Em quarto lugar, já caminhando aqui para o fim da minha primeira palavra, eu quero falar rapidamente sobre as diferenças entre catolicismo e reformados em cinco pontos. Em cinco pontos, o catolicismo acredita na Escritura, que a Bíblia é a palavra de Deus, mas acredita que a palavra de Deus vem antes da Escritura, está na Escritura e se segue a partir da Escritura, que é a tradição. O magistério é quem interpreta a Escritura à luz da tradição, produzindo dogmas, produzindo bulas papais, e produzindo declarações e criando documentos de fé.
É por isso que você vai encontrar tantas doutrinas na Igreja Católica que não têm fundamento na Bíblia, porque, para eles, não é somente a Bíblia; é a Bíblia, de acordo com a tradição, interpretada pelo magistério encabeçado pelo Papa infalível. Segundo ponto: bom, então aqui ele diz que volta à falácia anterior de que, no fundo, a revelação continua depois da morte do último apóstolo. Para a Igreja Católica, não é verdade.
Já expliquei isso: a Divina Revelação se encerra com a morte do último apóstolo, mas que a revelação transcende o que está escrito nas Escrituras, porque os apóstolos entregaram para a Igreja coisas que não são de tradição escrita, são de tradição oral. Isso é fato; eles mesmos declaram isso no Novo Testamento. Portanto, não existe base bíblica para o Sola Scriptura tal como eles entendem.
Inclusive, o Sola Scriptura só produziu o quê? Divisão, divisão, divisão! Não é capaz de produzir congruência e unidade.
Vamos ao outro ponto: para a Igreja Católica, Cristo é o Salvador, mas para você chegar a Cristo, você tem que chegar através de Maria. Você tem que crer ou receber o dogma da comédia de Maria, de que ela auxilia pecadores a receberem a graça que o Filho dá. Ela funciona como espécie de medianeira.
Recentemente, dogmas a respeito da Assunção de Maria e do seu nascimento virginal foram colocados pelos Papas como sendo obrigatórios para todo católico acreditar. Então, não é somente Cristo, mas Cristo e Maria. Em alguns lugares, a Igreja Católica é muito mais mariana do que cristocêntrica.
Outro grande equívoco: ele diz que, para o católico, para eu chegar a Cristo, eu preciso passar por Maria. Não é verdade! Isso não é verdade.
Primeiro, ele fala um monte de coisas que me parecem bastante erradas. Primeiro, não existe o dogma da comédia de Maria; não existe, não existe mesmo. Segundo, o dogma da Assunção foi declarado, mas a doutrina da Assunção é de fé e sempre foi celebrada desde os tempos mais antigos.
Depois, ele fala do dogma da concepção virginal de Maria; isso não existe! Maria não foi concebida virginal, também essa doutrina não existe. Ele talvez queira se referir à Imaculada Conceição, e a Imaculada Conceição, sim, esse é um dogma que foi proclamado em 1854, mas é um dogma que tem profundas raízes bíblicas.
Quem chama Maria de cheia de graça foi o Anjo, segundo São Lucas, ou seja, ela é cheia de graça, então nela não pode haver a mancha do pecado original. A graça e o pecado são incompatíveis. Bom, mas eu acho que o ponto central do que ele diz aqui é que nós acreditamos que temos que passar por Maria, como se Cristo não pudesse agir em nós a despeito dela.
É um modo de dizer as coisas muito falseado. Por quê? Os protestantes têm uma dificuldade de entender a diferença da ordem ontológica para a ordem moral, ou a necessidade ontológica para a necessidade moral.
Digo de uma maneira bem simples: Cristo não veio ao mundo caído do céu; ele foi concebido por obra do Espírito Santo no seio da Virgem Maria. Ela concebeu, né? O Anjo diz: "Conceberás e darás à luz um Filho".
Então, quando Deus estabeleceu que Cristo viria por Maria, aqui ficou dada uma ordem ontológica, ou seja, a relação entre Cristo e Maria não é uma mera relação de um feto concebido em uma proveta, concebido externamente com a matéria, sei lá, uma matéria prévia e uma barriga de aluguel. Não é essa a relação. A relação que existe é uma relação de dependência em relação à humanidade, ou seja, ela gerou a humanidade do Cristo, que é o instrumento para nossa salvação.
Porém, a ação de Cristo sobre nós é direta; é direta! A Igreja nunca afirmou que a mediação de Cristo seja indireta; era uma mediação direta para a nossa alma. São Tomás, por exemplo, na terceira parte da Suma Teológica, na questão 48, se eu não me engano, no artigo 6, talvez na resposta à segunda ou terceira objeção, ele fala do contato virtual de Cristo com a nossa alma e fala da eficiência e causalidade da Paixão de Cristo sobre a nossa salvação.
Então, veja, simplesmente isso não existe. O que ele está falando aqui é uma bobagem! Ah, mas nós não falamos às vezes de Nossa Senhora Medianeira de todas as graças?
Mas no sentido de que, sendo ela um, digamos, o meio pelo qual Deus fez com que o seu Filho viesse ao mundo, e Cristo é o autor de toda a graça, então toda a graça passou por ela. Nesse sentido, porque nós dizemos com o evangelho de São João que, da plenitude de Cristo, todos nós recebemos graça sobre graça. Muito bem!
Só que Cristo não apareceu do nada; ele veio através dela. Então, nesse sentido, ela não é mediadora, é medianeira, e é uma diferença teológica. Aqui nós temos apenas um mediador, mas nós podemos ter medianeiros na mediação de Cristo.
Então, por exemplo, um pastor ora pelo seu fiel. Normal, nós oramos uns pelos outros. Então, quando eu oro por você e Deus concede uma graça através da.
. . Minha oração, de alguma maneira, eu sou um medianeiro; mas numa mediação subordinada à mediação de Jesus Cristo.
Estou orando ao Cristo por você. Então, nesse sentido, nós temos, digamos, ontologicamente, o que nós chamamos de comunhão dos Santos. A comunhão dos Santos é um fato, não é uma necessidade moral; ou seja, não é que eu não possa chegar diretamente a Cristo.
Pelo amor de Deus, eu posso chegar diretamente a Cristo. Cristo é o veículo da comunhão dos Santos. É o contrário disso.
Então, aqui não passa de confusão doutrinal mesmo. Vamos mais adiante. Os católicos falam que a salvação é pela fé, mas os homens têm que praticar obras.
Eles têm que contribuir com suas obras, com sua obediência, sua ida à igreja e participação nos sacramentos, para que aquela fé seja de fato uma fé salvadora. Os católicos falam de. .
. Então veja, isso é doutrina bíblica. A fé sem obras é morta.
E não só isso. Deus nos manda pegar na Bíblia todas as citações do livro da vida. O livro da vida, que está escrito, são as obras dos Santos.
Por quê? Porque a graça, uma vez que me justifica, ela me qualifica para ter ações sobrenaturais. Então, aquilo que eu faço, se eu estou em graça de Deus, pode ter valor sobrenatural se eu faço aquilo embebido do amor divino.
Então, essa ideia de que a depravação total transforma inclusive as nossas boas ações em más, e de que mesmo depois da justificação, tudo que eu faço está pervertido, e que a minha salvação é exclusivamente pela fé, do ponto de vista de que minhas obras não têm concurso nenhum para minha salvação, isso daqui não é doutrina bíblica. Aqui é tão somente Lutero, calvinismo, mas que efetivamente não tem um respaldo nas Escrituras de maneira omnicompreensiva. Graça, a graça, o favor de Deus, mas eles dizem que a graça vem através da natureza.
Essa relação entre natureza e graça, que é originária com o pensamento de Tomás de Aquino, diz que Deus concede a sua graça através da natureza ou de coisas sólidas que pertencem ao mundo sólido. Por isso a água benta do batismo, por isso o pão que se transforma no corpo de Cristo e o cálice que se transforma no vinho, por isso o óleo da extrema unção. Então, a graça não é dada diretamente ao pecador, mas ela é dada através de objetos, através da natureza.
E aí vêm os sacramentos. A graça é conferida através dos sete sacramentos da Igreja Católica, entre eles, os mais conhecidos: batismo, confirmação, ordens, casamento, extrema unção e confissão a um padre para a obtenção de perdão de pecados. Os sacramentos da Igreja Católica são canais naturais pelos quais a graça de Deus é ministrada e o pecador recebe a salvação.
E, por fim, isso aqui é outro absurdo. A relação entre graça e natureza, nada a ver com isso. Absolutamente nada a ver com isso.
Primeiro, a Igreja Católica não acredita que a natureza comunica a graça por si mesma, que é o que ele está dizendo aqui, que é a água que dá graça; que o pão se transforma, como se o pão de repente brotasse e virasse Cristo. Não é isso. Isso é absurdo.
Absurdo. Eu já expliquei em vídeo anterior que a matéria dos sacramentos depende da forma sacramental. Então não é a matéria; eu tenho a forma do sacramento, eu tenho a fé do fiel que vai determinar a eficácia daquele sacramento na sua alma.
Sacramentos não são magia, está entendendo? Tudo errado. Porém, tem uma outra coisa.
A relação entre graça e natureza. Ele diz que remonta a São Tomás de Aquino, não é bem verdade isso. Ela remonta a Santo Agostinho e, antes de Santo Agostinho, também é essa doutrina comum que significa o seguinte: a graça pressupõe a natureza.
Só isso. Ou seja, se você não cooperar com a graça, você vai continuar sendo um canalha. É isso.
É uma cooperação que todos nós temos que ter, ou seja, Deus não edifica sobre a nossa desordem humana. Então, o cristão tem que cooperar mesmo com a graça divina, exercer sua liberdade. Deus não vai me salvar como se eu fosse um cadáver.
Por exemplo, no livro do Apocalipse, ele diz: "Ao Vencedor darei". Ou seja, você tem que vencer. Nós temos que lutar.
São Paulo diz: "Correi como quem quer alcançar o mérito". E o nosso Senhor diz: "Entrai pela porta estreita". Entra, ele não diz: "Eu vou te transportar pela porta estreita".
A doutrina que, em última análise, é no que a sua teologia luterana/calvinista vai conduzir, ela não tem nada a ver com a Sagrada Escritura. Eles falam que toda a glória deve ser dada a Deus. Mas, como a Igreja é a extensão de Deus neste mundo, a extensão de Cristo neste mundo, toda a glória para a Igreja também.
Então, veja bem; outro erro. Nós não dizemos que toda a glória tem que ser dada para a Igreja. Isso aqui é muito importante, porque há uma diferença entre.
. . A Igreja é a extensão de Cristo no mundo.
Isso quem diz é a Escritura. A Igreja é o corpo de Cristo, ponto. Mas eu posso dizer que a Igreja é o próprio Deus?
Claro que não. Eu nunca vi um católico dizendo assim: "Eu te adoro, Igreja Santa". Existe isso?
Você não vê nenhum católico falar assim: "Eu glorifico a Igreja. Eu louvo a Igreja". Não, não existe.
Eclesiológica, dois pilares do catolicismo são, primeiro, essa relação entre natureza e graça, com base na qual você tem os sacramentos; e a relação Cristo e a Igreja, que eles veem como sendo uma coisa só. Então, se esses são os dois pilares do catolicismo e eu estou demonstrando que eles são falsificações, então a ideia que ele apresentou aqui do catolicismo é totalmente equivocada, e, portanto, tudo o que ele está dizendo cai por terra, porque eles não são fundamentos do catolicismo; são os fundamentos dos preconceitos teológicos que ele aqui está manifestando contra o catolicismo. Então, se estes são os fundamentos do preconceito teológico que ele tem contra o catolicismo, o que está caindo aqui não é o catolicismo; o que está caindo é toda a estrutura do preconceito que ele tem em relação à Igreja.
A Igreja é a extensão de Cristo aqui neste mundo, então tudo que você pode dizer a respeito de Cristo, você pode dizer da Igreja: Cristo salva, a Igreja salva também; Cristo é divino, a Igreja é divina também; Cristo é santo, a Igreja é santa também. Então, esse é o pensamento católico, muito abreviadamente é claro. Então veja, Cristo salva, a Igreja salva também.
Não é verdade que existem duas salvações; Cristo salva e a Igreja, o corpo de Cristo. A salvação de Cristo passa pela Igreja. Então, por exemplo, quando a gente reza por alguém, quando fazemos oração por quem não é católico, na sexta-feira Santa, por exemplo, a Igreja sempre fez oração pelos cristãos não católicos.
Por que a gente reza pelos cristãos não católicos, pelos cristãos que não estão dentro da Igreja institucionalmente? Mas rezamos por eles para que Deus os aceite como se eles estivessem dentro. Ou seja, a salvação passa pela Igreja, mas isso é evidente no Evangelho, né?
Nosso Senhor instituiu a Igreja. São Paulo diz a Timóteo que a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade. Enfim, não tem muito que a gente possa aqui, digamos, contrarrestar.
Tentei resumir rapidamente para contrastar com os famosos cinco pontos da Reforma Protestante. Primeiro ponto: somente a Escritura. É só na Bíblia que nós vamos encontrar a revelação de Deus, e somente ela é a fonte de autoridade para tudo aquilo que nós praticamos e que nós cremos.
Não é verdade. As Escrituras existem; existem muitas doutrinas evangélicas que ultrapassam o limite da Escritura. Muitas, por exemplo, o próprio calvinismo.
Você pode dizer que ele tem base bíblica, mas ele transcende aquilo que está na Bíblia. Se você pegar, por exemplo, mesmo as doutrinas que eles têm em comum conosco: a doutrina da Trindade ou a doutrina das duas naturezas de Cristo, todas essas doutrinas estão expressas na Escritura. Elas têm base na Escritura, mas elas só se entendem na compreensão que a Igreja teve ao longo da sua história.
Não a tradição, não o magistério, não novas revelações, não um Papa infalível, mas liberdade para leitura e investigação sob a orientação do Espírito Santo. Isso gerou o quê? Gerou uma multidão de comunidades autônomas que, até hoje, nunca se entenderam e nunca vão se entender.
Garantem que a Bíblia é a palavra de Deus; não é a Igreja, mas é o próprio Espírito Santo falando na Escritura e assegurando isso em nosso coração. Então veja, quem faz a Bíblia ser palavra de Deus não é a Igreja. Quem define isso, né?
Ele diz que é o Espírito Santo falando no coração de cada pessoa. É isso que os evangélicos acreditam: que a Bíblia é a palavra de Deus porque o Espírito Santo fala no nosso coração. Esse é o critério, por exemplo, de determinação da inspiração divina da Bíblia.
Não é um critério muito frágil esse. Não será que eles acreditam nisso exatamente assim? Então, quer dizer que, em última análise, a inspiração divina da Bíblia é de um critério subjetivo.
É isso mesmo? Depende de cada crente. Então não é a Bíblia que é a fonte da fé; é o crente que é a fonte da Bíblia.
É o crente que recebe, por uma suposta iluminação do Espírito Santo, a confirmação da inspiração divina da Bíblia. Um pouco estranho esse modo de apresentar as coisas. O segundo ponto de diferença é que na Reforma somente Cristo salva.
Ele não precisa da ajuda de Maria, não precisa da ajuda dos santos e, muito menos, da Igreja. A salvação é mediante a obra completa, redentora, eficaz, final e efetiva do Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário, que já foi feita de uma vez por todas e não se repete na missa, conforme as palavras do ministrante. Bom, então veja, é verdade que a salvação vem exclusivamente de Cristo, mas a Igreja nunca ensinou que Cristo precisa de Maria, Cristo precisa dos santos.
É o contrário. Ou seja, é graças a Cristo que Maria, os santos, etc. , são salvos, e nós com eles.
Só que essa salvação se dá na comunhão; nós somos um só em Cristo. Então, há um infraentendimento aqui do que a doutrina católica afirma. A doutrina católica é extremamente cristocêntrica.
E sobre o sacrifício de Cristo, São Paulo diz na primeira carta aos Coríntios, no capítulo 11, que nós, cada vez que comemos o corpo de Cristo e bebemos o sangue de Cristo, estamos anunciando a morte do Senhor até que Ele venha. Ou seja, a missa não é repetição do sacrifício de Cristo; a missa é um modo pelo qual eu acesso o sacrifício de Cristo, segundo o que Ele mesmo determinou, que foi Ele que instituiu esse sacramento na noite em que foi entregue. Ele antecipa sua morte, dizendo: “Este é.
. . ” O pão, aliás, este é o meu corpo.
Isto é o meu corpo, que será entregue por vós. Este é o cálice do meu sangue, que será derramado por vós. Então, ele antecipa sacramentalmente o seu sacrifício no Calvário e posticipa o sacrifício do Calvário, ao qual nós acessamos mediante o que ele mesmo estabeleceu.
Então, não existem vários sacrifícios; é um só. Em terceiro lugar, na reforma, somente a fé; somente a fé, não por obras, não por participação humana. E, até mesmo, a fé é um dom de Deus.
É Deus quem concede a graça de estendermos a mão para receber graciosamente a redenção plena que nos é dada mediante o Senhor e Salvador Jesus Cristo. Em quarto lugar, somente a fé. Então, somente a fé, né?
O Soli Deo Gloria não exclui as obras, quer dizer, é óbvio que nós, cristãos, somos salvos por Cristo. Mas nós somos salvos por Cristo para quê? Para nós permanecermos aqui como uma espécie de zumbis?
Assim não! Nós somos salvos por Cristo para realizarmos a obra de Cristo na terra, para cooperarmos com Ele. Isso a Escritura, em nenhum momento, diz assim: "Fica aí, fica tranquilo".
Não! A Escritura faz: coopera, trabalha, anuncia, age. Você pega, por exemplo, a parábola do juízo final no capítulo 25 de São Mateus.
As pessoas são salvas pelo quê? "Eu tive fome, me destes de comer; eu tive sede, me destes de beber". Então, Soli Fide.
Calma lá! A fé não é um princípio que me deixa morto; ela me vivifica, ela me capacita para cooperar com Cristo. E essa graça nos é ministrada pelo Espírito Santo, através das Escrituras, não através de sacramentos, não através de mediação humana, não através da Igreja, mas através da palavra de Deus que nos é trazida e que nos é explicada pelo Espírito Santo de Deus.
Então veja, Sola Gratia. Aí ele diz que não tem sacramentos, que não tem nenhuma intervenção humana. Mas aí ele diz: "É pelo anúncio da palavra, pela pregação".
Isso não é intervenção humana? É pela Escritura. Pera aí!
Então quer dizer que os apóstolos não é que eles tinham uma Bíblia, que eles andavam com a Bíblia debaixo do braço, né? Você imagina São Paulo abrindo: "Agora eu vou falar, eu vou pregar aqui sobre a minha epístola aos Filipenses". Escutem!
Ele está fazendo isso. Eu posso transformar a Bíblia num sacramento, que no fundo é isso que ele está fazendo aqui. A Bíblia é um sacramento?
Então eu vou pregar a Bíblia. Aí São Paulo disse: "A fé vem pelo ouvir, ouvir a palavra de Deus". Mas este é um argumento em nosso favor, não em favor do Sola Gratia, que, se é Sola Gratia, então tudo que o homem faz não concorre para a salvação.
Quer dizer que Deus não se serve desses instrumentos? Mas Jesus mandou anunciar o evangelho, né? São Paulo: "Ai de mim se eu não evangelizar", etc.
E os apóstolos batizaram, os apóstolos impuseram as mãos, os apóstolos ungiram com óleo. Os apóstolos. .
. E aí, então, ah, não é só pela graça, não é nada disso. Então por que eles fizeram isso?
Isso não é bíblico, né? Esse modo de entender as coisas. E a glória somente a Deus, não à Igreja e a ninguém.
Então, a Igreja? Glória a Deus, tá certo, né? Sola Deo Gloria, glória apenas a Deus.
Porém, é claro que, por exemplo, possivelmente, depois dessa palestra, ela foi gravada. Mas se ela fosse presencial, ele seria o quê? Aplaudido?
E isso não é glória. Ou quando alguém, por exemplo, te elogia? Porque glorificar e elogiar.
. . Quantas pessoas são louvadas na Escritura, né?
Por exemplo, pega Hebreus 11: aquilo é um louvor que está fazendo dos heróis da fé. Isso retira a glória de Deus? Claro que não!
Isso só aumenta a glória de Deus. Veja, nosso Senhor disse no sermão da montanha: "Não se esconde uma lâmpada para colocá-la debaixo do alqueire; assim brilha a vossa luz diante dos homens, para que vendo as vossas boas obras glorifique o Pai que está nos céus". Então, quando os homens veem as nossas boas obras, quando eles percebem o brilho das nossas boas obras, eles louvam o Pai que está no céu, que é a origem daquilo.
Não há uma concorrência aqui. É um modo muito tosco de encarar as coisas. Católica é um sistema, é uma religião completamente diferente da religião reformada.
São duas religiões incompatíveis, por assim dizer. Não existe possibilidade de harmonização do catolicismo romano com a Reforma Protestante. A grande diferença está nessa palavra: somente.
Somente a Escritura. A Igreja Católica lê a Escritura, mas não acredita em somente a Escritura. Somente Cristo.
A Igreja Católica acredita em Cristo, mas não acredita que somente Ele pode salvar. Somente a fé. A Igreja Católica acredita que a salvação é pela fé, mas não somente pela fé.
Somente a graça. Também fala-se de graça, mas é uma graça que tem que ser mediada pelos sacramentos. E glória somente a Deus, eu termino aqui.
Então veja, ele está dizendo assim que a diferença está na sua mente, né? Que a Igreja Católica é igual à Igreja protestante. O pastor Nicodemos aqui está lançando uma espécie de, como que é o nome disso, de um torpedo contra todo o movimento ecumênico, que inclusive foi sustentado pela igreja dele, né?
Que os presbiterianos sempre foram bastante abertos ao ecumenismo. Mas, assim, ecumenismo à parte, ele está dizendo que a diferença está no somente, somente a Bíblia. Já mostrei que não é somente a Bíblia.
As doutrinas evangélicas transcendem, vão um pouco além. Somente Cristo também. Não é verdade, porque se não tem um pastor ali falando alguma coisa, não acontece nada.
Se não tem um pastor para ensinar, o Calvino não vai ter nada; somente a graça. Já mostrei também que não, porque você tem a humana com o anúncio da fé. É somente a fé.
Já mostrei também que não, porque a fé sem obras é morta. Mesmo os evangélicos fazem algo e não acreditam que aquilo é algo mau em si mesmo. E, Sora, dei glória e só lhe deu glória.
Também não, porque o pessoal deve ter aplaudido aí esse vídeo do Nicodemos depois que ele falou. Na verdade, são todas, digamos assim, falácias, né? Falácias que fazem a pessoa se desviar da contemplação da Verdade e com algumas recomendações para os evangélicos.
Primeiro, conheça melhor a Igreja Católica. Ah, leia o Catecismo da Igreja Católica, leia as declarações que são feitas. Não vá pelo que você vê na internet, mas vá nas fontes originais.
Leia os documentos do Vaticano I, se você quiser; Concílio Vaticano II, que é o mais recente, se você quiser ter uma ideia melhor do que é que o catolicismo realmente acredita, para você ver a grande diferença abissal que existe da reforma protestante. Mas, mais importante, conheça bem os fundamentos da sua fé. Por que nós dizemos esses "solas"?
Somente "Sola Escritura", "Sola Christus", "Sola Fide", "Sola Gratia" e "Soli Deo Gloria"? Porque insistimos nessas coisas? E você vai entender por que é que nós nos consideramos como sendo os verdadeiros herdeiros do Povo de Deus, desde o Antigo Testamento.
A Igreja Católica, a partir de um certo momento, representa um desvio da Verdade Revelada por Deus desde os patriarcas. A reforma protestante é o retorno àquela fé antiga que antecede, inclusive, o próprio Senhor Jesus e os apóstolos. Porque, veja que coisa, né?
Como a pessoa inverte, ela tem uma percepção invertida da realidade. Quer dizer, você tem uma história da Igreja que é coerente, que cresce de maneira orgânica, e você tem grupos que fazem cismas, e eles dizem: "Não, nós é que somos os herdeiros, inclusive, nós somos tão bons que até somos antes de Cristo. Nós antecedemos a Jesus Cristo.
" Nossa, mas não é só Cristo que salva! Ele está dizendo aqui que estamos lá com os patriarcas, etc. , e nós que somos a continuidade.
É uma versão perfeita, é uma visão completamente invertida da realidade, que era a mesma fé dos profetas, dos juízes e dos anciãos de Israel, a quem Deus, os patriarcas, fez a aliança. E, terceiro, vamos continuar evangelizando, pregando a palavra de Deus e orando para que Deus continue a obra de conversão dos católicos à verdadeira fé bíblica, para que eles possam perceber os erros doutrinários e práticos do catolicismo romano e retornar à palavra de Deus. Na verdade, o que tem acontecido é exatamente isso, né?
As pessoas estudam o calvinismo, e elas ficam com medo daquilo, porque é uma coisa tão chocante, e se tornam católicas. É o que mais tem acontecido por aí, e é o contrário do que o Pastor Nicodemos está falando, né? Quando você estuda, realmente você percebe as incongruências daquilo.
Não, Pastor Nicodemos, nós, católicos, sabemos que se nós estudarmos de verdade as Escrituras, se nós estudarmos de verdade os documentos da Igreja, nós vamos perceber que tudo isso aqui que o senhor está falando é tão somente vapor, não tem consistência real nenhuma. Agradeço a vocês pela paciência de me acompanhar na análise cansativa desse vídeo, mas é aquilo que a gente tem que fazer. Infelizmente, repito, não como ataque, mas como defesa.
Um grande abraço! Deus abençoe.