O mesmo cérebro que te dá o dom de antever ameaças futuras e salvar a sua pele também pode soar alarmes falsos e te deixar excessivamente preocupado com as coisas. Eu sou o André, doutor em psicologia e minha preocupação não tão excessiva hoje é te falar um pouco sobre preocupações excessivas. A Galera Psíquica é o nosso clube oficial de apoiadores e apoiadoras do Minutos Psíquicos!
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Mas não estou falando aqui das preocupações que as pessoas têm todos os dias e que são inclusive muito úteis, e sim de preocupações que são excessivas, persistentes, recorrentes e deproporcionais aos que as despertou. A pessoa que vive essa condição tem preocupações na maioria dos dias e por um longo período de tempo, tal como mais de 6 meses. Quando tenta controlar essa preocupação, ela tem dificuldades, e a preocupação pode resultar em inquietação, irritação, dificuldade para dormir e em se concentrar.
A preocupação pode ser sobre diferentes assuntos, tais como dinheiro, saúde ou trabalho, e pode atrapalhar seus relacionamentos, dificultar sua atuação profissional, te incapacitar a fazer atividades cotidianas e causar muito sofrimento. Pessoas que vivem essa condição tendem a desenvolvê-la em torno dos 30 anos e grande parte da chance de alguém desenvolver essa condição parece estar ligada aos genes ou à experiências negativas ao longo da vida. Muitos cientistas acreditam que essas pessoas se envolvem em preocupações excessivas porque, sem perceber, preferem sustentar o estado de angústia, já que ele teoricamente poderia deixá-las mais preparadas emocionalmente para lidar com ameaças futuras.
Se manter em um estado de angústia também dificulta que a pessoa viva mudanças emocionais mais extremas do que se ela não estivesse angustiada, então, para essas pessoas, a preocupação pode ter muito mais a função de evitar variações emocionais drásticas do que de reduzir emoções negativas em si. Mudanças emocionais mais drásticas, tais como ir de uma emoção positiva para uma muito negativa, por exemplo, podem ser bem mais desagradáveis para pessoas vivendo esse transtorno, já que elas tendem a sentir as emoções de forma mais intensa. Além disso, para a maioria das pessoas, viver uma experiência negativa tende a ser mais desagradável ainda se for prececida por uma experiência positiva do que se for precedida por uma experiência negativa.
Esse contraste entre estar bem e de repente estar muito mal acaba sendo atenuado quando você já está mais angustiado por uma boa parte do tempo por causa de preocupações excessivas. O problema é que essa estratégia prolonga experiências negativas e traz outros efeitos colaterais, tais como maiores chances de desenvolver problemas ligados à depressão, outros transtornos de ansiedade, abuso de substâncias e doenças cardiovasculares, por exemplo. Assim como é o caso da maioria dos transtornos mentais, o tratamento do transtorno de ansiedade generalizada tende a se basear principalmente na psicoterapia e pode envolver o uso de medicações.
O tratamento mais adequado para uma pessoa deve ser determinado por um profissional qualificado para isso. A terapia cognitivo-comportamental é uma das abordagens que contam com mais evidências a seu favor no tratamento desse transtorno. A meta-análise mostrada aqui apoia essa conclusão e as outras referências usadas para preparar o vídeo podem ser acessadas no link que aparece no final da descrição do vídeo.
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