificação inicial o da lã é uma figura da santificação progressiva.
Por quê? Está relacionado à questão da natureza. O que experimentamos na santificação inicial, a regeneração, é uma mudança de natureza.
A oferta de uma nova natureza não significa o desaparecimento da velha. Quando falamos a respeito do novo nascimento, destacamos isso. Quando Jesus diz para Nicodemos, em João 3 que importa nascer de novo, Nicodemos diz: "o senhor está querendo dizer que eu vou ter que entrar no ventre de mamãe e ser gerado outra vez?
" Jesus diz: "Não, o que é nascido da carne é carne. " Jesus está dizendo: "O seu primeiro nascimento foi segundo a carne e quando você nasceu segundo a carne, você se tornou semelhante ao primeiro Adão, manifestou o DNA corrompido, pecaminoso dele e, se houvesse um jeito de você voltar a nascer de novo, você ia, igual ao primeiro, você ia viver o loop, a repetição do problema. Isso não se resolveria.
" O nosso problema começa exatamente com o nascimento. No Salmo 51. 5, a Escritura diz: "Eu nasci em iniquidade e em pecado me concebeu a minha mãe.
" Em cima dessa declaração de Davi de ter nascido em iniquidade, ele não falava apenas dele, o Salmo 58. 3 diz: "Os ímpios se alienam desde a madre, desde que nascem, proferem mentiras". Em cima disso, nós entendemos que o nosso primeiro problema se deu pelo nascimento.
Então, não adianta repetir o primeiro nascimento. O primeiro nascimento constitui-se no problema. Quando Jesus fala de nascer de novo e ele diz: "O que é nascido do espírito é espírito", a regeneração, ela acontece no nível do nosso espírito.
O nosso espírito estava separado de Deus. Nós olhamos para a declaração de Paulo em Efésios, no capítulo dois, e o apóstolo afirma que nós estávamos mortos nas nossas transgressões e nos nossos pecados. O que significa estar mortos?
Não estávamos fisicamente mortos, mas estávamos espiritualmente mortos. Morte na Bíblia tem a ideia de desconexão e não só de fim de existência. Quando Deus disse para o homem: "No dia em que pecardes, certamente morrerá" o homem não morreu fisicamente no dia em que pecou.
Aliás, Adão viveu foi muito tempo. A Bíblia fala de mais de 900 anos de vida. Então, a morte não se instalou no sentido de fim de existência, mas de separação de Deus?
Sim. Então, para que haja reconexão, para que haja a reaproximação, que acontece por meio da reconciliação, algo que só é possível pela regeneração, dentro do pacote temos a justificação. O homem, ao nascer de novo, ele recebe uma nova natureza, e essa nova natureza é transferida aonde?
No seu espírito. Agora, o que muitas pessoas, quando falamos de santificação, em termos práticos, não entendem é que elas acreditam: "Ah, se eu recebi uma nova natureza, a velha desapareceu? " Não.
Porque a velha natureza está onde? Na nossa carne. Essa é a necessidade do ato final, que falaremos em outra aula, a glorificação.
A Bíblia fala a respeito de uma carne pecaminosa. Em Romanos, no capítulo oito, Paulo fala de um "cativeiro da corrupção". O que isso significa?
Que nós estamos com o espírito nascido de novo, com uma nova natureza, a natureza de Deus. Primeira de João 3. 9 diz que a semente de Deus, seu código genético, está em nós; Segunda de Pedro 1.
4 diz; "A fim de que vos torneis participantes da natureza divina", a nova natureza é divina. Ela é semelhante à natureza de Deus, mas essa natureza comunicada ao nosso espírito deixa o nosso espírito onde? Dentro de um cativeiro de corrupção.
Paulo fala: "o pecado que habita em mim". Ele fala em Romanos 8 a respeito de uma carne pecaminosa. É por isso que a Bíblia diz, em Filipenses 3.
20 e 21: "Nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos um Salvador, o qual há de transformar o corpo da nossa humilhação para ser igual ao corpo da sua glória. " Por que essa carne tem que ser transformada? Porque carrega a velha natureza.
Então, antes de compreendermos melhor a transformação final do corpo, nós precisamos entender como hoje a nova natureza, que está no nosso espírito, pode subjugar a velha natureza que está na nossa carne. Esse é o grande dilema da aplicação prática do que nós chamamos de santificação progressiva. Muitas vezes eu vejo crentes dando desculpas em nome da velha natureza: "Está aqui.
Eu não posso vencer o pecado. " Então, citações como Paulo faz em Romanos 7: "Miserável homem que sou. Quem me livrará do corpo dessa morte?
" e as pessoas esquecem que ele diz na sequência: "Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. " Então pegam parte da declaração: "O bem que eu quero, esse eu não faço, o mal que eu não quero, esse faço", quase como se fosse impossível vencer o pecado. A minha pergunta é: E a teologia de Romanos 8?
Na verdade, Paulo nem escreveu explicado e dividido em capítulos e versículos. Essa divisão é posterior. Ele tem um raciocínio que é contínuo.
Quando você lê Romanos 8, você vai ver a declaração de Paulo no versículo 2: "Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te libertou da lei do pecado e da morte. " A pergunta é: Até que Jesus Cristo volte e o nosso corpo seja transformado e haja a erradicação da velha natureza, nós precisamos viver debaixo do domínio dela? Não, nós podemos subjugá-la.
E aqui é muito importante que a gente compreenda a essência do que é a santificação progressiva. Se, em primeiro lugar falei dos três níveis de santificação aqui: inicial, progressiva e final, e no segundo comecei a destacar de forma prática a santificação progressiva, dando ênfase a quê? A uma questão de natureza, que é o que vemos no processo da lã, brota de dentro para fora, tem a ver com a natureza, a nova natureza que recebemos, então, o que eu e você precisamos compreender, em termos práticos é: como permitir que a nova natureza nos governe.
Como permitir que ela, de fato nos conduza. Então, é evidente que esse processo não é automático. Se fosse, todos os crentes viveriam algo extraordinário na área da santificação, que não haveria necessidade de nenhuma orientação bíblica.
As próprias orientações bíblicas sobre como nos conduzir já apontam para o fato de que nós temos responsabilidades nesse processo. Por exemplo, o apóstolo Paulo, ele escreve em Efésios, no capítulo quatro, a partir do verso 22, ele diz: "Quanto à maneira antiga de viver, vocês foram instruídos a deixar de lado a velha natureza, que se corrompe segundo desejos enganosos", estou lendo na Nova Almeida Atualizada. A expressão traduzida aqui "velha natureza", na verdade é "velho homem".
Natureza ele está dando o sentido, não é uma tradução literal. Nós chamamos isso de "por equivalência". Então:l "Quanto à maneira antiga de viver, vocês foram instruídos a deixar de lado a velha natureza, que se corrompe segundo desejos enganosos, a se deixar renovar no espírito do entendimento de vocês, e a se revestir da nova natureza, criada segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.
" Então, quando a Bíblia diz: "Tem que se livrar da antiga natureza", particularmente, eu gosto da afirmação de outras versões que dizem que nós temos que "nos despojar do velho homem". Essa palavra traduzida "despojar", "apotithemi", no original grego, significa "colocar de lado, tirar do caminho, remover". Ou seja, o velho homem não foi removido automaticamente.
Se a velha natureza está na nossa carne, se a nova natureza está no nosso espírito, e no dia da conversão, o nosso espírito não desincorporou, não desencarnou para sair vagando por aí, então, evidente que a nova natureza, no nosso ser espiritual, está presa dentro de um corpo que carrega a velha. Mas a Bíblia está dizendo o quê? Que nós podemos tirar esse problema do caminho.
Não significa, de forma alguma, que a gente vai se livrar da carne no sentido de ficar sem o corpo. Mas nós podemos governar a influência que a carne antes tentava impor. Antes, a carne nos governava pela velha natureza, que era a única que tínhamos.
Agora que temos a nova, pela nova, nós podemos subjugar a velha e podemos governar o nosso corpo, de maneira que o processo de santificação precisa ser entendido à luz de uma chave e essa chave se chama "domínio próprio". Domínio próprio é a nossa ênfase nesse momento por quê? Se não compreendermos isso, talvez a perspectiva que deveria ser um pouquinho mais abrangente e completa aqui sobre santificação, vai ficar comprometida.
Então o apóstolo Paulo escreve em primeiro aos Coríntios, no capítulo nove e no verso 27, o seguinte: "Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado. Quando ele está falando de esmurrar o corpo, a pergunta é: Isso é literal? A Igreja romana, ao longo dos séculos, passou a difundir a auto flagelação, tomando essa declaração de esmurrar o corpo como se fosse literal.
Mas quando Paulo diz sobre "reduzir à escravidão", isso é literal? Por que ninguém anda por aí com uma corrente no pescoço? Então nós precisamos entender que se reduzir a escravidão não é literal, esmurrar também não é.
Agora, se esmurrar for literal, reduzir à escravidão também deveria ser. O apóstolo Paulo, ele diz em Romanos no capítulo 12, a respeito de oferecer os nossos corpos como um sacrifício vivo. Isso é uma aparente contradição, um paradoxo, porque sacrificar é matar.
Como é que você oferece um sacrifício que é vivo? Se está vivo, não morreu. Se não morreu, não foi sacrificado.
Paulo está dizendo: "Olhe, ofereça o corpo como sacrifício, mas não mate literal. " Se eu não mato o corpo literal, mato o quê, Paulo? O que está dentro dele.
Em Colossenses, no capítulo três, no verso cinco, o apóstolo Paulo vai fazer outra afirmação que dá muito sentido à santificação progressiva: "Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena", aí ele vai abrir uma série de comportamentos que estão ligados ao velho homem e à velha natureza: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e avareza, que é idolatria". Ele continua a partir do seis: "por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência. ] Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também noutro tempo, quando vivíeis nelas.
Agora, porém, despojai-vos, igualmente de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar. " Verso nove: "Não mentais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou". Basicamente, fazer morrer a velha natureza diz respeito a eliminar o comportamento antigo baseado no quê?
No fato de que temos uma nova natureza. É dar à nova natureza o poder de governo. Como fazemos isso de forma prática?
Como fazer morrer? Em Romanos, no capítulo oito, nos versos 5 e 6, o apóstolo Paulo também nos ensina a respeito disso. Ele afirma: "Porque os que se inclinam para a carne cogitam", cogitar é pensar, sentir, "das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito.
Então ele está falando aqui de inclinação. Carne velha, natureza; espírito, nova natureza. Verso 6: "Porque o pendor", sinônimo de inclinação, "porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito para vida e paz.
" Nós precisamos escolher a qual natureza vamos nos devotar. É aqui que o cristão precisa entender não só a força do domínio próprio, que é parar a carne, aliás, desde lá de Gênesis Deus falou isso para Caim. Quando Caim está ainda alimentando o ódio contra o seu irmão e não pecou, o Senhor diz: "O pecado jaz à tua porta", Gênesis 4.
7, mas o Senhor diz: "Mas a ti cumpre dominá-lo". Em outras palavras, o Senhor está dizendo: "O pecado quer entrar, mas você precisa pará-lo, porque se você não pará-lo, ele vai te controlar. " Então, mesmo na antiga Aliança já existia um sentido e uma compreensão de dizer: "Eu não preciso me entregar ao desejo.
" A diferença é que na nova, nós podemos parar a força da velha natureza, não por uma tentativa e um esforço humano, mas usando os recursos da nova natureza, usando o poder do Espírito Santo, usando a graça, que é uma força capacitadora. E nós precisamos entender que nesse exercício de uma consciência da nova natureza, que é o que nos dá o poder de vencer a velha, nós temos, e eu quero terminar com isso, o uso de algo que desperta a consciência espiritual, a consciência da nova natureza, que deveriam ser o quê? As práticas das disciplinas espirituais.
Ao longo de 2000 anos de história da Igreja e do Evangelho, as disciplinas espirituais têm sido uma parte marcante e, aliás, estou enfatizando 2000 anos de cristianismo, porque mesmo nos santos do Antigo Testamento, essas práticas já estavam presentes. Essas têm sido marcas dos homens e mulheres piedosos que marcaram geração, que escreveram história. O que são?
Tempo devocional com Deus, no que isso se constitui? Tempo de oração, tempo de adoração e louvor a Deus, meditação, estudo e compreensão das Escrituras e práticas como o jejum. Nenhuma delas são atos de mérito, como algumas pessoas tentam dizer.
Elas despertam uma consciência. Por exemplo, o que adorar faz por mim e por você? A Bíblia diz que Deus habita no meio dos louvores.
O apóstolo Paulo escreve e diz: "Não vos embriagueis com vinho, no qual a devassidão", e vai fortalecer a carne, "mas enchei-vos do Espírito", como? "Falando entre vós, com salmos, hinos, cânticos espirituais". Enquanto adoramos, alimentamos a consciência, a exposição à presença de Deus.
A oração produz a mesma coisa, a consciência espiritual. O jejum ajuda a mortificar a carne, enquanto sua irmã gêmea, a oração, desperta a nova natureza. Ou seja, se entendemos que há um processo, o processo tem a ver com a nova natureza, o processo de subjugar a velha natureza em nome da nova envolve o domínio próprio e que esse, por sua vez, não é usar a força da carne para parar a carne, porque a carne não quer parar a si mesma.
É usar a força e os recursos espirituais para parar a velha. Então nós precisamos perceber que as disciplinas espirituais vão nos fortalecer nesse sentido. Quanto mais tempo eu e você gastamos com a Palavra, mais forte é a nossa consciência.
A nossa mente é renovada como o apóstolo Paulo falou que é importante. Na hora de se despojar do velho homem e se revestir do novo, ele diz: "Tem que se renovar no espírito do entendimento. " E a Palavra de Deus tem o poder de mudar nossa forma de pensar, nossa forma de crer.
Ela é um alimento espiritual. Ela fortalece a consciência da nova natureza. Nós nos expomos em oração à influencia e à ação do Espírito Santo de uma maneira que, sem ela, não podemos.
Por exemplo, Jesus diz: "Vigiai e orai para que vocês não caiam em tentação. " Então a oração tem o poder de nos dar vitória sobre a inclinação da carne. Aliás, na oração do Pai Nosso, como apelidamos, Jesus, nos ensinou a diariamente orar: "Não nos deixeis cair em tentação", porque as disciplinas espirituais elas nos fortalecem.
Não porque elas tenham alguma coisa de mérito, mas porque de fato despertam a consciência espiritual. Então, devemos entender que há uma santificação progressiva. Essa santificação, em essência, diz respeito a mortificação da velha natureza e há uma consciência crescente e progressiva da nova, há uma entrega contínua aos recursos espirituais, que são a manifestação da graça de Deus, a presença, o controle, o governo do Espírito Santo nas nossas vidas.
Então, enquanto intencionalmente a gente decide se apartar de impurezas, dizendo: "Não me inclino para lá". A gente também intencionalmente usa a responsabilidade de se inclinar para toda a consciência os valores da nova natureza. Se a santificação inicial vem do alto, nos é imputada, não tem a ver com mérito, não temos absolutamente nada a ver com isso, a não ser arrepender e crer, por outro lado, na santificação progressiva temos responsabilidades.
Não temos mérito no que fazemos, mas temos responsabilidade para acessar esses recursos que estão à nossa disposição. A minha oração é que a gente possa entender que aquilo que iniciou na conversão, como a santificação inicial, deve se desenvolver, deve crescer, por quê? O plano de Deus é que eu e você sejamos transformados de glória em glória na imagem de Jesus.
Essa transformação, ela se completará na glorificação, mas entre a santificação inicial, a conversão, até a obra completa da glorificação, eu e você temos a responsabilidade de avançar, de seguir sendo transformados, de nos tornar cada dia mais parecidos com o Senhor Jesus, que é o cerne, o objetivo da obra da redenção. Essa compreensão, ela será de grande auxílio. Obviamente, aqui estamos trazendo uma aula num formato resumido.
Eu quero encorajá-lo porque escrevi um livro inteiro com mais de 300 páginas, intitulado "O Impacto da Santidade", falando sobre todo o processo de santificação. Também temos disponível e vamos deixar o link aí à sua disposição, uma conferência com 4 horas de ensino gravado a respeito desse assunto, que foi brevemente resumido aqui. O encorajamento é para que a gente cresça nesse entendimento E nas próximas aulas que você siga juntando as peças do quebra cabeça para entender essa obra gloriosa de salvação e tudo aquilo que podemos experimentar não apenas no futuro, mas que já está à nossa disposição desde já.
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