Maria depois de Pentecostes

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Padre Paulo Ricardo
Desde a sua Imaculada Concepção, os dons do Espírito Santo foram derramados abundantemente em Nossa ...
Video Transcript:
[Música] Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Inspirai, ó Senhor, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em Vós comece e para Vós termine tudo aquilo que fizermos por Cristo, o Senhor nosso.
Amém. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós. Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
Amém. Muito bem, é uma alegria estarmos juntos no nosso programa ao vivo agora, nessa segunda-feira, depois de Pentecostes. Aquilo que no calendário antigo era a oitava de Pentecostes.
Em Moçambique, se celebra hoje de forma especial Nossa Senhora Mãe da Igreja, e é esse mistério exatamente que nós queremos recordar neste programa ao vivo. Porque, de fato, Maria, com a vinda do Espírito Santo na Anunciação, tornou-se Mãe de Deus, mas, com a vinda do Espírito Santo em Pentecostes, ela torna-se Mãe da Igreja. É importante a gente refletir um pouco sobre esta realidade.
Vejam só, vamos aqui entender verdadeiramente como houve um progresso espiritual também na Virgem Maria e nas várias efusões, ou seja, nos vários derramamentos do Espírito Santo. Eu tenho aqui esse livro fantástico do padre Gargula GR, que é "A Mãe do Salvador", aqui em espanhol "Madre Salvador". Já existe uma edição brasileira em português publicado pela Editora Eclésia, não é?
Então, pessoal da nossa equipe está colocando para vocês o link para aqueles que queiram adquirir. É um livro que eu aconselho a todos, todos, absolutamente todos aqueles que queiram verdadeiramente ter um conhecimento profundo de Nossa Senhora, da própria vida interior. Esse livro do Padre Gargula Granja é exatamente este o tema do livro, né?
É "La Madre del Salvador" e "Nuestra Vida Interior", ou seja, a nossa vida interior. Como é que houve o crescimento espiritual da Virgem Maria e o que é que isso tem a ver com o nosso crescimento espiritual, portanto, com o nosso caminho de santificação, nosso caminho de santidade. Todo mundo conhece o padre Gargula GR, com seu grande conhecimento a respeito do progresso espiritual e da teologia da perfeição, ou seja, teologia da santidade.
Pois bem, aqui ele faz uma belíssima reflexão a respeito deste caminho de santificação. E a nossa Mãe Bendita, né, passo a passo conosco neste caminho. Bom, então o padre Gargula, neste livro, nos mostra que a Virgem Maria, embora ela fosse cheia de graça desde o momento da sua primeira concepção no ventre de Santana, ela cresceu, né, na graça, sim, porque ela foi crescendo também nos méritos e nas várias efusões, derramamentos do Espírito Santo que foram feitos sobre ela.
Eram derramamentos feitos para uma missão, para missões específicas. Então, quando a Virgem Maria recebeu o Anjo, o Anjo olhou para ela e disse: “Ave, cheia de graça. ” "Jaire" que "ritom" em grego.
Isso quer dizer que, verdadeiramente, a quantidade, digamos assim, se a gente pode usar essa palavra, né, de graça que foi derramada no Coração de Maria na concepção dela é maior do que a graça que tinha sido dada a todos os anjos e será dada a todos os santos desde o início da humanidade até o fim dos tempos. Se nós colocarmos uma balança, a graça que foi dada a todos os anjos e santos, e do outro lado a graça que foi dada à Virgem Maria, a graça que foi dada à Virgem Maria é imensamente maior, imensamente maior, de tal forma que nós podemos verdadeiramente dizer que não há comparação. Não há comparação, nós não temos termos de comparação.
É evidente, porém, que a graça dada ao Cristo, cabeça da Igreja, era infinitamente maior do que a que foi dada a Maria. Então, nós poderíamos dizer assim que, em termos de graça, nós, no céu, temos a graça que foi dada a Jesus, enquanto homem, que é incomensurável, a graça que foi dada a Maria, que também é grande, embora muito abaixo do seu Filho Jesus, e mais abaixo a graça de todos os anjos e santos. Quando o Anjo Gabriel foi naquela pequena vila de Nazaré e saudou aquela menina de 12 anos de idade, ele saudou a Virgem Santíssima e ficou admirado por isso.
Ele fez aquilo que nenhum anjo jamais fez com o ser humano: ele elogiou e disse: “Ave, cheia de graça. ” Mas não para por aí. Por quê?
Porque, quando ele anuncia a ela que ela será Mãe do Salvador, Mãe do próprio Deus que vai se fazer homem, o Espírito Santo vem sobre ela. Então, nós podemos imaginar o crescimento na graça desta efusão que foi, podemos dizer, um protopentecostes, um primeiro Pentecostes. Porque veja, o Espírito Santo é derramado para gerar o Cristo, o Cristo cabeça, lá na Anunciação, e os outros membros em Pentecostes, de tal forma que, no Tratado da Verdadeira Devoção, São Luís Maria GR mó diz: "Evidente seria absurdo nós pensarmos que uma mulher dê à luz à cabeça e não dê à luz ao corpo.
" Seria uma monstruosidade. Então, vejam, a Virgem Maria em Pentecostes, ela recebe a graça para gerar a Igreja e torna-se, em Pentecostes, verdadeiramente Mãe da Igreja. Aqui é necessário fazer uma pequena distinção: aos pés da cruz, Maria tornou-se, de alguma forma, Mãe da humanidade inteira.
Por quê? Porque ela, junto com o seu Filho na cruz, mereceu a graça da salvação para a humanidade inteira. Então, ela mereceu, junto com seu Filho, a graça que nós, que estamos em estado de graça, recebemos.
As pessoas que estão em pecado também, ela mereceu a graça que Deus quer dar a elas, mas elas não têm, não é? Portanto, Maria é claramente Mãe da humanidade inteira, inclusive dos pagãos, inclusive dos ateus, inclusive dos pecadores. Ela um dia foi Mãe da humanidade que, desgraçadamente, está condenada no inferno.
Infelizmente, Maria atualmente não é Mãe daqueles que estão no inferno, mas já foi. Foi, né? Existe uma perda quando você é condenado ao inferno.
Deus nos livre, né? Misericórdia! Mas, quando uma pessoa é condenada ao inferno, ela perde não somente Deus como pai, mas também Maria como mãe.
Bom, mas ela é mãe da humanidade inteira e, ali na cruz, Jesus diz para o discípulo amado: "E aí, a tua mãe". Com aquele ato, não é de Jesus, ela torna-se verdadeiramente mãe da humanidade inteira. Porém, isso é da humanidade como um todo.
Mas, depois da Ressurreição de Jesus, Maria, que já tinha recebido graças, graças enormes: a graça na Imaculada Conceição, a graça na Anunciação do anjo, a graça de carregar, imagine, que graça enorme de carregar Jesus no seu ventre, uma comunhão íntima que durou nove meses. Maria, que tinha recebido a graça do convívio íntimo com Jesus durante trinta anos em Nazaré, Maria, que tem recebido a graça aos pés da cruz, gerando, né, digamos, a humanidade inteira para a graça de Deus. Maria, que recebeu a graça através da Ressurreição do seu filho e, através da sua subida aos céus, agora, entre a ascensão de Jesus e Pentecostes, ela reza com os apóstolos.
Vejam, eu quero aqui fazer notar uma coisa íssima, porque é aqui que nós temos que notar o que aconteceu com a Virgem Maria depois de Pentecostes. Primeira coisa: depois da ascensão de Jesus, não existe mais nenhum ser humano aqui na Terra, digamos assim, nessa nossa vida terrena. Jesus agora vive uma vida celeste.
Não existe mais nenhum ser humano nesta vida terrena que ame a Deus como Ele merece ser amado. Quando Jesus sobe aos céus, o que ficou aqui na Terra foi uma semente de Igreja. Maria, é claro, que os apóstolos já tinham sido fortalecidos na sua fé, mas a fé deles ainda era fraca.
No dia de Pentecostes, estando fechadas as portas, eles estavam no cenáculo, tinham medo dos judeus, ainda tinham medo. Ou seja, quando Jesus aparece ressuscitado, eles se fecham com medo dos judeus. Jesus sobe aos céus e eles continuam lá fechados, claro, rezando com Maria, mãe de Jesus, mas, embora tenham já se fortalecido e recebido a fé, eles ainda não estão prontos.
Exite alguma coisa ali que a Igreja ainda é incompleta. Mas a Igreja, na novena de Pentecostes, novamente se reduz em Maria, e ela, somente ela, verdadeiramente tem méritos para pedir o Espírito Santo aqui na Terra. Não é que aqui precisaria de toda uma explicação, uma aula inteira para explicar para vocês que mérito não é a gente que só merece aqui neste mundo.
Depois que a gente vai para o céu, quando nós ressuscitarmos e virmos Deus face a face, ali a gente não vai poder mais merecer. Nós viveremos do mérito que obtivemos aqui na Terra. Claro, Jesus obteve os méritos infinitos, e é por isso que é Ele quem envia o Espírito Santo.
Mas Maria ficou aqui e ficou pedindo o Espírito Santo. É por isso que nós rezamos e dizemos: "Vinde, Espírito Santo, vinde por meio da Poderosa intercessão", porque os méritos de Maria para pedir o Espírito Santo são enormes. E ela ficou aqui de tal forma que nós poderíamos dizer que foi ela quem alavancou, com a sua intercessão, a vinda do Espírito Santo.
Jesus pede aos apóstolos que não se afastem da cidade até que venha o Espírito Santo. Eles ficam lá rezando, pedindo, mas o mérito que os apóstolos podiam acrescentar àquela oração era de minuto, né? Maria pedia o Espírito Santo, Jesus no céu, e esse grande mistério que valeria a pena a gente refletir, meditar, rezar.
O grande mistério é que, aqui na Terra, somente um coração que ama a Deus plenamente, como Ele merece ser amado, a Virgem Maria. E aí vem Pentecostes. Bom, diante de tanta graça que Maria já tinha recebido, tudo isso que eu descrevi até agora, que graça poderia ser acrescentada a ela?
Bom, o padre fala do crescimento nos mistérios da fé e no amor que houve na Virgem Maria em Pentecostes, mas eu gostaria de fazer notar uma coisa: que Nossa Senhora recebe a graça, recebe o Espírito Santo em Pentecostes para poder gerar a Igreja e ser mãe da Igreja. Vamos nos deter um pouco sobre este título de "Mater Ecclesia". Veja, primeiro houve toda uma polêmica com relação a esse título, e o Papa Paulo VI proclamou solenemente este título de Maria, mãe da Igreja, durante o Concílio Vaticano II.
Mas não foi uma coisa sem polêmica. Por quê? Porque no Concílio havia duas tendências mariológicas: um grupo de pessoas que pensa em Nossa Senhora como um membro da Igreja.
Ora, se ela é membro da Igreja, ela não pode ser mãe da Igreja. Por quê? Porque a minha mão, vamos supor, não pode ser mãe do resto do corpo!
Não tem sentido nenhum um membro da Igreja ser mãe da Igreja. Então, é uma abordagem eclesiológica de Maria, mas esse tipo de abordagem é incompleto. Ele é verdadeiro, porque Maria de fato é membro da Igreja, mas ela não é somente membro da Igreja; porque, enquanto na ordem da graça, ela é membro da Igreja, na ordem da união hipostática, ela é mãe de Deus.
E, sendo mãe de Deus, ela é mãe da Igreja, porque, sendo ela mãe da cabeça da Igreja, ela não pode não ser mãe do resto do corpo. Portanto, ela é especialíssima. Então, aqui é uma abordagem de Nossa Senhora não a partir da eclesiologia, mas a partir da cristologia.
Aqui nós vemos essas duas tendências, e é importante que você saiba disso, porque muitos conflitos podem ser evitados se você entender que existem duas correntes de mariologia. Nós vamos. .
. uma das coisas que a gente pretende fazer aqui no site é um. .
. Curso de Mariologia: existem duas tendências. Uma é entender Maria ligada mais à Igreja; a outra é entender Maria ligada mais a Cristo.
E é evidente que aqueles que olham para Maria ligada mais a Cristo, portanto na ordem da união hipostática, vêm a grandeza de Maria. Os outros, que olham Maria somente como membro da Igreja, perdem a grandeza de Maria. Me desculpem, mas você já entendeu, né?
O Padre Paulo sabe qual das duas correntes eu sou favorável: Maria enquanto ligada a Cristo, de tal forma que quem olha Maria somente como membro da Igreja acha que Maria é um santo, só que um pouquinho maior. Ou seja, é uma questão de quantidade. Quem olha Maria ligada a Cristo, ela é diferente qualitativamente.
Não é só questão de quantidade; ela é outra coisa. Ela não é, ou seja, Santo Antônio intercede por mim; Maria intercede por mim, mas de outra forma completamente diferente. Por quê?
Porque ela é Mãe de Deus, ou seja, ela está unida à ordem da união hipostática e, portanto, tem algo que nenhum santo tem. Ela fez parte e faz parte não só da salvação de todos, mas intercede por todos. E a Igreja atesta isso: não existe nenhuma capelinha, por menor que seja, em todo o orbe católico, que não tenha uma imagem de Nossa Senhora, atestando essa verdade de que ela está unida à salvação de todos os homens.
Então, vamos lá. No Concílio Vaticano II havia essa polêmica, e inicialmente o documento dedicado à mariologia era um documento, né? Para Nossa Senhora.
E pessoal da corrente eclesiológica, ou seja, os mais, digamos assim, que enfatizam menos a Virgem Maria, quiseram incluir esse documento na Lumen Gentium, portanto no documento sobre a Igreja, capítulo oitavo da Lumen. Tudo bem, Paulo VI concedeu isso, mas em compensação, Paulo VI concedeu àqueles que eram de tendência mais cristológica a proclamação de Maria como Mãe da Igreja. Coisa que irritou tremendamente os mais liberais, que queriam reduzir Maria simplesmente a membro da Igreja, colocando-a dentro da Lumen.
Então, o título Maria Mãe da Igreja é um título que desagrada, né? Os que querem Maria não como Mãe da Igreja, mas como membro da Igreja. Mas o Papa Paulo VI, graças a Deus, né?
O Bem-Aventurado Paulo VI proclamou Maria como verdadeiramente Mãe da Igreja. E como é que ela é Mãe da Igreja? Não é evidente que existe ali o ato institutivo de Jesus que diz: "Eis aí a tua mãe"?
Mas a Igreja nascente precisava da presença dela. Por que é que Jesus subiu aos céus e deixou aqui Maria, deixou aqui a Virgem Santíssima? Porque ela precisava acompanhar, com a sua oração, com a sua intercessão, a Igreja nascente, de tal forma que em Pentecostes, o que nós vemos é a Igreja pequenina e frágil nos braços de Maria.
De tal forma que ela precisava da graça para então acompanhar a Igreja que engatinhava e dava os seus primeiros passos. A Igreja, dando seus primeiros passos, precisava de graças especiais, e quem iria aqui nesta terra interceder, pedir esta graça especial? Por exemplo, a graça especialíssima, estrondosa, da pregação de São Pedro que, naquele dia de Pentecostes, com uma pregação, converteu 3.
000 pessoas. Não é fantástico? Pois bem, ali nós temos a intercessão da Virgem Maria.
E aqui é importante saber que isso realmente é assim: Maria é causa meritória não só de muita coisa que aconteceu na Igreja Primitiva. Deixa eu explicar isso para você. Vamos lá, o que é a história de causa meritória?
Eu já expliquei em outros programas, mas é importante repetir isso até que finalmente isso entre no nosso coração. Veja, eu tenho um escravo. A palavra Redenção quer dizer isso: comprar um escravo de volta.
Nós fomos redimidos; nós, os escravos do pecado, fomos redimidos. Como é que eu vou comprar um escravo? Eu preciso merecer o dinheiro que vai comprar esse escravo.
Eu mereço, trabalho durante anos. Depois, pego esse saco de dinheiro e entrego para um office boy, e o office boy vai lá e compra o escravo. Pronto, o office boy foi somente causa instrumental.
Quem foi a causa meritória? Fui eu, que trabalhei durante anos. Pois bem, ali, quando São Pedro pregou, não é?
Eu não tô dizendo que São Pedro não tinha mérito nenhum, mas São Pedro foi muito mais causa instrumental da conversão daquelas 3. 000 pessoas do que meritória, porque a causa meritória escondida e secreta que estava lá era Maria. É importante a gente entender isso, por exemplo, para entender que isso continua hoje na vida da Igreja.
Quando Santa Teresa d’Ávila quis reformar o Carmelo, o que ela fez? Ela queria resolver o problema dos protestantes. Metade da Europa tinha ficado, de repente, protestante.
Queria resolver o problema das missões na América, de repente, milhões de pessoas do outro lado do oceano que não conheciam Cristo. O que eu posso fazer diante de uma coisa dessas? Ela faz, e diz no início do Caminho de Perfeição: a reforma do Carmelo, para que com aquelas 12, né, pequenas monjas no Carmelo de São José, ela possa ser causa meritória da conversão dessas pessoas.
De tal forma que não tenho dúvida nenhuma que, se eu agora estou aqui pregando, falando para você, eu estou aqui pregando e falando para você porque existem pessoas, monjas em carmelos, por aí, monges, donas de casa, homens religiosos, religiosas, padres que estão por aí, se sacrificando e sendo causa meritória, de tal forma que esta enorme corrente de intercessores e de pessoas que se oferecem em sacrifício frutificam na conversão de quem assiste a esse programa. Não é de tal forma que eu já disse isso para vocês: eu me sinto muito assim como o profeta Jonas, né? O profeta Jonas que foi na cidade de Nínive, pregou, mais ou menos, mas ele não.
. . Foi causa meritória, foi só causa instrumental.
Deus usou Jonas para converter tantos homens e mulheres. Pois bem, então nós temos aqui a beleza da presença da Virgem Maria depois de Pentecostes. Qual é a missão da Virgem Maria, depois de Pentecostes?
Ficar aqui nesse mundo. Ela recebe o Espírito Santo em Pentecostes para, com aquela graça, não ter muito mais, eh, possibilidade de ajudar a Igreja que nascia, aconselhar os apóstolos que precisavam de conselho e, sobretudo, rezar e merecer. Ela precisava ficar aqui na terra para que aqueles milagres e aqueles prodígios da Igreja Nascente Apostólica, né, verdadeiramente, acontecessem de uma forma clamorosa.
Eh, por mais que você creia que os carismas continuam ainda hoje, acho que ninguém vai discordar de enxergar que na Igreja Apostólica os carismas eram muito, muito, absolutamente muito mais frequentes do que hoje. Por mais que você creia que nós podemos e devemos, e eu de fato também creio, eh, pregar e obter as conversões, é evidente que na Igreja Apostólica as conversões, eh, o número de mártires, o número de pessoas que se entregavam e que amavam a Deus de forma clamorosa, eh, o número de santos era muito mais abundante do que hoje. E como você explica isto?
Que logo no início havia este vigor. Claro, o Espírito Santo em Pentecostes, mas não esqueça de um fator oculto: a Virgem Maria estava aqui, dando e merecendo. Hoje, lá no céu, ela também intercede, mas ela já não pode mais acrescentar méritos, porque os méritos ela os teve aqui na terra.
Hoje Deus intercede, ela intercede a Deus e pede, mas com os méritos que ela obteve aqui. Era necessário que ela ficasse, sofresse, se entregasse, né? E ela hoje nos convida, e essa é a mensagem do ano Mariano, a nos unirmos.
Ela aparece para três criancinhas e diz: "Quereis oferecer-vos a Deus? " E nós, o que vamos dizer? O que vamos responder?
Se nós precisamos de um novo Pentecostes, se nós precisamos que a nossa pregação seja mais eficaz, se nós precisamos de uma graça nova que venha renovar a Igreja e que venha nos tirar desse atoleiro em que muitas vezes nós nos encontramos no nosso apostolado, sem sair do lugar, sem ir pra frente, bom, então nós precisamos de intercessores, de pessoas que se ofereçam, não é como Maria, que intercedam e que sejam não somente causa instrumental, mas sejam uma causa meritória. Isso eu digo para você que tem apostolado na internet: quantos jovens, rapazes e moças têm apostolado na internet? Como nosso apostolado é mais eficaz se nós nos oferecermos, não somente por meio de vídeos, mas oferecendo sofrimentos, os sofrimentos do dia a dia, as ações, as calúnias, as incompreensões, as doenças, as desavenças na família, as dificuldades econômicas, né?
Tudo isso oferecermos. "Quereis oferecer-vos a Deus? " Essa é a grande lição de Nossa Senhora.
Que claro, como que nós vamos nos oferecer a Deus recebendo a graça do Espírito Santo? Nossa Senhora, na sua aparição em Fátima, ela pergunta aos três pastorinhos: "Quereis oferecer-vos a Deus? " E depois, ela abre os seus braços e uma luz sobrenatural vem sobre eles.
Que luz é esta? Essa luz é Jesus ressuscitado, que envia o Espírito Santo sobre aquelas crianças. Não é sem dúvida nenhuma, sem dúvida nenhuma.
Então, vamos lá, né? Vamos eh, eh, viver este tempo maravilhoso, né? Depois de Pentecostes, sabendo que precisamos agora, né, nos oferecer a Deus e viver um apostolado que seja verdadeiramente eficaz.
Não sejamos, não nos contentemos de ser o office boy da salvação, de ser somente uma causa instrumental. Queiramos, com a Virgem Maria, ser a causa meritória. Ela certamente quer nos dar esta graça.
Ela veio em Fátima exatamente para nos dar esta notícia, e nós que estamos aqui no Brasil, unidos, né, a este centenário extraordinário lá de Portugal, com o tricentenário de Aparecida, não é? Também, e nos sentimos unidos espiritualmente. Eu sempre gosto de recordar que, quando Nossa Senhora Aparecida.
. . Senhora Aparecida é uma imagem que foi feita, né, com o barro daquela região ali de São Paulo.
Foram feitos estudos geológicos e a imagenzinha de Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Conceição, ela foi feita com barro lá de São Paulo. Mas eu quero lembrar, né, sem ofensa nenhuma aos brasileiros nacionalistas, que aquele barro de São Paulo era solo português. Por quê?
Porque, de fato, Brasil era território português. Nós não éramos colônia de Portugal. Colônia de Portugal foi Moçambique; colônia de Portugal foi Angola.
Nós não. Nós éramos Reino Unido. Nós estávamos unidos a Portugal, né?
Era uma só realidade. Nós éramos território português, e sempre foi considerado, até mesmo antes de ser proclamado o Reino Unido. O Brasil sempre foi considerado território português.
Por isso, Dom João VI não hesitou em transferir a capital, não é? Eh, diante da invasão napoleônica de Lisboa para o Rio de Janeiro, né, de tal forma que Napoleão, quando chegou lá em Portugal, encontrou a periferia de Portugal, porque o centro tinha migrado para o Brasil, né? Eh, nós então, é importante nós lembrarmos dessa união espiritual entre Brasil e Portugal.
E essa união espiritual se dá da seguinte maneira: veja, e eh, a independência do Brasil não se deu com guerras e rebeliões. Sim, houve alguma luta, mas foi completamente diferente da guerra da independência americana ou das guerras fratricidas das outras, eh, das colônias espanholas, nossos vizinhos aqui da América do Sul. Foi bem diferente.
Dom João VI, ao voltar para Portugal, deixou aqui no Brasil de caso pensado o príncipe herdeiro do trono, e, vendo que o Brasil, como um filho mais velho que vai chegando à idade madura, à idade adulta, vai querer sair da casa do pai, este pai, Dom João VI, diz ao filho Dom Pedro I, este pai, Portugal, diz ao filho Brasil: não é que viva a sua independência? Dom João VI diz que não. Vem um aventureiro, pega esta.
. . Coroa e coloca na tua cabeça.
O próprio Rei de Portugal aconselha o seu filho, Príncipe Herdeiro da Coroa Portuguesa, que promova a independência do Brasil. Ou seja, não houve ruptura espiritual entre Brasil e Portugal. Foi simplesmente um filho que cresceu.
Se o Brasil hoje não se dá conta desta união espiritual, é simplesmente porque, infelizmente, nós estamos esquecidos de nossa vocação. Como Portugal está esquecida da sua vocação, a nação portuguesa está esquecida de sua vocação de conservar o Dogma da Fé, como prometeu Nossa Senhora de Fátima, e como o Brasil está esquecido de sua vocação de ser a terra de Nossa Senhora Aparecida, a terra da Santa Cruz, precisamos, né, nos erguer novamente à altura de nossa vocação. Precisamos de magnanimidade, alma grande, de saber da altura de nossa vocação.
Você vai dizer assim: "Padre, isso é megalomania? Não, isso é vaidade? Não, isso é orgulho também?
Não. " Um orgulhoso, vaidoso e megalomaníaco gosta, não é, dos grandes prêmios; o magnânimo gosta dos grandes trabalhos. Conservar a fé será uma luta tremenda.
Conservar a fé e fazer com que Brasil e Portugal sejam as nações que conservam a fé no mundo será verdadeiramente um grande desafio, e não será sem derramamento de sangue, sem grandes sacrifícios, que isso vai acontecer. Pois bem, esta é a nossa vocação. Este é o nosso chamado.
E aí, quereis oferecer-vos a Deus? Daí nós entendemos a vocação do Brasil e Portugal, unidas espiritualmente com a Virgem Maria, intercedendo. Depois de Pentecostes, a Virgem Maria quer gerar a Igreja.
Se nós precisamos da Igreja viva, crescente, florescente — não há dúvida — precisamos da Virgem Santíssima que continua intercedendo e gerando os seus filhos. Santo Agostinho recorda o Padre Garrigou-Lagrange, que usa uma comparação interessante, de que a Igreja, neste mundo aqui, permanece ainda no útero de Maria até o dia do seu nascimento para o céu, quando estivermos todos na glória com a Cabeça da Igreja, que é o Filho, Jesus. Tá bom, vamos então agora fazer um pequeno intervalo para que a gente possa ter um diálogo entre nós a respeito desse tema, ou o tema que vocês quiserem colocar.
Tá bom? Até já. Nós retornamos então para termos um breve diálogo a respeito dessa realidade: Nossa Senhora como nossa Mãe verdadeira.
Começamos com a pergunta do Élder: "Padre, sua bênção! Porque o senhor disse no começo do programa que a Virgem Maria tinha 12 anos quando recebeu a visita do anjo? Existe alguma referência na tradição que afirme a idade que tinha?
" Sim, Élder. Veja, o Papa João Paulo I, em 1988, proclamou um Ano Santo Mariano, e esse Ano Mariano se dava exatamente para comemorar os 2000 anos da Virgem Maria. Então, você faça lá os cálculos de 88 para 2000; são 12 anos, não é isso?
Então, são os 12 anos da Virgem Maria. Isso se deve a uma tradição em que Jesus teria sido o primogênito da Virgem Maria em todos os sentidos. Ou seja, Jesus teria sido também o primeiro óvulo maduro produzido da Virgem Maria, não é?
Então, primogênito também nesse sentido mais radical. Mas, é claro, trata-se de uma tradição. Ninguém é obrigado a acreditar nisso, porque não é de fé católica.
Se você for olhar outros santos, você vai encontrar uma variedade de idades que teria a Virgem Maria quando Jesus foi concebido. Você vai dizer assim: "Mas 12 anos, Padre, pelo amor de Deus! Ela era muito pequenininha!
Ela tinha maturidade para isso? " Meu irmão, a Virgem Maria, com 12 anos de idade, tinha mais maturidade do que toda a humanidade dispersa pelo mundo inteiro. Não é?
Ou seja, nós estamos falando aqui da cheia de graça. Até o Anjo Gabriel se admirou de ver a quantidade de amor por Deus que tinha no coração daquela menina. Então, estamos falando mesmo de prodígio.
Eduardo pergunta: "Padre Paulo, sua bênção! Há outros métodos de consagração de Nossa Senhora que não o de São Luís Maria Grignion de Montfort? " Sim, Eduardo, existem outros métodos.
Nós, inclusive, já postamos aqui, com relação a esses outros métodos, um artigo em inglês do Padre Fideles, que é da Obra dos Santos Anjos, que fez um estudo até bastante interessante a respeito dos vários métodos de consagração à Nossa Senhora. Porque ele faz uma divisão dos vários métodos com características específicas. Por exemplo, o método do Padre Maximiliano Maria Kolbe.
Então, São Maximiliano teria um método que é diferente daquele que é de Montfort. Depois, todos terminam sendo a mesma coisa. Mas o que acontece: um é mais voltado para a realidade da Encarnação, que é o método de São Luís; outro é mais voltado para a realidade da reparação, a Cruz, que é o método de João Paulo I em Fátima.
Não é? Que é essa realidade de se entregar a Nossa Senhora, se consagrar a ela, como coloca a irmã Lúcia, essa consagração ao Imaculado Coração de Maria em termos de reparação de ofensas, unir-se ao sacrifício da Cruz. Então, um método se enfatiza mais a Encarnação, outro método se enfatiza mais a realidade da Cruz, e um terceiro método é mais voltado para Pentecostes, para a missionariedade, que é exatamente o método de São Maximiliano, que é essa realidade mais apostólica, em que ele vê que a consagração a Nossa Senhora é quem dará frutos de apostolado.
São métodos um pouco diferentes. Existe também um terceiro método, que é um método mais voltado para a realidade comunitária, a unidade. Algumas congregações têm uma consagração a Nossa Senhora, porque é ela quem dará unidade de comunidade para essas congregações.
Então, existem, de fato, ênfases nos vários métodos. Mas, enfim, todos eles redundam numa só realidade; é só questão de ênfase mesmo. E Gabriel.
. . Padre, boa noite.
O senhor poderia me explicar a questão de que as pessoas dizem que, se a Virgem Maria não estivesse no Cenáculo, não haveria Pentecostes? Nunca entendi muito esta afirmação. Veja, Gabriel, não dá pra gente afirmar terminantemente que se a Virgem Maria não estivesse no Cenáculo, não haveria Pentecostes, né?
Nós podemos sim afirmar que Deus não queria que houvesse Pentecostes sem que a Virgem Maria estivesse no Cenáculo. Ou seja, existe uma necessidade no ser e uma necessidade de conveniência. Deus poderia livremente enviar o Espírito Santo, né, no Cenáculo, sem que a Virgem Maria estivesse lá.
Ele não o quis assim. Por quê? Porque, se você for olhar como é que Deus faz as coisas, Ele não quer que as coisas aconteçam sem a nossa cooperação, não é?
Ou seja, Deus não poderia levar o Evangelho ao mundo inteiro automaticamente e todo mundo já nascesse sabendo da Verdade do Evangelho sem que a gente precisasse desse esforço, toda essa fadiga de evangelizar, de se entregar, de atravessar os mares como missionários. Deus podia, mas Ele não quer que isso aconteça. Ele não quer nos salvar sem nós.
Como diz Santo Agostinho: "Aquele que nos criou sem nós não quer nos salvar sem nós. " Então, Ele quer a nossa cooperação. Agora, essa cooperação, né, ela acontece em tudo.
Então, existe de fato nessa cooperação da intercessão. Quem mandou o Espírito Santo foi Deus Pai, que derramou o Espírito Santo e entregou o Espírito Santo ao Seu Filho encarnado, Jesus Cristo, e Jesus envia o Espírito Santo. Não é?
Ótimo entendermos, mas, ao mesmo tempo, Jesus queria que alguém ficasse aqui intercedendo. Portanto, Ele pede aos apóstolos que rezem e eles ficaram em oração, em união, no Cenáculo. Ora, é evidente a desproporção enorme entre aqueles discípulos do Cenáculo que rezavam e a Virgem Maria, que rezava com eles.
Ou seja, aqui é que você tem que entender como é que funciona a oração. A oração, ela funciona não somente porque você pede, mas porque existe também ali uma realidade meritória. Isso é uma coisa que os protestantes têm muita dificuldade de entender, né?
Porque eles dizem: "Tudo é graça, né? O homem não merece nada, não, tudo é graça. " É verdade!
Inclusive, a graça de merecermos, porque Jesus nos deu a graça de merecermos e, portanto, Ele deu à Virgem Maria também a graça de merecer. Então, de fato, podemos dizer que não era de necessidade que a Virgem Maria precisaria estar no Cenáculo, mas era de desígnio divino que ela precisava estar no Cenáculo. Assim, você fez uma pergunta teológica, eu respondi teologicamente.
Não sei se respondi de forma fácil que tenha dado para entender, né? É que às vezes é difícil falar fácil, né? Mas, de todos os casos, espero ter transmitido a ideia.
Tiago, padre, sua bênção! Gostaria de saber como viver uma intimidade maior com Maria além da oração do Santo Rosário. Tiago, o próprio São Luís nos diz que nós precisamos fazer todas as nossas ações com Maria e por Maria.
Isso quer dizer o quê? Que a gente vai crescendo na devoção. Eu devo dizer para vocês que eu me consagrei à Virgem Maria, tem que fazer os cálculos aí, acho que uns seis anos atrás.
Não é? Antes, eu não era consagrado, portanto, é uma realidade recente na minha vida também. E, no entanto, eu vejo que, com o passar do tempo, como as coisas vão se tornando cada vez mais marianas, de tal forma que eu não consigo mais comungar sem pensar imediatamente na Virgem Maria, que me ajuda a comungar bem.
Eu não consigo fazer uma adoração ao Santíssimo, eu não consigo fazer uma meditação sem que ela esteja lá comigo. Não é? Você vai dizer assim: "Não, padre, mas isso é mariolatria!
" Não acontece o seguinte: é que eu vejo que agora, por causa da presença dela, eu amo muito mais Jesus do que amava antes. A coisa é palpável, é óbvia. O amor que eu tenho por Jesus agora é muito maior do que o que eu tinha antes.
Eu vejo isso dentro de mim. Eu ainda amo Jesus de forma muito imperfeita, ainda amo Jesus de forma muito capenga. Meu coração é quase que um coração paraplégico, mas não é um coração morto.
Algum movimento tem. Antes, ele era semimorto. Agora, eu já estou conseguindo, né, mover um dedinho, alguma coisa assim.
Então, é maravilhoso, e eu devo isso a ela. Não tenho como dizer que não foi por ela, porque a partir do momento em que eu fui vivendo, a devoção foi aumentando. Então, assim, essa realidade de nós incluirmos a Virgem Maria em tudo aquilo que a gente faz, né?
De eu atender uma pessoa, chegar e dizer: "Ô minha Mãe Bendita, eu não sei o que eu vou aconselhar essa pessoa. Me ajuda a amar Jesus nela. A senhora amou tanto Jesus.
Meu coração não é capaz de amar Jesus. Eu preciso amar essa pessoa. A senhora me ajuda!
Me dá graça! " Né? Tal forma que a gente vai vivendo.
Tenha isso em mente. Viva! Eu sei que, para você, veja, eu compreendo perfeitamente quem está assistindo e está achando que o que eu estou dizendo é exagerado.
Eu compreendo você! Olha, você não faz ideia do quanto eu compreendo você. Sabe por quê?
Porque eu era você há seis anos atrás. Ou seja, eu era desse jeito. Eu abominava esse negócio de consagração à Nossa Senhora.
Eu entendo perfeitamente, mas você não sabe o que está perdendo. Mariana, salve Maria! Sua bênção, padre.
Eu quero saber sobre o Rosário. São três ou quatro terços? Fiquei na dúvida.
Mariana, na própria carta do Papa João Paulo II, São João Paulo I, né, ele diz que, quando institui, ele dá a ideia da possibilidade. . .
De se acrescentar: não é mais cinco mistérios para pegar aquela parte da vida pública de Jesus que vai do batismo até a instituição da Eucaristia. Ele diz claramente, né, no Rosário Maria, que é opcional. Não é que ele não está absolutamente decretando que nós precisamos acrescentar mais um terço; portanto, aqui nós estamos no âmbito da generosidade, ou seja, o Rosário continua sendo composto de três terços.
Por isso, a palavra portuguesa, que só existe em Portugal e no Brasil, de "terço", pode continuar sendo usada. Não precisa a gente agora começar a chamar de "quarto". Você já chamou o seu quarto?
Já rezou o seu quarto hoje, né? Não. Continua sendo um terço porque o Rosário continua composto de 150 Ave Marias, mas, por generosidade, você pode acrescentar ao seu Rosário mais esses cinco mistérios, e Nossa Senhora sai ganhando, né?
Generosidade e o coração dos filhos é generoso. Mateus, sua bênção, Padre Paulo Ricardo. O senhor pode nos falar das santas comunhões de Nossa Senhora pelas mãos do seu filho adotivo São João, Mateus?
Claro que sim, e é um dos temas, não é? , que trata o padre Garrigou-Lagrange no seu livro. Novamente, aconselho vocês a comprarem esse livro, publicado agora no Brasil pela Editora Eclésia, né?
, "A Mãe do Salvador em Nossa Vida Interior". Vale muito a pena. Aqueles que estão em português, comprem; né?
Aqueles que têm mais pressa e gostam do formato eletrônico, por enquanto, formato eletrônico nós temos no Kindle, não é? Somente em língua inglesa. Provavelmente, a Eclésia irá fazer também em formato Kindle, se Deus quiser.
Né? Essa Mãe do Salvador, vamos ver se eles falam ou não. Bom, vejam o que acontece.
O seguinte: o padre Garrigou diz o seguinte: a Virgem Maria não era sacerdote, mas nós podemos dizer, com o padre Olier, o fundador dos Sulpicianos, que ela tinha um espírito sacerdotal. Portanto, quando ela participava da missa, ela entendia muito mais o sacrifício que estava sendo celebrado do que o próprio São João, que estava celebrando. E, quando ela comungava, ela é claramente um exemplo de piedade eucarística.
Maria, até o seu último dia, ela cresceu, né? Cresceu sim em graça, porque nós podemos sempre crescer. O crescimento na graça não tem fim aqui na terra.
Se nós vivêssemos mil anos, poderíamos crescer mil anos. Mas ela, em cada comunhão, veja: depois que Jesus subiu aos céus, ela vivia muito mais voltada para o céu do que na terra. E, em cada comunhão, ela sabia que estava tocando, debaixo do Sacramento, aquele corpo que ela havia gerado; não é?
De tal forma que se repetia, de alguma forma, aquela comunhão íntima dos nove meses de gravidez, mas com uma diferença: Maria, nos nove meses de gravidez, recebeu Jesus para alimentá-lo; agora, na comunhão, ela recebia Jesus para ser alimentada. A mãe faz isso durante a gestação; ela alimenta o filho, mas agora ela recebia d’Ele. É claro que, durante os nove meses de gravidez, Maria também foi alimentada, né?
, espiritualmente, mas é importante a gente ver isso e com que transportes de amor ela recebia a comunhão. E que efeitos para a Igreja as comunhões da Virgem Maria! Então, certamente ela é modelo de piedade eucarística para nós.
Geovan, padre, sua bênção. Como faço para provar a meus amigos protestantes que Maria é plena e Imaculada? Olha, Giovan, provar não é a palavra, sabe por quê?
Porque isso aqui é objeto de fé. A fé não precisa ser provada. Aliás, se você provar, entre aspas, no sentido estrito da palavra, fé acabou.
O que eles precisam entender é que eles precisam ter fé na Igreja. Eles precisam crer no que a Igreja crê. A fé é uma; não tem esse negócio de que eu vou provar este artigo de fé, depois eu provo este outro, depois eu provo este outro, depois eu provo este outro, depois eu provo este outro, como eles costumam fazer.
Eles vão lá na Bíblia e vão provando as coisas. Não! A gente crê em tudo o que crê e ensina Santa Igreja Católica.
Por exemplo, a Igreja crê na Bíblia, por isso eu creio na Bíblia. E a Igreja interpreta a Bíblia, e por isso eu creio na interpretação bíblica da Igreja. Ora, a Igreja sempre interpretou "karitōmenē" como plenitude de graça.
Não é devido ao fato de que a Virgem Maria, né? , ela era Imaculada. Isto é uma coisa unânime ao longo dos séculos.
Havia um debate, não é? , se ela era Imaculada. Claro, sabemos se ela é Imaculada porque ela foi redimida por Jesus, mas havia um debate se ela tinha sido redimida logo depois do primeiro instante da concepção ou se ela tinha sido preservada do pecado.
Esse era o debate entre os franciscanos e os dominicanos, não é? , porque é uma explicação teológica. Ou seja, a Igreja crê na Imaculada, mas não se sabia quando é que ela era Imaculada, né?
Sabíamos que ela nasceu Imaculada, isso não tenha dúvida. Então, a Igreja esclareceu, através do dogma, que a fé apostólica é que ela é Imaculada desde sempre. Desde a sua concepção, desde sempre, não desde a concepção, porque ela foi preservada do pecado.
Então, veja como é que a gente crê. Como é que os dominicanos, que tinham dúvidas, dúvida não é a palavra certa. Eles debatiam com os franciscanos a respeito da Imaculada Conceição.
Qual foi a atitude deles depois que o Papa Pio IX declarou o dogma do Imaculado da Conceição? Aconteceu uma coisa fantástica: imediatamente, todos os dominicanos do mundo inteiro mudaram sua opinião. Isso é a fé.
Nós cremos na Igreja, entende? Eu creio na Igreja. Se eu, por ignorância, creio uma coisa diferente.
. . vamos supor, eu não estudei direito o catecismo e não sabia que Maria era.
. . Sempre Virgem, antes, durante e depois do parto, né?
Não estudei direito e aí, de repente, eu descubro que a Igreja sempre creu que Maria é Virgem, né? Aí partimos para a sempre Virgem Maria, antes, durante e depois do parto. Houve uma integridade física da Virgem Maria; eu não sabia disso, era ignorância.
Uma vez que eu sei disso, eu tenho que mudar de opinião na hora, porque a gente crê na fé da Igreja. Então, qual é a dificuldade com os protestantes? Eles creem na Bíblia.
Aí você vai ter que perguntar para eles como é que eles creem na Bíblia. Quem escreveu aquele livro? De onde veio?
Quem foi que nos deu a Bíblia? Como eu costumo dizer, o pessoal anda repetindo, né? A Bíblia, por acaso, caiu do céu com zíper e tudo?
Não! Quem te deu a Bíblia, meu irmão, foi a Igreja. Então eu creio na Igreja e, por isso, creio na Bíblia.
O próprio Santo Agostinho diz isso. Está escrito no nosso Catecismo, né? Santo Agostinho, que Lutero admirava tanto, dizia: "Eu não creria nos Evangelhos se a isso não me mandasse a Santa Igreja Católica.
" Por quê? Porque eu recebi os Evangelhos dela; é ela quem me diz, por exemplo, como é que um protestante me explica a polêmica do Dan Brown. Dan Brown diz assim: "A Igreja Católica jogou fora Evangelhos.
" Olha, o Evangelho de Maria Madalena foi jogado fora pela Igreja Católica! Cruel! E aí, sai dessa?
Como que faz? Por que é que jogaram fora o Evangelho de Maria Madalena? Com que autoridade?
Bom, com a autoridade da Igreja. Quem crê na Igreja? Eu não creio nos Evangelhos, eu creio na Igreja e, por isso, creio nos Evangelhos, porque a Igreja está dizendo que os Evangelhos de Jesus Cristo são aqueles quatro e não mais.
Ah, bom, se a Igreja está dizendo, então eu creio! Aí você diz: "Mas e se a Igreja mudar de ideia? " Meu irmão, a Igreja não muda de ideia!
A fé é de 2000 anos, é a Fé Apostólica, entendeu? Ela não muda de ideia! Não existe mudança de ideia; o que existe é tomada de consciência mais profunda da Igreja daquilo que ela sempre creu, né?
É como se dissesse assim: "Eu sempre fui Paulo Ricardo, mas hoje, com 50 anos, eu me conheço um pouquinho melhor do que quando eu tinha 5 anos de idade. " Foi, houve uma tomada de consciência, mas sempre fui eu mesmo. Tá bom?
Então, para converter os protestantes, você tem que perguntar, na realidade, não com relação à graça plena e à Imaculada, você tem que perguntar como é que você crê na Bíblia sem crer na Igreja, né? Você está cortando o galho no qual você está sentado. Não se sustenta Bíblia sem Igreja!
Tá bom, então eu quero agradecer a vocês pelas perguntas. Acho que as perguntas foram muito boas, né? Foi até gostoso essa nossa conversa aqui, né?
E agradecer verdadeiramente por você participar conosco nesse programa ao vivo. Quero insistir numa coisa e aqui colocar mais uma vez para vocês esse recado: é o seguinte, na semana que vem, eu irei completar 25 anos de sacerdote. Eu já decidi; estava uma coisa meio nebulosa, não é?
Eu já decidi que eu irei fazer um retiro espiritual, que irei começar no final de semana e terminar no dia dos meus 25 anos de sacerdócio. Portanto, se você quer celebrar os meus 25 anos, o que eu quero pedir a você é que nos ajude na construção do Centro Catequético Santa Teresinha do Menino Jesus aqui da Paróquia Cristo Rei, na V Grande Mato Grosso, que é a paróquia na qual eu trabalho, né? Então, é a forma que eu quero agradecer a Deus, agradecer à Nossa Senhora e a Santa Teresinha por todo o bem que fizeram por mim nesses 25 anos de sacerdócio e que levam o bem a tantas pessoas.
Então, peço a você, no início do mês agora, né? O pessoal está recebendo aí o seu salário, então, por favor, vamos lá! Vamos ser generosos e colaborar.
Faça sua doação! Você vai encontrar uma página especializada para isso, que tem lá todos os dados bancários. Se você está assistindo esse vídeo no YouTube ou no Facebook, procure lá na internet, digite "25 anos Padre Paulo Ricardo", vai aparecer a página com os dados bancários, inclusive a possibilidade de você gerar boleto ou usar o seu cartão de crédito.
Deus lhe pague e Nossa Senhora recompense sua generosidade, e reze por mim! Ofereça algum sacrifício, alguma oração para que nosso Senhor verdadeiramente faça de mim um sacerdote conforme o seu sacratíssimo coração. Nesse mês de junho, rezemos por todos os sacerdotes.
Deus abençoe você. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
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