K [Música] Muito boa noite, meus caros! Sejam muito bem-vindos à nossa conversa desta noite. Hoje, o nosso tema não poderia ser outro: no dia 31 de janeiro, nós celebramos a memória de São João Bosco, pai e mestre da Juventude, e vamos falar a respeito da biografia dele, da vida dele, da pedagogia de Dom Bosco. O nosso tempo é curto; a vida de Dom Bosco é muito rica, né? Temos muita coisa para falar, mas vamos selecionar aqui, nesta noite, os principais fatos para nos dar uma visão geral, um perfil de São João Bosco, pai e
mestre, o grande educador da juventude que celebramos no dia de hoje. Sejam muito bem-vindos! Sintam-se acolhidos aqui no canal Rafael Tonon. Se você já participa, já está inscrito aqui no canal, muito bem, né? Curta essa nossa conversa da noite de hoje, compartilhe com seus contatos, envie para os seus amigos. Agora, se você está chegando aqui e não conhecia o trabalho do canal, então eu me apresento. Eu sou o professor Rafael Tonon, sou professor de Filosofia e de História, casado, pai, já tenho mais de duas décadas me dedicando à educação e, no dia de hoje, tenho
o prazer de falar do Santo patrono da Juventude e dos educadores. Então, é uma alegria estar por aqui, tá bom? Então, se você não conhecia ainda o canal, já aproveite, faça a sua inscrição no canal e também ative as notificações aqui do canal para você poder receber tudo aquilo que for produzido aqui de conteúdo, né? No canal Rafael Tonon, muito bem! Sem mais delongas, vamos ao tema da noite de hoje: São João Bosco. Quando nós falamos de São João Bosco, pensamos muito nos Salesianos, na obra Salesiana; pensamos muito na obra do Santo, mas vamos ao
perfil humano, né? Quem foi São João Bosco? São João Bosco nasceu no dia 16 de agosto de 1815. Ele nasceu no comecinho do século XIX e faleceu no dia 31 de janeiro de 1888, faleceu aos 73 anos de idade, depois de muitos trabalhos, ali quebrado por diversas dificuldades, diversas situações de saúde que começaram a impedi-lo de realizar o seu trabalho, inclusive de rezar missa nos últimos anos. Isso foi muito difícil para ele, enfim, né? Teve uma vida totalmente doada pela causa do Evangelho. Então, vamos, na noite de hoje, olhar para a vida deste grande santo.
É um santo moderno! São João Bosco, juntamente com Santa Terezinha do Menino Jesus, é um dos Santos que tem mais fotografias. Existe uma documentação a respeito da vida dele muito ampla, né? Tanto pelas anotações dos seus alunos, pelos escritos dos seus colaboradores diretos, sacerdotes ou leigos, bem como os registros fotográficos. Então, temos muitas fotografias de Dom Bosco e, por isso, é possível conhecê-lo na sua fisionomia original, né? Santa Terezinha também é assim, e alguns santos mais modernos também. Mas Santa Terezinha tem, né, muitas fotos; São João Bosco também, né? E, graças a Deus, esses registros
chegaram até nós, né? É um santo moderno, é um santo falecido no final do século XIX, beatificado e canonizado no começo do século XX e cuja obra está espalhada por todos os cantos do mundo. Então, na noite de hoje, eu gostaria de começar aqui pelo perfil, né, pelos dados biográficos de São João Bosco. São João Bosco nasceu, então, como eu disse, no dia 16 de agosto de 1815, e faleceu em Turim, né, no dia 31 de janeiro de 1888. A cidade natal de Dom Bosco é uma cidade que se chamava Castelo Novo, esse era o
nome da cidade; hoje a cidade se chama Castelo Novo de Dom Bosco, né? Tamanha a importância deste filho daquele solo, daquela cidade! Então, Dom Bosco nasceu nessa cidadezinha e será beatificado em 1929. Ele desenvolveu seu apostolado todo ali em Turim, foi ordenado sacerdote ainda bastante jovem e, depois, foi se dedicando ali a diversos trabalhos pastorais até fundar o Oratório de São Francisco de Sales, que é o germe, ali, o início da grande obra Salesiana. Foi ordenado padre no dia 5 de junho de 1841, perto do Domingo da Santíssima Trindade. Então, ficou padre em 1841, foi
ordenado por Dom Luigi Franzoni, que era o arcebispo de Turim. Faleceu em Turim em 1888, foi beatificado no dia 2 de junho de 1929, na Praça de São Pedro, por Pio XI, e depois foi canonizado no dia 1º de abril de 1934, em Roma, também por Pio XI. A sua festa litúrgica ficou no dia da sua morte mesmo, né? Dia 31 de janeiro. E o seu nome de batismo, né, quando ele nasce, ele recebe como nome de batismo Giovan Melchiorre Bosco. Então, seria João Melchiorre Bosco, né, em português, né? Sua mãe era Dona Margarida, que
ele chamava de Mamãe Margarida, e o seu pai, Francesco Bosco, que ele perdeu, né, já nos primeiros anos da sua vida. São João Bosco teve outros dois irmãos; tinha um irmão mais velho, com quem ele não se entendia tão bem, chamado Antônio Bosco, que, inclusive, causou muito sofrimentos a Dom Bosco, mas tinha também um outro irmão, né, mais tranquilo, mais calmo, que era amigo dele. Então, eram três meninos. São João Bosco, nós podemos dizer, assim, que, na sua juventude, na sua infância e juventude, ele foi muito forjado pelas situações da vida dele, né? Então, ele
nasceu numa família muito pobre, numa região de agricultores. E qual era o destino dos meninos que nasciam por ali? Trabalhar como agricultor, trabalhar em alguma fazenda, cultivo, plantio, colheita, enfim, aquela lida natural ali de fazenda. O seu pai, Francesco Bosco, né, quando já estava bem mal de saúde, perto do seu falecimento, enquanto agonizava, ele chama a sua esposa, Margarida, né, a Mamãe Margarida, e ele diz algo curioso: eu... Diria até profético para a futura vida de Dom Bosco. O pai de Dom Bosco disse assim à mamãe Margarida: "Eduque-o bem, mas eduque principalmente o Giovan, o
João que é João Bosco, São João Bosco. Eduque-os bem, mas eduque principalmente o João". E a mãe guardou isso, né? Ela guardou aquele menino de um modo especial. Ele deveria ser educado, né, de um modo diferenciado, com uma atenção. Era o pedido do pai, né, Francesco Bosco. E isso vai se revelar uma realidade na vida de Dom Bosco, porque, de fato, a educação que ele recebeu da mãe nos primeiros anos foi o que marcou o seu caráter. Ele mesmo dirá que se lembrava com carinho das lições que aprendeu, né, com a mãe. E Dom Bosco
também, no início ali da sua vida, né, nós podemos dizer assim que, pelo fato de ser o caçula, né, ele, de certa forma, na maioria das famílias, o caçula acaba sendo um pouco cuidado pelos outros, mas na família de Dom Bosco foi um pouco diferente. Na família de Dom Bosco, ele era o caçula, mas eram só meninos. E o seu irmão mais velho, ao contrário do que se esperaria de um irmão mais velho que cuidasse ali do mais novo, não conseguia entender o gosto que esse menino, Giovan Bosco, tinha desde pequenininho pelo estudo, pela leitura.
Isso era, de certa forma, intolerável para o irmão. E então, embora ele fosse o caçula, padeceu bastante, né, sofreu muitas humilhações, inclusive por parte desse irmão, né? Os irmãos que nasceram antes dele, Antônio Bosco e Giuseppe Bosco, eram de uma família do Piemonte. A família do pai era Bosco e a família da mãe, a família Oena, também era uma família da região, famílias pobres que enfrentaram, tanto a da mãe quanto do pai, diversos problemas. Por exemplo, Dom Bosco nasceu em 1815. 1815, na Europa, era o ano da celebração do Congresso de Viena. O que foi
o Congresso de Viena? O Congresso de Viena foi uma convenção, uma reunião que foi organizada pela Inglaterra, pela Rússia e pela Áustria. Qual era o objetivo dessa reunião? Restituir os reis europeus aos seus tronos depois do horror das invasões napoleônicas. Então Napoleão Bonaparte se autoproclamou imperador da França e começou a anexar os territórios de vários países que estavam ali em volta. A Itália sofreu muito com as invasões napoleônicas; a própria França sofreu, a Espanha sofreu, Portugal sofreu. Então as invasões napoleônicas desorganizaram o mapa europeu, desestabilizaram a economia europeia e Dom Bosco nasceu em 1815. Quando
Napoleão foi preso, né? Napoleão tinha sido preso um ano antes, em 1814. Em 1815 era convocado o Congresso de Viena, era uma tentativa de reorganização da Europa. Nessa tentativa de reorganização, o povo passava fome, regiões inteiras passavam sérias dificuldades. Dom Bosco nasce nesse contexto de muita dificuldade. Quando ele tinha um pouquinho mais de 2 anos, ele perde o pai, né? E esse pai acabou deixando os três filhos na mão da mãe, a Margarida Oena. E o que que ela vai fazer? Ela vai se mudar com esses meninos para um local onde construiu um casebre, um
barraco quase, que é onde eles moravam. A infância de Dom Bosco foi ali e eles eram tão pobres que a mãe de Dom Bosco alugava a parede do vizinho onde ela poderia escorar o telhado da casa. Então ela alugou um pedaço de parede para não precisar construir outra parede de apoio para a casa, para gastar menos e construir só as paredes que fechariam a casa. Ela alugou uma parede do vizinho, pagava um valorzinho para o vizinho e escorou ali as ripas, as tábuas que fariam o papel de telhado, meia água. Era uma casinha muito pequena,
era uma casinha muito simples. Ela fazia trabalhos domésticos, principalmente lavando roupa, para sustentar esses meninos, para cuidar desses meninos, o que obviamente trouxe muitas dificuldades para eles, com alimentação e até mesmo com educação. Dom Bosco demorou muito tempo para conseguir ter uma educação formal, mas a educação religiosa ele recebeu da mãe. Tudo ele recebeu da mãe. Ele aprendeu a rezar com a mãe, aprendeu a amar a Jesus, a visitar Jesus no Santíssimo Sacramento, conversar tudo com a mãe. Mas ele não tinha ainda estudo formal. Em 1825, eu peguei aqui como referência, depois fica aí a
referência para vocês das Edições Salesianas, o livro de Teresio Bosco, chamado "Dom Bosco". Procurem depois essa obra, chama-se "Dom Bosco". E o autor é o Teresio Bosco. Na minha livraria tem também algumas outras obras mais curtinhas sobre Dom Bosco, mas estou usando aqui como referência para nossa conversa essa obra que é um pouquinho mais longa. O Teresio Bosco vai dizer o seguinte: que em 1825, quando Dom Bosco tinha 9 anos de idade, ele teve o primeiro de uma série de sonhos que desempenhariam um papel influente em sua vida e em seu trabalho. Esse primeiro sonho,
dirá Dom Bosco anos mais tarde, deixou uma impressão profunda em mim do dia em que ocorreu até hoje. Então, a manifestação de Deus, a manifestação da vocação de Dom Bosco, aquilo que Deus queria dele, começou a se manifestar. Aos 9 anos de idade, né, ele era só um menino pobre do Piemonte, né, com uma mãe que batalhava para criar aqueles filhos, mas que o ensinou a amar, a conhecer e a temer a Deus. E aí ele teve um sonho. O que que ele vê nesse sonho? Né, olha que interessante. Ele... Viu uma multidão de meninos
muito pobres que brincavam e blasfemavam, e então apareceu um homem. Não era possível vê-lo por inteiro, mas a sua silhueta deixava entrever o misterioso interlocutor. Ele tinha roupas nobres, um porte masculino robusto e imponente, e, voltando-se para João Bosco, disse-lhe: "Você terá que conquistar esses seus amigos não com socos e pontapés, mas com gentileza e bondade; portanto, comece agora mesmo a mostrar-lhes que o pecado é feio e a virtude é bela." Aí Dom Bosco, quando ele escreve essa mesma ideia, diz que ele viu a silhueta, mas não viu tão claramente; deu para ver um homem
em vestes nobres. Quando esse homem olhou de relance, Dom Bosco, aos 9 anos, reconheceu que era Jesus Cristo que lhe falava em sonho para cuidar daqueles meninos que blasfemavam enquanto brincavam. "Ensine para eles que a virtude é bela e o pecado é feio." Então, é isso; é interessantíssimo, né? Já no começo. E aí, Dom Bosco, com 10 anos de idade, ele ingressa numa obra que existia por ali, era uma obra paroquial chamada de oratório. Na Itália, desde o século X, essas obras paroquiais para crianças, que tinham alguma atividade, alguma coisa, eram comumente chamadas de oratórios.
Então, o próprio Dom Bosco participou de uma dessas obras, que se chamava Oratório também. Ele começou a frequentar essa obra paroquial e começou a observar, segundo Teresio Bosco narra, as atitudes dos seus colegas, principalmente os colegas de classe. Esse Oratório, onde Dom Bosco começa, era uma espécie de escola paroquial. Então, tinha as atividades lúdicas e tinha as aulas. Dom Bosco começa a frequentar e começa a observar os seus colegas de turma. Nesse tempo, ele servia como árbitro nas brincadeiras ou até mesmo nas brigas que tinham ali. Ele entrava ali para arbitrar. Os meninos mais velhos
começaram a ter medo de João Bosco, não porque ele fosse um menino forte, grande, robusto, que batesse nos outros, né? Embora ele tivesse muita força e soubesse se defender muito bem; como era um menino muito pobre e foi criado um pouco solto, ele sabia se defender, sabia bater muito bem, sabia lutar muito bem e, se preciso fosse, ele rolava no chão com qualquer um. Mas agora ele era uma espécie de árbitro nas brincadeiras; ele ficava ali como árbitro e até nas brigas ele entrava para tentar acabar com essas brigas. E por quê? Porque ele se
lembrava daquele homem misterioso que disse para ele ensinar a virtude para os seus amigos. E olha que interessante: por que os meninos mais velhos tinham medo dele? Porque começaram a perceber que ele era um bom observador e conhecia os pontos fracos de cada um. Então, o que ele fazia? Quando a coisa começava a sair muito do controle, ele geralmente apontava, expunha as fragilidades daqueles que brigavam. E aí eles paravam. E muitos, temerosos de que João Bosco fizesse isso com eles, evitavam as brigas. Assim foi a maneira que ele teve de ir diminuindo esse mau comportamento
dos colegas. E, nessa época, também, ainda durante a sua infância, ele começou a observar com muito interesse os artistas, principalmente artistas de circo, quando passavam pela sua cidade. Em uma certa ocasião, ele viu alguns artistas que se apresentaram em um banquete nas colinas próximas ali à sua cidade natal. João Bosco ficou observando, né, aqueles mágicos, aqueles malabaristas, e foi aprendendo, ao observar, como fazer os truques, como fazer malabarismos. Pouco tempo depois, ele estava fazendo mágica e malabarismos e se apresentando para os amigos, cobrando por isso. E para fazer essas mágicas e truques, o que ele
fazia? Ele caçava passarinho e, depois, vendia passarinhos; com o dinheiro, comprava o material que precisava para os truques. Os amigos vinham para assistir e ele cobrava ali algumas moedas para se apresentar. E aí, então, ele, com esse dinheirinho, acabava guardando esse dinheiro para ajudar nos seus próprios estudos. Então, foi assim que ele foi aprendendo a se virar. Ele também nessa época administrava, às vezes, o dinheiro da própria casa; a própria mãe dava dinheiro na mão dele e ele, às vezes, comprava o que precisava. A mãe confiava muito na prudência dele. Então, ele não conseguiu ter
uma educação formal por muito tempo; depois, um padre se ofereceu para formá-lo, para lhe dar algumas aulas. Esse sacerdote deu a ele os rudimentos da gramática, deu alguma noção das ciências em geral. Mas, até então, não era um ensino formal, embora ele fosse um menino muito inteligente, aprendesse muito rápido; ele não tinha conseguido frequentar a escola devidamente. E é nessa época que ele começa a falar em ser padre, e é nessa época que ele começa a ser humilhado pelo irmão dele, o Antônio, porque, naquela região do Piemonte, quem estudava para ser padre geralmente eram filhos
das famílias de comerciantes ou filhos da nobreza. O irmão dele dizia: "Você é só um camponês, você é um trabalhador igual a todo mundo. Por que você está querendo ser diferente?" Não que não existissem padres de origem pobre, mas naquela região, né, a grande maioria acabava sendo sacerdotes dessa procedência ou de famílias de ricos comerciantes ou de famílias mais abastadas. Isso foi um verdadeiro sofrimento para ele. Numa manhã do mês de fevereiro de 1827, João Bosco deixou a sua casa e começou a procurar emprego como criado de fazenda. Isso aqui o Teresio Bosco conta. Quando
ele tinha, aliás, nesta época, ele tinha 12 anos e achou que a vida em casa já estava se tornando insuportável por conta das investidas do irmão contra a sua vocação. Então, ele resolve sair e procurar emprego, e ele conseguiu emprego na fazenda de vinhos, uma fazenda que tinha uma... Grande vinícola, né? Eles produziam vinho de um sujeito chamado Luí Mol. Né, esse Lu Mol foi quem empregou São João Bosco, e o menino então passou a ser criado na fazenda. Ele dormia na fazenda, vivia na fazenda e, esporadicamente, ia visitar a mãe e os irmãos, né?
Eh, mas ele continuou sem estudar, né? Ele ficou como empregado nessa fazenda por dois anos e, quando ele fez 14 anos, indo a Turim, ele foi se confessar com um sacerdote. Foi aí que se deu o encontro com esse sacerdote. Era o ano de 1830, que era um ano difícil também na história europeia; foi quando houve uma nova revolução na França que derrubou o Rei da França. É a época da aparição de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa em Rue du Bac. Era uma época de grandes conflitos políticos na Europa. Então, em 1830, indo a Turim,
ele se encontrou com um sacerdote, um jovem sacerdote chamado José Cafasso. É São José Cafasso, santo. Este padre com quem Dom Bosco se encontra é um santo também, né? E, inclusive, São José Cafasso era grande devoto de Santo Afonso Maria de Ligório e ensinou o menino de 14 anos, João Bosco, a ter grande devoção pelo Santo Bispo. Dom Bosco vai dizer isso até o fim da sua vida, que um dos livros que mais influenciaram na sua espiritualidade foi o livro "A Prática de Amar a Jesus Cristo" de Santo Afonso de Ligório. Inclusive, Dom Bosco, em
muitos escritos dele, cita este livro de Santo Afonso de Ligório, "A Prática de Amar a Jesus Cristo". Então, olha como que a espiritualidade, né, desse jovenzinho foi se formando. Então, o encontro com o Padre Cafasso foi decisivo, né? E o Padre Cafasso percebeu que, neste jovenzinho, havia uma vocação especial e havia um talento, um talento de comunicador, um talento de conhecimento não desenvolvido. Então, ele resolve ajudar esse menino e passa a pagar os estudos de Dom Bosco. Então, Dom Bosco foi para a escola formalmente, mesmo, né, indo todos os dias da semana. Com 14 anos,
já era um adolescente, já sabia ler, já sabia escrever, mas entrou relativamente tarde, né, para os padrões da época. Ele entrou relativamente tarde na escola, né? E, graças ao Padre José Cafasso, em 1835, ele, demonstrando o desejo de ser sacerdote, ingressou no seminário. Conseguiu entrar no seminário de Chieri, próximo à Igreja da Imaculada Conceição. Em 1841, depois de seis anos de estudo, foi ordenado sacerdote na véspera do domingo da Santíssima Trindade pelo Arcebispo Franzoni de Turim. Ele foi ordenado padre e, no dia seguinte, ele rezará sua primeira missa. É curioso que a primeira missa de
Dom Bosco foi rezada não no altar principal de uma igreja; Dom Bosco escolheu, na Catedral de Turim, uma capela lateral dedicada ao Santo Anjo da Guarda, né, aos Santos Anjos, aliás, né? Então, Dom Bosco reza missa ali, num altar dedicado aos Santos Anjos. Dom Bosco tinha uma devoção enorme aos anjos, e, sobretudo, ao seu próprio anjo da guarda. Nós veremos que, anos mais tarde, na vida de Dom Bosco, o anjo da guarda de Dom Bosco se manifestará várias vezes, de formas muito diferentes. Então, Dom Bosco tinha um convívio mesmo muito próximo com o seu anjo
da guarda. Quando ele foi ordenado padre, a cidade de Turim tinha 117.000 habitantes. Era uma cidade grande, era uma cidade industrializada, era uma cidade que estava se urbanizando e, consequentemente, era uma cidade que estava atraindo muita gente que estava vindo da zona rural para a cidade em busca de emprego, para conseguir trabalhar nas indústrias e melhorar de vida. Então, o êxodo rural naquela região era enorme. As pessoas estavam vindo ali para Turim, que é um grande centro, e isso traz consigo vários problemas: a formação de cortiços, o empobrecimento da cidade, a falta de emprego; não
tinha emprego para essa gente toda. Então, essa situação toda começa a causar ali um quase colapso na cidade de Turim: a criminalidade aumenta, a jogatina aumenta e o número de pessoas desocupadas, sobretudo jovens, nas ruas, aumenta muito. E acabam caindo no crime, acabam servindo aos interesses do crime, acabam caindo em vícios, em espetáculos imorais, em más leituras. Enfim, e Dom Bosco se vê ordenado sacerdote nessa situação. Então, Dom Bosco, inicialmente, foi designado como vigário de uma paróquia e começou a fazer um trabalho paroquial com as crianças e com os meninos, porque ele também, aos 12
anos, teve que sair de casa para trabalhar. Então, isso o ajudou muito a se compadecer da situação de jovens que não tinham, às vezes, família. Dom Bosco tinha família, tinha mãe, tinha irmão, mas o irmão era muito difícil. Então ele sai de casa e, de certa forma, ele viveu um certo abandono porque não tinha ali por perto a mãe, os irmãos, a família, já não tinha o pai. Ele viveu essa solidão, e talvez isto também tenha ajudado a forjar o seu caráter e a despertar nele o seu desejo apostólico de resgatar esses jovens. E aí
então Dom Bosco começou um trabalho pastoral, mas ele percebeu que os jovens que precisavam ser atingidos não estavam ali; eles não vinham até a paróquia. Aqueles que precisavam ser atendidos deveriam, né? Eh, eles deveriam... Eh! Opa! Parece que travou aqui. Me parece que deu uma instabilidade aqui. Não sei, vocês estão me ouvindo bem? Me ouvem bem, né? Vão falando aí para mim se vocês estão me escutando bem, aí, né? Que aqui pra mim pareceu que deu uma instabilidade aqui, até apagou aqui, né? Vocês vão me falando aí. Então, quer dizer, Dom Bosco percebeu que aqueles
jovens que precisavam da sua ação pastoral não estavam ali na paróquia, ele precisava buscar esses jovens que estavam longe. da vida de igreja, né? E aí ele decidiu que era necessário fazer uma outra forma de apostolado. Ele começou a buscar os jovens, os meninos, os rapazes, as crianças, nos lugares onde eles trabalhavam, né? Nos mercados, nos comércios. Então, o que esses meninos faziam? Eram meninos novos, às vezes com 10, 11, 14, 16 anos; eram jovenzinhos que já trabalhavam em um trabalho muito pesado, né? Eram pavimentadores, cortadores de pedra, pedreiros, trabalhavam cortando madeira, descascando madeira, trabalhando
com carregamento. Então, eram meninos que tinham um trabalho braçal enorme que esgotava as forças deles, e eles não tinham coragem para nada, quanto mais para ir à igreja. Esses meninos pensavam em trabalhar para se manter, mas, ao mesmo tempo, essa existência vazia acabava causando nesses meninos um certo desespero. E aí esses meninos iam desafogar esse seu desespero no quê? Na bebida, no vício, no jogo. E aí Dom Bosco vem atrás desses meninos para tentar fazer um apostolado com eles. Então, Dom Bosco começou a fazer o quê, né? Ele começou a organizar uma obra que tinha
lugar numa igreja, mas era um pouco diferente; ele deu a essa obra o nome de oratório. Então, várias obras parecidas eram chamadas de oratório. Ele criou o seu oratório, que era o de São Francisco de Sales, né? Não era assim simplesmente uma instituição de caridade, né? Mas a ideia era catequizar, era educar o ser humano por completo. Então, o que Dom Bosco começou a fazer? Ele reunia esses jovens aos domingos, domingo, como não é dia de trabalho, é dia de descanso. Ele juntava esses jovens, que tinham atividades esportivas, mágicas, atividades lúdicas, acrobacias, coisas que Dom
Bosco sabia fazer e gostava de fazer. Então, Dom Bosco atraía esses jovens, dava-lhes de comer, depois dava a catequese. E no meio dessa programação, rezava a missa, rezava o terço, e esses meninos começaram a vir aos domingos. Depois, ele começou a expandir essa obra um pouco mais, e aí os meninos já não vinham mais só aos domingos, mas em outros dias também. Com o tempo e com a permissão do seu bispo, esse trabalho com esses meninos se tornou o seu trabalho permanente. Então, nessa época, o oratório começou a se tornar uma obra muito mais ampla.
Ele começou a procurar emprego para os adolescentes desempregados. Ele começou a fazer uma rede de doação de roupas que podiam ajudar a assistir esses meninos; começou a arrecadar alimento para poder cozinhar e servir para esses meninos. Então, uma rede de apoio com muitos leigos envolvidos começou a se criar. Quando a gente olha para a família salesiana, a família salesiana até hoje tem muito essa coisa de fazer os seus trabalhos apostólicos muito em conexão com os leigos, né? Com grupos de leigos que ajudam ali os religiosos. Então, isso veio lá desde o começo, né? E aí,
nessa época, Dom Bosco começou a perceber que alguns desses meninos não tinham onde dormir. Dormiam, às vezes, debaixo de pontes, dormiam em monumentos da cidade, dormiam em abrigos públicos que eram pagos, mas com condições assim de higiene e de instalação muito precárias. Então, Dom Bosco começou a pensar: por que não oferecer acomodações para esses meninos? Por que não oferecer para eles um quarto, uma cama com cobertor, um quarto bem fechado, uma refeição à noite antes de dormir, a possibilidade de fazer uma higiene pessoal? E aí, Dom Bosco tentou. Na primeira vez que Dom Bosco tentou
fazer isso, ele estava morando numa casinha em Valdo, junto com a sua mãe, Margarida, né? A mamãe Margarida. Então, fez o seguinte: resolveu hospedar alguns meninos dentro da casinha onde ele vivia com a sua mãe. O que aconteceu? Na primeira vez, ele teve todos os cobertores roubados. Esses meninos dormiram um pouco, acordaram antes e, pelo meio da madrugada, foram embora, carregando consigo os cobertores. Na segunda vez, Dom Bosco, não desanimou, e ele abrigou um menino da cidade de Valência, né? Que estava ali trabalhando naquela região e não tinha onde ficar. Estava alugando quartos para dormir.
Enfim, aí, então, Dom Bosco o convidou para dormir ali, para se hospedar ali. E esse menino se hospedou ali. A partir daí, vem a ideia de criar uma obra permanente para acudir esses meninos. Na primeira vez, Dom Bosco hospedou os meninos e perdeu os cobertores; na segunda vez, ele hospedou outros meninos, e esses meninos roubaram tudo que estava no palheiro da casa. Tinha um palheiro, até as palhas foram levadas embora, ferramentas e tudo. Então, ele perdeu, mas isso não o fez desistir. A partir do mês de maio de 1847, ele passa a abrigar permanentemente meninos
órfãos na sua própria casa. No começo de 1847, os meninos abrigados por Dom Bosco eram cinco. Em 1852, já eram 36, e a mamãe Margarida ajudava a cuidar desses meninos. Em 1854, já eram 115 meninos; em 1860, já eram 470 meninos; em 1861, eram 600 meninos. Ele foi acolhendo meninos até chegar ao ponto de acolher 800 meninos órfãos dentro da sua instituição. Então, vejam vocês o tamanho, a proporção que essa obra foi tomando, né? Então, Dom Bosco foi alugando, muita gente foi ajudando a obra de Dom Bosco e o próprio arcebispo de Dom Bosco ficava
impressionado e falava assim: “Mas de onde vem o dinheiro, né, que o Senhor tem para sustentar esses 800 meninos? De onde vem o dinheiro, né? Porque Dom Bosco, afinal de contas, era muito pobre; ele não tinha recursos, contava com a ajuda da mãe e ele conseguia alimento para esses meninos, roupa para esses meninos.” Tudo que era necessário para esses meninos, e isso impressionava, né, ali as pessoas. Pessoas, né? E o próprio arcebispo, uma vez, perguntou a Dom Bosco: “Qual é o segredo, né, de onde o senhor tira dinheiro para sustentar?” E olha que interessante o
que ele vai dizer ao arcebispo, e depois, em outras ocasiões, ele vai dizer a outras pessoas. Ele dizia assim: “Onde as pessoas deixam o pecado, elas deixam também o dinheiro. Onde Deus abre o coração, ele abre também as carteiras.” O que Dom Bosco queria dizer? Que muita gente que veio até o oratório acabou passando ali ouvindo uma pregação, ouvindo alguma conferência. Muita gente começou a se reaproximar de Deus; muita gente teve uma conversão verdadeira e profunda. E aí essas pessoas queriam doar para aquela obra. Por quê? Porque “a minha conversão foi aqui, então eu quero
doar aqui, eu quero deixar o dinheiro aqui.” Dom Bosco não tinha dinheiro sobrando, mas sempre tinha como manter ali os seus meninos. E ele vai dizer que quem fazia tudo dentro do Oratório era Nossa Senhora. Ele consagrou a sua obra a Nossa Senhora Auxiliadora e dizia, né, constantemente entre nós: “Foi ela quem tudo fez. Nossa Senhora Auxiliadora, ela quem fez tudo. A obra é dela. O que eu faço para cuidar dos meninos é dela. Esses filhos que ela manda são dela, é tudo dela.” Entre nós, foi ela quem tudo fez. E aí o que vai
acabar acontecendo? Dom Bosco então começou a alugar prédios um pouco maiores para conseguir acomodar seus meninos. Em algumas ocasiões, ele alugou até mais de um prédio e foi fazendo ligação, né, de um com o outro, ali, para conseguir gerir o trabalho do Oratório. Resultado: os oratórios de Dom Bosco tinham os meninos que viviam permanentemente ali dentro da obra; tinham aqueles que vinham para estudar e fazer as atividades e depois retornavam para casa; e muitos vinham se confessar, participar da santa missa. Enfim, a obra de Dom Bosco foi crescendo muito. E o que começou a acontecer?
Esta obra começou a atrair sobre ela os olhares de muita gente que não gostava, sobretudo os olhares da Maçonaria, que passou a não ver com bons olhos o que Dom Bosco estava fazendo. Porque, afinal de contas, Bosco fundou um Oratório, fundou um colégio com uma educação extremamente católica, com uma educação que se aprofundava muito na história sagrada e na história da Igreja. Com uma educação que blinda aquelas mentes daqueles meninos contra todo tipo de ideologia, seja ela de direita, de esquerda ou de centro. Essas ideologias não pegavam os alunos de Dom Bosco, e isso começou
a causar a irritação constante dos políticos de Turim, dos políticos das cidades por onde a obra de Dom Bosco foi se expandindo. Então, na cidade de Turim, chegou a acontecer até mesmo uma queixa formal contra Dom Bosco, no município de Turim, na comuna de Turim; lá eles não chamam de prefeitura, né, é a comuna. E essa denúncia pública foi parar na justiça, alegando que tinha muito barulho, muita algazarra. Então, eles tiveram que se mudar constantemente de lugar. E Dom Bosco, de certa forma, também tirou esses jovens da mão do crime. Muitos desses jovens eram cooptados
para roubar, para atuar em algum tipo de organização criminosa, e agora Dom Bosco estava recolhendo esses jovens. Por isso, Dom Bosco sofreu várias tentativas de assassinato. Várias! Não foi uma só, não. Numa dessas tentativas, Dom Bosco vinha pela rua sozinho à noite, quando percebeu que estava sendo seguido. Então, ele tentou cortar caminho; a pessoa começou a apertar o passo, ele começou a correr, e dali a pouco, não era um só, eram vários que estavam correndo atrás dele. E, de repente, ele chega a um beco sem saída. Era muito alto para ele escalar; não daria, porque
daria tempo de os rapazes chegarem até ele, puxá-lo ali para baixo, e ele cairia, seria espancado e talvez seria morto, né? E aí, então, o que acontece? Dom Bosco vai para ali, naquele local, e faz o quê? Invoca o seu anjo da guarda. Não tinha o que fazer: se ele recuasse, encontraria os perseguidores; escalar o muro ele até conseguiria, Dom Bosco era bom, né, para subir, para pular, era padre jovem ainda, ele até conseguiria, mas ele não conseguiria fazer isso no tempo hábil necessário. E aí, então, o que acontece? Dom Bosco invoca o seu anjo
da guarda. Nesta hora, aparece um grande cachorro cinzento, que várias vezes na vida de Dom Bosco apareceria. Esse cachorro cinzento, Dom Bosco apelidou de “Grido”. Grido significa cinzento. E aparece esse cachorro enorme, com dentes afiados, que se coloca entre Dom Bosco e os seus inimigos. Então, Dom Bosco estava lá tentando escalar a parede; o cachorro veio logo atrás dele. E, quando os inimigos chegam para apanhá-lo, o cachorro se precipita sobre eles, avançando e colocando esses homens em fuga. Dom Bosco consegue pular o muro e escapar com vida. No dia seguinte, esse cachorro é visto acompanhando
Dom Bosco enquanto ele andava pela rua. Esse grande cachorro o acompanhava em várias ocasiões. E do mesmo jeito que misteriosamente esse cachorro aparecia, esse cachorro desaparecia. Mas as pessoas costumavam ver esse grande cachorro o tempo todo, andando; as pessoas viam isso. No fim da sua vida, Dom Bosco revelará que esse cachorro, na verdade, não era um cachorro; o seu anjo da guarda tomava uma forma e era a forma daquele cachorro para acompanhá-lo e protegê-lo dos assédios dos seus inimigos. Então, por isso, que até em algumas pinturas, a alguns quadros, aparece Dom Bosco com um grande
cachorro cinzento do lado, que era o modo... Como seu anjo da guarda o defendia, então foi assim que Dom Bosco foi, né? Estabelecendo aí a sua obra. Então, quando ele funda o Oratório de São Francisco de Sales, no dia 12 de abril de 1846, nós podemos dizer que foi um início, né, da obra de Dom Bosco, o início da obra Salesiana. Só que o que vai acontecer? Dom Bosco vai atuar na Itália numa época que, politicamente, era muito difícil, né. A partir de 1850, ali na Itália, começou um movimento grande, um movimento até violento algumas
vezes, chamado Risorgimento. Risorgimento seria a ressurreição; quando a gente fala de Cristo, por exemplo, a gente fala "morto" e "ressuscitado". Então, na Itália, começou um movimento chamado Ressurgimento, que seria a ressurreição do antigo estado italiano. Esse movimento era uma ideia política que pretendia fazer a Itália unificada. A Itália era uma "coxa de retalhos", né? Se você pegasse o mapa da Itália, ao norte, à esquerda, nós temos o Piemonte, onde está o Reino do Piemonte, com as ilhas da Córsega e da Sardenha ligadas ali ao Piemonte. Depois, você tinha no norte da Itália uma porção de
ducados, cada território governado por um duque, um nobre. No centro da Itália, nós tínhamos os Estados Pontifícios, que era um país governado pelo Papa. Hoje em dia, nós temos o Vaticano, que é minúsculo, né, mas os Estados Pontifícios eram um território bem maior e eram governados pelo Papa. Ah, mas por que o Papa precisa ter um território? Por uma questão política. Porque, se o Papa estiver dentro do território de um presidente ou de um rei, ele pode sofrer muito assédio, muita pressão política no momento de tomar as suas decisões. Então, é necessário que o Papa
tenha o território dele, governe o território dele para ter essa neutralidade, essa liberdade para poder governar a Igreja. Então, o Papa tinha um território, né, ali no centro da Itália, e abaixo nós tínhamos o Reino de Nápoles. Então, a Itália era uma "coxa de retalhos", não existia a Itália enquanto país único, unificado, uma coisa só. Não tinha isso. O que nós tínhamos era um território chamado Itália, mas com vários pontos independentes ali. E, em 1850, alguns teóricos, como Camilo de Cavour e outros tantos do Ressurgimento, começaram a escrever artigos de jornal, a escrever livros e
a propor a ideia de uma Itália unida, uma Itália com uma única língua, uma Itália com um único sistema de governo. Só que a última vez que a Itália tinha tido isso foi lá no Império Romano, em 476, né? Então, já fazia muitos séculos que a Itália não era mais o que ela foi um dia. E a ideia do Ressurgimento era essa, de unificar a Itália num governo inspirado na Revolução Francesa, um governo de preferência republicano, com estado laico e tudo mais. Então, essa era a ideia. O Surgimento é um movimento anticlerical, contrário à Igreja,
que queria, inclusive, tomar as propriedades da Igreja. Então, Dom Bosco funda o Oratório bem nessa época, uma época de grande anticlericalismo, uma época de hostilidade à Igreja Católica e uma época de uma afronta pessoal direta à pessoa do Santo Padre, que era o Papa Pio IX. O Beato Pio IX se tornou Papa em 1846 e governou a Igreja até 1878. Foi o pontificado mais longo depois do pontificado de São Pedro. São Pedro governou a Igreja por 33 anos; Pio IX governou por 32. Pio IX era um santo, né? Pio IX soube da obra de Dom
Bosco. Dom Bosco foi a Roma e foi recebido pessoalmente por Pio IX. Pio IX se tornou amigo de Dom Bosco e deu a ele a sua bênção. O Pio IX, inclusive, disse a Dom Bosco, quando soube da obra dele, que ele cuidava dos órfãos e tinha escolas, uma obra que gasta muito dinheiro: "Se o senhor veio aqui buscar dinheiro, veio no lugar errado". E aí Dom Bosco retribui o gracejo do Papa, dizendo: "Santo Padre, o que eu vim buscar não vai lhe custar nada. Eu vim buscar apenas a sua bênção para minha obra, e o
resto Nossa Senhora mandará, o resto Jesus mandará". E Pio IX se torna amigo mesmo e tinha Dom Bosco como um amigo pessoal, até como um confidente. Dom Bosco chegou a conversar longas horas com o Papa. O Papa percebeu naquele homem uma alma escolhida, um homem de um coração grande, extraordinário, e uma pessoa favorecida por Deus com muitos dons. Então, Pio viu isso. Esse é o contexto, né? Ali da Itália nessa época, né? Agora, Dom Bosco é interessante, ele, embora fosse defensor ferrenho da autoridade da Igreja, da Santa Sé, falava abertamente contra a Maçonaria, contra sociedades
secretas, falava abertamente contra comunistas, contra anarquia, né? E por isso Dom Bosco acabou fazendo muitos inimigos. Apesar disso, ele chegou a ter amizade com o conde Camilo de Cavour, que era totalmente a favor da unificação da Itália, inclusive da invasão das terras do Papa. Camilo de Cavour respeitava Dom Bosco e tinha amizade com ele também. O político italiano Humberto Rati, né, também foi amigo de Dom Bosco. Era um sujeito anticlerical e tudo mais, mas Dom Bosco respeitava. Então, a Marquesa de Bolo... Né, então, enfim, ele teve amizade com muita gente influente. Dom Bosco foi amigo
de Pio IX e foi amigo de Leão XI. Quando Pio IX morreu, Papa Leão XII foi eleito. Dom Bosco também se tornará amigo e muito próximo de Leão XI, e em Turim é o bispo que ordenou São João Bosco. O padre sofreu muito com essa história do ressurgimento italiano, né? O Dom Luigi Franzoni, que era um homem também muito firme, que pregava de maneira veemente e que defendeu os direitos da Igreja contra as invasões e a desapropriação dos bens da própria Igreja, acabou preso. Né, ficou sem comida, teve os seus paramentos, né, as suas vestes,
apreendidas, né? Então, é um homem que era muito firme nas suas posições. E Dom Luigi Franzoni acabou preso justamente porque ele recusou os últimos sacramentos ao ministro do Rei da Itália quando foi feita a unificação italiana. Né, essa unificação italiana que invadiu territórios e tomou as terras de todo mundo e deu essas terras todas, né, ao rei do Piemonte, o Rei Vítor Emanuel, ou Vittorio Emanuele, né, no italiano, no original. E esse rei tinha um ministro que era chamado de Santa Rosa, era o sobrenome, né, desse ministro. E aí, o que aconteceu? Esse ministro era
um sujeito que escrevia artigos indecentes, indecorosos, blasfemos contra a Igreja. E quando esse homem caiu doente, ele pediu os sacramentos. E aí o arcebispo de Turim negou os sacramentos. Ele negou os sacramentos; ele falou que era um homem que estava numa situação de pecado público. Ele estava mesmo numa série de pecados públicos, era um homem blasfemo, era um homem que prejudicou muito a Igreja. E aí o arcebispo negou os sacramentos e esse sujeito morreu. Aí o rei do Piemonte, o Rei Vítor Emanuel, repreendeu severamente Dom Luigi Franzoni por ter feito isso. E Dom Luigi fazia
isso para defender a Igreja, defender os direitos da Igreja, não vilipendiar a Igreja. Quando Dom Franzoni morreu, quem veio como arcebispo de Turim foi Dom Lorenzo Gastaldi. Dom Lorenzo Gastaldi não gostava de São João Bosco, não gostava da obra de São João Bosco, inclusive acabou movendo um processo canônico contra Dom Bosco. Era um processo que não tinha fundamento nenhum, baseado numa calúnia, né, que alegava desvio de dinheiro, desvio de finalidade nas coisas que Dom Bosco fazia, além de alegar que dentro da sociedade salesiana os padres não estavam sendo bem formados e estavam sendo ordenados de
qualquer jeito. Eram acusações absolutamente falsas. Dom Bosco era muito preocupado com todas essas coisas. Esse processo canônico foi brecado pelo próprio Papa Leão XII. O próprio Papa Leão XIII tomou a defesa de Dom Bosco e, só por isso, Dom Bosco não sofreu nenhuma sanção mais grave, né? Então, eh, nessa época aqui, Dom Bosco vai começar também a enfrentar alguns problemas com o governo italiano, porque o que Dom Bosco havia constituído era uma obra da Igreja, e o governo italiano estava querendo, né, digamos assim, entre aspas, legalizar todas as coisas. Todas as coisas deveriam entrar no
padrão do governo. Então, Dom Bosco começa a sofrer uma certa perseguição. E o mais interessante: quem vai defender Dom Bosco é Humberto Rattazzi, que era ministro do rei, que também era anticlerical, era contrário à Igreja, queria diminuição dos poderes da Igreja, né? O Rei Vítor Emanuel, inclusive, entrou numa briga pública com o Papa Pio IX, e Humberto Rattazzi, vendo o valor da obra de Dom Bosco, deu um conselho para Dom Bosco. Ele falou para Dom Bosco: "Ao invés de tentar registrar a sua obra como uma congregação religiosa nos órgãos do governo, não faça isso. Faça
o seguinte: constitua uma sociedade civil de assistência social aos mais pobres e de assistência educacional. Você está fazendo uma obra que trará um bem para o governo e é uma associação civil. Você, como cidadão italiano, vai abrir uma associação de assistência, e o próprio Rattazzi disse assim: 'Para a Igreja, você vá e peça ao seu arcebispo que reconheça vocês como instituição religiosa, mas para nós vocês serão apenas uma instituição civil.'" Foi uma maneira inteligente de contornar o anticlericalismo da lei existente na Itália daquela época. E aí é interessante, né, que Dom Bosco pediu permissão aos
superiores, né, inclusive ao bispo, se podia fazer isso, e o bispo concordou. E aí ele constituiu uma sociedade civil e uma sociedade religiosa ao mesmo tempo. E aí isso manteve, né, a sua obra. Quando Dom Bosco morreu em 1888, os Salesianos tinham 768 membros com 26 casas fundadas na América e 38 casas na Europa. Inclusive aqui para o Brasil, quem pediu a vinda dos Salesianos de Dom Bosco foi a Princesa Isabel. A Princesa Isabel escreveu para Dom Bosco, que estava vivo. A nossa monarca, a herdeira do trono do Brasil, se correspondeu com o santo. Ela
escreveu a Dom Bosco pedindo que ele mandasse padres salesianos para Niterói, no Rio de Janeiro, e o próprio Dom Bosco vai responder de próprio punho que ele mandaria esses padres para o Brasil, que ele fazia muito gosto de mandar. Ele prometeu à Princesa Isabel orações por ela e pelo pai dela, Dom Pedro I, e disse assim: "A senhora não se arrependerá, porque os meus Salesianos rezam e fazem rezar." É bonito isso que ele fala, né, dos filhos espirituais dele; são pessoas que rezam e fazem rezar. É aquilo que Jesus tinha pedido para ele no sonho
quando ele tinha 9 anos, né? Então, a vida dele foi a concretização desse sonho, né? No meio desse caminho, da obra salesiana, Dom Bosco vai se encontrar em 1861 com uma italiana, uma menina chamada Maria Domingas Mazarello. Mazarello, a Madre Mazarello, era uma moça que queria iniciar uma sociedade religiosa cuidando de meninas. E aí, Dom Bosco vai associar esta obra à sua obra e, junto com Santa Maria Domingas Mazarello, Dom Bosco funda as Filhas de Maria Auxiliadora, que é o braço, é o ramo feminino da família Salesiana. Então, nascia ali também uma grande obra de
amparo às meninas. E aí, Dom Bosco vai fundar também a associação dos Salesianos Cooperadores, que são, na sua maioria, leigos, mas pode haver sacerdotes que colaboram material ou espiritualmente com a obra Salesiana. Então, Dom Bosco foi estruturando a sua obra e, nesse meio tempo, Deus foi dando a ele muitos dons. Dom Bosco tinha, às vezes, o dom de ler as consciências. Dom Bosco tinha visões premonitórias, profecias que ele fazia e que se cumpriam com uma precisão muito grande. Passou a ter experiências que ele chamava de sonhos, mas eram experiências muito complexas para ele, e ele
mesmo não sabia classificar direito essas experiências que ele chamava de sonhos. Chamados sonhos de Dom Bosco, ele mesmo não sabia dizer se eram sonhos, se eram visões. O que eram, na prática? Esses sonhos ele sempre contava para o padre confessor e, depois, se era o caso, ele os expunha. Geralmente, ele contava esses sonhos em conferências para os seus estudantes, para os seus jovens. Esses sonhos eram muito edificantes, eram sonhos proféticos. Dentre os vários sonhos que Dom Bosco teve, ele teve um sonho em que viu o céu, o inferno e o purgatório. Num desses sonhos, ele
viu um bispo que foi muito amigo dele em vida, no purgatório. Esse homem estava sentado, com uma aparência bela, aparentemente feliz, e, nessa visão mística, o anjo da guarda de Dom Bosco é quem o levava. Dom Bosco conversou com esse bispo; ele respondeu e conheceu Dom Bosco, falou com Dom Bosco. Dom Bosco se virou admirado para seu anjo para comentar alguma coisa. Quando ele se volta de novo para aquele bispo, o mesmo bispo que ele acabara de ver, adiante belo, ele o vê acabado e feio. Surpreso com aquela visão, ele pergunta ao anjo o que
seria aquilo, e o anjo disse: “Ele está no purgatório porque está salvo”. Ao mesmo tempo, a sua aparência se modificou, assim, e se tornou acabrunhada e feia por conta dos pecados a serem purificados. Dom Bosco, nessa visão, vai dizer: “Esse bispo, eu prometo ao senhor rezar pelo senhor, rezar as minhas missas.” E assim ele vai fazer, nesses sonhos, muitas e muitas vezes. Dom Bosco conseguiu prever a morte dos seus alunos ou até mesmo dos seus Salesianos com precisão e conseguiu prepará-los e preveni-los para que pudessem morrer bem. Então, esses dons que Deus deu a Dom
Bosco, de certa forma, confirmavam o quanto era Deus mesmo que inspirava a obra desse homem, desse seu servo. E os seus alunos, muitíssimas vezes, em muitas ocasiões, se espantavam com a precisão da realização dos sonhos de Dom Bosco, das profecias de Dom Bosco. Dentre os seus alunos mais ilustres, nós podemos citar São Domingo Sávio. São Domingo Sávio é um jovenzinho de 15 anos que morreu aos 15 anos, foi formado por Dom Bosco. Era de família muito pobre, foi aluno de Dom Bosco e era um menino de um coração puro e santo, cujo lema de vida
era: “Antes morrer do que pecar mortalmente.” Ele pedia a Jesus essa graça: “Jesus, me leve desse mundo, eu prefiro morrer do que pecar mortalmente.” E Domingo Sávio, quando estava com 15 anos, caiu doente e foi definhando na sua saúde. Pouco a pouco, a saúde foi indo embora. Um dia, Dom Bosco, sabendo já da situação desse seu aluno, viu Domingo Sávio chutando uma bola contra a parede, brincando. Então, ele vai perguntar para Domingo Sávio: “E se eu te dissesse que daqui a uma hora Jesus vai te chamar e você vai morrer, o que você faria?” E
São Domingo Sávio respondeu: “Eu continuaria chutando a minha bola.” Então, vejam, né? O próprio Dom Bosco vai registrar isso, né, como aquilo edificou Dom Bosco. Aquele menino tinha o seu coração tão puro, tão limpo do pecado, estava com a oração em dia, com sacramentos em dia, sem apego ao pecado. Isso dava a ele uma liberdade tão grande a ponto de ele dizer: “Se Jesus viesse daqui a uma hora, eu continuaria chutando a minha bola, porque Jesus me encontrando como eu estou agora ou como eu estarei daqui a uma hora não vai ter tanta diferença.” Pouco
tempo depois, esse menino vem a falecer. A fama de santidade desse menino já era notória entre os colegas. E Dom Bosco, quando tem esse sonho do céu, do inferno e do purgatório, vai se surpreender. Primeiro, ele vê esse bispo no purgatório. Depois, quando ele chega no céu, ele é recebido no céu por um santo. Dom Bosco, quando olha, vê um jovem grande, adulto, robusto, belíssimo, de cabelos compridos até os ombros. Este jovem trazia uma cinta vermelha, estava cingido com uma faixa vermelha e este jovem tinha uma palma na mão. Dom Bosco, quando viu, pensou: “É
um mártir, é um santo mártir.” Quando ele chega ali ao céu, este santo começa a falar com ele e ele percebe que havia uma familiaridade daquele santo com ele, mas ele não sabia qual santo era. A conversa vai e conversa vem, e ele mesmo dirá que aquele santo que não conhecia disse: “Mas eu conheço o senhor, é que não está me conhecendo. Eu conheço, e o senhor me conhece também.” E aí, então, São João Bosco vai dizer: “Não, acho que houve algum equívoco, alguma coisa, porque realmente eu nunca ouvi.” Ele disse: “Viu, viu sim!” Dom
Bosco falou: “Mas como pode ser isso, né, se eu não me lembro de você?” E então, aquele homem, adulto, robusto, belíssimo, disse: “Eu sou Domingo Sávio.” Que conheceu Domingo Sávio, franzino, magrinho, pequeno. Ele disse: "Mas como é possível vê-lo assim?" E Domingo Sávio vai explicar: "Como eu já estou na glória do céu, eu tenho a aparência que eu teria como homem adulto, e a esta aparência se acrescenta a glória da visão beatífica. Como eu vejo Deus face a face, a beleza de Deus reflete em mim. É por isso que eu estou assim tão diferente do
que eu era: mais grande, forte, robusto, belo." Dom Bosco vai perguntar: "Por que ele estava como mártir, com uma faixa vermelha e a palma na mão?" E ele vai explicar: "Eu vivi heroicamente a virtude da castidade e não cometi o menor pecado sequer contra esta virtude. Eu nunca pequei contra a castidade; eu sempre venci todas as tentações em relação à castidade. Por isso, o meu prêmio no céu é um prêmio de mártir." Então, nesses sonhos de Dom Bosco, coisas extraordinárias eram ditas. Num desses sonhos, e um detalhe interessante, né? O Papa Pio IX soube desses
sonhos de Dom Bosco e deu a ele uma ordem: "Senhor, registre esses sonhos palavra por palavra. Cada coisa que o senhor ouviu, o senhor anote, porque pode ser que isso tenha um significado depois, mais tarde." Então, anote. Num desses sonhos, olha o que Dom Bosco vê: ele teve um sonho no qual se via transportado da Itália, numa velocidade imensa, onde era carregado junto com seu anjo para a América do Sul, entre os paralelos 15 e 20 do Hemisfério Sul, um lugar de muita riqueza, próximo a um lago. Ele vai dizer: "Entre os graus 15 e
20, eu vi um grande lago, muito largo. Este lago partia de um ponto e se abria, se expandia. Então, uma voz me disse repetidamente que, quando escavassem o minério que havia ali naquele local, a partir daquilo apareceria uma terra prometida onde corre leite e mel. As riquezas que sairiam daquele local seriam riquezas inconcebíveis." Alguns intérpretes dessa profecia de São João Bosco, né? Quando você pega entre os paralelos 15 e 20, você tem duas possibilidades que se encaixam nessa profecia de Dom Bosco. A primeira possibilidade é a cidade de Brasília, que de fato há um lago
ali dentro dessa descrição. Mais uma outra possibilidade é a cidade de Cuiabá. Então, pode ser que Dom Bosco estivesse se referindo a Cuiabá. Pode ser tanto Cuiabá quanto Brasília. Por isso, em vista dessa profecia, veja bem: Dom Bosco fez essa profecia quase 100 anos antes da construção de Brasília, quase 100 anos antes. Quando foram construir Brasília, se deram conta do local onde Brasília estava sendo construída. Então, Juscelino Kubitschek teve a ideia de construir em Brasília uma igreja para homenagear São João Bosco. E São João Bosco é também padroeiro de Brasília, junto com Nossa Senhora Aparecida,
que é a padroeira do Brasil. Em Cuiabá, também existe a paróquia de São João Bosco. Então, pode ser que São João Bosco estivesse se referindo a Cuiabá, né? As profecias nunca são muito exatas. Entre as várias profecias de Dom Bosco, existe uma profecia, um sonho profético de Dom Bosco que, a meu ver, é o mais importante que ele teve: foi uma visão de um mar revolto. Neste mar revolto, existiam várias embarcações pequenas, mas havia uma grande nave, uma grande embarcação que era batida pelas ondas de todos os lados. Nessa visão, quando São João Bosco levanta
o seu olhar, vê na proa deste navio o Papa, revestido das vestes pontifícias. Atrás do Papa, os cardeais, os bispos, o clero e uma grande porção do povo que estava nesta barca, que é a Igreja. E essa barca parecia que ia afundar. No momento mais terrível dessa tempestade, se ergue do fundo do mar uma grande coluna. No alto desta coluna, estava a Imaculada Conceição, a imagem de Maria Imaculada. No alto desta coluna, ao pé desta coluna, se lia: "Maria, auxílio dos cristãos." Em seguida, do outro lado do barco, ergueu-se uma outra coluna, mais alta e
mais bela, e no alto desta coluna estava a Santíssima Eucaristia. Nossa Senhora, a Eucaristia e o Papa, nessa visão de Dom Bosco, são as três alvuras da fé católica, né? As três alvuras, os três pontos da fé católica que nos dão esperança: a Eucaristia, porque é Cristo mesmo que nos alimenta na jornada desta vida; Nossa Senhora, porque intercede por nós; e o Papa, porque é o Vigário de Cristo e guia a barca da Igreja no mar revolto desse mundo. Quando essas duas colunas se ergueram, o mar revolto foi se acalmando. Nessa profecia, Dom Bosco via
o que a Igreja iria enfrentar no seu futuro e quais eram as armas para vencer as tempestades pelas quais a Igreja passaria: a devoção a Nossa Senhora, o amor a Jesus Eucarístico e o amor ao Santo Padre, a fidelidade ao Santo Padre, a Igreja. Então, essa visão de São João Bosco é bastante emblemática. Depois, na década de 1860, ele vai inaugurar em Turim a Basílica de Maria Auxiliadora. E Nossa Senhora também revelou a ele muitas coisas. Entre as várias coisas, Nossa Senhora pediu numa das pequenas cúpulas no alto da Basílica de Turim que fosse colocada
uma haste com uma espécie de bandeirola, com uma data. Essa data tinha o número um, o número 9 e dois furinhos: 1900. É uma data que Nossa Senhora pediu para que fosse gravada ali. Nossa Senhora, que nos sonhos de Dom Bosco, se mostrava como a grande intercessora da Igreja, a grande intercessora, deu a São João Bosco uma data. Alguns intérpretes entendem que essa data, 1900, se refere a 1917, a aparição de Nossa Senhora em Fátima. Então, Dom Bosco foi, de fato, um grande devoto. De Nossa Senhora, um homem dedicado não só à juventude, mas também
ao ensino, D. Bosco escreveu vários livros para ensinar a doutrina, materiais para educar bem os jovens e, por isso, é chamado de Pai e Mestre da Juventude. No dia 31 de janeiro de 1888, ele entregou a sua alma a Deus, depois de ter recebido os sacramentos. Foi sepultado usando o escapulário e seus paramentos sacerdotais. Já no seu velório, mais de 100.000 pessoas prestaram homenagens a D. Bosco. Uma vez sepultado, começou um movimento de tantas e tantas pessoas vindo ao túmulo de D. Bosco para pedir-lhe graças, e as curas não tardaram a começar. Assim, rapidamente, a
Arquidiocese de Turim começou a recolher esses testemunhos e iniciou o processo de beatificação de D. Bosco. Em 1929, ele foi beatificado; em 1934, ele foi canonizado. São João Paulo II o chamou de Pai e Mestre da Juventude, e, de fato, ele o é. Né? São João Bosco amou muito a Igreja e nos ensina a amar também a Igreja. A obra de D. Bosco segue ativa no mundo nos dias de hoje. Né? Na minha adolescência, eu fui aluno das Filhas de Maria Auxiliadora Salesianas e tive essa proximidade. Depois, na minha jornada como educador, eu também lecionei
em colégio salesiano. Como professor, tive a oportunidade de trabalhar na obra de D. Bosco. Peçamos a D. Bosco que nos abençoe, nos guarde e interceda por nós para que nós também possamos procurar a vontade de Deus na nossa vida. Tá certo, muito bem! Vamos dar uma olhada aqui em alguns comentários, responder eventualmente alguma dúvida, e já vamos nos encaminhando aqui para o final. Aqui uma coisa importante, antes de eu começar a comentar as falas de vocês, né? Várias pessoas me perguntaram, então eu vou responder aqui coletivamente, aproveitando a live. Várias pessoas me perguntaram no Instagram,
e eu, infelizmente, não consegui responder as dúvidas lá uma por uma. Aqueles que me fizeram a pergunta quando teria algum lançamento, alguma coisa nova, alguma coisa no campo de história, seja em termos de eventos, cursos ou coisas assim. Então, o que eu digo para vocês é o seguinte: eu não tenho a data ainda, mas fiquem atentos acompanhando aqui pelo YouTube e lá pelo Instagram, pois em breve já estou preparando um novo projeto relacionado à história. Vamos trabalhar a história da Igreja, vamos trabalhar a história do Brasil nesse conteúdo e eu vou anunciando. Então, fiquem atentos.
Em breve, deve ter o evento e, mais para frente, deve ter também outras opções até de produtos e tudo mais. Então, isso é só para responder coletivamente aos que perguntaram. Vamos ver aqui as questões de hoje. Né, perfil? Agradeço aos que pedem e deixam sempre o seu like para que o YouTube reconheça o canal como relevante, ajudando a chegar a outras pessoas. Compartilhar, se inscrever também, evangelizar, é isso mesmo! Muitíssimo obrigado pela lembrança. Mas é isso mesmo, né? Quanto mais interação, quanto mais a gente envia esses conteúdos, mais longe eles vão chegando. O YouTube distribui
melhor. Pais e bem, tenho irmãos que conseguiram o primeiro emprego através dos Salesianos aqui no Distrito Federal. Gratidão, São João Bosco, rogai por nós! Azira, [Música]. Chaves, opa! Vamos ver aqui o Omar Paulo, professor. Boa noite! Existe a Igreja Católica antes da Maçonaria? Não, a Maçonaria é de 1717, é do século XVI. A fundação da Maçonaria está muito antes. A Igreja já atuava, já fazia tanta coisa. A Maçonaria veio depois e, enquanto sociedade secreta, um dos seus objetivos é neutralizar ou até extinguir a ação da Igreja no mundo – nas leis, na educação, na economia.
É, vai mais ou menos por aí. Vamos ver aqui a Irene: São João Bosco, rogai por nós! Ele e São Felipe Neri são parecidos; dedicaram suas vidas a cuidar de crianças abandonadas e os jovens. Viva Cristo Rei! É muito parecido. Inclusive, São Felipe Neri fundou uma congregação que se chama a Congregação do Oratório, porque São Felipe Neri também organizou um Oratório àqueles moldes, que depois São João Bosco vai desenvolver mais. Então, São João Bosco, na verdade, é que se inspirou naquilo que São Felipe Neri já havia feito. A Shy conta que nos primeiros sonhos de
D. Bosco com Jesus, ele, sem saber que era Jesus, disse: "Minha mamãe disse para não falar com estranhos." E Jesus se apresenta como filho daquela que ele saúda três vezes ao dia no Angelus. É verdade essa fala, né? Quando Jesus fala com ele, ele se recusa a falar com Jesus, e Jesus se apresenta como filho de Nossa Senhora. A vida de D. Bosco é extraordinária. Por mais que a gente leia e estude, ainda é pouco. A Flávia Maria diz: "Que maravilha conhecer a história dos Santos! Obrigada, professor." É isso, né? Vamos seguir. Que bela história,
Grande Santo Benfeitor, São João Bosco, rogai por nós, especialmente pelos jovens. Isso de fato! A Maria Lúcia diz que na minha cidade natal de Lins existe até hoje Colégio Salesiano e o Colégio de Nossa Senhora Auxiliadora, um do lado do outro. Né? Isso é aqui onde eu falo que Campinas também tem uma presença salesiana grande, aqui. A Ana Amaral parece que há um sonho profético de D. Bosco em que poderia ser identificada geograficamente uma região do Brasil, uma terra em que correrá leite e mel. Seria verdade? É o sonho que eu falei de Brasília ou
Cuiabá, né? Pode ser que seja uma dessas cidades. Né, perfil? Carla Cutes: "Professor, uma dúvida, por gentileza: por que Deus..." Permite que tudo pareça dar errado na vida dos eleitos e grandes missões no início ou ao longo de suas vidas para lhes provar. Parece dificultar, e na verdade, Deus faz isso mesmo, né? Eh, Deus. Ele nos oferece, em primeiro lugar, o que? A sua amizade. O que é amizade com Deus? A graça. Graça santificante. Se você reza, se você se confessa, se você faz, beleza, você está na amizade com Deus, é a graça. Mas Deus
não nos quer parados na graça; Deus quer nos dar a glória, que é maior do que a graça. A glória é o quê? A graça é amizade com Deus, mas a glória é o gozo perfeito, completo e eterno de Deus. É isso que Deus quer nos dar. Só que para a gente conquistar, para a gente poder conquistar a glória, nós temos que ter a graça, e nós precisamos ser provados. É isso que Deus quer, né? Ele quer provar. E por que Deus quer nos provar? Porque Deus quer que nós tenhamos a oportunidade, a opção de
dizer não para Ele, se a gente quiser. Então, por isso que Deus coloca à prova. Eu posso recusar a prova, só que se eu recuso a prova, não alcanço a glória que Deus gostaria, desejaria me dar. Então, Deus coloca dificuldade. Se eu abraçar a dificuldade, superar a dificuldade, pedir ajuda d'Ele, dizer: "Senhor, tá difícil, mas eu estou fazendo para ser fiel a Ti, para Te amar, para... muito bem." Aí nós vamos superar, e nós vamos conquistando, pouco a pouco, já aqui, já nesse mundo, os nossos graus de glória lá na outra vida. Então, é por
isso que Deus faz isso mesmo, né? Ele permite. Deus não quer o mal, mas Ele permite, né? Ele permite que essas coisas aconteçam. Certo, muito bem. Vamos ver aqui a Adriana, que comentando como é bom ver o senhor contar a história dos santos. Seus estudos ampliam o nosso conhecimento, são ricos em detalhes e suas reflexões nos aproximam do santo. Muito obrigado, viu. Por isso que é importante aqui divulgar o canal, né? Para que outros também possam ter acesso a esses conteúdos, né? Aninha, paz. Fui a Cuiabá, visitei os queridos padres de Várzea Grande: Padre Paulo,
Padre Overlan, Francisco Amaral, Bráulio Alessandro. Em todas as igrejas das duas cidades, né? Várzea e Cuiabá, pude ver sobre esta visão. Então, tem muita gente que diz, inclusive, isso, né? Que Cuiabá é uma terra muito abençoada, inclusive, né? Pelos sacerdotes, pelo trabalho pastoral que você tem ali, né? Então pode ser que ali seja, de fato, né? O local que Dom Bosco profetizou, né? É isso. Olha, Cuiabá tem muitos padres santos, isso, né? De fato. A Maria Lúcia está comentando que em Lins, né, tem uma igreja de Dom Bosco que é muito bonita. Aqui, quem mais?
A Elizabete Bento. Amo os padres de Cuiabá: Padre Paulo, Padre Overlan, Padre Bráulio, Padre Francisco Amaral. Eu também gosto muitíssimo deles, viu? O Padre Paulo Ricardo eu conheço pessoalmente. O Padre Overlan eu só conheço de longe, acompanho bastante ele de longe. O Padre Bráulio da Alessandra eu gosto muitíssimo, ouço as homilias do Padre Bráulio sempre. Recomendo, inclusive, vocês a procurarem as homilias do Padre Bráulio de Alessandro. São de uma riqueza, assim, imensa. E o Padre Francisco Amaral, então, nem se fala. Padre Francisco Amaral, né? Já fiz várias lives com ele, já estive lá no canal
dele. Agora ele é que precisa vir aqui no meu, né? Mas gosto muitíssimo do Padre Francisco Amaral, né? O trabalho que ele faz, inclusive, o Padre Francisco Amaral é da Paróquia de São João Bosco em Cuiabá, né? Então é um sinal, de fato, interessante, né? Essa fala de Dom Bosco, né? A Rosângela deve ser Cuiabá, porque Dom Bosco tinha ciência da existência de Cuiabá e que precisaria de bispos, conforme solicitado. Não é de padres, né? Na verdade, ele não enviou devido à sua morte. É verdade, Dom Bosco. Ele sabia da existência de Cuiabá, e ele
sabia que já havia um pedido, inclusive, de salesianos para aquela região. Isso Dom Bosco sabia mesmo, né? Então, provavelmente, eu acredito, né? Que embora se fale de Brasília e tal, mas eu acredito que é mais provável que seja, de fato, Cuiabá. Eu penso que seja por aí. Quem mais? A Roberta comentando: "O Colégio Salesiano chamado Liceu, aqui em Campinas, está ao lado da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, onde há uma belíssima imagem de São João Bosco, tão bem feita que parece até que ela fala conosco." É a paróquia do Liceu. Aqui, né, eu volta e meia
participo da missa lá, me confesso bastante lá, né? De fato, né? Aqui em Campinas tem uma grande igreja para Nossa Senhora Auxiliadora. Eh, Rosemberg dizendo: "Professor, como a Igreja Católica explica a passagem do Evangelho de São Mateus que diz: 'E eis que o véu do templo se rasgou em dois'? Os protestantes usam essa passagem para condenar a devoção aos santos." Então, o véu do templo se rasgou em dois estava se referindo à religião dos judeus, não tem nada a ver com a veneração dos santos. Se você olhar lá no Apocalipse, diz que quando a pedra
foi removida do altar, lá no Apocalipse, na visão de São João, foi visto ali dentro de onde a pedra foi removida os mártires, aqueles que foram lavados no sangue do cordeiro, dizendo: "Quando o Senhor fará justiça pelo nosso sangue derramado?" E aí Jesus diz: "Agora não esperem mais um pouco." O que é isso? Os santos, né? Então, é uma extrapolação, né? Como várias interpretações que algumas igrejas fazem do Evangelho, né? A questão do véu do templo se rasgar em dois está querendo dizer o quê? Que a velha aliança passou. Essa é a interpretação correta: o
véu foi rasgado. O que estava ali, e era segredo, já não é mais, porque agora o verdadeiro templo é o corpo de Cristo, que foi colocado na sepultura, mas que surgirá. É o que Jesus mesmo falou, né? Que ele reconstruiria o templo em três dias, o templo que é o seu corpo, né? É isso. Vamos ver aqui a Valéria. Não é à toa que o Monsenhor Jonas Abib tomou o seu exemplo e inspiração para realizar a obra da Canção Nova. O Monsenhor Jonas Abib é da cidade de Elias Fausto, aqui do lado de Campinas, é
da diocese aqui de Campinas. Ele conheceu os Salesianos aqui em Campinas e se tornou Padre Salesiano. O Monsenhor Jonas Abib era Padre Salesiano; depois, ele se desligou da congregação e fundou a Canção Nova, mas depois a Canção Nova foi reconhecida como parte da família Salesiana, a espiritualidade de Dom Bosco, né, que permeia a espiritualidade da Canção Nova, né? Então, isso de fato é uma herança que o Monsenhor Jonas deixou. Antônia Moura, minhas duas filhas, quando crianças, foram coroinhas no Patronato, na Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora; cantaram em um coral. Minha filha mais velha nasceu no
dia 24 de maio, o dia de Nossa Senhora Auxiliadora, né? Isso aí, olha aí, muito bem! Deixa eu ver aqui quem mais. O Paulo sou Paulistano, mas com a grande parte da minha vida passada em Brasília. Tem influências diretas e indiretas aos montes de Dom Bosco. Em São Paulo, tem uma das igrejas mais velhas, fundadas pelos Salesianos, os padres que fundaram o Liceu do Coração de Jesus em São Paulo, né, que é perto ali da Estação da Luz. Eles foram alunos de Dom Bosco, conheceram Dom Bosco. Vários padres que viveram e morreram em São Paulo
conheceram Dom Bosco, inclusive o Liceu do Coração de Jesus em São Paulo. A imagem de Nossa Senhora Auxiliadora que está lá é uma imagem que foi benta por Dom Bosco, né, tá aqui no Brasil, né? Vamos ver aqui o Gabriel. Eh, boa noite, professor! O senhor acha que o que está acontecendo hoje com a Canção Nova é o mesmo tipo de perseguição que a obra de São João Bosco sofreu no passado? Está sem dúvida. São essas coisas que Deus permite para purificar, né? Que Deus permite, inclusive, para que as pessoas vejam o valor que estas
obras têm, né? Vou contar aqui um caso muito rapidinho, né, que um padre, um sacerdote, me contou. Ele me contou o seguinte: ele tem um primo que é padre também, um padre que abomina qualquer coisa da Renovação Carismática. Não gostava de renovação, não gostava do Monsenhor Jonas, detestava a Canção Nova. Tinha sim uma verdadeira repulsa por tudo que era da Renovação. Esse sacerdote era de uma congregação religiosa missionária que o enviou para a África, e este padre foi para de língua portuguesa na África. Passou por Angola, Moçambique, enfim, e ele conta que quando chegou em
Moçambique, foi a algumas tribos, alguns vilarejos muito afastados, onde as pessoas já não tinham missa, já tinha mais de anos que não viam um sacerdote para se confessar, para rezar a missa. Quando ele chegou, ele notou uma comunidade que manteve a sua fé viva, uma comunidade que rezava várias devoções, rezava o terço, e o mais interessante: cantavam músicas em português que nós cantamos nas nossas igrejas aqui. E o padre estranhou. Eram músicas mais carismáticas. E detalhe: as pessoas conheciam a doutrina. Ele ficou pensando e falou: "Mas vocês não têm padre? Não têm acesso a nada?
Como que vocês estudam, conhecem a doutrina? Como que vocês mantiveram essa fé viva?" E aí o chefe daquela tribo falou: "Olha, acontece o seguinte: nós temos uma antena aqui no nosso vilarejo e temos uma TV que sintoniza a Canção Nova. Então, nós não temos padres, nós não temos ninguém. Então, graças a essa obra..." Olha o que o chefe da tribo diz: "Graças a essa obra de Deus, nós podemos assistir, literalmente, à missa todo dia. Nós não comungamos; não é a mesma coisa, não tem o sacerdote, mas pelo menos nós estamos rezando juntos com uma comunidade
e a gente faz a comunhão espiritual. Aqui a gente assiste à missa e faz a comunhão espiritual." E aí eles rezavam o terço mariano, o terço da misericórdia, ouviam pregações, ouviam músicas; assistiam, né, ali o programa "Escola da Fé" do professor Felipe Aquino e aprendiam sobre doutrina. Aí o que aconteceu com esse sacerdote que abominava o Monsenhor Jonas e a Canção Nova, odiava tudo isso? Esse sacerdote mudou totalmente a sua opinião. Ele falou assim: "O trabalho da Canção Nova é o que manteve e desenvolveu a fé dessas pessoas. O sinal da TV chegou onde os
sacerdotes não chegavam." E aí ele, de crítico ferrenho da Canção Nova, passou a rezar, apoiar e ter uma outra visão da obra missionária do Monsenhor Jonas da Canção Nova. Enfim, né? Então, eh, esse exemplo eu acho interessante pra gente pensar. Nós estamos num tempo onde as pessoas na internet são muito inflamadas e já condenam e sentenciam outras pessoas. E às vezes esses juízos são temerários. Deus pode tirar bem de tudo. Não estou dizendo que, né, tudo que tá ali na Canção Nova é tudo perfeito, tudo correto, não. São pessoas, né, têm os seus defeitos, têm
os seus pecados, mas Deus faz, né? Então, isso é importante, né? Eh, o Paulo, branco, onde Brasília foi construída, era município de Luziânia, Goiás, que foi fundada por causa do outro que existia lá. Hoje Luziânia fica a 50 km de Brasília. Cuiabá não tinha metais preciosos. Tem isso que pesa a favor aí da profecia de Dom Bosco. Bosco, de fato, ele fala que é um lugar que, se fosse escavado, teria muitos metais preciosos. Aí, de fato, pensando nisso, né, Luziana, de fato é uma região, né, que tem, eh, muito ouro, muito metal. Inclusive, já no
século XVII, né, foi encontrado ouro em Goiás, né, que aí que surgiu Goiás Velho. Enfim, então pode ser, mas como Dom Bosco fala, né, que é o paralelo entre 15 e 2, é por isso que o negócio não fica assim tão preciso, né. E quando ele fala dessa questão do paralelo, né, mas é o que eu falei, né, é a linguagem profética, né. Eh, a linguagem profética nunca é muito exata, né, na sua fala. Né, o Alan, esses sonhos e visões são relatados pelo próprio Dom Bosco ou por auxiliares que conviveram com ele, não é
ele mesmo, né? Eh, esses sonhos, o Papa Pio mandou ele escrever, então ele escreveu. Eu tenho aqui, tá aqui atrás de mim, ó, esses volumezinhos que eu tenho aqui, ó, são todos escritos de Dom Bosco. Então, tem os sonhos, tem vários sonhos dele, né. O que eu falei aqui hoje é só para introduzir o assunto, mas tem muita coisa eh que Dom Bosco escreveu e foi ele mesmo, né. O Alan, eh, contribuiu aqui com o canal, apoiando aqui o trabalho do canal. Deus lhe pague, viu, Alan, né? Muito obrigado mesmo, né! Então, são iniciativas assim,
eh, que nos ajudam a continuar a manter o canal e os custos, enfim, né. Eh, o Paulo Branco comenta aqui ainda onde Brasília foi construída... Ah, não é a mesma coisa, né? É a mesma mensagem anterior, né. Eh, a Elizabete comentando aqui a fala do perfil Carla Cutes. Deixa eu ver aqui a Nati: "Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus. Na minha vida, não há nada de errado; pelo contrário, até quando parece mal, é ótimo, porque é para o meu bem." É, é isso! Tudo concorre para o bem dos que amam a
Deus, né? E, de fato, essa fala de São Paulo, ela é muito verdadeira, né? Muito prática, né? O Omar, né: "Obrigado, Professor. Eu perguntei porque eu sou muito ignorante. Eu não consigo vencer isso, né? Eh, tive tanto e não consigo multiplicar. Aí, tento melhorar pela internet e fico tonto por tantas eh teorias." Né, tem jeito? Tem jeito, né? Isso aí! Tem jeito sim! Hoje em dia, realmente, Omar, né? Nós somos muito bombardeados, né, por muita coisa, eh, por muita eh teoria, por muito recorte da história. É por isso que todo o trabalho assim que eu
faço, eu tento pegar o quê? As fontes. Eh, se eu vou falar de um santo, eu pego o que ele mesmo escreveu ou o que pessoas que o conheceram escreveram. Porque é uma maneira de tentar construir as ideias, né, de uma maneira mais correta. Maisa, né? Mas tem jeito sim! Opa, na Roberta: "Professor, eu compartilho suas lives e meditações diárias. Santa Teresa, muitas vezes, eu posto no status e no meu WhatsApp. Deus lhe pague, aí, Roberta, né? Eu tenho certeza, né, que essas meditações chegando a outras pessoas podem ajudar também outras pessoas." Né? Aí, o
perfil Reza do Dia: "Minha conversão se deu pelas homilias do Padre Bruna." Ah, eu sou suspeito para falar, né? Eu gosto muito das homilias do Padre Brul. Né? A Pereira: "Ouvi hoje a sua aula de Santa Teresa, que para Deus importa saber que estamos nos esforçando para alcançar a graça. Se estamos lutando, é isso, né? Se estivermos lutando e se Deus assim, eh, assim nos encontrar, né, nós seremos felizes eternamente." Né? Aqui, o Demal Sales Lopes comenta: "Aqui, o véu do templo rasgou-se, pois o Pão Sagrado que ficava no Santo dos Santos, agora todos terão
acesso ao Pão Vivo que desceu dos céus." É esse o sentido também, né? Também é um dos sentidos, né? O Jorge Murilo: "Professor, já participou do Círio de Nazaré? É uma vergonha eu falar isso aqui publicamente, mas nunca participei, né? Eu tenho que ir a Belém. Eu não conheço Belém ainda, né? Não conheço Belém, não fui à Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, a Rainha da Amazônia." Né? Eh, é a maior celebração mariana do mundo, né? A maior procissão mariana do mundo é o Círio de Nazaré. Não existe outra maior, né? E é uma vergonha,
né? Que é aqui no Brasil e eu não conheço ainda, né? Preciso conhecer! E, por fim, aqui as pessoas se despedindo, agradecendo e eu também me despeço aqui e agradeço a todos vocês que estiveram, né, participando aqui na noite de hoje. Que São João Bosco rogue a Deus por nós e interceda por nós para que nós também sejamos santos. Amanhã, nós temos a meditação de Santa Teresa às 7 da manhã. E, se você quiser apoiar o trabalho do canal, na descrição desse vídeo você encontra lá o link da livraria. Hoje é o último dia da
promoção da livraria, né? Nós estamos fazendo um Saldão, é uma queima de estoque com livros que têm lá, às vezes um exemplar, dois exemplares. Nós estamos querendo zerar ali o estoque, então ainda tem esse Saldão até meia-noite. Dá tempo ainda de comprar, então dê uma olhada lá! Adquirindo qualquer coisa, você contribui aqui com o canal. Ou também você pode fazer uma doação direta de qualquer valor, R$ 1, R$ 2, através da chave PIX, né, que é o e-mail lrtotonon@yaru.com.br. Ou também você pode adquirir o minicurso “Nossa Senhora da Conceição Aparecida: sua história, seu Santuário e
sua devoção.” Eh, esse minicurso também tá disponível, né, e adquirindo o minicurso, além de assistir esse conteúdo exclusivo, você contribui aqui com o canal. É tudo isso, é para a manutenção, né, e para a expansão do canal. Eh, então... Tudo isso exige aqui um certo investimento, né? Um investimento de iluminação, de estrutura, de aplicativo, de transmissão, de microfones, enfim, né? E toda essa ajuda que vocês têm prestado, eu tenho empregado aqui mesmo, justamente para que essa boa semente, essa boa mensagem, chegue cada vez mais a mais pessoas. Deus abençoe! Até amanhã, se Deus quiser. Tchau,
tchau!