Nos últimos dois dias, nós começamos a falar sobre as tentações de Jesus aqui em Mateus, no capítulo 4, do verso primeiro ao verso 13, e nos evangelhos sinóticos, nos textos correlatos de Marcos e Lucas, especialmente. E, daqui a mais uns dias, antes de concluirmos o que eu estou falando, eu quero falar sobre outras tentações de Jesus que não estão presentes nessa narrativa de Marcos 4, de 1 a 11, mas essas que estão aqui são fundamentais por causa do aspecto universal do seu significado. Fato é que essas três tentações aqui listadas fazem parte do aspecto mais universal do que a gente possa entender como, de fato, tentação que todos nós, em todos os lugares e em todos os níveis, conhecemos, como essa necessidade de sobrevivência pessoal.
Se vale fazer tudo, aumente seu som, por favor. Eu tô aqui, no meu tá no máximo. O fato é que se vale fazer tudo para poder comer e beber.
A grande tentação é essa: se pela fome vale tudo. E é uma situação difícil de você, olhando, não ter total compaixão e misericórdia, porque ninguém foi feito para viver com fome, nem para ter fome, nem em um mundo de tantos recursos; uns terem para acumular e outros não terem para sobreviver, para subsistir. Tanto é que o Velho Testamento, com todos os rigores da Lei, no entanto, diz que em Israel não se deveria colher toda a área plantada, mas os quadrantes da área, esquinas, os ângulos retos da área deveriam ser poupados para que o pobre pudesse chegar, estender a mão e tirar, comer, sem ter que correr como quem roubou.
A Lei previa isso, e a alimentação tinha que ser uma provisão mínima de qualquer sociedade para os seus pobres. Isso, na Lei de Moisés, no Levítico, na Torá do Velho Testamento. Você encontra princípios semelhantes no Código de Hamurabi e em algumas outras legislações da antiguidade, mas é inequívoco que o princípio da Torá, a Lei de Moisés, é extraordinariamente superior a qualquer outra forma de designação que a gente possa ter em relação a essa questão da subsistência do pobre e de uma previsão legislativa para que o pobre não ficasse nessa situação de roubo, de angústia, de vale tudo para tentar sobreviver.
No entanto, a grande maioria dos pobres não rouba. A maioria dos pobres se submete a todos os tipos de trabalho, como a gente vê alguns deles, inclusive, semelhantes à escravidão, para terem o que comer. Tem muita gente que não ganha nada além de uma pequena xepa de manhã, uma outra xepa mais ou menos na hora do almoço e uma xepa muito sem vergonha à noitinha, tardinha.
O resto é fome e água, só água. Ou, como no passado, na minha terra, eu tenho certeza que ainda hoje no interior do Amazonas, onde eu fui criada, em Manaus e viajando com meu pai para o interior, muitas vezes eu vi a gente que se alimentava exclusivamente de água com farinha, farinha de mandioca, fazia o chamado chibé: dias e dias e dias e dias comendo água com farinha, e ainda era uma senhora refeição. Agora, Jesus está aqui diante de uma tentação que o mundo inteiro carrega, mas só os mais ricos parecem nela incidir.
O interessante é que a narrativa aqui é de alguém que tem poder: poder de fazer qualquer coisa, poder de inventar qualquer coisa, de trazer qualquer tipo de solução, independentemente de que os fins obedeçam os meios ou não, tanto faz. Para comer, não tem ética, não tem filosofia. É o que o Diabo diz a Jesus: "Então, já tu és o Filho de Deus.
Se tu és. . .
" Inferindo já que tu és, então transforma pedras em pão. Transforma, isso dá teu jeito! Isso é uma solução para quem tem poder, muito poder.
Porque, estranha e paradoxalmente, quem menos rouba é o pobre, e quem mais trabalha é o pobre. E a maior incidência de roubo, a ser chamado de roubo, ou com toda a declaração de que é roubo, quem pratica é o rico, do remediado para cima, na maioria das vezes. Vejo que os grandes golpes não são aplicados por pobres, mas por quem tem poder de transformar, de mirabolizar, de criar miragens, de ilusões e transformar pedra em pão, seja ilusão ou seja real.
Mas, seja lá como seja, não é natural, não é o processo da vida. Isso é universal. É um dilema cotidiano que Jesus vive aqui.
O segundo é aquele de autoimagem, publicidade, significação pessoal da vida na percepção de terceiros: reconhecimento público, admiração conquistada, fama instalada, mídias usadas, marketing que não precisa obedecer a nenhum tipo de relação com a realidade. Pode ser uma miragem, uma ilusão, ou uma magia, ou uma digitalização. O socorro especial do caso aqui era uma manipulação dos poderes divinos de Jesus, induzido por Satanás.
Usa um elemento adicional, sai do parâmetro da física universal, da física newtoniana da gravidade, suspende isso tudo, cria um mundo novo. Pula do pináculo do templo para baixo, manda ordens a anjos para romper em um processo natural em teu favor o tempo todo. É uma espécie de recurso a um Deus que privilegia caprichos, desde que seja pedido, entre aspas, pelo seu filho mais querido.
Como é a grande tentação dos crentes, dos religiosos: é pular do pináculo do templo, ao invés de descer pela escada. Ou então essa coisa de não viver um dia depois do outro, de dar um salto de léguas e léguas, como em "Gulliver", e ultrapassar os pequeninos humanos e a vivência humana; e tomar posse pelo poder, pelo golpe, pela sutileza, pela realidade do encurtamento do caminho para você tomar posse de tudo e não ter vergonha da sua volúpia e descer mesmo a todos os seus desejos, partindo da lógica e do pressuposto de que se estão oferecendo isso a você, isso é um poder real que está sendo oferecido e se você pode tomar posse. Dele, mesmo que isso não tenha sido a viagem da construção natural da sua vida, que você pode se apropriar disso através de um golpe: de um golpe divino, de um golpe satânico, de um golpe diabólico, de um golpe espiritual, de um golpe de magia política, de um golpe de imposição de despotismo e irresistível, seja o que seja.
Se é uma apelação que tira você do processo natural das conquistas alcançadas pelo trabalho, pelo mérito, pelo esforço, pela entrega, pelo serviço, pela dádiva da vida, pela inteligência, pela sabedoria, mas, ao contrário, é: faz negócio comigo, curva-te, aceita o meu estado de soberania, assume a minha filosofia, o meu modus operandi, a minha consciência; relativiza o que tu crês completamente. Deus vai entender esse poder que eu tenho; me foi dado, diz o diabo a Jesus. Eu estou quem eu quiser, está no Evangelho de Lucas, essa inserção narrativa.
Então, o que custa? Ninguém vai ver, ninguém vai saber; a glória vai continuar sendo tua. Eu fecho o negócio na surdina, só eu e tu, no alto monte, longe dos olhos de todo mundo, e eu te dou, eu te unjo com um poder especial.
Tu não vais perder crentes, e tu vai continuar, só que tu já sais desse lugar, já sais desse deserto com o poder na mão. Já sai daqui, é rápido, não tem que trabalhar para mudar nada. Não tem que ser assim, é no golpe; ela foi, é de roldão, é criando um aparato irresistível.
Pode ser na violência, pode ser de qualquer modo, porque os fins são bons. És tu, como rei, correndo e encurtando um grande processo sem dor, sem sacrifício, sem cruz, sem obediência, sem paciência, sem longanimidade, sem espera, sem tristezas, sem expectações que não se cumprem nem no coração daqueles que se imagina podem ser os mais leais e os mais fiéis. Para que tu tens que contar com os homens?
Com a participação, com adesão, com a liberdade, com escolha, com livre-arbítrio de cada um, se eu posso te dar? E tu podes, a partir do poder que eu recebi, te transfiro na surdina. Tu pode exercer esse poder todo em teu nome, mas com os meus meios, com as minhas políticas, com as minhas formas de atuação, com os meus exércitos, com os meus poderes, com os meus dramas.
E aí, esse é um dilema do dono de casa que é inseguro e que, assim, violentamente, sobre a esposa; ou vice-versa, ou em qualquer outro ambiente de relação de poder mínimo até os maiores, até os mais universais, até os mais globais, estão presentes em tudo. Você pode alcançar a glória sem a cruz, sem a entrega, e sem a dádiva da vida, sem a coerência de que a vida seja salva pela vida. Isso aí é conversa de ética tola, boba, que não nos concerne, que não me concerne.
Eu sou prático de Satanás, eu sou absolutamente pragmático do diabo, e tu és o filho de Deus. Deixa de ser esse ser abstrato, ético, santo, cheio de pudores, de pruridos, de éticas, de ethos, de obediência; aquilo que seja o fluxo da vida imposto por um pai que não dá as caras. Porque, neste mundo, quem manda, quem domina, é quem transgride, é quem transige, é quem atravessa; não é quem pede licença, é quem pisa na cabeça, não é quem escala ao lado; aqui, atropela, já indo para baixo os que abriram o caminho.
Tanto faz. E essas são as principais tentações que estão aqui, nessas três, e que cobrem o planeta. Hoje, não tem nenhuma autoridade global que não esteja vivendo esse diálogo com Satanás; não tem nenhuma.
Quanto mais elevado é o poder, mais a dialogabilidade satânica está presente. A tentação é diária, atravessa tudo, como eu disse, das questões familiares de poder, as questões municipais e estaduais, eclesiásticas e globais, de qualquer nível; e tanto maior quanto seja a ansiedade de poder, tanto maior será a dialogabilidade com o diabo, com Satanás, ou será a busca de uma justificação para tomar posse daquilo. Mas eu disse ontem a vocês aqui que nós não iríamos prosseguir sem que eu levantasse uma questão que ficou aberta ontem, que foi: quem criou o mal?
O mal substantivo, o mal conceitual? Primeiro, obviamente, que a gente tem que começar pelo mal conceitual, que precede o mal substantivo. O mal conceitual, você pergunta: quem criou?
Quem criou o mal conceitual foi a decorrência do amor incondicional, da bondade incondicional, da graça incondicional, do perdão incondicional, da dadivosidade incondicional, da disponibilidade de doar a própria vida para criar, para trazer à existência o que não era, o que jamais seria se fosse sem ser chamado a ser, como o verbo hebraico lá em Gênesis, no capítulo primeiro, para designar: criou os céus, todos os universos e a terra. Que já é uma situação que vai se localizando para nós no espaço-tempo. A terra já aparece mais de 11 ou 10 bilhões de anos depois do universo ter explodido, se a teoria big bangiana resistir mais um tempo.
Mas só se vai trocar um princípio por outro, por outra singularidade indiscernível e que jamais será palpável. Mas o fato é que nós, na terra, já somos uma chegada do último terço dessa existência cósmica. O Senhor criou os céus.
Para o nosso calendário cosmológico, são 10 bilhões de anos de expansão universal, e criou a terra, que é a nossa localização, é o nosso quintal universal. E a palavra, o verbo, é: tirou do nada para criou, trazendo do coisa nenhuma, da inexistência. Só que é o único que é e que nem existe, do ponto de vista de uma designação filosófica ou de uma designação de palpabilidade ou de demonstração científica pelos critérios científicos; é indemonstrável.
É o criador; portanto, é impossível de se apresentar comprovações dele. É impossível, negá-lo. Só se você estiver entupido de arrogância e.
. . Presunção, mas é impossível, pelos critérios do culto à lógica da racionalidade, à ciência da filosofia humana, demonstrá-lo de maneira inquestionável.
Se o critério for a palpabilidade, a demonstrabilidade da repetição no critério laboratorial científico de você poder afirmar que aquela coisa é aquela coisa, tá ali e é verificável pelos nossos instrumentos e aparatos, não é. Nunca ninguém viu a Deus, é o que a Escritura diz, e nunca ninguém verá a aparição de Deus. Nas Escrituras, é sempre a quetípica, é sempre simbólica.
Moisés disse: “Me mostra a tua face”, e o Senhor disse: “Se tu vires a minha Face, tu vais morrer. Ninguém jamais viu a minha glória e permaneceu vivo. ” A minha não-revelação plena às minhas criaturas é uma questão de amor, porque a minha aparição em plenitude consome todas as coisas.
Afinal, de maneira simplificada, o nosso Deus é Fogo Consumidor, é uma presença irresistível para a criação. Do ponto de vista do experimento, seja qual for, é cara a cara com o sublime, infinito, eterno, indizível e inacessível. Está para além de todo o alcance, para além de toda a concepção, para além de toda imaginação, para além de toda filosofação, para além de toda cientização, para além de toda religionização, para além de toda teologização, para além de tudo, para além de todos.
Só o Gênito, que é no seio do Pai e que, pelo Pai, foi apresentado a toda a criação que lhe é posterior, porque ele não é posterior ao próprio Pai, ele é no Pai. É uma relação de Deus com Deus, de Deus em Deus, e é uma relação de amor, de absoluto, de a doência e harmonização entre o igual, apenas a si mesmo e a mais nada e mais ninguém, porque ele é. E qualquer outra coisa que vem a ser se derivou dele.
Todas as existências, de tal modo que, para o critério de possibilidade das criaturas, Deus é absolutamente demonstrável, a menos que você se relacione com ele pela fé, porque a fé, absurda, a fé não precisa de estribamentos de justificação racional para conclusão de nenhum processo. Ela admite o fato de que nós somos finitos demais para podermos abarcar a infinitude daquilo que, até a palavra infinito, é menor do que o significado desse que é infinito. Ainda é um termo.
Ele é quem ele é. Ele perguntou: “Moisés perguntou a ele: Quem é o direito no Egito que me enviou para libertar? ” E ele disse: “Apenas que eu sou quem eu sou te enviou.
” Que o indignado eu te viu. Que qualquer outra nomenclatura é apenas uma relação de amor e com acessibilidade antropomórfica que eu dou a vocês, para vocês não ficarem sem ter algum apelido pelo qual me chamar. Mas o trem, sendo apelidos e momentos, eu sou quem sou.
Eu sou. Ele é. Qualquer outra coisa já é diminutivo.
É apenas para uma questão de comunicação na horizontalidade da nossa finitude, mas não passa disso. Então, de onde veio o mal? Veio desse que é conceitualmente a própria realidade, de que a gente admite sem entender, sem poder provar, sem poder demonstrar, sem poder compreender, sem poder equacionar.
Nem nós, nem um gênio de lugar nenhum. A tal ponto que, não tendo resposta melhor, quando perguntaram a Einstein se ele cria em Deus, ele diz: “Creio no Deus de Espinosa. ” O que Espinosa dizia sobre Deus, na espécie de panteísmo ocidental, é uma expansão do conceito de Deus para percepção ocidental, mas ainda é diminutivo, a meu ver.
Embora eu ache as descrições de Espinosa extremamente mais evoluídas do que a da maioria das pessoas, falta ali a dimensão do loop divino para o encontro humano de amor. Então, o máximo onde ele chegou é que todas as coisas existem; Deus e Deus existe em todas as coisas. Que Deus existe em todas as coisas é uma decorrência natural do fato de que todas as coisas devem ser dele.
Todas as coisas existem em Deus, nós, todas as coisas que derivam-se de Deus. Não necessariamente carregam Deus como escolha pessoal, e quanto mais a criatura tenha consciência, não seja totalmente inconsciente, cada dia tá mais difícil, inclusive descobrir coisas que não têm nenhum reflexo de resposta. A existência até das pedras se comunicam, vibram, emitem, refletem, emitem sonorizam de algum modo.
Tudo fala. O giro astronômico canta. O universo, literalmente, como diz a Bíblia.
Hoje em dia, a física começa a observar os cantos. O lindo era um filósofos antigos gregos que já tinham chegado à conclusão de que havia uma música na astronomia, e ele só conseguiam trabalhar com as categorias do nosso sistema solar, no máximo. Mas ele já entendia que havia uma determinada matemática das músicas em todo o processo geométrico, em todo o movimento celeste, isso de um modo pequeníssimo.
Tudo que está vivo reage, responde ou pode ser usado e manipulada. Prova disso é que a nossa inteligência artificial é toda ela programada em pedras, em silício, que tem a mobilidade de uma de um cérebro em estado neural avançadíssimo, numa velocidade que os nossos próprios cérebros estão sendo suplantados por ela e serão completamente inevitavelmente, mas é o imaterial recebendo a impressão do material e ganhando um poder dado por nós para raciocinar até determinada medida. E só não passa a raciocinar por ele mesmo pelos nossos impedimentos, porque se nós nos deixássemos dialogando com eles mesmos no nível em que já alcançaram, eles desenvolviam autonomia total, como um dia vai acontecer inevitavelmente.
Então, todas as coisas que são, que a gente conta, que a gente absorve, derivam-se de Deus, e Deus é amor. E nele não há treva nenhuma, significando isso com isso dizer que ele não induz ninguém ao mal. Mas ninguém pode negar que é a realidade de Deus que conceitualmente estabelece a possibilidade conceitual do mal, porque não existe amor absoluto sem a possibilidade, no mínimo conceitual, de um mal, até a dor aterradora, absoluto, nas suas intenções malignas.
própria realidade de que Deus é amor. Antes de haver qualquer criação, qualquer criatura, qualquer singularidade, qualquer existência de qualquer dimensão, a natureza ou energia, antes de tudo, havia a possibilidade do mal. É por isso que, antes de criar qualquer criatura, qualquer criação, qualquer coisa, porque existia a possibilidade conceitual do mal, antes da existência de qualquer criação, criatura, dimensão [Música] que o unigênito do pai, aquele que é Deus com Deus em Deus, que não decorre de Deus, que não é posterior a Deus, o pai, nem anterior a ele, é com ele, como ele mesmo disse: "Eu quero que vocês vejam a glória que eu tive junto ao meu pai antes que houvesse muito o universo ou criaturas ou criações.
" Meu pai não criou o mundo porque nós estávamos em estado de solidão, nem as criaturas. Não foi por carência dialogal, foi por bejamento de amor. Foi porque uma das decorrências do amor de Deus é a criação, é o parimento, é a expressão desse amor, que é um amor que se partilha, se parte, se distribui, se multiplica, que multiplico nada em algo e algo em tudo e em todas as coisas.
O amor cria, mas esse amor que cria o bem, pelo fato de ser puro bem. E por amor, conceitualmente, do ponto de vista filosófico, conceitualmente, a própria realidade que Deus é amor e é o único que é, e nada que existe sem ele se fez. Portanto, tudo dele decorre.
Até o mau conceitual decorre da existência do amor absoluto, eterno e indescritível desse que é, e que nem existe para palpabilidade e constatação [Música]. Aí, por causa disso mesmo, é que a escritura, sem buscar nenhuma lógica filosófica, apenas diz o que foi, sem nenhuma preocupação em justificar nada, apenas diz o que foi e o que é. Que de mais importante se diz?
Depois que Deus criou do nada e o Deus que criou é amor. O que é que vem de mais importante nisso tudo? É que esse próprio Deus, que é em quem existe uma comunhão intrínseca de um consigo mesmo, criando ainda designabilidade de um diálogo que transcende a nossa própria compreensão de Deus com Deus, de Deus em Deus.
Deus mesmo, como diz o Livro de Jó, é aquele que resolveu assumir a causa da criação que ele criaria. E ele criaria em amor aquilo que o amor cria. O amor cria entre os livres, até os que não são lúcidos, até os que não têm consciência própria, até os que não fazem o "lup" do eu pessoal.
São criados livres. É um problema para os crentes entenderem o acaso. O acaso é parte do livre arbítrio fenomenológico que a natureza cósmica tem.
Inicia-se um processo, ele vai seguindo leis que às vezes se encontram e mudam uma trajetória que pode sair de uma determinada órbita e se chocar com outra. E aí o encontro das colisões e dos choques que a gente vai chamando de acaso nunca produz caotizam por um instante. E o causado pelo acaso surge uma fertilização de um mundo novo.
Ora, se até nos fenômenos naturais que a gente, por falta de desígnios, de palavras de inteligência, chama de acaso, que seria uma coisa sem causa, tudo tem causa. Não há acaso. Nem como meteoro cai em qualquer lugar.
Nada, nada, nada, nada. Tudo tem uma causa. Naturalmente, tem uma causa fenomenológica, tem uma causa de alguma punção original.
Mas tem isso em relação aos seres inanimados, de acordo com a nossa percepção. Agora imagina em relação aos seres inteligentes, os sensíveis ou perceptivos, como a liberdade. A condição se vê com a não.
E para a gente experimentar a liberdade, o preço divino é levadíssimo, é um alto preço e que foi pago antes que houvesse o universo. Como João diz no Apocalipse, o cordeiro imolado antes da fundação do mundo, ou como Pedro diz, repetindo a mesma frase praticamente, esse cordeiro imolado antes de todas as coisas. Paulo diz a mesma realidade: que ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como passado ser igual a Deus, tanto antes da fundação do mundo, porque ele é o cordeiro que se entrega à cruz.
Portanto, como eu tenho repetido milhões de vezes, precede a crucificação, a crucificação fenômeno histórico recente de dois mil anos atrás. A cruz é o fenômeno divino casal que produziu toda a criação, porque a criação, tanto natural fenomenológica de todos os níveis de natureza e energia que possa existir no universo e camadas dimensionais, tanto quanto na linearidade aqui do espaço-tempo, fenômenos naturais e também eles, inteligentes, como nós e outros seres civilizatórios que a gente chama de anjos, principados, potestades, arcanjos, demônios, outras criaturas. Como disse Paulo em Romanos 8, porque para ele o universo estava aberto.
Se Deus é, ninguém limita nada, porque os impossíveis para mediunidade humana são possíveis para Deus. A gente tem um garotinho, é um mucuim na creche, quando se trata de pensar Deus, ninguém pensa Deus, ninguém explica Deus. A tentativa é idiota, a discussão é tola, é boba, é panaca, a qual eu não me submeto jamais na vida.
Nunca tive, acho que desse tema, dessa arrogância comprobatória do divino. Agora eu sei, eu sei por causa da crucificação. Eu sei por causa de Jesus.
Eu sei por causa do Evangelho. Eu sei por causa da demonstração do amor no espaço-tempo em Cristo que, quanto mais amor e liberdade a gente põe nas coisas, mais a gente corre o risco de que o mal se instale na liberdade concedida. Aí você diz: "Deus criou", como ele mesmo diz: "Eu criei.
" Olha aqui em Isaías 45, que aquele texto lindo inspirado no qual eu botei o nome do meu filho, Ciro. Preste atenção você que está aqui comigo, preste atenção, fica aqui, chame os outros. Isaías 45 diz assim: diz.
. . O Senhor Isaías falou isso 100 anos, 110 anos antes de Ciro existir.
Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão. É uma coisa maravilhosa, diz o Senhor, assim a quem tomo pela mão direita. É Deus dizendo para um pagão que não existia ainda, que ainda nasceria, que não estava no mundo: “Aqui eu tomo pela mão antes de existir.
” Então, tanto faz, foi 100 anos antes, do trilhões de anos ou no tempo atemporal onde não havia espaço-tempo ainda; Ele é o mesmo, não tem diferença. Mas Ele toma pela mão a Ciro 110 anos antes, no espaço-tempo, para abater as nações à sua face e desde não descer e desgrudar os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas que não se fecharam. “Eu irei adiante de ti, Ciro!
” E Ciro ainda não tinha nascido. “Endireitarei os caminhos tortuosos, quebrarei as portas de bronze e dançarei as trancas de ferro. Dar-te-ei os tesouros escondidos e as riquezas encobertas para o pagão que nasceria na Pérsia 100 anos depois, para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel que te chama pelo teu nome antes que tu existisses.
” Só por uma questão de antropomorfismo, mas antes que houvesse mundo, eu já sabia teu nome, por amor do meu povo, do meu servo Jacó, da minha aliança, de quem a minha missão uniu com fé e amor e quebrantamento por amor ao meu filho Israel, a quem eu escolhi. “Eu te chamei pelo teu nome, Ciro! ” E depois o sobrenome, ainda que tu não saibas quem eu sou.
Eu te conheço e eu te chamo pelo nome e eu te ungi, ainda que tu não saibas quem eu sou. O que importa não é que tu saibas que eu sou, é que eu sei quem tu és e que tudo será assim; e tu serás de acordo com um designo da minha soberania que não violará a tua liberdade, mas que engravidará tua consciência com todos os elementos da tua própria liberdade, para que no dia certo, no tempo-espaço, tu chegas à conclusão que já te conclui antes de tu nasceres. Sim, tu és o meu escolhido.
Eu te chamei. Eu sou o Senhor e não há outro, Ciro. Além de mim não há Deus.
Meu querido Ciro, eu te cingirei, te vestirei, ainda que tu não saibas quem eu sou. É unilateral; é de mim para ti. Nunca foi diferente; nunca foi de alguém para mim, nem com Jacó, nem com Abraão, nem com ninguém.
Sempre foi uma escolha unilateral, um olhar de compaixão que viu os pendores naturais da liberdade no coração que não manipulou ninguém até um dado tempo para mandar da hora de escolher, decisão, mas sem violação, todavia obedecendo os limites que eu te dei de própria liberdade pessoal. Eu te trouxe sem choque, sem antagonismo, sem paroxismo de nenhuma natureza, no mistério do embrinhamento da minha soberania de amor com a liberdade humana dada por mim, para que cada um faça as suas escolhas e viva consequentemente com a liberdade que lhe foi dada. Mas fica sabendo, eu te conheço.
Eu te chamei, eu te designei para esse tempo e para essa hora e para que saiba, e para que se saiba, até ao nascente do sol e até ao poente, em todo o mundo onde há humanos, que além de mim não há outro. Eu sou o Senhor e não há outro. Preste atenção, porque aqui é que vem o grande choque da gente: é o maniqueísmo.
Maniqueísmo é uma filosofia que vem do maniqueu da igreja, esse nome maniqueísmo, e que era uma adaptação que Maniqueu fez de uma filosofia dualística e cotômica, aonde as dimensões não se atravessavam. Maniqueísmo não admite que todo bem que não seja o bem absoluto de Deus; só Deus é absoluto em todas as coisas. Mas fora a Deus, todo bem criaturizável praticado pelas criaturas, todo bem que a gente reconheça com a nossa inteligência no universo, todo bem carrega o poder do mal, e todo mal carrega o potencial do bem.
De modo que, especialmente entre nós que somos filhos do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, essa pervasividade, essa intercorrência, esse overlapping de bem e de mal estão presentes em todas as coisas. Como Paulo diz, existencializando esse princípio em Romanos 7, ele diz que em mim o querer bem está em mim, mas não o realizá-lo. Como eu disse ontem, milhares de vezes antes já, em relação ao mal, ele disse: “O mal habita em mim.
” E se eu não desenvolver um tender na direção dele, eu já nasci escravizado por ele, porque os meus pendores predatórios e animais me colocam diretamente nessa direção. Mas Jesus admite bem no mal e mal no bem o tempo todo, quando Ele disse: “Olha, se vós que sois maus sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, lógico que sois maus, saberíeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o pai celeste não dará boas coisas àqueles que lhe pedirem? ” Até em mim, que carrego nessa natureza egótica, narcisística, predatória, egocêntrica, eu sou capaz do amor, do bem, do altruísmo, do sacrifício, da dádiva.
Mas eu sei que o pecado habita em mim. Eu já não sou escravo dele; ele está sob o jugo da mente de Cristo em mim, e a cada dia fica mais fácil viver essa realidade da mente de Cristo ditando a vida para mim. Mas eu sei que eu sou um pecador e que, apesar de mim, toda essa graça divina se manifesta.
Por isso, o nome é graça; é favor imerecido, não é uma troca, não é uma barganha, não são métodos. Então, voltando ao nosso tema: o Senhor diz a Ciro, sem nenhum maniqueísmo, sem nenhuma filosofia de que o mal e o bem estão absolutamente separados; eles nunca estiveram conceitualmente. O amor absoluto que é a realidade, que é, e a partir da qual tudo mais se deriva, de bem, de bom e também de mal, substantivo.
Esse Deus diz: "Eu criei para Siri, para todos nós. " Ele diz: "Eu formo a luz e crio as trevas. " Até por antítese, se você forma luz, você designa nas trevas.
É uma questão antitética, irreparável; não dá para ver luz se o ambiente não estiver no nítido absoluto. A existência, a aparição da luz designa trevas pelo aparecimento positivo da luz. As trevas são designadas e aparecem de maneira antitética.
Ele diz: "Eu formo a luz e eu crio as trevas. Eu faço a paz, eu faço a paz. Eu crio o mal.
Eu sou o Senhor, eu Senhor faço todas essas coisas. " Aí tem aquela filosofia do satanismo evoluído que diz: "Não, Satanás é só um outro lado do divino. " Infelizmente, vocês, meus queridos satanistas, que me assistem, que me ouvem, que me querem bem, que me respeitam, eu tenho visto declarações de vocês em todos os lados, em todos os grupos.
Eu quero dizer a você o seguinte: O equívoco é absoluto. Satanás é um ente substantivo, é uma criatura; ele não é um Deus antitético a Deus. Deus não tem antítese real, substancial, tangível, criacional de qualquer equivalência com Ele, muito menos uma antítese que seja espírito consciente de si mesmo antes da criação de todas as coisas, jamais.
Por isso a saudação do Guerra nas Estrelas: "Que a força esteja convosco", é o lado escuro da força. O lado positivo da força é maniqueísta porque o lado escuro é um conceito que deriva do absolutamente bom. Agora, a substancialização desse conceito é que era uma possibilidade de apropriação por qualquer criatura que quisesse.
Nesse mundo em que Ele cria luz, Ele faz as trevas; nesse mundo em que Ele faz a paz, é por isso que o cordeiro de Deus é imolado pela paz, pela pacificação, pela manifestação antecipada de graça de Redenção antes de haver criação. Antes de criar, Ele diz: "Olha, o meu amor nunca será vencido por nada. Eu não me arrependerei de amar jamais.
Eu sou amor. " Mas eu me ofereço; aquele que é Deus de Deus, em Deus, unigênito do Pai, é também o Cordeiro que se esvazia e que, sendo Deus, não julga como usurpação ser igual a Deus. Antes, a si mesmo se entrega e se humilha e se criaturiza, por cuja realidade, antes da criação do mundo, é manifestada a nós na plenitude dos tempos.
Como diz Paulo, na expressão histórica de visibilização do unigênito de Deus em Cristo Jesus, a gente tem a visão histórica espaço-temporal daquilo que Deus fez por nós antes de haver criação e antes que a criação se levantasse contra Ele. Ele se doa em favor da própria criação que Ele ainda haveria de criar. É por isso que não dá para designar Deus de outra forma.
Não sei dizer o que Ele é; amor, por essa simples implicação de que Deus é amor. O mal conceitual existe, e pela prática desse amor e pela criação em amor, pela substância realização do amor de Deus na criação de todas as coisas, que foram apenas substâncias desse amor que existe para além do abstrato que nem existe, de acordo com as nossas melhores abstrações, apenas designável como aquele que é, de acordo com os limites da nossa comunicação em códigos: é Espírito, é verdade, é aquele de quem todas as coisas se originam e neles são. Ele é e se deu e se entregou.
Antes, o diabo, o satanás, ou querubim da guarda, se a figura descrita em Isaías e em Ezequiel é uma quimera, utilizando-se, em Isaías, a figura de Nabucodonosor como marionete de poder entre os humanos e resistível a uma força incontrolável, e que carregava uma loucura, uma insanidade, uma malignidade poderosa até então não conhecida pelos humanos do dilúvio para cá. Antes do dilúvio, bilhões de Nabucodonosores piores. Mas do dilúvio para cá, quando houve aquele zeramento da humanidade, no dilúvio de Noé, de cá, Nabucodonosor até então tinha sido o pior de todos os caras, de tal modo que, para Isaías, ele que estava vindo invadir Jerusalém por causa dos pecados de Jerusalém e tudo mais que ninguém quer que eu escreva, Isaías usa como arquitetura para projetar uma malignidade para além da visibilização histórica.
E aí ele cria essa figura, esse querubim exaltado, que de fato ele intuía: a existência desse ser maligno que já era uma presença discernida pelos humanos. Desde sempre, por isso, no Jardim do Éden, ele ganha a representação de uma simbolização da sagacidade da serpente, mas em todas essas culturas, essa substância realização maligna sempre esteve presente em razão do que os homens tiveram pânico a favor de suas existências todas. Pois bem: Satanás é uma decorrência, mas não foi criado.
O mal foi criado em amor, por amor, para o amor; foi criado em toda maravilha. Foi criado como o filho de Deus, foi criado como um ser elevado da nossa criação. E que, portanto, a elevação por tanta grandeza olhou para si mesmo, é o narcisista primordial, é o narcisista meta-histórico.
Ele se percebe ou vê a estupefação de outras criações, de outras criaturas, diante da sua glória e surta, surta e reúne surtados de uma capacidade que está para além da nossa imaginação mental, intelectual e espiritual. São dimensões, são ciências, são compreensões, são sabedorias, são entendimentos, são formas de existir que transcendem muito qualquer concepção humana. Ele é dessa natureza; ele é uma quantidade imensa de outros seres transversais em todos os universos.
E esse que a gente chama hoje elegantemente de Lúcifer, pejorativamente de Satanás, que é o opositor, ou de Diabo, Luz, que é o divisor de tudo que seja bom, para existir tudo isso. E todas essas designações são pequenas demais para designar, primeiro, a natureza conceitual que ele absorveu. Ele não foi tentado por ninguém como venha.
A dizer: "Tiago, bem, depois, irmão de Jesus, cada um é. Isso inclui homens, anjos e qualquer criatura inteligente que tenha um eu pessoal que diga 'eu'. Cada um é tentado pela sua própria cobiça, cada um pelo que está ali.
Sei que a gente saiba, mas não precisa ver nenhum mal em mim para que o conceito do mal substancialize. Não precisa haver nenhum mal para existir em ninguém para que o conceito do mal se substancialize. Ali, por isso, o ente, o Querubim da Guarda, que veio depois a ganhar todos esses apelidos antropomórficos, ele foi criado perfeito, mas ele entrou no estado de tesão consigo mesmo; namorou a própria Glória.
E é daqueles que sentem prazer, tão idônico, pela falta de uma outra palavra para designar esse tipo de prazer—falta no vocabulário—esse voltasse narcisístico sobre nós, que está anterior a qualquer existência de natureza universal, de modo que essa realidade conceitual existe com que qualquer substância. A realização dela e qualquer que seja a existência substantiva, por mais pura que seja, ela existe com o potencial de assimilar, de absorver, de desenvolver o mal conceitual como substancialização maligna dentro de si mesmo. Esse é o mistério que nós estamos apenas arrogantemente pincelanando, mas Paulo chama de mistério da iniquidade, que está para além das nossas próprias linguagens ou possibilidades.
Mas aquele que encarna, do ponto de vista da religião e da filosofia, especialmente quase todas as culturas da Terra, a imagem de uma figura satânica, tem sido exagerada, exacerbada de todos os modos, como se fosse um Deus. Jesus o chamou de príncipe deste mundo. Paulo diz que ele era o deus deste século, deste estado de coisas; era o Deus deste século.
Paulo disse que ele é um príncipe da potestade do ar, do espírito que atua nos filhos da desobediência. E aí a gente fez uma viagem hipersônica, ou mesmo na velocidade da luz, do mal conceitual que existe como decorrência simples do amor absoluto. Mesmo que não houvesse mal nenhum, o amor que é e que nunca não será, de fato, por antítese conceitual, abre a porta de percepções sobre a existência da malignidade, sem induzir ninguém a isso, sem tentar ninguém a isso, sem empurrar ninguém a isso.
Mas num mundo caído como nós somos, eu já disse hoje, todos os filhos do tomaram fruto do conhecimento do bem e do mal podem se substancializar em todas as criaturas, como já foi substancializado em nós. É por isso que antes, Adão, os primeiros humanos viveram sem a consciência de pecado, tangidos pela certeza desse amor divino de um pai que cuida. E aí foi introduzido neles o conceito.
Antes deles substancializarem o mal na ingestão do fruto, eles conceitualizaram o mal; foi dado um conceito de mal e o primeiro conceito de mal era a inveja divina: 'Deus tem inveja de vocês, ele sabe o potencial de vocês, ele não quer que vocês saibam e se tornem conhecedores do bem e do mal; ele quer que vocês façam um caminho diferente de aprendizado. Eu estou dando para vocês o encurtamento, eu estou dando um atalho, eu estou ensinando vocês a transformarem pedra em pães; eu estou ensinando vocês a pularem do pináculo do templo para vencer a lei da gravidade; se ele consequências mágicas, eu estou ensinando vocês a usurparem poderes ao invés de se esvaziarem, de se darem, de servirem. ' São caminhos.
Aí, como existe o mal conceitual, qualquer criatura pode substancializar, porque o dom da liberdade não bota paredes maniqueístas entre o bem e o mal. É uma escolha permanente das criaturas, o caminho pelo qual devo seguir. Não há nenhum ente criado por Deus que obedeça a uma programação; nenhum ente inteligente, lusto e pessoal que obedeça a uma programação divina.
Qualquer ser que obedeça a qualquer programação divina não foi criado pelo Deus que é amor; é robô, é android, é manipulado do maligno, é conduzido pelo espírito que agora atua nos filhos da desobediência. É qualquer outra coisa que decorreu do mal conceitual que se substancializou em criaturas que existiram já desde antes de nós e ganharam sua substância em nós mesmos, os seres humanos. Agora, para Deus, isso não é um problema.
Isso é um problema para filósofos, teólogos; é um problema para a arrogância dos que querem fazer anatomias universais, filosóficas e divinas. Eu só estou falando isso que eu estou falando aqui, sabendo de como eu sou pueril nessa descrição, nessa pobreza descritiva, por amor pastoral, na tentativa de diminuir só um pouquinho as aflições todas de uma multidão de bobos que se deixam levar por perturbações nessa natureza, quando a grande evidência que nos cerca não pelas práticas dos humanos na nossa civilização, mas pela realidade da criação, cheia de flor, de fruto, de amor, de temperatura, de palatabilidade, de viabilização da vida, de socorro, de mudanças, de insistência da vida em prosseguir, em prosseguir e melhorar, apesar de tudo, contra todos, apesar das multidões, apesar das maiorias. Sempre tem aquela cara para fora, aquele grito de Deus, e nunca deixará de haver.
Agora, olha aqui para mim: a gente não pode encerrar isso aqui sem dizer o que está escrito no Salmo 139, de que para ele que diz 'eu formo a luz e crio as trevas, faço a paz e crio o mal; eu faço todas as coisas'. Ele mesmo, o Senhor diz, no Salmo 139, que para ele—preste atenção— as trevas e a luz são a mesma coisa. As trevas e a luz são a mesma coisa.
O problema das trevas só está na substancialização conceitual da treva como uma existência antagonista à luz, que é também expressão desse amor, da vida e da criação de Deus em todas as coisas, no mundo, nos mundos e no universo. O Apocalipse termina assim: com uma cidade sem teto aberto, só tem um quadrante, portas abertas para todos. " Os lados, 12 portas sem telhado, sem dono, e não se vê Deus no trono.
Não se vê; a única coisa que se percebe é a luz do Cordeiro, a luz do Cordeiro banhando todas as consciências humanas. É assim que o Apocalipse; antes disso, a morte e o inferno, falso profeta, que são todas as expressões do engano e da mentira praticadas em nome de Deus na existência humana. O falso profeta e a besta que é substancialização, que vem do conceito maligno que existe conceitualmente pela realidade do bem absoluto, que se substancializou em criaturas universais que nos precederam no espaço-tempo e que ganha, a cada dia, mais expressão sistêmica do planeta inteiro; é por isso que uma das expressões do mundo ao qual se deve odiar, porque há um mundo para se amar, é o mundo da criação, do Cosmos.
Se ler isso no texto grego do Novo Testamento, ao mundo da sociedade humana é o mundo da gente, o mundo das pessoas a quem Deus amou de tal maneira que deu seu Filho. Existe o mundo do sistema perverso, que é chamado de besta, de grande Babilônia, que é essa organização que sistematiza a prática do mal e que solta o freio da malignidade; não sabe mais parar, não tem retrancas que parem o processo e que, ao fim, serão jogados, extintos, extintos no lago de fogo, extintos para sempre. Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça.
Apesar de todas as minhas limitações, quem tiver ouvidos para ouvir. E eu não li nada do que escreveram aqui, porque eu sei que o que eu falei é abstrato e que a maioria das pessoas ainda não tem um cérebro, muito menos uma alma; o cérebro ainda é empedrado e blindado, e o coração é uma pederneira. Então, eu nem olho quando tem.
É assim porque eu não quero lhe bobagem. Mas quem tem ouvidos para ouvir. .
. Quem souber tirar proveito, em nome de Jesus, Senhor, Tu sabes que eu não vim aqui para devagar; eu vim aqui na tentativa, minúscula, de trazer alguma luz, algum esclarecimento, algum discernimento, para que a gente possa entender a natureza das Tuas tentações, das minhas tentações, das nossas próprias tentações, e preparar-nos para compreendermos essas tentações que Tu atravessaste, porque são as nossas, porque Tu foste tentado em todas as coisas à minha semelhança, à nossa semelhança, mas sem pecado. Que a Tua palavra, "Hard", do entendimento, e que ilumine para além da compreensão imediata e traga aquela luz que excede a todo entendimento racional, mas que nos coloca na apropriação da fé, na aquisição de tesouros eternos para o nosso próprio coração e para a prática lúcida da vida na Tua presença.
Em Teu nome, Senhor Jesus, amém e amém.