[Música] Olá a todas e todos meu nome é João Gabriel professor de sociologia na aula de hoje falaremos um pouquinho a respeito de sociologia brasileira o autor Sérgio Bararque de Holanda mas antes de começar a analisar a obra desse importante intelectual brasileiro Quero te convidar a se inscrever no nosso canal deixar o sino ativado para receber as no nossas notificações E se tiver alguma dúvida durante a aula pode mandar um recado para mim te responder [Música] beleza então pessoal hoje nós vamos falar um pouquinho de sociologia brasileira com Sérgio Buarque de Holanda na verdade eu
gostaria de já te ressaltar que Sérgio Buarque de Holanda foi considerado já por várias revistas várias pesquisas como um dos intelectuais brasileiros mais importantes do século XX e essa importância dele não se dá meramente pela sua produção intelectual aqui no Brasil mas também em outras universidades para vocês ter noção Sérgio Barque de Holanda foi professor da universidade de Roma eh na verdade ministrando áreas né ou pesquisas no campo de estudos sobre pesquisa no Brasil estudos sobre realidade brasileira Ele também é um dos cofundadores do partido dos trabalhadores dos anos 80 apesar de não ser necessariamente
de uma posição política petista nós vamos ver aqui inclusive que ele tem uma perspectiva liberal de análise né mas a importância de Sérgio bar lantes dá nesse sentido além de um intelectual que estudou B bastante a realidade brasileira também o intelectual Mundial fez pesquisas em outros países sobre a condição do Brasil na aula de hoje eu gostaria de ressaltar para vocês aqui o livro Raízes do Brasil que é a sua obra máxima a sua obra mais importante e eu diria ainda mais a leitura obrigatória para você quer saber um pouquinho sobre política brasileira inclusive quer
entender hoje a realidade brasileira atual eu diria que é indispensável uma obra que tem aí seus 70 e tantos anos de sua publicação mas que ela em si ainda tem eu diria para vocês uma atualidade incrível vamos lá a obra Raízes do Brasil publicada em 1936 ela trata de uma questão muito importante que é na verdade uma reflexão sobre a colonização no Brasil e as consequências atuais dessa reflexão interessante uma coisa é que o Sérgio Barque de Holanda ele inaugurou no Brasil uma leitura weberiana que pela primeira vez trouxe as reflexões da Sociologia Compreensiva de
Max Weber trouxe as reflexões Ah vamos dirar dos tipos IDE para dentro da sociologia é interessante lembrar que a leitura dominante no Brasil nos anos 30 ainda não era dos sociólogos clássicos nós não tínhamos ainda aqui no Brasil a publicação das principais obras traduzidas esses autores por isso que o Sérgio Barque de Holanda é inaugurador na leitura sobre o weberian ismo no Brasil principalmente no que tange a sociologia brasileira uma coisa a ressaltar a importância dessa obra é que além de refletir sobre a colonização e as consequências atuais dela é que essa obra mostra o
quão frágil era hierarquia dos colonizadores brasileiros interessante também lembrar que o Brasil não é colonizado apenas por Portugal o Sérgio Barque de Holanda é Quebrando uma lógica meio simplista de outros historiadores e até sociólogos de outras Vertentes trouxe a tese de que o Brasil é colonizado pelos povos ibéricos o que daria consequência de que o Brasil teria áreas de colonização espanhola e também portuguesa diante disso a gente chega numa primeira tese da aula fundamental a Colon ação ibérica no Brasil teve um sério problema como Portugueses e Espanhóis não tinham nas suas culturas né na Europa
localmente uma cultura extremamente ainda Nobre No caso do Brasil Isso vai ser na verdade um grande reflexo o Brasil nunca construiu E aí a tese dele Nunca construiu uma nobreza necessariamente hierárquica pelo contrário No Brasil se construiu privilégios baseados em aquisição pela força e ao mesmo tempo por uma certa tradição mas nunca por uma condição de sangue Nascimento que é o que Tang a nobreza clássica eu vou elaborar para vocês agora cinco teses fundamentais que a gente pode tirar de um grande resumo de raiz do Brasil a primeira delas eu acho que a que inaugura
a obra pelo menos introduz ela numa reflexão mais direta é a noção de disciplina e obediência a educação no Brasil até eu diria As Reformas pombalinas do final do século 18 foram dominantes da mão dos Jesuítas o que o Sérgio boar de Holanda trouxe como consideração é que a característica principal do cristianismo no Brasil trouxe uma tipo de educação baseado não na noção de de um conhecimento técnico ou ou científico mas sim uma noção de submissão baseado na ideia de disciplina e obediência pensando desse aspecto criaria um tipo ideal de brasileiro categorizado por essas Cinco
características onde a primeira delas é a noção de um brasileiro que seria disciplinado e obediente Mas vejamos não é disciplina do ponto de vista racional acético que abre mão por exemplo de uma vida prazerosa em torno de um ideal não na verdade de uma pessoa submissa e obediente a normas e regras a determinadas autoridades só que isso é paradoxal paradoxal Em que sentido porque o Sérgio bar de Holanda nos aponta é que o brasileiro ele não foi colonizado Na verdade o Brasil não foi criado ou construído a partir de uma espécie de colonização racional técnica
como por exemplo nós poderíamos citar o caso dos Estados Unidos pelo contrário no no caso do Brasil a nossa colonização foi um binômio entre o trabalhador aquele que exercia atividade física mesmo que tinha um projeto de vida né ao colonizar a por exemplo ir pro caso das das Bandeiras mas do outro lado Aventureiros que não daria nesse caso uma perspectiva de uma colonização racional Ou pelo menos um projeto de colonização e esse binômo né trabalhador aventureiro criaria O TPO o típico brasileiro clássico que seria essa noção de que que tudo que nós construímos do ponto
de vista de projeto é meio improvisado é meio nas consequências meio como se chamou uma expressão da época da escravidão nas coxas né ou seja nós não temos um projeto necessariamente técnico mas também temos um trabalho extremamente Aventureiro in consequente das ações de colonização a terceira ideia que aí é interessantíssima essa é como que o Sérgio barco de Holanda rompe com o economicismo que era muito comum nas análises sobre o Brasil ao invés de falar de economia da cana de açúcar né ou seja ele tirando o aspecto apenas da economia na análise ele chama de
cultura da cana Por que que envolve cultura da cana Isso é uma leitura muito weberiana que entende uma espécie de interacionismo simbólico um conjunto de símbolos criados em torno da produção de cana de açúcar ele cita no caso três ideias mínimas as Grandes propriedades que seria o princípio do latifúndio constituição fundamental né para Brasil colônia ou seja o Brasil carrega veja lá no início da aula um um conjunto na verdade de de consequências da colonização e uma delas é as Grandes propriedades que até hoje marca a estrutura rural brasileira ao mesmo tempo o Brasil tem
uma noção de trabalho escravo muito comum como tradição não como necessidade mas como tradição e ele cita o caso por exemplo que a nossa Abolição que foi lenta né gradual extremamente tardia é porque na verdade a escravidão no Brasil ela se torna Na verdade uma cultura ela faz parte de um costume e não necessariamente de um modelo de trabalho empregado e quando né não mais necessário é fácil de se resolver não é à toa que as consequências do trabalho escravo demarcam Como que o nosso racismo pós Abolição ainda era muito violento violento no sentido de
que ele era institucional ou seja As instituições ainda reproduziam classicamente né a a diversidades por exemplo ou a dis separação entre negros e branc nos espaços de trabalho uma outra característica interna à cultura da cana é como que a nossa produção ela ainda é tal qual no período colonial vinculado ao mercado externo Fazer uma comparação aqui rápida hoje no Brasil a grande produção para mercado externo por exemplo é a soja nós não temos no Brasil ainda um consumo né do da soja dos derivados dela no período colonial cita Sérgio barco de Holanda nós temos por
exemplo a cultura da cana e a produção de cana de açúcar ela vincula a mercado externo e o que fica né apenas circula é de maneira muito frágil ainda no comércio muito pequeno dentro das dos grandes engenhos é pensando esse complexo que nós entendemos que quando eu falo de cana de açúcar Eu não falo apenas de Economia eu falo de Laços afetivos eu falo de violência D da casa grande eu falo de um comércio exterior dependência do Brasil a outros países no comércio não é à toa que o colapso da cultura da cana de açúcar
só se deu de fato no século 18 por 19 a economia brasileira vai ao chão devido à competição que o Brasil teve com as Antilhas pensando um outro conceito e esse aqui agora eu gostaria de muita atenção de vocês é a noção de cordialidade o que que é um homem cordial esse conceito do Sérgio barco de Holanda ele é muito trabalhado cordial vem da palavra coração aquele que age com sentimento da onde ele Tiraria essa tese lembra da aula de Max Weber que Eu tratei com vocês as chamadas ações sociais afetivas aquelas Nos quais os
indivíduos se interrelacionam baseado em sentimento em afetividade não na racionalidade Pois é o homem cordial seria o típico brasileiro aquele que não é um homem simplesmente sincero não é um homem necessariamente educado da vida da palavra cordial não é aquele que age com o sentimento além da racionalidade a prova disso é que quando vai se discutir questões políticas no Brasil não é a racionalidade por exemplo que impera no meio da discussão mas sim o sentimento o sentimento aflorado de uma espécie de irracionalidade comum esse homem cordial seria o que o Brasil deixava ao mundo de
acordo com uma simples passagem do livro raiz do Brasil pensando porque cordial porque aquele ser humano que não tem controle da racionalidade então no meio de um problema familiar vamos imaginar o homem cordial é aquele que resolve a base do sentimento por exemplo a cultura de violência contra crianças que o Sérgio bar Chica até citar o problema interno da família cordial do Brasil beleza podemos entrar numa outra tese e essa seria útil pra gente fechar um aspecto importante o Brasil tem uma dificuldade enorme mas enorme mesmo de separar Gestão Pública de interesse privado ele cria
um conceito dado ainda ó o conceito de tipo puro ideal que vem lá do Weber né lembra tipos puros ideais são conceitos que servem para aproximar da realidade o Sérgio marketando diz o seguinte o Brasil criou o chamado funcionário patrimonial duas coisas importantes funcionário funcionário público aquele que trabalha para o estado onde o estado Gere questões do estado não particulares individuais mas ao mesmo tempo patrimonial Por que patrimonial Porque existe uma confusão entre o patrimônio público e o privado no Brasil o quão é comum a gente lembrar aqui de alguns passagens e tal na política
Bras onde determinados aspectos políticos que estão na lei por exemplo vamos imaginar aqui ah concursos públicos alguma coisa desse nível são indicados a pessoas de família a prática do nepotismo por exemplo é interessante lembrar que essa dificuldade de separar Gestão Pública de interesse particular ainda demarca a situação brasileira atual né à toa e vários escândalos de corrupção no Brasil estão nesse sentido aqui o dinheiro público investimento público regras públicas vinculadas a um interesse particular para benefício próprio daí fica uma última questão aqui pra aula antes de eu ler uma citação para nós encerrarmos que é
a seguinte o que o Sérgio barco de Holanda tenta mostrar é que a colonização ela não termina com a independência na verdade existe traços longos longinquos mesmo de ainda determinados traços que vão permanecendo a longo prazo no brasileiro então pensando o século XX na época da publicação do livro muito se encaixa essa análise do Sérgio Barque de Holanda é possível acompanhar ao longo de nossa história o predomínio constante das vontades particulares que encontram o seu ambiente próprio em círculos fechados e poucos acessíveis a uma ordenação impessoal dentre esses círculos foi sem dúvida O da família
aquele que se exprimiu com mais força e desenvoltura em nossa sociedade esse aqui é um trecho para ficar para finalizar nossa aula para dizer para você o o quanto que o Sérgio Bararque de Holanda ainda é atual para realidade brasileira veja o círculo da família é o exemplo clássico de falta de separação entre estado e sociedade civil belezinha essa foi nossa aula sobre Sérgio barco de Holanda gostou dá um like aqui para mim então lembre-se nós temos aqui no no Nossa descrição um conjunto de links para você aprofundar sobre o tema de sociologia brasileira mas
também não se esqueça nos acompanhe nas redes sociais Facebook Instagram e Twitter um grande abraço para você e até a nossa próxima videoaula