Um bom dia a todos vocês, meus irmãos. Peçamos a Deus a sua bênção no dia de hoje, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós dentre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.
Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo mal. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Muito bem, meus caros. No dia de hoje, então, passamos ao Capítulo 23 do livro "O Caminho de Perfeição". O título é o seguinte: trata de quão importante é, para quem começou o caminho de oração, não voltar atrás, tornando a falar da grande relevância de se seguir por ele com determinação.
Então começa aqui Santa Teresa: "Pois digo que é muito importante começar com grande determinação, e isso por tantas causas que eu muito me alargaria se as dissesse aqui. Quero vos dizer, irmãs, apenas duas ou três. Uma é que não é justo não dar a quem tanto nos tem dado e que dá continuamente uma coisa que já nos tínhamos decidido a dar-lhe com determinação.
Esse 'cuzinho', que, por certo, não deixa de ter interesse para nós por trazer consigo grandes benefícios, devemos ter não como quem empresta uma coisa para mais tarde tomá-la, mas com todo o nosso ser. Dar como quem empresta não me parece dar, restando sempre algum desgosto daquele a quem algo é emprestado quando se volta a tomá-lo, especialmente se ele precisava disso e o considerava seu, ou se é amigo daquele que o emprestou, tendo feito coisas por ele sem nenhum interesse. Como ele vai considerar essa atitude mesquinha?
Prova de muito pouco amor, já que o amigo não quer deixar com ele uma coisa tão pequena, sequer em sinal de amizade. Que esposa há que, recebendo muitas joias de valor do esposo, não lhe diz que era um anel? Não pelo que vale, pois tudo já é seu, mas como prova de que será sua até morrer?
Merecerá menos este Senhor para que o amemos tão pouco, dando e retomando o nada que lhe damos? Demos-lhe esse pouquinho de tempo que nos determinamos a dar-lhe, do muito que gastamos conosco e com quem não vai nos agradecer, já que lhe queremos dar esse nada com pensamento livre, desimpedido de outras coisas e com toda a decisão de nunca mais tomá-lo outra vez dele. Por mais sofrimentos que nos advenham daí, por mais contradições e secas, e de uma maneira que ele já não seja mais nosso, pensando que ele pode exigí-lo de mim com razão quando eu não quiser dá-lo a ele de todo.
Digo de todo para que não se entenda que deixar o tempo da oração em algum momento ou em alguns dias, devido a justas ocupações ou a alguma indisposição, seja tomá-lo de volta. Que a intenção esteja firme, pois o Senhor não é dado a melindres e nem fica pensando em detalhezinhos. Ele vos será agradecido por isso, pois isso já é dar algo.
Outro comportamento serve para quem não é franco, mas tão avarento que não tem coração para dar e, quando muito, empresta. Enfim, que se faça alguma coisa, pois este Senhor nosso tudo leva em conta e tudo faz de acordo com os nossos desejos. Ele, em nada, é exigente em suas cobranças, mas sim generoso.
Para Ele, por maior que seja a dívida, perdoá-la é pouco; já para pagar, Ele é tão minucioso que não deveis ter medo de que Ele deixe de recompensar um só ato aos olhos, acompanhado da lembrança d'Ele. Outra razão é que o demônio fica com o seu poder para tentar. Enfraquecido, ele tem tão grande medo de almas determinadas, pois já tem a experiência de que elas lhe fazem grande dano.
O que ordena para fazê-las se perder acaba trazendo-lhes proveito e, aos outros, ficando o inimigo com o prejuízo. Mas não devemos nos descuidar e nem confiar nisso, porque tratamos com pessoas traiçoeiras. Não ousando o demônio arremeter contra quem está alerta, por ser muito covarde.
Se, no entanto, o demônio percebe um descuido, ele provocaria grandes perdas. E se sabe que alguém é inconstante e não está consolidado no bem, sequer com uma enorme determinação de perseverar, ele não o deixa em paz de dia nem de noite, suscitando-lhe medos e mostrando-lhe inconvenientes que nunca se acabam. Sei disso muito bem por experiência e, assim, o soube explicar.
E afirmo que ninguém sabe quão importante é isso. Muito bem, então aqui paramos no quarto parágrafo deste capítulo, onde Santa Teresa volta ao tema da determinação. Ela vai dizer o quê?
Que o demônio teme almas determinadas, porque as almas determinadas causam grande dano a ele. Por quê? Porque qual é a lógica de Deus?
A lógica de Deus é a seguinte: se há movimento, há intenção de amá-lo e de servi-lo; se há estagnação, falta ali uma decisão de amá-lo e servi-lo. Simples assim. Então, na vida espiritual, é impossível caminhar se não existe esse movimento interior de desejar Deus, desejar as coisas de Deus, desejar melhorar para Deus, desejar ser santo.
Movimento. E veja, aqui, eu não estou falando de movimento tanto no sentido de fazer muitas coisas, mas o movimento interior. Então veja, né?
Santa Teresa aqui, que nos fala: era uma religiosa de clausura, não era uma religiosa missionária que saía mundo afora para pregar o Evangelho, uma religiosa de clausura. Como Santa Teresa avançou tanto assim? Movimento é um movimento interior.
Esse movimento, aliás, ele é o mais fundamental. Até mesmo os santos de Vida Ativa, os grandes missionários, pregadores, aqueles que estão no mundo, eles não fariam absolutamente nada se não tivessem uma vida de oração profunda. Então, Santa Teresa fala aqui da necessidade de se determinar a dar algo ao Esposo das Almas, dar algo a Deus, dar algo a Cristo.
E este algo, que é tão agradável a Deus, é o nosso tempo. Deus nos deu a vida, Deus nos deu o tempo. Tempo nesse mundo é tempo de vida, e vida é dom de Deus; e o que Deus espera de nós é que nós devolvamos a Ele aquilo que Ele mesmo nos deu.
É o exemplo do Esposo que Santa Teresa dá, que deu muitas joias à esposa, e a esposa lhe devolve um anel como sinal do seu amor. Ou seja, tudo é dele, foi ele quem deu, e nós devolvemos uma coisinha, não porque ele precise, não porque ele não seja rico o suficiente, mas apenas para demonstrar o nosso amor. E como nós podemos dizer que amamos a Deus se não falamos com Deus?
E como nós podemos esperar o céu se não queremos, aqui na terra, falar com Deus? O que é o céu? É gozar da presença de Deus, é falar com Deus, é estar com Deus, é adorar a Deus por toda a eternidade.
Então, como eu posso desejar verdadeiramente o céu se eu não desejo a oração, se eu não desejo a companhia de Deus já nesse mundo? E nós estamos num tempo de tão grande loucura que qualquer pessoa que cumpra a sua obrigação tem a certeza total e absoluta de que ela vai para o céu. É interessante isso.
A maioria das pessoas vivem longe de Deus, vivem como pagãos, vivem longe dos sacramentos, não querem conhecer a doutrina, não querem estudar, não querem ter uma vida com Deus nesse mundo e, depois, ainda têm a certeza de que, morrendo, vão para o céu. Mas como, se não buscaram a Deus aqui? Agora, o tempo para buscar Deus é agora.
Então, ofereçamos a Deus o nosso tempo, mas que não seja um tempo emprestado. Não sejamos inconstantes. O que é inconstante?
Pessoas instáveis. Hoje eu rezo 3 horas, amanhã eu não rezo nada, depois de amanhã eu não rezo nada, e aí eu passo semanas sem rezar direito. Depois eu rezo.
Aí eu vou e volto, vou e volto. Se eu faço assim, eu estou dando para God, mas estou dando emprestado o meu tempo. Porque na primeira oportunidade eu substituo oração por outras atividades.
Então, tenhamos a decisão, a determinação de rezar. Não importa como vamos estar no momento da oração: se confortáveis, se cansados, se distraídos. Determinação é o primeiro passo para salvar a nossa alma, para viver com Deus e para que Deus faça grandes coisas da nossa vida.
Vida é a determinação em rezar. Aconteça o que acontecer, o demônio tem medo das almas determinadas porque sabe que elas podem lhe fazer grande dano. Isso é frase de Santa Teresa.
No dia de hoje, né, às vezes a gente fica pensando que, ah, porque o demônio, o mal, né, pode me fazer assim, pode me prejudicar, né, me fazendo cair em pecados terríveis. Os demônios podem prejudicar, podem, mas o poder de ação do demônio é muito limitado. E para aquele que reza e que é determinado, é menos ainda.
O poder é. . .
ele pode influenciar menos ainda. E o demônio sabe disso. Uma alma em estado de graça, uma alma que reza, ela vai se aproximando cada vez mais de Deus.
Ela vai entendendo cada vez mais as coisas de Deus, e a ação do mal vai se tornando cada vez mais fraca diante dessa pessoa. Deus nos dá muito. Deus paga cada gesto de amor da nossa parte com muitas graças, muito mais do que nós mereceríamos.
É assim que Deus age. Se nós dermos passos concretos na direção de Deus, buscando as coisas de Deus, Ele nos dará muito mais. Não existe santo que não tenha sido pessoa de oração.
Quando a gente olha para a nossa história do Brasil, nós temos a nossa Beata Iná. A Beata Francisca de Paula de Jesus, a Nhá Chica de Baependi, Minas Gerais. Nhá Chica era filha de escravos, analfabeta, mas ela era livre.
Ela já tinha liberdade desde menina e trabalhou muito. E a sua vida foi uma vida dedicada à oração. No fim da sua vida, Nhá Chica foi visitada por um médico do Rio de Janeiro que, impressionado com os milagres que aconteciam a partir das pessoas que vinham com necessidades diversas até Nhá Chica e pediam para ela rezar, e essas graças vinham.
Ele pergunta para ela: "Como a senhora explica esse fenômeno? As pessoas vêm até a senhora com doenças, com problemas, com situações sem solução, pedem as suas orações, e as graças acontecem? " Nhá Chica responde de maneira muito direta, muito certeira, muito simples: "Isso acontece porque eu rezo com fé.
" Isso acontece porque eu rezo com fé. Era uma pessoa de oração. Aliás, não há santo sem oração.
O céu é uma grande oração sem fim, e aqui nesse mundo nós vamos dar 15 minutos, meia hora para Deus por dia. Deus nos dá 24 horas e, às vezes, nós não temos 15 minutos para falar com aquele que é nosso Pai, que nos ama tanto, que retribui cada gesto que fazemos por amor a Ele. Então, aproveitemos as graças que Deus nos dá, os meios de salvação que Deus nos dá.
Quando a gente olha para a nossa vida, a gente vai ver que são muitas as dificuldades, mas quando a gente olha para Deus, a gente vai ver que as graças que Deus nos dá, os instrumentos que Deus nos dá para que a gente. . .
Passe por esse Vale de Lágrimas. São muito maiores e muito mais eficazes do que os nossos sofrimentos. Quando nós passamos a enxergar as coisas em Deus, nós vemos que os nossos sofrimentos, os nossos problemas, eles são pequenos diante das graças que Deus nos dá.
Que Nossa Senhora, nossa mãe, nos ajude a atravessar esse Vale de Lágrimas para vê-la, para viver com ela e com seu Divino Filho, Jesus, por toda a eternidade. A vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem Gloriosa e Bendita.
Amém. O Senhor poderoso nos abençoe, nos guarde, nos livre de todo mal. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém. Um ótimo dia e até amanhã, se Deus quiser. Quem ainda não se inscreveu na Jornada da História da Igreja no Brasil, se inscreva!
Eu vou deixar o link aqui fixado, no primeiro comentário deste vídeo. Será um tempo de estudo a respeito da história da Igreja no Brasil; é um evento online e gratuito. Os três dias do evento precisam de inscrição e é necessário que haja essa inscrição.
É rapidinho para fazer a inscrição e, depois do evento, aí sim, eu vou anunciar novamente a reabertura do curso. Alguns de vocês são alunos do curso "Raízes Católicas do Brasil", que é um curso que eu abri no ano passado. Eu vou fazer uma reabertura desse curso com algumas aulas a mais, algum conteúdo a mais.
Então, vou fazer o evento. Em primeiro lugar, o meu interesse é que vocês participem do evento, dessas três aulas que eu darei sobre a história da Igreja no Brasil. E, depois, quem desejar adquirir o curso, lá no final vai ter a reabertura do curso para quem não conseguiu se matricular na primeira turma.
Mas, independentemente de vocês desejarem ou não fazer a matrícula, eu convido para participar desses três dias. É uma reflexão sobre a importância da história da Igreja no Brasil. Deus abençoe!
Fiquem com Deus. Tchau, tchau!