foi uma luta muito grande fiquei 11 meses tratando sem saber o que que eu estava tratando porque lá eles dizia que era izipela e quando na verdade não era depois de 11 meses eu procurei uma dermatologista lá perto da minha casa posto de saúde quando ela olhou minha perna ela disse porou tric a esporotricose é uma micose que a gente chama de profunda e micose é causada por fungo e ela comete qualquer tipo de pessoa Independente de idade ou sexo e é a micose profunda mais comum que a gente tem no Brasil e na América
Latina a esporotricose classicamente e e mais antigamente aí ao longo da história ela é transmitida muito em em zonas rurais ou em pessoas que lidam com planta e terra seja por profissão ou por lazer Ah eu estou aqui porque vim pegar remédio para uma dificuldade que eu estou enfrentando no momento que chama-se esporotricose que no caso eu contraí espetando o dedo numa planta chamada romanzeira esse fungo que chama e espécies que estão sendo ainda descritas com os avanços da tecnologia dos exames e ele tá presente na no solo assim como diversos fungos por exemplo um
cogumelo é um fungo gigante né esse fungo é um fungo que a gente não enxerga o esporotricosis e ele vive na terra e associado muito a materiais em decomposição então galho podre folha que cai na terra isso tudo o fungo vive ali e não necessariamente causando doença ele faz parte da população do ambiente assim como a gente em geral para acontecer esporotricose é necessário que haja um contato traumático a pessoa se fura com graveto ou com um espinho E aí O fungo entra nas camadas mais profundas e médias da pele da pessoa iniciando o processo
de doença você teve uma arranhadura ou Você machucou com a flor ou então com animal que que que que te arranhou isso vai demorar né amanhã que vai surgir a lisão vai demorar em torno de 15 dias pro o quadro começar a aparecer até um mês então é uma coisa L saiu aqui a primeira aqui aí sai uma pequena outra aqui assim foi espalhando no que foi espalhando foi infeccionando chegou até dar aquela aquele ma cheiro da afecção que não sabia o que que era tomava tomar isso que começou se espalhar isso que o Senor
fo espalhar chegou até aqui em cima do meu braço aqui ó tem a forma fixa que é uma que é um caroço um nódulo e que pode estourar e virar uma úlcera né uma um aspecto de uma ferida e ficar restrita a uma região única Surgiu uma bolinha de PIS E estourou e depois começou a doer depois começou a ficar vermelho e foi estourando muito em volta e foi estourando as bolhas e foi emendando uma na outra e foi se se estendendo ou se localiza na pele ou dá várias lesões como a gente diz num
parecendo um Rosário parecendo um cordão cheio de nódulo cheio de de de tumorzinho mas que também isso regride né Isso não significa que é uma espora tricosa mais grave ou não pessoas que têm algum problema de imunidade problemas que estão tomando algum eh remédio que baixa a imunidade isso pode fazer com que esse fungo que só fique na pele tem uma outra característica fique mais agressivo Vá para outros locais do nosso corpo tem um potencial de se tornar uma doença grave e até mesmo letal alguns pacientes morreram por conta da esporotricose porque foram afetados no
momento que o seu organismo seu corpo não estava com a imunidade bem estabelecida o ideal diagnóstico de esporotricose a gente fazer exames micológicos ou seja de cultura do Fungo a gente vai tentar ver e se aquela lesão tem o fungo pro tratamento da esporotricose em geral é tratamento simples porém prolongado Então a primeira coisa a gente tem que explicar ao paciente que ele não vai ser curado em uma semana que é o que às vezes a expectativa do paciente é essa o índice de de cura é mais de 90% né considerando os pacientes que tomam
direitinho remédio tudo é mais de 90% que isso é alto isso é uma coisa muito boa agora se esse indivíduo ele volta a ter uma nova exposição ao fungo ele pode ficar doente de novo existem alguns casos que a gente não consegue tratar completamente ou não pode tratar com remédio por exemplo um idoso que use vários tipos de medicamento ou uma grávida que não vai poder tomar qualquer tipo de remédio na época a gente achou que era Lest maniose por ser uma ferida característica por não tá muito Profunda o médico preferiu deixar eu chegar até
o final da gravidez mas uma semana depois eu ganhei e a gente ele passou um tratamento que eu não podia tomar o medicamento porque eu ia amamentar ele queria que eu amament asse pelo menos um pouco a partir de 1998 começamos a observar casos de esporotricose que eram com o gato entrando na cadeia epidemiológica pessoas que tinham acidente por arranhadura ou mdura com gato e apresentava a esporotricose isso foi crescendo ao ponto de no nos dias atuais o de três casos por ano passou para 50 para 100 e ter no momento quase 5000 casos no
período já detendo de espor tricosa aqui no hospital evand Chagas de um surto passou pra epidemia e é uma epidemia que tem se mantido no Rio de Janeiro desde o ano de 1998 vem acontecendo uma epidemia que é conhecida hoje como a maior epidemia de esporotricose da história [Música] aqui no Brasil além do Rio de Janeiro a região metropolitana de São Paulo algumas cidades de Minas como Juiz de Fora o triângulo mineiro eh Vitória na capital do Espírito Santo e também no Rio Grande do Sul particularmente em duas cidades Pelotas e Rio Grande são cidades
que já apresentaram casos parecidos com o que a gente observa no Rio de Janeiro em muito menor quantidade É verdade mas já já eh estabelece pra gente um alerta de que lá pode acontecer o problema que vem acontecendo no Rio de Janeiro se não existisse um serviço de referência Como existe no no antigo Hospital Evandro Chagas hoje Instituto Nacional de infectologia um centro de referência preocupado com as micoses a gente jamais conheceria esse surto foi graças a um serviço de vigilância eh epidemiológica estruturada dentro do hospital que a gente conseguiu entender de fato que tava
acontecendo do ponto de vista coletivo da distribuição da doença na delimitação espacial a gente vê que isso tá concentrado aqui na região metropolitana do Rio de Janeiro né então a gente pegou é uma casuística em 10 anos de 97 a 2007 1848 casos com uma concentração de 98% na região metropolitana do Rio de Janeiro quando eu fiz o georreferenciamento o que que é isso localizar no mapa pelo endereço do paciente Aonde esse paciente residia cada ponto Rosa desse é um caso de esporo tricose todos concentrados no limite do município do Rio de Janeiro com os
municípios da Baixada Fluminense Nilópolis São João de Meriti e Duque de Caxias com o passar do tempo essa doença vai caminhando começa a chegar a Mesquita a Nova Iguaçu e começa a subir a região serrana vai pro médio Paraíba começa atravessa a Bahia de Guanabara vai para Niterói Tauá Campos a gente vai ter casa em Cardoso Moreira já chegou em Mangaratiba médio Paraíba né E já tem casas na baixada Litorânea grande parte da população tanto em Anchieta nessa periferia de Anchieta como num dos bairros de do que de Caxia na divisa com mun do Rio
que é um um lugar de de pobreza extrema inclusive as pessoas estavam criando gato para controlar a população de rato por quê Você tem uma situação naquela região de precariedade extrema de saneamento principalmente em relação ao esgotamento Então o que favorece o aumento da população de de rato a gente identificou já que a doença estava relacionada com arranhadura de gato não era uma doença que tava ligada aos profissionais de pet que trabalhavam com animais por exemplo que essa era uma outra hipótese não estava ligada com trabalhador rural pegava população de quase todas as idades mas
principalmente mulheres pessoas aposentadas num ambiente doméstico tinha um gatinho na rua que tava olhando pra gente por favor me ajuda aí a gente pegou para ajudar e ele contaminou Ó gente todo todo todo cheio de ferida a carinha toda ferida horrível a gente achou que ele tava sofrendo né mas a gente eu não esperava que ele fosse me arranhar né a gente cuidou limpou como eu trabalho no banho tosa né foi limpando lavando limpando para cuidar aí a veterinária fez o exame deu acusou esporotricose né aí a gente ficou dando remédio para ele mas eu
me me contaminei também E agora tem em torno de sete pacientes por dia que vem pro ambulatório novos Dois a três então para quem via de Dois a três no ano aumentou bastante e no e o município de Duque de Caxias pelo que eles falam tem muito gato então a doença tá bem disseminada começou no Rio de Janeiro e tá vindo para os municípios temos um veterinário que já há algum tempo faz palestras falando sobre zoon nos postos de saúde às vezes é em escolas Mas é com o pessoal da comunidade tá mostrando as zoonoses
e a esporotricose entra nisso daí é até em função disso que a população começou a nos procurar falando da tal doença do gato já é uma coisa boa porque nós conseguimos descobrir aonde tá a doença tá agora combater a doença que é o que nós estamos pensando com serviço de castração e quando nós pudermos realmente tratar e acompanhar os casos nas áreas aonde nós temos né mais casos são áreas de de uma renda né baixa então as pessoas sentem uma dificuldade muito grande em fazer o tratamento do animal e muitas vezes não fazem o tratamento
todo porque Melhorou a lesão Ah já tá bom não preciso mais né dar o medicamento e não é assim o medicamento é é é caro e o tratamento é longo a esporotricose ela é uma zoonose de importância em saúde pública e os gatos são a principal fonte de infecção de 1998 a [Música] 2012 nós temos diagnosticados aqui no no in eh cerca de 4.300 animais né Essa é morca aísa de esporotricose felina e no [Música] mundo o gato pode adquirir a infecção através do contato com a terra com o solo eh onde o fungo está
presente através da e também da matéria vegetal aqui na nossa região as a transmissão do esporotricosis de briga com animais doentes o gato fugiu Ficou dois dias sumido quando ele voltou ele voltou todo machucado arranhado com briga de gato 15 dias depois começou a aparecer a bolinha no nariz dele aí foi aumentando só que eu não liguei Falei pô deve ser um um negocinho ali vai sair vai sarar só que foi piorando então eu levei para um umaa lá de de gato veterinário tudo bem O médico só o veterinário Só olhou e já falou é
esporotricose mas vou fazer um exame para confirmar mas essa doença se ele te arranhou ou te mordeu você também tá conforme que tava aparecendo a já tava aparecendo no meu dedo normalmente apresentam essas úlceras né pelo corpo Podendo acometer também o nariz essa úlcera aqui pegando nariz e plano nasal e muitos animais também aenta um um quadro respiratório que tem apresenta diminuição de luz né das narinas secreção acosa muitos espirram muito e esse sinal respiratório normalmente é o sinal que chama mais atenção do proprietário pega membros também muito comum nos membros você vê que ela
tá apresentando lesão ela não ele tá apresentando lesão nas Patinhas algumas cicatrizes porque já tá tratando há dois meses então algumas lesões já cicatriz Aram inicialmente eu vi uma uma pequena ferida fazendo carinho nela assim mesmo né e mas eu não dei muita importância como ela é meia peluda a ferida Aumentou e eu não percebi quando eu fui notar ela já tava bastante já tinha desenvolvido bastante é porque eu levei ela para castrar e a veterinária disse que não castrar né agora hoje ela já é castrada Porque ela tava com essa doença e não podia
castrar Bom dia ele começou fazendo tratamento nele sem ser aqui já tem vai para TR anos porque ele começou a espirrar então ele não parava de espirrar e eu me desesperei no segundo dia levei no veterinário né aí comecei já fazer o tratamento fui pesquisar né a descobri que era que fazer tratamento e após disso eu faz tratamento consegui a consulta para ele aqui hoje todas as unidades de atenção básica realizam o atendimento né Ou seja faz o diagnóstico Clínico faz a notificação e dá medicação a gente tem nas áreas cobertas pela atenção pela estratégia
de saúde da família os agentes comunitários que vão aos domicílios E aí fazem uma orientação dos cuidados no ambiente e fazem a cap também dos possíveis casos de esporotricose seja em humanos seja nos animais os casos com os animais a gente faz um encaminhamento né faz as orientações Gerais e faz um encaminhamento pros centros de tratamento das zoonoses o indivíduo ele tem um gato observa lesões ele vem aqui ele vai ter o diagnóstico clínico e Laboratorial sem custos vai receber o tratamento no tempo necessário com o antifúngico específico para paraa doença no período necessário com
o acompanhamento do Veterinário se por acaso esse animal eh vier a óbito ele também tem o serviço de cremação após o tratamento se esse animal não for castrado ele é encaminhado paraa castração todos esses serviços são sem custos pro proprietário muitas vezes você você tem um grupo de animais que estão saudáveis e o proprietário com muito medo da doença faz a pior coisa que pode ser feita que abandonar o gato doente no logradouro público em praças porque aquele grupo que não estava doente com a introdução de um doente vai contaminar também aquele grupo E aí
a gente vai espalhar a doença hoje em dia tem 120 130 gatos nós temos hoje em dia um trabalho de pegar esses gatos abandonados no campo Santana eles são vacinados vermifugados recebem o remédio contra felina e são castrados que é mais importante e aqui no campo Santana nós L damos nós temos 30 jardineiros trabalhando aqui a espora tric é doença do Jardineiro Então ela acaba contaminando a planta e um jardineiro nosso mexer na planta ele vai se contaminar com esporo então nós temos uma preocupação grande em relação a porot tricose no Campo de Santana de
não ter para não contaminar os nossos funcionários até a população que aqui no campo Santana são 100.000 pessoas que passam por mês por aqui Aqui tem um grupo de 24 cuidadoras elas são independentes não não representam ONG não representam nada o que a gente faz aqui normalmente é cuidar da alimentação a gente não consegue dar brigo a todos então cuidar da alimentação que eles tenham água que eles tenham acesso a essas coisas básicas e tentar achar um lar para esses gatos e agora a gente tá tentando castrá-lo também numa numa operação com um órgão da
prefeitura para que eles sejam castrados para acabar com a superpopulação que é o maior problema que a gente tem nos gatos do Rio de Janeiro cuidei de um gato há um tempo atrás que tinha esporotricose né esse gato ele como a gente não sabia o que ele tinha ele acabou passando a esporotricose para mim o meu tratamento foi super simples é um remédio você toma todo dia tomei e passou e agora já tô bem não tive nenhuma sequela da doença ela pro ser humano eu achei ela bem mais tranquila que pro pro gato acho que
pro gato é muito mais sofrimento né eu se tiver esporotricose tiver uma ferida de esporotricose eu não vou passar para uma outra pessoa por quê Porque o homem por definição tem muito pouco fungo na na sua lesão já o animal Não o animal o gato Ele tem muito fungo até hoje a gente não entende porque o gato é tão suscetível à infecção a esporotricose eh e não sei se a gente vai conseguir descobrir alguma coisa no sistema imune dos gatos que deixa ele muito fraco frente a esse fungo particularmente frente a esse fungo porque por
exemplo os cachorros adoecem também mas em quantidade muito menor e quando a gente faz a biópsia ou colhe algum material para diagnóstico a gente vê que nos cachorros o fungo ele não se multiplica tanto nos gatos ele se multiplica mais o meu o meu olhar é o olhar epidemiológico né então eu tô olhando pra doença do ponto de vista da produção coletiva né mas antes disso tem o cuidado com os indivíduos né então eu acho que os profissionais de saúde no estado do Rio de Janeiro no município do Rio de Janeiro tem que est preparado
para identificar a doença e a rede tem que se preparar para distribuir medicamento porque as pessoas estão adoecendo e elas precisam ser cuidadas trabalho com com a população local e eu acho que tem que fazer isso não é só fazer pressão eh os cientistas irem cobrar isso do Estado mas mas é como é que a gente pode se articular com as diversas entidades da organização da sociedade civil para que de fato isso se transforme em um problema porque você só ataca um problema quando eles de fato se tornam um problema social tem que tratar as
pessoas tem que orientar tem que e eu acho que é é um tratamento que tem que ir em todos o níveis não é só dentro do hospital é nas escolas é a posse responsável que é fundamental a posse responsável quer dizer o indivíduo que tem um animal doente ele não pode despejar ele como despeja um lixo não pode Isso não pode acontecer isso a gente sabe o animal vem para ficar com a gente para melhorar a saúde a efetividade do homem então a gente tem tem que ter esse respeito às vezes a pessoa Ah eu
quero ter um bichinho mas não sabe que um bichinho exige cuidado exige tratamento de levar sempre no veterinário de dar as vacinas as pessoas Olha você parece que você tá com uma coisa que não tem cura no início eu passei por isso mas agora não tá um processo de finalização quando eu falo que agora que é gato as pessoas se espanta né a pessoas ficar se espantado o gato fez isso é por mais DCE que ele seja tem que ter muito cuidado mas eu sei que muita gente aqui quando se fala isso ela fala Não
essa é a doença do gato porque foi o gato que botou em mim não não é porque ela vem ela tá morando na terra ela não tá morando no gato é isso que as pessoas teriam que entender o gato passou a ser uma vítima ele é uma vítima passando a ser um vilão que não é n e as pessoas entenderem que se tiver um gatinho assim ela tem que cuidar e se o bichinho morrer tem que cremar porque quando joga ele o esporo que tá morando nele vai pro solo vai vai vai aumentar né a
contaminação isso aqui é ruim [Música] a partir do momento que a pessoa tem uma suspeita de que ela tá com a esporotricose ela precisa no caso do Rio de Janeiro da região metropolitana do Estado do Rio procurar um posto de saúde ou programa de saúde da família mais próximo a sua residência que os médicos hoje em dia já tem eh treinamentos periódicos para poder reconhecer e saber fazer o diagnóstico da doença e nessas mesmas unidades o medicamento principal ele é fornecido de forma gratuita para as pessoas E aí as pessoas vão começar a fazer o
tratamento e nessas unidades os casos mais complicados vão ser encaminhados para as unidades de referência que em geral são os hospitais universitários e a a própria Fundação Osvaldo Cruz que vão aí fazer essa investigação complementar e completar o tratamento dos casos mais complicados por exemplo gestantes pacientes com com HIV ou com outras causas de de eh sistema imune eh comprometido e casos mais complicados que não não estão respondendo não estão melhorando com tratamento tradicional [Música]