[Música] Bom dia de novo para quem não dei bom dia o que eu preparei hoje não é algo muito extenso Porque deixa eu achar aqui onde que tá porque Peg porque bem o Guilherme tem discutido muito sobre isso tem muito conteúdo sobre isso principalmente uma abordagem bem teológica os limites reacionais do verdiano que eu pensei em fazer que talvez seria uma contribuição e de trazer como que isso é visto na filosofia especificamente assim o que é a teoria queer eu vou falar teoria queer basicamente que a teoria queer Di diz quais são os pressupostos filosóficos
que estão por trás os compromissos teóricos que tem ali e o que sugera de complicações Então não é não não é muita coisa porque eu também quero privilegiar o nosso debate posteriormente Como eu como é uma palestra assim um pouquinho técnica demais assim por causa da filosofia eu vou ter o cuidado de sempre explicar as coisas que não estão muito Claras porque eu sei que tem gente aqui que é só simpatizante tem gente que lê tem gente que sabe muito agora se eu falei alguma coisa que não ficou Clara faz um sinal aí para eu
para eu explicar melhor melhor ou então ou então pergunta mesmo me interrompe então para eu pra gente começar vou dar uma definição do que é essa teoria queer que se tanto fala queer é uma palavra inglesa que significa estranho então já é uma crítica eles não eles não o nome surgiu ninguém mudou e então deixou e e hoje se refere a isso mesmo mesmo os ativistas os intelectuais que são ativistas e militantes queers eles ainda deixam mas que significa estranho Então vamos lá queer é o nome dado a um campo de pesquisa variado que perpassa
áreas como sociologia literatura antropologia filosofia psicologia educação entre outras entre outras teologia o que une todas essas áreas debaixo do mesmo guarda-chuva é a utilização das experiências de dissidências de gênero e sexualidade como um ponto de partida para construção de práticas e discursividades no interior de cada uma dessas disciplinas vou repetir porque essa parte é importante o ponto de partida desse guarda-chuva chamado teoria queer são as experiências de dissidência de gênero sexualidade sexualidades e práticas eh que são dissidentes dessa do chamado heteronormatividade essas experiências são ponto de partida para se repensar alguns pressupostos de cada
uma dessas as áreas da educação da antropologia da sociologia da filosofia e da teologia a teoria queer Então ela questiona as tradicionais construções do saber e da condição de vida no ocidente a partir das experiências de diversidade E dissidência de gênero Sexo e Sexualidade historicamente a gente sabe que a origem do movimento eh se deu tem pouco tempo no máximo 35 40 anos o que é muito interessante como que uma transformação cultural eh se dá de maneira tão rápida 40 anos de Se começar todo um campo de Investigações majoritariamente eles colocam ali essa o surgimento
da teoria queer desse Campo de Investigações nas lutas por liberdade sexual gay lésbica e transexual principalmente em 1973 é uma data bem específica porque foi quando a homossexualidade saiu da do termo de Patologia da sociedade de psiquiatria norte--americana ela deixou de ser patologia e ela também deixou de ser crime 73 1973 Além disso então movimentos de de de liberação sexual despatologização e descriminalização por exemplo tem um filme recente que conta de um de alguém que foi vítima dessa criminalização que é o Alan Turin aquele matemático que que é o fundador das teorias de matemática de
matemática computacional contemporâneas que foi exec ele não foi executado ele tinha duas opções ou ele eh passava por castração eh química ou era executado ele pediu primeiro a castração e depois ele se matou porque era homossexual filme Contra essa Trama é chama jogo de imitação sem spoilers né Por favor então descriminalização despatologização uma filosofia que é muito influente um Pensador que ele é a base de todo mundo é o Michel Foucault a história da sexualidade que ele construiu que tem três volumes chama história da sexualidade a gente acha que vai falar muito sobre sexualidade mas
ali ele tá tratando sobre poder no primeiro volume da história da sexualidade ele cria o conceito de biopolítica que ele fala que o assunto hoje da política contemporânea é majoritariamente a vida humana no centro da gestão e dos interesses do Poder o poder cuida de gerir a vida dos seres humanos e consequentemente a sua sexualidade e principalmente o que eles chamam de o maior Pânico sexual do século que foi a descoberta da Cida né que é a síndrome de imunodeficiência eh que a aides né de snd deficiência imunológica que por qu ainda que tenha a
homossexualidade tenha passado de um estado ela não era mais entendida como uma patologia e nem como um crime agora mesmo assim ela era vista por causa da aides como um meio de transmissão de um Pânico sexual então isso também gerou e fomentou ou uma série de discussões que começou a montar esse campo chamado queer lembre-se isso não é formal não tem uma universidade sobre isso não tem uma disciplina acadêmica sobre isso os teóricos que escrevem sobre isso que estão dentro desse guarda-chuva chamado que eles quando escreveram nem sabiam disso mas também quando eles criaram esse
esse conceito para juntar essas pessoas ali o que que eles eles eles gostaram da ideia eles falaram tá Tá bom eu me reconheço colocado nesse grupo Então esse esse esse é o contexto social em especial Então esse contexto histórico ainda que a homossexualidade tinha sido despatologizar a questionar essas configurações políticas que fomentavam esse tipo de preconceito e um tipo de de de pânico social também para caracterizar Esse regime de discursividades a teoria queer criou na década de 0 1980 o conceito de heterossexualidade compulsória para se referir a exigência que todos os sujeitos sejam heterossexuais Observe
isso é diferente de hetero eh nomia eu vou falar sobre isso a heterossexualidade compulsória é a necessidade que existe um regime de discursos que se dão na educação na política na família de que todo mundo seja heterossexual a além disso eles também criaram o que a gente chama de heteronormatividade que é diferente que ela diz o seguinte que as pessoas devem ter um comportamento que denota a organização da sua vida conforme o modelo heterossexual mesmo que ela não tenha uma prática heterossexual Então são coisas diferentes heterossexualidade compulsória obriga que as pessoas não reconhece pessoas que
não são heterossexuais é compulsório e heteronormatividade é uma forma de organizar a vida sexual de uma pessoa segundo o padrão heterossexual mesmo que ela não tenha práticas heterossexuais um casamento monogâmico ou ou ainda no campo do do regime simbólico os romances que se T muito parecidos com os romances heterossexuais São simplesmente transladados pro campo da homossexualidade muitas pessoas testam essa hipótese sobre a heteronormatividade Ou seja no raciocínio da teoria a heterossexualidade compulsória significa que todas as pessoas que não são heterossexuais ou são doentes ou precisam ser explicadas ou seja todo esse discurso que tenta eh
achar uma origem da homossexualidade ele inclusive é rejeitado hoje pelos teólogos mais contemporâneos por quê Porque se você tenta achar a origem disso Isso já dá testemunho de que tem uma Norma por trás que seria a a norma heterossexual então eles rejeitam isso não querem saber de de fundamentação biológica eles não querem saber De traumas da infância Ele eles abriram mão desse discurso porque isso isso denotaria que existe um padrão que eles que eles não reconhecem como padrão já no caso da heteronormatividade as pessoas se tornam coerentes desde que se identifiquem como com a heterossexualidade
como modelo isso é mantém uma linearidade entre gênero e Sexo Como assim ter pênis significa ser masculino não ter significa ser feminino há uma linearidade uma mimese uma imitação do Meu gênero com o meu corpo isso é heteronormatividade é o que é o que esse é é onde os os teóricos queer tentam atacar eles não querem que isso seja necessariamente ligado necessariamente Pode ser que aconteça mas quem escolhe sou eu a judit butler que é um dos principais nomes é uma professora de filosofia da Universidade da Califórnia ela dá aula no departamento de literatura na
verdade mas a formação dela em filosofia ela fala que esse ato que todos têm na primeira infância de determin que o médico Quando a mãe pergunta é menina ou menina e o médico fala é menina ou menina por causa do órgão genital isso tem que ser abolido porque não funciona assim não nasce assim não há essa linearidade necessária a pessoa tem que ter a a possibilidade de construir da forma como ela quiser quem defende essa linearidade necessária eles caracterizam como heteronormatividade tá então primeiro só começando com esse Panorama histórico e a introdução de alguns conceitos
se alguém tiver alguma dúvida não ficou Claro pode fazer pergunta com a retirada então da homossexualidade de categoria de crime e de Patologia eh a heterossexualidade compulsória começou a perder força em alguns países e aí consequentemente a teoria queer começou a ganhar espaço agora eu falei para vocês quando eu defini que teoria é um campo de pesquisa que problematiza todas as áreas do saber a partir das experiências de sexualidade e gênero dissidente experiências homossexuais transsexuais etc bissexuais só que o modo como elas fazem essa crítica elas não apenas problematizam essas disciplinas elas também eh atuam
em três níveis fundamentais na realidade isso é muito interessante da gente da gente entender porque também isso aqui tá na base do do Foucault eu chamo isso de tripé fouc cotiano do que a Aonde a teoria queer atua necessariamente que é nas práticas de si ou seja na construção do meu eu nas discursividades e nas instituições práticas do eu ou seja subjetivação Eh discursividades Ou seja regimes discursivos e eh instituições isso é muito muito importante acho que com exceção dos dois primeiros o do meio discursividade o focou Ah não é só não é apenas um
discurso né Essa coisa da discursividade é muito interessante para ele porque ah a e a teoria queer também baseia muito na na linguagem como performance na linguagem enquanto atos de fala isso é importante também que quando eu digo alguma coisa eu estou fazendo alguma coisa também isso é bem importante porque essa construção sexual E de gênero de sexualidade ela vai se dar também por uma repetição desse discurso por regimes de discursividade e por isso que eles atacam os regimes que ainda trabalham na chave da heteronormatividade entendeu mas antes de falar do discursividade vamos falar das
práticas de si Então a partir das das das experiências sexuais divergentes se questionam primeiras práticas de si ou seja os processos e as tecnologias de formação do self do eu de quem eu sou a estética da existência Como diria o Foucault individual ou seja E aí por isso que a teoria queer e todos os desdobramentos dela aparecem tanto na moda com as roupas nas cirurgias as que eu faço no meu próprio corpo o entretenimento todas essas coisas são ressignificadas a partir das das outras possibilidades de gênero não necessariamente Ah porque eu me entendo como homem
eu preciso me vestir de como como um homem por exemplo um caso famoso que a gente tem no Brasil que bem que esse é o princípio do travesti né que é um caso que a gente tem que é o laert aquele cartonista que se veste hoje como uma mulher é engraçado que o laert porque ele é um ele é intelectualizado ele tá sempre tá sempre fazendo crítica social tal falam que ele é um crossdresser bobagem ele é um travesti basicamente isso não tem nada de ele é um travesti ele fala o pessoal começou a a
a me julgar de cross dress eu sou um travesti pronto acabou no começo ele começou ele ele se falava só de travesti mais paraa frente eu vou falar sobre isso como ele começou a mudar isso em razão de uma coerência interna aqui que eu acho que é a fraqueza do movimento Mas vamos deixar a cereja do bolo pro final né senão não tem graça então primeiro lugar que a teoria queer eh atua é nessas práticas de si que é criar novas formas de vida que não sejam moldadas pela relação direta entre genitália e gênero Eu
Eu transformo o meu corpo a meu modo a minha forma de vida a minha estética da existência a partir das minhas experiências sexuais que são dissidentes não entram nessa Norma bem os meios mais famosos de fazer isso foi na criação de novos conceitos que descrevem as práticas de si Esse é um fo um dos trabalhos fundamentais da teoria queir foi criação de conceitos que vão descrever essas construções pessoais a judit butler que é essa a a a rainha da da teoria queer ela criou o conselho de perform performa cdade de gênero Sexo e Sexualidade ou
seja qual que a ela ela publicou um livro que chama problema de gênero esse livro tá esgotado no Brasil Inclusive a judit Butter vem em São Paulo em setembro agora pro primeiro seminário de teoria queer ah brasileiro que vai contar assim com os nomes internacionais os maiores ela e muita gente da América Latina também qual que é a base da teoria da judit Butter muito muito fundamentada em Atos de fala e Michel Foucault o que que ela diz que tanto o gênero quanto o sexo quanto a Sexualidade vocês entendem essa diferença né gênero eh masculino
feminino sexo órgãos genitais e sexualidade o que eu faço com os dois cada um desses PR Judite é performance é construído são atos repetidos e essa a descrição dela atos repetidos que dão a sensação de uma natureza ela não cria em natureza ela é puramente historicista são atos que eu repito todos os dias que dão a aparência que eu construi uma natureza uma natureza heterossexual homossexual bissexual transgênero etc esse esse é um dos é um dos conceitos fundamentais uma outra criação de conceito é de uma filósofa francesa chamada Catarine malabou ela foi aluna do o
ja de ridar que é famoso na filosofia pós-estruturalista com a desconstrução e ela então aplicou o que ele fez na na gramática na filosofia e na metafísica ela aplicou as as teorias de gênero e ela criou o conceito de plasticidade para descrever a condição humana fundamental é uma condição plástica em que a gente molda do jeito que a gente quiser também nos dois raciocínios observem que a teoria queer ela ela é muito influenciada pelo que a gente chama de pó estruturalismo francês que é a filosofia do século XX Ah que tem seu início ali em
Foucault Ah também tem ali dez der ridar o holand barts ele ainda é estruturalista ele é o Na verdade ele é o meio do caminho assim o Rolland barts também francês que que escreve muito sobre imagens fotografia e literatura ele ele era um estruturalista passou a ser um pós estruturalista Qual que é a acepção mais básica do conceito é que não há estrutura humana não existe estrutura humana é um historicismo radical ah tudo tudo aquilo que é característico do ser humano foi construído historicamente Esse é esse é o pós-estruturalismo Inclusive tem um debate muito famoso
da década de 70 entre o Noam chomsky que é um estruturalista famoso da linguagem com o Michel Foucault tem no YouTube inclusive legendado em que eles primeiro começam falando sobre natureza para falar para falar sobre isso um era estruturalista e o outro po estruturalista depois eles vão falar sobre justiça que os dois também TM essa pesquisa na área política compensa ver pra gente ter assim condensado um vídeo inteiro sobre acho que no no YouTube tá Justiça natureza e justiça foua e no chomski então tá então teoria queer para atacar as práticas de si criou dois
conceitos fundamentais criação de vários conceitos mas esses fundamentais que é a plasticidade e a perforati cdade para falar que eu construo quem eu sou em Atos repetitivos na história é plástico a o meu sexo Meu gênero minha sexualidade eu transformo meu corpo por meio de eh cirurgias se eu não tenho dinheiro de fazer essas cirurgias Eu transformo ele por por por meios visuais a capa do livro da da judit butler fez muito sucesso porque o livro era problema de gênero né gender problem e tinha duas crianças lá assim na capa uma fotinha antiga de família
assim que você não conseguia reconhecer quem que era menina ou quem que era menina e a foto era intencional para mostrar que tinha um problema de gênero ali então quem não consegue fazer isso por meio de uma eh cirurgia plástica porque é caro faz isso por roupas faz isso por por outras coisas pela moda segundo ponto que a teoria que atinge são as discursividades são esses regimes de discurso que eu falei que são questionados também a partir das experiências homo transsexual por discursividades o Foucault entendi um regime de verdade que perpassa todo o campo social
não apenas em documentos oficiais existe uma escola de na historiografia contemporânea também que foi foi muito influenciado pelo Foucault E também o Foucault foi muito influenciado por eles que é a nova história ou a escola dos análises que é uma escola também francesa que Eles mudaram o paradigma de se fazer história antes dele a historiografia era muito ligada aos documentos mais oficiais eram as crônicas eram se fazia história a partir de documentos mesmo porque ele dava confiabilidade à história a partir da da escola dos análises qualquer coisa é motivo ou documento ou ponto de partida
pra história o legoff escreveu várias biografias de gente desconhecida na época que é um Historiador da nova escola ah Luciano fev escreveu uma uma biografia sobre Lutero assim não necessariamente um ele era um religioso Mas escreveu uma uma biografia sobre ele então assim não há mais para eles a necessidade de ter um documento oficial qualquer coisa é documento para se fazer história qualquer coisa é um regime de discursividade então não só se alguém fosse fazer uma história nessas n essa chave historiográfica Nossa contemporânea ele não necessariamente precisava pegar as atas das nossas reuniões os documentos
oficiais bastava pegar uma novela uma revista ah qu uma música qualquer coisa serviria para se compreender qual que era o regime de verdade daquela época Então essas discursividades são esses regimes de verdade então novelas filmes músicas aulas livros fotos cursos universitários então agora eles estão carregados dessas relações de poder que buscam romper com os padrões monolíticos da heteronormatividade Ocidental passou-se a produzir muito mais para se influenciar na cultura a partir de então principalmente nessa cena underground do cinema da música da literatura muitos que o que o James Hunter chama de artefatos culturais não apenas eram
indivíduos que mudaram suas práticas eles também tinham que eh viabilizar para que um regime de verdade começasse a a a circular na dentro da sociedade como é que se faz isso com livros fotos coisas que uma pessoa pode pegar ler interpretar passar pro outro escrever a respeito isso é muito importante para se mudar uma cultura e por fim As instituições Como falei para vocês que são o último âmbito em que a a crítica queir acontece escolas boates bairros inteiros lá na Inglaterra tem a sorro Street que não é um só um street é um bairro
todo em que eles chamam da Meca homossexual lojas agora todas elas são arquitetadas e constituem aquilo que Foucault chama de visibilidade das discursividades isso é muito interessante o Foucault fala que num regime de verdade de discurso existe não apenas aquilo que a gente fala mas aquilo que a gente vê também e que dá condições de visualizar aquele regime de verdade tanto que ele é tão ele é coerente ente a Esse princípio da filosofia dele o Foucault que quando ele queria estudar o poder político o que que ele não começou a falar a escrever sobre poder
político Ele foi estudar a estrutura arquitetônica da penitenciária o pópo do bentan né que é uma estrutura arquitetônica em que tem uma torre de vigia no meio em que ela consegue ver tudo o que está em volta sem deixar que ninguém veja quem está lá dentro Essa é a estrutura do pópo a estrutura do que ele fala do poder eh disciplinar da da sociedade Ele foi estudar as estruturas escolares as estruturas hospitalares penitenciárias escolas e e hospitais é a chave para ele para ele para ele falar sobre a sociedade disciplinar eu eu tava pensando mas
isso é só uma hipótese eu não sei como que isso se daria não mas eu conversei com o Carlão com pijama com Gustavo já sobre isso que pra gente aplicar o método Fuc cotiano Nessas questões queer um bom meio da gente interpretar como que está se na nossa cultura seria a gente estudar os banheiros a arquitetura dos banheiros em que hoje Originalmente a gente sempre tinha dois banheiros masculino e feminino e agora a gente começa a ver uma arquitetura que começa a comunicar uma discursividade aí entrando sorrateiramente dentro das das nossas estruturas mais sociais mais
comuns por exemplo shoppings a gente já tem shoppings que tem um banheiro por exemplo só para mães e coisas de maternidade a gente tem boates já em com banheiros que eles chamam de banheiros unitários né que é um banheiro só para todo mundo homem mulher quem quiser ir para lá talvez a estrutura estrutura do banheiro estrutura arquitetônica do banheiro comunicasse alguma coisa se a gente quisesse um negócio mais pluralista a gente teria que multiplicar o número de banheiros a gente teria que diminuir colocar um só como é que seria essa estrutura interna questionar isso e
observar como isso tem sido feito em lugares do mundo Daria até uma pesquisa de campo muito interessante viajar para conhecer boates bares em que estão fazendo esse negócio eh pesquisar como isso tem feito e e como que também o capital influencia nisso também uma questão Econômica porque é muito mais fácil você ter um Ban só no lugar Imagina isso é é o que todo comerciante quer ter redu uma problemática a um a um banheiro só do que criar uma série de outros banheiros Então até que ponto a gente vai começar a se adequar a entrar
num banheiro só e a começar a achar aquilo comum de e como isso vai mudar o nosso regime de verdade por um regime puramente arquitetônico Então é assim que trabalha e se faz uma crítica das instituições Então nesse sentido a gente pode resumir esses três pilares com a seguinte expressão então com essas estruturas arquitetônicas ou seja instituições elas reforçam o discurso de uma sociedade disciplinar que forma indivíduos dóceis e produtivos percebe estrutura que reforça um discurso e forma sujeitos dóceis e não resistentes a esse essa discursividade que é a mesma coisa que acontece na teoria
então para resumir essa primeira parte e entrar assim já caminhando pro final também a gente pode dizer que a teoria queir utiliza das experiências de dissidência de gênero e sexualidade como um ponto de partida por questionamento de práticas de si discursividade e instituições no interior de uma sociedade agora o Ponto Central da teoria cuia é o que eles estão discutindo o que eles estão com toda essa com toda essa problemática em todas as áreas das práticas de si arquiteturas e instituições Qual é o ponto aí nessa negação de uma naturalização dos gêneros envolvida no corpo
da pessoa e da sua sexualidade segundo uma configuração genital aponta então uma necessariamente pra história e pro caráter construtivo das das subjetividades Como assim se a gente nega que a gente tem uma natureza mesmo se ela foi afetada pel la queda ou não o que que sobra pra gente a história a gente tem que construir isso historicamente e toda toda a filosofia queer nasce desse esforço que não é originário dela ele já tá na filosofia ocidental há algum tempo que é o que a gente chama na filosofia eh ocidental de filosofia da diferença que que
é a filosofia da diferença ela faz parte de um projeto maior dentro da filosofia de questionar a metafísica ocidental a a construção da realidade da da da da do modo como os ocidentais entendem a realidade Quem começou fazendo isso claro que não foi só ele mas quem que é o ponto marcante para todos os pensadores por exemplo do pós-estruturalismo niet o nietz era era um era um historicista no sentido fundamental do termo o método a teoria do conhecimento dele era o perspectivismo sim tinha que se perspectivar as coisas porque elas eram históricas mesmo então a
gente vendo de outros pontos quanto mais diferente melhor a gente ia ter uma compreensão maior porque isso aqui não existe uma natureza uma substância uma essência disso então existe uma tradição chamada filosofia da diferença ela é da diferença por quê Porque ela questiona uma outra filosofia que era feita antes que era a filosofia da identidade ela questiona a natureza a identidade O que é o que faz das garrafas garrafas Qual é a ideia de garrafa que perpassa todas as garrafas pra gente ver e saber is aqui é uma garrafa Isso aqui é uma garrafa isso
aqui não é uma garrafa filosofia identidade fala tem uma ideia aí aí depende do que que que é nessa filosofia da identidade se eles são platonistas se eles são formalistas não interessa há uma identidade ali o pessoal da diferença fala não histórico eu comecei a chamar isso aqui de garrafa e daqui paraa frente pode ser que eu não chame isso aqui de garrafa mais era o método do niet o niet fala que a gente tinha que transvalor as coisas Ah o método da transvaloração é que isso aqui tem um significado e um valor na sociedade
e a gente faz uma avaliação transvaloração é sinome de avaliação a gente avalia até que ponto a gente quer conservar ou não eu quero conservar a caneca mas eu não gostei desse desenho dela a gente tira e fica só com a caneca é o que por exemplo ele falava que tinha que ser feito com cristianismo tem algumas coisas que são interessantes mesmo no cristianismo mesmo no livro dele o anticristo em que ele faz uma dura crítica ao cristianismo ele ressalta algumas coisas de Jesus por exemplo como o espírito livre etc o apóstolo Paulo não sobra
nada porque Jesus é pop né E aí ele mas então sobe alguma coisa nessa transvaloração fica alguma coisa que é no caso o Jesus aí no espírito livre de Jesus um questionador mas todo o resto Dogma a igreja pelo amor de Deus o apóstolo Paulo fica tudo de fora isso é transvalor é isso que a teoria queer faz e o niet o heidger influenciou toda uma tradição filosófica Foucault delz esse que eu falei ja de rid todos eles são dessa filosofia da diferença em que encontra também nesse prosa estruturalismo Fan que advoga que a história
é o âmbito determinante na formação das identidades e muito coerente com essa postura então que a teoria queer se reivindica ela busca através então dos seus questionamentos afirmar uma diferença em contraponto com as filosofias da identidade eu até trouxe a revista a revista desse mês a revista Cult É sobre esse tema sobre a ditadura da é normativa e aqui eles fizeram a propaganda do evento que a judit butler estará aqui e aí eu fiquei muito animado porque sustenta pelo menos em parte o que eu tô querendo falar para vocês o nome do seminário é primeiro
seminário de queer culturas e subversões das identidades se é uma filosofia da diferença ela tem que subverter ela tem que questionar todo tipo de identidade todas porque qualquer identidade seria problemática para uma filosofia da diferença então muito coerentemente com essa postura ela buscou então questionar todas as entidades de casamento família sexualidade amor afeto moda teologia a partir dessas afirmando a diferença afirmando os casos minoritários ou não que são diferentes dessa heteronormatividade então segundo esse raciocínio um corpo transexual ou um corpo travestido ou um transgênero um bissexual ele aponta para uma outra episteme ou seja ele
aponta para uma outra cosmovisão epistem e cosmovisão estão quase bem próximos assim episteme no fouc e cosmovisão pra gente isso aponta por uma forma de se olhar ao mundo a teoria queer a filosofia da diferença eles querem dar um óculos pra gente um óculos em que a gente enxerga enxerga Toda a realidade não a partir da identidade mas da diferença e isso vai privilegiar um discurso que não fala sobre o natural mas fala da história e fala da diferença ou seja o CNE da teoria queer é é o é a mesma dificuldade que se exige
para sustentar uma filosofia da diferença porque ainda que a filosofia da diferença seja o que a gente tem de mais contemporâneo já tem gente que começou a identificar uma uma lacuna e eu acho que esse é o ponto principal e a se eu trouxe alguma uma contribuição é essa contribuição que eu pretendo trazer é que tem um pressuposto na filosofia da diferença de que a gente não precisa da identidade que a gente afirma a exceção ao invés da regra mas é mais do que isso a gente abre mão da regra pela exceção e qual que
é o problema disso é que a a na acepção mais simples da palavra só tem como a gente afirmar uma diferença se tem identidade só tem como a gente afirmar numa exceção por exemplo um estado de exceção quando se suspende a Constituição de um país e se abre um estado de exceção uma ditadura a gente só pode falar que houve uma exceção porque tinha uma regra porque tinha uma constituição para ser eh suspensa suspensa por quê percebe que E aí tem um filósofo um filósofo contemporâneo também que é um continuador da obra do Foucault Mas
ele também ele traz descontinuidades que é o Jorge o agamben que é um italiano ele fala o projeto dele é de fazer uma filosofia da indiferença porque ele fala que o que criou a filosofia da diferença o que que ela criou ela pende a identidade e apresenta uma diferença pura só que aí não tem conteúdo dessa diferença Porque como é que a gente avalia o conteúdo dessa diferença a gente não tem a norma E aí ele fala que isso criou um estado de indiferença a gente simplesmente indifere e não sabe o que que é o
quê ele faz isso no âmbito político ele fala isso sobre estado de exceção e sobre ditaduras pensando por exemplo no no segundo re no terceiro re alemão o que aconteceu ali que foi o Hitler foi eleito democraticamente só que ele suspendeu a constituição e e a Alemanha viveu num estado de exceção durante 12 anos a palavra dele era a lei só que muitas vezes ele falava uma coisa e se contradizia depois disso e não tinha problema por quê Porque não tem um padrão padrão é ele isso gera um estado de anomia que o agamben diz
não há não há lei mais nesse estado e o estado desse tende a se degenerar por isso que o todo o projeto do do tambem É ultrapassar esse binômio de diferença e identidade porque para ele ele fala que isso não é produtivo não faz di não faz diferença não tem muita proficuidade você afirmar uma diferença pela diferença se você não tem a identidade para fazer o contra contrapeso isso tá desde do cerne da filosofia ocidental quando o parmendes afirmava que toda a realidade é estática e o movimento que a gente percebe é ilusório e o
e o e o Hero afirm Ava o Devir de todas as coisas a filosofia da diferença é muito mais heraclit todo mundo ama o Heráclito enquanto a filosofia da identidade é parmediana parmediana que absurdo parmediana é bem gostoso parm sei lá parmen indiana do ponto de vista da estrutura das coisas aí veio o Platão e falou assim bem não tem como a gente saber que um ponto está parado se não tem coisas movimentando em volta dele como também não tem como a gente falar que tem coisas movimentando se não tem um um ponto de vista
parado ou seja uma pressupõe a outra é um acoplado Então essa crítica que eles que a filosofia da da diferença faz a a a metafísica ocidental ele ele pressupõe a a metafísica ocidental da mesma forma que essa crítica que a teoria queer faz as identidades de gênero que é o que eles chamam de ditadura da heteronormativa pressupõe isso há uma há uma falta ali que tá oculta e que denuncia a os esforços queer e que exige deles coerência Eu lembro que eu ia contar uma história do laert para vocês eu guardei para agora que foi
quando o laert começou a se travestir ele apenas se travestia ele apenas se vestia e se maquiava de mulher Hoje ele já as pessoas perguntam para ele assim laert é o laert ou a laert ele fala tanto faz eu não sei nem eu sei isso não é ele não abriu mão das coisas ele tá sendo coerente porque essa epistêmica ail que a teoria queer gerou é uma que a gente pode dizer de uma epistema instável é um é uma lógica par consistente Porque se é se é a diferença pura eu não posso estabelecer nenhuma identidade
é o que a judit butler também é bem coerente quando numa entrevista recente também da da revista Cult algumas edições atrás que do ano passado fizeram uma pergunta para ela se ela se compreendia lésbica e ela disse assim observa essa resposta dela diz muitos sobre a teoria queer ela fala assim apesar de ser chamada lésbica e de me chamar assim às vezes embora não diariamente e nem todas as circunstâncias me recusaria a a instaurar o lesbianismo como ordem do ser isso não porque as Lés as lésbicas não existem elas estamos aí por todos os lados
é porque devemos ser cuidadosas com o que queremos expressar com um termo deixando sem ele ser um campo aberto de contestações Ela não ela é muito coerente mas também é o ponto de Aquiles da teoria queer de não não se deixar afirmar uma identidade porque ela afirmando a identidade dela seja lésbica transexual não sei o qu ela recai numa filosofia da identidade aí não tem diferença aí mais ou seja uma lógica meio paraconsistente que pra gente usar a linguagem do Salomão é o melhor que eles conseguem debaixo do Sol porque eles abriram mão dessa modalidade
transcendente de onde vem essa identidade então é natural que essas coisas vão desmoronando mesmo e caindo em uma das modalidades pra gente falar com dot que é a modalidade histórica E aí tudo recai na modalidade histórica então e para terminar a a filosofia da diferença Então ela Traz essa contradição isso seria pra gente fazer uma aplica Pastoral para algumas questões que a gente eu nem entrei muito em questões pastorais tal mas talvez um modo e a gente pode as perguntas e o debate pode ser nesse sentido a gente pode pensar que um modo adequado da
gente lidar com todos os campos que a teoria queer atinge porque ela atinge vários jurídico estético histórico Educacional a gente tem que tomar cuidado com que afirmar isso lembrando desse desse tendão de Aquiles deles e afirmar que também isso deve ser tratar de maneira plural porque se for Tratado de maneira meramente historicista isso se torna ideológico a gente tem que deixar não se tornar uma ideologia porque é a acusação que eles fazem ã paraa heteronormatividade de que é ideológico porque perpassa e engole todas as outras instâncias inclusive da diferença a gente tem que reconhecer a
diferença mesmo porque se tem identidade tem diferença agora a gente não pode deixar que isso engula outras esferas porque senão se tornaria ideológico agora se tem alguma coisa que a gente pode aprender com a Teoria queer é isso porque a gente experimenta um fenômeno muito interessante e é bom que isso esteja acontecendo agora porque significa que há espaço para que isso aconteça de muita gente que se diz crente no Senhor Jesus fiel é cristão você pega o credo apostólico fala assim nega alguma coisa que ele não nega ele subscreve tudo mas ele se diz eh
atraído pela por pessoas do mesmo sexo isso a gente tem que melhorar os conceitos uma das coisas que é fundamental nesse momento é a criação de conceitos a gente não pode reduzir a discussão A a conceitos genéricos por exemplo uma pessoa dessa que é cristão ele não pode dizer sou um cristão homossexual Porque como a judit butler falou existe um conjunto de coisas quando eu me digo homossexual eu tenho que abrir mão e eu tenho que comprar e eu tenho que deixar isso aberto para para questionar esse tipo de coisa então quando alguém chega pra
gente em crise a gente tem que falar olha não compra os pacotes porque e necessariamente vai eliminar outras possibilidades nem mesmo a filosofia da diferença faz isso por que que você tem que fazer há um há uma espécie de uma opressão porque geralmente é assim os movimentos mais o cume mais ideológico da do movimento LGBT Ele ainda tá se organizando é muito interessante nos artigos que em um artigo eles têm um conceito de homofobia no outro eles questionam o mesmo conceito apresentam um conceito mais amplo um conceito menor Ou seja é uma construção é muito
recente tem 40 anos só que eles não sofrem por isso porque eles estão estão lá no topo da ideologização quem sofre é quem tá embaixo porque você sente eh Oprimido por esses novos regimes de discursividade E quer mudar o quê as suas práticas de si Então a gente tem que se tem alguma coisa que a gente pode eh aprender é que a gente não deve eh deixar levar tudo junto jogar água fora com bebê dentro calma não não vamos afirmar não vamos comprar um pacote transsexual um pacote homossexual bissexual tão rápido assim não atração mesmo
sexo é uma coisa homossexualidade existe compromissos que você tem que assumir de uma identidade que você vai ter que formar e aí é beir é o problemático basicamente era isso as raízes históricas e filosóficas do movimento queer O que é acho que o ponto de tensão que o pessoal mais informado sabe desse ponto de tensão mais informado eu tô pensando nos ideólogos mesmo da parada judit budler quea tá ali no malabul Ah tem muita gente na América Latina no Brasil tem muita gente também muito boa escrevendo sobre isso assim gente boa no sentido de muito
competente escrevendo sobre isso eles sabem dessa dificuldade porque é uma é uma dificuldade da filosofia da diferença de todo mundo quem estuda fouc del der rid vai ter que lidar com isso já tem gente questionando isso por exemplo a gamb ele não faz isso no âmbito do do gênero sexualidade ele tem um livro sobre n chama nudez que é sobre corpo tem alguns insites muito interessantes lá que ele fala do corpo glorioso do corpo messiânico que é alguma coisa que a gente pode explorar mas mas nesses regimes mais populares mais Cult zinhos assim a gente
tem que sempre questionar Pera aí isso aí tem uma identidade aí a gente não tá questionando os padrões a gente não tá abrindo mão de tudo então não pode afirmar nenhum se você afirmar um você Prest os outros e aí a gente entra e mostra a falha Talvez um caminho eu não acreditaria que o caminho do agamben tanto que ele também não propõe isso como resposta mas essa filosofia da indiferença do agamben não contribui muito não E se fosse colocar no banheiro seria o banheiro unitário lá que serve para tudo e para todos eu acho
que não não contribui não Talvez os próximos desenvolvimentos mais na ponta da lança assim eh da da reflexão Cristã filosófica seria a gente pensar num pluralismo mesmo assim que que pressupõe estruturas normativas e identidades mesmo para afmar a diferença a gente não tá querendo negar diferença não mesmo para afirmar Porque também tem especificidades biológicas construções biológicas eh muito específicas que devem ser levadas em consideração e a gente precisa ter uma filosofia com com uma conceit ografia bem ampla para envolver essas questões basicamente era isso obrigado pela paciência obrigado [Aplausos]