só se fala dele é fácil para cá é passe para lá é um tal de modelo de paf Cadê o paf fez o passe não fez o passe não aderiu ao alface Aff a gente já até fez vídeo falando disso eu acho que o título era algo como pif paf fizemos dois Inclusive eu vou deixar eles lá na tela final para você ver Depois desse vídeo aqui mas Brincadeiras à parte não dá para negar que o dito paf o plano de acompanhamento familiar é importante para caramba e por isso eu trouxe para vocês mais uma
reflexão sobre esse tema essa reflexão vai servir para pensar o passe nos Cras nos crês e nos serviços de acolhimento também e eu começo dizendo que me incomoda um pouco quando temos uma preocupação demasiada com a forma como por exemplo quando as pessoas focam muito no modelo de passe e tratam o passe como se ele fosse um Bicho de Sete Cabeças como algo muito difícil muito comple e lá no meio do vídeo eu vou dar um exemplo bem prático Então me preocupa quando focamos muito no formulário no preenchimento nos papéis Mas esquecemos a essência do
paf esquecemos para que afinal Esse instrumento existe é disso que vamos falar hoje sabe quando a gente diz que as famílias por muito tempo foram objeto da tutela do estado e hoje A ideia é que as famílias sejam sujeitos de direitos Essa não é uma frase vazia ela se materializa ela se expressa nas nossas práticas o modo como pensamos o passe pode contribuir para as famílias serem sujeitos detentoras de voz e de direitos ou ao contrário para perpetuar esse tratamento das famílias como objeto da tutela e da intervenção do estado vamos olhar para o passe
para além dos modelos para além dos formulários eu sou Ana Picolino e Convido você para mais essa conversa [Música] [Música] postulado da tia Ana abre aspas não é um Bicho de Sete Cabeças olá meu povo do SUS tudo bem com vocês hoje eu quero mostrar que o passe embora seja muito muito importante não é nenhum Bicho de Sete Cabeças como muita gente pensa não se assuste com ele caro colega passa um bichinho bem simpático e não é tão complexo assim eu vou começar a fala destacando o seguinte não me interprete mal eu não estou dizendo
que não é bom ter formulários que não é importante ter um modelo de passe de preferência o mesmo para todos os cras da cidade Inclusive eu vou deixar aqui para vocês esse material do Estado de São Paulo que é uma ótima inspiração para a gente pensar modelos de passe que podemos usar tanto nos traz quanto nos cresça então não me interprete mal ter um modelo de passe qualifica Nossa intervenção porque sistematiza os objetivos as metas as estratégias os prazos enfim profissionaliza a nossa intervenção como o nome já diz o papa é um plano é um
instrumento essencialmente de planejamento Além disso O paf permite você ter uma linha de base o antes e depois para avaliar os resultados do acompanhamento familiar no Pife no paef no acolhimento no entanto me preocupa muito quando Esse aspecto formal o instrumento o formulário o modelo do paf a preocupação com o preenchimento enfim acaba se sobrepondo ao processo ao significado do passe tem um documento do Conselho Federal de Psicologia em conjunto com o Conselho Federal de Serviço Social lá de 2007 que é esse aqui que tá aparecendo pois bem na página 22 desse documento diz o
seguinte vejam que interessante abre aspas temos o dever de devolver para a sociedade a contradição quando muitos não usufruem de direitos de cidadania que deveriam ser garantidos a todos mais motivos temos para nos aproximar e retomar o deve ter ficado Perdido nos fragmentos dos atendimentos segmentados dos encaminhamentos assinalados nos papéis mas ainda não inscritos na vida fecha aspas quando eu penso no paf formulário tomado apenas como mais um papel para ser preenchido que acaba Reproduzir uma coisa burocrática é nessa frase aí que eu penso no que ficou perdido nos atendimentos segmentados nos encaminhamentos que morrem
lá no papel que repousam sobre ele mas que não estão inscritos na vida eu sei que parece filosófico mas aguenta aí que eu já vou dar um exemplo bem prático e antes do exemplo é hora de pedir para você se inscrever aqui no canal para você acompanhar os vídeos que a gente vai produzindo E participar dessa grande conversa sobre o SUS Convido você a me seguir lá no Instagram a visitar o nosso site que tem os cursos a conhecer o meu livro enfim a se encontrar comigo para outras conversas além aqui do YouTube seguindo no
nosso raciocínio pontuamos já que o passe é um instrumento essencialmente de planejamento da intervenção um instrumento indispensável nos processos de acompanhamento familiar Afinal qualquer acompanhamento familiar começa pela elaboração do paf pontuamos também que ele é importante para a gente avaliar o alcance dos resultados do acompanhamento já que fornece uma linha de base para a gente pensar o antes e o depois e quando eu falo em linha de base Cuidado para não olhar as metas de um ponto de vista ah a família não fez isso não fez aquilo não aderiu a esse Ou aquele encaminhamento não
cumpriu essa outra meta olhar o passe também serve lá no meio lá no final do acompanhamento para gente mapear as barreiras as ausências do Estado a falta de serviços o que afinal está por trás de um objetivo que a família não alcançou de uma meta que não foi atingida Enfim então olhar que Barreiras essa família enfrentou porque que afinal de contas aconteceu isso dito isso o que eu quero avançar aqui é nessa ideia de compreender um passo como um instrumento vivo um instrumento de autonomia e é aqui que eu conecto as duas frases uma que
eu disse lá no começo quando falei de famílias que são objeto da tutela do Estado versus famílias que são sujeitos de direito e essa frase que tirei do livro do cfp e do cfs que fala dos encaminhamentos que ficaram perdidos nos papéis mas não inscritos na vida essas duas frases se encontram quando a gente pensa paf é apenas um dos instrumentos que a gente pode fazer essa reflexão podemos e devemos pensar nisso e muitas outras práticas mas hoje o foco é ele vamos pensar juntos vivemos falando de autonomia palavra bonita é essa ter autonomia no
conceito mais grosseiro tem a ver com a possibilidade de se governar por seus próprios tem a ver com participar de decisões que o afetam diretamente toda vez que construímos um plano de acompanhamento familiar com as famílias e que esse passe fica no caderno do técnico ou na gaveta do técnico ou pior na cabeça do técnico estamos negando as famílias oportunidades de participar de decisões que as afetam diretamente Afinal o acompanhamento é delas então nós estamos negando as famílias justamente uma oportunidade de exercício de autonomia se eu não construo o paf com a família em especial
com os representantes familiares Mas procurando Em algum momento dessa construção ouvir todos os familiares ali os que Residem na casa eu estou de novo Tratando as pessoas como se não tivessem nenhum saber como objeto da tutela do Estado como objeto do acompanhamento objeto da intervenção do estado e não como sujeitos do seu acompanhamento como sujeito de direitos que a autonomia é essa em que a família nem sabe que está em acompanhamento ou Quais os objetivos desse acompanhamento ou por quanto tempo não construir com ela construir para ela é negar as capacidades da família e negar
oportunidades de que ela Vocalize as próprias demandas de que ela diga o que ela percebe como demanda a autonomia ela é essencialmente um conceito relacionado é um modo como as pessoas e famílias incidem no território é o modo como participam de decisões que as afetam a elaboração do paf pode ser esse momento privilegiado em que família é profissionais fazem esse exercício de negociação de vontades de objetivos de interesses E aí eu vou dar um primeiro exemplo que não é da área de suas mas que eu acho bem didático eu Ana Maria faço análise já faz
uns quatro anos que eu vou na psicanalista toda semana quando eu comecei a análise eu fui lá na minha atual psicanalista e nós conversamos nós fizemos o nosso pacto analítico grosso modo se eu fosse uma família e se isso fosse um acompanhamento de assistência social por analogia era como se estivessemos fazendo um passe mas procure se imaginar aí se teletransportar lá para os meus primeiros Encontros com a psicanalista lá no começo nós combinamos o preço da sessão E isso não foi coisa fácil para mim eu tive que aprender a negociar pois pedir desconto e peixe
inchar sempre foi algo que eu tinha vergonha de fazer que eu nem sabia fazer direito e não é que eu seja rica e tudo bem rasgo o dinheiro ao contrário mesmo na falta dele eu sempre fui uma pessoa com dificuldades de negociar preço a psicanalista pediu que eu propusesse o valor que ficava bom para mim você fica com vergonha de propor um valor muito baixo e de certa forma ofender o profissional Mas você sabe que não pode propor algo além das suas possibilidades de pagar aí eu falei para ela o quanto era difícil eu propor
e ela elas conseguinte aprender a me posicionar e negociar o valor que era possível para mim já era parte do meu processo de análise Vejam Só receber essa autonomia já gerou uma desa acomodação de cara eu tive que lidar com a autonomia isso já causou um movimento nem sempre estamos acostumados a receber autonomia a lidar com autonomia quando ela nos é dada mas lidar com a autonomia nos faz avançar nos faz pensar o que Afinal nós vamos propor porque não vamos poder culpar os outros depois pelas consequências eu não vou poder reclamar do preço se
fui eu quem propôs para ela aí chegou a hora de negociarmos a periodicidade das sessões ela como profissional que estudou anos de psicanálise que tem a experiência Clínica com vários pacientes disse que o ideal seria que eu fosse para o divã duas vezes por semana mas o paciente no caso eu tinha recursos limitados minha disponibilidade tanto de tempo quanto de dinheiro foi um limitador para que fosse duas vezes por semana então quando ela propôs duas vezes por semana eu disse pera lá eu não tenho nem tempo e nem dinheiro para duas vezes por semana isso
vai além dos meus recursos vamos dizer que eu não fosse psicóloga não conhecesse a psicanálise e tivesse proposto para ela quem sabe sessões A cada 15 dias aí ela que é a profissional que sabe o ideal em função de ter estudado em função de ter conhecimento e também dos seus anos de prática da sua experiência ela me diria olha quinzenal já é passado demais quinzenal não vai funcionar vai descaracterizar o que é uma análise nós tivemos todo esse processo de negociação percebem esse processo de negociar de construir de construção entre o profissional e a família
de negociar vontades objetivos limitadores esse processo é o cérebro do passe no exemplo da análise negociamos valor negociamos periodicidade mas dentro de uma margem que não descaracterizasse o trabalho ela levou em conta os meus recursos limitados mas também pontuou que seria indispensável para o processo funcionar esse é o papel dela ela é a profissional nessa negociação eu tive a autonomia eu fui tratada como uma pessoa adulta com capacidade de negociar e veja que legal o paralelo do acompanhamento com a análise além dos aspectos conscientes negocia-se também o desejo o quanto de mudança a pessoa está
disposta o quanto os seus recursos internos estão naquele momento abertos a mudança A análise é um processo que vai ter seus momentos Dolorosos mas é um processo necessário no exemplo o profissional entra na Proposta com o seu conhecimento técnico e a sua experiência a partir do atendimento do acompanhamento enfim de caso semelhantes o paciente aqui no meu exemplo real entra com os seus recursos com a sua disponibilidade tempo de dinheiro e de Desejo de enfrentar lá os seus Fantasmas podemos dizer que esse diálogo que se estabeleceu entre mim e a minha analista embora não tenha
ficado registrado no formulário foi um processo de negociação e de autonomia em que construímos aí uma espécie de plano terapêutico singular um PTS como se diz na saúde na assistência é diferente mas não tanto na assistência o ideal sim é termos um passe materializado concreto Expresso em um formulário Essa concretude é importante para a família que vê o seu plano aí na folha do papel é importante por profissional que faz parte de uma equipe interdisciplinar e que vai partilhar intervenções e papéis com outros colegas mas não é só um papel é para ser um papel
vivo inscrito na vida como está lá no texto cfp e do CPF a essência do paf É como esse exemplo de negociação com a psicanalista a negociação entre uma família e os profissionais do CRAS do creas ou do acolhimento o modo como acontecem essas combinações a oportunidade de dizer o que se pensa para aquele acompanhamento Quais são as suas demandas a Sua percepção das demandas são exercícios de autonomia os representantes familiares os RF são pessoas adultas detentoras de desejos de recursos de possibilidades e também de limitadores eles podem dizer assim como eu disse lá nas
combinações da análise olha quinzenal a gente não consegue vir mas mensal conseguimos ou olha a gente até conseguiria vir mas não temos cartão de vale transporte ou não temos com quem deixar as crianças pois não conseguimos a vaga na escolinha E aí nós vamos mapeando as barreiras aquelas que conseguimos resolver no curto prazo como um cartão de vale-transporte e aquelas que envolvem outras políticas Como a educação a partir daí vamos montando estratégias por exemplo se no meu grupo Life eu tenho 6rfs que não tem com quem deixar as crianças para frequentar os atendimentos em grupo
e se não existe contraturno escolar no bairro pode ser interessante o Cras ofertar uma ação para essa seis crianças ou serviço de convivência e fortalecimento de vínculos que elas frequentam ofertar algo bem no dia que os pais não está no grupo para eles poderem participar afinal se as famílias são do pai os seus membros são prioritários para o scfv que vai poder marcar alguma atividade para elas bem nesse dia paralelamente as estratégias que a gente consegue resolver mapeamos a barreira de uma falta de atividades de contraturno escolar no bairro E aí já é um problema
ser discutido na reunião da rede intersetorial se a gente pensar que a autonomia é um conceito relacional que é o experimento autonomia na tomada de decisões cotidianas sobre assuntos que afetam a minha família a vida da minha família o paf é esse momento em que a família negocia com a equipe assuntos relacionados ao o acompanhamento algo que vai repercutir diretamente na sua vida ele tem a ver com o formulário sim mas ele tem muito mais a ver com negociação com produção de autonomia com oportunidade de vocalizar de falar as suas demandas não importam só as
respostas no formulário mas o modo como este processo de construção dessas respostas aconteceu se eu faço um longo formulário chato para caramba eu afogo paf em burocracia isso não vai garantir participação garante que a família não veja a hora de parar de responder ao questionário gigantesco que mais parece uma Sabatina de colégio interno do século 18 é o tal do instrumento que não se materializa que não se inscreve na vida então muito mais do que o formulário que usamos embora assim ele seja importante de fato mais importante é a forma Viva como passa esse materializa
na construção das metas e depois na do acompanhamento o paf tem que ser Esse instrumento de autonomia Esse instrumento que dá voz aos anseios da família não é o formulário é o como nós vamos preencher não são as metas os prazos é o como nós vamos construir isso com a família é Como ela vai se colocar está aberta a temporada de negociação e essa conversa franca que se estabelece esse encontro verdadeiro com a família esse propósito de ver o outro como um sujeito com autonomia de responder por si e por sua família ele precisa continuar
presente no acompanhamento inteiro não só na hora de construir o passe é assim que se constrói relações verdadeiras e potentes entre trabalhadores usuários do SUS Pense nisso e a gente se vê na próxima conversa tchau [Música] [Música]