eh Carmen na nas empresas por exemplo eh a a ja vista ali eu vejo muitas pessoas falarem de Cultura de segurança por exemplo né mas a gente entende que tem muita dificuldade ainda em entender o que é cultura de segurança porque por exemplo a gente vê ali na na algumas análises de acidente ah baixa cultura de segurança né e afinal o que que é a cultura de segurança né quando que ela realmente começa a acontecer eh se ela tem um ponto de partida se ela é com tempo quando começo a medir que uma empresa ela
tem uma boa cultura de segurança isso talvez seja um enigma ainda né é academicamente eh Tiago eu acho que não é tanto o problema é como é que a gente traduz isso na prática em primeiro lugar tem uma uma questão que eu acho que a gente precisa abandonar que a ideia de que cultura eh são valores e práticas compartilhadas se nós não abandonarmos a ideia de Cultura como valores e práticas compartilhados a gente fica sempre tentando gerenciar o intangível demais aquilo que tá desconectado das práticas tem um um estudo muito interessante chamado the Globe Ahã
em que muitos pesquisadores eh comparam culturas pelo mundo todo e o que esses pesquisadores percebem é que a toda a cultura tem duas dimensões a dimensão de valores e crenças que a gente chama de racionalidade valorativa e essa dimensão de ah racionalidade instrumental que é como é que a gente toma a decisão no dia a dia então ah o que que os pesquisadores perceberam que sempre há uma distância muito grande entre o que a gente chama de racionalidade eh valorativa que é o que deveria ser e ah da racionalidade mental que é como é que
a gente decide no dia a dia das organizações que forças operam sobre o nosso processo decisório no dia a dia e esses pesquisadores Descobriram que países que T uma uma alta distância de poder que é uma medida que o gerth hofstad vem desenvolvendo quer dizer ele faleceu ano passado mas ele vinha desenvolvendo desde a década de 60 que compara culturas nacionais culturas nacionais que tem uma distância muito grande entre o topo e a e nós estamos nesse grupo de culturas de culturas que aceitam muita desigualdade e aceitam muito autoritarismo no sentido do manda quem pode
obedece quem tem juízo de diretrizes topd nessas culturas nacionais a distância entre a racionalidade valorativa que é o que deveria ser e a racionalidade instrumental é maior então para que a gente avance com cultura de segurança a gente tem que trabalhar no nível da racionalidade instumental que é o que que é racional fazer dentro desse contexto específico E aí entram fatores de cultura nacional que nos atrapalham mas pra gente falar de cultura nacional e dessas coisas que atrapalha vale a pena começar aqui pela por uma conversa mais com Engenheiros né quando a gente pensa em
comunicação na engenharia e a gente pensa comunicação entre máquinas tem um trabalho muito bacana do Humberto Eco falando isso a a comunicação entre máquinas a a comunicação por exemplo em ti ela é uma uma uma comunicação 100% denotativa e o que que isso significa por exemplo imagina que eu tô trabalhando aqui numa represa e eu crio um sinalizador para dizer se a represa tá no nível adequado ou tá no nível alto de água se tá no nível adequado o sinalizador produz ali o sensor produz uma luzinha verde se eh o nível tá alto ele produz
uma luzinha vermelha em termos de linguagem de máquina isso é o que importa uma linguagem puramente denotativa quando a gente fala da comunicação humana a comunicação humana ela sempre se transforma num elemento conotativo que é o que que isso significa em relação ao contexto de vida do indivíduo por exemplo se eu sou um operador e tô nessa represa eu tô no turno da noite e a luzinha tá verde eu penso Pô hoje vai ser moleza vai dar até para tirar um cochilo agora se a luz tá vermelha eu penso ih cara ferrou como é que
eu faço quem que eu chamo como é que eu converso com o meu supervisor Que tipo de atitude eu preciso tomar então a a comunicação humana ela sempre explode em elementos conotativos E se nós não conseguimos controlar a conotação nós temos dificuldade para estruturar um processo decisório alinhado entre todas as pessoas organização então eu vou dar aqui um exemplo Ah que eu já dei até em outros momentos Ah mas que faz isso fácil de entender ah o que que por exemplo uma cultura de baixa confiança causa com a informação e causa com a conotação eu
tava trabalhando numa assaria e tava tendo muitos acidentes com os olhos dos operadores nas aciarias se eh tem um um problema de limalha incandescente no ar quando você faz trabalho com solda quente e tinha um epi que era um óculos de segurança que devia evitar que as limalhas atingissem os olhos dos ah dos manutentores ali principalmente pessoal que trabalhava com solda ah mas tava tendo um monte de acidente com os olhos e eu fui lá investigar essa questão e eu perguntei pro pro manutentor que tava ali Ah por que que tavam tendo tantos acidentes com
os olhos e esse indivíduo me falou ah porque o epi é ruim falei Como assim ah não a empresa comprou um óculos Russo que Teoricamente tem a melhor relação custo benefício mas o problema é que talvez ele funcione na Rússia onde é frio aqui no Espírito Santo com 40º de temperatura esse óculos ah embassa em segundos então a gente precisa levantar o óculos para conseguir soldar e eu falei não mas e a segurança e esse a manutentor me disse olha é muito mais fácil com controlar a trajetória da limalha do que a reação do meu
superior hierárquico com um peão reclamando de apepi eu preciso desse emprego eu não tô aqui para criar problema então eu faço isso quando eu vejo que ele tá por perto eu boto o óculos quando ele sai de perto eu levanto porque eu não consigo de fato trabalhar com esse óculos Esse é o efeito da racionalidade instrumental tem a racionalidade valor ativa deveríamos todos trabalhar com segurança mas tem a valor a a a racionalidade instrumental que diz ah o quanto que a gente confia um no outro e o quanto que tem abertura para trazer as informações
e pensar junto o quanto que de fato tem manda quem pode obedece quem tem juízo e o quanto que a informação que a o chão de fábrica teria para trazer É valorizado então países que têm excelência semem cultura de segurança eles usam a racionalidade valorativa para informar o desenvolvimento de processos padrões e procedimentos orientados paraa segurança mas quando a gente olha em muitas indústrias no Brasil o que que a gente tem um conflito muito grande de agendas a área de produção quer que a área de manutenção eh entregue logo o equipamento o tempo para fazer
aquele trabalho tá estimado em 6 horas mas o gerente tá perguntando se não dá para fazer em duas porque a área de de de produção tá precisando dessa entrega a gente vai criando no campo da racionalidade instrumental riscos para trabalhar de maneira segura se a gente não olhar paraa racionalidade instrumental e como é que a gente viabiliza de forma prática que segurança seja uma prioridade a gente acaba tendo esse tipo de problema é e a gente tem um um outro problema enorme quando a gente fala em esg e governança que é o quanto que as
empresas olham pro valor de segurança na hora que decidem o orçamento de manutenção de máquinas e equipamentos por exemplo e e e aí você vê né Carmen ambientes onde igual você falou a segurança ela não é prioridade e e e aí você tem um ambiente com uma baixa cultura de segurança né e e e E isso tem muita relação também com a autonomia do do dos colaboradores né porque tem existe uma relação entre eh cultura de segurança e autonomia dos colaboradores também né sim ah países que definem Cultura como valores e crenças de modo geral
tem uma educação orientada pra autonomia para dizer pros indivíduos como é que eles deveriam nortear o seu comportamento de acordo com determinados valores então a autonomia ela não é algo natural do ser humano ela é algo que é desenvolvido ao longo do processo educativo em que o indivíduo aprende a travar esses combates por exemplo o indivíduo coloca limite no superior hierárquico que tá pressionando ele para fazer uma atividade de uma maneira que viola os valores de segurança então pra gente conseguir trabalhar com autonomia a gente precisa ter uma distância de poder menor ah a gente
precisa ter uma maior proximidade entre o topo e a base da organização Ah e essa é uma característica por exemplo dos países nórdicos onde a gente vê o trabalho do Eric ragel e outros trabalhos sobre cultura de segurança Ah tão partindo do pressuposto que existe a educação para autonomia E aí antes você tava falando daquele Exemplo né da Alemanha que eu falei do de atravessar o sinal sim sim é é interessante olhar para isso para entender o que que é autonomia de fato porque a gente fala muito disso eu falo muito disso pesquiso essa questão
e conseguir agir com sem autonomia ah nessa questão no na Alemanha era um inverno extremamente frio Ah tinha era o inverno mais frio em muitos anos na Alemanha Ah tava - 25º e as aulas continuavam tava nevando muito tinham campanhas para as pessoas não saírem de casa Ah tinha morrido uma família congelada no carro porque saiu de casa com a Nevasca os telefones celulares não estavam funcionando bem eles não conseguiram pedir ajuda acabou o combustível e a família morreu congelada dentro do carro então tinha uma era um momento de uma grande comoção Nacional mas como
os professores e os alunos moram no Campos as aulas continuaram normalmente então eu tava dando a minha aula numa ponta do Campus eu tive que atravessar o campus todo a pé para chegar na casa dos professores visitantes eu tava fazendo esse percurso E o frio é extremamente agressivo quando tá nesse nessa situação uma aluna brasileira não tinha secado bem o cabelo quando saiu de casa quando ela sentou na sala de aula o cabelo dela tinha congelado e caiu metade do cabelo no chão a gente tá pouco preparado né até em termos de conhecimento sobre como
se proteger nesse tipo de situação eu atrav tava atravessando o campus um colega alemão veio me fazer companhia chegou num sinal de trânsito já fora do Campos tinha assim uma rotonda a gente tinha que atravessar a rua para ir para pro apartamento dos professores visitantes a neve tava assim a 1,5 m de altura o sinal de Pedestre estava fechado para pedestre e eu ia avançar o sinal e esse colega alemão colocou a mão na minha frente falou Car não o sinal de trânsito tá fechado e eu falei sim mas é ridículo isso olha nenhum carro
pode passar aqui a neve tá com 1,5 m de altura Ah tá nevando muito as pessoas não estão na rua não vem carro de lugar nenhum ele falou espera você não vai morrer o sinal abriu nós atravessamos fomos para um coffee shop e ele falou Carmen Por que que você acha que eu parei e aí eu falei ah porque você é alemão e Alemão cumpre regra mesmo quando não é necessário eu tava pensando na minha segurança eu tava pensando naquele momento e ele falou Carmen presta atenção no Impacto que a gente tem no entorno nós
somos professores tem crianças nas janelas dos prédios que estão aqui na frente do campus é uma tradição na Alemanha os avós sentarem olhando a Neve e lendo histórias para as crianças as crianças podem estar vendo dois professores desrespeitarem o sinal de trânsito e elas podem perceber então que essa regra não precisa ser cumprida da próxima vez elas podem atess experimentar atravessar o sinal vermelho e elas podem não ter o mesmo discernimento que nós tivemos aqui para ver que dessa vez especificamente dava para fazer isso eu obedeço o sinal de trânsito porque é uma cidade segura
é valor para mim meu filho de 7 anos vai sozinho pra escola meu pai de 70 anos dirige por essa cidade se as regras começam a ser vistas como passíveis de serem quebradas o volume de acidente de trânsito vai ser enorme e ali eu percebi muito claramente essa questão da Autonomia como valor ninguém conta com uma autoridade para garantir que a cidade seja segura a cidade é segura muito mais por produto de uma convicção dos indivíduos do que pela necessidade de monitoramento e controle nós temos uma taxa gigantesca de acidente de trânsito no Brasil ah
E na verdade a gente sempre COB que uma autoridade eh Faça aquilo que nós não fazemos Esse é o conceito de distância de poder do gert hofstad ele não quer dizer que ah alguém que tá lá em cima queer propositalmente eh obrigar todo mundo que tá embaixo a fazer as coisas de uma determinada maneira Mas é uma cultura uma sociedade em que os indivíduos abrem mão do seu próprio poder se sentem incapazes e desempoderados acham que seu comportamento não vai fazer diferença e a gente espera que as soluções venham de cima então o ra sted
define distância de poder como aceitação da autoridade e aceitação da desigualdade ele não define como imposição porque é isso que faz a diferença quando nós temos uma forte educação para autonomia e as pessoas assumem a sua responsabilidade é necessário menos controle e monitoramento sociedades como a nossa que tem uma distância de poder muito grande uma fortíssima versão à incerteza que é um outro indicador de comparação de cultura que o hofstad mede e uma cultura nacional de baixa confiança nós somos o país do mundo com a menor propensão a confiar Como é que a gente tenta
resolver o problema de segurança a gente cria Norma padrão procedimento controle acompanhamento auditoria comportamental nós tentamos obrigar as pessoas a ter aquele comportamento definido a priori e e isso na verdade tem um impacto super negativo na cultura de segurança então a cultura nacional em muitas empresas ela é muito mais forte do que a cultura de segurança que que seria essa nossa capacidade de criar coalizões de indivíduos que usariam a sua autonomia seu melhor discernimento para aprimorar normas padrões e procedimentos de modo que a gente tivesse sempre a melhor cultura de segurança que integrasse a maior
disciplina operacional com a maior flexibilidade Porque como o ronel mostra muito bem nos seus trabalhos eh o as culturas que T mais segurança são aquelas em que o indivíduo que tá executando a tarefa tem maior possibilidade de aar os procedimentos à tarefa real para isso eu preciso ter autonomia eu tenho o procedimento que é a melhor maneira pensada até ontem para realizar essa tarefa eu tenho um indivíduo no chão de fábrica que vai realizar a tarefa mas aí ele percebe que o procedimento não bate muito bem com a tarefa real ele precisa ser capaz de
aprimorar o procedimento ou ajustar o procedimento para garantir que o valor de segurança seja mantido no nível da tarefa real Mas a nossa cultura nacional de controle não permite isso se um acidente acontecer e na investigação a gente descobrir que o indivíduo não cumpriu o procedimento ele vai ser considerado culpado ali daquele acidente Então são fatores como esse que impactam negativamente na hora de da gente avançar com a cultura de segurança se a gente envolve os executantes no no pensamento na reflexão sobre os riscos e sobre a importância de tá todo mundo Alerta aprimorando o
risco a gente vai aumentando a percepção do indivíduo de que ele tem capacidade de controlar os riscos e ele vai percebendo também o a sua responsabilidade com a segurança e isso vai aumentando a autonomia Ah no chão de fábrica quando a gente tenta impor de cima para baixo noa quem pode obedece quem tem juízo a gente cria uma cultura de heteronomia e a heteronomia diz o seguinte eu tenho que cumprir o que o chefe mandou é a cultura da obediência e a cultura da Obediência ela não permite o melhor ajuste do procedimento à tarefa real
então a gente tenta controlar comportamento mas controlar comportamento é diferente de controlar o risco e isso é um que a gente precisa resolver no Brasil para que a gente tenha uma cultura de segurança na prática você acha que isso faz sentido thgo Não faz total sentido Carmen e a gente percebe que quanto menos influência o o a ponta lá né o operador tem sobre essas mudanças essas decisões maior é o impacto sobre ele né e muitas vezes também maior é é a a a insatisfação dele e aí por conta disso ele acaba tendo esses esse
comportamento que você falou de heteronomia né de de de de anomia também né acho que isso tem uma relação direta né tem uma relação direta ah as sociedades de alta distância de poder elas educam pronomia heteronomia é a ética da obediência a gente vê muito isso até nas debates sobre educação a gente quer o que o aluno se comporte a gente quer que o aluno faça tudo que ele é mandado Ah quando Nas uras de autonomia você educa aquele aluno para entender o como é que ele pode contribuir avançando com aquela ciência repensando sobre a
contribuição de um determinado autor Então são maneiras de Educar bastante diferentes sim você i fazer uma pergunta professora pegando esse gancho eh se a cultura nacional ela interfere diretamente na cultura organizacional e essa cultura nacional é fruto de um longo período histórico não seria um equívoco importar as metodologias de Fora para dar certo a gente não precisaria eh criar algo aqui em terras Tupiniquins sim isso é uma coisa que eu concordo a gente precisaria criar algo mas a gente não precisa criar algo do zero né a gente pode por exemplo desenvolver metodologias para a garantir
o ajuste adequado por exemplo Nós não precisamos jogar fora todo o conhecimento do Ron e de outros pesquisadores a questão é como é que a gente desenvolve estratégias para ajustar a nossa cultura nacional criar os pré-requisitos ou os antecedentes necessários para que as metodologias importadas funcionem e a gente pode refletir sobre elas aprender com elas e buscar maneiras de eh pensar ajustado aos nossos desafios a nossa forma de Educar e o ser humano aprende muito ele aprende como adulto a gente falava muito dessa questão de cultura nacional e um amigo meu uma vez me fez
uma provocação que ele disse Car Olha só você fica estudando essas diferenças de Cultura Mas o que você tá dizendo é Ah tem um aqui tem um pote de ouro ali do outro lado do rio tem um rio aqui no meio a gente tá desse lado na cultura nacional né o Rio tem piranha e como é que atravessa não adianta nada eu dizer que ah ault cultura de segurança pressupõe maior autonomia se eu não digo como é que a gente consegue avançar na construção da Autonomia numa Cultura como a nossa Então por conta dessas provocações
nós fomos fazer alguns estudos para tentar ver se tinha casos de sucesso no desenvolvimento de soluções brasileiras e nós estudamos muito o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar Aqui do rio foi até comentar isso ia até comentar fazer esse comentário agora de como foi essa experiência aí eh eles conseguiram criar uma autonomia muito grande e uma disciplina operacional muito grande ah Nós estudamos também o caso do Hospital Albert Einstein numa parceria bem bacana com a Miriam que é RH do do Einstein que queria fazer esse trabalho então o Hospital Albert Einstein também conseguiu eh
eh como é que eu posso dizer sobrepor criar uma cultura eh de segurança que ah conseguiu lidar com esses problemas de cultura nacional e resolver e e tem soluções por exemplo o grupo Veg de motores há muitos anos atrás eu andei por lá na época que eu tava trabalhando com educação executiva na Fundação do Cabral e eles criaram um modelo com eh comissões que traziam os problemas paraa mesa para ir discutindo e nesses três casos esses desafios de cultura nacional foram resolvidos Então o que isso prov é que no nível da cultura organizacional é possível
eh resolver esses problemas de cultura nacional essa na verdade é a tese do Oliver williamson que ganhou o nóbel de Economia em 2009 e que diz que é no nível da governança das organizações que se resolve esse tipo de problema e a gente comprovou isso em em relação à segurança o Oliver williamson não tava estudando segurança tava estudando produtividade competitividade Econômica e ele diz olha eh a competitividade e a produtividade é claro que sofre influência das instituições e das culturas dos países mas o que define mesmo a maneira como uma empresa vai trabalhar é o
nível da governança é esse nível intermediário porque os países não mudam de cima para baixo é impossível fazer isso ainda mais de um país com a complexidade da nossa e nem de baixo para cima porque os indivíduos estão isolados ali para fazer muita diferença é no nível das organizações intermediárias onde é possível aprender junto ter uma cultura de aprendizagem discutir melhores formas de fazer que a gente consegue eh criar esses avanços Então eu tenho certeza que devem ter outras empresas no Brasil Conseguiram fazer isso que eu não conheço mas eu estudei esses três casos e
a gente vê ali que quando a gente tem uma liderança que de fato apoia uma cultura de aprendizagem e envolve o chão de fábrica na parte iação a gente consegue resolver esses problemas ah causados pela distância de poder e pela baixa confiança Ah legal ô Carmen vai até acho que de encontro a uma pergunta que a gente tem aqui do pessoal do The Safety um grande abraço aí pessoal do The Safety aí o Thiago né tá acompanhando a gente e ele Pergunta assim nos aspectos Quais aspectos e princípios comuns e você viu instituídos em organizações
que possu em eh a função ali da segurança operando adequadamente né então n empresas onde a segurança opera ali eh bem ou próximo ali do que é do que é esperado O que que tem de comum ali Quais os aspectos né Acho que vai vai muito um pouquinho do que você comentou também né isso tem o que tem em comum é uma cultura de aprendizagem e o que que é essa cultura de aprendizagem ela ela tem que ser uma coisa muito focada para dar certo quando a gente olha a ideia de Cultura de aprendizagem por
exemplo no bope Ah eles dizem Olha nós não estamos aqui para investigar crime nós não estamos aqui para garantir eh segurança na rua Ah isso é função da Polícia Civil é função da Polícia Militar a nossa função é desterritorializar o crime então é uma tropa criada para entrar em situações conflagradas onde de eh o criminoso usa os civis como cerca humana para garantir a sua segurança Ah para você conseguir atuar nessas situações você tem que treinar muito para conseguir garantir a segurança dos operacionais Ah que eles não podem né ah Teoricamente sofrer acidente de trabalho
levar um tiro idealmente isso não deve acontecer não deve eh ah ter bala perdida o problema pros civis e o bandido idealmente deve ser levado para julgamento então isso tá tendo o lema da unidade o faca na caveira significa vitória sobre a morte Ah que significa eh segurança em primeiro lugar Ah essa é uma uma questão interessante As pessoas olham para esse lema do BOPE a faca na caveira e parece uma coisa muito agressiva mas a ideia é Vitória sobre a morte a operação segura precisa ser feita com segurança pros operacionais com segurança pros civis
e levando o bandido para julgamento sem nenhuma cultura de extermínio ou de morte e o treinamento é todo feito muito nessa direção eu tava conversando com o coronel ammendola que foi o fundador da unidade em 1978 e ele dizia o seguinte quando Nós criamos essa unidade nós precisávamos descobrir a melhor maneira de atuar então nós fizemos um bmk por exemplo com a SWAT o Sniper da SWAT atira ah com dois tiros e um olho fechado para ter certeza de que ele vai ter maior precisão ah em acertar aquele alvo designado nós pegamos a metodologia da
SWAT trouxemos pro Brasil e fomos treinar com ela mas o que que a gente viu não dava certo no tipo de operação do BOPE porque o Sniper da SWAT ele tá fora da linha de tiro e o operacional do bop ele tá dentro da área de combate então não dá tempo de parar Ah mirar e dar dois tiros no alvo tem que ser um tiro ah com os dois olhos abertos e em progressão no terreno Ah eles foram treinar isso e o que que eles viram que quando eles fazem isso imagina que tem alguém com
uma arma apontada na direção desse operacional ele eh leva uma descarga gigantesca de adrenalina e a cabeça dele faz uma visão de túnel se a cabeça faz uma visão de túnel ele vai tender a sair atirando a esmo isso pode gerar uma consequência para um Civil por exemplo uma criança passando na linha de tiro eles começaram a trenar eh um tiro com dois olhos abertos em progressão no terreno e sem visão de túnel Ah e cada vez que eles iam paraa operação eles voltavam e traziam os detalhes desse tipo de de atuação Ah isso é
uma cultura de aprendizagem o indivíduo vai lá treen tarefa específica vê como Aquela tarefa específica pode ser aprimorada discute o os riscos que estão ali envolvidos a liderança leva isso em consideração eh transforma o procedimento operacional permite novos testes e isso vai operando ali em modo contínuo então quando a gente fala eh com o comando do BOPE eles dizem olha as tarefas têm que ser simples exequíveis Ah e passíveis de ser realizada dentro de uma doutrina operacional adequada mas o que que eles descobriram no não dá tempo por exemplo de ligar pro comando no meio
de uma operação para perguntar o que fazer então a a unidade operacional que entra na zona conflagrada ela precisa ter um líder capaz de tomar decisão ali mas esse Líder pode ser alvejado em combate alguma coisa pode acontecer então o número dois tem que ser capaz de assumir Ah mas o número um e o número dois podem estar com dificuldades também então o número três tem que ser capaz de assumir então a liderança compartilhada no nível da tarefa Real foi uma coisa que criou um sentimento de autonomia muito grande e ao mesmo tempo uma fortíssima
disciplina operacional porque a consciência do Risco e a cultura de aprendizagem vai modelando o comportamento adequado para lidar com aquele tipo de risco e isso foi o que nós observamos no Hospital Albert Einstein também ah o risco para cada atividade era claramente discutido então tem a missão de do hospital que que preza pelo humanismo no tratamento do paciente e pela Segurança do paciente mas isso é depois cascate em planos táticos e operacionais para cada unidade teve uma entrevista que eu fiz no projeto do Einstein que foi muito bacana que era com o pessoal de manutenção
de televisão eu perguntei para eles o que que é trabalhar com excelência máxima para vocês e eles disseram trabalhar com o máximo de humanismo eh no tratamento do paciente e o máximo de segurança no Cuidado com o paciente e eu falei não espera aí gente vocês fazem manutenção de televisão vocês decoraram isso e eles disseram não no ano passado nós ganhamos um prêmio de segurança do pacientes Ah nós participávamos da discussão eh sobre os vetores contaminantes nos quartos e a gente via que a maior parte dos vetores contaminantes eles estavam todos sob controle ainda assim
pareciam não ter vetores ali no quarto que as pessoas não conseguiam ver e fomos nós que descobrimos Ah o controle remoto da televisão era um vetor contaminante por exemplo o paciente tá no quarto fazendo uma cirurgia ah o o visitante faz o quê pega o controle remoto e fica vendo ali a televisão mas ele não necessariamente lavou a mão depois o paciente volta pro leito ele entrega Aquele controle remoto pro paciente O enfermeiro já com a luva sem querer pode pegar o o controle remoto para colocar na mesinha do lado enquanto eh mexe com o
paciente ele disseram Nós criamos um protocolo de desinfecção de controle remoto e criamos eh um invólucro pro controle remoto para permitir uma melhor desinfecção ah essa é a questão da cultura de segurança quando todo mundo percebe os riscos conhece os desafios e colabora para melhorar aqueles procedimentos eles criaram um procedimento muito bacana também de humanismo no tratamento do paciente que era trocar as pilhas dos controles remotos Antes que elas pudessem falhar porque eles diziam Olha o paciente quando entra no hospital de alta complexidade ele tá com medo ele não quer ficar sozinho ele não quer
pensar a primeira coisa que ele faz é ligar televisão se o controle remoto tá sem pilha o humanismo no tratamento do paciente começa aí pelo Brejo ali porque o cara vai ficar pensando poxa se nem a televisão funciona Imagina os equipamentos de alta precisão ele vai começar a ficar com medo então eu tenho uma cultura de segurança quando o indivíduo consegue criar procedimentos como esse para garantir que o valor vai tá sendo atingido Mas para que ele possa fazer isso ele tem que fazer parte de uma comunidade de excelência que dá suporte para que ele
faça isso se ele chegar se propusesse que tirasse a pilha se tirar a pilha antes de acabar e o líder dissesse não isso é um desperdício absurdo o que que o líder faz imediatamente corta essa possibilidade de inovação é claro que eles não jogam a pilha fora eles podem colocar a pilha eh nas áreas eh onde os médicos e os enfermeiros descansam ou pode ir paraa área de educação pros passadores de slide se a gente não permite que o indivíduo traga isso e discuta como viabilizar a gente vai diminuindo até mesmo a segurança psicológica a
confiança que o indivíduo tem para trazer esse tipo de sugestão então para ajustar a tarefa prescrita a tarefa real né para ajustar a o valor de segurança com a racionalidade instrumental no nível da racionalidade instrumental tem que ser possível aprender compartilhar ideias e buscar melhores soluções então a a razão para que a nossa cultura nacional seja de alta distância de poder é super longa mas isso não significa que o esforço para implantar cultura de segurança seja gigantesco a gente só precisa ter consciência de que se a gente não melhorar a coordenação horizontal a gente não
consegue criar a segurança psicológica que a Juliana Bley tá sempre conversando e ela veio aqui no canal ao falar com vocês ela deve ter conversado sobre isso a gente não consegue criar esse contexto capacitante para que a segurança exista na prática é meio isso faz sentido faz sentido porque aquela questão né né Carmen de desconstruir aquela ideia de hierarquia que a gente tem né de que a segurança é feita sob demanda né e e e aí você tem um ambiente ali com uma falsa sensação de segurança do que muitas vezes pior do que você não
ter segurança nenhuma porque e o o o indivíduo Ele conta que ele tá num ambiente desenvolvendo uma uma atividade segura onde algo foi pensado para cuidar dele então ele se sente de certa forma confortável em fazer mas é que não tá oferecendo segurança nenhuma para ele né exatamente se ele não conhece o risco real Ele tá vivendo uma falsa sensação de segurança ele tá cumprindo aquele procedimento como se o proced com 100% de certeza levasse ele a uma situação segura e a gente sabe que não leva então o aprimoramento contínuo que é produto da aprendizagem
é super importante pra gente garantir esse movimento de desenvolvimento de uma cultura de segurança na prática muito bacana e professora e por onde eu deveria começar e porque assim sur nessa nesse meio surgem muitas dúvidas né sim bastante como como como implantar isso no meu dia a dia como eh colocar isso ali no meu dia a dia na empresa né sim eu eu gostaria de saber o pontapé inicial porque eh hofstad diz que dizia que cultura é programação da mente né então eu preciso trabalhar um programa que vem sido escrito e aplicado durante décadas né
então eu tenho o problema da heterogeneidade aí que é uma herança histórica da nossa cultura nacional eu tenho eh problemas de problemas políticos como o personalismo né que em casos mais extremos Beira oou nepotismo e eu tenho também algum até mesmo alguns fenômenos eh que a psicologia explica como efeito halo de eduward Lee Então eu fico meio confuso assim por onde eu começo Então eu acho que a gente pode começar influenciando as pessoas que tão no nosso ambiente de tarefa né ajudando as pessoas a ter esses momentos de trazer o problema paraa mesa e a
gente discutir junto como é que a gente pode buscar a solução Ah uma das coisas que a gente viu por exemplo no estudo do bop e no estudo do Einstein é que a mudança de Cultura se deu conforme as pessoas buscavam soluções para tarefas muito específicas porque aí a gente controla o efeito da heterogeneidade que gera muito desentendimento E aí eu acho que você trouxe esse conceito do do Elo Perdido não é isso Ed tá aqui Professor ó isso então quando a gente nós somos um país muito heterogêneo a gente não percebe quanto que a
nossa heterogeneidade étnica e cultural impacta na comunicação organizacional e impacta muito então uma maneira de neutralizar esse Impacto é focando na tarefa concreta como é que a gente pode melhorar esse indicador como é que a gente pode melhorar essa tarefa como é que a gente pode aprender a trabalhar melhor aqui dentro essa equipe Que tipo de solução a gente pode gerar que esteja dentro do nosso nível de de responsabilidade para ir crescendo a partir daí a ideia de se a gente começa muito macro a dificuldade de avançar é muito grande então envolver as pessoas na
solução de problemas e fazer com que elas percebam que o que elas dizem é importante é o que faz inclusive com as metodologias de segurança já existentes funcionem melhor porque quando a gente olha para pra metodologia do queijo suíço para quando a gente olha pro boltai quando a gente olha para todas essas metodologias importadas o que elas querem garantir na verdade é que a gente tenha um maior volume de informação de qualidade para trabalhar da maneira mais segura possível quando a gente aplica esse tipo de exercício aqui no Brasil a gente perde muito facilmente de
vista a importância da da informação e a importância da informação que vem do chão de fábrica pra gente aumentar a resiliência dos nossos sistemas então quando a gente percebe que a gente pode usar as mesmas ferramentas até como círculo de qualidade ou como BT ou como qualquer outra ferramenta para conseguir trazer mais informação e robustecer o nosso processo decisório para evitar eh ah como é que a gente dizer eh surpresas para tratar melhor os sinais fracos que a gente pode estar percebendo naquele ambiente a gente começa a evoluir então usar as mesmas ferramentas com uma
outra consciência ah daquilo que a gente tá fazendo eu acho que já muda esse modelo mental ter clareza de que a gente precisa coletar e tratar informação para trabalhar melhor o aumento da resiliência e da prevenção perfeito é eu acho que todo tudo que a gente tem de material né Carmen é é serve pra gente adaptar ele de alguma forma né em de acordo com as nossas nem diria os nossos interesses Mas de repente do Da Da Da das características de de cada localidade né então acho que é tudo é é adaptável né a gente
não vai também ter um processo engessado Talvez né Uhum é o O Adilson tem uma pergunta aqui Carmen é grande Adilson Adilson Monteiro Né tava ontem lá na O Adilson estava numa live com a Lígia lá na conhecimento em casa muito legal a gente assistiu você lá tá ele perguntou aqui Carmen ó se você vê uma relação eh entre o nível de diversidade da liderança e o nível do distanciamento de poder nas organizações né Eh então de acordo ali imagino né Adilson eh corrija aí Se tiver errado tá mas eh quanto maior diversidade a gente
tiver na liderança a gente pode ser que tenha uma proximidade maior ali com com os liderados talvez ou com a cultura de segurança da empresa né Sim a gente eh sim o perfil do líder eh tem um impacto muito grande na cultura de segurança o que a gente tem estudado nessa questão do perfil de liderança mostra que o líder precisa os estilos como recursos pro resultado menos do que ter um estilo pessoal então ah para garantir aprendizagem O que funciona muito é aquele Líder que tem característica de liderança servidora e o que que são essas
características de liderança servidora é aquele Líder que chama o subordinado para tentar entender os problemas e ajudar a fazer um diagnóstico adequado da situação para garantir que os níveis de cima estejam informados sobre os desafios que T embaixo mas também para ajudar a buscar solução pros problemas que aparecem ali embaixo então isso seria aquilo que a literatura chamaria de uma liderança servidora que tá ali muito Para apoiar o indivíduo para que ele consiga avançar na direção do valor então liderança servidora e cultura eh tem uma correlação positiva o líder que chama o subordinado para trazer
os problemas paraa mesa e para discutir mas o que a gente vem descobrindo nos estudos com o corpo de bombeiros e com as tropas de Elite é que também tem que ter um planejamento para o uso da liderança autoritária porque a liderança autoritária é importantíssima em momentos críticos então naquele momento da operação chave Ah se um líder não tiver a capacidade de assumir o controle da operação a gente pode perder um tempo significativo na resposta a um grande acidente mas isso precisa est sendo praticado junto com a equipe então a gente tá vendo isso No
corpo de bombeiro na Polícia Militar Aqui no Rio que é como é que a gente pratica a liderança servidora ao longo da rotina mesmo em organizações militares e liderança autoritária no momento do acidente no momento crítico para que não colhe a placa como o pessoal do BOPE diz né Ele diz se o líder ficar indeciso Cola a placa ali do subordinado o cara fica sem saber saber como agir e tem problemas ah na velocidade de de resposta então essa questão de liderança e cultura ela pode ser pensada a liderança pode ser pensada como um recurso
operacional Qual é a melhor maneira que o líder tem para exercer o seu poder Ah para atingir e resultados adequados e tem um problemaço de cultura brasileira que se a gente não resolver dá ruim que é o quê é o líder se aproximar da equipe e isso gerar paternalismo ou amiguismo de ficção aquele amiguismo latino-americano que é um outro traço da cultura brasileira né quando a gente pensa em cultura além de distância de poder de aversão à incerteza hofstad fala por exemplo do coletivismo tem o coletivismo asiático né segundo o qual o indivíduo tem que
se sacrificar para que o coletivo atinja resultados e tem o coletivismo latino-americano que é o do amiguismo se a gente cai no paternalismo ou no amiguismo o líder perde muita capacidade de liderar porque a equipe começa a delegar para cima e usar um monte de justificativas para não fazer o seu trabalho então uma das características desse do da distância de poder é que quando a gente tenta criar uma uma coordenação horizontal o o subordinado começa a delegar tudo pro Líder dizer não você não pode me dar essa atividade a empresa não me pagou um curso
de inglês ou eu não sei fazer aquilo ou você sabe como é que a gente se organiza começa a criar um volume de desculpa imensa que vai ter um impacto muito negativo na capacidade daquele líder de liderar para resultado então a proximidade entre líder e liderado ela precisa tá sempre sendo conduzida por esse fio condutor da aprendizagem org acional de como é que eu melhoro a tarefa de como é que eu escuto a base não para gerar aquela Catarse ã meio paternalista do mimimi da de reclamações sobre a empresa porque essa é uma característica também
da nossa cultura mas como é que o líder garante que a escuta e a proximidade estejam orientadas paraa solução de problemas Esse é o pulo do gato aqui paraa cultura que dá certo para aquela que que não dá quando a gente permite que o amiguismo domine a gente perde capacidade de aprendizagem e e dá impressão né Carmen que o líder ele tá sendo posto à prova a todo momento pelo seus subordinados com relação a isso né então a a a as reclamações ali a a as insatisfações e de repente se o líder ele ele compactua
por algum momento com aquilo ele dá ele faz uma sessão desabafo ali pronto mordeu a isca né E aí porque nos países de forte autonomia de educação para autonomia o indivíduo sabe que o líder tá ali com o papel de coordenar as atividades para entregar resultado então ele sabe que ele tem que colaborar com aquele líder e que aquele Líder não é um superpoderoso ou não é essa autoridade que vai resolver todos os problemas dele também não vai ser o canal de reclamação que vai levar suas angústias para cima então eh a cultura de distância
de poder ela tem essa Car característica de criar essa vai atingir o objetivo e de repente eh usar de desculpa eu não sei se se isso tem uma correlação com liderança também né na verdade eh empresa que tem Excelência em cultura de segurança ela tem mais produtividade ela tem mais eh eh inovação porque a cultura de aprendizagem necessária paraa cultura de segurança ela gera aumento de produtividade ela gera a eh oportunidade de inovação então Eh essa é uma coisa interessante tem uma autora americana Rose BM cunter que ela mostra que tipo de líderes conseguem eh
gerir a cultura e os que não conseguem ela mostra que os líderes e Ela estudou mais de 3.000 organizações norte-americanas os líderes que conseguem fazer a transformação de Cultura tem uma visão integrativa eles percebem que as coisas funcionam num equilíbrio dentro de um sistema o líder que dificulta a gestão da mudança ele tem essa visão fragmentada Ele olha para para aquele momento específico e diz não não não vamos lá vai vai impactar negativamente na produção tem que andar logo com essa tarefa esse Líder ele destrói cultura de segurança Então isso é um Desafio pra gente
conseguir ah trabalhar porque a gente tem muito desse tipo de liderança da visão fragmentada que é fruto de um histórico de falta de aprendizagem acional o toyotismo assina embaixo que a senhora falou né exatamente todas essas culturas que trabalham aprimoramento contínuo na verdade elas não olham de uma maneira oposta segurança e produção elas sabem que para garantir por exemplo uma entrega Just in Time com qualidade perfeita eu tenho que ter Excelência em segurança senão não faço isso ah a gente é que tenta procurar atalhos e nessa busca de os a gente destrói muito da nossa
produtividade eles evitam desperdício que é o que eles chamam de morir murar e mudar né eu garanto a qualidade do meu produto que é o que eles cham de decot kitson né exatamente Quando você vai garantindo a essa visão E aí uma coisa que é interessante no modelo japonês é O Operário sabe as competências que ele precisa desenvolver para garantir que e essas coisas andem juntas o tempo inteiro então ah o chão de fábrica é o vetor de desenvolvimento da cultura de segurança e a gente tenta fazer isso de cima para baixo e nunca de
baixo para cima então a gente fala palavras em japonês como Ah vai pro gemba tem que né escutar o guemba Mas de fato a gente não estrutura e não organiza uma coalisão de pessoas eh no chão de fábrica para trazer informações de qualidade para P junto aprimoramento E aí essas coisas vão sendo prejudicadas a gente não consegue nem fazer um 5S bem feito é a gente vê muitas muitas implementações de de processos aí igual ole comentou da igual os da Toyota por exemplo ou filosofias japonesas ali aquele eh de apontar também né e Yoshii né
então e que você vê que durante algumas inovações ali ah traz uma ideia de inovação vamos implementar tá e traz essa essas ideias que talvez né Elas tenham um ideal legal mas não combina com a própria cultura também né E e aí é como se fosse um voo de galinha né ele tem uma implementação ela tem uma né um uma vida útil ali não tão não tão prolongada porque não não não conseguem ser perenes justamente por conta da da da falta de Cultura mesmo não da falta né mas da diferença de Cultura né isso isso
e o pulo do gato ali tá em perceber o chão de fábrica como fonte de solução para os problemas e a gente tende a olhar pro chão de fábrica como o problema né então quando a gente para para olhar porque é que houveram desvios comportamentais ou porque que os comportamentos não são aqueles esperados a gente vai perceber que tentar regular comportamento é que tá errado eu devo tentar regular a maneira como a pessoa ende enxerga o problema e não como ela se comporta porque ela vai se comportar muito derivado da racionalidade instrumental que prepondera naquele
momento então controle de comportamento é um traço da cultura brasileira e pra gente não parece isso a gente acha que se a gente conseguir obrigar todo mundo a agir de acordo com como um líder pensol lá em cima a gente vai ter excelência quando na realidade isso é exatamente o oposto é o oposto inclusive do que os estudos do ragel trazem de que esse indivíduo que tá lá no chão de fábrica ele deve ser capaz de ajustar a tarefa prescrita tarefa real então ele tem que ter algum grau de autonomia e flexibilidade para agir mas
para conseguir capacitar o indivíduo para isso a gente precisa ter como um antecedente necessário a cultura de aprendizagem Isso é uma herança ocidental né professora a gente fica esperando uma mosca branca do olho azul ou um cisney negro de características excepcionais vir e resolver o problema por nós né Sim nós temos essa característica os latinos especialmente são muito assim né Tem uma característica que as pessoas falam nas nossas culturas que é até ainda um traço do sebastianismo português que foi uma coisa lá da época das cruzadas É que apareça esse grande líder que nos salve
de nós mesmos quando na realidade é a capacidade de cada um cooperar dentro das suas possibilidades concretas que faz Tod diferença Maravilha ô ô ô Carmen tem uma pergunta aqui do engenheiro Cleiton Gaspar aqui ó até voltando um pouquinho no que você estava falando ali sobre cultura né Eh parabeniza Ali pela pela palestra né que você tá eh dando pra gente hoje e alguns autores falam que existem diferentes níveis de Cultura de segurança e ao seu ver Existe algum modelo perfeito ou pelo menos próximo ali do perfeito eh pra cultura de segurança acho que a
gente até falou um pouquinho disso né eu não acredito nisso eu também não acredito muito nessas metodologias que gerem os estágios os estágios Eles são um macr diagnóstico muito genérico né então você tem culturas organizacionais das mais diferentes que aparecem ali na categorização de Estágios como tendo no mesmo tando no mesmo estágio se a gente não consegue olhar para os nossos problemas reais e trabalhar a partir dos problemas reais a gente não consegue evoluir eu acho que essa é a questão central dessa conversa quando a gente pensa por exemplo como é que a gente faz
para chegar numa Cultura interdependente como é que a gente chega num estágio generativo de Cultura a gente chega ali resolvendo problema muito concreto ah trabalhando relação de cliente fornecedor interno trabalhando como é que a gente melhora a nossa tarefa para entregar uma bola mais Redonda pro nosso cliente interno ah todo o processo todas as metodologias de cultura no fundo no fundo ah tentam fazer com que a gente faça a coisa certa do jeito certo pela razão certa se a gente conseguir fazer isso a gente aproxima a racionalidade instrumental da racionalidade valorativa na hora que a
gente começa a ter uma cultura de resolução de problemas como é que a gente se junta para resolver problema como é que eu chamo a minha equipe para resolver problema do meu cliente interno como é que eu chamo a minha equipe para ah ajudar a criar um diagnóstico mais adequado da situação para ajudar a liderança a tomar decisão de maneira mais adequada quando a gente começa a fazer isso a gente começa a a avançar todas as metodologias eh falham se a gente não consegue fazer isso perfeito que no fundo no fundo é tal da gestão
estratégica de pessoas a gente tenta resolver os problemas de cultura sem as pessoas quando na verdade qualquer metodologia de Cultura ela pressupõe que eu vou transformar as pessoas para que as pessoas sejam vetor de inovação só as pessoas inovam só as pessoas aprimoram processos só as pessoas são capazes de criativamente resolver as coisas então se a gente não olhar para as pessoas não tem metodologia que funcione mas não é o olhar para as pessoas numa visão paternalista que é o lado do nosso eh coletivismo é desafiar as pessoas para entregar resultados melhores no nível da
tarefa real e e e aí voltando né né Carmen naquela questão que o asley até comentou o nosso desafio do dia a dia ali como profissional da área de segurança do trabalho é conseguir fazer com que isso se dissemine dentro das organizações né ou da organiza ação que a gente tá ali fazendo parte no dia a dia né Essa ao acho que essa é a Grande Virada de chave a gente ter todo esse arcabouo de conhecimento e conseguir fazer com que isso se dissemine primeiro com a liderança né convencer os líderes ali né convencer eh
os líderes da não só o seu líder mas os líderes da empresa que acho que uma das características do líder de segurança não só engajar a equipe dele mas engajar os outros líderes também né e E aí ele chegar e conseguir implementar isso pouco a pouco na empresa também é Um Desafio né é sem o compromisso da alta liderança não anda né não vai né É muito difícil a gente consegue deixar um legado nas pessoas ali de de aprendizagem e tudo mas se a gente quer ter uma cultura de segurança de fato a gente precisa
ter esse engajamento da alta liderança senão fica difícil até por aquela questão do investimento adequado no opex de Man manutenção que é o grande calcanhar de Aquiles de muita cultura de segurança se fala muito em valores de segurança mas na hora de fazer um investimento na manutenção dos equipamentos para que as pessoas tenham as melhores condições de trabalho a gente tá sempre com orçamento sendo cortado aí esse Líder fala de SG fala de um monte de coisa mas na prática dentro da própria organização a gente não tá cuidando eh do impacto do Pró próprio processo
produtivo nas pessoas e nem das possibilidades de risco pro meio ambiente Eu acho que isso é a fronteira aí Ahã das pesquisas na área de segurança que é se segurança não tiver integrada com esg e não tiver uma governança adequada disso a gente sequer tá fazendo uma boa gestão de riscos e isso é uma coisa que precisa tá sendo Claro quer dizer não adianta nada a gente tá buscando resultado financeiro de curto prazo tá sendo sentado em cima de uma Brumadinho né ah ter problemas de investimento em manutenção que vão gerar uma degradação gigantesca dos
equipamentos ali na frente e aumentar os riscos de de acidentes graves Então são questões como essa que tão por trás da ideia de uma cultura de segurança Ah e quando a gente não consegue envolver a alta liderança a gente fica limitado na possibilidade de trabalhar isso então o máximo que a gente pode fazer é garantir que as pessoas não se acident e eu acho que esse é um foco bastante relevante para começar a trabalhar a questão da cultura de segurança que é pelo menos no nos níveis operacionais onde a maior risco de vidas mudadas a
gente conseguir fazer com que as pessoas eh participem ativamente da própria segurança e da segurança dos colegas muito legal muito interessante Carmen eh carmer eu queria que você deixasse uma mensagem pro pessoal que tá nos assistindo aí numa mensagem Nós estamos encaminhando aí pro nosso pra nossa finalização né Eh Muito obrigado pela presença Ah foi muito legal né e Igual eu falei a gente na verdade eu tava dando uma olhadinha aqui e a gente acabou tendo um corte nos primeiros minutos da Live ali Então pessoal eh depois assim que a gente finalizar vocês voltem lá
no no início da Live vocês vão conseguir assisti o início ali onde a a Carmen falou um pouquinho da trajetória dela porque cortou professora o início a gente viu aqui que o pessoal comentou mas deixar uma mensagem pro pro pessoal que está nos assistindo aí né e E assim a gente vai esperar uma presencial né né Wesley eu gostaria muito aut São Paulo o Wesley quer seru autógrafo ele tá com trouxe todos os livros aqui trouxe duas das suas muitas obras obrigada obrigada até pelo merchandise aí imagina professora Esse é o tipo de obra que
a gente é é um profissional quando começa a ler e quando termina já é um outro Ai que bom que bom isso é que vale a pena esse trabalho né porque ninguém fica rico ganhando escrevendo livro E aí que entra uma questão importante pra gente quando a gente pensa numa mensagem final que é a questão do nosso legado trabalhar saúde e segurança no trabalho é travar o bom comb é trabalhar a influência para que as pessoas saiam salvem vida salvem a própria vida uma coisa muito bacana que eu acho que todo profissional de segurança pode
levar para si como um legado é da quantidade de vidas que ele salva não só no trabalho como também fora a gente estudando cultura de segurança nas empresas tanta coisa bonita que a gente escuta ah uma vez um depoimento de um pai que disse que tava indo de ubu para Vitória ah ali é uma estrada in Estreita sem acostamento de um lado cai no mar do outro lado cai na lagoa uma pessoa eh ultrapassou na outra pista bateu de frente no carro dele quando chegou o pessoal do corpo de bombeiro o bombeiro falou para ele
nossa Ainda bem que essas crianças estão num cinto de segurança no banco de trás coisa mais triste pra gente é tirar criança machucada das ferragens e esse profissional falou se eu não trabalhasse nessa empresa eu não teria educado minhas crianças para usar o cinto de segurança no banco de trás e hoje talvez eu tivesse perdo meu filho Então essa é um uma um legado maravilhoso que o pessoal de Cultura de segurança tem eu acho que manter o foco nesse legado faz com que a gente perceba que trabalhar com segurança É uma coisa para muito além
do emprego né é uma coisa que traz assim uma diferença gigante na vida das pessoas e pensar sobre isso causa uma transformação enorme na nossa sociedade eu acho que vale super a pena então foco no legado é uma coisa que eu queria deixar aqui como uma mensagem a gente lembrar que fazendo isso a gente salva a vida foco no legado muito bacana excelente muito legal eh e e Wesley alguma mensagem final aí não cara só queria agradecer obrigado Mais uma vez Thiago Obrigado pessoal que for para nos ouvir nos assistir hoje eh nessa Live um
pouquinho diferente né Uhum Obrigado Robinho pela oportunidade mais uma vez eado aí prazer estar aqui tá obrigado Professora Muito obrigado Carmen quem quiser te achar nas redes sociais Instagram e LinkedIn né sim Carmen migueles Carmen migueles mesmo né no Instagram eu vi L também ok pessoal conecta lá procura lá a professora Carmen para algumas dicas envios de currículum aí também ela tá aceitando tá bom pessoal Muito obrigado Carmen obrigado de verdade a gente vai desconectar aqui a gente até continua o papo um pouquinho aqui se for o caso uhum eh pessoal muito obrigado por acompanhar
aí Espero que vocês tenham gostado aí dessa nossa Live igual eu comentei Pode ser que o trechinho Inicial tenha eh tenha cortado aí mas ele vai ficar gravado para quem quiser voltar depois ah a gente falou da dos nossos parceiros aí da airplan né com o seu carro chefe que é o Ciclope que é a plataforma de gerenciamento de indicadores de saúde segurança meio ambiente e qualidade e falou também da escudo que é uma plataforma de tecnologia e e possui treinamentos EAD e semipresenciais de saúde e segurança do trabalho Ok os links estão aí na
descrição Muito obrigado até a semana que vem com a fábrica podcast junto com podcast análise de risco aqui Valeu Air é uma empresa de tecnologia e estão em scma estamos no mercado há 10 anos presente em todo o território nacional em mais cinco países com o Ciclope Ciclope é uma plataforma tecnológica que conecta toda a sua rotina de saúde segurança e meio ambiente e qualidade com aplicativos k codes Inteligência Artificial e todos os recursos tecnológicos para entregar para você e o seu gestor informação disponível conhecimento do problema para tomar decisão em tempo real para saber
e conhecer um pouco mais acesse nossas redes sociais a airplan é uma empresa de tecnologia e gestão em ssma estamos no mercado há 10 anos presente em todo o território nacional em mais cinco países com o Ciclope Ciclope é uma plataforma tecnológica que conecta toda a sua rotina de saúde segurança meio ambiente e qualidade com aplicativos CR codes Inteligência Artificial e todos os recursos tecnológicos para entregar para você e o seu gestor informação disponível conhecimento do problema para tomar decisão em tempo real para saber e conhecer um pouco mais acesse nossas redes sociais n