Olá pessoal estamos aqui novamente nosso programa filosofia e cultura e hoje eu gostaria de refletir comentar um pouco sobre uma obra que eu acho extremamente interessante e importante que é a retórica de Aristóteles ora quando nós de fato analisamos a nossa vida Aristóteles vai procurar mostrar como eu já mostrei em vídeos anteriores a importância de saber né de saber construir um raciocínio lógico justamente para quê pra gente poder chegar até a verdade ensinar a verdade admoestar sobre a busca da verdade etc etc então é nítido que a questão da lógica ou da dialética Como era
chamada muitas vezes no contexto antigo e medieval evidente que a dialética contexto não era só o aspecto da lógica ou seja o pensamento lógico estava ali no contexto da dialética mas a dialética era uma coisa muito mais Ampla dentro de um contexto investigativo de busca né de procura da questão da verdade de saber perguntar etc e inquirir investigar mas porém Aristóteles também deixa bem claro que se por um lado a gramática é uma coisa tão importante né ou seja o saber Eh escrever o saber ler o Saber analisar as coisas como também o Saber pensar
é importante também nós sabermos nos expressar saber comunicar aquilo que aprendemos portanto do ponto de vista a aristotélico a retórica ela não tem a tarefa né simplesmente de admoestar ou ensinar verdade ou determinados valores não a retórica ela tem um outro aspecto né ela tem uma uma outra perspectiva ou seja o grande objetivo e a finalidade da retórica é justamente o quê o persuadir por isso que muitas vezes ela vai ser apresentada justamente como essa arte da persuasão tá Nesse contexto portanto nós vamos vendo que do ponto de vista aristotélico a retórica é um certo
tipo de metodologia de persuasão né e sendo uma metodologia de persuasão é justamente o quê é um tipo de arte que Analisa os procedimentos ou seja quais são aquelas aquelas aqueles meios aqueles modos né que podem nos ajudar a persuadir o outro a ter essa capacidade né de convencimento Tá certo então a retórica vai ter justamente essa preocupação de descobrir os modos de persuadir maneira geral e portanto né Eh também vai ter essa preocupação de para que isso ocorra nós saibamos eh apresentar as ideias e justificá-las através dos mais diversos tipos de argumentos portanto ela
a justamente né Por não ter essa grande finalidade de ensinar a verdade ou de admoestar ou de articular isso ou aquilo que ela não se sente nesse papel ou seja ela não é a mesma coisa que a dialética Apesar que quando Nós pensamos do ponto de vista formal a retórica do ponto de vista formal ou do ponto de vista teórico ela tem sim segundo Aristóteles uma certa relação com a dialética mas também do ponto de vista do conteúdo do ponto de vista mais prático ela vai ter uma relação também com a ética e com a
política né ora isto posto então né ou seja levando em consideração tanto o seu aspecto formal como também o aspecto do seu conteúdo né e e e justamente porque o grande objetivo dela é muito mais persuadir convencer a com quem está ali se dialogando do que transmitir ou admoestar em relação à questão da verdade e isso é assim justamente ar só isso bem claro porque ela parte de de premissas prováveis e verossímeis né justamente porque ela parte de premissas prováveis e verossímeis que ela não é a mesma coisa que a dialética ou a lógica e
é justamente por isso também que ela não pode ter como grande finalidade a questão de admoestar ou transmitir a questão da Verdade nesse jogo todo nesse processo todo da questão do discurso retórico nós vamos ver que por um lado existe assim a questão do do logos da presença da razão né das das provas da questão lógica Mas por outro lado também vai ter o o a dimensão do patos né aquela coisa do sentimento dos valores da emoção como também aquela coisa do éos né do contexto de quem é a pessoa que está falando da da
sua credibilidade etc né do orador então isso daqui mostra né em prente esse contexto como isso foi se desenvolvendo na história do mundo grego mas quando nós nos detemos Mais especificamente na retórica de Aristóteles nós vamos que que de fato ele vai falar de formas do discurso né ou tipos de argumentos de persuasão Então existe um um um um tipo de persuasão né que está muito ligada à figura do orador Ou seja quando alguém quer convencer o outro e persuadir ele precisa ter ou ele precisa expressar segundo Aristóteles determinadas qualidades e quais seriam essas qualidades
seria Justamente a sabedoria a honestidade e a benevolência ou seja um orador né seja orador no sentido ali que está falando se expressando mas às vezes também depois na própria questão da da escrita né ele tem que ter o mínimo de credibilidade ele precisa transparecer essa credibilidade e isso só ocorre na medida em que ele é portador de determinadas qualidades se ele tem sabedoria é Porque de fato ele sabe sobre o que ele está falando se ele tem honestidade né Ninguém tem desconfiança sobre ele ele tem transparência ele é alguém realmente que busca né aquilo
que é o correto ora e se ele expressa a benevolência é alguém não só que tem conhecimento é alguém que não só expressa uma certa Justiça mas é alguém que se preocupa culpa com o outro expressa toda uma bondade Então esse elemento é fundamental por isso que muitas vezes ao fazer toda uma retórica todo um discurso acaba-se né o orador acaba exaltando Justamente a sua figura falando sobre si então ele vai expressando de um modo aquilo onde ele vai tentando pela sua fala evidenciar transparecer Deixar claro o seu conhecimento né a sua honestidade a sua
benevolência E essas qualidades evidentemente elas acabam influenciando aquele que está ouvindo da mesma forma que tem um outro elemento segundo Aristóteles que nós não podemos desprezar que é o quê que é o estado de ânimo do ouvinte ou seja nós uma coisa é a figura do orador e portanto o próprio orador ele deve procurar transmitir ele deve procurar e expressar para o outro fazer com que o outro tenha uma imagem altamente positiva dele vendo essas qualidades que eu acabei de mencionar aqui mas eu não posso ficar só Centralizado no orador orador não pode ser não
pode apenas querer convencer baseado nas suas qualidades ele também tem que saber analisar quem é o outro que está ouvindo e principalmente se dirigir né muitas vezes ao coração desse outro ou seja ao seu sentimento as suas emoções né ou seja conseguir perceber quem é aquela pessoa que está ali quem são aquelas pessoas que estão me ouvindo Quais são as paixões que de fato estão predominando ou Qual é o tipo de paixão que eu quero despertar no meu ouvinte no meu interlocutor né então no entendimento de Aristóteles isso também tem peso ou seja o estado
de ânimo o estado da Alma os sentimentos emoções e Paixões que estão presentes no outro e na medida em que eu consigo articular isso e despertar determinadas coisas isso também pode ajudar profundamente né a ao outro concordar comigo e portanto conseguir convencê-lo então quando né exemplos bem concretos quando o orador começa dizendo Olha eu sou Doutor nessa área eu estudei 20 anos eu sou especialista nesse assunto de fato Eu sempre procurei ajudar as pessoas mais necessitadas quando ele fala isso ele já tá tentando expressar as suas qualidades ele já está tentando gerar uma imagem altamente
positiva isso não quer dizer necessariamente que ele está mentindo ele tudo isso que ele pode estar dizendo tem sentido e às vezes Corresponde à realidade né mas ele está usando esses elementos da mesma forma que se ali está ali um advogado por exemplo está né falando argumentando ele pode dizer olha tal pessoa fez isso né E essa criança morreu e se fosse o seu filho e se fosse o seu neto O que você faria vez esse tipo de discurso de pergunta de questões é justamente para tentar mexer com um certo tipo de paixão ou emoção
que vai pegar aqueles ouvintes principalmente se eu sei que estão ali pessoas que valorizam por exemplo profundamente a família que são pai ou mãe então isso também é um uma estratégia e por fim é lógico o terceiro argumento que é o argumento Lógico né é partir de determinadas premissas né não premissas certas mas prováveis e verossímeis e partindo dessas premissas prováveis e verossímeis ele evidentemente faz todo um concatenamento uma articulação de ideias que ajude o outro a entender o que ele está dizendo E por seguinte convencê-lo e a partir disso então Aristóteles vai dizer além
desse aspecto formal e dessas espécies de argumentações e de estilos nós temos os gêneros de retórica né os três gêneros de retórica ou seja nós temos o gênero deliberativo o gênero né judicial ou judiciário e nós temos os o gênero epidíctico ou celebrativo né ou seja o primeiro cada um desses gêneros acaba se dirigindo a alguém e dentro de um determinado tempo o gênero deliberativo ele ocorre geralmente o quê numa Assembleia segundo Aristóteles e é lógico que quem está ali fazendo discurso ele quer atingir algum membro ou alguns membros daquela Assembleia né ora o gênero
deliberativo geralmente ele tenta aconselhar ou seja atingir membros de uma assembleia dando um determinado tipo de conselho e evidentemente que se é um conselho tá muito focado no quê Para o Futuro né Então faz uma certa análise e portanto olha entendo que deveria ser assim porque ocorrerá isso isso isso isso então focado na questão do Futuro e direcionando-se a uma assembleia a membros daquela Assembleia Esse é o gênero deliberativo o gênero judicial o judiciário ele ocorre ali nos tribunais digamos assim e procura-se se dirigir muitas vezes a um juiz do tribunal né e é lógico
que nesse contexto o gênero judicial procura se defender ou acusar determinadas pessoas ou melhor dizendo atos que uma pessoa fez né ou circunstâncias do passado né então se vai defender ou vai acusar é referente a atos que já ocorreram a circunstâncias que já ocorreram Portanto o gênero judicial ou é para defender ato de alguém ou é para acusar ato de alguém é óbvio querendo condenação e sempre relacionado ao passado e por fim o gênero epidíctico ou celebrativo que se direciona simplesmente aos ouvintes ou simples espectadores com quem ali estou conversando e tem né como Ponto
Central elogiar ou lastimar Fatos e eventos presentes né então o que que a gente percebe que o gênero deliberativo ele tá muito focado na questão do futuro é o tempo futuro o gênero judicial ao passado e o gênero celebrativo ao presente né Então veja que cada gênero está dentro de um lugar de um contexto envolvendo alguém e dentro de um tempo porém segundo Aristóteles não é só isso que está em jogo Cada gênero também tem um certo tipo de fim ou seja os gêneros também são diferentes não só por causa do lugar ou da pessoa
que está se referindo e tá tentando influenciar e convencer não só por causa do tempo mas também por causa da finalidade ou seja o gênero deliberativo procura defender e buscar o valor daquilo que é útil o gênero judiciário o valor do justo e o gênero celebrativo o valor do Belo e do bom né ora tudo isso para Aristóteles é importante por porque por um lado como eu já disse desde o início a gramática o domínio da linguagem noos seus vários aspectos né da escrita da Leitura envolvendo também toda a questão da literatura É lógico que
porque é a base de qualquer outra Artes liberais né Principalmente quando pensamos na dimensão do trío a dialética É a lógica é fundamental saber pensar buscar a verdade e saber demonstrá-la só que Aristóteles também entende né que o ser humano ele é um ser que precisa se comunicar Ele precisa saber expressar Ele precisa saber comunicar expressar o que ele pensa né e portanto ele precisa ter essa idade de dialogar e de convencer o outro de persuadir isso não quer dizer que Aristóteles defenda um vale tudo isso não quer dizer que Aristóteles concordasse com os sofistas
por exemplo com a sofística grega né aonde ali Principalmente um o um grupo né defendia Justamente que o importante era simplesmente né debater discutir e vencer né o debate independente da questão do conteúdo por exemplo e usar muitas vezes eh estratégias que não eram louváveis al eles não diz não defende isso mas Ele defende que numa boa educação né para poder ajudar o outro e saber persuadi-lo repito não é no sentido de manipulação mas às vezes para conseguir persuadir Eu também preciso ter clareza naquilo que eu falo e competência para expressar as minhas ideias teses
né e teorias portanto a arte da retórica ela é extremamente importante não repito como às vezes muitas vezes muitas pessoas pensam né que a retórica é a arte de ficar enrolando os outros manipulando e enganando não isso é a sofística a retórica é essa arte né de convencer e persuadir usando os meios mais adequados possíveis Muito obrigado pela sua Atenção se você gostou deixa aí então a sua curtida o seu comentário Compartilhe o vídeo né E se inscreva no canal Muito obrigado e um forte abraço m