he [Música] C [Música] [Música] he [Música] [Música] [Música] he hej [Música] [Música] he he C [Música] [Música] [Música] fala rapaziada estamos ao vivo hein mais um fala GL podcast mais um dia vibrando e mais um dia de aula né cara porque hoje né Estamos aqui na presença do professor visacro Eu me recordo acho que foi a última vez que ele teve aqui logo que começou ali aquele conflito lá em em Gaza né Israel ramaz ele deu uma aula cara ele voltou 4000 anos antes foi mais ou menos assim foi isso mesmo tô lembrando tá vendo
tava com saudade cara Professor visaco seja bem-vindo irmão mais uma vez Eu que agradeço a oportunidade de estar aqui mais uma vez para acho que é o quarto bate-papo nosso né maravilha hein quarto bate-papo nosso e hoje a gente vai falar especificamente sobre o lançamento do da minha do meu o mais novo trabalho massacre o teno limite entre o bem e o mal por falar nisso já queria passar suas mãos aqui um kit da editora grifos bom demais PR você de presente raramente fala glob ganh um presente aqui né cara mas chega o dia do
fala glob né cara ó que maravilha irmão e quando tu fala massacre o [ __ ] de to grifo cadê ah [ __ ] glob também tá tá um frango né cara Ó cadê o t no limite entre o bem e o mal cara e nós estamos falando aqui de que cara guerra crime morte qual é a tônica do livro aí cara esse livro fala sobre uso da força Glauber hã uso da força é a forma com que qualquer coletividade com que qualquer sociedade concebe aplica e impõe limites ao uso da violência então e é
um conceito muito amplo né Vai desde da da garantia dos direitos individuais e da imposição da ordem pública no nível comunitário até a conflagração até a guerra entre os estados e esse livro ele aborda eh sobretudo né por meio de estudos de casos eh os crimes de guerra então a grande tônica dele são os crimes de guerra guerras é por acontecem e como evitá-los mas tem muita aplicação também no campo das ciências policiais e eu faço algumas chamadas alguns links importantes alguns Ganchos entre o uso da força pelos militares das Forças Armadas com a atividade
policial sobretudo na América Latina onde o enfrentamento a criminalidade de alta intensidade ela adquire algumas características sobretudo alguns índic de letalidade equivalente à zonas de conflito equivalente à zonas de guerra então é uma leitura que eu acho muito apropriada também para o segmento policial ele aborda o uso da força mas não sobre uma perspectiva legal sobretudo sobre uma perspectiva ética e moral e eu fundamento a argumentação em três grandes estudos de caso o primeiro estudo de caso é a conquista do Oeste na segunda metade do século XIX quando a sociedade nor americano uma sociedade Industrial
fluorescente avança sobre aquelas aqueles espaços ainda ocupados por tribos nômades e seminômades e aquilo vai levar um processo de genocídio sistemático o segundo estudo de caso é um massacre perpetrado pelos pelo por soldados nazistas em dezembro de 1944 em que eles realizam a execução de quase uma centena de prisioneiros norte-americanos e o terceiro estudo de caso é muito emblemático é um massacre que aconteceu em março de 1968 Durante a Guerra do Vietnã famoso massacre de milai em que quase 500 camponeses vietnamitas foram trucidados por soldados norte-americanos Então a partir desses três estudos de caso a
gente faz uma uma análise a gente procura identificar elementos comuns nesses três episódios identificamos os fatores cont Tribu Ines E aí nós conseguimos delinear um um certo padrão de Conduta acho que todo mundo já ouviu falar por exemplo o policial não sai de casa eh para matar né sim mas assim como acidente aéreo essas violações de Conduta no uso da força elas decorrem de fatores contribuintes são fatores que operam de forma cumulativa então é como se fosse um alinhamento de um de um jogo de dominós então Cada pecinha de dominó que vai sendo colocada ali
se você tocar a primeira Faz aquela Reação em Cadeia então é muito importante a gente identificar Quais são esses fatores contribuintes pra gente poder tentar interferir ali é um livro que ficou muito muito bem feito é um livro bem ilustrado com mapas fotografias eh quadros e e e e e figuras para poder eh explicar melhor o conteúdo tem um um um teor muito didático e acho que tá uma leitura muito muito interessante Acho que você vai gostar e a gente vai promover um sorteio um kit desse que você acabou de ganhar a editora grifos Ela
tá também eh ofertando pros ouvintes do fala Glauber Então quem aquele participante aquele colaborador nosso do super chat que fizer primeiro ela mandar um Direct lá pr pra editora grifos no Instagram grifos com 2f eh vai receber um kit igual esse que você recebeu e para quem se interessar o livro já tá disponível no no o site da editora também pelo mesmo preço da promoção o livro A pré-venda foi liberada em dezembro do ano passado e agora o livro tá tá tá disponível mas também na na no intuito de eh contemplar presentear os os seus
pessoal do canal quem adquiriu o livro pela Editora grif vai pagar o preço ali da da da pré-venda preço ou seja um preço com desconto Mas é uma leitura muito bacana acho que é imprescindível principalmente no contexto não só que o mundo vive hoje mas que o próprio Brasil vive hoje né discussão de adpf 635 eh uso de câmera corporal que mais eh eh decreto eh regulamentando o o o o uso da força então é um tema que eu acho que dá bastante atual e e muito importante né muito bom cara bom demais tu tá
falando aí minha cabeça tá trabalhando aqui pros nossos momentos né pensei pô lá em faixa de gaza pensei em Rio de Janeiro não tem como não pensar em Rio de Janeiro mas já que tu deu essa moral aí deixa eu dar destaque aqui pra audiência ó [ __ ] eu gostei dessa capa hein cara bonita hein também né [ __ ] eu tô acostumado a ficar vendo grades assim né cara presídio aí eu vejo uma capa dessa aí né já dá até moral né mas só que no meu caso é bem mais suave do que
o que você tá narrando aqui né cara então é isso Editora grifo vai lá no no Instagram deles e também você pode adquirir o livro lá e no site da editora meu irmão vou deixar Teu livro aqui descansando aqui pra nossa audiência poder ver e vamos começar o nosso papo né cara vamos começar o nosso papo falando aí sobre Pô esse conteúdo e tudo que você pode apresentar pra gente eh do momento que nós vivemos quando tu falas assim de de fatores né Eh que o policial não sai para matar Mas isso pode acontecer assim
como um acidente aéreo né E você quando tem um acidente aéreo tem um conjunto de fatores n nunca é um único problema né Exatamente porque você deveria ter mecanismo né e sistemas de para mitigar né a possibilidade ou para evitar melhor para evitar a possibilidade do acidente quando a gente fala aqui especificamente de da atividade policial você Verê que [ __ ] tem uma Fartura de fatores aí que deixam né a violência e um estado de guerra né Então como que tu pode falar aí tu citou a a dpf 635 eu quero falar de guerra
guerra real igual os estudos de casa aí mas assim Rio de Janeiro em que tese é guerra real cara é complicado n cara porque eu já escutei tanta gente aqui inclusive no podcast falando não não é Guerra Não não é uma situação de guerra mas quero te ouvir então então diga Vamos lá eh problema da atividade policial no Brasil é que ela atinge níveis de intensidade que se equiparam as zonas de conflito e eu acho importante a gente entender o seguinte tem uma frase do professor Marcos Cavalcante da Universidade Federal do Rio de Janeiro que
de ele diz o seguinte nós não vivemos uma era de mudanças pelo contrário nós vivemos uma mudança de era eu te peço desculpa GL é a quarta vez que que a gente tá no programa Então eu não sei se se eu tô repetindo as mesmas coisas ó duas duas coisas para te falar primeiro que eu não consigo lembrar de tudo são vários papos segundo que a nossa audiência é rotativa né Então as pessoas assistem Então fale e narre tudo Como Se Fosse a Primeira Vez com tranquilidade preocupação é não não não não ser muito repetitivo
e ficar preso no lugar comum né mas essa essa fala do professor Marcos Cavalcante é muito interessante ele diz que nós não vivemos uma era de mudanças nós vivemos uma autêntica mudança de era por que que isso e merece a nossa atenção porque quando nós falamos em er de mudanças pressupõe-se um contínuo de transformações sobre o qual nós detemos algum grau de ingerência algum grau de controle mas quando nós falamos mudança de era significa é uma ruptura ou melhor um conjunto de rupturas paradigmáticas que incidem sobre os fundamentos da sociedade então isso coloca a nossa
cultura sobre pressão isso é importante porque a cultura é a principal forma com que cada um de nós entende o mundo e sobretudo encontra encontramos um lugar paraa nossa existência dentro desse mundo então esse ritmo dessas mudanças essa mudança de era ela é tão vamos dizer assim traumática tão impactante que coloca a cultura sob uma pressão muito grande mas Além disso ela torna obsoleta nossos obsoletos nossos pressupostos teóricos e os nossos processos cognitivos cognição é a capacidade que todo ser humano tem tem de transformar informação em conhecimento então Ou seja a forma como a cabeça
nossa funciona então quando a gente pega os nossos pressupostos teóricos ou seja todo aquele arcabouço teórico doutrinário que que nos guia esse isso tende a ficar ultrapassado entende ficar obsoleto então a própria eh tipologia dos conflitos armados elas ela foi desenhada para uma era que está deixando de existir e mas não é só a doutrina militar que se torna obsoleta ou a doutrina policial é a doutrina jurídica também então um dos aspectos que merece muita atenção é que hoje nós nos deparamos a sociedade é confrontada por um tipo de violência que é difícil enquadramento até
mesmo sobre uma perspectiva jurídica então se você pegar os três ramos do direito o direito interno o direito internacional conflitos armados né o o o direito internacional humanitário e o direito internacional dos Direitos Humanos a gente vai observar que existe um um uma lacuna um iato entre esses três ramos do direito obviamente Eles foram concebidos para serem complementares interdependentes mas em termos práticos acaba existindo essa lacuna Então deixa eu tentar traduzir isso numa linguagem mais mais prática mais objetiva eh o direito interno direito interno é AD pela nossa Carta Magna pela constituição a partir dela
em tese derivam todas a as leis que regulam o funcionamento da nossa sociedade então quando um policial eh eh realiza o seu trabalho ele está fazendo aquilo ali sobre sob o guarda-chuva do direito interno sim isso aí não tem dúvida O que que é o direito internacional humanitário direito internacional humanitário nada mais é do que a Lei da Guerra eh com base em direito consuetudinário ou seja por práticas que foram consagradas ao longo do tempo eh foram criando foram sendo criados mecanismos regulatórios diplomas eh institutos jurídicos etc Para que houvesse um regramento dos conflitos armados
então em tese as violações dessa lei da guerra é aquilo que a gente chama vulgarmente de crime de guerra e existe um outro Ramo do direito muito importante que é o direito Inter I dos Direitos Humanos então é vamos vamos falar um pouquinho sobre sobre cada um deles é o direito interno como eu falei o grande eh principal Instituto é a constituição a nossa Constituição a gente precisa entender o contexto histórico que ela foi feita Então ela foi ela ela ela ela foi surge nos anos 80 depois de um período de governos militares um regime
de exceção em que você tinha eh uma concentração de poder muito grande na nas mãos do do executivo e por definição eh isso caracteriza uma ditadura O que que é uma ditadura é quando existe um um desequilíbrio entre os poderes constituintes ou melhor os poderes os poderes constituídos então no caso existia uma grande concentração de poder na mão do executivo então a daquele no período de red democratização do Brasil houve um esforço muito grande do constituinte de criar um sistema de pesos e contrapesos que inibisse a concentração de poder em qualquer um dos três poderes
executivo legislativo e judiciário mas também e mas sobretudo no no no no no executivo tá e Ou seja a grande preocupação da Constituição foi preservar o cidadão dos abusos do Estado então de certa forma o constituinte escreveu a nossa Constituição com o olho no retrovisor Então a nossa constituição a Constituição cidadã com todos os méritos que ela tem ela adquiriu um caráter fortemente eh garantista e no final daquela década 89 91 nós vamos ter o fim da da da guerra fria né o se o declínio né o o o desmoronamento do império soviético isso vai
gerar uma uma transformação geopolítica muito grande no mundo é difícil muito foi muito difícil fazer análises prospectivas né muitos analistas erraram Né desde o do do fim da história ao choque de civilizações eh muitas muitas eh tentativas de fazer de elaborar cenários prospectivos então era realmente muito difícil pro nosso constituinte fazer uma constituição com o olhar no futuro então ela adquiriu essa essa característica excessivamente garantista porque de certa forma o nosso constituinte escreveu a constituição com olhar no retrovisor aí nós vamos pro direito internacional humanitário que é o direito internacional dos conflitos armados os principais
instrumentos do direito internacional humanitário aquilo que vai dar corpo aquilo que vai dar forma ao direito internacional humanitário são e você recebeu aqui o o o o o Frederico Sinelli acho que ele abordou especificamente esse assunto e são as quatro Convenções de Genebra elas são de 49 na verdade as três primeiras Convenções de Genebra elas são anteriores à Segunda Guerra Mundial mas ao final da segunda guerra mundial elas são revistas e é acrescida uma quarta convenção que fala sobre as as vítimas civis da guerra e pouco depois em 77 nós vamos ter dois protocolos adicionais
o protocolo adicional um que fala sobre conflito armado Internacional e o protocolo dois que fala sobre conflito armado não internacional é Obviamente as quatro Convenções de Genebra foram escritas com base na experiência da segunda guerra mundial S Sim né e o protocolo adicional 2 de 77 que ele trata sobre conflito armado no Internacional ele foi feito com base nas guerras de libertação que se seguiram a segunda guerra mundial na Ásia e na África ou seja aquelas guerras civis guerras de independência guerras de libertação nacional é que por exemplo Vietnã Indochina eh eh Argélia eh Angola
Moçambique só que essas guerras terminaram em 75 Então esse protocolo 2 de 77 ele já nasce meio que caduco tá E aí vem o terceiro Ramo do direito ao qual nós estamos nos referindo que é o direito internacional dos Direitos Humanos quando a gente estuda o os direitos humanos a gente vai buscar antecedentes remotos vai falar lá do cilindro de Ciro o grande o da Babilônia que libertou os hebreus do cativeiro né Nós vamos falar sobre a declaração dos do do dos Direitos do Homem do cidadão na Revolução Francesa mas o grande Marco histórico o
grande referencial histórico dos Direitos Humanos foi o holocausto judeu perpetrado pelos nazistas durante a segunda guerra mundial então o direito os direitos humanos eles Ele nasce com a perspectiva de proteger o cidadão dos abusos do seu estado do seu próprio Estado tanto é que alguns doutrinadores advogam que só existe Direitos Humanos na relação entre o estado e seu cidadão então por exemplo se o estado islâmico al-qaida perpetram atrocidades como decapitações mutilações execuções sumárias isso fere outras leis mas não fere os direitos humanos por quê Porque esse esse ramo não é o estado tá então a
gente tem essas três esses trê se Ramos é quando a gente pega determinadas formas de violência aí puxando pra nossa realidade no da América Latina no Brasil e sobretudo no Rio de Janeiro onde ela ganha uma perspectiva muito muito eh vamos dizer assim dramática e a gente observa que esse tipo de violência cai nesse vácuo jurídico Então se um policial recebe um um chamado para atender uma uma uma Lei Marinha da Penha ou o som alto não tem dúvida que ele tá agindo dentro do escopo do direito interno uhum quando a gente pega o conflito
na Ucrânia se nós pegarmos os tanques os soldados a artilharia da Federação rússa e da Ucrânia lá na bacia do donets é não tem dúvida que é direito internacional humanitário né mas quando você pega o tipo de violência que acontece hoje é de forma recorrente na no Rio de Janeiro ele cai justamente nesse ato jurídico quando você não consegue ter um enquadramento legal um enquadramento perfeito então Eh você observa que o policial ele é cobrado administrativamente e juridicamente numa perspectiva do direito interno ele não age e eu não advogo isso porque eu acho que não
não não vai trazer a solução efetiva ele não age com nenhum recurso que o direito internacional humanitário oferece para ele ofereceria para ele e ele é cobrado pelo opinião pública numa perspectiva de direitos humanos então ele como se tivesse dentro desse vácuo jurídico é aquilo que eu chamo de ambientes juridicamente ambíguos e isso é eh é algo que é é é é muito preocupante por quê Porque esse é um desafio para os doutrinadores eles vão se debruçar sobre isso e daqui a 10 20 30 anos eles vão ter uma corrente de pensamento e vão trazer
a resposta as respostas para esses dilemas Só que nesse exato momento existe uma equipe do Bope do Choque da cori eh e eu tô falando de Rio de Janeiro mas isso vale pro Brasil inteiro que na maioria das vezes ela tá operando no direito interno mas do nada ela entra numa situação e um contexto específico que ela cai dentro desse ato jurídico e ela não pode sentar e esperar 10 15 20 30 anos os doutrinadores trazerem a solução é conceitual para aquele dilema deles eles eles precisam trazer uma resposta agora e como é que eles
agem então é importante isso é que eu abordo no livro também que só tratar o uso da força na Perspectiva legal é insuficiente Sim você precisa calcar o uso da força também são três princípios o primeiro da legalidade o segundo o da legitimidade e o terceiro da moralidade Então são basicamente essa e os três os três eh fundamentos em que o o o o o agente responsável pela aplicação da Lei ele vai ter que que que utilizar para operar nesses ambientes ou nesses contextos juridicamente ambíguos a gente eu peguei aqui para mostrar a perspectiva da
doutrina do direito mas eu podia tranquilamente falar sobre eh a doutrina militar então se você pegar eh muitos profissionais das Forças Armadas eles vão trazer para você uma perspectiva muito do conflito armado e que vai refutar categoricamente que o que acontece no Rio de Janeiro hoje é uma uma uma espécie peculiar de conflito armado E aí eu vou trazer duas citações do dran M professor da universidade Nacional de defesa de Washington ele fala o seguinte primeira delas eu acho muito interessante aqueles que estão presos à mentalidade tradicional vão reconhecer como guerras determinados conflitos até que
seja tarde demais esse é é uma citação que eu acho muito interessante e a segunda é que ele fala o seguinte que guerra sem Estado desafiam uma lógica vesf numa alusão à paz de vesf que foi o marco histórico da criação do Estado Moderno né do do do do Estado ves falano e ele então ele diz que guerras sem estad desafiam a lógica vesalio deixam de ser guerras então do mesmo jeito que o operador do direito o magistrado ele pode traz os seus livros de direito e fala assim olha Eh eu não consigo enquadrar Essa
realidade que está na minha frente dentro das minhas páginas E aí ele refuta aquela realidade a mesma coisa acontece com militares a mesma coisa acontece com policiais a mesma coisa acontece com com diplomatas ele fala assim olha só essa realidade agride a minha concepção de mundo com base naquilo que eu estudei naquilo que eu fui formado etc e aí é uma tendência natural de ser humano falar assim não essa realidade ele ele nega a realidade tem até um nome para isso que chama dissonância cognitiva mas o fato é o seguinte é é a nossa visão
de mundo que tem que se adequar à realidade e não o contrário entendo né então o que que acontece hoje no Rio de Janeiro é que você tem um um problema que é extremamente grave extremamente complexo está adquirindo proporções eh dramáticas para todos né paraa população pro policial enfim eh e a gente tenta enquadrar aquilo ali numa perspectiva de segurança pública ou numa perspectiva de segurança e defesa que são conceitos que já não correspondem mais à realidade são insuficientes para não é que o conceito de Segurança Pública agora tem que deixar de existir Não não
é isso só que o conceito de Segurança Pública estrito senso ele já não não já não é capaz de trazer respostas suficientes para esse tipo de de problema que é extremamente complexo irmão quando tu tu fala isso eu fico imaginando Há quanto tempo essa situação já acontece sim para que a gente continue nesse vácuo né sim porque assim no Rio de Janeiro tem a parte orag do Rio de Janeiro mas você citou eh nós temos lá o resbolar nós temos esses esses grupos né né Eh que em outra realidade né com outra cultura eles promovem
também né as os mesmos crimes as mesmas eh coisas sem que tenha né um um amparato jurídico ali para para absorver isso de uma forma que o estado consiga tratar no Rio de Janeiro é muito comum aquele choque social das pessoas e indignadas com o judiciário ou indignadas por aqueles que defendem as questões dos direitos humanos e tal Porque fala pô contra a polícia tem um monte de instrumentos né e a polícia tá combatendo uma violência por absurda e o criminoso não tá cheio de de leis assistencialistas e tal né Principalmente quando o cara tá
preso e aí cara quantos anos Nós já estamos nesse nesse vácuo aí jurídico sem ter o entendimento eu lembrei também do professor nosso querido Major novo né Uhum Professor Leonardo novo né aqui com a gente Major novo que ele fala pô a gente vive pô é um estado de guerra com leis de paz né de tempo de paz é a situação do Rio Exatamente isso Glauber eh quando a gente fala em História eh nós não podemos esquecer que nós recorremos a Marcos referenciais então quando nós pegamos por exemplo a Revolução Francesa o Marco Foi 14
de Julho a data Nacional da França de 1789 que foi a queda da Bastilha mas na verdade a França e a Revolução Francesa foi um processo que começou muito antes da Revolução Francesa e se Estendeu muito muito tempo depois da da da da da queda da pastida né começou muito antes da queda que da batila e se Estendeu por mais tempo então a gente pega a idade média é o período compreendido entre 476 e 1453 isso são referências e quando a gente observa eh quando é que começou isso esse esse desarranjo e a gente talvez
a resposta que eu possa tentar te oferecer de maneira mais objetiva seria após a Segunda Guerra Mundial então começou um processo de de decomposição eh da segunda guerra mundial para cá aquela forma de conflito tradicional de estado contra estado como aquele que nós observamos hoje no leste da Europa ou seja o conflito da Ucrânia e sofreu um um um declínio muito acentuado em quantidade e houve nesse mesmo período uma proliferação incontida de conflitos dirigidos por atores armados não estatais Isso então isso Ah mas isso sempre existiu ao longo da história sem dúvida alguma isso sempre
existiu ao longo da história só que é isso é mais é um sintoma da desse processo de transformação ao qual a gente tá falando então quando a gente pega por exemplo a violência no Rio de Janeiro é as causas delas a a origem dela tá na virada do século XIX pro século XX então de lá para cá é um processo que vem eh se agravando passou pelo um uma fase de gestação depois então a violência do Rio hoje Se a gente for buscar um um um fazer um retrocesso histórico a gente vai parar com facilidade
no final do século X no final do século X então a gente precisa entender esse a história sobre essa perspectiva eh de processos ao longo do tempo tá e não apenas os Marcos tá eh É muito difícil você tentar e hoje com o ritmo das mudanças é isso é um problema maior por o ritmo das mudanças tá muito célere então a doutrina não consegue acompanhar a realidade Então quando você reúne qualquer Campo da atividade humana Ah vamos pensar nisso vamos atualizar isso vamos criar as leis por exemplo para regular eh as mídias sociais ou a
inteligência artificial etc Quando você vê aquela lei já nasce caduca porque aquela realidade já se transformou nunca é olhando para é muito difícil olhar paraa frente né tenta regular o que aconteceu ontem com aquela com com aquele com aquilo com aqueles insumos que você tem hoje mas quando a lei vai entrar em vai ser aplicada ela já tá já nasce caduca Então esse é um Desafio muito grande pra sociedade de uma maneira geral agora quem vive no no no extremo e e e sobretudo é na na Ponta das contradições dessa da da nossa sociedade que
norm normalmente é o policial você é Tem situações que E como eu falei extremas em que ele exigido demais dele ele tem que tomar decisões sem tá com amparo legal compatível etc e muitas vezes os juristas os doutrinadores eles têm esse foco que eu disse ele tá preso naquilo que ele que que ele aprendeu naquela doutrina que foi feita paraa sociedade lá do começo do século XX e ele quer aplicar numa realidade que o policial hoje é totalmente dissonante daquilo que que o que consta nos livros de história é lógico que eu não tô advogando
é jogar o bebê fora para trocar água da da banheira Tá mas o que eu tô chamando atenção é que muitas vezes esse arcabouo teórico ele se torna dissonante da realidade então quando nós vemos a algumas alguns debates jurídicos no e no nível Nacional você vê que eles são impregnados de elementos que são completamente assados da da realidades de de de de algumas realidades porque o Rio de Janeiro vive uma realidade peculiar o as cidades do Nordeste as as metrópoles Nordestinas vivem outro a São Paulo vive outra realidade a região da Fronteira no sul é
uma a região da Fronteira oeste é outra realidade a região da a realidade da da da Fronteira Amazônica é outra então é sempre essa dificuldade de aplicar esses instrumentos regular atrios eh de forma eficaz e justamente por não trazer resultado de vez parar e e ter uma uma abordagem crítica do problema não eh vai insiste ainda na nessas soluções pré-formatadas que não t dado certo então quer regular ainda mais regular ainda mais regular ainda mais e às vezes são ações totalmente dissonantes da realidade por exemplo eh em 2010 se eu não me engano eh foi
Surgiu uma portaria interministerial Ministério da Justiça e secretaria nacional dos Direitos Humanos regulando o uso da força uma portaria muito na época ela chamou atenção foi controvérsia mas assim muito muito bem feita um instrumento muito eficaz para para uso da força depois como eram só uma portaria em 2014 virou lei lei 13 eh 13060 13060 se eu não me engano tá regulando o uso da força e agora em dezembro 23 24 de dezembro de 2021 4 agora na virada do ano veio um decreto decreto 1 2 3 41 regulando a lei 13060 também eh amarrando
mecanismos mais de forma mais detalhada mais minuciosa o uso da força na verdade os três instrumentos eles são quase que redundantes eh Lógico que eles têm o mérito deles trazem algumas algumas contribuições importantes são úteis mas não é a bala de prata não é a panaceia e aquilo contribui muito pouco para orientar o trabalho policial de forma efetiva além daquilo que já existe eu não sei se eu tô sendo Claro não e tudo que você tá falando é o estado fazendo o exercício dele de tentar e diminuir a violência através do seu agente que é
que que é a polícia só que do outro lado o estado não tá com mecanismo nenhum então assim eu me recordo dessa época 2010 2014 foi durante o governo da presidente Dilma 2010 Lula né 14 Dilma e agora 24 novamente Lula então assim sempre com esse olhar da violência estatal da letalidade Policial sempre com esse olhar que a a busca pela solução do conflito da da solução do tráfico de droga das favelas daquela violência ali o estado age com com força excessiva aí você tenta regular o uso da força só que assim eh eu não
sei se doutrinariamente isso é elogiável se tem questões acadêmicas aí bem razoáveis mas assim eu vou fazer o papel da nossa audiência né o papel do do do leiro do não acadêmico cara são bizarrices porque assim o policial tem uma série de normativos uma série de regras ele ele enfrenta uma guerra desigual desleal né o estado não tem mais o monopólio da força né na verdade o estado vai com uma força inferior e o estado ainda continua né continua eh tentando frear ainda mais essa ação estatal porque que tem quando bota nesse combo jurídico aí
de proteção do direito humano de de violência estatal o cara parece que ele é o vilão da história pô quando na verdade você tem no Rio de Janeiro dentro das favelas no nordeste na Bahia até mesmo no sul realidade né de guerras onde você tem armamento de guerra eh terreno de guerra nós vimos aqui no Rio de Janeiro até mesmo um Dr [ __ ] indo na comunidade inimiga e soltando um explosivo daqui a pouco tá tá eles usam barricada P Eles vão botar Minas e o novo Cangaço já faz isso então como é que
é isso é ninguém questiona e a premissa de que o Estado tem que aplicar a força Como eu disse tendo da legalidade dentro da legitimidade dentro da moralidade então todos os instrumentos que o estado dispõe para assegurar que os seus agentes a quem em tese se é outorgado esse essa prerrogativa do uso da força e tenha que agir dentro desses parâmetros Então isso é consenso tá o problema como eu falei anteriormente é que existe uma compreensão milp da realidade então eh a preocupação com os índices crescentes de letalidade de violência etc eles ela ela é
feita sobre uma perspectiva que não só é dissociado da realidade ou seja não conhece os pormenores da da da da realidade eh de de determinados eh pedaços né vamos dizer assim das entranhas da nossa sociedade como também existe uma certa contaminação eh ideológica quando quando a gente trata desse assunto mas sempre que nós tratamos de vidas humanas eu acho que a gente tem que ter uma abordagem excessivamente pragmática o que que funciona porque não adianta gente nós nos perdemos em Abstrações em discutir filosofia teoria etc e isso se reproduzir eh eh eh em mortes de
de de de de de de de cidadãos e morte policial Enfim então a gente tem que estar sempre buscando a solução do problema né não tem discutir ideias adquire um um caráter secundário a gente tem que tratar de soluções e o problema dessas dessa dessa desse tipo de abordagem centrada tão somente na ideia de que o policial é o vilão o policial infrator etc isso é extremamente negativo Então vou trazer aqui um um um um assunto que tem sido recorrente no debate Nacional uso de câmeras uso de câmeras corporais ou uso de de de de
câmeras de combate etc eu par particularmente sou extremamente a favor do uso de câmera a câmera é uma arma imprescindível para ser incorporada no Arsenal do policial não tenho dúvida disso só que o problema é o seguinte a introdução da câmera nas corporações ela tá sendo Concebida a partir do pressuposto de que o policial é um violador de Conduta e que a câmera vai funcionar como um mecanismo de controle externo do policial perfeito mais um mais um mais um Isso tá errado a câmera repito eu defendo extremamente uso da câmera ela é imprescindível trabalho policial
hoje só que ela tem que ser vista como uma arma à disposição mais uma arma à disposição do policial por isso que eu costumo falar ela tem que ser incorporada ao Arsenal do policial e não sendo uma ferramenta de controle externo da atividade policial sim então essa mudança de perspectiva você vê é é um ativo Vamos colocar Vamos colocar assim um ativo extremamente e eu considero imprescindível nos dias de hoje mas que ela tá tendo o papel totalmente subvertido o papel totalmente é contrário Então tá daí a grande polêmica com relação ao uso de câmeras
como é que usa como é que não usa como é que vai e esse essa essa Perspectiva da da da do regramento do uso da força é que é que é fundamental Justamente por isso por conta da da intenção a forma como ela tá sendo implementada a na marra né é uma imposição do Judiciário né uma imposição do Governo Federal onde os estados eles sofrem e sanções né O O ele para ele participar determinadas convênia ele tem que estar enquadrado né e o uso da câmera é um desses eh Isso mostra que a intenção é
punitiva a intenção ela é punitiva pro policial é é é um mecanismo totalmente de controle o que acaba freando atividade policial porque ali por trás tem um homem né que ele tem a discricionaridade então Mita das vezes ele acaba eh se apoderando da discricionaridade dele não agindo por conta da insegurança que aquela aquela imagem produz do contrário seria um baita do instrumento de de produção de provas né de de cadeia de Custódia por processo né de quem cometeu algum ato ilícito e também até como proteção para que o policial atuasse né com com plena e
capacidade de atuação porque ele tá vendo né que ele tem como ó mostrar todos os fatos agora a câmera é imperfeita né porque ela mostra só determinados ângulos né ela não vê o cenário todo né E isso acaba causando também problemas onde pô aqui a câmera tá no peito do cara nessa imagem produze prod nessa cena produz nesse ângulo produz algumas imagens que não vão P mostrar Como foi de Fato né agora eu tenho um exemplo narrado aqui no podcast de um camarada dentro da viatura no comando da viatura Polícia Militar então o comandante ele
fica ali ao lado do motorista e ele a viatura tá passando faz uma abordagem o suspeito fica no campo de visão Total ali e aí numa conversa né eles nem chegam a desembarcar do car da viatura ele começa a verbalizar com o cara transeunte e o cara faz o movimento de sacar uma arma nisso que ele faz o movimento de sacar arma isso tá nítido o policial efetua vários disparos vários né o cara morre é o cara não tinha arma como que esse policial sairia de uma condenação penal se não tivesse essa essas imagens mostrando
exatamente toda essa cena Então nesse caso o cara tá solto em liberdade porque Ficou comprovado né que ele fez uma abordagem o cara ameaçou puxar uma arma não sei que que passava na cabeça daquele sujeito infelizmente uma morte não desejada por ninguém não é um criminoso né mas o policial agiu né Eh dentro da da legislação e e tá solto agora é um instrumento que ele não é perfeito e e ele usado com ânimo de punir o policial que causa toda essa controvérsia Exatamente Essa perspectiva eh reducionista né de querer encarar eh o problema da
violência sob a perspectiva de cerceamento da atividade policial então voltando à câmera você primeiro você falou uma coisa interessante você falou insegurança insegurança jurídica observem que quando eu falei daquele esse ambiente juridicamente ambíguo desse ato jurídico que existe entre o direito interno direito internacional humanitário direito internacional de direitos humanos é justamente o o resultado imediato disso é um ambiente de extrema insegurança jurídica sobretudo pro policial e quando a gente fala de câmera eu eu me referi a câmera como uma arma ser incorporada ao Arsenal do policial nenhuma arma ela é solução para tudo ela é
uma a arma ela oferece alguns isoladamente a arma oferece alguns recursos que dependendo das circunstâncias ela ajuda não é isso e toda vez que você incorpora uma arma nova você necessariamente tem que fazer adaptações Vamos tentar imaginar a polícia até os anos 80 que era dotada de fil de revólver 38 Sim hoje a polícia é dotada de fuzil tem a pistola como arma como segunda arma como arma de backup então Observe como isso impôs uma série de mudanças de procedimentos se eu imaginar agora incorporar por exemplo é uma outra arma uma arma vamos dizer um
calibre maior Ou uma arma eh de emprego coletivo dentro de uma equipe policial isso necessariamente vai impor a necessidade de ajustes de mudanças de procedimentos mudanças de técnicas aperfeiçoamento de técnicas isso é natural com a câmera é a mesma coisa só que a câmera ela vamos dizer perpassa o sistema persecutório Então aquela que o policial gerou ela vai ser utilizada durante uma audiência em um tribunal então do mesmo jeito que o policial tem que ser preparado para utilizar a câmera tem que ser preparado o magistrado também o promotor tem que ser preparado para entender Aquelas
imagens eu não tenho dúvida alguma Se você pegar as imagens de uma uma uma uma intensa troca de tiros que acontece numa comunidade do Rio de Janeiro e você colocar de essas imagens para um juiz ou para um promotor ele não vai entender absolutamente nada porque existe uma ideia muito caricata do que é um combate do que é um enfrentamento fruto dos jogos de videogame e fruto dos filmes de Hollywood Na verdade uma troca de tiro não tem nada daquilo Então quando você coloca aquela imagem um juiz vai olhar F assim cara não vai ter
nem noção do que que tá acontecendo e foi o que você falou de repente aquela imagem ela oferece um ângulo durante um determinado momento Então ela é imperfeita ela não oferece a do quadro todo existe uma série de componentes subjetivos durante durante a ocorrência a série de reações fisiológicas a qual o corpo humano eh está sujeito com com numa situação de de de estresse Então tudo isso tem que ser compreendido aí a gente volta aquilo que nós falamos inicialmente conceber o uso da câmera tão somente como um mecanismo de controle externo da atividade policial além
de ser um subemprego dessa ferramenta é quase que um uma uma forma perversa de cercear ou de de criar constrições ao exercício da atividade policial é e e assim enquanto isso vem acontecendo você tem hoje eh você já tem desde 2010 você citou a portaria que vai né Eh ditar sobre o uso da força né sobre o uso diferenciado da força exatamente e E aí você tem e então isso já é uma forma de controle da atividade né então Ó você só vai atuar nessas condições que inclusive as condições é você só vai efetuar o
disparo quando você sofreu um disparo então assim mu das vezes Pô o policial só tá autorizado a a disparar de forma letal contra o oponente se o cara e efetuar o disparo contra ele e aí agora você ainda tem a câmera e aí aquela questão que tu colocou o criminoso do lado de lá ele quais são o os mecanismos de controle eh a lei ele já não respeita né ele já tá na atividade criminosa ele já tá num estado paralelo E aí do outro lado você acaba tendo que por por responsabilidade ou por falta de
conexão com a realidade você colocam várias mecanismo de 2010 para cá minha pergunta esses mecanismos produzir frutos positivos reduziram a violência conseguiram deixar que que que resultado né paraa sociedade Ô Glauber eh salva o melhor juízo ao estudar esses três dispositivos a lei a portaria 4226 A Lei 13060 e esse esse decreto agora 12341 eh em nenhum momento eu eu tive a interpretação de que o policial precisa ser alvejado para poder responder no final das contas o o o a excludente de ilicitude é a legítima defesa e na definição de legítima defesa você não precisa
esperar ser alvejado tem lá a eminência né mas assim não ser alvejado mas assim tem que ter um disparo ou não não não tem tem que ter a eminência a eminência da da da da de uma injusta agressão a você ou ou terceiro então e isso de certa forma forma e aí é que que vem o problema isso ampara o policial Tá mas hoje nós ficamos o policial fica muito sujeito às interpretações da Lei e o problema a lei sempre ela tem um caráter um componente subjetivo muito grande agora o problema maior é são os
vieses na interpretação da Lei Então já te acho já já já vi magistrado defender justamente o que você tá falando não o policial tem que ser alvejado para depois Não isso não corresponde à real é na verdade eu nem cheguei no alvejado mas assim apenas no despara porque muita das vezes eh não teve um disparo o cara tá armado mas a arma dele não não operou o policial pô é legítima defesa ele consegue enquadrar nisso agora Você tocou num ponto que é muito importante vamos lá é aquilo que no Livro eu chamo de do trunfo
moral e isso é muito importante a gente entender é quando a gente fala de da lei a gente tá falando de um dos componentes do uso da força um dos fundamentos do uso da força é a legalidade os outros dois fundamentos são legitimidade e moralidade vamos falar um pouco de legitimidade legitimidade está associado à percepção que determinados públicos alvo t em relação à necessidade à adequabilidade e a justificativa do uso da força então tem a ver com percepções de públicos alvos Por que públicos alvos porque dificilmente um contingente populacional uma uma população ela é homogênea
então ali dentro você vai ter eh posturas eh ambivalentes então tem gente que você vai colocar eh sentado na televisão é diante da televisão olhando uma operação eh em uma comunidade do rio e vai achar tem gente que vai achar não essa operação foi legítima por causa disso daquilo outro tem gente que vai achar que não é então legitimidade está associada a percepções mas traduzindo de forma muito clara muito objetiva paraa realidade Nossa o que que é legitimidade é o morador sabe distinguir o que é certo do que é errado morador ele vê ou toma
conhecimento de um fato ou testemunha um fato Ele sabe distinguir dentro daquele contexto o que que é o certo o que que é o errado o que que é o bem e o que que é o mal Isso é fundamental Porque toda luta contrator armado não estatal pode ser o ramas pode ser o rebolá pode ser o vietminh pode ser um um uma um grupo armado criminal no Rio de Janeiro é uma luta por legitimidade não é uma luta para saber quem quem matou mais do outro lado não é uma luta para apreender drogas não
é uma luta para apreender armas é uma luta por legitimidade isso é muito importante e algo que as pessoas principalmente os os próprios policiais estão dificuldade muito grande para entender isso então você adotar uma postura que vai fortalecer essa percepção de legitimidade na sua ação é um trunfo moral qual é um dos problemas Quando você agride a legitimidade você atua de forma a comprometer a legitimidade em termos práticos o morador não consegue traçar uma distinção muito clara entre aquilo que foi a ação do agente do estado ou aquilo que foi a ação de um de
um delinquente de um criminoso uhum se essa na cabeça do morador essa forma de atuação ela ela não tá clara a gente tá perdendo ilegitimidade E aí muitas vezes não vale a pena você fazer uma operação é é se torna até contraproducente Pode parecer um paradoxo mas é assim que funciona você pode até fazer uma operação que resultou na apreensão de não sei quantos fuzis não sei quantas pistolas não sei quantos quilos de droga mas se naquela operação você adotou uma conduta que fere legitimidade ou seja o morador não consegue distinguir muito bem Qual é
o lado do bem Qual é o lado do Mal quem é o certo quem é o errado você tá comprometendo a legitimidade essa operação é contraproducente então ISS Esse é um aspecto fundamental que nós precisamos ser treinados para entender isso porque isso varia de acordo com o mas como conseguir isso se daquele lado ali o criminoso ele confunde até né Eh o resultado da operação porque pode ter um efeito colateral produzido por ele que na percepção do morador inclusive assim eh das da da população da população da Imprensa né dos atores ali né Eh que
que acabam formando a opinião e o convencimento que aquilo ali foi por conta da ação estatal né mas aí a gente entra Lembrando que Sem querer puxar muito para pro campo teórico né existe um princípio chamado princípio da polaridade de clus evit é basicamente isso a gente precisa entender que o outro lado não é um ator passivo então quando a gente fala nesses grupos armados criminais no Rio de Janeiro que exercem controle territorial sobre áreas urbanas densamente povoadas eles a ainda que a conduta deles seja baseada no no empirismo mas são décadas de de práticas
de acertos de erros de e de melhores práticas aprendizado enfim eh eles entendem muito bem essa questão da legitimidade e eles exploram isso eu diria até que com maestria Primeiro eles combinam é técnicas de coersão com técnicas de cooptação para poder é moldar a percepção desse público para moldar a percepção desse público e eles eh exploram essa questão da legitimidade da ação policial o tempo todo então quando eles quando existe uma uma operação e eles determinam que a população vá pra rua vá pro asfalto queimar pneu realizar manifestações contr que que ele está reforçando ali
Qual a ideia que ele está lançando Eh vamos diz né na dimensão informacional ele tá lançando a ideia de que aquela legitimidade daquela operação é questionada isso E e essa narrativa trabalhada ao longo de anos nós chegamos ao resultado que enquanto que está ocorrendo uma operação simultaneamente a operação mal mal foi deflagrada mal começou a alguns órgãos de mídia algumas estão naquele momento reverberando aquele discurso que subtrai a legitimidade daquela operação ah escola fechou eh o trabalhador não conseguiu ir pro pro pro serviço então e essa essa manipulação da narrativa ela faz parte dessa disputa
por legitimidade e diga-se de passagem na dimensão informacional esses atores não estatais eles têm tido muito mais êxito muito mais sucesso do que as forças de segurança do Estado tanto é que as forças de segurança do estado elas até vamos dizer assim se sobressai na dimensão física naquele enfrentamento no choque mas quando vai paraa dimensão informacional é a grande e eh é o grande calcanhar de Aquiles das nossas forças de segurança então todo esse esforço de propaganda de construção de narrativas de influenciar a cognição repito cognição nada mais é do que a capacidade que todo
ser humano tem de transformar informação em conhecimento e essa essa formatação da cognição isso tudo tem por objetivo o quê contestar a legitimidade do Estado então isso é fundamental então Sem dúvida alguma eh as forças de segurança Elas têm que agir dentro de parâmetros ou seja ter procedimentos operacionais normas gerais de ação e é protocolos que garantam que elas atuem dentro da lei Mas também dentro do daqueles dois outros Pilares que Eu mencionei a questão da moralidade a questão da legitimidade Então essa questão da legitimidade como eu falei é percepção percepção PR você ser trabalhada
e uma das melhores formas de você trabalhar a percepção é por meio da conduta então numa determinada operação a a o morador consegue distinguir que na ação daquela equipe ela ela vê naquele policial o bem ela vê no policial o correto e vê no criminoso o errado vendo criminoso o mal aí a gente começa a ganhar a guerra Enquanto isso não for Claro na cabeça do morador o que não é porque essas populações elas são historicamente segregadas né então não existia a presença do estado com seu valor social ou seja a o seu compromisso a
sua tarefa de de promoção do bem comum e o que entrava na na na comunidade era tão somente o braço repressivo do estado ou seja a única forma que o estado se manifestava lá ou se manifesta por intermédio da da da da polícia tá isso na cabeça do morador fica é muito confuso porque quando a tia dele fica doente embora tem uma Upa que seja custeada pelo Estado Mas ele pede o socorro para aquele indivíduo que tá de fuzil a tiracolo na esquina da casa dele então quando ele pede para aquele indivíduo para que traga
ambulância etc é o que que tá sendo construído no no no no na na Perspectiva na visão de mundo Dele quem é o certo pô quem é o certo foi o cara que trouxe a ambulância aqui quando a minha tia tava doente então essa questão da legitimidade vai se decompondo então a gente precisa trabalhar isso de uma maneira eh eh sistêmica ou seja desde a conduta do policial na ponta da linha até os esforços informacionais no nível governamental agora é ess essa parte e da informação a parte da comunicação né o papel da Imprensa nisso
aí qual qual é o interesse da Imprensa né e eu tô fazendo perguntas ingênuas né ou perguntas soltas para que a gente tenha uma resposta não posso né vir aqui e e ligar uma coisa na outra mas assim qual é o padrão de comunicação a imprensa sempre narra uma operação da seguinte forma e operação na cidade tal no Rio de Janeiro Complexo da Penha 2000 homens em operação eh confrontos duram tantas horas eh todas as escolas foram fechadas não sei quantas mil crianças sem escola eh um um um jardineiro ou um um jovem ou um
trabalhador foi atingido e até o momento temos sete mortes cara na cabeça do cara a polícia chegou com 2.000 homens causou uma confusão criancinha Não foi paraa escola trabalhador foi atingido e tiveram morte essas mortes pode ser qualquer pessoa né nunca entra o criminoso nunca entra o que ele fez nada então a o retrato E a foto é sempre é mesma sempre a mesma a polícia chegou causou confusão morreu gente não teve escola não teve aula não teve saúde não teve nada com 2.000 homens e a operação encerrou às 11 da manhã ou seja polícia
foi lá fez uma confusão e foi embora e a a manchete a forma como os telejornais transmite é sempre a mesmo impossível ter uma percepção diferente né Eh que o estado é malvado E que esse formato e que essas operações não causam nada aí entendendo o que tu explicou pra gente alo que você tá passando o estado precisa ter mecanismo de mudar essa percepção aí o estado vai com ambulância o estado hoje tem equipes de paramédicos né Mita das vezes o morador é barado o o policial desloca ali por três policiais né porque não adianta
deslocar só um o paramédico vai lá e tem que colocar mais dois ali De repente para fazer a proteção e o estado tenta fazer mecanismo para que essa operação seja bem Aceita né Por mais que ele faça isso se a mídia noticiar somente a parte negativa essa percepção não tem o que o estado faça sem que ele trabalhe junto com a parte informacional mas a parte informacional govern tal ninguém assiste pô ou alguém vai olhar lá o perfil do da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro ninguém assiste ninguém assiste eh eh a não
ser que que a entrevista do do comandante da Polícia seja na Globo ou seja num grande jornal porém ele tem 10 segundos para falar não tem como mudar essa percepção Vamos lá globber eh dá para tirar tirar várias ideias do que você falou Vamos por partes então antes mais nada como eu falei anteriormente nós estamos nos referindo quando mencionamos as operações em em comunidades do Rio de Janeiro nós estamos falando em espaços segregados tá ou seja são espaços que são fisicamente segregados a Avenida vira rua a rua vira Beco Beco a vira Viela Viela Viela
vir beeco tá são eh socialmente segregados são economicamente segregados é uma economia informal que depende sobre maneira da injeção de Capital proveniente de de atividades ilícitas são espaços ambientalmente segregados Então são espaços que sequer tem tem saneamento básico tá ou se tem de forma deficitária mas esses espaços é tradicionalmente eles se ressentem da presença efetiva do Estado ali dentro e quando a gente fala do Estado a gente precisa entender que o Estado Moderno ele tem quatro elementos constitutivos povo finalidade so povo território soberania e finalidade finalidade ou valor social é a razão precípua do estado
ou seja a voltada pro pro pro pra promoção do bem comum essa é a razão pela qual o estado existe o que que é o contrato social contrato social é o seguinte você sociedade me outorga o monopólio da força então eu detenho o monopólio da força dentro de fronteiras políticas formalmente reconhecidas Em contrapartida eu me comprometo com você sociedade a promover o bem comum então quando a gente vai para esses esses espaços segregados é a presença do estado ali dentro historicamente ela é deficiente às vezes até difícil mensurar é pelo fornecimento de serviços básicos isso
é a forma mais mais visível o fato é que o estado ele não consegue promover o bem comum e não raro ele não consegue impor o regramento social ali dentro tá E então essas populações elas estão acostumadas a qual faceta do Estado somente o braço repressivo do Estado então o Estado ingressa ali dentro para realizar uma operação foi o que eu te falei às vezes Quem promove o regramento social ali dentro é o é o é o criminoso é o criminoso tá é ou é um prefiro falar tor não estatal tá bem é um criminoso
tá Às vezes ele revere a a a o banditismo dele com falso apelo social então ele entrega presentes de brinquedos no dia da criança ele entrea entrega chocolate muitas vezes é fruto de de de carga mas ele faz esse trabalho então isso vai moldando a percepção daquela população Então ela se torna suscetível a esse apelo do do do desses grupos armados criminais Esse é um ponto o segundo ponto é que no processo de edificação desses verdadeiros e enclaves de microber ou seja essas áreas não governadas no interior do Estado e no no processo de edificação
dessas áreas eles criam aquilo que é chamado de zonas de silêncio Uhum que que é a zona de silêncio eles Calam as vozes de cidentes Ou seja a forma mais visível disso é você passa num comunidade você pixado no muro X9 vai morrer isso tá Calam as vozes dissidentes e promovem sua narrativa hegemônica então você não ver dentro dessas comunidades ninguém é ousar é se opor se opor abertamente essas essas a essas a esses atores eu faço uma analogia muito simples desde que o ramas perpetrou seus ataques guerrilheiros e terroristas em outubro de 2023 contra
Israel a gente tem ouvido de forma recorrente de que o ramas não representa a população Palestina você ouviu isso várias vezes não é isso você nunca ouviu uma um palestino de dentro de Gaza falar isso porque ali é uma zona de silêncio lá ele não pode falar abertamente É lógico que o ramas também trabalhou a cognição daquela população Então você tem na internet se você der um procurar você vai encontrar vídeos de crianças de terra idade às vezes com 5 anos já ornando as cores e símbolos do ramaz fazendo apologia violência eh antis eh eh
antissemita não porque o árabe é um povo semita também eh antissionista ou ante Israel tá eh então eles criam essa zonas de silêncio onde eles escalam as vozes decidente e promovem a sua narrativa hegemônica isso é um processo tá E existe uma interface ou vamos dizer assim uma interceção disso e e e isso é explorado com muita habilidade eh em determinados vieses ideológicos que existem na sociedade então não é que o o o o o o membro de uma facção criminosa dá aula na universidade mas o membro da facção criminosa sabe calibrar o discurso dele
sabe alinhar o discurso dele com determinados vieses ideológicos que predominam em determinados segmentos da sociedade então Eh recentemente uma uma uma repórter de uma grande emissora de televisão Ela leu um ela um um um editorial sobre uma operação no no no rio era como se ela tivesse lendo um Manifesto de uma facção criminosa aquilo ali Ela deve ter tido acesso por uma moradora ou por um membro de uma associação de moradores ou por algum membro de uma organização não governamental mas esses vamos dizer assim esses atravessadores de narrativa na verdade estavam veiculando a mensagem desejada
por um pelo pelo pelo grupo armado criminal e eles fizeram isso como se fosse uma nota imprensa como é praticamente uma nota imprensa fse um negócio fantástic a gente tem até que tirar o chapéu pra competência deles agora então a gente precisa primeiro entender Olha a guerra na dimensão informacional muito importante e a gente tá perdendo porque uma coisa é eu vou falar nessa palavra acho que é terceira vez já cognição uma coisa é eu trabalhar informação uhum trabalhar informação a gente pode pegar o celular aqui e veicular uma mensagem pode ser verdadeira pode ser
falsa eu posso criar ela vai ter um fluxo eu vou tentar manejar Vou tentar mandar para pros grupos de WhatsApp eu vou tentar eh dar uma uma uma como é que fala lá no no Instagram impulsionar impulsionar tal é isso eu tô gerando uma informação um dado e estou tentando manejar o fluxo agora outra coisa é você conseguir formatar a cognição quando você formata a cognição que é algo que exige muito tempo para você fazer é o resultado também não é efêmero O resultado é de longo prazo porque aqui tudo que informação que aquela pessoa
consumir quando entra no liquidificador dela a cognição dela é pr formatada ela sempre vai te dar aquilo então eh a gente entra muito numa disputa e entra mal e de forma eh insuficiente de forma reativa por exemplo tem uma operação aí acontece alguma coisa e você tem que tentar justificar Porque que a operação foi assim justificar porque que teve tantos mortos justificar isso você tá reagindo tá mas você ainda tá tá circunscrito apenas a uma disputa de narrativa a disputa de narrativa é importante mas ela é inócua se você não tiver também uma disputa ideológica
uma disputa cultural não no seu sentido restritivo mas no sentido Mais amplo da palavra então por exemplo a disputa cultural o funk o funk é uma manifestação cultural legítima tá tem até belas músicas de funk etc só que esses atores armados identificaram naquela naquela força cultural algo que eles poderiam se apropriar Então hoje o baile funk ele funciona não só para vender droga não só para vender muitas vezes produtos e eh eh de roubo derivados do roubo de carga mas sobretudo para fazer Apologia atividade criminal e conferir um estatus social para os membros daqueles daqueles
grupos armados então quando vai no baile funk o sujeito armado ostentando etc ele adquire ali uma certa notoriedade né e promove aquilo que o coronel Mário Sérgio duar ex Comandante Geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro chama de ideologia de Facção Então observa que olha a perspicácia de pegar um movimento cultural legítimo e e capturá-lo para para esse vamos dizer assim para esse esse fim maligno esse fim perverso outra coisa são algumas igrejas eh eh protestantes algumas igrejas evangélicas como aconteceu eh no no complexo de Israel então eh a a religião manifestação
cultural legítima tem um poder muito de influenciação muito grande então você observa eh aquilo que era para ser uma fonte de proselitismo contrário a essa forma de violência Bárbara da legitimidade da legitimidade entendeu Então essa é é uma disputa cultural por exemplo E tem também a disputa ideológica então quando a gente fiz menção anteriormente você pega a a crianças às vezes de 5 anos de idade eh hornada com as cores e símbolos do ramaz proferindo palavras de ódio contra Israel é não é muito diferente do que acontece quando você vê uma criança no no no
na comunidade com uma liguinha de borracha na canela e um e uma caixinha de de todinho presa na canela como se fosse uma tornozeleira eletrônica porque aquilo ali se tornou o referencial para aquela criança então daqui se aquela criança com 5 anos ela tem isso como referencial dela a probabilidade dela chegar com 15 com 20 ou com 25 anos com a percepção do que que é o certo e o errado distorcido na cabeça dela é muito grande é cara e e assim na questão do do funk principalmente não é não satisfaz mais ter só essa
manifestação cultural intra comunidade né ali dentro ele ele tem que expandir isso ao ponto daquela Ali há uma segregação mas esse status ele tem o seu auge Quando você vê setores da sociedade Sim claro frequentando ali e exaltando isso né é do mesmo jeito que você pega a narrativa como a gente falou agora da repórter praticamente lendo o Manifesto de uma facção criminosa e numa grande emissora de televisão você também tem essa essa transcendência da área conflagrada é a a expansão é um processo é uma tendência natural Então quando você pega por exemplo na dimensão
física hoje a gente fala na expansão das das das barricadas isso não é isso então houve um processo uma fase de construção da territorialidade depois da consolidação dessa territorialidade hoje a gente tem a expansão dessa territorialidade isso na dimensão física na dimensão informacional é a mesma coisa primeiro a captura dessa manifestação cal que é o funk aconteceu no nível naquele microcosmo ali na na na na dentro da comunidade Hoje ele já ganhou Eh vamos dizer assim consistência ou robustez suficiente para se projetar para além dos limites da comunidade isso né então assim a gente precisa
entender essas essas essas nuances da da da desse tipo de de de luta porque a gente acha que é uma questão de eh um delinquente que eu vou reprimir a venda da droga avarejo numa numa numa boca de fumo não não é disso que a gente tá falando se você quiser a gente pode até fazer uma retrospectiva aí da evolução dessaa dessa violência no Rio de Janeiro né da do histórico para a gente poder ter uma uma perspectiva um pouco um pouco mais abrangente do do do problema faça isso por favor mas deixa eu te
colocar um elemento que é o seguinte pô eh a gente fica pensando em toda essa estrutura como que isso funciona de forma harmônica né Eh na parte cultural na parte eh de funk religiosa comunicação atividade da venda da substância no valejo eh o entendimento a interpretação jurídica lá no judiciária é difícil né a gente imaginar onde isso começa e e onde isso conecta todos esses atores né porque assim pô Então vamos lá qual o interesse da Imprensa né em defender e dar legitimidade pro tráfico de drogas as pessoas normalmente né vê uma razão na ideologia
política né no pensamento político e também em grandes políticos criminosos poderosos tem esse esse Imaginário popular porque eu acho que o o o popular tem dificuldade de pensar assim não tá bom deixa eu ver se eu entendi um moleque que não teve estudo não tem família não tem pai não tem mãe né vive largado numa favela sem saneamento básico de posse de um armamento usando força e de bondade né para se legitimar naquela comunidade ele ele chega ao poder de dono daquele morro e ele consegue [ __ ] projetar tudo isso e e imaginar que
ele vai criar essa engrenagem não não é assim como é que é isso cara porque tá hoje a gente olha esse retrata tudo conectado né como que isso chegou na direção do jornal que chegou no juiz no magistrado lá na Instância superior na na academia e para desarticular isso hoje é uma uma missão parece impossível precisa entender a natureza do ambiente Então existe um viés chamado viés do espelhamento o que que que que é viés viés é o uso abusivo de heurística o que que é heurística heurística são processos de simplificação mental inerentes ao pensamento
intuitivo então por exemplo eh Nós tomamos dezenas de decisões durante o dia que não não precisam de processo analítico por exemplo se eu vou abrir a porta com a mão direita com a mão esquerda sim você não para diante da porta e fica p será que é melhor eu usar a mão direita ou a mão esquerda não seu cérebro funciona nem se planeja para isso eh Lógico que eu tô dando um exemplo grosseiro mas por exemplo uma roupa que você vai utilizar para uma um evento trivial de manhã lógico quando você vai para um baile
para uma formatura você casamento você quebra a cabeça qual roupa eu vou vestido mas por a roupa que você vai na padaria você não não não pensa sobre isso então a gente o cérebro humano ele funciona pelo menos ele deveria funcionar tentando equilibrar o pensamento analítico e o pensamento intuitivo então o que que são heurísticas são processos de simplificação mental e só que o uso abusivo de heurística nos leva a alguns erros esses erros são chamados vieses e existem uma série de de vieses eh catalogados Ali quem quiser dar um Google e pesquisar sobre isso
vale a pena um desses vieses é o viés de espelhamento que que é o viag espelhamento eu tento projetar no outro aquilo que para mim é um modelo aquilo que para mim é um padrão então volto mais uma vez à frase do professor Marcos Cavalcante nós não vivemos uma era de mudanças vivemos uma autêntica mudança de era o que é algo completamente diferente por quê Porque os nossos as nossas estruturas elas são legadas das sociedades industriais do século XX ou seja são estruturas verticalmente hierarquizadas em Silos estanques se a gente pegar o organograma de uma
de uma universidade o organograma de uma polícia o organograma eh das Forças Armadas eles são assim verticalmente hierarquizados eh São estruturas verticalmente hierarquizadas em Silos estanques mas essas organizações hoje o essas organizações não hoje o ambiente ele é definido por estruturas de redes que dão origens a verdadeiros ecossistemas complexos adaptativos ou seja existe uma multiplicidade muito grande de atores ali dentro e esses vínculos Entre esses atores são instáveis então não existe por por exemplo uma uma vinculação formal entre o a aquela repórter que fez o que leu o manifesto e uma uma uma uma facção
criminosa tá o que existe na verdade são vínculos instáveis então aquele ator influência o partido político que tem seus objetivos que tem conexão com associação dos moradores para fins eleitorais Mas aquela conexão aquela Associação de Moradores também é a porta de entrada da academia o cara quer fazer um trabalho de Mestrado tal então surgem esses vínculos e esses vínculos são estáveis Ou seja a mesma imprensa que de manhã praticamente lê o Manifesto de uma facção criminosa para parar uma operação a mesma organização de mídia à noite já tá com um editorial completamente diferente então esses
vínculos eles são instáveis e voláteis então o grande desafio é você compreender essas dinâmicas de redes e conseguir manejar esses ecossistemas Isso é muito difícil perfeito não é fácil tá então esse é o primeiro entendimento Quais são os atores que compõem esse ambiente mídia academia Associação de Moradores ONG facção a facção B entendeu Ministério Público tal como é que são esses atores como é que são as relações entre eles e essas relações o sistema ele não é estagnado ele é esse é um aspecto e importante que a gente tem que tem que aprender a manejar
entendeu Não sei se eu respondi sua pergunta sim sim perfeito perfeito Então vamos vamos fazer aqui um retrospecto da da questão no Rio de Janeiro a gente a gente tá falando falando assim mas para dar um um um uma contextualização sim eu falei anteriormente que se a gente for fazer um um retrospecto A gente vai voltar na virada do século XIX pro século XX por quê eh algumas comunidades no Rio de Janeiro São remanescentes de quilombos tem até o um livro chamado da favela eh do Quilombo a favela Me desculpe eu não não lembro o
nome do autor ele fala justamente isso eh se a gente pegar a a primeira favela do Rio de Janeiro né que recebeu essa designação foi a favela da Providência ela surgiu salva o melhor juízo com tropas do exército que voltaram da campanha de Canudos né a supressão do Arraial Rebelde de Canudos aquela tropa foi desmobilizada ela não não tinha no primeiro momento para onde ir ficou no morro no morro que f fica ali atrás do do prédio que era o antigo Ministério da guerra e ali ficou aguardando uma Providência perfeito né e recebeu o nome
fala assim isso aqui é a favela Morro da Favela porque é nos nas adjacências do Arraial de Canudos existiam algumas elevações uma das das elevações chamava-se Morro da Favela e como favela numa alusão a a favela de galinha que é uma ortica da Catinga então ao ao olhar aquela aquela aquele aglomerado ali que parecia O Morro da Favela Uhum Então daí o termo favela e e e daí o origem do termo Providência mas Ou seja a gente tá lá na virada do século XIX pro século XX Então a gente vai ter ali a questão dos
muquiço a questão do ordenamento urbano na na na antiga capital do Brasil só que nós vamos chegar nos anos 30 nos anos 40 nos anos 50 com o êxodo rural o processo o início do processo processo de industrialização do Brasil iso na verdade vai se reproduzir na América Latina uma um adensamento nas grandes metrópoles muito grande só que o efeito disso vai ser vai começar a ser sentido verdadeiramente nos anos 60 e 70 então nos anos 60 70 o inchaço Urbano já começa a dar os sinais dele e aí a gente entra na década de
80 década de 80 é uma década muito importante por quê a gente já mencionou anteriormente o o fim dos governos militares o processo de redemocratização do Brasil a constituição cidadã que é uma constituição dada a sua conjuntura histórica é uma uma constituição que adquiriu contornos excessivamente garantistas né com todos os méritos que ela tem e nós vamos ter dois episódios do cenário internacional muito importantes o primeiro deles é o BUM da droga Andina a produção e o comércio de coca vai explodir na Bolívia na Colômbia e no Peru isso vai gerar um barateamento da coca
e a coca vai chegar vai inundar O mercado consumidor brasileiro o Brasil ainda hoje é o segundo maior consumidor mundial de cocaína ele perde para os Estados Unidos é o maior consumidor de craque mas cocaína ele é o segundo então houve uma popularização da cocaína nos anos 80 os anos 80 também vão trazer o fim da guerra fria final 8991 isso é importante por dois motivos Primeiro vai esvaziar O apelo ideológico que existia na na nos movimentos de luta armada latino-americanos eu vou falar disso mais para frente e vai também com o desmantelamento do império
soviético vai ser vai vai proporcionar um incremento muito grande pro tráfico internacional de armas então nos anos 80 aparecem as primeiras armas longas do Rio de Janeiro mas nos anos 90 nos anos 2000 vai ter praticamente aí um um um um processo vão começar a aparecer muito fuzis AK47 isso aí vai se vulgarizar é com relação ao fim a esvaziamento do do apelo ideológico da Guerra Fria isso é importante pelo seguinte se a gente observar a América Latina ela tem ela abriga um paradoxo muito grande a América Latina é ao mesmo tempo a região mais
pacífica e a região mais violenta do mundo ela é mais pacífica porque numa perspectiva mais Ortodoxa mais vamos dizer assim mais vestali eh você tem poucos confrontos entre Estados soberanos no processo de independência na América Latina eh algumas décadas foram necessárias para resolver algumas conformações de Fronteira né algumas décadas de luta mas depois de lá para cá se você olhar você olhar o mapa político latino-americano ele sofreu poucas alterações Então realmente numa perspectiva de conflito armado como acontece na Ucrânia por exemplo a América Latina é diferente da Europa a Europa muda o mapa político dela
a cada 50 anos e toda vez que muda tem uma guerra Me desculpa estúpida e desnecessária como Aquela que existe hoje no leste europeu na América Latina você não tem isso muita gente fala assim a América Latina é a região mais pacífica do mundo só que a América Latina Como eu disse paradoxalmente é a região mais violenta do mundo porque embora ela brigue apenas 88% da população mundial ela é responsável por um índice de 33 A 37% dos homicídios cometidos no planeta as dentre as 50 cidades mais violentas do mundo cara tirando a uma meia
dúzia de cidades se eu não me engano da África do Sul de outos é tudo cidade latino-americana Desculpa aí se eu tá tá falando e a cocaína e a e e esse tá por trás disso esseo aí da droga não a o que se você olhar a história latino-americana ela sempre se caracterizou pela pela luta perene entre ricos e pobres Uhum Então eh se você observar no as nações latino-americanas começaram a a adquirir sua independência América Latina e Caribe eh no começo do século XIX tá E no primeiro momento essas lutas ficaram marcadas pelas disputas
pelas oligarquias locais ó a gente se livrou da Metrópole mas quem é que vai ter o poder aqui local então ficou muito nessas disputas e algumas eh alguma disputa ali alguma rebelião eh camponesa alguma sublevação Popular mas num primeiro momento foi essa disputa de oligarquia no começo do século XX aí os anos 30 Os anos 20 mas mas sobretudo a partir dos anos 30 até os anos 80 nós vamos ter a introdução de um importante componente político ideológico que foi a disseminação do do ideário revolucionário marxista Então nesse período eh ditaduras de direita e governos
eh eh e movimentos revolucionários de esquerda dominaram o panorama político Regional só que com o esvaziamento desse apelo ideológico com o fim da guerra fria é essa luta perene entre ricos e pobres na América Latina ela esvaziada do seu apelo ideológico Ela vai descambar para aquilo que sempre existiu na região pro banditismo né o banditismo puro e o tráfico de armas do norte pro sul e o de drogas do Sul pro norte ele vai fornecer assim uma uma uma capitalização muito grande para esse banditismo enquant um ambiente perfeito al vai encontrar um ambiente perfeito e
outra coisa você vai ter a os impactos da hiperconectividade que vão facilitar muito essas conexões das redes de ilícitos transnacionais então isso vai ser muito importante se você observar por exemplo a Colômbia é muito emblemática Colômbia teve talz o confito é mais longevo da da América Latina que foi lá começou lá nos anos 40 e se arrastou se arrasta até agora né é quando com o declínio dos cartéis de c e medelim os grupos revolucionários de esquerda notadamente exerc libertação nacional e Força Armada revolucionária da Colômbia assim como os grupos eh de extrema direita como
autod defesas Unidas de Colômbia embora tivessem espectros ideológicos opostos elas foram absorvidos pela rentável atividade do tráfico isso então nos anos começo dos anos 2000 já não tinha muito mais o apelo ideológico tava mais centrado no na produção e na venda de cocaína Então essa característica é marcante na América Latina voltando pro Rio de Janeiro você vai ter eh eh nos anos 80 então o processo de redemocratização do Brasil o esvaziamento do apelo ideológico da luta armada você vai ter o BUM da droga Andina que vai vulgarizar o consumo da da cocaína e você vai
ter por outro lado o desmantelamento das estruturas repressivas do Estado né aquele todo aquele arcabouço que o estado dispunha para poder fazer frente aos movimentos eh revolucionários movimentos de luta armada aquilo ali esvaziado com exatamente né praticamente desmantelado E você tem também além do tráfico da da a chegada da droga você vai ter a chegada da arma Então os anos 80 são muito importantes existe essa e essa arma necessária por toda esse esse esse movimento de droga aqui e aí meio que tinha um câmbio né demanda exato a droga em troca da arma ex e
no Rio de Janeiro eh o Rio de Janeiro a gente tem que considerar as suas peculiaridades o Rio de Janeiro tem peculiaridades geográficas por exemplo eh no Rio de Janeiro não existe somente um cinturão de pobreza na periferia da cidade a a existe um contraste muito grande entre o asfalto e o morro né isso as comunidades são encravadas na na A rocinha tá do lado do São Conrado não é isso is eh aspectos culturais aspectos históricos como eu já falei a questão do do dos quilombos etc tal eh não que toda a comunidade seja descendente
de Colombo de Quilombo mas eh algumas delas sim mas enfim tem um outro elemento importante nos anos 80 é a administração do governador Leonel Brisola ele por uma concepção que eh eh Não não deixa de ter o seu certo fundamento ele ele entendia o crescimento da violência não como um problema de segurança mas como um problema social então ele criou limitações paraa atuação da polícia dentro das Comunidades isso de certa forma naquele momento criou condições para territorialização foi um não foi não foi a única causa mas foi um impul a mais paraa territorialização porque como
eu disse nos anos 80 começam a aparecer as primeiras armas longas à disposição desses grupos armados Uhum é ao contrário de outros locais do do Brasil é o o o o lucro proveniente da droga ele não foi utilizado tão somente para para bens de consumo para gastar com mulher bebida comprar imóveis comprar carro comprar lancha não ele deu origem a uma corrida armamentista e essa corrida armamentista ao contrário do que muitos creem não foi para se antepor ao estado foi uma disputa por aquilo que John Sullivan chama disputa pelo Estado paralelo ela era disputa de
de do dono de uma boca com o dono de outra boca às vezes eram da mesma facção mas queriam controlar aquele território então todos esses fatores contribuíram para um avanço da disputa territorial no Rio de Janeiro pois bem hoje o que nós obser aí que nós observamos hoje com com a dpf 635 e e outras iniciativas que visam regular a atividade policial em termos práticos o que a gente observa sobretudo na dpf 635 independente do mérito e eh eh que que tem a iniciativa né a a o teoro humanitário da iniciativa etc eh ele contribuiu
cerceando a capacidade do ingresso da das forças de Segurança Pública nesses nesses territórios ele contribuiu para fortalecer a territorialização daquele daqueles espaços eh importante a gente lembrar que ah o adpf não proibiu a operação policial não ele não proibiu operação policial mas ele limitou as operações policiais a com a situações de talvez me fuja agora o o termo eh que tá texto é absolutamente excepcionais alguma coisa nesse sentido excepcional além além disso aquela um termo vago que contribuiu paraa insegurança jurídica o fato é que eh isso permitiu com que esses grupos que já estavam num
processo de territorialização eh avançassem mais então é importante que a gente quando a gente faz eu poderia fazer essa eh descrever esse processo de territorialização utilizando o exemplo do ramaz por exemplo utilizando o exemplo do resbolar mas é a gente tá contextualizando com a realidade da do Rio de Janeiro é importante lembrar que em outros locais o processo de territorialização foi idêntico sem ter a administração do Brisola sem ter uma dpf 635 tá então esses esses esses eventos eles não são a causa mas eles de certa forma contribuíram impulsiona também acaba impulsionando tá porque você
facilita o controle a presença do não estado naqueles que eu me referi anteriormente espaços segregados né É E esse espaço segregado né o nome já diz né Eh ele com a ausência Total eh do Estado né por já ser um espaço segregado ele assim é ausência total é um exagero mas assim eh o estado ele bota ali um posto de saúde ele bota ali uma creche e só que isso não é o suficiente né então quando você a ordem ali eh não há policiamento ali você não tem de repente um fórum um cartório você não
tem eh ou outra presença do estado que não a mais básica possível que é o seguinte ó estamos botando uma escola básica aqui uma educação uma rede básica de educação e uma rede básica de saúde e ponto né e ponto assim É acho que é o que mais ou menos resume né a situação dessas favelas E aí se se aquele Poder Paralelo se apropria daquilo né ele inibe ainda que o estado vai para lá tem cidades que não eram tão dominadas bairros por exemplo sei lá Bangu que ali você tinha fog al você tinha uma
série de coisa comarcas e tal e depois não tem mais porque o entendendo que aquele lugar é perigoso o poder judiciário tira aquele fó dali e leva pro pra capital né então quando o estado começa a ir não ir mais ele se prepara eando no estado vai ele vai somente com a polícia é se você me permitir eu queria mostrar aqui umas alguns esquemas algumas ilustrações para poder des tem aí mano Valto contigo tem tem sim tem sim então o manoal vai preparar e e vai soltar agora eh eu te eu te falei da cocaína
né aqui na América do Sul e aí você colocou pra gente né que é uma cultura do povo aqui né cara e a cocaína foi só eh o que nós estamos vivendo a ela é da cocaína né acabou aquela questão ideológica política né E aí nós estamos aqui nesse reinado da cocaína que o Brasil além de ser o segundo maior consumidor ele é rubby pra Europa inteira né então continua movimentando e passando tudo por aqui já tem imagem mano volta tenho sim qual qual seria a imagem a primeira da sequência que eu te passei beleza
É isso aí é interessante a gente chamar a atenção para que a gente entenda aquilo que nós chamamos de estado tá só um minuto Mano Valter coloca naquela ilustração assim por gentileza a gente acompanha pela tv e quem tá em casa vai acompanhar Não nessa imagem distante mas numa imagem mais próxima vamos lá é Darc Ribeiro ele falou certa vez algo muito interessante um livro chamado os índios e civilização ele falou o seguinte o que é pátria para um Capitão do exército para um indígena e para um fazendeiro São coisas completamente distintas e tem que
ser porque Pátria por definição é um conceito subjetivo Ou seja é uma abstração tanto é que pra gente criar uma identidade comum a gente recorre aos símbolos nacionais então eu tenho aquela minha concepção de Pátria você tem a sua o Mano Walter tem a dele mas quando a gente vê uma bandeira nacional a gente entra na mesma sintonia quando a gente canta um hino nacional a gente entra na mesma sintonia porque aquele ali aquele ali são símbolos nacionais agora estado não o que é estado para um Capitão do exército para um indígena e para um
fazendeiro É rigorosamente a mesma coisa porque estado é um ente jurídico formalmente reconhecido e aceito no sistema internacional é o que a gente entende por estado Hoje ele surge em meados do século X com o fim da da Guerra dos 30 anos 1648 então nenhum dos dois lados tinha força Foi uma guerra entre católicos e protestantes né então a Europa toda se dividiu ali e no final da Guerra ela chega ao fim não porque um algum contendor venceu chega ao fim porque ninguém mais aguentava lutar três décadas de guerra fome epidemia fal assim ó não
vamos botar um fim nisso e Eles resolveram criar um arranjo político na Europa e aquele para aquele arranjo político funcionar deram ao estado algo que ele não tinha soberania e como eu falei anteriormente soberania nada mais é do que o monopólio da força dentro de fronteiras políticas reconhecidas isso vai fazer com que o Estado Moderno se transformasse na antítese do Estado medieval e o que que é o estado o estado possui quatro elementos constitutivos povo território soberania e finalidade povo e território constituem os elementos materiais sobre os quais o o Estado exerce seu poder de
Império seu poder soberano para que seja efetiva essa soberania precisa de algumas características ela precisa ser absoluta Perpétua inalienável un indivisível imprescindível e exclusiva e ela se reveste de de de legitimidade na medida em que ele tem por objetivo a promoção do bem comum ou seja o valor social do estado a razão pela qual o estado existe quando a gente fala de segurança numa sociedade agrária da Europa do século X a a o próximo manobral por favor a eh a o conceito de segurança ele estava centrado basicamente em proteger de ameaças que vinham de de
outros estados antagônicos ou seja vinham de além além da Fronteira e elas incidiam sobretudo sobre o território porque numa sociedade agrária a riqueza de uma nação está diretamente associada àquilo que a natureza oferece para ela e como aquele território abrigava um certo contingente populacional em menor medida eh ameaça ao povo então desde então a gente observa que a defesa da integridade territorial a inviolabilidade da integridade territorial tem sido o grande casos beles Ou seja a razão pela qual eh tem as guerras né o grande e a o grande juz adbo razão pela qual as nações
travam as guerras justas só que isso é uma perspectiva que vigorou e ainda ainda ela é majoritária agora vamos tentar entender como é que acontece aqui no Rio de Janeiro próximo manoal Ô manu braal desculpa Mano Walter é sempre no bra é o chat vai é delí chat vai delí chat meu irmão rapaz tá rindo aqui do Mano BR sempre falo mano braal sempre confundo cara Mano Walter Mano Walter por é mano braut serve também serve vamos vamos lá então a primeira coisa ali a gente tem os mesmos elementos constitutivos do estado qual é o
grande a grande vulnerabilidade do Estado de certa forma você já falou não é o território mais não é o povo é a finalidade por quê Porque não é só uma questão de atendimento de demandas básicas é o atendimento das não atendimento das expectativas crescentes da população Então você pega por exemplo os países mais pobres do mundo não são mais violentos as regiões mais pobres do Brasil não são as mais violentas se você pega por exemplo o complexo de favelas da Maré salva o melhor juíz ele possui 60 escolas tem muita região no Brasil não vou
nem dizer nem cidade tem muito município no Brasil e olha que no tem municípios no Brasil que às vezes são maiores que países europeus que que não tem o número de escolas que tem a a o comp favelas amaré mas o que que é isso uma segregação social né coloca a escola ali para eles ficarem ali dentro não é mais ou menos cara é é cabeç é o esforço não é o esforço do estado para atender aquela demanda só que embora existam de fato demandas básicas que não são atendidas uma das mais graves é a
questão de saneamento ou ou num sentido Mais amplo a degradação ambiental eh O que que é o grande fator de de de de de catalisador da violência é o não atendimento à expectativas crescentes da população porque o estado é incapaz o estado e a sociedade são incapazes de produzir e distribuir riqueza num ritmo tão célere quanto a população cresce em expectativa Ah eu quero isso eu quero aquilo eu quero aquilo outro Principalmente as legiões de jovens que se sentem obliteradas por sistemas socioeconômicos estagnados Uhum Então ele não tá querendo às vezes ele não tá com
aquela arma ali ou não tem uma re ação social por trás daquilo não tem um não é uma luta por um prato de comida não tem nada a ver com a luta de classes eh não tem atendimento de uma demanda básica às vezes é uma e ele ele ele tem eh expectativas relativas a a um bem de consumo um iPhone é o o boné do jogador de futebol é o carro coisas desse tipo Então e o estado se mostra incapaz de atender aquilo pelo qual ele foi criado então o valor social do estado fica subtraído
isso dá margem para que atores armados não estatais passem a exercer influência direta sobre contingentes populacionais significativos ou seja sobre povo e como aquele povo tá circunscrito dentro de um determinado espaço geográfico ele passa a territorializar aquilo ali Ora se esses atores armados não estatais que possuem vínculos aí observa que ele tá desse lado da Fronteira diferente do do da imagem anterior ele tá desse lado da Fronteira mas ele possui uma seta ali que o liga às redes de ilícitos transnacionais perfeito se ele passa a exercer influência direta sobre o povo e Território que são
os elementos materiais do Estado o que que acontece com a soberania ela deixa de ser absoluta Perpétua inalienável un indivisível imprescindível exclusivo Ou seja a soberania do Estado Deixa de existir então aquilo que eu já falei em diversas ocasiões acredito que aqui também o que a gente observa não é uma disputa para reprimir o tráfico de drogas a varejo não é uma uma disputa para reprimir uma atividade lista ou outra até mesmo porque esses atores hoje T um portfólio extremamente verificado de atividades criminais é uma luta pela sobrevivência do estado e aí entra um conceito
extremamente importante que é o controle competitivo e aqui eu vou explicar o que que é o controle competitivo E aí eu acho que se quiser já pode agora é só uma observação pode esse esse ator aí pequenininho com esse armamento já reproduz o a sociedade atual né que cada vez mais cedo crianças eu vejo um menino eu não vejo um adulto exato eu vejo um menino ali com ar na mão é né cada vez mais isso aí eh tá na mão aí de adolescente que crianças tem um autor norte-americano chamado joffrey dumarest ele tem uma
frase muito interessante ele fala que cri as crianças são as armas secretas da força como é que é as crianças das favelas são as armas secretas das forças anti-estado então assim o o o e essa essa criança aí com AK47 fato de ser uma criança e ser uma AK47 tem essa esse valor eh eh simbólico como como ilustração sim mas vamos explicar agora o que que é o controle competitivo controle competitivo é uma teoria cunhada por um australiano chamado David k killen Esse cara tem vários livros eh escritos a história dele é muito interessante ele
era um oficial do exército australiano e o exército norte--americano durante a a insurgência no Iraque lançou um concurso de redação uma artigo para que técnico versando sobre insurgência e esse cara resolveu participar do concurso mandou um texto só que o texto era tão extraordinário mas tão extraordinário que imediatamente o exército dos Estados Unidos pediu autorização para retirá-lo do concurso e publicar o texto dele distribuindo para todos os oficiais do exército dos Estados Unidos a partir daí esse cara passou a ser tido como uma uma das maiores autoridades em insurgências tem vários trabalhos publicados um deles
chama out of the Mountains eh tem até a a foi publicado agora recentemente em português pela bibliex está no catálogo da bibliex chamado além das montanhas a nova era da Guerrilha Urbana ali nesse livro especificamente ele trata da teoria do controle competitivo o que que é isso teoria do controle competitivo diz o seguinte quem impõe um sistema normativo detém o controle efetivo então o que que acontece esses atores armados no estatais eles combinam técnicas de coersão e cooptação que nós já falamos aqui para agir de forma direta e indireta sobre a população então direta é
quando bate na casa do morador e da ordens etc agora a forma indireta normalmente é mais eficaz ele abre sobre os líderes naturais Líder associaç os líderes das associações de moradores líderes religiosos né figuras proeminentes da Cultura a gente de certa forma já falou isso né na igreja na na no no funk não é isso Associação de Moradores organizações não governamentais então combinando técnicas de coersão e cooptação para agir de forma direta e indireta na população e ele explora eles exploram quatro eixos de esforços principais eu poderia estar falando aqui do resbolar cara poderia estar
falando aqui do ramaz é rigorosamente a mesma coisa tá e o primeiro eix é a imposição do sistema normativo propriamente dito ou seja determina aquilo que pode ser feito e aquilo que não pode ser feito no nível local isso se dá na dimensão humana então é exemplo muito simples é lixo no chão tiro na mão eles impõe um um sistema de Justiça né vulgarmente é conhecido como Tribunal do Tráfico etc é um sistema de Justiça 100% informal é quase sempre extremamente brutal mas ele é ágil previsível crível e eficaz cara é um sistema de Justiça
ágil previsível crível e eficaz tudo que a nossa Justiça não é então quando ele se vale disso se você observar no nível micro é por meio desse sistema de justiça por mais brutal que seja por mais informal que seja ele é um fator determinante para usurpar a legitimidade do Estado porque o justiça é uma demanda social básica se o estado é incapaz de prover aquilo porque a justiça do Estado não é ágil não é previsível não é crível não é eficaz e não é universal Ok o ator que que oferece isso acaba adquirindo a legitimidade
Então esse é um eixo de esforço a imposição do sistema normativo o segundo eixo de esforço é definindo ou redefinindo um padrão de comportamento social e cultur culturalmente aceito então nisso aqui a gente já falou o baile funk a a a igreja evangélica obviamente eu não tô generalizando tá então é lógico que a igreja evangélica eu tô me referindo a alguns casos específicos notadamente O que acontece no complexo Israel sim se a gente tivesse falando de uma insurgência antir radista por exemplo a gente estaria falando da imposição da chará ou ou seja uma interpretação radical
da das leis islâmicas mas a gente contextualizando com a nossa realidade é aquilo que o coronel Mário Sérgio Duarte chama de ideologia de Facção o que na América Latina normalmente é conhecido como narcocultura então isso se dá na dimensão humana e na dimensão informacional e tem um apelo muito grande principalmente pro pro público jovem foi aquilo que eu falei anteriormente né o menino ele não quer ser advogado não quer ser médico ele não quer ser nada ele quer ser traficante ele quer a oportunidade de ingressar na hierarquia do tráfico e a menina quer ser mulher
de traficante s o terceiro eixo de esforço a gente também já falou que é a imposição de zonas de silêncio dentro da qual elas eles Calam as vozes decident e promove a sua narrativa hegemônica isso se dá sobretudo na dimensão informacional e o quarto eixo de esforço Esse é fantástico também é o controle a exploração de recursos locais então é a água a luz o gás a internet e isso é importante por dois motivos principais o primeiro quem controla a água a luz o gás seu e da sua família controla a sua vida então você
praticamente detém o controle da vida daquela pessoa ou daquelas centenas de milhares de pessoas que vivem naquelas áreas urbanas densamente povoadas por meio do controle exploração de recursos e segundo isso amplia sobre a maneira o portfólio das atividades criminais então mesmo em comunidades em que tem um vamos dizer assim um histórico relativamente longin de tráfico de drogas como a Rocinha por exemplo de acordo com com o que foi publicado na grande mídia acerca de alguns anos mais da metade do faturamento da do do dos criminosos da Rocinha não vem mais do tráfico de drogas Então
exploram tudo expl e tem um transporte que vai sendo in transporte exatamente se a gente pegar A FARC por exemplo na Colômbia ela a fark o LN eles cobravam pedágios justamente do naquelas áreas que eles tinham controle aqui na na no no Rio de Janeiro eles controlam o o o a as os próprios é eh próprio sistema de transporte alternativo é é a água é a luz você tem que tá cadastrado lá junto com com o tráfico junto com o poder local né para você poder trabalhar o cara trabalhar de mototax serir dentro da F
exato e hoje já pagar a taxa é hoje hoje eles já não cobram não é nem mais uma questão de extorsão hoje já já transcendeu a a a a a questão da extorsão numa perspectiva mais mais estrito senso hoje eles já cobram taxas tributos então eh a questão da da da das concessionárias a própria telefonia então aqui determina Qual companhia vai operar será aqui dentro que não é destrói ali os ativos ou ou depreda os ativos de tal forma que só uma companhia pode ter pode oferecer o serviço dela dentro dentro daquela área eh já
se fala hoje em em as estruturas logísticas então o morador numa comunidade às vezes não pode fazer um uma compra pela internet porque não no produto não chega eh hoje já se fala em criar centrais de de de de distribuição desses produtos aí vai pagar uma taxa mais eh é mais da metade da da da Luz consumida no Rio de Janeiro ela é furtada então assim eh as próprias concessionárias no Rio de Janeiro elas estão operando assim quase quase no limite elas estão quase entrando em colapso por conta desse desses desses espaços anárquicos que se
converteram em verdadeiros enclaves de microber ou protetorados urbanos Sem Lei a a a concessionárias de energia ainda conseguem sobreviver porque elas elas transferem o o prejuízo parcela desse prejuízo é é uma forma sórdida de redistribuição de renda né para quem paga para quem paga a conta enquanto isso tiver funcionando OK só que isso vai chegar o momento vai ficar caro absurdo que as pessoas não vão pagar ISO Já tá andando batente então assim é é é uma degradação Total daquela vamos dizer assim da das dinâmicas de funcionamento do Estado num primeiro momento dentro desses enclaves
Só que isso está uma proliferação tão grande que já tá comprometendo o funcionamento da cidade como um todo a cidade como organismo vivo que o David k killen chama muito atenção para isso né as cidad são organismos vivos esse organismo já tá praticamente colapsando e é interessante a gente também observar dentro desse contexto da da da teoria do controle competitivo é duas lógicas eh a lógica da adequação e a lógica das consequências ambas dizem respeito à relação entre o ator armado no estatal e a população local sempre lembrando que a população local é um grupo
heterogêneo Principalmente quando a gente trata de de de áreas urbanas dens povoadas que abrigam dezenas ou centenas milhares de milhares de pessoas Então quando você pega o que que é a lógica da adequação é quando o ator não armado não estatal e a população local compartilham um vínculo ident comum por exemplo o Taliban ele avança mais rápido no sul do do Afeganistão por quê Porque ele é de origem étnica pum ele surge nas madraço Paquistão mas ele é de origem pum e ele e o Sul do Afeganistão ele é majoritariamente pum então o Taliban tem
uma penetração maior ali quando a gente pega isso transpõe pra realidade do Rio de Janeiro eh vou usar uma linguagem coloquial aqui bem bem simples Me perdoe mas mas quando o traficante é cria da comunidade a relação [ __ ] te perdoa [ __ ] agora tu tá falando a nossa língua aqui cara [ __ ] eu que te perdoo por você não ter falado isso antes fica à vontade irmão é é essa relação é é mais harmoniosa quando o o o grupo armado ele invade o território essa relação entre entre população e e e
o ator não estatal ela é mais áspera agora o que que é essa lógica da adequação o que que é a lógica das consequências também diz respeito à relação entre o ator armado não estatal e a população civil mas nesse caso é quando eles compartilham um objetivo imediato comum por exemplo eh o o ator não estatal ele quer oferecer a água a luz o gato não é não é isso o morador por outro lado ele prefere não ter que pagar IPTU ele prefere eh Pag luz pagar não pagar a luz etc é lógico que às
vezes é com eh algumas iniciativas contrariam essa lógica por exemplo o gás Hoje é mais caro dentro da comunidade do que no asfalto sim então isso um morador que preferia comprar o gás mais barato isso aí já contraria a lógica das consequências mas tem a contrapartida contra partida do ar condicionado tá ligado ex 24 horas por dia né mas enfim então a gente precisa entender isso e é interessante quando a gente vai falar nessa nessa nessa teoria do controle competitivo isso leva a quê em termos práticos você não tem eh a substituição do Estado isso
leva aquilo que alguns autores chamam de governança alternativa governança criminal agora eu gosto muito de um termo de um termo chamado governança híbrida por que que é híbrida porque você De certa forma já mencionou porque quem coloca a UPA Ali quem paga o profissional de saúde quem o abastecimento de de de de medicamentos quem provê ali a gasolina pr pra ambulância é o estado Só que quem em termos práticos faz a interface da UPA com a comunidade é o é o ator não estatal e até muda a forma de funcionamento até muda a forma de
funcionamento a escola por exemplo ele não quer assumir a escola ele não quer pagar o professor mas ele utiliza a escola principalmente naquela configuração que as escolas têm aqui no o antigo os brisol né os ceps até a a a a o porte dele a localização que normalmente fica no perímetro é utilizado para posto de observação né faz parte do sistema de perímetro de segurança eh eh com as restrições de ingresso da polícia nessas áreas tem sido utilizado como depósito é de armas de drogas então assim eh cria-se uma governança que que que o estado
é paralelo ele não substitui o estado formal então gera essa governança híbrida né só que isso vai erodindo a legitimidade do Estado então Eh esse problema ele é muito é muito grave e quando a gente pega essa essas dinâmicas e e e e leva isso aí é a construção da territorialidade entendo só que hoje a depois de construída a territorialidade vai se formar aquilo que se chama controle territorial armado Ou seja a defesa da territorialidade só que a situação no Rio de Janeiro tá tão degradada que hoje a gente já tá numa fase que é
a expansão da territorialidade então fase um a construção fase dois a consolidação três a expansão qual é o a realidade do Rio de Janeiro hoje é que com a com a consolidação desses desses espaços segregados né desses nichos territoriais é a busca por expansão então por exemplo a a a a a barricada ela já não tá mais dentro da comunidade o que por si só já é inadmissível né a barricada é errado dentro da comunidade assim como fora da comunidade mas hoje a gente vê muita crítica com a barricada tá entrando para dentro do do
do asfalto eh e disputas verdadeiras invasões guerras por territórios e e a natureza dessas dessas disputas no Rio de Janeiro é que transcendem a a compreensão daqueles que nunca testemunharam essa realidade o cara tem como viés do espelhamento o cara que tá Às vezes é um profissional de segurança pública às vezes é um é um é um é um é um é um promotor de justiça às vezes é um magistrado às vezes é um professor eh da academia e a referência que ele tem às vezes é é a realidade de Segurança Pública estrito senso são
aqueles delitos aqueles aquela delinquência comum O que acontece no Rio de Janeiro como a gente observa na na na última operação do do do do das forças de segurança públ no alemão aquilo ali são verdadeiros e eh combates em áreas urbanas combates em áreas urbanas Ah mas não teve a intensidade da Batalha de mossul porque não tinha artilharia porque verdade não tinha aquela intensidade mas o que a gente observa ali são são choques de forças que se valem de técnicas de procedimentos até mesmo de táticas típicas do combate regular então isso foge da realidade quando
eu pego e tento aplicar Aquela minha perspectiva Aquela minha estrutura conceitual que a gente falou no começo seja numa perspectiva jurídica ou seja daquilo que tá na na frieza da lei né da interpretação dos livros de direito ou aquilo que tá Às vezes numa numa nos manuais da da das das próprias Forças Armadas e eu tento aplicar nessa realidade ela não encaixa Sim ela não encaixa e eh foi disseminado amplamente disseminado nas redes sociais imagens eh de de de de muros de casas destruídos pelo volume de fogo e quando a gente fala fogo é não
é fogo de artifício fogo é o conjunto de tiros com determinada finalidade tática o tiro é o lançamento de um projétil a partir do disparo de uma arma de fogo segundo uma trajetória balística fogos é o conjunto de tiros com determinada finalidade tática então a o muro veio abaixo pela quantidade de fogos e pela natureza do calibre Ali era 762 e p50 e a quantidade de pro de estojos de cápsulas eh vazias no chão e aquelas aquilo ali era uma posição que anteriormente foi defendida por aqueles grupos e até um determinado momento em que eles
não conseguiram manter mais aquela posição eles retraíram e e de uma nova posição eles começaram a bater por fogos aquela posição que foi tomada pela polícia e vai naquela nessa nessa nessa forma de trocar espaço por tempo então até porque eles sabiam daquela estrutura ali como um grande instrumento de defesa de posição quando a polícia avanç Tom aquele aquele espaço eles têm que derrubar aquilo para deixar a polícia vulnerável também e assim eh então você observa que essa a a natureza desses confrontos transcende completamente a compreensão de quem nunca testemunhou de quem nunca viu aquilo
a questão das barricadas as barricadas são obstáculos artificiais construídos para impedir né o movimento especificamente de de de de viaturas blindadas que obrigam a Tropa que tá embarcada a desembarcar e elas ficam expostas pela própria definição de barricada expostas ao fogo de uma posição na verdade a barricada é o obstáculo e eles ficam sup eh eh eh para para desmontar aquela aquela estrutura ficam vulneráveis à aos fogos que partem de uma posição barricada previamente construída que são a a chamado vulgarmente das seteiras Uhum Então Ah tem que criar protocolo é lógico que tem que criar
protocolo Eu particularmente eu não conheço um policial do Rio de Janeiro que seja contrário o o uso de protocolos ou o aperfeiçoamento de protocolos O problema é que tipo de protocolo para qual realidade então não adianta eu pegar um protocolo que é adequado lá para Scotland em Londres eu preciso de um protocolo que seja compatível com a realidade do Rio de Janeiro qual é o protocolo para transpor uma barricada O que que tem que ser feito a viatura para a qual distância é é é legítimo identificar de onde tá vindo a a seteira que tá
batendo por fogo como é que o desembarque como é que identifica como é que responde ao fogo então protocolo tem que ser para essa realidade a a dificuldade tem coisas aqui no Rio de Janeiro que são triviais e são impressionantes Ah tem que fazer perícia É lógico tem que fazer perícia a perícia ela ela é Ela garante ela ofere legitimidade e segurança jurídica pro operador primário do direito que é o policial só que muitas vezes não tem como você você fazer a perícia porque a área tá sob fogo e se você deixar aquela área ela
vai ser a cena vai ser modificada por si própria e Os Protocolos de atuação dos do Esquadrão antibombas que são eh São universais você não consegue aplicar aqui no Rio de Janeiro você não tem como consegue isolar a área você não consegue ver o o policial do Esquadrão ante bomba da Polícia Civil por exemplo utilizando aquelas roupas eh aquelas roupas de proteção porque normalmente ele tem que fazer a desativação do artefato explosivo sobre fogo isso então assim é protocolos são necessários eu não conheço nenhum policial do Rio de Janeiro que advogue o contrário O problema
é que eles precisam ser protocolos adequados paraa realidade do Rio de Janeiro que é completamente diferente de de qualquer outro lugar do mundo exceto zonas conflito sim e um protocolo que coloque eh o estado e a polícia em condições de atuar porque tem muito protocolo que é restritivo exato e você acaba eh impedindo que haja uma atuação ali né Eh nós começamos esse esse trecho da conversa explicando a origem né Uhum eh aqui do Rio de Janeiro e tal e você falou da questão dos morros aí você citou a providência né o problema é é
que assim o estado pela sua dificuldade né E por outros problemas eh ele vai permitindo um ambiente perfeito para que esses territórios né sejam dominados o morro lá da Providência se a providência viesse eles não teriam né se tornado na favela da Providência exatamente né E aí quando quando você tem uma cidade que tem a geografia igual do Rio de Janeiro você citou sobre o cinturão periférico né você pega Brasília acho que é é o exemplo que eu melhor consigo exemplificar aqui você tem ali [ __ ] o Plano Piloto o Plano Piloto cercadinho Tranquilão
não tem nada não tem morro não tem nada né É só tem uma população de rua que crescente e numa condição bem É mas assim eh tu não tem esse domínio territorial você não tem essa violência né de arma e tal e aí Você tem toda aquela aquela região administrativa eles chamam po cidade satélite Cidade Satélite e a violência tá lá cara eu que sou de fora de Brasília saio do Rio e vou para lá nunca saí pra cidade de satélite não precisa né nunca vi violência nunca vi violência em Brasília agora aqui no rio
o Morro da Providência é no centro da cidade na zona Porto ara amarel Complexo da Maré Ué o Complexo da Maré iden E aí você citou rocinha rocinha e são conrada eí no Leblon tem o vidgal e o Complexo da Maré É ele é ele é a junção da Brasil linha vermelha e amarela as três principais artérias de circulação da cidade e é e aí você tem né Eh esse ambiente né que o estado não atende tu chamou de necessidade básica não tem necessidade básica expectativas crescentes expectativa crescente é E aí ele começa a de
fato a ter ali uma influência um governo híbrido exato porque o estado uma governança híbrida porque o estado ele não quer ele não quer também chocar e quebrar essa governança híbrida por exemplo energia elétrica a rede de energia elétrica a infraestrutura toda foi colocada ali de forma estatal né uma concessão né E tá toda a rede lá o estado podia simplesmente desgar a rede de energia dali aquela comunidade ia ficar apagada ia ficar apagada que que vai acontecer ali na governança híbrida vão tacar o fogo ali né vai criar uma atmosfera absurda e o estado
não vai ter como controlar então ele não pode sequer incomodar essa governança aí híbrida ele joga na margem onde ele consegue de tempo em tempo ele manda a polícia e depois ele recua agora Ah não tão pagando energia não tô desejando isso para nenhum morador de comunidade beleza antes que né todoo mundo mano volta já falou [ __ ] eu vou ter que pagar energia [ __ ] aí tu quer me [ __ ] né glob essa energia é sacanagem mas assim se o estado quisesse se desarticular isso ele desligava [ __ ] no botão
ele deixa aquela comunidade ali apagada até que paga energia mas ele não tem condições de fazer isso é teve uma fala que eu achei muito interessante do Secretário de Segurança aqui do Rio é atual isso ele falou ele foi muito muito honesto ele disse o seguinte que a ocupação territorial né as operações de ocupação territorial elas não deram certo e elas não são uma alternativa porque o estado não tem fôlego E aí eu queria explorar isso acho que vai ao encontro do que você tá falando primeiro ele está correto ao falar que as operações de
ocupação não deram certo e aí a gente tem algumas e o a própria política de Ups nós tivemos algumas ocupações eh protagonizadas pelas Forças Armadas 2 anos de ocupação do Alemão 15 meses de ocupação da Maré então mas é preciso olhar com com com uma perspectiva muito crítica o por que essas ocupações não deram certo o por que que essas ocupações não deram certos porque eu acho temerário a gente chegar e falar assim não já tentamos ocupação e ocupação não funcionou então descarta ocupação É isso é até perigoso porque as alternativas que que surgem elas
não logram êxito por diferentes motivos e quando a gente assume essa essa postura Olha já tentamos isso aqui não funcionou já tentamos isso aqui não funcionou ISS você vai gerando um ambiente de extrema é ausência de esperança porque você não encontra a solução porque tudo já foi tentado e nada funcionou então por exemplo se a gente capacidade também se a gente olhar pro no na atrasa por exemplo projetos de reassentamento ou de reordenamento Urbano também já foi tentado e não funcionou Mas então a gente precisa analisar Favela Bar analisar exatamente Opa o que que aconteceu
aqui que não funcionou Por que que isso aqui não foi pra frente Esse é um ponto tá mas ele não tá errado as iniciativas de ocupação até o momento não deram certo tá esse é um ponto mas repito para não ser mal compreendido a gente tem que analisar com objetividade e muito pragmatismo as causas pelas quais esses essas iniciativas de ocupação não funcionário o segundo é quando ele admite que o estado não tem fôlego isso isso ele não está errado mas isso é um problema e aí eu volto à aquela figura dos elementos constitutivos do
Estado Ele tá dizendo que o estado não tem fôlego para promover o bem comum razão pela qual o estado existe se o estado não tem fôlego para fazer aquilo para que que ele existe então o Estado Esse é um problema esse é um dilema que o Estado tem que encontrar solução ele tá certo o est o Rio de Janeiro é uma é considerado uma a cidade deve ter uma população emem torno só na só na na Cidade do Rio de Janeiro propriamente dita em torno de 10 milhões de habitantes eh é Um Desafio hercúleo principalmente
no estado que tem as contas desequilibradas é um estado que tem um histórico quase que endêmico de corrupção né mas enfim mas é o estado precisa encontrar uma solução para isso porque eu repito assim não é uma crítica a fala do do do Secretário de Segurança não a Achei que ele foi muito corajoso e até sóbrio na no comentário dele mas a gente precisa entender isso o estado não ter fôlego Para retomar o território porque se a gente parar e observar a questão do Rio de Janeiro ela gira muito em torno das disputas territoriais até
por um ponto de venda de marmita numa esquina né me valendo aí parafraseando o o Rodrigo Pimentel ele fala isso então tudo no Rio de Janeiro acaba se transformando numa disputa pelo pelo controle territorial quando a gente fala nós falamos toda essa questão da da construção dessas dessas dessa territorialidade teoria do controle competitivo a gente falou na construção expansão expansão e construção consolidação e expansão do controle territorial e essa é a causa da da violência no rio transbordar quando a gente pega lá nos anos 80 e e a chegada da arma longa no rio ela
tá associada ao controle territorial então é um processo que vai se agravando é década após década então eu particularmente eu não vejo solução que não passe pela retomada do território Mas isso não acontece da noite pro dia quando a gente fez o retrospecto aqui a gente voltou lá na virada do século XIX pro século XX problema é que nosso Horizonte político é de 4 anos ou 8 anos conforme a eleição não tem como você fazer planejamento político estratégico com um ciclo de qu 8 anos para para fazer frente a um problema que tem mais de
século de de existência a gente tá falando de pelo menos 130 anos mas eu não vejo opinião pessoal eu não vejo solução que não passe pela retomada sistêmica do território que que é o controle sistêmico do território e aí já vai uma uma uma uma associação de Por que o as ocupações não funcionaram porque elas se limitam à ocupação militar e policial na dimensão física não existe um esforço na dimensão humana e aí numa perspectiva social econômica e de uma perspectiva informacional a gente já falou de controle da narrativa controle ideológico controle eh cultural né
não existe esse esforço então a gente precisa revisitar né ou reinterpretar o conceito de controle territorial e ter estratégias para retomada Porque é importante você atacar a as a as estruturas financeiras e logísticas dessas das organizações você é importante você descapitalizar é importante você inibir o tráfico de armas etc mas vamos supor que você consiga fazer tudo isso se você conseguir eh acabar com tráfico de droga acabar com tráfico de arma qualquer coisa assim você ainda vai ainda assim você vai ter esses atores exercendo o controle territorial com com facão ou com com Machete etc
é lógico que isso vai alterar o equilíbrio da luta mas o fato é que você vai ter eh ainda assim você não removeu as causas estruturais do problema você vai ter o esses grupos desafiando o controle estatal sobre o território então eu não vejo por onde eh eh aid deicar do esforço de retomada do controle territorial agora e você citou que na Maré tem em torno de 60 escolas foi D deram 60 escolas né então assim 60 escolas considerando ali que se lá cada escola deve movimentar ali pelo menos uns uns 30 funcionários aí do
Estado né professores inspetores pelo menos né até muito mais que isso então você vê a quantidade de efetivo do Estado ali para preencher essas ex das escolas aí quando você vai pra saúde né você tem ali as upas as upas unidades ali de saúde você também ter uma presença do estado né em vários funcionários do Estado ainda que muitas vezes o estado terceirize esse serviço né sim mas quando você vai pra questão da ordem daquele ordenamento para que você tenha ali uma imposição do do trato social coletivo né que é a questão da da da
reg do regramento Social o estado não tá lá não tá então essa ausência do Estado eh permitiu que um ator paralelo assumisse essa função né E aí voltando lá à história do da governança híbrida e agora o fôlego que precisaria ter para tirar esses atores de lá é imenso né teve um estudo que falou algo em torno de 50.000 né Eh membros de facção criminosa 56.000 algo algo nesse sentido e de fato realmente né como que você vai ter fôlego né é maior do que o efetivo policial no Rio de Janeiro isso já torna o
a solução eh uma solução que foge as forças e a capacidade do Estado do Rio de Janeiro fazer sozinho precisaria ter uma participação Federal participação de outros estados agora eh a população tem certeza disso né se se se a se se o secretário foi corajoso em falar isso a população já sabe disso há muito tempo e junto com com esse esse exemplo né E essa esse desejo de uma solução padrão é o salvador surge essa crescente que [ __ ] precisa de um estado forte do estado que coloque ordem não tem outro meio senão a
força senão você cortar o mal Ali pela raiz de forma assim rápida né e é muito comum né na internet até nas ruas as pessoas começarem a falar desse Case aí de sucesso né ou não quia a tua opinião do padrão é o Salvador né o padrão buqu de solução né que tudo bem é é um país pequeno e tal que que você consegue eh falar pra gente em relação a isso vamos lá só fazero um gancho aqui para eu não esquecer tem uma frase de um um personagem muito controverso da Guerra do Vietnã o
John povan ele fala o seguinte que segurança pode ser 10% do problema ou 20% ou 90% do problema de qualquer maneira ela corresponde aos primeiros 10% ou aos primeiros 30% do problema então Eh tudo passa pelo resgate da segurança e quando a gente fala a forma como com a qual esses atores armados não estatais eh edificam esse esses enclaves microber ania sobretudo como eles impõem o sistema normativo é por meio de uma combinação de coersão e cooptação a vantagem competitiva que eles têm sobre o estado é que eles têm uma flexibilidade uma liberdade de ação
muito maior para combinar coersão e cooptação então por exemplo tem até um vídeo interessante sobre isso se tem uma Eh vamos dizer assim um grupo de mulheres brigando numa birosca da esquina a polícia por razões óbvias ela age com uma série de de de cautelas ela segue protocolos para Pod dar fim Aquela aquele tumulto um agente armado é não estatal não ele chega ali com seu fuzil a tiracolo dá chute em todo mundo e resolve aquilo ali então essa capacidade de combinar co ação e cooptação de forma mais flexível é uma vantagem competitiva para esses
atores mas o estado precisa entender isso também que ele precisa conseguir combinar com ação com citação então não é só o braço repressivo do Estado uma outra coisa interessante a gente também tem que fugir do discurso comum por que que eu falei essa essa citação do John povan que 10 que segurança é 10% do problema ou 90% do problema de qualquer maneira representa os primeiros 10% ou os primeiros 90% sem segurança tudo que a gente fizer vai ser inócuo Voltando às escolas da Maré por exemplo é lógico que a construção das escolas é importante é
lógico só que eh quando a criança chega diante do portão da escola ela olha pra esquina e do outro lado da esquina existe uma pessoa com um fuzil a tiracolo e tudo que a p a criança vai vai conseguir ou tudo aquilo que ela almeja por meio de 10 20 30 anos de esforço dentro um atrás de uma de um banco escolar eh a dificuldade para ingressar no mercado de trabalho a dificuldade para poder passar um concurso tudo aquilo que ela almeja ela olha pra esquina tem um cara com fuzil ela fala assim pô se
eu colocar aquele fuzil no meu ombro da noite pro dia eu vou ter tudo aquilo que eu quero reconhecimento social eu vou ter a menina que eu quero eu vou ter o status Enfim então não basta apenas eu construir a escola Uhum que a que é a cooptação eu tenho que ter o braço coercitivo eu tenho que ter a coação eu tenho que tirar aquele cara armado da esquina Então eu preciso entender combinar isso isso mudar o referencial com relação às políticas de enfrentamento a grupos armados sejam ele criminais ou qualquer outra forma de insurgência
existe uma tendência que ela se repete ao longo da história que é quando a gente chega a sociedade ela chega no no limite daquilo que ela aguenta que ela suporta ela passa a apoiar eh mais assertivas então ela está disposta num primeiro momento a pagar aquelo o imposto mais caro para poder ter investimento nas Forças de Segurança Pública ela está disposta a abrir mão de certas garantias em prol da segurança algumas garantias individuais em prol da segurança porque ela chegou no no seu limite só que a partir do momento em que essa política começa apresentar
seus primeiros resultados ou seja abaixar os índices de de de de violência promover um ambiente mais estável etc essas políticas que são normalmente dispendiosas onerosas e impopulares elas tendem a ser abandonadas por determinados grupos de interesse na sociedade então eu não não tenho acompanhado de perto o caso de El Salvador mas a gente precisa ter essa preocupação porque com certeza a sociedade salvadorenha atingiu o seu limite né eu tive até oportunidade de de de de visitar El Salvador realmente um país pequeno o pessoal chama de país 45 minutos porque a partir da Capital em 45
minutos você tá em qualquer ponto do país Um país que tinha uma situação de segurança eh bem degradada então a sociedade salvadorenha atingiu seu seu seu limite aí ela tá disposta a acompanhar medidas eh políticas públicas mais mais firmes mais restritivas mais impopulares a questão é se ela vai ter ímpeto para manter essas medidas até que ela se torne que ela chegue a um ponto de não retorno ou seja de eficácia decisiva ou se vai levar até um determinado momento e vai começar a flexibilizar essas medidas antes de terem consolidado os ganhos eu não não
sei se eu tô sendo se eu tô sendo Claro nesse sentido se eu entendi que assim a gente o brasileiro e principalmente o carioca ele tá anestesiado né ele já se acostumou a viver nesse estado de violência e aqui no no no Rio de Janeiro ele faz até parte da cultura é até divertido ele se diverte com isso né e ele vai narrando você tem vários vídeos na internet e a gente mesmo acaba fazendo isso assim sem perceber né então ele tá anestesiado Total ele não chegou no limite ele não tá no limite ele suporta
violência né O que você tá me dizendo a morte de policial quase toda semana morre um policial no rio o pessoal não tá nem aí cara não muda nada cara é assim nada é um estado de bizarr que transcende qualquer racionalidade então a cada toda semana morre um policial mas todo dia né e agora dado recente 200 roubos de carros em um dia né até um pouco mais do que 200 eh e ele também tá convivendo no dia seguinte ele dá um jeito de comprar outro carro tem seguro entra no financiamento roubo de celular é
violência de todos os tipos é disputa territorial pra venda da marmita é disputa territorial no espaço dentro de um de um trem e briga e cai na pancada então o carioca aprendeu viver nesse caos mas ele não tá no limite cabe mais ainda E aí quando você pega é o salvador que você tá me dizendo assim e para resolver tem que ter medidas rígidas né E que vai tirar o direitos do da população você vai ter que apertar a população por exemplo que que a população do Rio prefere continuar do jeito que tá ou medidas
do tipo a partir de 10 horas todo mundo dentro de casa ninguém vai pra rua ou não pode mais consumir bebida alcoólica a partir de 10 horas você vai pra população norte-americana Ok não 9 horas da Rua 9 horas da noite na rua bebendo não tem isso aqui não pô compra tua cerveja bota na mala do carro e bebe em casa então ele vai preferir ficar do jeito que tá curtio a vida no meio da confusão mas ele não quer uma solução rígida uma solução com imposição e de força e cerceamento de direito do que
ele entende como Vital para ele agora pode ser que é o Salvador a população de lá daqu a três 4 5 anos já comece a não querer mais isso e vai pra praça reclamar e protestar porque ela já costumou e falou assim não pô o o o Estado Tá tudo sob controle eu quero voltar a ter a Minha Vida Diante né E nessa de voltar a ter vida adiante o ganho não é ainda consolidado consolidado E aí volta tudo é Esse é esse é um risco se a gente observa as campanhas de contra insurgência ao
longo da história a gente observa isso é as insurgências né Ou seja a a os conflitos irregulares aqueles conflitos que são dirigidos por atores armados não estatais Eles são um estorvo sobretudo paraas democracias por quê se você pega um conflito como Rússia e Ucrânia é não vai acontecer mas se o presidente excelens e o presidente Putin resolverem sentar na mesa e acabar o conflito ele acaba de hoje para amanhã agora a os conflitos regulares não porque eles decorrem não apenas eles não são fruto frutos de querelas políticas entre os governantes eles têm causas culturais causas
históricas causas socioeconômicas ou seja causas estruturais mais complexas que você não consegue resolver da noite pro dia nem tamp pouco resolver aplicando só o o o o o poderio bélico convencional Então é por esse motivo as insurgências elas são uma um verdadeiro estorvo para as democracias isso e quando a gente trata desse tipo de violência no Brasil aí a gente você chamou atenção para alguns aspectos culturais eh do próprio carioca isso é importante com relação ao roubo de carro aquela essa onda de roubo de carros que chegou a 200 num dia né se eu não
800 se eu não me engano em trana se sáb domingo sexta sábado domingo né 800 é isso foi uma uma ofensiva orquestrada né uma espécie de resposta a a aos esforços que a Secretaria de Segurança Pública vem fazendo de operações de voo e sistemáticas né e continuadas para tentar impactar aquilo que salva o melhor juízo a a própria Cúpula da Segurança Pública do Rio de Janeiro se referiu como asfixiar a economia do tráfico eh Então foi uma espécie de resposta né de contramedida ao a esse volume de operações que tem acontecido no no Rio de
Janeiro mas o que não fez com que a população fosse cobrado o governador fosse cobrado o estado ou se revoltasse por isso com assimilou né assou assimilou numa boa e esse noticiário né isso essa semana tomou conta do noticiário aqui no Rio beleza Elis é assistir [ __ ] então tá vendo culpa da polícia que fez a operação exato É e o efeito não é [ __ ] Car traficante [ __ ] então quer dizer que eu perdi o meu carro porque o comando vermelho mandou ir pra Rua roubar não por o raciocínio dele a
cognição dele é o quê [ __ ] é tá vendo só só o fato o fato de você ter Eu repito a gente volta naquela naquelas figuras ali apoiadas na teoria geral do estado é o seguinte cara eh o um dos fundamentos do estado moderno é que o estado detém o monopólio do uso da força então se você vai para uma operação e tem um enfrentamento é é a culpa já é do do do do ator não estatal Então se tem um enfrentamento e o o o por exemplo existe uma uma uma vítima um dano
colateral uma bala perdida etc Ah mas a arma a a o projétil saiu da arma do policial cara não interessa a culpa tem que recair é lógico que você vai ter a investigação do homicídio É lógico que você vai apontar a causa é lógico que você vai ver se se a conduta do policial tá respaldada dentro de protocolo dentro da legítima defesa dentro do Estado de necessidade dentro do distrito cumprimento dever legal é lógico que vai ter tudo isso mas se houve um enfrent e a população ficou sobre fogo cara a responsabilidade tem que recair
não sobre o estado mas sobre a força anti-estado que ousa desafiar o monopólio da força esse esse é o a regra básica do contrato social que tá sendo rasgado e tá sendo e tá levando o estado a renegociar as condições de sua existência isso isso é é importante a gente a gente destacar isso entendeu GL como é que tá o chat aí cara como é que tá sim cara eu escuto aqui a palavra aula né escuto não né leio a palavra aula Fala aí man tu falar melhor que eu você escuta a palavra aula aula
aula isso alga o tempo todo cara agora tem o seguinte né vocabulário riquíssimo mas assim né ninguém entende eu tô tentando F eu tô tentando eu tô tentando aqui [ __ ] né e jogar um pouco mais aqui pro Popular ô não é que ninguém entende eu ri porque [ __ ] na nossa intimidade aí e eu não [ __ ] perder a oportunidade de brincar contigo mas tá muito bom cara muito bom mesmo eh o nosso público quando ele te vê ele anseia por geopolítica também né e o assunto tá eh magnífico assim problemas
porque assim a gente fala muito sobre o problema de Segurança Pública problema do Rio de Janeiro e falta falta de fato a gente ter papos como esse cara assim papos [ __ ] acadêmicos papos que vão mostrar até para essas autoridades pro interpretador da lei que eh com mais profundeza né então isso é muito bom você tá aqui enriquecendo a gente a gente nesse ponto agora o pessoal do do chat pegou a minha percepção aqui quando eu consigo dar uma olhada aqui estão curtindo e curtindo demais né então mano volta Estão sim teve uma mensagem
de um camarada aqui que me chamou muita atenção você tá falando da questão do Rio de Janeiro e a gente sabe como os criminosos eles combatem aqui né eles combatem com fuzil armamento de guerra e a dúvida do camarada é a seguinte é o Paulo ele mand Valter pergunta ao convidado o que que falta para o governo classificar PCC e Comando Vermelho Como grupos terroristas na terroristas né já que é parte daí a sua sua su sua sua atividade ali né e eh de narcos né de entorpecente eh vocês observam que devem ter observado que
eu uso muito o termo grupos armados criminais esse termo salvo melhor juíz ele também foi cunhado por John Sullivan porque quando a gente entra no escopo do direito internacional humanitário direito internacional dos conflitos armado armados ao ao qual nós fizemos menção logo no começo do nosso bate-papo é o direito internacion Nacional humanitário quando ele trata de conflitos armados não internacionais Ou seja a gente a gente tá se referindo ao artigo comum terceiro porque as quatro Convenções de Genebra se você abrir as quatro Convenções de Genebra o terceiro artigo é rigorosamente o mesmo é o mesmo
texto do Artigo terceiro em todas as quatro Convenções então por isso que chama artigo comum ele trata eh ele é aplicável aos conflitos armados não internacionais e o protocolo dois ele fala sobre conflito armado não internacional para que haja um enquadramento dentro do da perspectiva do direito internacional humanitário eh recorre-se ao termo grupo armado organizado grupo armado organizado por exemplo a Colômbia ela considera alguns grupos armados como gau grupo armado organizado que significa o seguinte ali ela vai fazer uso não do direito interno vai fazer uso do direito internacional humanitário grosso modo né na verdade
ela vai tentar explorar aquilo que o os os dois ramos do direito oferecem de melhor para ela existe uma manipulação tá por exemplo o Israel faz isso com ramaz então Israel trata os militantes do ramas como combatentes isso dá uma série de prerrogativas até o momento que eles caem presos a partir do momento que eles caem presos não aí ele trata como criminosos comuns né na terroristas etc ou seja dentro não não é mais a As convenções de Genebra passa a ser a lei de Israel então o direito é argumentação direito é manipulação da que
das ferramentas jurídicas né o bom uso né então Eh quando a gente fala organização terrorista is na verdade isso é um rótulo Se você pegar ah o ramaz é uma organização terrorista o resbolar é uma organização terrorista não é eles eles recorrem a ataques terroristas a atentados terroristas sim recorrem mas is isso é um meio um é é uma uma das Ferramentas que eles usam o próprio ataques do ramaz em outubro de 2023 não foram só ataques terroristas aconteceram ataques terroristas mas houve ataques guiros também que são um pouco diferentes então o o o resbolar
realiza ataque terrorista realiza mas resbolar também pratica o combate de armas combinadas o resbolar tem a trabalho caritativo resbolar é um partido político o resbolar já não é nem uma força não estatal resbolar é uma força para estatal então assim o rótulo de terrorista a gente precisa entender isso e e tira uma certa flexibilidade Porque se é uma organização terrorista como é que eu sento para negociar com ela como é que eu sento para conversar com ela então Eh para fins de tipologia eu acho mais adequado o uso do termo grupo armado criminal eu observa
que eu evito falar e eh narcotraficante ou traficante porque primeiro que não a a a a fonte de receita Hoje não é só mais o tráfico de drogas né isso reduz a o entendimento do problema e eu acho mais apropriado grupos armados criminais né Eh e o tratamento deles eh eh aí depende das políticas públicas que você vai implementar a lei de antiterrorismo do Brasil de 2016 ela ela ficou parada muito tempo porque ela entrou numa discussão eh com viés ideológico Então tinha um pessoal mais à direita que puxava para um canto pessoal mais à
esquerda que puxava pro outro ela aconteceu ela ela foi ela foi ela veio à tona né ela se ela se materializou em função da necessidade da Copa do Mundo na redação da Lei ela excluiu de forma peremptória ou seja excluiu de de de de de de de modo é o terrorismo criminal aquilo que na América Latina é chamado vulgarmente de narcoterrorismo porque o que é terrorismo terrorismo nada mais é do que o uso da violência como propaganda é uma coisa que é terrorismo é uma coisa aquilo que o estado vai decidir rotular como terrorismo é
outra completamente diferente é por isso que não existe consenso no na definição de terrorismo porque cada estado precisa de uma definição que lhe convenha então não existe consenso na definição no no naquilo que o estado vai rotular como terrorismo terrorismo nada mais é do que o uso da violência como propaganda Então a nossa lei ela ela visou atender um contexto específico que foi a realização da olimpíada e paraolimpíada Rio 2016 Nesse contexto o estado brasileiro tem suas razões ali e decidiu excluir de forma categórica o terrorismo criminal o terrorismo criminal aí é é é excluído
que seria que seria queia essas organizações elas não o que elas fazem o tempo todo não é terrorismo Então você pega eh alguns exemplos são né não são tipificados porque a lei brasileira é eh o foi uma decisão do Estado excluir essa forma de terrorismo mas embora não não receba o enquadramento da Lei foram ações terroristas as ondas de ataque do PCC em 2006 2012 eh Santa Catarina já teve umas quatro ou cinco ondas de ataque eh no Rio de Janeiro em 2010 em 2024 2024 que teve aquela sim 2024 aquela onda de ataques na
da milícia na zona norte na zona norte com ônibus queimado foi 2024 2023 foi 2024 eh Rio Grande do Norte Teve teve uma onda também teve no ce teve também então assim eh tem alguns alguns Episódios ligados a a às à insurgência criminal que são ações típicas de terrorismo no Rio de Janeiro o que a gente observa é ao contrário de São Paulo por exemplo Eh esses grupos armados criminais adquirirem uma feição mais próximas de bandos de guerrilha por quê Porque quanto maior a base de apoio popular e Menor a capacidade repressiva do Estado mas
há uma uma prevalência de técnicas de guerrilha a medida que a base de apoio Popular se reduz e se amplia a capacidade repressiva do estado você tem uma incidência maior de ações terroristas no Rio de Janeiro a gente fez menção ao governo Brisola administração do do do do do do governador Leonel Brizola as próprias restrições impostas ao dpf 635 uma uma série de fatores eh ligados a a a política estadual eh a gente observa uma degradação ao longo das décadas da capacidade repressiva das forças de segurança pública e dada ao aspectos geográficos culturais etc uma
forte base de apoio Popular desses grupos armados no Rio de Janeiro então ele T mais para adquirir uma característica próxima de bando de guerrilha uma das características que distingue a Guerrilha do terrorismo é a atuação ostensiva tanto é que aqui no Rio de Janeiro se fala muito em ostentação então o cara quer mostrar que tá armado o cara anda com aqueles Bondes etc outra característica da da Guerrilha é o controle territorial é ingerência direta sobre contingentes populacionais isso também acontece no Rio de Janeiro entendeu então tu acha que conceitualmente tá mais para guerrida do que
para terror terrorist as duas coisas é na verdade você vê que esses atores armados é o que eu brinco sempre né o resbolar não não para para discutir se uma determinada ação que ele vai fazer vai ser vai ser rotulada como terrorismo ou não entendeu ele tem um objetivo a alcançar ele é muito pragmático naquilo ali e aí ele faz desde a distribuir sopa trabalho caritativo reconstruir eh trabalho de reconstrução após as as ofensivas do Israel uma iniciativa política junto ao ao ao ao estado ao governo formal em Beirute até o combate aberto então assim
eh que interessa é o uso da violência para de um determinado propósito essa tipologia essa classificação é a gente que mais fica preso nela e sem sem agora essa pergunta é difícil de responder né cara por que que o estado não não classifica né nessa questão de 2006 2016 né Eh quando você fala da da Lei antiterror cara tem AL qual qual qual é o o maior objetivo do estado tem alguns motivos cara primeiro eh sem sem entrar no mérito de de de de cada um deles né sem sem defender nem nem condenar primeiro eh
o Brasil é signatário de uma série de compromissos internacionais relativos ao terrorismo se ele classifica se ele Abarca na sua lei o terrorismo criminal ele passa a a ele se obriga a adotar uma série de medidas né que ele se ele que ele se comprometeu no âmbito internacional a implementar no Brasil então se você pegar qualquer infográfico sobre terrorismo né no código de cores o Brasil tá sempre branquinho ali né mudaria totalmente mudaria totalmente ele ia virar roxo Preto etc isso uma série de obrigações eh você você imporia ao estado até perante a opinião pública
interna é o compromisso de levar aquilo adiante não tolerar aquilo né porque até por questões de princípios de fundamentos da da da da da da República etc a gente repudia esse tipo de prática etc então assim tem uma série de fatores de ordem bem bem bem objetiva né Além do mais existe a questão do nexo crime e terror então dado um fenômeno chamado convergência hibridização de redes líos que nada mais é o surgimento e expansão de redes de cooperação que abrangem atores estatais não estatais partícipes em atividades listas e listas informais você De certa forma
você estaria até facilitando essa e esses vínculos né esse reconhecimento Enfim então existe uma série de considerações de ordem bastante de ordem bem práticas né que o Estado tem que levar em consideração para para tomar uma decisão decisão dessa é cara eu eu vejo o seguinte a população entende que o estado não vai com mais energia porque ele trata por exemplo o exército as forças armadas não tá na parada porque entende que é um nacional é isso tamb situação é situação de normalidade de normalidade Segurança Pública a força policial da conta ela pode ter uma
dificuldade ela pode precisar de uma operação mais complexa mas ela dá conta outra coisa a a a o governo né e a população percebe que o governo trata isso como caso isolado Ah não calma aí queimou ônibus mas queimou todo dia queimou só 2006 aconteceu só uma vez sujeira para dear do tapete isso e deixa ele mostra força Ele usa isso para mostrar força o governante atual ele no primeiro momento ele fala não não vamos tolerar isso é um ato de terror e tal quando ele quando ele quando ele ou conversa ou negocia ou ele
consegue e coibir aquilo ali ele fala o estado é forte e tal Olha aí voltamos e normalizamos então isso faz com que ele governantes entrem sai entram ensai o tempo todo e vão administrando isso de uma forma bem sem compromisso com a solução de fato ele fica ali depois a batata passa para outro e assim vai que a gente precisa tem dois pontos que eu acho interessante na sua fala primeiro a gente precisa entender voltando um pouco aquilo que nós começamos o nosso nosso bate-papo a gente fica preso aos nossos modelos conceituais Então quando você
se referiu às Forças Armadas isso acontece realmente porque na Perspectiva mais Ortodoxa das Forças Armadas eh isso está restrito ao escopo da Segurança Pública por quê Porque o estado brasileiro adota um modelo de segurança e defesa que se apoia na dicotomia entre segurança nacional e Segurança Pública então ele olha para aquilo ali pô é difícil enquadrar isso aqui como segurança nacional vamos enquadrar isso aqui como Segurança Pública isso é até o uma razão a razão pela qual se você observar em toda a América Latina o emprego das Forças Armadas diante desse tipo de de violência
ele tem sido inefetivo na maioria das dos casos tem sido contraproducente aqui no próprio Rio de Janeiro se a gente pegar um passado recente 94 teve Operação Rio 95 Operação Rio 2 operação abafa operação São Francisco operação Arcanjo intervenção Federal Por que que mas são isoladas né é não mas elas são isoladas Mas elas elas tem um problema é conceitual porque você como você só tem dois enquadramentos é segurança nacional Segurança Pública você pega aquele ativo de segurança nacional e emprega na segurança pública como se fosse uma reserva das forças de Segurança Pública é um
problema de concepção porque você não tem uma uma uma uma estrutura conceitual um modelo conceitual que te permita e encaixar essas diferentes capacidades do Estado de forma integrada e sistêmica aí a gente estaria falando no conceito de segurança multidimensional que a gente não tem isso então hoje ou é segurança nacional ou é segurança pública então a gente fica preso preso nisso outra coisa interessante que você falou acho que até acho que já até esqueci eh pô Eu quase não falo coisas interessantes quando fal vaier mas é eu que me perdi aqui falando tanta coisa aqui
eh a a a percepção das pessoas é que o governante Ah lembrei é justamente isso justamente isso a gente precisa fazer a distinção que isso não é muito claro nas pessoas pras pessoas não é existe uma distinção entre Estado e Governo existe uma distinção entre Estado e Governo Então quando você falou o governante vai fazer vai ficar 4 anos ele busca uma acomodação ele tem um Disc curso político mas ele na prática ele vai buscar uma acomodação porque aquilo que ele consegu falar 4 anos aquilo é um governo a gente precisa fazer essa distinção para
poder saber qual é a diferença entre política de estado e programa de governo são duas coisas completamente diferentes cara o que a gente o que a política de estado a gente não tem nenhuma nenhuma o que a gente deveria o que a gente aparentemente tem são programas de governo mas na prática não tem porque os programas de governo verdade são mais uma carta de intenção de intenções do que verdadeiramente um programa sem sem nenhum compromisso de cumprir aquelas intenções não é cobrado de forma nenhum pela popula ex e quando a gente fala em em em
estado a gente precisa saber distinguir o executivo do Legislativo do Judiciário muitas vezes a gente fala do Estado mas a gente está se referindo a um representante temporal do temporário do executivo então não tô falando quando eu falo Ah o governo um Secretário de Segurança Pública ou eu tô me referindo a um a um governador do estado ou um Ministro da Justiça ou um presidente da república eu tenho que saber claramente quando é que eu estô falando do estado brasileiro ou quando eu estou falando de um determinado representante do do de um governo ou de
um poder se a gente pegar por exemplo aqui falando em termos de estado aqui numa perspectiva do que acontece no Rio de Janeiro a postura do estado é completamente ambígua você tem do estado brasileiro você tem as forças de Segurança Pública determinadas a empreender uma eh uma uma forma de enfrentamento aberto Franco ostensivo e você tem por outro lado é o próprio estado criando constrições pra força de segurança agir Então você observa que existe numa perspectiva de estado uma uma falta de orientação muito clara nem para um lado nem pro outro então a gente precisa
entender mais uma vez distinção entre estado governo e entre executivo legislativo e judiciário porque às vezes a gente tá falando de um agente e em um cargo eletivo ou num cargo de confiança que vai durar qu 8 anos como se a gente tivesse referindo ao estado brasileiro não são coisas diferentes o grande problema é que essa essas ameaças advindas desses atores armados não estatais elas requerem uma robusta política de estado e não iniciativas de governo Pois é cara o problema assim deixa eu me aventurar nisso aí você me ajuda aí com a parte e acadêmica
né teórica você tem estrutura de estado Forças Armadas é uma estrutura de estado né então o aspirante ele vai entrar ele vai sair da academia e vai ficar 30 anos ali né até Coronel depois ele vai para oficial General E aí na na na fáb na Maria a mesma coisa nos Estados você tem a polícia militar você tem um delegado de polícia que em tese o cara vai ficar 30 anos ali né E E você tem os atores e de governo de quatro em quro anos entrando e saindo qual é o problema que eu perce
esses caras que estão em órgão de estado ficam de quatro em 4 anos seguindo a vontade única do político da vez né seja por promoção seja por melhoria de condições de trabalho por salário e tudo isso e isso fica girando em torno de quatro em quro anos do do do do do do governante atual do partido atual então assim será que a polícia militar né enquanto eh órgão de estado ou o exército brasileiro não teve ao longo dos 30 anos condições de produzir outras metodologias outras outras eh doutrinas para lidar com esse problema social né
Eu percebo que a força a Força Armada o exército pensa mais ou menos né Conforme você explanou agora que é o seguinte ó a força auxiliar é pm aqui nós não estamos tratando de de segurança nacional e sim de Segurança Pública não tem um agente de outro estado aqui dentro atuando é um nacional com fins monetários querendo ter lucro em cima de uma substância ilícita e ele tá cometendo um crime ali que é tipicamente de Segurança Pública né e o camarada da Segurança Pública né que é o que seria ali por o o o coronel
da PM ou né a carreira ali da PM eles ficam ali [ __ ] de acordo para atender a política que o que o governante quer aí ele obedece a ordem do governante do momento por exemplo Leonel brisol de não atuar no momento que nós estamos vivendo agora ele obedece a ordem do da dpf lá e o governo atual não faz nenhuma nenhuma barganha não não não trata isso politicamente com outro poder então assim O Poder Judiciário impôs ao poder executivo poder judiciário Federal impôs ao poder executivo estadual estadual pô sem que o poder executivo
estadual e o Poder Executivo Federal articulasse isso né E ess esses órgãos de estado Eles são de estado sim mas a cada 4 anos seguindo por o que os caras querem eu não sei se tu consegue falar não sei se eu te coloquei algum elemento não é acho que o grande problema é justamente a precariedade da liderança política do estado brasileiro tá eh isso faz é na verdade isso é um problema histórico da América Latina a gente nós ficamos presos a à demagogia de l es populistas né isso infelizmente de Peron Vargas a despeito das
virtudes de todos eles né o próprio Brisola também eh até líderes mais mais recentes a gente fica muito na na Esse é um problema Regional né a América Latina fica muito presa disso então nós carecemos de lideranças políticas que no fim que verdadeiramente são as responsáveis como verdadeiros estadistas é a implementarem a levarem adante essas essas essas essas políticas a desenharem essas políticas a levarem essas políticas adiante a a que a gente tenha princípios norteadores da política do estado e que a gente faça programas de governo balizado por esses princípios e de Estado então invariavelmente
isso causa prejuízo pr pra orientação política do estado se por um se olha o paradoxo se por um um lado a gente observa eh uma excessiva ingerência política no nível Estadual sobre a polícia militar por exemplo sobre as polícias de uma maneira geral talvez no nível Federal a gente observe a ausência de uma interferência uma ingerência política mais clara sobre as forças armadas no sentido de dar um direcionamento estratégico para as forças então nos últimos anos o Brasil tem avançado com a política nacional de defesa com uma estratégia Nacional de defesa mas de certa forma
são documentos que são trabalhados eles nascem e são eh eh maturados dentro do próprio Ministério da Defesa e não vem da da daquilo que o Samuel rut não vai chamar de controle civil objetivo Eh Ou seja da liderança política do estado eh a paraa liderança estratégica das Forças Armadas isso é na verade é reprodução do dogma de Claus evit né de que a guerra é a continuação da política por outros mes então a guerra sempre se subordina a política e ess a ideia do controle civil objetivo não é muito diferente disso mas isso faz parte
Acho que tudo isso faz parte da nossa vamos vamos dizer assim a nossa imaturidade ainda como um o ente estatal o estado brasileiro ele é muito grande ele é muito pesado ele é muito e oneroso dada até sua o o processo que que de de evolução histórica né O Brasil é interessante que o não foi uma sociedade que maturo a ponto de ter o estado não o estado no Brasil surgiu antes da da sociedade eh o nosso legado Colonial etc então assim o estado brasileiro tem essas características mas como instituição de eficácia para promoção do
bem comum para garantia para defesa dos interesses nacionais etc o estado brasileiro ainda carece de de vamos dizer assim de de maturidade né de solidez fazer mais uma propaganda do livro aqui rapidinho deixa eu só complementar isso aí porque o seguinte eh a lógica deveria ser o quê os governos os governantes precisam dessas instituições estatais para sobrevivência né então assim a polícia militar derruba o governador a força o exército eh por ser uma força de estado ele tem o potencial até de deixar eh o governante impopular ou qual coisa do tipo né então Eh que
que o político precisa D sensação de segurança o político precisa de níveis aceitáveis de Segurança Pública para que ele se mantenha ali né e ganha eleição tanto é que toda vez que tem uma crise o governante trata de dar uma resposta pra sociedade porque ele precisa se manter em condições de de de governança ele precisa ganhar próxima eleição ele não quer crise na segurança pública aí o que que ele faz ele trata de deixar tudo aquilo em níveis aceitáveis mas aí glob acho que a gente precisa tá S uma distinção entre o que é objetivo
político e o que é objetivo do político então quando a gente se refere ao objetivo político a gente tá falando na defesa da defesa no seu sentido mais amplo tá na salvaguarda na promoção dos interesses nacionais daqueles interesses que são considerados vitais pra própria sociedade brasileira agora quando a gente fala do objetivo do político aí a gente tá entra na questão da política partidária daquele daquelas coligações de partidos que buscam no horizonte temporal de 4 8 anos se manter no poder Então são coisas diferentes a gente precisa adotar uma perspectiva de estado que seja imune
a isso é lógico que como a gente fala em amadurecimento do estado brasileiro passa pelo amadurecimento dessas lideranças E hoje é não é um problema só do Brasil hoje o mundo vive uma aguda crise de liderança basta a gente dar uma olhada pro cenário geopolítico Global então isso de certa forma se reverbera no Brasil também e a gente pode ir além e afirmar que o Brasil tem um problema Eh vamos dizer assim crônico de liderança né se a gente pegar por exemplo eh nos diferentes Campos da atividade humana como por exemplo no campo do entretenimento
você dificilmente você encontra uma personalidade a altura de substituir um Silvio Santos no mundo esportivo dificilmente você encontra uma personalidade Capaz não o cena era um grande atleta mas Líder mesmo de referência um Bernardinho você não encontra por exemplo no futebol eh um líder da envergadura de de um Bernardinho então assim a nossa sociedade tem essa carência na produção de líderes aa essa Educação de de de de de líderes ela é muito deficiente e se você pegar Como eu disse o cenário Global hoje que padece de uma de uma grave crise de liderança eh e
isso só só se torna maior E aí eu volto tento fazer o link com aquilo que a gente estava falando anteriormente quando a gente pega essa carência de de líderes né de estadistas de verdadeira de uma de de de de de envergadura e você coloca nessa confusão que a gente faz entre estado entre governo entre executivo entre legislativo etc né a gente porque eh quando a gente pega a dpf 635 ela mostra aquilo que a gente acabou de falar a ambiguidade dentro do próprio Estado as forças de segurança pública no nível Estadual querem uma uma
um direcionamento né defendem uma abordagem Aí você pega em outro segmento do Poder numa outra esfera da administração pública uma postura completamente de divergente então eh essas próprias ambiguidades no nível do Estado Isso precisa ser corrigido Isso precisa ser corrigido o próprio Ministro faquim ele teve aqui para travar Talvez num contato mais mais próximo com a realidade do Rio talvez a cúpula eh do Estado do Rio de Janeiro tenha fracassado em oferecer pro Ministro fraquinha esse esse esse raio x essa radiografia esse diagnóstico do que que acontece no Rio de Janeiro os efeitos positivos efeitos
negativos da dpf 635 então é essa até incapacidade de de comunicação seja ela por qual motivo for eh você vê a a os entraves paraa coisa funcionar no Brasil né enfim beleza irmão Eh vamos lá vamos falar do livro aqui bom eu não sei se ficou Claro paraa Nossa audiência mas o visaco quer presentear a audiência aí com o livro dele né esse livro que foi eh quando foi o lançamento cara vai ser ainda lan a pré-estreia do do do perdão a pré-venda do livro aconteceu a partir de dezembro do ano passado só que o
lançamento dele já tá disponível na no site da editora já tá disponível na Amazon mas o lançamento dele vai ocorrer em Brasília Belo Horizonte Rio de Janeiro a gente estamos nos ajustes de das datas mas assim que a gente tiver eu vou divulgar lá na minha página no Instagram a @alessandro bacro na no Instagram da editora grifos e Salv o melhor juízo já teve alguém aí contemplado com com não então quem participou do do super chat Pô eu e entrou lá no no no Direct da editora grifos vai ganhar um kit com com livro e
duas revistas da editora grifos eu eu que que ó eu acho pô Seria bacana eh PR gente entrar lá na página do do visáo também fala mano valt pode falar ao vivo cara e eu acredito que a galera não esteja achando porque o pessoal tá gostando tá bem engajado então vou pedir pra G vou deixar aqui a descrição do do Instagram aqui para poder a galera chegar lá né Eu prefiro o Instagram da editora grifos porque eu enquanto eu tô engajado com belza com o Glauber aqui o o o pessoal da editora já acessa lá
o direto Beleza eu vou pegar aqui certinho o o endereço feg Quem chegar lá mandou o dir saiu do super chat mandou o Direct lá para grifos vai ganhar o o exemplar do livro massacre o ten no limite entre o bem e o mal eu já ganhei o meu cara então nós vamos saborear essa leitura aqui agora nosso papo já tá aí o quê com avançou 2 horas né esse conteúdo todo aí que nós batemos de papo até aqui cara eh tá tudo não cara mas nessa linha do livro o livro fala muito sobre o
foi o que eu te falei né o livro fala sobre o uso da força então sobre uma perspectiva não só legal mas sobretudo uma perspectiva ética e moral então ele trata muito desses dilemas relativos ao uso da força existe alguns Episódios aqui que eu me refiro ao Rio de Janeiro tem eh episódios que ficaram marcados aqui Como por exemplo o a reportagem conduzida pelo repórter Vinícius donola a época da da Rede Globo de televisão que conseguiu filmar a execução de um criminoso inf fenet ao Rio Sul depois aquele episódio que envolveu dois a execução de
dois criminosos na Fazenda Botafogo NH acarino no Rio de Janeiro dois criminosos feridos e tem também um episódio envolvendo um um policial militar do bop Sargento sematos numa atitude meritória durante uma operação na Maré onde ele 3 anos antes tinha sido eh alvejado por um tiro de de de AK47 ou seja projetil 762 curto né 762 por 39 eh um ferimento gravíssimo quase que ele graças a Deus ele não ele se recuperou e 3 anos depois na própria Comunidade da Maré ele se depara com um criminoso baleado no tórax ferimento grave ele presta o socorro
dele com a equipe Dele Salva a vida do criminoso não não só por realizar-lhe os procedimentos de assistência pré-hospitalar mas também por conduzir a evacuação desse delinquente até o até o hospital então a gente explora esses dilemas éticos e Morais que normalmente acontecem durante eh o o combate né eu no livro eu aprofundo em três estudos de caso Como eu disse anteriormente um estudo de caso que Versa sobre a conquista do Oeste né os os massacres envolvendo As populações indígenas um massacre e at explora um pouquinho do holocausto também na segunda guerra mundial quando aborda
o massacre de prisioneiros norte-americanos na floresta das ardenas em dezembro de 44 e o famoso né trágico Episódio de milai em março de 68 no no no Vietnã quando depois de desembarcarem dos aeronaves uma companhia de Infantaria de fuzileiros do exército dos Estados Unidos massacrou quase eh 500 camponeses eh vietnamitas desarmados fo um massacre terrível livro muito bem ilustrado com fotografias mapas eh quadros vale a pena a leitura tá muito muito bacana muito interessante queria até explorar uma ideia que tem no livro porque como eu falei tem um capítulo que eu dedico ali a estudar
fazer o estudo de caso de um massacre perpetrado pelos nazistas e a gente ouve muito eh Tem se tornado muito comum nesse nesse Essa época de polarização ideológica né a gente observa muito a vulgarização do termo fascista e nazista né Fulano é fascista o nazista e o nazismo é de direita o nazismo é de esquerda se me permitir falar um pouquinho disso aqui eu acho que ajuda a esclarecer essas essas essas essas dúvidas que são comuns né Por favor eh na na Europa do século X do século XVI né na Europa absolutista o rei ele
personificava e o estado ele funcionava não só como o elemento irradiador dos instrumentos de poder do estado ou seja o poder político poder econômico poder militar mas ele funcionava como uma espécie de amálgama de elemento aglutinador do Estado então você associava o estado a própria figura do rei o caso mais emblemático é o Lu 14 né o rei sol da França ele falava o estado sou eu né let Mo não sei se a pronúncia tá rigorosamente correta mas a ideia era essa só que com a revolução francesa no final do século XVII e a deposição
e decapitação do Rei eh precisava de algo que funcionasse como esse elemento aglutinador do estado e os ideais de liberdade igualdade Fraternidade propugnado pelos revolucionários franceses não passavam naquela época de mera abstração então o que que substituiu o rei como a como o o o elemento aglutinador do Estado a identidade nacional de base étnica e a gente precisa lembrar que a Europa a Europa a França é do tamanho da de Minas a Bahia é maior do que a Espanha a Bélgica é menor do que a Ilha de Marajó então a Europa ela é muito fragmentada
politicamente e ela é muito atomizada etnicamente então quando é você substitui o rei pela identidade nacional de base étnica o nacionalismo adquiriu uma uma roupagem política ideológica muito importante então o nacionalismo passa a desempenhar um papel eh em termos políticos ideológicos muito importante nas dinâmicas políticas da da do continente europeu e aí você vai ter no final do do século eh XIX na segunda metade do século XIX o o advento de diferentes correntes socialistas uma delas o socialismo científico ou Marxismo enquanto ele vai se contrapor como visão de mundo ao nacionalismo porque enquanto o nacionalismo
eh entende a humanidade dividida por cortes verticais que separam diferentes povos povo x o povo y o povo Z o Marxismo vai entender a a a a humanidade com cortes horizontais Ou seja é a a classe proletário o campesinato e o proletário a baixa burguesia a alta burguesia e essas esses cortes eles vão se sobrepor às fronteiras nacionais enquanto no nacionalismo não a fronteira Nacional ela separa um povo do outro no Marxismo não essas lutas de classe sobrepõe as fronteiras nacionais Então a partir daí a gente vai observar é sempre essa dicotomia entre uma perspectiva
socialista ou melhor materialista e uma perspectiva socialista e no tanto é que a gente no estuda no ensino médio a gente estuda lá o nacionalismo foi fator eh nacionalismo exacerbado foi causa da primeira guerra mundial nacionalismo exacerbado foi causa da Segunda Guerra Mundial é importante a gente entender que o nacionalismo tem esse papel na Europa mas no Brasil ele desempenha um papel justamente o contrário no Brasil o o o o um país com dimensões continentais o o nacionalismo funciona como um elemento aglutinador se você parar para pegar para observar em termos culturais um Russo um
ucraniano e um polonês talvez apresentem mais menos discrepâncias do que um Mineiro e um Manauara do que um nordestino e um gaúcho então enquanto o nacionalismo na Europa ele funciona como um elemento talvez desestabilizador vamos colocar assim no Brasil el o papel dele é justamente o contrário tá mas depois da primeira guerra mundial é há uma redefinição um um re desenho do mapa político da Europa isso vai fazer com que surjam países eh em áreas que pertenciam a antigos impérios continentais por ex especificamente o império Russo o império alemão e o império austro-húngaro então aquilo
que eram os três impérios vai dar origem a uma série de de países que de longa data já nutriam eh ambições de de de autonomia política como a Polônia os países bálticos Letônia Estônia Lituânia eh o que era o que foi chamado de Checoslováquia né antigo yugoslávia e e naquele período conturbado de do pós-guerra surgiram eh diferentes correntes nacionalistas e governos eh de tendência autoritária um desses governos ele foi o o o movimento eh fascista italiano eh o termo vem fache ou feche que era o símbolo eram vários feches em volta de um machado isso
até simbolizava o poder eh dos magistrados na na na Roma antiga e e a partir daí né Foi um período de de polarização e de radicalização política eh você tinha democracias frágeis nascentes e uma crise econômica acompanhando de acompanhada de crise social Eh Ou seja um terreno fértil para radicalização você tinha num espectro político Os Comunistas né ou socialistas sobretudo os Os Comunistas no extremo na extrema esquerda e eles vão rotular como fascista tudo aquilo que era anticomunista então o fascismo virou um rótulo Tá mas teria como delinear algumas características do que é um governo
fascista teria são seis características básicas tá é até fácil de gravar porque tem um processo mnemônico que a gente usa é o Nat tapa Nat tapa você vai porque é fascista vamos ver se ele atende o naapa sim o primeiro n é nacionalista tá normalmente na is exacerbado o a É anticomunista tem que ser anticomunista ele tem que ser trabalhista né tem que ser autoritário tem que ser populista E antiliberal então se tem essas características ele pode ser enquadrado como um governo fascista então às vezes você pega ó fulano de tal é fascista fulano de
de tal Às vezes o cara na ausência de uma dessas não já não já não é então por exemplo você pega o cara que é o cara nacionalista aí o cara pô esse cara é fascista não pô o cara é apenas nacionalista Às vezes o cara pô eh e às vezes tem coisas que são que parecem paradoxais por exemplo o cara é anticomunista né o fascismo ele é anticomunista mas ele é também é antiliberal então às vezes você pega um cara que tá no espectro político que ele é a favor da economia de mercado né
da da da da do Livre Mercado pois você não pode não tem como rotular esse cara de fascista pode rotular de outras coisas né ele pode ser anticomunista ele pode ser um pode ser narcisista ele pode ser racista ele pode ser um monte de coisa mas você não vai conseguir enquadrá-lo como como fascista Então são esses esses seis critérios para definir o que que é o o o fascista ele é vou repetir nacionalista anticomunista trabalhista autoritário populista e liberal então então ô Mano Valter a esquerda não sabe o que que é fascista então né não
com certeza não porque passou 4 anos tá até hoje chamando o ex-presidente bolsonaro antifascista né é eu acho que o critério deles é só não concordar que vira fascista Não mas esse esse é interessante a gente vou voltar ao período entre guerras no período entre guerras o igual é muito próximo do termo terrorista terrorista na verdade virou um rótulo você é lógico que existe o ato terrorista o atentado terrorista etc mas se você rotular isso uma organização como terrorista ou indivíduo como terrorista você consegue colher daí um determinado determinadas vantagens na dimensão eh informacional então
por exemplo quando a gente fala o o ramas Ah o ramaz é uma organização terrorista cara o ramaz ele pratica atentados terroristas mas reduzir tudo que o ramaz faz não tô querendo passar pano no no ramaz não se você reduzir tudo que o ramas faz a simplesmente ao terror você dificulta o entendimento das até das capacidades daquela organização Então nesse período entre guerras e isso aí se se consagrou ao longo do tempo é é tem sido uma conduta retórica da da vamos dizer assim dos dos dos militantes de esquerda rotular seus oponentes como fascista Porque
isso tem um estigma muito grande uma carga negativa muito grande então ah você é fascista você iso é fascista você é fascismo pera aí então o que que é fascismo então além não precisa saber lá do do Benito Mussolini na Itália não precisa saber da origem do termo tanto é que tem muita gente até que eh Não fala nem fascista né Fala fascista até mais próximo do termo original Mas a questão é o seguinte tem essa seis elementos ele é fascista agora o que que é o nazismo o nazismo é o fascismo alemão nazismo é
uma abreviatura do termo nazi porque o partido foi fundar esse partido especificamente com Partido Nazista ele foi fundado em 1919 a guerra termina em 1918 né em novembro de 18 e em 19 naquele período conturbado ali na na Alemanha decência efervescência política surge um partido fundado por por Anton drexler e Carl her herer que é o partido dos trabalhadores alemães naquele mesmo ano 2019 um sujeito chamado Adolf Hitler ele incorpora no partido E ele insiste Para para que fosse acrescida na legenda do partido Ou seja no nome do partido o termo Nacional socialista e aí
o que era partido dos trabalhadores alemães muda para partido Nacional socialista dos trabalhadores alemães observa que o termo Nacional socialista ele busca cobrir todo o espectro político daquilo que era considerado direita rotulado como direita o nacionalismo até a esquerda que era que era o o socialismo então ele traz esse esse termo e no começo do partido ele tinha uma agenda que que se confundia era era era pouco pouco Clara tanto é que o o um dos fundadores do partido o o Carl herer ele deixa acaba deixando o partido justamente porque ele apresentava tendências mais à
esquerda que eram combatidas por Hitler Inclusive tem dois personagens muito importantes do Partido Nazista no seu nascedouro que eram dois irmãos o o o o Gregor strasser e o otor strasser eles tinham uma postura mais à esquerda tanto é que o o o Gregor strasser vai ser assassinado pelo pelo partido no espurgo de 34 e o irmão dele vai se vai fugir na vai fugir pra pra Suíça é o próprio k harer ele vai deixa o partido depois um esforço que ele fez para aproximar para fundir o partido Nacional socialista com o partido socialista tanto
é que chama nazi de Nacional socialismo o termo para se contrapor o Sci que era do socialista Mas enfim Qual a diferença do nazismo né ou seja o fascismo Alemão para para pro fascismo de um termo geral que a gente define por aqueles Aquela meia dúzia de de critérios fascismo alemão ele vai ter quatro outras características que lhe são peculiares a primeiro é o racismo então ele vai pegar uma visão distorcida da da do da do evolucionismo darwiniano né até com com componente de Eugenia que era um uma uma uma tendência científica da época e
vai aglutinar com o arraigado antissemitismo que existia na Europa principalmente na Europa central e na Europa no leste da Europa e tanto é que ele vai oferecer né é um contraponto pro materialismo histórico do do Marxismo enquanto o Marxismo ele preconiza né A a Na verdade o fundamento do Marxismo né o O Manifesto Comunista do do Marx e do do Angels em em de 1848 el começa né a história da humanidade nada mais é do que a história da luta de classes né toda a história da humanidade resume a história da luta de classe então
enquanto o Marxismo é o determinismo econômico da luta de classes o nazismo com essa esse componente racial dele totalmente depravado vai servir como contraponto vai ser o determinismo biológico da luta de raças então racismo é o primeiro elemento diferencial do fascismo alemão o segundo é uma espécie de eurocentrismo porque o nazismo não advogava o universalismo da sua da sua da sua doutrina ele baseava no movimento nativista alemão movimento fishe então era o seguinte a Europa é o sistema civilizatório mais avançado que tem e dentro desse sistema civilizatório a cultura mais refinada é a cultura alemã
então ele não no advogado então quando a gente pega muito movimento neas neonazista etc Na verdade são movimentos eh eh nacionalistas xenófobos com componente racista que incorpora a estética nazista com suástica essas coisas tá então o o o o esse eurocentrismo essa visão eh não Universal da filosofia política é outra característica do fascismo alemão b o o terceiro é é aquilo que chamado de militarismo Genuíno porque na Grécia antiga acreditava que a sociedade perfeita era composta por cidadãos armados e treinados para a guerra isso era o militarismo Cívico tanto é que na na isso vai
Renascer durante a Revolução Francesa mas na Alemanha nazista vai não vai ser o Nacional o o militarismo Cívico vai ser se o militarismo Genuíno é uma distorção da tradição militar prussiana que advogava né o nazismo vai advogar o valor da Guerra em si só em si própria então assim como fator de crescimento pessoal e coletivo uma total balid né porque a guerra não tem nada de bom eh Então esse militarismo Genuíno é outra característica e e a o último traço que distingue verdadeiramente o fascismo alemão é o seu expansionismo e o seu imperialismo então a
a de uma maneira geral aqueles estados que surgem no entre guerras né após a Primeira Guerra Mundial eles vão ter disputas de Fronteira por exemplo a Polônia vai reivindicar a silésia assim como a Checoslováquia assim como a Checoslováquia a própria a pró e Alemanha tal mas enfim eh mas o o nazismo não o nazismo tinha aquilo que ele considerava que chama Ava um elemento central da doutrina nazista que era a conquista do Espaço Vital ou seja era estender os domínios da Alemanha a já que a Alemanha não dispunha de poder Ultramarino para restaurar suas colônias
né Após a Primeira Guerra Mundial ele ele Hitler olha pro leste e fala assim não eu vou estender a a a o espaço Colonial meu não vai ser na Europa não vai ser na Ásia vai ser perdão não vai ser na África não vai ser na Ásia vai ser na própria Europa eu vou esticar Vou estender a Alemanha do Order né que é a fronteira oriental da Alemanha até os montes rurais que é o que divide a Rússia europeia da Rússia asiática Então essas características vão dar um caráter distintivo do fascismo alemão agora quando você
fala assim ah o cara é um nazista P Será que ele corresponde a isso ou ele só tem uma alegoria né uma estética e eh eh eh nazista agora o mais comum é o rótulo de fascista que é muito izado por militantes da esquerda Ah você é um fascista você é um fascista você é um fascista Isso serve como uma forma de degradação de detr em função do estigma que a palavra tem mas saber o que que é realmente se se se uma pessoa é fascista ou se um regime é fascistas ele tem que observar
aqueles aquele meia dúzia de critérios que a gente falou tá vendo aí Ó militante de esquerda assiste fala L podcast aqui na aula do vizaco E para de ficar falando besteira aí né na vida urrando os outros né Já chamaram a gente de fascista alguma vez ou mano volta cara acredito que sim o pessoal chega que inventa cada uma né então acredito que sim deve ter alguém deve ter falado feito esse comentário né Pois é cara e o e o cara aqui no Brasil de direita ele chama todo mundo de quê comunista comunista não atualmente
ele ele chama todo mundo de de comunista não chama de comunista mais não não que também não corresponde à realidade também né Essa da tratação o comunista é aquele que é adepto do Marxismo do Perdão do socialismo científico ou do Marxismo então eh não é todo toda pessoa que que vamos dizer assim orbita na Esfera do pensamento político mais à esquerda que é necessariamente um comunista muito pelo contrário né então comunista é uma coisa socialista é outra anarquista é outra Sim resumindo a Rapaziada sabe pouco né euu só a primeira a página do livro e
sair falando por aí né Mais ou menos isso não não mais ou menos isso se as pessoas tivessem o comportamento padrão fala Globe né que quando ele não sabe ele fica só ouvindo né é a audiência percebe a audiência Fala [ __ ] o Globe não fala nada eu vou falar o cara já tem tudo para falar aí o meu papel é deixar ele falar né Mano Valter isso aí pô mas olha só quem vai falar agora sou eu cara porque você tá vendo que eu tô com a camisa do estratégia concurso aqui no caso
eu tô com estratégia Educacional cara porque estratégia tem as verticais né Tem tu vai poder estudar pra medicina estudando com estratégia tu vai poder estudar pra OAB com estratégia tu vai poder estudar militares pras carreiras militares estudando com estratégia e principalmente você vai estudar para concurso com estratégia Então tá aqui o CR code do estratégia concurso com os três passos pro cara ser aprovado em concurso público né tu que gosta da parte da polícia tá pintando aí uma autorização pra Polícia Federal cara que é o concurso que move pô muita gente aí né cara não
é sempre que acontece né normalmente ai né Tem tem momentos que fica aí até 6 7 8 anos sem concurso o último né não tem tanto tempo mas já tem uns 3 anos né 3 4 anos então cara aproveita aí vai estudar porque tenha certeza tem gente que tá estudando desde o último se tu não começou ainda cara a a tarefa ficar difícil então ó acessa esse QR Code aqui ó estuda com quem mais aprova no Brasil estuda com estratégia concurso Beleza se tu tiver ali [ __ ] né quinta série fraca aí você tem
obrigação de estudar com estratégia porque Vai facilitar a tua vida e se tu for mais crânio [ __ ] aí fechou irmão vai passar rápido né certamente o glaube [ __ ] tem a quinta segue fraca né mas também não tá de bobeira né aí eu fiquei no meio termo deu bisurado n deu deu deu para ser aprovado em algumas coisinha aí mas aí estamos aqui agora no podcast né então vai lá estratégia concurso não é Não mano valta isso aí pra rapaziada que quiser como você bem falou o QR Code está aqui e a
pessoa a Rapaziada vai entender ali qual vai ser o melhor concurso que ela vai vai ser direcionada ali beleza através do ebook muito bom e quem passar no concurso tem que dar uma treinada também né senão não passa no TAF certo certíssimo e se tu quiser ser mais bonito você tem que treinar também cara porque [ __ ] né tu vai ficar [ __ ] tua autoestima vai ficar elevada tu vai ficar melhor apresentado né Não tipo fala glob aqui né cadê o bracinho mostra ou não mostra mostra ou não mostra se você se garante
Guerreiro [ __ ] meu irmão Eu me garanto meu irmão até que se eu tiver pesando 45 kg rapaz hein É isso aí já o cara cha baixa né nem tanto né Mano Valter mostra o seu aí vamos ver ô meu braço aqui é de 100 g 50 G [ __ ] meu irmão o teu Mano Valter o meu não tá de 1 kg né eu falava que era bracinho de 1 kg mas assim [ __ ] curtiu o final de ano aí a rabanada me me complicou mas voltei cara voltei tô de volta aos
treinos Já já vamos começar a mostrar o bracinho de 1 kg mas mano volta o teu cara tá aparecendo na minha infância lá em São Gonçalo hein que aí cara [ __ ] a gente tinha pouco dinheiro né a gente tinha pradaria [ __ ] com duas moedas né é de R 1 tinha comprar pão e tinha que comprar outra coisa a gente falava assim ó me dá R 1 real de pão R 1 real de queijo aí vinha aí umas três quatro fatias de queijo né É o teu mano o teu tá com um
braço aí de 100 g r 1 de grof R 1 R 1 de groff é isso então na glof o nosso cupão é o fala glob vai lá acessa lá dá essa moral pro Canal dá moral para você irmão primeiro de tudo cuida de você tanto para tu estudar quanto para tu treinar agora se tu quiser dar a moral né [ __ ] pro pro fala glob tu vai usar nosso cupom simples assim pô tu vai comprar vai botar nosso cupom tu ganha e o canal também fica bem na casa né a glof [ __
] vai vai continuar com a gente aí vai falar [ __ ] até que aquele magrelinho lá do do da língua presa né Tem um um público Zinho lá comprando glof né Pois é irmão é e o que eu recomendo PR rapaziada não só da musculação que treina também rapaziada de São gonalo que a gente sabe que né a a a renda ali é é mais limitada então assim Lembrando que o Way da GR são 33 does 1 kg Então vale muito a pena melhor custo benefício né Gal e é e tudo que o cara
quiser né Pois é irmão isso aí [ __ ] tem tênis tem bolsa Tem a parte de suplementação vitamina ômega3 vitamina D vitamina tem uma vitamina que eu nem sabia que existia [ __ ] nem sabia queela vitamina tem lá cara né Eu fui no nutricionista o cara passou meu irmão um negócio assim eu falei caramba Mano imagina se eu não tivesse a glof se não tivesse o cupom fala glob como que a Rapaziada ia conseguir né Pois é irmão agora com a glof você compra direto da fábrica paraa tua casa cara muito simples né
se tu ficar saindo em lojinha dessa aí tu nem acha as coisas agora tu entrou no site da Glow montou teu carrinho ó Acabou pô e e chega rápido também você faz US suas vitaminas prote creatina e pré-treino né que é muito importante também pra rapaziada cafeína para quem estuda né então Mano Valter tem um cara que é bom desculpa e tem um cara que é bom em fazer né se tu que é bom em fazer irmão vai treinar e depois você conta aqui pra gente como é que tá teu treino Mano Walter temos super
chat temho tem o super chat aqui Glauber o a Rapaziada tinha mandado super chat lá o camarada na verdade que eu li né o camarada perguntando Paulo perguntando se era se por que que não eram considerados terroristas né não foi super chat foi uma mensagem do do chat que eu acabei selecionando ali que eu achei que cabia muito bem naquele momento e o música anime e Companhia falou o seguinte professor será que tem dinheiro da usaid financiando a galera do barulho barra autoridades e aí eu não sei dizer eh também se soubesse eu não falaria
né sou falaria a a a oside ela ela durante muito ela foi concebida E durante muitos anos ela se prestou ao papel de soft Power do governo norte--americano então o era uma forma de promover de apoiar as políticas norte-americanas eh o presidente Donald trump ele ele ele é um empresário então ele tem uma visão muito pragmática ele coloca sempre na balança o custo e o retorno financeiro o custo benefício se não tá dando lucro cru ele tende a suprimir então a durante muito tempo a a a ide consome muito recurso vamos pegar um exemplo eh
eu não sei dizer mas quanto será que a ide não despejou de dinheiro no Afeganistão n e assim como o o o o o gasto do instrumento militar o custo operacional das Forças Armadas no Afeganistão se mostrou extremamente contraproducente o o o soft Power né o o o emprego da ide no Afeganistão na África etc às vezes não não traz o retorno desejado então não adianta também a gente querer estigmatizar azide né É lógico que ela ela se prestava para a consecução dos objetivos políticos norte-americanos não era simplesmente uma instituição filantrópica né mas elas ela
proveu sim muita ajuda financeira a projetos de desenvolvimento a projetos de de de cunho humanitário há projetos de reconstrução Então mas repito nunca foi nem e nunca teve essa pretensão nem nunca jamais vendeu essa essa imagem de que era uma instituição de filantropia era um um braço político norte-americano de soft Power e tinha esse propósito durante muito tempo prestou para isso o que deve ter levado a decisão do Presidente norte-americano o presidente trump é que ele coloca Coloca na balança esse aqui eh tá dando custa tanto tá me dando tanto retorno tá negativo ele suprime
tanto é que a visão dele é assim que na primeira administração dele ele colocou como objetivo do governo dele por fim aquelas guerras que eram consideradas infinitas as guerras sem fins então ele encerrou muito eh diminuiu a presença Militar norte-americana notadamente no no Oriente Médio justamente porque ele falava isso aqui custa tanto o meu retorno tá sendo tanto tá negativo eu vou suprimir cer e na campanha dele ele também falou bastante em relação ao otan com mesmo raciocínio né custa muito caro e tá tudo comigo é eu tô tô eu tô eu pago muito para
poder eh garantir a defesa de vocês vocês têm que me ajudar vocês a vocês também investirem na defesa de vocês e a máquina militar norte--americana ela é muito dispendiosa ela custa muito caro eh a gente tem que tomar cuidado porque o seguinte eh quando os Estados Unidos é o dilema norte-americano quando ele suprime azide ele tá deixando um espaço vazio que pode ser preenchido justamente por estados rivais notadamente a China né então é é essa visão pragmática ela tem que ser colocada na balança né Às vezes o o o o custo de longo prazo de
você deixar esse espaço vazio esse vácuo que vai ser preenchido por outro ator concorrente e esse pragmatismo Na década ali de 90 né com a indústria deixou a China anos 2000 deixou a China a potência que é hoje né porque fizeram uma conta Econômica Exatamente é porque eles eles foram a visão até ingênua porque achando que a China fazendo uma ura Econômica isso iria levar necessariamente a uma abertura política e foi o que não aconteceu na China eles promoveram uma abertura Econômica dirigida pelo Estado e orientada não pelas dinâmicas do mercado mas orientada para a
consecução das metas políticas do governo de Pequim E isso não necessariamente contrariando porque o viés do espelhamento né que os ocidentais olharam para economia de liberdade de mercado vai levar Liberdade política a China mostrou que uma coisa não está atrelada a outra né ainda que a liberdade Econômica dela seja extremamente regulada pelos interesses nacionais né E aí veio o que faltava né que era Liberdade Econômica para conseguir se chegar aos objetivos é enfim é é isso vamos lá mano volta continu teve outro super chat aqui acredito que o camarada esteja falando de Brasil né do
Brasil a situação atual do Brasil o sertor e sertor ele falou o seguinte Coronel o diagnóstico me indica a monarquia constitucionalista e o governo de representação parlamentarista distrital seria esse o caso eh eu eu não sei dizer eu ficaria com a minha opinião posso compartilhar com você a minha opinião pessoal mas no Brasil nada funciona a gente já tentou de tudo então eu acho que o problema não são os os a forma de de de regime político a natureza eh do do Estado então às vezes não dá certo com monarquia não vai dar certo com
República não deu certo com presidencialismo não vai dar certo com com o parlamentarismo eh diferente por exemplo da Alemanha né da Alemanha o que você coloca lá funciona no Brasil que você coloca aqui não funciona talvez a solução não esteja eh o problema não seja a natureza do regime a constituição do estado etc é e a pergunta talvez que a o pessoal em casa deve estar se fazendo Qual qual é a saída né qual que que que que deve ser mudado no Brasil para poder funcionar alguma dessas pois é tá tá perto do do fim
desse cenário atual nós não nós não tratamos assim de Brasil né nós falamos a realidade do Rio de Janeiro né nó nós nos nos mantivemos eh no no problema aqui do do do Rio de Janeiro eu acredito que ex solu acredito que exista solução o que precisa ser feito nós não estamos fazendo então a tendência é uma degradação uma deterioração ainda maior do quadro o que precisa ser feito urgentemente aí eu volto aquilo que a gente já já falou o mundo vive uma aguda crise de liderança isso é particularmente sentido no nosso país precisamos investir
na educação de líderes Educação de líderes eh uma perspectiva diferenciada de liderança quando a gente fala de liderança ou de líderes eu não tô me referindo tão somente aquele indivíduo que vai nos conduzir à Terra Prometida eu não estou falando do mito do Superhomem estou falando de uma concepção sistêmica de liderança Então nós não precisamos de um líder de um Salvador de um Messias o que nós precisamos é de líderes em todo os nichos em todos os níveis ou seja uma perspectiva de liderança sistêmica e mais Ampla hoje nós precisamos investir na educação de líderes
para que esses líderes possam efetivamente eh construir e levar adiante as políticas necessárias paraa solução do problema essa é a medida mais urgente urgente se você tem uma uma padaria O que que você precisa fazer hoje investir em educação de líderes pega seus funcionários investe na educa na na na na na qualificação de liderança dos seus funcionários mesma coisa hoje nas nas nossas instituições públicas Isso precisa ser tratado com muita seriedade os problemas de liderança do mundo hoje é eu destaco dois que são importantes o primeiro é que os modelos de liderança eles estão Associados
à sociedades industriais do século XX Então você tem padrões de liderança que são adequados para uma sociedade que hoje não existe mais tá tá então ou seja os modelos de liderança precisam ser revistos o segundo é que no mundo onde há farta disponibilidade de Tecnologia de Informação a comunicação que é um atributo importante do de um bom Líder ela está se sobrepondo aos demais então o que a gente observa aos demais atributos Então o que a gente observa hoje são bons comunicadores ou pessoas que contam com forte aparato de mídia formal ou informal a lhe
dar cobertura mas ele não reúne os demais atributos que caracterizam um líder Genuíno Então você hoje tem mais é mais comum você ter bons comunicadores alçados à posições de poder do que ter efetivamente líderes Então hoje eh o que que precisa ser feito investir em educação de líderes investir em educação de líderes dá para resolver o problema do Rio de Janeiro tem solução eu acredito que tenha a gente tá indo no caminho dessa solução não tá muito longe tá muito longe vai piorar muito quando você olha a gente não tá fazendo nada que deveria fazer
e a conjunção dos fatores É para um quadro cada vez pior é e tu tá falando de líderes não necessariamente líder e governamental não não partidário político mas como sociedade principalmente porque vai refletir no partidário político também é eu tô investindo aqui no meu Gu aqui mano volta é mano volta pô Glau aí tu me quebra pô aí você mebra você vai confiança do meu líder é baixa né mano eu joguei PR ele a falou [ __ ] aí não eu não cara a não dá talvez eu mas é uma das principais exigências do líder
hoje é ele investir na liderança dos líderes subordinados Então você tá todo certo [ __ ] eu tô tentando né cara mas o guir não me ajuda né cara é isso né mas e vamos vamos fazer então esse investimento aí de líder aí né vai que eu me torno uma grande líder a última vez que eu vim aqui ele tava vindo pro trabalho de ônibus hoje eu perguntei ele falou que já tá vindo de carro então já tá melhorando é é porque assim a situação do guerreiro é difícil eu não vou falar não para não
pois é irmão pode falar GL que eu comprei o peug pode falar pode falar pô Guerreiro investiu num carro investiu no Peugeot pô aí o carro quebra toda a hora e ele fica [ __ ] entre ônibus tal né agora agora tô andando de Fiat carro emprestado né Pois é irmão mas é bom né [ __ ] é isso irmão é bom é bom que [ __ ] se quebrar tu devolve pro dono o Peugeot o Peugeot é um bom carro [ __ ] já veio mais aí já foi dono de Peugeot não mas o
Peugeot ele é um bom carro mas ele foi feito para andar na França é ele não foi feito para desenhado para andar no Brasil cara no Brasil o cara não tem buraco o Brasil tem quebra mola o Brasil é enfim pô mas não é a parte mecânica dele [ __ ] paga do nada né mano [ __ ] a culpa agora é do buraco Pô irmão é que que houve com o teu Peugeot Mano Valter para acabar aqui rápido bom meu carro deu um probleminha na embreagem normal manutenção a gente faz aí se fosse na
Europa não daria não daria por causa do né o clima e aí eu Consertei quando eu ia levar Levar pra Brasília O carro deu um probleminha Começou a sair uma fumaça no motor falei irmão vou deixar esse carro encostado A tá um ano já vai fazer um ano mês que vem que tá parado então é isso né irmão pe é porque o o mecânico especialista peug cobra caga entendeu Você vai sair do rio e vai pra Brasília Joga isso no mapa da europa no mapa da Europa o cara faz isso de trem não faz de
carro é entendeu de fato mas mas eu fui com a Tiguan várias vezes a Tiguan Zinha velha vou se vai foi e voltou várias vezes nunca deu nada com você não comigo deu é você que tá podre moleque [ __ ] é tu que é um azarado irmão por isso que às vezes tu tu no comanda aí do podcast tu deixa a gente aí [ __ ] travado derruba a transmissão meu irmão encontra a luz ó tu vai pra igreja comigo domingo cara é é aquele negócio né o problema tá entre a cadeira e a
mesa né no caso lá tá entre o banco e o volante né Pode ser que seja isso né Às vezes bate com carro não mentira is mas eu cuido dele eu cuido dele dá trabalho né mas a gente cuida né meu irmão fechou o super chat Clauber agradecer aqui o velt Animation e o Tony Santos que mandaram super chat aqui não foi pergunta mas agradecer ele o Tony falou o seguinte o brasileiro Sempre coloca dificuldade em tudo né e o velt Animation falou o seguinte uma uma tática da arte de guerra eles já sabem que
há espionagem nas áreas do governo então e agradecer ele aí o Tony acabou de mandar o outro super chat rapaziada super chat aqui Encerrando o super chat ele falou aqui ó a solução do Rio de Janeiro é dar 10 minutos para largar as armas e se entregar após isso se não for for cumprido o exército entra e manda todo mundo PR avala visão do camarada responde aí responde isso Tecnicamente se é que é possível isso é tem tudo a ver com o livro tem tudo a ver com o livro o livro fala sobre concepção sobre
uso da força is a gente precisa ter uma concepção de uso da força que não seja excessivamente restritiva permissiva como é como é a ideia advogada pelo pelo nosso colega Então essa essa essa dissonância com a realidade Aí você pega um modelo de de uso da isso acontece isso Isso acontece o cara quer aí eu quero uma lei que ampare eu a fazer isso que me ampare a fazer isso isso isso não você não vai ter mais essa lei por outro lado o cara quer uma lei que não você tem que prender assim prender assado
entregar pegar rosas flor de Cheiro etc não também não dá ser então você tem que ter uma concepção de uso da força que ser é compatível com a realidade porque senão ela se torna excessivamente restritiva excessivamente permissiva não funciona é isso vamos nessa vamos lá colocar o pijama e descansar né é isso agradecer a rapaziada que tá aí com a gente até agora se não deixou o seu like deixa o teu like como o Glauber falou se você quer aí dar um rumo na sua vida estuda aqui com estratégia concurso que aprovou O Glauber e
para dar aquela moral ficar forte passar no TAF a gruf que tá aqui do lado beleza pô bom demais Mano Val É isso aí cara de estratégia grof nós vamos longe eh o nosso o nosso convidado vai dar aqui o recado final N não vai falar aí como é que é o pessoal vai te acompanhar no na rede social Alessandro visacro instag Alessandro visacro né Eh recomendo também conhecerem o site da editora grifos o o catálogo da editora é muito bom tem obras muito interessantes tem e dopaz Batalhão Toneleiro enfim para quem é ligado na
na literatura operacional vale a pena conhecer o catálogo da da editora grifos eh site da editor grifos www.editora.com.br e no Instagram editor grifos @ editor grifos mais uma vez faço a propaganda do livro Sacre vale muito a pena a a leitura uma um trabalho interessante bem contextualizado com a nossa realidade a gente faz uns links nós fazemos uns links muito muito relevantes com com estudos de caso ao longo da história com a conquista do Oeste com a segunda guerra mundial com o holocausto com a Guerra do Vietnã e sempre puxando PR para aquilo que pode
ser aplicável na nossa sociedade em termos de uso da força é isso gostaria de agradecer o suporte aqui nos bastidores do do Gustavo da da nossa Editora grifo dando todo o suporte pra gente aí acompanhou a gente a noite toda aí agradeço pela presena bom demais bom demais meu irmão tamos junto Mano Val e agradecer aí é o Fiat que vai levar o mano vol pra casa né irmão se for Fiat vai levar até seus 80 anos irmão se botar a escada corre pra caramba em cima né [ __ ] agora tu vai me comprar
Peugeot 300 2008 sei lá qual que é essa parada aí rapaziada deixa deixa tua vaquinha aí pro mano volta aí eu tô tô ajudando ele mas bicho gasta para car dou aumento para ele ele gasta mais do que eu dou de aumento aí eu dou mais aumento ele gasta mais [ __ ] man vol não aguenta tá faltando para mim Mano Val tanto que tu tá levando de aumento cara é Pois é cara sua barba tá ficando cada vez mais branca difícil mano são muitos vocês são muitos cara e [ __ ] dá trabalho é
isso estamos junto mano volta obrigado tá irmão estamos junto você que tá em casa aí cara muito obrigado pelo teu carinho com o visac Obrigado pelo teu carinho com o canal Te espero amanhã Man nós vamos bater um papo muito bacana com Joel paviotti né lá do canal iconografia da história vamos continuar na na temática al de segurança né mas vamos falar aí tudo sobre aquele caso lá de São Paulo lá do aeroporto de Guarulhos né o caso gritzbach VB né E tudo que envolve ali né rede de de policiais corruptos com PCC Então volta
amanhã mesmo horário estaremos ao vivo 8:30 beleza é isso aí fiquem com Deus um beijão um abraço fiem com Deus eu sou o fala glob Você tá no fala glob podcast estamos junto e fala glob [Música] [Música] he C [Música] C [Música] [Música]