[Música] uma reforma tributária que não reduz a carga tributária não é uma reforma tributária não são duas coisas completamente diferente porque a reforma tributária ela na verdade vai ter a função de racionalizar o sistema que temos [Música] olá um brasil hoje entrevista tributarista ana carolina hmong lo nós vamos conversar sobre um tema que tira o sono dos brasileiros a nossa complexa carga tributária mas antes você pode se inscrever aqui no canal para receber as atualizações do brasil ana obrigada por ter vindo é um prazer ter você aqui há 11 maneira geral brasileiro ele sente que
ele paga muito imposto ele não entende o que está pagando e acha que o retorno para a sociedade é pequeno em termos de uma educação de qualidade ou de um sistema de saúde com mais eficiência eu queria entender um pouquinho como foi que a gente chegou historicamente neste momento atual eu acho que esse é um dos temas mais importantes no nosso cenário atual e o nosso sistema tributário ele tem uma imensa complexidade ea carga tributária é de fato muito alta não é uma sensação é irreal da população brasileira é o a nossa carga tributária hoje
ela equivale a aproximadamente 33% do nosso pib é em 2013 chegou a equivaler 36% do nosso pib e se nós compararmos a nossa carga tributária com a carga tributária de outros países é que estejam mais ou menos no mesmo nível de desenvolvimento a nossa é muito mais alta em verdade a nossa carga tributária equivalente à carga tributária de países desenvolvidos a média a carga tributária média dos países da oecd por exemplo é de cerca de 34 por cento a nossa é muito próxima isso e como chegamos neste nessa confusão toda em 1980 8a por ocasião
da promulgação da nossa constituição federal atual a nossa carga tributária é equivale a 23 por cento do pib e por que que nós tivemos um salto em um pouco mais de 30 anos na que dez pontos percentuais de equipe lá atrás na constituição federal é nós tínhamos uma determinada divisão de encargos de obrigações entre os entes da federação união estados e municípios é que em certa medida se manteve na constituição mas a constituição acabou a trazendo para os estados a maior competência maior poder e autonomia maior autonomia deixando com união algumas obrigações que a união
civil a com dificuldade é de cobrir e como é que a união fez pra ficar com essas com esses encargos com estas obrigações acabou por aumentar a carga tributária foi normal e como fez isso aumentando substancialmente as contribuições sociais é por isso que nós hoje temos duas contribuições sociais que são pis cofins extremamente importantes no cenário geral da nossa carga tributária da arrecadação de maneira geral a csll contribuição social sobre o lucro líquido então nesses últimos nessas últimas décadas desde a constituição de 1988 essa substancial e substancial aumento de carga tributária é se deu exatamente
em função da necessidade da união de arrecadar mais pra cá com os seus próprios com as suas próprias obrigações evitando impostos que tem que ser a receita dos impostos têm que ser divididos com os outros entes da federação e usando principalmente as contribuições sociais que a usar as contribuições sociais a união pode manter para si as receitas tributárias é nós temos então também tivemos nas últimas décadas um acirramento da guerra fiscal do icms icms lembrando que é um posto estadual é portanto que envolve todos os réus os estados da federação com legislações distintas dando benefícios
fiscais para atrair empresas é foi algo que foi de fato sendo construído nos nas últimas décadas sem que se pudesse fazer nenhum tipo de reforma tributária efetiva a última reforma tributária efetiva que nós tivemos no brasil ela ocorreu em 1965 eu sempre digo por motivos óbvios nós vimos vivemos um momento político que permitia a passagem de uma reforma tributária de maneira mais fácil é na democracia que vivemos hoje o jogo político é muito mais complexo e se ter uma reforma tributária efetiva é muito difícil mas veja só nós temos exatamente o mesmo sistema tributário há
quantos anos há 60 anos o mesmo sistema tributário economia mudou completamente a economia da década de 60 é totalmente diferente da economia temos hoje até o perfil do pib hoje em dia diferente né a gente tem um peso de serviços que é muito maior do que era esse é um ponto essencial juliana muito bem tocado que acontece né antes nós tínhamos uma economia esteve extremamente focada indústria comércio não se tinha qualquer importância dos serviços não havia e gradualmente o serviço foi ganhando importância mercadoria indústria/comércio perderam importância dentro do nosso pib e à matriz tributária permaneceu
a mesma é isso vai se agravar cada vez mais nós formos pensar na economia digital no mundo novo que vem vindo na verdade o nosso sistema tributário que hoje já está completamente obsoleto vai se tornar cada vez mais obsoleto se eu começar a escrever aqui pra você os dilemas tributários que nós vivemos hoje em função é da deste de sistema tributário velho que nós temos chega a ser engraçado é inteligência gado renda dessas novas tecnologias o que tem mudado que tipo de distorção você já consegue observar olha é a nossa a nossa tributação de consumo
por exemplo ela está baseada principalmente em vamos pensar em quatro tributos são os tributos principais 5 se a gente considerar o ipi mas o ipi na verdade é um tributo com in é que gera pouca arrecadação relativamente pouca nossa arrecadação ele não é tão relevante os outros quatro são mais relevantes pis cofins que são dois tributos federais o icms e iss vamos pensar no icms e do iss que é municipal estadual exatamente isso é o icms estadual eo iss municipal é um sms ele incide principalmente sobre circulação de mercadoria o iss sobre prestação do serviço
e veja só que dilema é ser engraçado se não fosse trágico que dilema que nós vivemos hoje como tributar software o que é um software é uma mercadoria é um serviço é um direito então é hoje nós gastamos horas e horas e horas e temos feito isso nas últimas décadas debatendo o que é o software quando que o software a mercadoria quando que o software um serviço quando que o software é um direito a gente debate horas e horas e horas isso nós escrevemos páginas e páginas quilômetros de páginas de livros sobre isso e o
contencioso que isso gera é terrível e o contencioso tributário que hoje dizem que gira em torno de 4 trilhões de reais esse contencioso tributário é péssimo para o empresário é uma loucura porque isso gera insegurança eu falo isso como a divulgada como alguém que também milita que tem tem nosso que tem ações na que patrocinar ações em nome de clientes é muito ruim porque por mais que você tenha certeza que do ponto de vista técnico uma determinada ação vai ter sucesso você nunca tem certeza absoluta que o judiciário final vai abraçá la ou não então
voltando à questão do software lá atrás do supremo disse que o software quando ele é um software padronizado que não é customizado ele é mercadoria e ele recebe uma denominação que hoje já tem aula tem que explicar para os alunos o que é isso que é o software de prateleira que um software de prateleira você vai se lembrar que lá atrás nós quando tínhamos que comprar algum software nós tínhamos até alguma loja qualquer e tirávamos né o software de um disquete numa caixinha de uma prateleira isso não existe mais mas lá atrás e software para
14 padronizado ele foi a entendido como uma mercadoria e foi chamado de software de prateleira mas o mundo evoluiu ea gente hoje fora de um software que fica na nuvem de baixa ainda é um software de prateleira pois é ou às vezes na verdade esse software é o software as a service que é um software que você usa a partir da nuvem e que você o acesso e uso de software lá na nuvem e então como qualificar essa coisa para fins de icms e iss é inevitável que o nosso sistema tributário ele vai ficar cada
vez mais arcaico e esses debates terríveis vão ficar cada vez mais intensos as impressoras 3d é um serviço ou é uma industrialização e como tributar isso essa confusão vai aumentar e eu a costumo dizer que essas confusões tributária juliana nós chegamos hoje um momento em que é um jogo de perde e perde a receita federal perde o governo perde porque não tem certeza sobre o que vai arrecadar o contribuinte perde porque não tem certeza sobre como deveria pagar tributo mesmo quando quer pagar direito é e eu brinco que o único que ganha só tem uma
pessoa que ganha mês e nessa brincadeira toda que é advogado tributarista esse é o único que ganha mas o país persa eu é péssimo neste momento existem diferentes correntes no brasil existe quem defenda que esse tributo se a renda e quem defenda que se tribute o consumo qual é a sua avaliação olha é essa é uma discussão muito interessante porque existe um quase consenso uma voz muito forte na na academia não é tributária que nós deveríamos na medida do possível tirar um pouco o peso da nossa tributação sobre o consumo que hoje é grande então
metade da nossa carga tributária hoje recai sobre o consumo e somente 20% da nossa carga tributária que recai sobre a renda é 26% sobre a folha que é altíssimo e tece muene não é está bem adaptado a um mundo é digital ou muito futuro e cerca de 4 5% sobre patrimônio e essas pessoas com muita razão elas dizem olha a tributação sobre o consumo é ruim porque ela é regressiva e o que é uma tributação regressiva é uma tributação que desconsidera a capacidade de contributiva do contribuinte que desconsidera se aquela pessoa é mais pobres ela
é mais rica e tributa aquele mais humilde da mesma maneira que tributa o mais abastado em certa medida a tributação sobre o consumo ela é assim porque porque aquele que come arroz e feijão ele vai pagar o tributo sobre aquele arroz e feijão as mesmas alíquotas da mesma maneira que um humilde paga da mesma maneira que o mais abastado pagaria é lógico que o mais abastado consome alguns produtos que talvez sejam mais caros mais sofisticados e que tenham até uma carga tributária sobre o consumo no final do dia maior mas isso tem um determinado limite
porque ninguém consegue almoçar três vezes juntar três vezes e e fazer diversas reunir r refeições durante o dia se no caso dos mais pobres uma parcela maior da renda é comprometida com a compra dos insumos básicos né é exatamente isso é o que corresponderia a regressividade isso é ruim o ideal seria então tributar a renda porque a renda é a tributação sobre a renda ela tem uma capacidade maior de observar a a a capacidade contributiva é do contribuinte é eu concordo eu concordo que a regressividade é ruim e não é o ideal é contudo o
nosso país é um país extremamente desigual e é um país em que poucos têm renda é um país sem renda com uma renda muito concentrado e daí você poderia me dizer não então vamos tributar aqueles poucos que têm muita renda é justo que eu faça eu veria isso com muito cuidado porque porque a nossa desigualdade é tão grande tão grande que se nós tentarmos fazer justiça social tirando toda essa tributação do consumir e jogando sobre a renda nós na verdade vamos acabar massacrando essa pequeníssima parcela da população e à nossa matriz tributária vai acabar não
refletindo na verdade na realidade o nosso atual estágio de desenvolvimento aliás se você pegar países que estejam um momento parecido de desenvolvimento como o nosso é natural que esse tributo mais consumo então o que eu costumo dizer é que nós deveríamos nos preocupar mais em fazer o país crescer renda aumentar é para depois tentar retirar aliviar essa tributação do consumo e transferi-la para renda mas eu acho muito difícil nesse momento a gente fazer isso de uma maneira radical mas enquanto a gente não faz isso ea gente tributa principalmente consumo como a gente faz para não
penalizar justamente essa camada mais pobre da população excelente pergunta nós temos alguns como você bem sabe nós temos alguns projetos propostas de reforma tributária é uma proposta que foi idealizada pelo sif é de cidadania fiscal é que é bastante interessante ela foi abraçada agora pelo deputado baleia rossi por meio da pec 45 é que tem o apoio do presidente da câmara um trio maya e nessa proposta de reforma tributária a idéia é criar um e vá é um mbps nec um posto sobre bens e serviços mas é um modelo de tributação que se usa lá
fora que o imposto sobre valor agregado iva a um nível nacional ea idéia deles é bastante é bastante interessante porque assim ela parte do princípio que é o tri a tributação sobre o consumo é uma tributação que ela é feita para arrecadar mesmo é não se tenha a intenção de se fazer profunda justiça social com com esse tributo objetivo maior será arrecadar e como reduzir a regressividade desse imposto e fazer um pouquinho de justiça social para eliminar esse efeito que você descreve é devolvendo para algumas pessoas aquelas pessoas por exemplo a que estão cadastradas no
bolsa família do governo devolver o iva para essas pessoas então é possível sim é mitigar esse efeito é mesmo dentro do contexto da tributação sobre o consumo mas é muito importante e juliana que a gente não contamine não devemos contaminar os tributos sobre o consumo com exceções da exceção da exceção tentando na tentativa de se fazer justiça social e justiça social essa que muitas vezes não é feita por que vamos desonerar a cesta básica ótimo primeiro que você começa a abrir exceções e daí você abre oportunidades para advogados discutirem o que a cesta básica o
que é essencial é o café é essencial ótimo mas a cápsula nespresso é faz parte da cesta básica e essencial também um produto supérfluo o essencial você começa a entrar em discussões ao queijo faz parte da cesta básica a mussarela essencial mas de um briefing sobre teoria mais contenciosa e você cria mais contencioso e você também inevitavelmente também favorece as classes mais abastadas que da mesma forma como em que da mesma forma são geradas por aqueles tributos então o que eu tenho aprendido com os economistas eu com a minha formação jurídica na verdade eu aprendo
demais com os economistas esses conceitos que são importantes para a formação das nossas políticas tributárias mas o que eu tenho aprendido com eles é que o tributo ideal tributo a tributação sobre o consumo ideal é aquela descontaminada simples ampla com o mínimo de exceções e que na verdade e justiça social nós não deveríamos fazer na ponta da receita da arrecadação o sistema tributário nós deveríamos tentar fazer justiça sobre de social sobretudo na ponta do gasto dos benefícios sociais que são de fato importantes bolsa família e outros benefícios do tipo esses benefícios sociais feitos na ponta
do gasto você consegue mensurar de maneira muito mais clara o efeito que se tem se o dinheiro está chegando em que deve chegar toda vez que você crie incentivos fiscais benefícios exceções é muito mais difícil nem mensurar se o dinheiro está a tim a renúncia fiscal está atingindo o propósito que deveria atingir aliás se você me permite um outro comentário nos outros nas últimas décadas nós padecemos demais de renúncias incentivos e benefícios fiscais com uma preocupação muito pequena no que diz respeito a mensurar se eles atingiram de fato funcionou só que uma distorção exatamente então
é possível se voltando à sua questão é possível se ter uma tributação sobre o consumo boa que de maneiras outras a living mítica um pouco a regressividade a penalização das classes mais humildes mas sobretudo mais importante é que essa justiça social seja feita de maneira transparente e direta na ponta da despesa de outra maneira agora você também mencionou que a gente tem hoje cinco tributos sobre bens e serviços né que tipo de distorção na economia essa multiplicidade de impostos pode gerar a e terrível é terrível em diversos aspectos né é o simples fato de se
ter tantos tributos gera é muita confusão é na hora das empresas recolherem os tributos é você tem o icms estadual com legislações diversas inset estados você tem que escovar fins umas boas contribuições que eram muito simples lá atrás quando eram cumulativos criou-se uma sistemática não-cumulativa em 2002 para pizzi em 2003 para a cofins que trouxe uma complexidade sem tamanho do nosso sistema tributário o ipi que é um tributo estranho porque é um tributo que incide só na industrialização supostamente em algumas outras situações de equiparação e que não chega até o final da cadeia ou seja
no meio da cadeia ele rapidamente irá custo e tem o iss sobre serviços isso a você certamente conhece um estudo do banco mundial doing business é exatamente eu ia perguntar sobre isso é esse estudo que aponta que uma empresa de médio porte no brasil leva em torno de duas mil horas por ano entre apurar e pagar os impostos né e para países da oecd é seria 160 horas e te perguntar justamente o que a gente faz para aplicar uma posição - vexaminosas nesse ano não é terrível eu digo até em certa medida melhorou porque nós
éramos até recentemente nós éramos o segundo pior país do mundo para se recolher tributos neste ranking nós só perdíamos para a bolívia é porque a bolívia tinha um número de horas que acho que era superior a 3.000 horas algo assim a receita federal trabalhou muito para melhorar nossa colocação hoje creio que somos o sétimo oitavo pior país do mundo é para se recolher tributos e por que exatamente em função do que você dizia pouco nós temos vários tributos que se sobrepõe sobre basicamente as mesmas bases um número imenso de obrigações acessórias é infernal por uma
empresa brasileira é cumprir suas obrigações acessórias preencher todas as declarações que têm que preencher é então como fazer para diminuir isso bom ou uma reforma tributária que choveu um pouco esse número de tributos certamente já melhoraria de mais esse cenário mas um outro trabalho importante que tem que tem que ser feito e eu tenho notícias que a receita federal tem se preocupado com isso é também racionalizar as obrigações acessórias é a gente ouve demais é dos empresários algumas discussões alguns pontos de preocupação um grande ponto de preocupação é o grande volume de obrigações acessórias a
sobreposição de obrigações acessórias no que diz respeito à federação estados e municípios muitas vezes uma mesma empresa tem que preencher informar os diferentes entes da federação as mesmas coisas várias vezes não têm uma unificação de cadastros e isso é seria essencial isso seria fundamental se pudéssemos ter isso a receita federal tem esse olhar a gente sabe é eu acho que todos os fiscos deveriam abraçar essa missão porque porque na verdade o que importa os físicos receber essa informação uma vez e não várias vezes não só multiplicando o número de horas que as empresas têm que
gastar fazendo isso é neta terrivelmente a produtividade né afeta terrivelmente a produtividade aumenta o risco de erro aumenta o risco de autuação aumenta a insegurança aumenta o contencioso por uma coisa que não tem nada a ver com a produtividade da empresa com um negócio da empresa isso é terrível então é tentando responder rapidamente à sua pergunta acho que nós devemos trabalhar em duas frentes primeiro lógico analisar uma redução desses tributos da unificação desses tributos hoje portanto simplificação da tributação sobre o consumo é e também trabalhar na racionalização das obrigações tributárias eu sei que físicos estão
se preocupam com isso mas talvez devesse se preocupar mais é e é também falar sobre isso a gente chegou a comentar sobre a proposta do ap que vai ser debatida no congresso a gente já vai chegar lá nessa pergunta mas antes eu queria te falar de uma série de 12 medidas que foram propostas pelo jurista ives gandra martins e pelo ex-secretário da receita everardo maciel e eles falam justamente isso que talvez uma reforma tributária seja algo muito difícil de você conseguir aprovar num prazo mais curto porque necessariamente passaria por uma mudança na constituição mas que
haveria outras medidas que já poderiam ser tomadas desde já que já melhorariam o relacionamento com o fisco encurtaria prazos então eu queria ouvir de você e pela demanda que você tenha escritório pelo que você conversa com seus clientes que tipo de medidas poderiam ser adotadas desde já que já ajudariam a resolver esse problema se eu conheço esse estudo do professor ives do secretário everardo e é um estudo bastante interessante e eles têm muita razão eu acho que assim é o governo deveria em certa medida fazer tudo ao mesmo tempo agora a gente tem que sim
que pensar numa reforma mais ampla é mais discutível a e que leve o nosso sistema tributário um novo patamar é que correspon da sós a economia digital mas tem outras coisas diversos que podemos fazer menores que poderíamos fazer inclusive sem a necessidade de lei por meio de instrução normativa você poderia fazê-lo por exemplo a isso só as obrigações acessórias acho que é um exemplo muito válido é o o iof você poderia é alterar o iof é de algumas maneiras interessantes por meio de decreto então é você teria assim eu conheço é sós essas propostas deles
e eu sei que o governo atual está olhando para tudo isso e tentado na medida do possível atender às suas necessidades além da otimização um pouco tentar otimizar por exemplo vou dar um exemplo bem curioso né outro dia saí uma instrução normativa que eliminou um selinho que você tinha que colocar em relógios importados é pra revender esses relógios importados no brasil é o trabalho que se tinha na colocação do tal do selo nos relógios importados já era uma burocracia que na verdade não contribuirá muito para a fiscalização e arrecadação dos tributos incidentes sobre os relógios
importados e causava um grande transtorno é para as empresas isso foi eliminado isso foi eliminada recentemente então eu concordo sim é prazos de recolhimento dos tributos um grande pleito de diversas indústrias alongar um pouco os prazos de recolhimento de alguns tributos é principalmente para os contribuintes que forem entendidas como bom pagador es e não é porque as taxas de juros estejam mantas não estão tão altas hoje mas é uma questão de fluxo de caixa é muito comum é uma empresa ela terá que recolher um determinado tributo por exemplo no desembaraço você recolhe quando você importa
um produto você recolhe a tributação sobre importação do desembaraço antes de vender esse produto então se nós conseguíssemos ganhar algum prazo no rico no recolhimento dos tributos isso já seria válido então tem-se em diversas medidas que poderiam ser pensadas para melhorar o ambiente é um ambiente tributário sem a necessidade de uma grande reforma que poderiam ser feitas em paralelo né que poderiam ser feitas estão sendo feitas estão sendo analisados isso eu acho que é nós é eu vejo com muita simpatia algumas iniciativas que têm sido tomadas pela receita federal é com essa preocupação porque deveríamos
na verdade intensificar essas iniciativas mas certamente há o que fazer sem que se tenha que ter uma emenda funcional voltando agora o tema da reforma tributária como você mencionou a gente tem a pec 45 que foi apresentada pela baleia rossi no congresso de autoria do dem nada pique parece está muito bem estruturado até em termos de transição ea gente tem algumas idéias que vêm sendo comentadas aí pelo governo pelo secretário marcos entra que fala sobre desoneração da folha de pagamento a criação de um imposto sobre pagamentos e ea unificação é um iva federal é qual
dessas duas propostas você acha que tem mais chance de de caminhar no congresso o qual teria menos resistência política são duas propostas bastante interessantes gosto muito das duas é eu acho que elas têm aspectos positivos e negativos desafios as duas a proposta que vem por meio da pec 45 né que que é do recife é tecnicamente é extremamente interessante e redonda coerente muito bem pensada muito bem pensada resolve resolver diversos problemas que temos hoje com a nossa tributação sobre o consumo resolveria a guerra fiscal que é uma coisa que atrasa nossa economia tira produtividade do
país de uma maneira é muito grande muito ruim só que como você bem disse enfrenta um desafio político grande de tramitar pelo congresso porque também tem que ser aceita é por estados e municípios porque em certa medida unifica nessa tributar sobre o consumo unifica a tributação federal estadual e municipal no iva nacional e vai provocar uma discussão bastante interessante em relação ao pacto federativo uma discussão essencial que temos que ter nunca é fácil vai ter muita resistência dos estados e municípios é talvez tenha um pouco de resistência assim porque os estados principalmente eles foram perdendo
na verdade desde 1988 desde a constituição foram perdendo autonomia aos poucos e hoje um dos das poucas autonomias das mais importantes que as autonomias que restaram para os estados é exatamente a possibilidade de cobrar o icms mas mais importante do que isso de dar benefício fiscal diz em atrair investimentos e atrair investimento e lógico que a proposta do secif é no meu entendimento não retira autonomia dos estados nem dos municípios porque pelo contrário eles vão continuar tendo a possibilidade de ter nani conta do seu pedaço né decisiva nacional do ips mas é excessiva exigiria uma
discussão política maior por envolver simplesmente por envolver estados e municípios tomando essa discussão é político importante paralelamente a isso a gente sabe que o governo federal vem desenvolvendo uma proposta eu não chamaria de uma proposta alternativa porque não são antagônicas necessariamente as duas propostas é pelo que sei pelo que a gente ouve na mídia do professor marcos cintra é na verdade a idéia dele é até é criar um iva federal que trabalharia que envolveria somente tributos federais pis cofins e o fbi principalmente é e depois de se transformar esses tributos federais não iva não iva
federal nós teremos um sistema pronto para receber o iva nacional acopla ao iva federal o iva nacional seria quase como se estivéssemos fazendo uma reforma uma fase ada primeiro nível federal depois no nível estadual municipal com e vá criando se esse excessiva nacional talvez por não envolver estados e municípios é essa proposta é do governo federal seja um pouco mais é fácil politicamente por outro lado num primeiro momento não resolveríamos a guerra fiscal na que tanto é incomoda o país o ideal é a gente pensar numa maneira num prazo curto de também é resolver o
problema do icms que é um tributo terrível é dos tributos eu acho que mais provocam é incerteza e confusão uma nossa economia a gente quando fala de reforma tributária a gente não está falando de redução dos impostos nem acho que tem muita gente que confunde a gente quer ver tanto imposto no brasil é com uma carga menor que que muita gente confunde a esse debate hoje como você bem disse no início da entrevista a nossa carga tributária 33% do pib um terço do pib quando é que de fato a gente vai conseguir mexer nisso e
conseguia baixar um pouco a nossa carga tributária que acho que dá pra te esperamos aliás juliana você mencionou um ponto tão importante que de fato as pessoas não se dão conta disso não é sempre que elas pensam em reforma tributária a não reforma tributária tem que reduzir a carga tributária uma reforma tributária que não reduz a carga tributária não é uma reforma tributária não são duas coisas completamente diferentes porque a reforma tributária na verdade vai ter a função de racionalizar o sistema que tentamos é transformá lo mais simples mais seguro mais eficiente é que não
seja não atrapalhe tanto os negócios e as decisões dos empresários uma coisa completamente diferente a carga tributária carga tributária na verdade ela se dá em função da demissão do estado que temos do gasto é eu não consigo é por um passe de mágica reduzir a carga tributária do dia pra noite e criar um déficit público imenso na verdade essa carga feita pra cobrir 1 a 1 o tamanho do estado que temos e não só vamos conseguir reduzir lá quando conseguirmos repensar o estado os gastos que temos isso é muito difícil isso é muito difícil porque
o estado brasileiro ele foi crescendo crescendo crescendo ea carga teve que acompanhar então podemos sim ter uma redução de carga no futuro espero que sim mas certamente isso não vai virar do sistema tributário em si isso virá de uma reformulação do estado dos nossos gastos com o crescimento da economia talvez a nossa carga ela possa ter no futuro algum alívio mas é o que vai ser mais importante a gente repensar o nosso o nosso estado não dá pra gente querer um estado social europeu com todos os benefícios do mundo sem imposto num bar ou você
tem um estado mais enxuto mais eficiente daí sim ter me sentindo uma carga tributária menor ou você tem um estado imenso cheio de penduricalhos e necessariamente você vai ter uma carga tributária grande então são coisas diferentes distintas não relacionadas da ótima ana muito obrigada pelo entrevista publicada você juliana foi um grande prazer [Música]