meus amores muito bem-vindos é com muito amor muita alegria que eu trago aqui ao canal Ediane Ribeiro psicóloga comunicadora especialista em trauma para gente falar sobre como lidar com os nossos próprios traumas para que o amor seja possível E Jenny eu falei antes da gente começar a gravar queria deixar registrado na gravação que eu sou muito fã do seu trabalho você tem um trabalho maravilhoso mais do que nunca é necessário então muito obrigada por estar aqui comigo hoje com todos esses corações amorosos é o que agradeço Carol eu fiquei muito feliz com convite porque eu
acho que falar de amor é revolucionário antes da gravação falavamos de Belgas essa frase de Del Rex né O amor é revolucionário É por isso eu acho que você tem um canal revolucionário ia falar de amores possíveis Porque sim eles são possíveis Então para mim é um grande prazer estar eu fiquei muito feliz com o convite É uma honra falar para você e para a galera que te acompanha Eu tô bem animada com essa conversa e eu também contei para você antes né e queria contar para quem tá assistindo a gente que recentemente eu recebi
uma mensagem de uma aluna falando Carol eu queria muito que você falasse sobre como a gente faz para se relacionar quando as duas pessoas estão traumatizadas E aí eu falei eu respondi para ela todas as pessoas estão traumatizadas então uma relação entre duas pessoas traumatizadas é qualquer relação pessoal e eu acho muito importante a gente entender o que que é o trauma para poder curar o trauma porque às vezes a gente quando pensa entrar uma pensa só em um evento com um gatilho Claro um disparador e estudando todo seu conteúdo eu vejo que você fala
muito sobre os traumas de desenvolvimento e muitas vezes são óbvios eu queria te em primeiro para explicar para as pessoas o que são traumas porque pode ser que a gente esteja cheio de traumas que a gente nem tá nomeando como trauma ou percebendo sim cara eu acho que é extremamente importante a tua fala que é quando pensamos em trauma a primeira coisa que vem a cabeça para muitas pessoas para a maioria de nós é um evento marcante dramático daqueles que muda a vida em antes e depois e isso é um tipo de evento potencialmente traumático
Então nós temos eventos que tem uma carga de potência para traumatização maior E aí estamos falando desses eventos dramáticos um acidente grave uma violência uma negligência E aí inclusive convido seus espectadores sua audiência vamos falar de coisas difíceis quando falamos de trauma falar sobre trauma pode no gerar algum nível de então eu vou começar falando já agora que toquei nesses traumas mais impactantes dizendo para quem nos assiste que se em algum momento você se sentir um pouco sensibilizada ou sensibilizado com a nossa conversa apenas respiro solte o ar o melhor deixa o ar sair pela
boca se toque Coloque a mão no coração se for preciso pausar um pouquinho pausa um pouquinho porque só o fato de falar sobre trauma já pode ter muito ativador embora nós vamos tentar aqui conduzir essa conversa da forma mais suave possível que é como eu tento fazer ao tocar nesse tema mas é um sinto de segurança importante para quem nos assiste e quando Nós pensamos então nesses traumas impactantes que muda a vida antes e depois são aquelas situações que a maioria de nós vai olhar e vai reconhecer como uma situação potencialmente traumática isso é um
tipo de trauma porém não é o único é um tipo de trauma que muitas vezes vai ser ter como desfecho o transtorno do estresse pós-traumático que é uma condição Clínica muito específica porém há muito mais em trauma do que apenas transtorno do estresse pós-traumático e aí quando Nós pensamos em trauma gosto de convidar as pessoas que nos assistem a me dizer se você já passaram por alguma situação a pensar agora se você já passaram por alguma situação que foi desafiador para você se você não tava esperando você já passou por alguma situação que aconteceu de
repente Carol não estava esperando muitas vezes e alguma dessas situações inesperadas elas te causaram uma ativação emocional te fez sentir medo raiva vergonha culpa trabalhar com essas principais essa ativação emocional te levou algumas sensação de que eu não sei como sair dessa situação eu não sei para que estratégias para sair dessa situação e Alguma delas te levou a sensação de que você estava só dizendo aquilo isso é o trauma o trauma é uma experiência que nos causa uma ativação emocional então a vida tá correndo de repente vem uma novidade tem uma experiência que não estávamos
esperando tem uma novidade esta novidade mexe com o nosso sistema corpo mente ativa Uma emoção a emoção primária no trauma vai ser o medo mas ele vai se ter ele vai se ramificar em outras emoções em outros sentimentos como eu citei alguns aqui raiva vergonha culpa eu digo que vergonha culpa inclusive são as colas do trauma então tem uma ativação tem uma emoção que chega junto com aquela novidade com aquela experiência e que muito frequentemente vai nos levar para uma experiência interna de sensação de isolamento de sensação de dísa então trauma é uma experiência vivida
também de desamparo que a gente não sabe muito bem que saída vai dar para ela te ouvindo falar eu fico pensando né já pensando assim você me fez a pergunta eu pensei numa coisa muito simples que talvez a gente nem imaginasse que é um trauma né então por exemplo a primeira vez que você discute com uma amiga próxima eu tenho um grupo que eu fiquei muito próxima muito rápido e de repente vem uma discussão num jantar que eu não percebi vendo então eu pensei nesse evento E aí quando você falou a culpa e a vergonha
tão coladas Eu sinto que a gente sente isso mas a gente também tem culpa e vergonha por estar incomodado por isso porque eu vejo muitas vezes a gente se julgando quase que um não era para tanto talvez porque a gente ouviu os nossos cuidadores ai mas você tá chorando demais ah mas é muito Manhosa então a gente invalida o nosso [Música] que a figura do pai é uma outra figura representa outra coisa essa experiência não seja uma experiência que vai organizar sinais e sintomas de traumatização então uma coisa importante no trauma o trauma não é
sobre o evento ele é sobre o que é experimentado internamente a partir da situação O que é experimentado internamente a partir da situação Nós aprendemos muito cedo nas nossas primeiras relações a lidar ou a não lidar com isso a lidar no sentido de deixar essa emoção ter lugares espaço dentro de mim achar um caminho para botar essa emoção em forma de ação para fora já que emoção é o que vem nos preparar para uma ação ou eu posso nas minhas experiências principalmente iniciais porque a gente não aprende a se relacionar de uma hora para outra
e nem nasce está vendo esse relacionamento né cara relacionamento é um aprendizado que começa lá atrás e ele é continuamente modulado ao longo da vida inteira então pode ser que a minha experiência com essas emoções e Sensações essa ativação que eu vivi lá quando eu tava aprendendo a me relacionar tenha tido espaço para sair ou pode ser que não pode ser que ela tenha sido suprimida quando eu ouvi engole o choro não é para tanto você precisa ser forte e nós estamos numa cultura que tende a não validar nisso então muitas vezes né só para
falar não é nada não é nada e tem medo da criança chorar para sempre não eu entendo dói para caramba mas que bom que né a gente não valida o cômodo não e aí a gente vai aprendendo lá atrás que o que eu sinto não está correto e aí eu chego no seu exemplo tô com as amigas tem uma discussão aqui essa discussão me deu vergonha me deu culpa mas eu já andei um pouquinho na minha vida e eu sinto vergonha de estar sentindo vergonha porque na eu tenho uma desconfiança do que que eu posso
sentir de se eu posso realmente confiar no que sinto e isso é uma das coisas que o trauma faz né o trauma nos faz desconfiar daquilo que sentimos a gente perde a conexão com as nossas Sensações físicas já que a emoção começa com uma sensação pública se eu te perguntar o que que você sentiu no corpo com essas nesse evento com as suas amigas você certamente vai ter alguma extensações a sua respiração não ficou igual a sua musculatura não ficou igual o seu corpo reagiu E aí ele te comunicou que você tava sentindo vergonha só
que no trauma como a gente tem a sensação de isolamento e sentir-se desamparado isolado para nós é o perigo máximo que a gente pode viver porque a nossa primeira necessidade é vínculo então desampare não pertencimento para nós é igual a risco de sobrevivência então isso nos leva a criar estratégias para lidar com isso se pessoas importantes para mim Estão dizendo não é nada engole o choro não é para tanto eu vou começando a tentar abafar isso se eu disser para uma criança engole o choro o ralou o joelho não foi nada para com isso mas
você é muito chata me perturbando até agora ela não precisa ter estudado nada de trauma que a fisiologia dela toda vai se contrair para Tentar segurar aquela aquela emoção então a fisiologia dela vai começando a aprender como não sentir porque na nossa cultura não sentir foi equalizada com o povo e aí o trauma entrando no desenvolvimento é essa invalidação da emoção faz com que ela fique aprisionada de alguma forma no sistema e a gente não sabe como lidar só que ela não desaparece ela fica presa ali produzindo resposta expressa e nós temos com isso milhares
de traumas na nossa cultura invisibilizados quais foram-se o dia a dia acontecendo por exemplo uma briga num jantar com uma amiga a perda de um emprego um conflito no relacionamento uma situação onde eu senti uma vergonha que de repente sei lá precisava falar em público E aí eu da branco eu começo a tremer isso é um sinal de resposta traumática fixada eu começo a dissociar né o branco é uma dissociação entre memória e atenção as funções psicóticas começam a se distanciar Então aquela situação foi vista como ameaça para mim então todas as situações que são
do cotidiano enfrentar um conflito no relacionamento enfrentar um desafio no trabalho podem acabar se tornando situações traumáticas mas que são invisibilizadas o dia que alguém pode desrespeitoso comigo um adoecimento que eu precisei passar ou que eu passei eu fiz os meus passaram uma frustração uma pequena frustração de algo que eu queria muito e por acaso não consegui então quando a gente vai pensar em trauma a gente vai pensar que tudo que ativa a emoção pode ser potencialmente traumatizante e a gente vai entendendo todos nós passamos para almas que é o que como você abre a
sua fala porque todos nós minimamente chegamos à vida adulta já tendo vivido algum tipo de perda de alguma ordem esteja a perda de um brinquedo seja a perda de um ente querido algum tipo de frustração algum tipo de medo na nossa cultura muita culpa que é uma coisa que é a culpa e a vergonha são dois sentimentos que nos levam a muita desconexão sensorial é muita desconexão emocional portanto são mais potencialmente traumatizantes então o trauma ele faz parte da vida porque o desafio faz parte da vida e o trauma é um grande desafio só que
o trauma que eu não tenho recursos para lidar com ele ele vira traumatização os efeitos duram no tempo pode se transformar em comportamentos padrões é isso que eu queria te perguntar porque eu vi uma fala só que achei muito interessante de que o trauma é um evento incompleto e que como ele está incompleto a gente repete esses comportamentos em situações correlatas quase que para reviver aquele lugar e eu não sei se necessariamente é para tentar de dar aquele nó ou Porque eu só sei agir assim né então você me sentia abandonado pelo meu pai de
repente eu entro num lugar de codependência eu tô lá oferecendo tudo para as minhas amigas para o meu trabalho pro cara que eu saio e sempre me sinto abandonado desmerecido como é que a gente começa a perceber na nossa vida essa incompletude e esses nossos ecos de desconforto emocional Eu trabalho muito com essa segunda hipótese né eu venho de uma escola que a gente diz não é que o trauma se repete para ser resolvido é que ele se repete enquanto não for resolvido né porque porque o nosso sistema nervoso ele vai ele trabalha com aprendizado
também então o sistema nervoso ele é o primeiro envolvido no trauma porque é a partir do sistema nervoso simpático e parassimpático são ativadas as nossas emoções de sobrevivência as nossas defesas de sobreviver depois entram outros na história na jogada mas ele é um dos principais Eu costumo dizer que o sistema nervoso ele precisa ser visto como um sistema de relacionamentos ele é o sistema no nosso corpo sistema endócrino Tem uma função sistema cardiovascular Tem uma função sistema digestório não tem uma função sistema nervoso tem a função nos colocar em relacionamentos o que acontece dentro de
nós com o que acontece fora de nós ler as nossas sensações para decodificá-las para saber o que que eu tô sentindo e ler o que tá acontecendo no meu ambiente para me dizer se ambientes é seguro não é seguro então ele é um sistema que a função dele é nos colocar em relacionamento com a gente mesmo e com os outros quando essa ativação ela acontece esse sistema ele entra numa resposta ao estresse então aconteceu lá o problema é pai né pegando o seu exemplo eu tive um pai que essa relação não me deu um apego
seguro vínculo vivido não foi um vínculo de segurança esse sistema nervoso ele vai começar a aprender a partir desse lugar então eu tenho um aprendizado que é uma figura significativa e para nós é muito importante já que a gente aprende em relação tem outro ponto importante que nós humanos aprendemos em relação a partir do lugar de sermos cuidados eu bebê precisa de cuidar precisa de vínculo para ter suas necessidades básicas atendidas afeto alimentação proteção limpeza tudo isso então a gente começa a aprender relacionamento a partir de um lugar de sermos cuidados ou seja se eu
não me relaciono com essa pessoa Eu Corro um risco porque não ser cuidado é risco total para mim então eu vou fazer de tudo para me relacionar com essa pessoa tudo que tiver ao meu alcance só que isso tudo não tem cognição envolvida ainda é muito mais sensorial Ok essa relação se deu esse vínculo não foi seguro porém o meu corpo e a minha mente que já começa a entrar na jogada começam a aprender que há para eu me manter nesse vínculo para não perder esse vínculo eu preciso fazer isso isso eu preciso fazer tudo
por essa pessoa eu preciso passar por cima de necessidades que são importantes para mim eu preciso agradar os outros eu preciso manter todo mundo confortável ninguém pode sentir desconforto então eu sou a pessoa responsável por manter as pessoas aqui confortáveis ao meu redor E aí mesmo que isso me agrida eu vou priorizar a necessidade do outro em detrimento da minha então eu vou aprendendo um modo de funcionar esse é um exemplo dando de um exemplo de um modo de funcionar como eu fui aprendendo isso dessa forma as vias de afeto de dor ela Como Elas
começam a se confundir um pouco porque eu tenho um comportamento que me dá o vínculo com outro mas também que fere uma necessidade minha então começa a ter uma confusão de quais são as minhas necessidades chega uma hora que eu não sei mais Qual é a minha necessidade porque eu fui aprendendo só antecipar nesse estado do outro então qual é a minha necessidade não sei aí chegam aos relacionamentos em especial os amorosos onde a gente vai exercitar os nossos traumas no primeiro momento até que isso fique mais saudável e aí eu vou buscar nessa relação
experiências sensoriais inclusive que são muito semelhantes ao que eu conheço porque para o meu corpo e para o meu cérebro conhecido tem áries de mais seguro ainda que seja a dor para o cérebro conhecido igual a segurança então quando a gente fala em trauma a gente tá falando o tempo todo de uma busca de segurança de uma perda de senso de segurança depois do trauma nada mais parece seguro de novo então a gente está falando de uma busca de segurança eu vou buscar essa segurança a partir do que conheço só que o que conheço Pode
ser que diz respeite as minhas necessidades Pode ser que de desrespeite o meu eu mais autêntico Pode ser que me diz respeito mas como essa essa calibragem de identificar perigo e segurança ficou confundida eu vejo segurança onde não existe E aí Eu repito e eu vejo perigo talvez onde não exista também né porque pensando nessa coisa do pai eu falo agora eu lancei uma plataforma que chama amores possíveis ponto Love onde eu tô trazendo cursos porque vejo que a gente precisa ter conhecimento de ferramentas emocionais para se desenvolver e um deles chama curando o coração
e eu quis trabalhar esse processo de cura do luto da relação olhando bem essa perspectiva de que não adianta só falar dessa relação eu preciso pensar quais são outras dores então e quando aqui e aí nessas eu vejo muito que às vezes a nossa experiência joga contra nós então às vezes você teve um namorado anterior ou um pai que quando ele tava bravo com você ele ficava quieto no café da manhã por exemplo aí você tá namorando uma outra pessoa 40 anos depois desse pai e a pessoa ela só gosta de leu jornal de manhã
não é nada sobre você mas aquele café da manhã silencioso você fala tá vendo alguma coisa não tá me falando e aí vai escalando na nossa cabeça porque fica nervosa aí você quer compensar aí você fala muito aí a pessoa se irrita porque você tá falando muito desse ela tá vendo era alguma coisa e aí a gente vai criando novos traumas a partir da identificação de um problema que talvez não eram problema era um eco né do nosso trauma e o que eu vejo até outro dia eu fiz uma uma roda com os meus alunos
e a grande angústia é eu até consigo identificar e daí eu acho que eles não esses traumas invisibilizados mas as pessoas conseguem identificar essas coisas do tipo ah meu pai largou minha mãe ou fui traída em todos os meus namoros consigo até identificar alguns traumas mas não consigo sair desse Eco de estado emocional como começar a trabalhar o trauma para a gente sair desse lugar Exatamente isso eu vou dar uma legenda dentro da abordagem de trauma porque você tá chamando Jeca O que é resposta traumática isso que você descreveu para nós é a perfeita descrição
de uma resposta traumática fixada ou seja meu o meu meu corpo e a minha mente reagem a um sinal que eles percebem como perigoso E ameaçador então a pessoa tomando café calada o meu sistema Já identificou aquilo como perigoso porque o cérebro ele também vai trabalhar com pistas nosso cérebro é muito mais subjetivo do que imaginamos muito menos racional do que imaginamos e erra muito mais do que imaginamos muito menos preciso do que a gente imagina porque o nosso cérebro trabalha com pistas então vivia aquela situação ele vai guardar aquelas pistas para que no futuro
ele economiza energia para a gente reagir tô tomando café o Fulano amoroso está na minha frente que é esse que é tu pode ser uma pista que se conecta com a experiência de quieto que era uma experiência punitiva lá do meu cuidador ele me punia ficando quieto quando eu fazia alguma coisa errada então antes que eu pense sobre isso isso tudo vai acontecer no âmbito muito mais subcortical ou seja não tem cognição envolvida tanto discernimento envolvido antes que eu pense sobre calma Ele só tá quieto ou Ah era a pessoa lá atrás do meu pai
a minha mãe que ficava quieto quando eu fazia alguma coisa antes que eu pense sobre isso meu corpo já está reagindo já o que você falou a gente já tá nervosa mais forte né Isso é a resposta traumática a resposta traumática é uma reação emocional e sensorial algo que o seu cérebro entendeu no ambiente como ameaçador é uma pista e essa resposta emocional nos coloca dentro de uma defesa de sobrevivência porque o certo a gente vai ter que fazer alguma coisa diante da merda ou eu vou lutar ou eu vou fugir ou eu vou congelar
ou eu vou gritar por ajuda ou eu vou buscar engajamento social Ted onde nasce a qual dependência emocional eu vou eu vou ter que fazer alguma coisa porque uma defesa fixada ela me coloca dentro de uma resposta fixada ela coloca me coloca dentro de uma defesa e se a minha defesa falar demais eu vou desinstalar ou pode ser que a minha defesa esteja fechado também E aí o outro vai entender isso também a partir do lugar de experiência dele então se na experiência do outro que você tá falando demais ele tinha uma cuidadora um cuidador
opressivo que falava o tempo todo olha o que a gente tem aí uma dança entre respostas traumáticas uma encenação do trauma acontecendo na relação como lidar com isso Seria maravilhoso ter uma fórmula é eu ia amar se tivesse 10 passos para acabar com suas respostas traumáticas não acredite em quem eu te oferece fórmulas prontas é desafiador dele é um processo é processo E aí o como esse processo vai se dar vai ter um caminho individual Mas a gente pode ter faróis nesse caminho para nos ajudar né mas é um processo individual é processual não existe
10 passos para acabar com seu trauma não vem dessa escola que acredita que você vai tentar alguém vai fazer alguma coisa vai acabar com todos os seus traumas processamento de trauma no meu entendimento é um trabalho que envolve cotidianamente um olhar para isso existe um esforço intencional envolvido nisso eu costumo mostrar um gráfico quando eu tô dando aula também para os meus alunos terapeutas Eu costumo mostrar um gráfico que é o gráfico da Universidade Harvard de um estudo sobre desenvolvimento que compara tanto de esforço que o cérebro precisa com para fazer mudanças em relação à
idade então é um gráfico que menos idade pouquíssimo esforço para fazer mudança medida que a gente vai avançando na idade a gente vai precisando de mais esforço para fazer mudança e a neuroplasticidade mas que sempre é possível fazer mudança mas como mais velhos Isso significa que precisamos de mais esforço intencional para mudança ou seja ela não vai cair no nosso colo como uma mágica ela vai exigir um tempo esse empenho começa para mim sempre na auto observação sempre então começar a olhar para as relações da perspectiva de como ela te afeta e não da perspectiva
do que o outro fez comigo mas do que do corpo e afetada a partir do que o outro fez comigo começa a nos dar pistas de fixação então eu sempre me sinto o que eu sempre me sinto invalidada eu sempre me sinto humilhada Eu sempre me sinto excluída Eu sempre me sinto que eu sempre digo que depois de sempre vem alguma coisa a gente tem cheirinho de fixação no ar maravilhoso porque a resposta fixada ela é eu tô meu sistema ele ele perdeu ele perdeu a capacidade de movimento o trauma é perda de ritmo em
movimento então a gente tá na vida vivendo diferentes situações Então hoje de manhã eu tive uma notícia muito boa uma hora depois tive uma notícia muito ruim três horas depois fiz um atendimento que me emocionou agora tô tendo uma imensa alegria aqui de conversar com você ao longo do dia Vivi diferente de situações que me provocaram diferentes emoções e se eu reajo da mesma forma essa diferenças emoções isso me diz de uma fixação Porque se ela situações são diferentes eu tenho que movimentar nessa situação é Ou se você não presta atenção nisso você vai chegar
no final do dia e vai falar tá vendo deu errado porque aquela coisa a notícia é difícil que foi um dos movimentos parece que ela toma tudo né como que ela terminasse do seu dia e fixasse do tá vendo comigo nada dá certo Por isso que eu gosto da palavra fixação porque essa é a ideia você fixa no lugar você fixa numa emoção específica ou numa reação específica pode ter uma reação comportamental ou emocional mas como é que sejam as duas coisas juntas então o trauma ele gera essa perda de movimento emocional da gente reagir
diferente as coisas que são diferentes eu digo que a gente perde as nossas as nossas possibilidades mas frescas frescas no sentido de mais atuais E aí é como se a gente tivesse reagindo no presente alguma coisa que aconteceu no passado Então sempre que acontece tal coisa eu me sinto de tal jeito sempre que eu acontece isso acontece tal coisa comigo então Auto observação nos dá esse lugar de Nossa eu me sinto sempre dessa forma nessas situações o sempre é uma luz amarela temos uma grande chance de ter uma fixação aí e aí a partir do
momento que a gente identificou que fixações são essas e aí vou fazer um relato confessional aqui quem quer que é só o que eu posso queticamente é o que eu posso trazer é meu próprio conteúdo de conteúdo mas o meu Eu me autorizo a trazer no meu processo que vive vários traumas de desenvolvimento e de tédio complexo e tudo uma resposta traumática fixada foi o corte do vínculo então eu fiquei muito tempo com dificuldade de estabelecer relações de intimidade relação e ficando mais íntima eu fugia da relação eu não fui eu fui trocar dependência um
pouco também para algumas relações específicas mas a grande maioria delas eu saía antes da relação ficasse muito íntima mas você saía ou você põe a culpa no outro porque eu pessoas que saem e fala assim ninguém quer nada com nada sem perceber que a gente está com medo de intimidade você vê isso isso é o mais frequente porque é esse olhar que eu falei da auto-observação pelo que o outro fez comigo e não pelo que essa situação que às vezes até o outro fez Mas como isso me afeta é a grande pergunta como isso me
afeta o que o outro fez que o outro pode ter sido sacana assim isso existe gente então isso pode ter acontecido agora quando eu olho e tento julgar avaliar analisar o comportamento do outro isso me dá muito pouco elemento que me ajude a me movimentar nessa situação o que me dá elementos para eu conseguir já que a gente tá falando de uma fixação a gente tá falando de perder movimento eu preciso recuperar movimento ritmo que é acabou esse relacionamento ou foi sacaneada eu tô me sentindo de tal forma como é que eu me movimento dentro
disso então o olhar para o outro achar que a questão é com outro é o mais direto porque nos protege de olhar para esses lugares que são Dolorosos de visitar muitas vezes então é uma forma protetiva também é no meu caso eu acho que eu fazia as duas coisas eu tanto olhava e transferir a responsabilidade disso para o outro quanto às vezes eu encerrava mesmo por medo e nesse processo de encerrar eu acabava me sentindo sempre muito sobrecarregada eu encerrava muito dizendo Nossa mas como essas relações sobrecarregam como elas me sufocam e eu não aguento
mais então se eu tô sempre sobrecarregada um cheirinho de resposta traumática identifiquei Ah estou sempre sobrecarregado o mundo me sobrecarrega Calma né o mundo tá as pessoas estão vivendo as vidas delas não é tudo sobre mim então se eu tô sempre sobrecarregado eu vou começar a olhar por que que eu tô sempre sobrecarregado e eu acho que é o segundo momento fez uma auto-observação identificou como é que eu me sinto nessas situações que estou sobrecarregada como é que eu cheguei nela como seria devolver a carga e aí vem A grande questão que é quando a
gente identifica o padrão e não é a parte mais difícil identificar o padrão a parte mais difícil é eu identifico o padrão mas eu tô nele porque ele me causa uma feto é difícil sair dele porque ele me causa um desconforto me pensar fora do padrão me causa um nível de desconforto e se relaciona para mim uma ameaça então se eu não faço tudo pelo outro se eu não agrado o outro se eu tô numa relação de intimidade e conexão com outras diferentes tipos de desfechos que o trauma pode ter nos relacionamentos se eu não
estou nesse movimento para garantir esse vínculo parece que eu posso perder esse vínculo a qualquer momento Então o que salta que nos mantém no padrão a gente vai chegar numa coisa que é medo do desamparo Ediene muito obrigada por essa troca por essa aula maravilhosa