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Boa tarde meu nome é Manuel Gustavo eu sou professor de teoria da história na Universidade Estadual de Goiás e vocês estão no teoria na rede seu programa mensal às vezes não tão mensal como a gente gostaria eh de todo modo seu programa de teoria da história é uma satisfação D início à Temporada 2024 e hoje a gente tá começando com o pé direito recebendo um convidado Que Tem trabalhado Na interface entre teoria da história história do tempo presente e aqui uma novidade vocês devem ter notado dessa vez o teoria na rede estipulou um tema para
todo um semestre a gente vai est discutindo o conceito de presentismo em diferentes versões a partir de diferentes perspectivas Então hoje é com muita satisfação que eu recebo o professor Dr Valder Ramalho com a fala intitulada história do tempo presente e políticas do tempo bom muito obrigado Manuel pelo convite Ah é uma satisfação muito grande est aqui né nessa iniciativa bacana da teoria da rede né do Núcleo de Estudos em teoria da história Eh toda a equipe né da Universidade Estadual de Goiás né coordenada pelo Manuel Então essa dar essa iniciativa e novamente agradecer pelo
convite de estar aqui hoje para falar é nessa temporada história e presentism né Eh eu acredito não sei se o Danilo já está projetando a minha apresentação que eu preparei na fala de hoje isso já vai já está em tela né então a fala que eu deparei hoje eh tem a ver com a maneira como eu tenho encarado esse campo da história do tempo presente né seria a entrada que eu tenho para essa discussão sobre o presentismo né proposta aqui na temporada e eh eu vou desenvolver essa fala né no sentido de delinear uma abordagem
sobre esse tema que eu tenho chamado ao menos provisoriamente de uma abordagem performativa do discurso histórico né Eh Danilo meu caro Se você puder passar a a o próximo slide bom a fala que eh eu gostaria de fazer hoje né E aproveitando também essa oportunidade dada pela pelo net é de conversar um pouquinho sobre os principais argumentos que eh eu desenvolvi um artigo que foi publicado no último número da revista história São Paulo né Eh esse artigo tem como título H sobre os limites do tempo história do tempo presente policron e performatividade bom eh no
geral eh eu procurei Nesse artigo sistematizar um diálogo entre esses dois Campos historiográficos né a história do tempo presente e a teoria da história né mais precisamente o meu interesse consistiu em digamos assim estabelecer algumas balizas teóricas que eh podem fundamentar uma certa maneira de praticar a pesquisa e a escrita em história do tempo presente né E essa abordagem que eu tô tentando desenhar ela se sustentaria em dois pilares fundamentais né sempre em linha com os debates mais contemporâneos sobre o tema das temporalidades históricas né esse esses Pilares seriam então de um lado eh o
princípio da multiplicidade dos tempos históricos né que no artigo foi chamado de policron ou se quiserem também né aí me inspirando também no trabalho do colega Marlon Salomon da Federal de Goiás né a a a heterocronia né isso de um lado e de outro lado né A abordagem que eu tô tentando desenhar ela se baseia em uma abordagem ou uma ênfase na dimensão performativa dos discursos sobre o tempo e a historicidade é o que eu tenho chamado de performatividade eu vou tentar explicar isso um pouquinho melhor no decorrer da fala né eu gostaria então de
expor e colocar para discussão os contornos teóricos mais Gerais dessa abordagem né Eh que é a função principal desse artigo ao final da da minha fala eu posso eu farei alguns apontamentos sobre como eu imagino ser possível né desdobrar Essas considerações teóricas na na prática da pesquisa em história do tempo presente também tá eh danil você poderia passar Então o próximo slide bom o mote inicial do do artigo é retirado de uma citação que abre um dos ensaios contidos no livro Extratos do tempo do cosel né o ensaio se chama continuidade e mudança de todas
as histórias possíveis Se não me engano é esse o título né e a citação é a que está em tela né a história do tempo presente é uma bela expressão mas um conceito difícil onde devemos traçar o limite entre o que é incluído e o que já não faz parte do tempo presente Então a partir dessa citação a primeira dificuldade que essa bela expressão ah coloca né É a de saber o que deve ser considerado como pertencente ao tempo presente e o que não deve ser considerado como tal então se trata em suma do problema
de saber como determinar os limites temporais que distinguem e separam o tempo presente dos tempos passados né o artigo trata exatamente dessa dificuldade se localizar os limites do tempo daí o título do trabalho né e de fato Esse é um problema muito frequentemente levantado pelos historiadores do tempo presente Especialmente quando se trata de refletir sobre as balizas epistemológicas desse dessa área de pesquisa né e no artigo eu vou dando alguns exemplos de como essa essa essa preocupação vai reaparecendo Danilo pode passar o próximo slide bom de acordo com a revisão eh historiográfica feita para elaborar
o artigo o problema dos limites do tempo é frequentemente formulado né na historiografia do tempo presente por meio da questão de saber quando começa o tempo presente ou seja onde reside o Marco que dá início ao presente e põe fim ao passado né como eu tenho dito Essa maneira de encarar a questão dos limites temporais é bastante recorrente entre os historiadores do tempo presente né que tendem então a delimitar o campo de objetos próprios desse Campo de pesquisa a partir da identificação de um começo de um marco inicial do presente bom procurar por um tal
começo do presente pressupõe entender esse presente como um período né uma espécie de bloco de tempo dentro do qual podemos encaixar as ocorrências do mundo da vida que compartilhariam entre si uma certa unidade ou identidade epocal não é e que são cronologicamente mais próximos do Historiador ou coetâneos ao próprio Historiador né bom não é de maneira nenhuma minha ção eh eh de digamos invalidar Essa maneira de conceber a historicidade do tempo presente isso seria um absurdo no fim das contas né Eh eh isso implicaria por exemplo né invalidar Toda a produção historiográfica vigorosa existente nessa
área de pesquisa a minha intenção é antes explorar criticamente os pressupostos teóricos que que digamos fundamentam a pergunta pelo começo do presente e isso no intuito de construir uma abordagem historiográfica eh que se identifica como uma história do tempo presente mas que esteja fundamentada Teoricamente em outros princípios de compreensão da temporalidade né E para alcançar Então essa esse intento né A primeira tarefa que o artigo se propõe a a cumprir é a de explorar criticamente né o princípio de representação do tempo que fundamenta a procura pelo começo do presente eu argumento que esse princípio de
representação temporal está assentado na postulação de uma separação ontológica e qualitativa eh entre o passado e o presente né ah veremos um pouco mais adiante que e e Esse princípio de representação foi por eh chamado por muitos autores como o princípio fundador da historiografia moderna né ela e essa ideia de que passado e presente são tempos ontológica e qualitativamente separados distintos entre si né Eh foi entendido muitas vezes como uma Norma um princípio básico para as formas historiográficas de apreensão do passado né Ah bom mas o meu grande ponto com tudo isso e aqui eu
estou apenas eh sintetizando o argumento né o meu grande ponto é que esse princípio da Separação qualitativa entre passado e presente também sustentou a maior parte das objeções feitas contra a legitimidade da própria história do tempo presente né ou seja definir o a a o campo da história do tempo presente a partir da demarcação do começo do presente ah implica reproduzir ainda que em termos digamos singulares né o mesmo princípio de representação que Embasa as principais objeções contra a legitimidade epistêmica desse Campo O que poderia então colocar a história do tempo presente diante de um
impasse teórico né do meu ponto de vista Esse é o argumento que eu procurei desenvolver no artigo uma saída possível para esses impasses teóricos consistiria em operar um deslocamento na maneira como nós encaramos Esse princípio da Separação qualitativa entre passado e presente e esse deslocamento consistiria em em digamos encarar Esse princípio não como uma Norma como um princípio normativo mas como um próprio tema da investigação histórica né ou seja entender a produção sociohistórica das Fronteiras temporais né E essa abordagem né que tematiza as fronteiras e não apenas assume as como se fossem dados objetivos da
experiência temporal né estaria no meu juízo eh justificada assentada em dois princípios né alternativos digamos assim o primeiro como eu tenho dito consiste em reconhecer a multiplicidade dos tempos históricos né o princípio da policron né que estabelece que nós não devemos entender o presente como uma unidade homogênea de tempo né uma unidade cronológica né mas sim entender que cada presente né Em cada presente coexistem simultaneamente uma grande variedade de arranjos temporis né E essa multiplicidade se revela não apenas diacronicamente mas sincronicamente também né em um dado contexto histórico né E esses múltiplos tempos estabelecem entre
si relações hora de competição de conflito hora de cooperação ou de solidariedade né ã então trata-se de conceber um presente policronico né de maneira a evitar definir de saída o presente como um período histórico né Isso significa então nos aproximar daquilo que o de Pest chakra Bart chamou em alguns trabalhos né de um presente não contemporâneo a si mesmo né o seja um presente que não possui uma identidade homogênea mas é constituído por uma miríade de temporalidades e de articulações significativas com os tempos ausentes né os passados e os futuros né Essa concepção policron do
tempo presente enseja uma segunda baliza teórica fundamental para a abordagem que eu tenho tentado eh delinear né E se trata da força performativa que certos discursos sobre o tempo e a historicidade desempenham em contextos quer dizer frequentemente né os atores sociais e aí inclusive os historiadores mas não exclusivamente os historiadores acadêmicos né realizam atos de fala e logo mais eu explico melhor isso né no intuito de instituir ou atestar justificar contestar negociar enfim as fronteiras entre o presente e o passado né né em muitos casos o sentido do que é presente é politicamente disputado né
e definir o que deve ser incluído como presente e o que já não faz parte do tempo presente e aqui eu tô retomando a citação inicial do kelic né Eh é com frequência né empregado como um instrumento de poder seja no sentido de exercer a dominação ou a hierarquização cultural por exemplo ou eh fundamentar uma maneira né digamos eh de delimitar a a restrição ou aplicação de um direito né ou como uma forma de legitimar ou invalidar uma determinada posição política ou uma ação política enfim o ponto é que a coexistência de tempos plurais de
um lado e o caráter performativo das Fronteiras temporais de outro né confluem né de acordo com o meu argumento na noção de políticas do tempo uma categoria heurística né que permite a meu juízo capturar e analisar como os atores sociais concorrentes né sempre imersos em relações de poder instituem atestam ou contestam né O que deve ser considerado atual e vigente no presente e o que Ao contrário deve ser visto como algo antigo arcaico anacrônico ou como uma reminiscência de um passado que já deveria ter sido superado né ã bom Essas são em linhas muito Gerais
né ah o argumento que eu proponho no artigo eu gostaria agora de eh aprofundar em alguns detalhes Eu apenas gostaria de antecipar essa síntese para que não cause eh suspense né já diga logo o plano geral e agora eu vou tentar justificar um pouquinho a minha proposição danil Você pode passar a próximo slide bom o principal pressuposto Como eu disse né da Procura pelo começo do presente reside na ideia de que o tempo presente corresponde a um período de tempo demarcado né a partir de um corte que distingue qualitativamente esse presente de outras épocas passadas
bom essa maneira de abordar representar a temporalidade ressoa aquilo que alguns historiadores Eu me refiro aqui a por exemplo Constantin fult no livro The limits of history de 2004 me refiro também a zachary schiffman num livro muito importante chamado the birth of the past né de 2011 mas também em outras referências clássicas por exemplo ah Michel desertou né no clássico a escrita da história eles refere eles se referem a essa maneira de de encarar a experiência do tempo como o princípio fundador da historiografia moderna é como está eh apresentado na tela uma citação da escrita
da história do sertor em que ele diz que a História Moderna ocidental começa com a diferenciação entre o presente e o passado né inicialmente a historiografia separa seu presente de um passado e aqui é importante eh ressaltar que a diferenciação entre o presente e o passado a que nós nos referimos aqui não se refere simplesmente a uma relação de anterioridade ou seja não não é dizer apenas que o passado vem antes do presente do ponto de vista historiográfico conceber o passado como um um objeto né de pensamento implica reconhecê-lo não apenas como um tempo anterior
mas um tempo qualitativamente diferente do presente essa diferença diz respeito à percepção de que cada entidade histórica existe em seu contexto singular seu contexto temporal singular que se distingue qualitativamente do contexto presente do Historiador né s é uma premissa com a qual todos nós historiadores eh acadêmicos né Eh estamos familiarizados né o o aspecto qualitativo dessa diferença reflete né a percepção de que o presente o tempo em que vive o historiador se destaca das épocas passadas por constituir um Horizonte de referências de valores de normas conceitos ideias enfim que é específico e singular ao presente
diferente do passado né dessa forma o princípio da Separação qualitativa entre o passado presente expressa uma Norma basilar digamos assim das formas de perspectivação historiográfica do passado né Por favor Danilo passe mais um slide bom a questão é que quando nós definimos a história do tempo presente a partir da marcação de um começo do presente está em jogo esse mesmo princípio normativo da distinção qualitativa entre passado e presente acontece Como eu disse anteriormente que esse princípio também sustenta a maior parte das objeções feitas contra a legitimidade epistêmica da história do tempo presente né isso por
a representação do tempo né da essa ideia do corte radical entre passado e presente né está na base da concepção de objetividade que presidiu o processo de institucionalização da historiografia como uma disciplina científica autônoma no século X né ou seja para que o passado pudesse se tornar Digamos um objeto de apreensão científica era essencial de acordo com aqueles historiadores colocar esse passado à distância do presente do sujeito Historiador de modo que a distância cronológica entre passado e presente refletiria o próprio corte entre sujeito e objeto e violar ess Esse princípio da distância implicaria de saída
uma impossibilidade para alcançar um conhecimento histórico objetivo é por isso que a distinção qualitativa ontológica entre passado e presente se consagrou como um princípio normativo básico da ciência histórica bom tudo isso é para dizer que definir o presente a partir da demarcação de uma fronteira que né o separa das épocas passadas faz repetir o mesmo princípio de representação temporal que embasou muitas objeções feitas contra a história do tempo presente é claro a diferença Central é que os historiadores do tempo presente argumento que é possível sim historicizar os fenômenos que ocorrem ajust dessa Fronteira né temporal
desse limite temporal digamos assim né E aí diversos conceitos e categorias foram criadas para justificar essa posição teórica como o artigo vai explorando porém São raros os trabalhos ainda que colocam em questão o próprio caráter normativo desse princípio de representação temporal né são raros ainda os trabalhos que eh debruçando-se então sobre as balizas epistemológicas da história do tempo presente questionam ou problematizam o próprio gesto de dividir o tempo né traçando o limite entre o que pertence e o que não pertence ao presente né então ainda que eh a resposta usual dos historiadores tempo presente seja
um contraponto a digamos a leitura historicista do princípio da representação eh da separação entre passado e presente esse os termos em que esse princípio de representação coloca para experiência temporal os termos dessa representação permanecem mantidos de maneira muitas vezes inquestionada encoberta inclusive e isso coloca um risco de eh impor a história do tempo presente um impasse teórico relevante por favor Danilo passa o próximo slide bom se nós atualmente né já est então familiarizados com a existência de um campo já consolidado né da história do tempo presente isso é claro pressupõe que o próprio princípio da
representação Temporal da separação entre passado e presente né temha sido de algum modo confrontado Ou seja a a emergência da história do tempo presente exigiu uma confrontação com o princípio normativo da separação ontológica entre passado e presente né Foi necessário então demonstrar que a ausência de distanciamento cronológico não implica direta e necessáriamente a ausência de objetividade aí uma série de argumentos foram desenvolvidos nesse sentido né Por exemplo muitos lembraram que essa maneira de representar o tempo a partir do corte radical entre presente e passado somente se consolidou né como a forma hegemônica de eh pensar
essa relação temporal em fins da da eh na no final do século XVII na cultura ocidental esse por exemplo é um dos assuntos tratados no livro do zakary schiffman the birth of the past né ah mas também cosé com as suas considerações clássicas ali eh em futuro passado por exemplo né mas outro argumento relevante aí para justificar esse tensionamento né ao princípio da representação eh temporal historicista de digamos é que ao longo do século XX né a ocorrência de uma série de experiências traumáticas de larga escala né Eh provocaram transformações sensíveis nas relações sociais com
a temporalidade E aí vem as as as guerras mundiais eh os genocídios eh em larga escala as ditaduras militares na América Latina o apartai etc todas todas essas experiências não apenas desafiaram a ideia de que a humanidade caminhava no sentido do Progresso Universal mas também tornou mais difícil admitir que o passado passa né E se distancia do presente em razão da própria passagem do tempo né então você tem por exemplo a injunção moral e política do dever de memória né a necessidade de se prestar conta com o passado né todos esses temas que reforçam o
a percepção de que existem passados que não passam e que não nem devem passar né E nesse cenário de Profundas transformações na experiência temporal e sobretudo a crescente reiteração pública do passado no presente não apenas resultou em novos discursos e políticas de memória mas também demandou do no campo historiográfico profissional o desenvolvimento de novas técnicas de novas formas de historicização da experiência né que não se baseiam exclusivamente na demarcação de fronteiras rígidas entre o presente e o passado é nesse sentido Por exemplo que o colega e amigo Mateus Pereira né no último livro dele a
lembrança do presente argumentou que o desenvolvimento da pesquisa histórica ao longo do século XX permitiu superar o corte radical entre passado e presente construída em fins do século XIX pelos historiadores profissionais com o objetivo de justificar suas competências de especialistas Danilo você pode passar a o próximo slide bom foi exatamente Nesse contexto então que a história do tempo presente vai se institucionalizar como a área da pesquisa histórica em alguns lugares né em alguns ambientes historiográficos né na Alemanha no na Inglaterra na França na América Latina Brasil Argentina Chile etc né e so Esse aspecto eu
creio ser possível dizer que a emergência da história do tempo presente foi simultaneamente um reflexo e uma resposta do campo historiográfico às novas relações sociais com a temporalidade que no seu conjunto desafiam o princípio normativo da Separação qualitativa entre passado e presente eh um processo que eh berber bevern por exemplo num artigo que foi traduzido e publicado na revista teoria da história né Eh da UFG eh chamou de a crise da passid historicista né Então em vez de insistir na separação rígida entre o passado morto e o presente vivo a história do tempo presente abrange
um campo plural de objetos e abriga também variadas abordagens sobre a experiência de temporal né as formas de persistência do passado no presente as digamos processos de Evocação e circulação do Passado no discurso público que fazendo então redimensionar as relações entre história e memória por exemplo ou a questão dos usos e abusos da história o o tema dos passados que não passam a revalorização da história política e assim por diante né então de uma maneira geral a história tempo presente deve então levar em conta nas palavras do hry Rousseau né no livro A Última catástrofe
a história do tempo presente deve levar em conta temporalidades diferenciadas e uma dialética particular entre passado e presente no entanto E aí Segue Danilo por favor o próximo slide no entanto apesar de desse potencial teórico interessante né que representado pela emergência da história do tempo presente a a questão da temporalidade não foi objeto de uma elaboração teórico conceitual mais profunda né no momento da institucionalização desse Campo de pesquisa é como observam os colegas e amigos né Augusto de Carvalho Marcelo Rangel e Rogério Rodrigues né no livro O fio e a Trama né A questão da
temporalidade dizem eles não estava na ordem do dia das discussões acerca da emergência da história do tempo presente no seu processo de institucionalização nessa mesma linha o próprio hanry Rousseau também destacou que a criação do Instituto história tempo presente de Paris né e portanto de um campo da história do tempo presente na historiografia francesa não resultou de um trabalho teórico prévio que teria resultado na institucionalização de um conceito mais ou menos eh bem definido e já prova né e ainda num tom até mais assertivo né um importante Historiador do tempo presente espanhol Júlio arostegi argumentou
que essa ausência de elaboração teórica fez com que o conteúdo da história do tempo do tempo presente fosse compreendido no início de uma forma bastante convencional bom essa convencionalidade se torna esta é o que diz jullio arostegi esse argumento né Essa convencionalidade se torna manifesta Quando observamos que a maior parte das discussões sobre os contornos do presente como um âmbito da pesquisa histórica né são pautadas pelo problema de saber quando começa o tempo presente por quê Porque essa maneira de colocar a questão induz o historiador do tempo presente a conceber esse tempo presente como um
período ou um subperíodo da história contemporânea por exemplo né especialmente a partir da localização de acontecimentos epoca o próprio hry Russo por exemplo que vai se apropriar né da noção de última catástrofe um exemplo né Ou seja a definição do escopo da história do tempo presente é geralmente orientada pela questão de saber como definir o Marco cronológico inicial do presente de modo que a questão da temporalidade proposta por por essa área de pesquisa é reduzida desde a saída a questão da periodização Ah mas a a conceituação digamos do tempo presente como um período histórico que
se expressa a partir da busca pela demarcação do seu início né está sustentada como eu afirmei antes em uma concepção de temporalidade que que no seu aspecto formal se mantém presa aos pressupostos da representação do tempo histórico er dada do século X e que se expressa Claro no princípio da Separação qualitativa entre passado e presente né portanto delimitar a singularidade da história do tempo presente por meio do raciocínio periodizando Da Lógica da periodização ao fazer isso reintroduz imos pela porta dos fundos aquele mesmo princípio de representação temporal que a própria história do tempo presente teve
de se confrontar no contexto de sua institucionalização porém ao fazer essa confrontação de maneira indireta né esse problema permaneceu vigente mas encoberto Esse é uma parte importante do meu argumento por favor Danilo passe o próximo slide então estar diante de um impasse a questão que se coloca então é qual encaminhamento nós podemos encontrar para digamos sair desse impasse é claro que ã várias respostas aqui seriam possíveis né Mas a questão é é possível fundamentar afinal de contas a pesquisa e é escrita em história do tempo presente sem definir esse tempo presente como um período identificável
a partir da demarcação de um começo é possível sustentar uma abordagem historiográfica sobre o tempo presente que efetivamente problematize o princípio normativo da Separação qualitativa entre passado e presente bom essa essa questão h eu creio eu argumento que deve ser respondida afirmativamente e que os dois pilares que eu deline anteriormente oferecem digamos bases Poderosas para desenvolver essa resposta afirmativa né tanto o princípio da policron quanto a abordagem performativa do tempo histórico permitem pensar o presente não como um bloco de tempo com uma identidade homogenia dentro do qual né os fenômenos podem ser localizados e e
digamos possuiriam uma identidade comum homogênea né A Proposta aqui consiste em encarar o presente como um tempo relacional um tempo policronico um tempo heterogêneo né que abriga em sua composição né múltiplas modalizações entre passados e Futuros apresentando formas de historicidade dissonantes e não raro concorrentes entre si né Então em vez de atribuir ao tempo presente uma identidade singular e homogênea definida por um recorte no fluxo cronológico né trata-se aqui de reconhecer a multiplicidade como um traço constitutivo da experiência do presente histórico bom conceber o presente policronico digamos assim significa também atentar para a dimensão política
das interações entre os múltiplos tempos que compõe a vida social encarar os limites do tempo como um dado ou uma Norma inquestionável pode eventualmente levar a um encobrimento dessas dimensões políticas envolvidas nessa produção sociohistórica das Fronteiras temporais então para desencobrir essas dimensões políticas né A alguns historiadores contemporâneos me refiro por exemplo ao berbe bevernage ao Chris Lawrence Maria inz mudrov entre outros né tem encontrado na célebre teoria dos atos de fala do John Austin um caminho metodológico bastante promissor né essa teoria dos atos de fala eh se baseia nós Eh vamos lembrar né na reflexão
sobre um certo uso da linguagem cuja função primordial não é a de produzir representações sobre o mundo mas sim a de realizar ações intervenções no mundo prático né dessa forma o Austin diferenciou dois tipos de enunciado né os constatativos Ou seja que descr enunciados que descrevem né um determinado aspecto da realidade podendo então ser julgados como verdadeiros ou falsos né isso de um lado de outro lado os enunciados performativos ou seja proferentem acontecer digamos uma certa realidade no mundo social que não podem ser julgados nem como verdadeiros nem falsos mas sim de acordo com as
palavras do Austin como felizes ou infelizes de acordo com a sua capacidade de digamos realizar a ação e os efeitos intencionados pelo proferimento né tomando com base isso eu tô retomando muito rapidamente aqui mas se quiser a gente pode discutir isso depois o que esses historiadores T proposto recentemente é aplicar essa diferenciação entre o constatativo e o performativo para problematizar as fronteiras temporais entre o presente e o passado Então como vai dizer a professora Maria Ines movit né as distinções temporais entre presente e passado passam a ser entendidas como distinções performativas Isto é elas são
o resultado de ações linguísticas realizadas no presente é o que ela vai dizer no artigo políticas do tempo políticas da história Quem são os contemporâneos Tem tradução para o português né bom o o performativo aqui enfatiza que a separação entre presente e passado é regulada por meio dos atos de fala realizados por um Historiador ou por pelos atores sociais em questão né Sem descuidar é claro do contexto histórico específico em que se dá o o proferimento né E essa perspectiva teórica complica decisivamente a visão digamos periodizando do tempo presente Aliás a própria insistência na pergunta
de saber quando começa o tempo presente sugere que esse Marco de início essa Fronteira esse limite que se para o passado do presente não é algo simplesmente dado né que o historiador pode tão apenas constatar na realidade do tempo objetivo trata-se antes de algo que uma de algo que é instituído pelo próprio Discurso historiográfico ou pelos diferentes discursos que tematizam as temporalidades do mundo da vida tem uma dimensão performa portanto em sua a ênfase no caráter performativo das Fronteiras temporais implica reconhecer a multiplicidade como constituindo a dimensão básica da experiência temporal por favor Danilo passe
mais um slide focalizar na força performativa né desses discursos sobre o tempo e a historicidade implica ressaltar a carga política que está ido nesses discursos isso implica assumir que o modo como os sujeitos históricos estabelecem os limites entre o presente e o passado e também constrói significados para o tempo presente nas articulações com os passados e os futuros esses processos não envolvem apenas reflexão e contemplação mas é também uma forma de atividade é uma forma de intervenção no mundo e não é razão então que muitos eh historiadores têm encontrado no conceito de políticas do tempo
uma noção fundamental né um conceito que eh eh vem sendo trabalhado por alguns autores não é inclusive eh esse é o objeto de discussão que temos feito no grupo de pesquisa h no fórum teorias do tempo presente né aqui na UDESC também com a participação de vários colegas né inclusive o o Rogério Professor Rogério Professor Mauro Franco lá da weng Professor Guilherme bianque da USP e e vários colegas aqui né decentes do programa de pós-graduação e também da graduação da departamento de história aqui da UDESC nós temos discutido né levantado e e e debatido a
bibliografia que trata dessa noção de políticas do tempo né uma definição por exemplo bastante canônica foi dado por Peter osborn né no livro The politics of time de 95 o qual ele diz que a política do tempo é uma política que considera as estruturas temporais das práticas sociais como objeto específico de sua intenção ah ah transformadora ou preservadora né É dizer então que a função heurística principal das políticas do tempo consiste em revelar como certos atos linguísticos eh sociolinguísticos são performados no presente no sentido de construir desconstruir reconstruir articulações significativas com os tempos ausentes produzindo
assim efeitos políticos mais ou menos intencionais né seguindo um pouco nessa mesma linha a já citada eh professora amiga Maria Ines mudrov né Eh diz que a noção de políticas do tempo nos permite problematizar como nós definimos as fronteiras do nosso presente e criamos formas de alteridade temporal que são alheias à mera simultaneidade cronológica Então nesse sentido o ato de delimitar o presente como um tempo separado e distinto do passado e do futuro não se reduz a uma simples constatação um problema de uma representação politicamente neutra digamos sobre a poralidade não se trata disso trata--se
antes de um ato performativo que se realiza em um contexto específico e por atores sociais concretos enredados em relações de poder né de maneira que essa categoria das políticas do tempo permite interrogar como as fronteiras temporais são estabelecidas na prática concreta e observar essas práticas em nível empírico o emprego dessa categoria então exige né nos coloca então a necessidade de perguntar o que nós estamos realmente fazendo quando nos referimos as fronteiras entre passado e presente e futuro uma citação retirada do livro Breaking up time eh uma coletânia organizada por berber bevernage e Chris Lawrence né
Por favor Danilo eu já estou encaminhando aqui a conclusão já então problematizar a distinção entre passar presente revelando a carga política dos limites do tempo né implica o meu juízo abrir os horizontes de possibilidade de pesquisa em história do tempo presente e isso no sentido de desenvolver e experimentar possibilidades de historicização do presente que vão além do paradigma temporal historicista né então ao tematizar a produção sócio-histórica das distinções temporais torna-se possível compreender como o tempo presente é histórica e politicamente construído por meio de práticas sociolinguísticas que não simplesmente constatam o significado do presente ou do
nosso tempo presente mas constróem performa esse significado produzindo com isso efeitos epistêmicos e políticos mais ou menos intencionais tudo passa agora por saber essa exposição muito Geral das balizas teóricas dessa abordagem que estamos tentando construir em história do tempo presente como ela poderia ser desdobrada na prática da pesquisa no artigo eu teci algumas considerações sobre a a a a polêmica das estátuas né A recente polêmica das estátuas da derrubada eh e ataque queima de monumentos dedicados a ícones eh da da história Colonial né Eh pode passar o próximo slide por favor Dani isso Nesse artigo
eh eu me concentrei basicamente em ah retomar como essa polêmica se deu sobretudo a partir das proposições de alguns historiadores que tomaram parte naquela controvérsia né Eh não eu escolhi esse exemplo não porque né os ataques aos monumentos ocorreram num passado muito recente ou no tempo presente definido como um período não se trata disso mas sim porque no centro daquela polêmica estava justamente diferentes concepções sobre o caráter das Fronteiras temporais que distinguem o presente do passado né De Fato né né uma das questões fundamentais né que mobilizou aquele debate né residia nas diferentes maneiras como
os atores sociais envolvidos naqueles episódios procuravam regular digamos as fronteiras entre o presente e o passado como forma de justificar ou criticar uma determinada posição política né relativa ao significado daqueles atos né E aí no no que concerne as discussões eh queeram entre os historiadores acadêmicos foi muito frequente a mobilização do conceito de anacronismo tanto por parte dos críticos a atos quant por parte vozes maisis né ao ataque a monumentos né B do lado vozes crític né crticas aqueles atos né tema do anacronismo foi mobilizado para invalidar a lógica histórica que motivava aquelas ações né
conceito foi usado ali para defender que julgar o passado à luz dos valores morais do presente consistiria em um pecado contra a inteligência do passado é uma expressão que um grupo de historiadores franceses reagindo à aquele Episódio no no no país né criticando a febre iconoclasta como eles chamaram aqueles aquela onda de protestos né Eh eh Então essa ideia do do pecado contra a inteligência do passado foi formulada por esse grupo de historiadores que publicaram um artigo no jornal Lemond né Eh e esse pecado teria tanto um sentido lógico porque eh implicaria um erro de
interpretação eh sobre o passado mas também revelaria um certo desvio ético e político seria uma maneira irresponsável de lidar com o passado difícil na visão deles e aí outros historiadores inclusive brasileiros né H participaram daquele debate e o artigo reconstitui rapidamente a a aquela polêmica né o traço comum para ser mais sintético aqui é que ã a acusação de anacronismo né Eh era feita para chamar a atenção de que que os realizadores daquelas ações estariam ignorando a diferença ontológica e qualitativa que separa o presente do passado e essa seria a fonte fundamental dos equívocos Ah
epistêmicos e ético-políticos daquele dos realizadores daquelas ações bem como das pessoas que os defendiam ora mas o veto anacronismo está também assentado em uma premissa e essa premissa é justamente o princípio normativo da Separação qualitativa entre presente e passado ou seja a noção de anacronismo isso também vai mostrar o livro do Z shiffman né a próprio conceito de anacronismo só começa a ser formulado quando se percebe que um entidade histórica somente pode ser interpretada no seu ficado se ela estiver situada e circunscrita no contexto temporal de sua ocorrência Ou seja a noção de anacronismo depende
dessa forma de encarar o tempo que pressupõe um corte rígido entre o presente e o passado agora o que acontece quando nós não encaramos a separação entre presente e passado como uma Norma E aí toda aquela linguagem rier falou disso muito celebr mede né essa linguagem do pecado do Tabu reflete Essa visão normativa né o Tabu do anacronismo o pecado do anacronismo né pensemos no lefevre por exemplo o clássico né Eh ressoa essa visão normativa né Eh de encarar o tempo dessa maneira Mas e se nós deslocarmos o nosso olhar como tem como tem proposto
aqui ou seja encarar a separação entre do passado e presente não como um princípio normativo absoluto mas como um tema de investigação como tem afirmar os limites do tempo os limites entre oado o presente e o passado né são performativa instituídos pelos atores sociais imersos em relações desiguais de força e é com base nessa perspectiva que outros historiadores que participaram da Polêmica das estátuas a acusação de anacronismo Por parte dos críticos daqueles atos alguns lembraram por exemplo que o racismo e a violência Colonial simbolizada por aqueles monumentos não são passado no sentido de distante e
ausente do presente aquelas experiências aoo permanecem vigorando em uma espécie de presente passado né que afeta diretamente o contexto atual dentre vários outros eh historiadores que seguiram essa linha argumentativa eu destacaria a intervenção belíssima do colega amigo também professora Alexandra velada Federal de Uberlândia né que argumentou que as distinções temporais não refletem uma ordem natural do tempo mas são resultados de ações e decisões performadas por atores sociais concretos né Então em vez de condenar aqueles atos como eh eh anacrônicos digamos assim a velar indica que as controversas eu desito ele agora as controvérsias e disputas
envolvendo Os destinos de incômodas estátuas demonstram que o presente é habitado por diversas temporalidades numa policron em que a definição de fronteiras entre o passado e o presente é mais um exercício de uma política do tempo do que uma ordem natural do tempo então ah acentuar o caráter performativo com isso eu concluo acentuar o caráter performativo das distinções temporais abre uma forma de historicizar a experiência do presente possibilitando então produzir análises críticas interpretações densas empiricamente embasadas e Teoricamente consequentes das práticas sociais de construção de significados e de experiências do presente histórico bom Essas são em
linhas Gerais a fala que eu gostaria de fazer com vocês hoje estou disponível aqui para quaisquer questões e para conversar um pouquinho com todo mundo Muito obrigado pela atenção a gente que agradece Professor Valdez e para você que pegou o bonde andando e você está no teoria na rede o seu programa de teoria da história hoje a gente tem a satisfação de receber Professor Valdez h para falar sobre questões de temporalidade histórica mas especificamente no âmbito da história do tempo presente você vai reparar na nossa arte que a gente tá usando para divulgar a temporada
desse semestre eh o tema do presentismo vai cobrir todos os nossos encontros até o meio do ano a gente espera somar professor valde nesse nessa tarefa difícil de pensar o o passado próximo né o o e o contemporâneo eh eu vou eh antes de mais nada pedir para você que tá acompanhando se você não tá inscrito no canal se inscreve ativa o Sininho essa coisa toda e agradecer o pessoal que já foi chegando aí de boa tarde e tal pessoal da teoria não missão 15 horas da tarde para derreter o cerebelo com conversa epistemológica né
Valdez tá é um pessoal eh decidido interessado né estamos entre epistemólogos eh mas Brincadeiras à parte eu vou aproveitar o ensejo para dar um start na discussão e aí como de prax vocês fiquem à vontade para lançar suas dúvidas considerações eh para render o debate nos comentários aí no canal do Net do Núcleo de Estudos em teoria da história essa iniciativa que a gente toca na Universidade Estadual de Goiás e importante também render o meu agradecimento ao meu parceiro eh Mestrando em história pelo programa de pós--graduação em história da UEG e também professor do IF
Danilo que é nosso suporte técnico eh de design que faz a arte mas também eh do ponto de vista pedagógico assim alguém que me ajuda muito a pensar Os destinos do projeto a produzir os conteúdos mesmos né em parceria com os nossos convidados então fica Meu obrigado e professor eu tive a oportunidade de ler eh muito recentemente o texto no qual a sua fala se baseou e a gente fala um pouquinho antes né Eh primeiro D satisfação da gente se encontrar aqui e não em fila de concurso né num clima muito mais eh relaxado mais
tranquilo mais produtivo né sem aquela tensão eh mas falávamos também de como o argumento do seu texto se posiciona eh no contexto de vários outros que procuram construir uma crítica da Tele olia de uma concepção linear de história não é e linearidade essa que se organizaria por meio da periodização que o seu texto muito bem critica e eu eu dizia inclusive que isso me fez pensar na obra do Hans gbr né que é um dos muitos autores e ele por meio do conceito de presente amplo mas também o hartog por meio do conceito de presentismo
São muitas as tentativas de compreender essa percepção que vai ficando cada vez mais consistente porque oriunda de diferentes tradições né de autores de diferentes estilos mas essa diferentes épocas essa percepção de que o o o a a experiência contemporânea do tempo não é de um tempo que está evoluindo ou de de um presente que é momento de um processo de um longo processo de evolução eel melhoramento então assim a gente tem aquela sensação de em 2024 tá num momento já bastante adiantado de consolidação de uma percepção histórica que entende a história como Progresso como uma
concepção realmente defasada uma uma concepção já com a sua idade então a gente tá nesse no seu texto ele me me situou nesse ambiente em que a a a concepção do esgotamento das teleologia é já bastante consolidada e a conversa é já sobre como lidar com isso que outras temporalidades pensar né é uma conversa que e nisso eu coloco a questão da minha pergunta o Danilo já deve est rindo nesse momento eu não tô vendo ele porque tem uma pergunta Professor nesse programa por motivos absolutamente egoístas da minha parte que parece um pouco aquela pergunta
do do abujanra que todo mundo responde né todo mundo chega lá ele Ah o que que é a vida e e todo mundo chega aqui eu pergunto Ah mas e o pós-moderno porque porque é um um objeto de pesquisa meu é um tema que me interessa muito mas não de graça esse tema do presentismo eh tem me ocupado bastante e aí eu queria colocar essa questão de eh como o senhor vê o o debate do pós-modernismo que é o que parece é um debate que tá tendo uma espécie de Revival assim eu penso ente no
ean kleinberg nos Estados Unidos né em outros autores ali próximos dele eh que é um uma teoria cultural que já nos anos 90 falava com muita naturalidade da heterogeneidade temporal do presente né falava em bricolagem temporal falava é uma teoria que para Qual é um estilo de pensamento pro Qual a teleologia de fato é uma coisa eh anterior a 1968 para dizer o mínimo Então eu queria te ouvir um pouco eh sobre se há uma uma convergência ou se isso é uma paranoia minha de quem tá ocupado com o tema do pós-modernismo de quem tá
escrevendo sobre e Leu o seu texto né eu li o seu texto um pouco na no contexto de uma reflexão que eu tô fazendo sobre história do tempo presente e pós-modernismo eu queria saber o que que tu acha disso eh mas Mais especificamente eu queria fazer uma outra coisa também muito em benefício do nosso público dizer também que se vocês não repararam na na descrição né do conteúdo aqui do canal tem uma série de links de artigos do professor Valdeir então se você tá tendo contato pela primeira vez com o trabalho dele a partir desse
vídeo você já sai munido de uma série de argumentos interessantes E você tem aí três ou quatro artigos para numa sequência você eh fazer uma uma formação digamos mais sólida nos temas que ele traz E aí professor eu dizia em benefício desse do público se o senhor puder dar uma palavrinha sobre um livro que o Senhor tem publicado sobre a o conceito é história e existência não é São ensaios sobre história e existência que foi publicado ali em parceria com o professor Augusto Professor Breno ambos já passaram aqui pelo teoria na rede Então hoje a
gente tem a satisfação de te receber acho que o público se beneficiaria de saber também desse outro aspecto da sua trajetória da sua pesquisa então aí uma questão mais existencial né que não raro pega muito o aluno de graduação o aluno de graduação eh talvez eh pela idade ou pelos temas os tempos turbulentos que a gente tá vivendo Professor volta e meia aparece um que recupera um sar que chega perguntando Ah mas e o Cami era existencialista ou não era que polêmica era aquela E então vai ser uma satisfação te ouvir sobre essas questões e
você que tá nos ouvindo encaminha suas perguntas o Danilo vai cuidar de organizar isso vai passar aqui na tela e a gente encaminha a discussão bom Muitíssimo obrigado Manuel pela pelas questões né De novo agradecer você o Danilo e toda a equipe né do Net eh bom em relação a às questões propostas primeiro sobre a questão da pós-modernidade né o pós-modernismo enfim a minha principal entrada nesse nesse debate é via lotar né Eh eh sobre que tratou né em 79 da condição pós-moderna né eh gostaria apenas de ressaltar eu acho que é importante dizer isso
de início um dos autores eh que eu apresentei aqui aqui na na minha fala há pouco Peter osborn né que vai propor uma definição do conceito de políticas do tempo o livro The politics of time é exatamente uma discussão sobre o pós-moderno né ele tá escrevendo ali em 1995 reagindo então a eh o debate estava na crista da onda né sobre o pós A pós-modernidade O pós-moderno E ele estabelece uma leitura crítica dessa noção de pós-modernidade argumentando que declarar um período como posterior a outro e posterior no sentido não só quantitativo Mas diferente qualitativamente diferente
do anterior é uma política do tempo tipicamente moderna então ele tensiona a noção do pós-moderno dessa noção de pós-modernidade argumentando que a política do tempo que fundamenta o conceito seria moderna né ele vai desdobrando ali essa reflexão né Eh concordo em partes com Peter Osborne porque ah definir o pós-moderno como um período de fato eh parece a gente conversava há pouco aqui nos Bastidores né parece um pouco redutor né Eh eh essa lógica da periodização na verdade é uma operação muito familiar para todos nós historiadores e aqui não se trata oo meu juízo de invalidar
toda e qualquer forma de periodizar o tempo o Ato da periodização é por exemplo um um procedimento metodológico importante Para viabilizar para operacionalizar a pesquisa histórica Mas uma coisa são questões de ordem metodológica outra outra coisa são questões de ordem epistemológica né então a periodização né recortar o tempo delimitar o período em que eu vou tratar um certo objeto de pesquisa é um procedimento metodológico relevante e disso não temos dúvida agora outra coisa é fundamentar toda uma área de pesquisa com base no critério da periodização é reduzir o problema da temporalidade ao problema da periodização
há um artigo né importante do professor hel jord né norueg que se chama against periodization então contra a periodização em que ele faz ele faz uma crítica A maneira como Kel Foi recebido nos países de língua inglesa porque a tradução tanto de futuro no passado também de extratos de tempo e outras coletas do kelic colocam eh por vezes traduzem eh zite né tempo por período period em inglês então a confusão entre teoria dos tempos históricos do kelic e a questão da periodização já tá dada aí nesse nível no contexto é claro ele tá se referindo
a a historiografia de língua inglesa mas não é tão diferente assim S eh quando nós eh eh né nos deparamos com a maneira como os historiadores geralmente tratam a questão da temporalidade para refletir sobre o seu ofício então reduzir a temporalidade ao problema da periodização me parece ser um raciocínio um pouco limitante talvez eu posso eu gostaria até de ouvir críticas de vocês os colegas né ao que eu vou dizer agora que eu se que um pouquinho polêmico mas Essa é Talvez um pouco a minha ressalva a uma leitura de um hartog Por exemplo quando
propõe essa noção de regimes de historicidade aí pensando eh os vários regimes de historicidade que ele ah desenvolve no seu livro né incluindo o presentismo né porque Qual que é o problema ali que eu vejo eh ele diz que a regime de historicidade seria uma teria uma função heurística certo função heurística tem a ver com a descoberta né e a descoberta do quê a descoberta do que ele mesmo chama de uma ordem do tempo não é haveria uma ordem do tempo a ser descoberta por meio da aplicação da categoria regime de historicidade E é isso
que ele faz no livro mas quando a gente vai ler com eh né eh como é que o autor desenvolve isso a gente percebe claramente que os regimes de historicidade se sucedem numa ordem cronológica não é E aí a cada período corresponde uma forma de regime de historicidade então entre o século XVI e XX prevaleceria um regime de historicidade no qual o futuro prepondera sobre o presente e o passado e aí no século 20 começa a emergir um novo regime de historicidade em que o presente passa dominar sobre o passado e o futuro mas essa
maneira de abordar a questão do tempo passa ao Largo da própria distinção entre passado presente e futuro será que esses conceitos são tão objetivos e Claros assim será que não cabe antes refletir um pouco mais detidamente sobre a própria maneira como os historiadores e os atores sociais em geral distinguem essas tempor idades talvez alguém Poderia chamar essa abordagem eh de pós-moderna não sei não me oporia a princípio né o ponto que eu quero destacar é que e a questão do tempo é sempre um mistério não não é razoável eu Suponho né tentar resolver o problema
do tempo eh do tempo histórico digamos propondo uma definição unívoca do que seja o tempo porque por exemplo o Santo Agostinho já ensinou há 1600 anos atrás que isso não é possível né então toda a concepção de história está sustentada em uma certa visão uma certa compreensão sobre o tempo mas igualmente o o oposto também é verdadeiro as concepções de tempo se transformam historicamente também eh então pensando nessa circularidade entre tempo e história né me parece que ter mais atenção a produção sociohistórica de significados e experiências temporais me parece uma chave analítica promissora tá eu
não saberia dizer se ela é PS se essa forma de abordagem é pós-moderna porque eu eu eu eu não opero exatamente com esse conceito mas não teria nenhum problema via dessa forma o o grande questão é eh eh o problema que tá sendo proposto aqui é a maneira de encaminhar né bom e sobre o livro né sobre história e existência né que eh eu e os amigos Breno Mendes e o Augusto né de Carvalho o Breno na Federal de Goiás o Augusto agora na un Rio nós organizamos aquele livro né Eh em 201 também com
participação de outros colegas né eh no âmbito de um grupo que era quase xará seu eh Nossa aqui viu aqui é o net e lá era o ni né Núcleo interdisciplinar de Estudos teóricos era uma iniciativa de alguns estudantes de história da UFMG né que tinha interesse em teoria da história havia estudado com o professor Zé Carlos Reis Não é que depois continuaram ali eh interessados em teoria da história e aí a gente fez um evento ã em torno desse esse tema da história e existência tinha e esse evento tinha a ver com o fato
de nós esse grupo participava eu o Augusto Breno o Danilo Marques também não é o Marcos girard e outros colegas nós havíamos ah estávamos lendo né na íntegra a obra ser e tempo do heidegger e aquilo nos inspirou a pensar né Eh a historicidade nesse sentido Raid guiano né E como é que a gente pode pensar essa relação entre história e existência A partir dessa chave né inclusive o nesse livro tem um texto do Breno eu acho que é o capítulo inicial em que ele faz até essa diferenciação entre filosofia da existência e o existencialismo
né diferenciando ali uma visão heideggeriana da e e dessa questão né da existência das analítica temporal do da Zain essa coisa toda e o existencialismo sartriano por exemplo mostrando essas diferenças Então essa foi a motivação ali da da desse livro né dessa coletânia que legal não sei se eu respondi Manuel demais nesse caminho o pessoal vai parar em Kirk né descobrir o o o Sartre leitor de heidegger o heidegger leitor de Kirk Gerard isso e o Kirk às vezes ganha essa essa esse apelido de primeiro existencialista exato ex legal bom enquanto o Dan organiza as
questões aqui pra gente eh depois a gente cria uma situação para dar sequência nesse debate mas só para deixar quem nos acompanha com a pulga atrás da orelha eu faria duas ou três considerações rápidas assim primeiro que embora até gente como Frederick Jameson que eu acho que talvez seja o melhor teórico do pós-modernismo assimo ele Ele defende que o argumento dele é o argumento do pós modernismo como um conceito epocal um conceito historiográfico né mas é mesmo ele e aí até o hartog fazer um pouco aqui de advogado do do hartog no conceito de presentismo
que de fato tem isso ele é um regime de historicidade que sucede outros né ele deixa bem claro como o pensamento moderno sempre foi mais orientado pro Futuro pensamento medieval mais orientado para tradição portanto pro passado então ele é um momento que vem depois de outros mas tanto o conceito epocal de pós pós-modernismo do Frederick Jameson como o conceito de presentismo do do hartog assim também como conceito de presente amplo do Hans gomd eles são conceitos que embora eles venham depois de outra época eh eles não apontam para uma época que o sucedem eles são
por assim dizer eh muito modernos como o Peter Osborne diz mas para usar uma distinção que você usa no seu artigo mais a jusante do que a montante entende é como se el dis fosse assim não então tá então eles pegaram no ponto fraco do argumento mas todos esses autores teriam eh para dizer em sua defesa de que Então esse é o último dos períodos algo assim entende como se fosse assim é é um momento que e evidentemente vem depois de outros Talvez um pouco pelo nosso vício de já enquadrar o passado nesses termos mas
eles não apontam para lugar nenhum não é tipo assim eles eles meio que neutralizam essa lógica né mas isso é também um debate para para é pano para manga eu vou dar a oportunidade o professor vess para quem nos acompanhou e provavelmente tá curioso tá interessado em em em falar eu vou ler aqui o Dan vai colocando aí também na tela eh Senor vai anotando a gente se organiza mas o Mauro Franco eh agradeceu né pela oportunidade de te ouvir e deixou o que ele chama de pergunta provocação a história do tempo presente diz ele
como uma subárea institucionalizada da história é algos ou aliada nessa requalificação das Fronteiras entre passado presente e futuro eh ele diz que pergunta porque recorda que o Professor Mateus Pereira explora certa potência da ideia de ele coloca aspas né história do tempo presente se aproveitando das aporias próprias ao conceito de presente histórico haveria uma natural plasticidade na denominação tempo presente Será que essa resistência em reconhecer o presente como algo histórico e politicamente construído não estaria mais ligada a outras subáreas da história eu vou pedir pro Dan lançar também valderes chat do da da nossa conversa
no chat privado para se você precisar se orientar pelas perguntas eu tô aqui pelo que ele me mandou no WhatsApp eh eu vou ler mais uma te passo para para você responder e depois a gente ler as duas outras eu já agradeço imensamente pessoal que participou que teve a disponibilidade e interesse de contribuir com a discussão Professor caios Costa Amaral de Souza eh ele pergunta poderia relacionar a ideia de presentismo com a de atualismo eh citando o o livro do do Mateus e do Valdeir né e com relação ao uso do termo história do tempo
presente Por que não utilizar história imediata ou recente essa eu adoro essa o hry Russo ele responde bem naquele livro que a gente falava sobre ele né nos antes de começar última uma catástrofe eh temos mais duas mas por hora Professor verez vamos nos deter nessas E aí a gente abre uma segunda rodada bom perfeito eh obrigado pelas questões eh primeira questão do Mauro né Eh as provocações inteligentes como sempre né Eh Ele pergunta então se a história do tempo presente poderia ser aliada ou ao gos nessa tarefa de requalificar as fronteiras temporais eu acho
que a resposta ela não há uma resposta unívoca vai depender Claro da maneira como nós abordamos o próprio a a própria questão das Fronteiras temporais de minha parte eu creio né que existe um potencial assim como o Mateus como eh o Mauro lembrou na pergunta dele né a hisória do tempo presente tem um potencial muito importante para ser uma aliada né nesse processo de requalificação das Fronteiras entre passado e presente né Eh por todas as razões que eh eu desenvolvi no artigo e eu conversei aqui hoje com vocês né pensaram o o uma história do
presente né que não se paute exclusivamente pela separação rígida desse presente com o passado mas sim como esse presente é constituído em relações complexas com múltiplas temporalidades e envolvendo né uma Evidente força performativa na produção dos significados que se atribui à experiência do presente histórico né bom ele o Mauro também pergunta se essa tendência né de digamos insistir se eu entendo bem na na rigidez das Fronteiras a do passado e do presente se isso seria é algo que provém não da do próprio Campo da história do tempo presente mas de outras áreas da historiografia bom
novamente eu imagino eh São questões eh provocadoras que o Mauro sempre nos coloca a pensar né mas eh eu diria que essa tendência não é singular a uma ou outra área da pesquisa histórica diferente da história do tempo presente né eu eu eu como eu tenho identificado no no artigo e eu expliquei aqui um pouquinho com vocês hoje essa tendência de se reafirmar a rigidez dessas fronteiras Ou pelo menos de assumir Esse princípio de representação temporal como um dado muitas vezes até inquestionavelmente ela também se verifica do interior da própria área da história do tempo
presente então não não acredito que seria correto atribuir essa tendência a outras áreas da pesquisa como se a história do tempo presente fosse uma área especial digamos mais consciente de si mesma etc não isso provém de uma tradição disciplinar isso provém da própria história da historiografia da maneira como a historiografia enquanto disciplina concebeu né a sua digamos relação com o tempo e como essa a historiografia né concebeu a sua noção de objetividade ao menos a versão canônica de objetividade historiográfica né então separar o presente do passado foi foi visto naquele momento em que a historiografia
se institucionalizou no século XIX como um princípio basilar da ciência histórica o professor Estevan Martins um um texto muito conhecido sobre as a utilidade as desvantagens do historicismo aponta exatamente para essa questão ele diz lá que o o o primeiro ponto do da historiografia historicista né pensando aqui o historicismo como Aquela histó a histó a escola histórica alemã do século XIX né o primeiro gesto é dividir o tempo para depois tentar encontrar os nexos que ligam os fenômenos distinguidos né na sua nos seus contextos epoca singulares então éessa é uma tradição disciplinar né Eh e
ela persiste Não não é minha intenção invalidá-la negá-la dizê dizer que isso é um absurdo que é um erro etc mas sim pensar outras formas de historicizar o mundo da vida de historicizar a experiência do tempo que não se paute exclusivamente Por Esse princípio de representação porque se trata Esse princípio de apresentação é uma construção histórica não é um reflexo puro do de do tempo objetivo nãoé é uma forma historicamente construída de dar sentido a experiência temporal né e encará-la dessa forma né bom o caios também me pergunta sobre como eu penso a relação entre
história tempo presente e atualismo e também H por não falar de história recente ou história imediata é como o Manuel já lembrou né Essa questão da terminologia do Campo né Eh história recente história imediata por exemplo tem um um um artigo que tá naquele tá naquele livro ah nossa me fugiu agora todo mundo conhece do JA legoff e do Pierre no aquela coletânia famosa né Eh história novos objetos novas abordagens vocês devem conhecer vocês devem imaginar eh a que livro me refiro Me escapou agora o título mas um dos mas um dos textos que compõe
aquela coletânea né É de um Historiador jornalista né Eh que fala da história imediata né tentando aproximar a história e jornalismo né na verdade a essa nomenclatura história do tempo presente como hry Rousseau mostra no livro A Última catástrofe eh essa nomenclatura prevaleceu no caso francês né por questões de políticas institucionais universitárias né ela não foi fruto de uma reflexão teórica mais densa né Eh ao contrário era uma questão de difer sobretudo se tratava de diferenciar esse campo da história contemporânea né Eh em termos da da nomenclatura em si né Geralmente se diz que a
história de at seria do passado recentíssimo né Eh Ou da história recente isso em alguns países de língua espanhola se adota essa nomenclatura eh aqui no Brasil acabou prevalecendo muito em função da forte influência da historiografia francesa essa ideia de chamar de história do tempo presente e sobre a questão do atualismo né eu tive a felicidade de né acompanhar um pouquinho né porque eu estava eu fiz o doutorado na UFOP né Eh sou muito amigo Valdei foi meu orientador sou muito amigo dele do Mateus também e eh tive a oportunidade de discutir algumas vezes essa
noção né do atualismo h e pensando ali com a história do tempo presente né Eu entendo essa proposta do atualismo como uma maneira de digamos chamar a atenção para uma forma né de eh experiência do tempo que está emergindo no contexto contemporâneo isso tem a a ver com as novas tecnologias digitais por exemplo esse fluxo de informações em constante atualização não é então eu penso o atualismo como um um conceito que quer apontar não para um regime de historicidade não se trata de um regime de historicidade mas sim de uma forma uma estrutura digamos de
historicização da experiência na Qual a atualidade pura isolada simplesmente dada tem emergido como uma maneira central de experimentar né o tempo no mundo contemporâneo então a atualização que a atualidade que se atualiza em função da própria atualidade sem vínculos estruturais entre passado e presente e futuro né então Eh me parece que o uma forma possível de aproximar a história do tempo presente com essa discussão em torno do atualismo né seria exatamente perceber como as atualizações do mundo da vida né Eh podem ser percebidas nos seus aspectos epistêmicos mas sobretudo nos seus aspectos políticos né Eh
no mundo contemporâneo e é o que a os próprios autores têm feito né Eh ao discutirem por exemplo a pandemia o livro do almanac da covid né o livro sobre o Bolsa trump né Sempre aplicando essa ideia do atualismo para interpretar fenômenos da história recente ou da história imediata se o caios quiser chamar assim Bom Professor eh eu vou fazer a leitura de mais duas questões Milton Reis da Costa ele primeiro Saúda Boa tarde de professores eh diz Conheço pouco do tema então pergunto eh O que é exatamente a história do tempo presente a que
Pelo que eu entendi seu seu fundamento tradicional é estabelecer essa distinção entre passado e presente a partir disso enfim discutir esse presente eh seu fundamento consiste em definir o período então do que ela se trata é uma espécie de domínio abordagem ou dimensão da história ou seria ela uma outra outra opção além dessas que citei joia e o Danilo e nosso aliado que parabenizou pela exposição né excelente exposição Na verdade ele disse e perguntou heidegger ao refletir sobre a temporalidade denomina de extases reunindo futuro passado e atualidade uhum futuro passado e atualidade assim ao abordar
a temporalidade eh ontológica imagino ficou no masculino ali mas é isso ontológica né como abordar via história do tempo presente né como pensar a a ontologia no sentido ridiano via história do tempo presente certo eh uma pergunta que eu vou deixar pro final eh ou vou derei só para para eu dar um chute nesse debate aí antes de passar a palavra eu ri quando o colega perguntou sobre sobre história imediata e história do tempo presente porque a gente também falava antes de dar início sobre o conceito de história do tempo presente como a gente conhece
você bem mencionou muito ligada à influência da bibliografia francesa uhum o próprio Henry Rousseau nesse livro História do tempo presente Ele conta com todas as letras como a disciplina e o Instituto surgiram para dar conta de demandas políticas da época de uma pressão conhecer o mundo da segunda da Guerra Mundial porque o mundo do pós-guerra eh urgia né demandava Essa compreensão e aí ficou a história do tempo presente mas ele mesmo é cético se essa foi a melhor escolha porque ele diz na verdade não é o agora não é o hoje o o o Henri
Russo ele distingue a história do tempo presente de imediata né história imediata seria uma história que tivesse estudando a pandemia durante a pandemia que seja né ele vai dizer a história do tempo presente como ele aborda ele diz que é uma história do passado mais próximo que por ser o mais próximo é o que se faz mais presente é o que tá mais no ar do presente é o mais que mais né ressoa no presente mas não é uma história da data presente do calendário do Historiador que tá pesquisando não seria uma história do dia
27 de fevereiro seria a história do passado que mais por exemplo uma história da pandemia que já não é mais o hoje mas cujo mundo nosso mundo atual reflete tanto esse passado tão próximo né exatamente e faltou desenvolver Exatamente esse ponto Manuel que eh na argumentação do Rous o história imediata seria essa história que tá acontecendo diante dos nossos olhos agora enquanto ele entende a história do presente ou a história do tempo presente como um período mais Largo de tempo datado a partir do que ele chama de a última catástrofe né que no caso dele
em francês a última catástrofe seria a segunda guerra mundial Então as a história do tempo presente já respondendo o Milton de acordo com essa visão Existem várias outras mas de acordo com essa visão a história do tempo presente se ocuparia dos fenômenos ocorridos do ponto de vista europeu desde a Segunda Guerra até o até hoje do contexto latino-americano nor maisis das vezes o início do presente é é datado a partir das ditaduras militares né que demarcar um novo presente histórico né Eh por exemplo trabalhos clássicos do Professor Carlos fico por exemplo entre muitos outros né
então você tem essa maneira Milton de definir a história do tempo presente a história do tempo presente seria Aquela aquele Campo da história que se ocupa dos fenômenos ocorridos no passado mais recente como delimitar esse passado mais recente aí você tem algumas eh categorias Por exemplo essa noção de última catástrofe que seria eh a última o último evento epocal digamos assim aquele evento que torna o passado antigo digamos assim se é que vocês eh me entendem né que eu quero dizer né que torna o passado antigo quer dizer que faz o passado velho e um
uma nova constelação histórica emerge a partir daquele evento a história do tempo presente se ocuparia disso Bom Há outras definições uma definição muito conhecida é de que a história do tempo presente é aquele Campo da história que se ocupa em estudar os fenômenos que ocorrem durante o tempo de vida né do Historiador do Historiador né que está estudando aqueles fenômenos Então seria uma história coetânea digamos assim né então a história do tempo presente seria a história que os historiadores foram também testemunhas e muitas vezes atores né daqueles eventos aí se pode pensar em algumas por
exemplo a categoria de balizas móveis então os limites do presente são móveis por quê porque cada à medida que as gerações vão se sucedendo os limites desse presente também vão se transformando Alguém poderia alegar de acordo com esse viés Não tô dizendo que eu defendo isso Tá Mas Alguém poderia alegar por exemplo que a ditadura militar já não faz mais parte do presente em função dessa característica agora outros poderiam dizer Faz parte sim a Ditadura Militar Brasileira ainda é parte do presente por quê Porque ainda existem testemunhas vivas daquele Episódio daquele processo de modo que
essas testemunhas podem ainda exercer pressões políticas inclusive sobre o trabalho do Historiador então a a sobre esse Prisma a história tem se define como a história que se ocupa de eventos cujas testemunhas ainda são vivos dessa nessa medida a Segunda Guerra Mundial não seria mais o tempo presente pois já não restam testemunhas vivas daquele processo Dando um exemplo aqui né como como vocês podem perceber não existe um consenso e Que bom que não existe um consenso É bom que não exista uma definição unívoca sobre a história do tempo presente mas como eu tenho mostrado aqui
todas essas definições giram em torno da seguinte problema o que deve e o que não deve ser parte do presente a minha proposta é que essa um a primeira a minha proposta consiste em alguns alguns passos né um Essa maneira de abordar os limites do presente pode levar o campo a um impasse teórico por quê Porque essa maneira de abordar o tempo reflete o mesmo princípio de representação que sustentou as objeções feitas à própria história do tempo presente mesmo que a gente diga não é possível historicizar os fenômenos ocorridos ajust da fronteira que limita o
presente do passado mesmo que a gente diga isso a própria demarcação da Fronteira temporal permanece inquestionada Então qual Qual é a minha a minha proposta a minha proposta é encarar a própria produção de fronteiras temporais que limitam o presente do passado como um tema da investigação não como uma Norma historiográfica inquebrantável mas como um tema já que os atores sociais constantemente disputam o lugar digamos onde essa Fronteira deve ser demarcada como você já podem eh eh entender aqui dizer que a ditadura é ou não parte do presente tem implicações políticas tem implicações políticas diretas né
Eh apagar o passado passar uma borracha no passado deixar o passado para trás é uma alação com interesses políticos e também não deixar o passado passar também é uma afirmação com intenções políticas por trás Então esse foi o ponto eh espero ter respondido Milton Tá eu vou falar agora a questão do danil que pergunta sobre heidegger né isso e sobre a temporalidade extática né Essa coisa da extasia né o Danilo aqui tá se referindo a a a analítica temporal do daai né que é o se tempo né he é uma teoria da moralidade né o
tempo é o sentido do ser aquela coisa toda e aí para heidegger eh tempo não é uma entidade pura separada da existência tempo é o próprio sentido da existência eu não quero entrar no Raid guianês aqui porque tem a ver com isso eh digamos me demandaria entrar em alguns conceitos o cuidado né ah antecipação ser para a morte aquela coisa eu não quero entrar nisso mas o ponto ali do da da questão do Danilo é que para heidegger passado presente e futuro não são entidades isoladas e discretas não é possível Segundo heidegger falar de passado
sem com esse gesto já falar de presente e de futuro não é possível pensar em futuro sem passados e presentes não é possível falar de presentes sem passados e Futuros a questão é que existe a forma própria de encarar a temporalidade da existência essa propriedade seria o quê seria o reconhecimento dessa modalização constante das temporalidades então não há passado sem presente sem futuro futuro sem presente sem passado e por aí vai e Existe uma forma imprópria de de encarar a temporalidade que entre outras coisas eu tô Resumindo muito aqui tá entre outras coisas concebe Passado
Presente Futuro como se fosse como se fossem entidades temporais individualizadas Então essa forma imprópria do presente é o que Heider por exemplo vai chamar de atualização não é isso atualidade né como se o presente fosse um isolado puro com a identidade que lhe é própria e independente dos passados e dos futuros heidger advoga por uma outra concepção de temporalidade então quando eu tenho falado aqui da dimensão performativa das Fronteiras temporais da heter da heterocronia né da policron enfim heidger está também no horizonte da minha reflexão mas eu não gostaria de desenvolvê-la neste momento ao menos
numa linguagem heideggeriana Porque isso me desviaria o foco de um lado eh E também porque a tá preocupado com algumas outras questões né Ele tá preocupado com a ontologia do Design né e aqui eu tô preocupado com pensar em instrumentos de eh produção de pesquisa historiográfica outras questões o Heider diria que a minha preocupação é imprópria inautêntica não é mas eu não estou me importando muito por por por aquilo que ele queria gostaria de pensar sobre mim né Eu sou nãoé não é isso que me importa agora então seria isso eu acho que tem mais
uma questão Manuel eu não me lembro sim tem sim se a gente for nessa direção Professor a gente vai parar lá na na ontologia das coisas pois é o pessoal do que o grahan harman pessoal que pensando ontologia plana ontologia dos objetos aham eh mas ó temos o Daniel Lucas e a ibrantina Maria dos Santos e com essas duas perguntas a gente encerra três rodadas a gente encerra agradecendo muito o pessoal que teve a disposição de se juntar a nós para discutir teoria da história eh no meio da tarde no meio de semana eh e
que movimentou o debate com perguntas instigantes isso dá uma organicidade dá uma liga na coisa que é o que faz funcionar né então a gente agradece muito e convida vocês a seguir o canal seguir a gente no Instagram porque assim vocês ficam a par eh do que vai rolar ao longo do semestre muita coisa boa vai rolar vários convidados eh eh pensando o tempo presente presentismo a história do tempo presente Major claramente a partir da história mas não só de todo modo eh eu reitero os meus agradecimentos e deixo o convite para que continuem conosco
o Daniel Lucas professor verez ele ele pesou o clima aqui total agora porque ele colocou aquela questão que da qual a gente eh tem tentar se distrair minimamente pelo menos no horário de expediente né que é se vai ter Temporada do teoria na rede ao longo do semestr porque se vai haver semestre porque se vai haver mundo não é porque nós estamos aí no limite do do caso at Então mas eu mas ele construiu muito melhor do que eu tô fazendo aqui a pergunta dele ele colocou assim A Escalada das tensões em termos de prognóstico
né A Escalada das tensões geopolíticas de inclinações nucleares de inclinações nucleares foi um um eufemismo para não apavorar o público que tá nos acompanhando né É como dizer que subiu no telhado mas as tensões geopolíticas de inclinações nucleares o acirramento das contradições do capitalismo neoliberal a crise climática evocou o conceito de antropoceno né Eh e os conflitos na Europa e em Gaza são eventos que potencializaram como política dos tempos o campo de investigação da história do tempo presente eh o fato do mundo tá acabando Professor torna a nossa disciplina eh epistemológica e metodologicamente mais interessante
uhum eh a ibrantina Maria dos Santos Eh pergunta quais são as possíveis relações entre essas várias visões de história do tempo presente e consciência histórica uhum agradece a gente que agradece obrigado brantin obrigado Daniel eh eh brincadeiras a parte aqui sobre o o o pânico de fim de mundo né que tá na boca das pessoas eh tá um dado muito consistente da nossa cultura Urbana né a gente agradece as colocações todas da mais da maior pertinência teórica Professor valderis eu te passo a bola para responder essas perguntas se o senhor quiser fazer uma fala de
encerramento aí também já tá contigo reiterando meu muito obrigado por ter aceito o convite pela disponibilidade em estar com a gente Eu que agradeço Manuel pela pelo convite a oportunidade de conversar aqui eh fico muito feliz com toda todo o debate que foi suscitado aqui né Eh sobre as questões eh o Daniel né pergunta sobre enfim eh a ocorrência de todas essas crises né Eh ela intensifica o interesse eh de da história do tempo presente basicamente se eu entendo bem é isso que o Daniel está perguntando e eu acredito que sim na eh a Rigor
essa inclusive foi a motivação que levou a institucionalização desse Campo de pesquisa não só na Europa mas na América Latina no Brasil também né então Eh o interesse em questões não é digamos ah eh digamos controversas né no presente em seja né a meu ao meu juízo o interesse em pensar historicamente né esses fenômenos à luz dos instrumentos metodológicos da história do tempo presente de alguma maneira eu acredito que já até eh eh indiquei anteriormente né então eu acredito que a resposta deve ser positiva n afirmativa já a questão da ibrantina né Quais são as
implicações se eu me lembro bem eh assim tá até em tela né né Quais são as possíveis relações entre essas várias visões história tem presente e consciência histórica o próprio conceito de consciência histórica ele é polissêmico né então tem o pessoal da do ensino de história que lida né um pouco na chave do husen você tem por exemplo um gadamer que teorizou sobre a consciência histórica né Eh eu de minha parte eu entendo que a essas visões alternativas de história do tempo presente nãoé elas testemunham mutações nos processos de produção da consciência histórica da consciência
da historicidade das coisas porque Ah no seu sentido clássico moderno ah a consciência histórica foi eh definida né Por exemplo gadem define como o reconhecimento da historicidade transi dos fenômenos do mundo humano né Eh não que essa percepção de que as coisas são historicamente construídas e que portanto podem ser desconstruídas né não que essa consciência tenha digamos desaparecido mas os fundamentos temporais que a sustentam vão se transformando por exemplo a ideia de que o passado passa pela própria força da passagem do tempo vem sendo cada vez mais desafiada éa e politicamente né Então deixa eu
só acender a luz aqui isso então como estava dizendo eu acho que a história do tempo presente reflete um pouco as mutações da consciência histórica contemporânea não é essa percepção dos passados que não passam não é essas reiterações constantes do passado presente seja para fins de produção de reflexão crítica ou por exemplo para fins comerciais pensemos por exemplo na comercialização da nostalgia né Eh Ou né na valorização de objetos vintage por exemplo né a febre febre patrimonializados autores né veem que essas mudanças recentes da consciência histórica refletiriam uma espécie de deshoras da experiência inclusive alguns
com um tom bem nostálgico né a advogando O Retorno de um olhar distanciado eu não sei Manuel como é que você pensa isso mas eu acho que o hartog Vai um pouco nessa direção né do Olhar distanciado ó precisamos colocar à distância as coisas outros já vão dizer que não que essa distância tem um alguns trabalho por exemplo de um autor chamado marber philps né teorizou sobre a questão da distância Temporal da distância histórica né olha essa questão da distância ela é muito mais uma projeção do pensamento do que um dado né então Eh modular
a distância e proximidade é um um um procedimento metodológico importante da historiografia né Eh outros ainda vão comentar eu penso Por Exemplo né no zak shifman eu ten repeti algumas vezes esse autor aqui né eu gosto muito do livro dele que também vai eh traçar alguns algumas considerações nessa direção berber vern né que também tratou dessa dessa questão Olha como eh perpetradores de violências eh cometidas em nome do estado e as vítimas dessas violências apresentam concepções sobre a distância entre passado e presente Opostas isso tem efeitos políticos e efeitos de conhecimento também né ele desdobra
isso no livro dele por exemplo né história memória e violência de estado tempo e justiça né atualmente a minha pesquisa ela tem se dedicado a desdobrar tudo todas essas reflexões eh num estudo de caso no artigo Eu apenas antecipei algumas considera para falar um pouquinho do caso das estátuas agora a pesquisa tem eh se dedicado a pesquisa que eu coordeno mas também com a Maria a Sofia o Vinícius agora da equipe né Nós temos eh eh discutidas políticas do tempo envolvidas na justificação e contestação do Marco temporal de ocupação então nós temos encontrado algumas eh
algum algumas alguns achados de pesquisa bem interessantes para para caracterizar como é que o a tese do Marco temporal constrói performativo um presente separado e distinto de um passado nãoé e como isso tem efeitos políticos muito concretos né pra sociedade brasileira em geral e claro particularmente paraas populações indígenas do Brasil e também para as populações quilombolas do Brasil então Eh esse é o caso em que nós estamos nos debruçando agora neste momento né com base nas balizas teóricas que eh eu procurei expor aqui hoje e aproveitando também para agradecer muito o convite novamente do Manuel
do Danilo a participação de todo mundo aí da audiência e espero ter contribuído um pouquinho paraas reflexões teóricas de vocês obrigado Valderez Obrigado Dan pelo suporte obrigado a você que nos acompanhou e quem ficou ficou até o final vou dar a deixa no nosso próximo encontro a gente vai discutir eu e o professor Marcos Vinícius aí numa estrutura um pouco diferente de diálogo porque a gente vem lendo alguns livros e conversando muito a respeito e a gente tá represado com essa discussão A gente vai jogar isso para cima de vocês nós vamos discutir aceleracionismo ah
Nick Land e Mark fiser Opa dois uma versão de esquerda uma versão de direita o nick Land um cara que caiu no gosto da outright americana virou uma espécie de de Guru um cara mais sofisticado que o Olavo de Carvalho mas ainda assim com essa aura de Guru e o Mark fiser que é um cara de esquerda escreveu Realismo capitalista que é um livro que nos últimos anos teve um eh uma recepção muito intensa eles vêm do mesmo lugar do mesmo grupo de pesquisa a gente vai discutir um pouco isso obrigado vocês o convite um
abraço Valdez um abraço para quem nos acompanhou até a próxima
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