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Video Transcript:
[Música] Olá, sejam todos bem-vindos ao Roda Viva. Estamos ao vivo para todo o Brasil pela TV Cultura e suas emissoras afiliadas. Também é possível assistir a este outros programas do nosso acervo pelo nosso canal no YouTube e outras plataformas digitais, além do Cultura Play. Desde que foi detectado o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil, em Montenegro, no Rio Grande do Sul, o governo, os produtores e as entidades do setor agropecuário agiram rápido para evitar eh que a crise se espalhasse e tentar circunscrevê-la ao Rio Grande do Sul e a cidade
de Montenegro. Com isso, evitar um colapso ali nas exportações de carne brasileiras. A desinfecção da granja terminou na última quinta-feira e desde o dia 22 começou a contar o prazo para que o Brasil seja declarado livre da doença. Mas ainda restam pelo menos 12 casos sob análise e não há garantia de que passados esses 28 dias sem novos casos, todos os países ou blocos que suspenderam total ou parcialmente a compra do frango brasileiro retomem a compra também imediatamente. para analisar a reação brasileira à crise, como ela afeta as exportações nacionais no momento especialmente delicado no
comércio global e responder a dúvidas comuns sobre se a gripe aviária oferece algum risco à saúde humana, nós recebemos o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santinho. Ricardo João Santim nasceu em 28 de dezembro de 1966 em Maral, no interior do Rio Grande do Sul. É formado em direito com especialização em processo civil e mestrado em Ciências Políticas. É presidente do International Pocil, vice-presidente da Associação Latino-Americana de Avicultura, presidente do Conselho Diretivo do Instituto Ovos Brasil, presidente da Câmara Setorial de Aves e Suínos. do Ministério da Agricultura e presidente da Associação Brasileira de
Proteína Animal. Para entrevistar o Ricardo Santim, nós convidamos Cassiano Ribeiro, editor executivo da Globo Rural e colunista da CBN. Isadora Duarte, repórter de agronegócios do broadcast Agência Estado em Brasília. Mauro Zafalon, colunista da Folha de São Paulo, Naara Figueiredo, repórter especial do Valor Econômico e da Globo Rural, e Roberto Samora, editor de Comodities e Energia da Ruters. Contamos ainda com os desenhos em tempo real do nosso Luciano Veronesi. Boa noite, Santinho. Muito obrigada por ter aceitado o nosso convite para estar aqui com a gente essa noite. Nós tiveram um prazer imenso estar aqui, poder esclarecer
um pouco pra população brasileira o entorno dessa gripe aviária que infelizmente está no mundo, pela primeira vez chegou no Brasil em aves comerciais e já não está mais. Brasil hoje já é livre de influenza viária em aves comerciais. Então vamos começar. Eu queria saber, diante dessa suspensão parcial ou total da compra de carnes e ovos por diversos países, né, e blocos, o que que a gente tá fazendo para mitigar eh os prejuízos, os impactos econômicos no setor avícola brasileiro e como o senhor avalia a resposta do Brasil tanto no setor público quanto no privado? Bem,
hoje eu avalio positivamente, nós temos hoje 128 mercados abertos, foram 23 que suspenderam temporariamente as as importações do Brasil. São dentre os 23 alguns países importantes, mas ao mesmo tempo que tem quatro aí que nunca nem nunca importaram nada. É importante a gente ver que a exportação não parou e essa é uma doença, como falei, que tá no mundo inteiro e o Brasil respondeu muito rapidamente. Ação do Ministério da Agricultura comandado pelo ministro Fávaro, secretário gasgular Alan e o secretário Rua foram imediatas junto com a secretaria do Rio Grande do Sul. Secretário Brun e Márcio
Madalena lá de noite, no primeiro dia, foram lá fazer as regras, aquelas recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal. fechar o raio de 3 km, fecharam o raio de 10 km de vigilância, fazer barreiras sanitárias, fazer a contenção do vírus. E isso foi feito. Basta ver que hoje são 10 dias da data do ocorrido, o Brasil já tá contando o prazo para voltar a ser livre em aves comerciais e já é livre hoje. A gente tem que esperar o prazo por um princípio da precaução recomendado pela Organização Mundial de Saúde Animal. Mas eu como presidente
da associação posso dizer, hoje a gente não tem influenza viária em aves comerciais no Brasil, tá certo? da falão. Ricardo, o quando a gripe chegou nos Estados Unidos, chegou em 20 de janeiro de 2022, 20 dias depois ela já estava nas granjas comerciais. Ela chegou no Brasil maio de 2023 e demorou 2 anos para atingir as eh granjas comerciais. Tá certo que o Brasil foi ágil por dois anos ele foi apto a conter. Mas que que deu errado? Por que a gripe chegou? O que que nós erramos para permitir que ela entrasse. Primeiro, segundo, você
tem um setor que ele é muito grande. São 502 milhões de trabalhadores da porteira, agroindústria, serviços, serviço financeiro, portos. E o que cada um tem que fazer agora para segurar esse setor? muito importante, tomando aí cada segmento, desde o produtor até a indústria e outros aí relacionados a a carne de frango. Bem, essa é uma oportunidade de aprendizado. Naturalmente, o Brasil mostrou o mundo porque ele é o maior exportador com 39,3% do market share global. Nos Estados Unidos, como você bem falou, foi em 20 dias, aqui foram 2 anos. resistência que foi por causa da
avicultora, do avicultor que lá na granja colocaram práticas, boas práticas de produção e de biossegurança. Essa fatalidade aconteceu e é um caso que pode acontecer. As aves, afinal de contas, estão voando no mundo infectadas, as aves silvestres e podem trazer o vírus. O importante, talvez esse episódio também nos ensine muito, que a biosseguridade funcionou, embora naquele caso específico houve uma uma oportunidade em que o vírus entrou dentro do aviário, ele não se espalhou para fora também. No raio de 3 km são 19 propriedades, no raio de 10 km são 540 propriedades. Foram visitadas pela Secretaria
da Agricultura e o Ministério da Agricultura e não viram nenhums sinais da doença. Isso, ou seja, a biosseguridade ajudou. Agora, toda cadeia tem que fazer algo muito de certa forma simples, que é reforçar a bioseguridade. Nós precisamos fazer aquela história, não pode ter visita que não precisa, tem que reforçar a análise do telamento, ter pé dilúvio, rodolúvio, não entrar no aviário calçar explica pro leigo como é que é, explicando pro leigo, rodolúvio, é aquela, digamos assim, onde o caminhão passa com a roda e tem um desinfetante, o pé de lúvio pro pé da gente. E
dessa história, a gente precisa cuidar exatamente porque o cuidado não é com as pessoas ou com a carne, não se transmite, a Vera, você bem falou, não se transmite pelo consumo da carne, nem dos ovos, mas precisa proteger o plantel, que é o que já aconteceu nos Estados Unidos. foram abatidos mais de 160 milhões de aves nos últimos 3 anos e agora na Polônia, na União Europeia, seu maior produtor da União Europeia, abateram esse de janeiro a abril 11 milhões de aves. Isso é alimento que pode faltar na mesa. E é por isso que a
gente trabalha tanto para manter essa bioseguridade alta. E nessa cadeia toda, todo mundo tem que colaborar ajudando na bioseguridade. Estados Unidos chegaram ontem a 171,6 milhões de aves abatidas, que é uma infelicidade abater aves que poderiam ser alimentos e e o Estados Unidos é o segundo maior exportador. Vai faltar em alguma mesa no mundo. Ciano, Ricardo, boa noite. Eh, a gente vê esse surto acontecendo nos Estados Unidos agora de uma forma muito mais forte do que nos outros surtos. Você e todas as autoridades sanitárias costumam dizer que o mundo está convivendo com o vírus, mas
também é fato que esses surtos estão mais graves, estão mais fortes. Aqui se atribui isso. Existem existem hipóteses, quais são as hipóteses do que que tá acontecendo no ambiente para que esse vírus eh esteja se espalhando tanto e e chegando agora inclusive aqui ao Brasil? Bem, uma das características, não só dos Estados Unidos, mas da Ásia e até da Europa, é a coleta de água em lagos abertos. as aves silvestres contaminadas, ou seja, elas são portadoras assintomáticas desse vírus, tem resistência. Lá na Ásia, o pato é muito comum, então ele chega no lago e, claro,
tem os seus fômites, que são as secreções e as feeses, acabam se misturando na água e daqui a pouco vão para dentro. Isso acaba gerando um ciclo vicioso de infecção. A diferença no Brasil é que a gente tem esse cuidado. Veja, o Brasil chegou numa única propriedade e não se espalhou e hoje nós já estamos livres de novo. Os casos que vão acontecendo, olha, tem investigação, são investigações de síndrome respiratória nas aves. Não é tudo influenza viária, mas precisa fazer. O que tem que fazer é um controle. Agora parece que o vírus tá se espalhando
mais facilmente. Por isso que eu ia falar, o ambiente mudou, as mudanças climáticas de alguma forma afetam isso, as aves migratórias po, pode ter, não há hoje nenhum trabalho científico que afirme isso, né? Mas a migração e é pelo ponto de migração, ele começou lá no passado nas aves lá da Ásia, foi migrando sempre pelo hemisfério norte, depois foi infectando e tendo as aves que desciam aqui pro sul e assim por diante. É um processo de contaminação que vai passando de rebanho em rebanho, as aves mais fracas morrem, as que ficam assintomáticas e resistentes acabam
repassando isso para outras. Então esse conteúdo viral nas aves silvestres, me parece ele tá mais forte e aí acaba acontecendo mais casos. Naara, Ricardo, boa noite. As granjas e a indústria frigorífica como um todo tem um sistema de segurança sanitária bem robusto, nós sabemos disso. Mas ainda assim, no que se refere à defesa agropecuária brasileira como um todo, o sindicato de auditores fiscais federais cita uma grande defasagem de pessoal. Tanto que desde que a gripe aviária surgiu, o Ministério da Agricultura chegou a convocar pessoas que já estavam aprovadas em concursos para suprir algumas vagas futuramente.
Gostaria de saber em primeiro ponto se você acredita que de fato existe uma defasagem de pessoal na defesa agropecuária brasileira e até que ponto isso influencia em problemas como esse da gripe aviária? Com respeito ao sindicato que eu tenho, eu sou fã e fui um dos que ajudou o ex-ministro Francisco Turra, que era chefe, ministro e chefe da BPA até outro dia. Ele foi quem fez a carreira de auditor fiscal federal montar, ou seja, tem um respeito muito grande pelo auditor que é essencial. Mas veja que nesse episódio lá do Rio Grande do Sul não
faltou gente. Há um sistema robusto, como você bem coloca, que é complementado pelo Ministério. A nossa superintendência do Ministério de Agricultura no Rio Grande do Sul agiu rapidamente em consonância e com suporte da Secretaria Estadual de Agricultura e também do município e da Brigada Militar. Foram fazer as barreiras. Há sim deficiência em alguns pontos e há também que se evoluir como ponto da lei do autocontrole, onde o auditor tenha mais poder de auditoria do que de fiscalização específica. A gente evoluiu muito. Hoje nós somos o maior, o segundo maior produtor do mundo e o maior
exportador do mundo. A gente precisa modernizar, utilizar os instrumentos tecnológicos que estão aí sem deixar. A gente sabe que tem muito auditor que tá já em tempo de se aposentar e o Brasil precisa sim reforçar a carreira. fortalecer ela, fazer novos concursos para se preparar para continuar sendo protagonista na produção mundial. Boa noite, Ricardo. O senhor mencionou que consumo de frangos e ovos é seguro, que não tem risco de contaminação. Isso também vem sendo reiteado pelo governo, pelo Ministério da Agricultura. Mas vários países suspenderam as importações de frangos e produtos avícolas do Brasil. Outros, o
protocolo acordado com o com do Brasil, com esse país previa já a suspensão automática. Sabendo então que não há risco de contaminação do vírus pelo consumo humano, por que que esses protocolos sanitários acordados do Brasil como os países não prevém a manutenção do comércio em caso de gripe viiária? Bem, essa é uma luta que eu tenho feito no mundo inteiro. Estou como presidente do Conselho Mundial e fui falar com a presidente da Organização Mundial de Saúde Animal, Madame Emanuel Soberran, exatamente pedindo o reforço, que os países retirem essa ideia que ela é retrógrada, ela é
antiga, de um tempo em que a gente não tinha tantas informações e que você não tem como transmitir hoje. O importante é, você coloca bem, as pessoas podem consumir o CDC americano, as nossas autoridades brasileiras, as autoridades japonesas. O mundo, infelizmente, convive com essa doença e consome muito a carne de todos os países que na sua maioria tem influenza viária. Só não tinha o Brasil dos grandes produtores. Agora você não tem como transmitir isso num pacote. É um excesso de precaução que, por vezes, está até disfarçando um proteionismo comercial. Em muitos casos, veja bem, e
eu vou fazer, me permitir fazer uma brincadeira, agora assim, ó, tão criando a xenofobia do vírus, porque não querem deixar o Brasil exportar sobre medo de que vá o vírus no pacote para prejudicar as suas aves, porque não é as pessoas, mas para prejudicar as aves, mas eles têm o vírus deles lá que é o mesmo H5N1, ou seja, é uma coisa que chega sair da lógica e não chegam a suspender o consumo de produção local, por exemplo. Nunca. Veja, os Estados Unidos é o maior, é o segundo, é o maior produtor mundial e o
segundo maior exportador. O ano passado ele exportou 3.3.000 toneladas Vera para mais de 120 países. E durante o ano inteiro ele teve influenza viária ativa em algum dos seus estados produtores, mas ele segregou e pegou. Agora, um país como México, por exemplo, Canadá, a República Dominicana, estão importando dos Estados Unidos hoje e mandaram parar do Brasil. Não tem lógica. Uhum. Então é por isso, Isadória, que eu acho que isso precisa reformular o pensamento global, o mindset sobre isso. Nós estamos jogando dinheiro fora dos países e quem vai pagar essa conta são os consumidores dos países
importadores. Hoje mesmo você tem alguns países em que o preço já subiu lá só pela ausência temporária do Brasil. Roberto, pois é. Eh, mas o fato é que os embargos acontecem, né? Acontece. E estamos aí com dezenas de países embargando a carne do Brasil, carne de frango do Brasil, alguns deles totalmente, né, no caso de China, África do Sul, Filipinas, México, né, eh, destinos importantes. Eh, e até a a terceira semana eh de maio, segundo os dados do governo, eh as nossas exportações estavam fortes, né? né? O ano passado, maio foi bem forte e agora
depois do caso da da gripe aviária na na granja comercial lá no no Rio Grande do Sul, elas passaram a ter uma leve queda. Alguns analistas estão dizendo que em junho o efeito vai ser um pouco mais sério, já que vai pegar o mês inteiro, né? Eh, mas vai ficar, alguns estão dizendo que se for resolvido o rapidamente pode ficar restrito a junho, né? O problema. Qual que é a tua avaliação? Bem, a minha avaliação, Roberto, primeiro, que nós temos 128 mercados abertos. Esses que você citou são duas dezenas que suspenderam temporariamente e dentre eles
tem Kovo, tem Sri Lanka, tem Índia, tem Paquistão, que não importam nada do Brasil, mas fecharam. Agora, lógico, você coloca bem, você tem um México, você tem uma União Europeia, você tem uma África do Sul, Filipinas e a Coreia do Sul e China. E China. e China, que é o nosso maior importador, mas você tem ao mesmo tempo possibilidade de continuar paraos outros. Veja que nesse primeiras, nas duas primeiras semanas do ano, do mês, nós tínhamos uma média de 20.200 toneladas por dia. Agora, nessa última, terceira semana, foi para 19.000, 1,74% a menos só. Quando
eu olho o episódio de Newcastle, que foi quase um ano atrás, em julho, nós também tivemos esse comportamento. Uma pequena, na verdade, quando aconteceu o Newcastle, subiu a exportação porque compraram um pouco mais para fazer o estoque daqueles que estavam. E no mês de agosto, logo na sequência, caiu a exportação 18% no volume e 11% em receita. Mas no mês depois, em setembro, deu o recorde de exportação do ano com 485.000 toneladas. Nós esperamos, eu espero que assim seja a repetição. Os fatos estão muito semelhantes. Quer di, quer dizer, vocês estavam prevendo um novo recorde,
né, tanto na produção quanto na exportação de carne de frango do Brasil esse ano. Eh, esses esses essas projeções estão mantidas? Estão mantidas? por enquanto estão mantidas. Porque se eu olhar o que aconteceu o ano passado no episódio da Necestro, que é muito semelhante, muito semelhante com desta influenza, o Rio Grande do Sul, sim, ao final do ano caiu 6% a sua exportação, mas o Brasil cresceu três, mesmo com o episódio de Newcastle. Então a gente vê hoje que essa que seria a influenza viária que chegar no Brasil era a pior das ameaças que a
gente tinha. E nesse mês, precisamente nessa primeira semana, nós tivemos 1,74 de queda da exportação e sustentada por outros 128 mercados. Claro que a gente tem hoje, a gente teve domingo o retorno da Namíbia, a gente teve sexta-feira o retorno da Rússia, da União Aduaneira, a gente tem a promessa da Coreia do Sul de vir visitar o Brasil para trabalhar sobre regionalização. Então o Brasil está trabalhando. O secretário Luiz Rua sobre o comando do ministro Fávo, tem mandado todas as mensagens para todos os países, conversado, ele e o Gular, que é o secretário da defesa,
tem falado em reuniões bilaterais direto. você mencionou na resposta ao Cassiano as medidas de biossegurança, outras eh exigências sanitárias que têm de ser cumpridas pelos produtores e a gente sabe que tem um desnível muito grande de tamanho de propriedade, de eh tecnologia nessas propriedades. Eh, tem algum apoio técnico e financeiro para que pequenos produtores possam se adequar a essas exigências? Isso da parte do governo ou da parte da própria entidade? O governo faz, inclusive no plano safra, ajuda ao Pronaf, que tem uma pequena inserção nessa avicultura industrial. Agora, quando falamos em agricultura industrial, que é
o grosso de 95% da nossa produção, ela se dá no sistema de integração. Ou seja, essa é uma ajuda que já inicia o processo. Quando o pequeno agricultor assim, eu quero produzir aves, como você faz? que ele vai numa integradora, que ele pega um projeto técnico, ele tem assistência técnica da integração do da secretaria e do Ministério da Agricultura, mas a própria integradora já dá para eles: "Olha, os cuidados são esses, os equipamentos são esses, o financiamento tem um payback de x anos, você vai ter um um valor diferenciado prof determinado de tamanho." Mas no
caso da avicultura, nós não temos grandes produtores. Os grandes produtores, embora eles são pequenos, não é? Como soja, milho, boi, né? O grande núcleo são núcleos que às vezes tem algum que produz, mas individualmente não são grandes produtores. Uhum. Carl, posso aproveitar essa essa, já que você tá falando sobre isso, eh, a gente fala de granja e tem uma variação grande, granja para galinhas poideiras, granjas que são matrizeiras, eh, para aves de corte. Qual que é o risco que o Brasil corre hoje de, por exemplo, um vírus como esse chegar numa granja comercial? de ovos
no município de Bastos, aqui no interior de São Paulo, que é um dos maiores produtores, produtores de ovos do Brasil e que nesse caso atende o mercado interno. Não é um risco de ter retalhação, mas um risco de abastecimento no Brasil. Como que vocês estão olhando para isso? Mudou alguma coisa nesse protocolo dessas granjes de aves poedeiras ou de aves de corte? Como que tá esse esse setor aí? O que que mudou a partir desse caso do Rio Grande do Sul? Bato na madeira aqui, né? Porque esse é um risco que existe e não só
em Bastos, Santa Maria do Getibá, São Bento do Una em Pernambuco, Santa Maria no Espírito Santo, são três grandes núcleos produtores de ovos do Brasil. Mas o protocolo não muda. O que tem é que fazer ele cada vez mais eficiente. Ou seja, a gente precisa levar isso. Existe uma discussão de utilização de vacinas, que é uma discussão verdadeira, teve hoje, ontem na Organização Mundial de Saúde Animal, mas a grande realidade é biosseguridade, que você tem atelado as propriedades, que esse é um processo que mesmo Bastos começou há mais de 5 anos atrás, fazendo telamento, cumprindo
com as regras de bioseguridade, não deixando os animais domésticos ter livre acesso à granja, não tendo árvores frutíferas da propriedade para não chamar passarinhos, fazendo todas aquelas práticas que são as práticas de produção que podem ajudar. E com esse caso no Rio Grande do Sul não mudou nada nesse nível de biosseguridade em termos de protocolo. Ele aumenta não, ele ele aumenta o nível o o protocolo porque na grandeja era de reprodutoras que tem um protocolo mais elevado do que a produção de frango e lá deu. Talvez porque as aves tinham uma imunidade um pouco melhor
por ter menor por ter uma vida mais alongada, já que são reprodutoras, mas aconteceu essa fatalidade. Foi uma situação específica. Diga, Samora paraa última do bloco. Sim. Ah, por favor. Eh, você falou do da desse evento da Organização Mundial de Saúde Animal que tá tá acontecendo, né, né? Eh, eles estão recomendando vacinação, né? Eh, até na França tem um um houve uma redução de casos depois que eles fizeram vacinação em patos. E no frango, como que acontece isso? Vale a pena vacinar frangos? Alguns falam que a questão é do ciclo mais curto. Por favor, nós
participamos, Roberto, pelo International Polry Council, que eu presido, nessa situação. O que é o que a a Organização Animal tá falando é que ela é uma ferramenta e que é recomendável quando você tem um surto de contenção. Que a gente ainda não tem uma prática assentada no mundo de você usar a vacina como prevenção, porque a vacina tem cobertura hoje de 92 a 96%. Se você tem um caso, como aconteceu na França, que patos vacinados contraíram a doença e depois tiveram que ser ter sido sacrificados igual. Então é um instrumento, é um instrumento lógico, legítimo.
Estamos trabalhando com os estudos para isso, especialmente nas aves de postura, que tem um adensamento maior, que tem uma concentração maior, mas por enquanto ainda não é um civil bullet. A Organização Mundial do Sado Animal tem falado isso exatamente para que a gente estude, mas como maneira de contenção. A prevenção ainda é a biosseguridade o melhor instrumento para o mundo inteiro. Certo? Com isso, então, a gente faz um pequeno intervalo, volta já já com o Ricardo Santim falando sobre gripe aviária aqui no Roda Viva. Já já. [Música] Inovação que conecta [Música] Bradesco. Estamos de volta
com Roda Viva que hoje recebe o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santim. Quem pergunta agora é o Mauro Zafon. Ricardo, eu queria voltar um pouco à pergunta da Isadora, falando de protocolo, mas um protocolo externo. Eh, você citou que os Estados Unidos eles exportam 3.3 milhões de toneladas, exportaram no ano passado, mas antes da da gripe aviária eles exportavam quatro com valores não muito distantes. Agora eles têm em todos os estados, 51 estados, a gripe está alastrada. Como eles conseguem e continuar exportando e o Brasil tá com essa dificuldade que já são
e 22 com mais 27 da União Europeia, 49 países que bloquearam toda a importação do Brasil. Qual que é o papel? Claro que o protocolo ele depende de governo, uma negociação muito complicada. Eh, sabemos disso, mas qual o papel do empresário eh que tá junto orientando, vendo, levando essas informações e tentando agilizar essa famosa regionalização? Se tivesse a regionalização, nós não estaríamos numa situação dessa que hoje 47% da carne de maio não vai ser exportada. Não, 47% não me pergunta algo como 10%. Tô fazendo um cálculo seguinte, tô pegando todos os 49 países que não
que fizeram bloqueio total e tô pegando os outros 12 que fizeram bloqueio só do Rio Grande do Sul. E aí você pega aqueles que fizeram de Montenegro, não tem nenhuma significância porque se produz ovos e não aves. Então, claro, é um número geral, bruto que pode ocorrer. Claro que você tem outro número aí. Claro, não, mas o que eu digo é o seguinte, primeiro, os Estados Unidos caiu e de fato caiu uma hora muito mais porque eles começaram a consumir mais algumas carnes deles que são as carnes de coxa sobrecoxa pela chamada brownização do consumo
americano, pelas pelos inigrantes e tudo mais. E ele caiu 10% a sua exportação o ano passado, 16 só em coxa sobre coxa, que é o grande concorrência do Brasil. Nesse ano, nos primeiros 4 meses, eles caíram 9,5%. É um processo que não tá dependendo do fato da regionalização, mas a regionalização já começamos há 5 anos trabalhar nelas. Eu acompanhei o ministro Fávor, Gulário Rua, lá na Coreia para pedir isso e para pedir para o Japão. O Japão aceitou, a Coreia ainda não. Claro que facilita. Veja que esses 128 mercados estão aceitando a regionalização. Hoje o
número que a gente tem é mais ou menos cento e poucas mil toneladas que pode ser um impacto se fosse o mês inteiro, sem falar no redirecionamento. Por quê? Porque parte delas, veja, África do Sul, 26.000 toneladas, 16 são de CMS, que é carne mecanicamente processada para você produzir salsichas e mortadelas. 3.900 são de pés e 4.000 de fígados e miúdos. De carne mesmo são 100 toneladas. Então essa é a conta que a gente tem que fazer. Agora isso pode ser redirecionado e pode dar. Concordo contigo. Se tivéssemos regionalização, teria tudo evitado. Por isso que
eu digo, precisamos falar inclusive em regionalização de vacina. Por exemplo, a pergunta que o Cano fez, Sebasti resolve vacinar? Seria importante diser assim, ó, vamos regionalizar o Bolson de Bastos, ele vacina, porque o grande ponto é que se você vacinar, os países não querem importar. Esse é um ponto que é absolutamente ilógico. As pessoas compram dos Estados Unidos, por exemplo, hoje e aí México, Canadá, Dominicana, vários países estão comprando os Estados Unidos e eles tendo influencia ativa, como você falou, porque aceita a regionalização por couns, por municípios. Mas se o Estados Unidos vacinar um plantel
de aves criadas livres na Califórnia, eles vão parar de importar porque tem medo de um falso positivo, mas aceito com verdadeiro. Então essa lógica precisa ser modificada pra gente fazer segurança alimentar. Diga, Ricardo, gostaria de trazer o consumidor pra conversa agora. Falamos bastante sobre exportação. Queria saber qual é a sua percepção sobre o mercado interno, porque foi muito divulgado que não existe um risco pro consumidor, né? né, a respeito disso. Mas ainda assim as granjas, principalmente de Montenegro, citaram isso como uma preocupação de que por falta de informação ou por fake news, enfim, existe uma
preocupação de alguns consumidores com relação ao consumo local de carne, de aves, né, ou subprodutos. Eh, gostaria de saber se você enxerga isso como algo que vá afetar o consumo interno de alguma forma. E também ainda falando sobre consumidor doméstico, qual a sua percepção sobre preço de frango no mercado interno? Como vai ficar depois da gripe aviária? Bem, o consumidor precisa ser feito, receber informação para ele, ser dada a informação ao consumidor de que o mundo inteiro já convive com essa doença nas suas aves. Toda os Estados Unidos, Europa, veja que os Estados Unidos consome
mais do que toda a produção brasileira. E como falamos aqui com Mauro, em todos os países, todos os seus estados tinha algum episódio de influenza viária. Isso não é diferente no Japão, na China, na Europa, na África, em todo o mundo. Só não tava no nosso continente da América Latina. Então a gente precisa levar essa informação porque é o CDC, é as autoridades, são as autoridades brasileiras, são os médicos mais renomados do mundo que diz: "Ó, não se transmite pelo consumo." Uma coção mínima de 70º, 1 minuto inativa qualquer vírus. Não há qualquer possibilidade. Inclusive
o consumidor precisa saber que são várias etapas de fiscalização. Lá no no formulário da bate do lote, você fiscaliza o lote, o técnico da empresa fiscaliza o lote. Depois ele para sair o dono, o produtor não deixa sair se tiver doente. A GTA que é o guia de transporte dos animais, só entra no caminão se tiver uma análise de que tá bem. Quando chega na planta frigorífica, faz aquilo que se chama de antemorteem. O auditor fiscal federal agropecuário e os veterinários auxiliares vão lá e olham se as aves têm condições de ir para o abate.
Aí vai pro abate, sofre escalda, alta temperatura, resfria baixa temperatura no chiller, vai pro processamento e aí depois ainda por cima o fiscal, a editor federal agropecuário vai lá e faz a análise do frango, seja da carcaça e dos miúdos. Só depois é que ele vai pro consumidor. Então ele vai com absoluta segurança paraa prateleira, não chega com problema. Com relação ao preço, as variações são pontuais. Você tem aquilo que a gente pode acontecer. Veja que o volume não é um volume pequeno, mas também não é um volume grande. Nós hoje produzimos 1.200 aproximadamente 1000
toneladas de carne por mês. Quase 700, 800 ficam no mercado interno. Uhum. Hoje, mais ou menos, se fosse o mês inteiro, um impacto de 100, 80, 100.000 1000 toneladas. Não é diferente do que aconteceu lá na na Newcastle. Se você vê a queda da exportação foi de 80.000 toneladas, mas no entanto, de janeiro a abril nós crescemos 9,5% nas exportações em volume e 15,5 em receita, mostrando que é uma demanda muito grande, reprimida inclusive naqueles países que estão abertos hoje, por isso que estão comprando mais. Fato que caiu só 1,74% a exportação nessa terceira semana.
Então me parece que vai ter variações sim, mas nada que assim, ó, vai desabar o preço ou então poderia até subir porque ficou mais caro lá fora. Eu vejo que é um pouco mais de estabilidade, variações normais que a gente vê todo dia aí, como viu no caso do ovo na quaresma. Isador, continuando nesse aspecto então de efeitos, impactos, quanto que a gente pode deixar de exportar por mês ou nesse primeiro momento com esses mercados que as exportações estão suspensas, seja suspensão do do país todo, seja do Rio Grande do Sul, seja do município. Em
quanto tempo o senhor estima que a gente pode voltar à normalidade do comércio? Considerando que a gente tem esse vazio sanitário de 28 dias, o volume hoje é entre 50 e 100.000 1000 toneladas, porque poderia ser mais se for fazer a conta de cada país o que ele importa, mas aí tem que ver aquilo, que tipo de produto que ele importa, porque, por exemplo, os pés, os miúdos e é o CMS, se ele não for exportado em produtos, ele vai se transformar em farinha para a produção de petfood aqui no Brasil. Então, não necessariamente eu
tenho que voltar pro mercado ou ir pro mercado interno. Aí alguns outros produtos eles são redirecionados para outros mercados e alguns vão. Então, a gente fala entre 50 e 100.000 1 toneladas e esperamos que seja aí dentro desse período. Os 28 dias são só para autodeclaração do Brasil, mas a gente espera, como aconteceu no ano passado, em 20 e poucos dias, um pouco mais, você já ter a grande maioria retornando, porque o Brasil tá levando informações até de maneira mais ágil do que foi no Newcastle. Todos os países do mundo já receberam as informações que
o Brasil hoje é livre de influenza viária na sua produção comercial. aberto, como no caso da doença de Newcastle, até hoje a China não retomou as importações, né? Ah, me parece que o Rio Grande do Sul eh, talvez seja e o o último a última parte do país a a ter o retorno das vendas externas, né? Eh, eu queria saber, então, é um e é um estado que sofreu bastante com as enchentes o ano passado, né? E sem falar de questões climáticas, né, secas anteriormente, né? Eh, queria saber se o setor privado tem algum programa
específico para o Rio Grande do Sul, que é o importante produtor exportador de de agrícola e também de carnes, né? E como isso tá sendo alinhavado com o governo. O incentivo é isso. Tô falando com um gaúcho que mora em Porto Alegre, que viveu a enchente, que viveu as agruras que nós passamos naquele estado e que tá vendo as dificuldades. O setor foi resiliente lá no Rio Grande do Sul, caiu só 6% das exportações, mas não deixou faltar comida na mesa dos gaúchos e tá se reerguendo. Os programas são exatamente de incentivo. Primeiro dia que
deu a crise, eu fui lá com o presidente Zé Eduardo e juntos com o presidente Turra, que mora lá no Rio Grande também, pra gente conversar e ajudar, esclarecer, olhar para as para as empresas. O pedido feito hoje ao secretário rua por telefone, olha, não deixa o Rio Grande do Sul. Nós precisamos fazer regionalização no raio de 10 km, como preconiza a Organização Mundial de Saúde Animal. não deixar o estado fora. Nós não tão pesteado. Rio Grande do Sul teve um caso que foi lá, mas poderia ser qualquer estado. Doença não tem. Essa essa doença
não tem. Então nós estamos fazendo o quê? Não tem região, não tem fronteira. Então a gente tá trabalhando para fazer o incentivo e tentando acima de tudo como um bom gaúcho, trabalhar de todas as maneiras para que o Randy volte logo a ter sua capacidade exportadora também. Ficou até mais forte nessa resposta. Se você o gaúcho da gema aqui, né? tá falando de de hoje. Eu queria trazer o produto, eu queria trazer o produtor rural aqui pra conversa, porque são milhares de avicultores no Brasil, né, em todas as regiões, especialmente na região sul. E eu
acredito que todos estão muito assustados com esse caso devido ao impacto que isso pode causar. Queria entender se o setor tá bem respaldado. Eu digo o produtor rural mesmo, nesse caso do produtor do Rio Grande do Sul afetado, que teve mais de 17.000 1 galinhas e abatidas, mesmo sem ter confirmação de que todas estavam doentes. Quem paga essa conta? Quem indenizou? Se alguém indenizou esse produtor, quanto foi? E como é que tá agora, se o Brasil vai aprender a conviver com esse vírus? Os produtores vão ter que aprender a conviver? Existem mecanismos aí suficientes no
Brasil para dar esse respaldo ao produtor? Seguro e enfim, algum tipo de indenização? Seguro nós só temos um estado que tem que é o Mato Grosso, que tem um seguro, né, feito com seguradora para complementação com indenização inicial. Mas no Rio Grande do Sul nós temos o FUNDESA, o fundo de sanidade, onde tem uma verba específica lá alocada pela avicultura, contribuição dos das empresas, Dr. Rogério Kerbo, que é o presidente, é nosso conselheiro e ele tem sido muito ajudando muito aos outros estados e vários têm, Santa Catarina tem, ah, Paraná tem, alguns estados ainda não
têm esse fundo. O ministro Fáv inclusive tem um projeto de lei para fazer um fundo nacional. É importante, Ceno, vai ser indenizado, sim. As 15, das 17.000 galinhas, 15.200 aproximadamente pereceram pela doença e 1700 foram sacrificadas sanitariamente. É prejuízo disso mais ou menos pro nosso ter uma ideia. Hoje o volume eu não sei te dizer em preço porque aí eu não acompanho o preço do porque seria uma matriz e tal, mas e o número ele é grande, né? Pro nosso espectador ele é grande. 17.000 é grande, mas a gente abate 6 bilhões de aves por
ano. O abate diário do Brasil é 25 milhões de aves. Todo dia 25 milhões de aves. Então ele é um número que tem um aspecto um pouco maior por ser reprodutoras, mas ele não vai afetar nem fazer faltar. vai ter claro, alguma dificuldade momentânea dos ovos que foram quebrados dessa dessa reprodutora, mas não vai desequilibrar a produção brasileira a ponto de fazer que faltasse comida ou que tenha que ter uma Santinho, a gente sabe que o agronegócio tem algumas restrições ao governo federal, uma relação meio conturbada com o presidente Lula e mesmo o ministro já
enfrentou questionamentos do setor em outros momentos. Eu queria saber qual é a avaliação do trabalho dele nesse episódio, como é a relação com o pessoal do da das aves e dos suínos, que acho que são as duas áreas em que você mais participa. Muito positiva. Aliás, o ministro Fával irreparável agora, sabe? Eu tenho, sou fã dele porque ele tem uma comunicação muito fluida com o setor, com o nosso setor. Nós não somos contra. E eu tenho um ponto desde a primeiro dia da eleição, frango não tem partido nem ideologia, vel. Nós servimos para todas as
pessoas. Eu trabalhei com o presidente Lula junto com o Turra, com a a presidente Dilma, com o Temer, com Bolsonaro, agora com o Lula de novo. E vamos continuar a trabalhar porque nós trabalhamos para segurança alimentar. Eu tenho um outro ditado, there should be no border for, não pode haver fronteira. There should be no border for food. Não pode haver fronteiras para os alimentos. E assim também tratamos aqui, não pode ter um carimbo, não tem lado. E o governo tem sido sem nenhuma crítica assim, ó, para nós, presidente da República tem nos apoiado, nos apoiou
agora na China e o ministro é do nosso setor, tem trabalhado de maneira exemplar para nós, defendendo a segurança alimentar. já falou. Ricardo, deixa eu sair um pouco da gripe Aviara, ficando na gripe viária. Você é presidente tanto da área do setor de carne de frango como de suinos. Nós estamos assistindo a eh um processo, uma evolução dessa, desse vírus, dessa doença. Uma coisa assim impressionante. Você a gente sempre se volta paraos Estados Unidos, que parece ser nesse momento o pior país em condições sanitárias. Eh, já são 17 estados com com a gripe aviária em
gado leiteiro. Isso só tem um ano. Começou em março de 2024, um ano e pouco. Eh, você tem a gripe se expandindo para gatos, outros animais, leões marinhos, etc. Mas também para suos. Você é presidente de uma entidade que cuida exatamente dessa cadeia de suínos. Que que está fazendo? Claro, nós não temos a gripe suína, não tá aí, mas o que que como é que se pode prever o que que o setor tá pensando sobre isso? Porque se ela chega, é mais uma cadeia que você tem desconfiança de consumidor, queda de de produção e todos
os efeitos de uma cadeia longa também. Bem, o remédio é o mesmo, a biosseguridade. Nós fazemos na BPA, Dra. Sullivan, que é a nossa diretora técnica, coordenou que se chama Todos contra la PPA, que é peste porcina africana, com todos os países da América Latina. E cuidar da bioseguridade para evitar a pesta suina africana também ajuda no outro. Esse é o caminho que a gente tem que instruir aos nossos produtores, pedir pro governo para fortalecer e e e ser mais duro na peça suafricana. E a cripe das aves ainda não tivemos nenhuma vez nos suínos
aqui no Brasil. Esperamos que também fique fora, porque é importante cuidar da suicultura, que como você fala bem uma cadeia mais alongada, ela teria dificuldades inclusive de superar. Agora, a nossa suicultura tá tão avançada como todas do mundo. Eu digo que na viicultura e na suicultura o Brasil não é melhor que ninguém, mas não tem ninguém melhor que nós. Nós estamos no high level de todos as produções. Por isso, esse é o remédio, é cuidar de biosseguridade que vale para uma doença, vale para as outras. E de tudo isso, Mauro, é importante que tanto nas
aves como na suicultura, o produtor ele trabalha para fazer conversão de proteína vegetal em proteína animal. Se o animal está protegido, livre de doenças, tem bem-estar animal, ele vai converter mais, ele vai se transformar em mais carne, vai ser uma produção melhor e inclusive vai dar mais rentabilidade pra família, que só no Brasil são mais de 50.000 1 pequenas famílias produtoras integradas, independentes e cooperadas, que as cooperativas fazem um papel muito importante também nessa nessa produção. Diga, Naara. Ricardo, nesse momento todos os esforços do governo e do setor estão concentrados em resolver a questão da
gripe aviária aqui no Brasil, mas antes disso, a gente estava em um processo de abertura de mercados, né, de negociações com diversos países, dentre eles a China. gostaria de saber qual é a sua percepção, como fica isso paraa frente. A grip viiária vai atrapalhar de alguma forma a retomada dessas negociações depois que o problema for solucionado ou ao menos postergar um pouco mais a decisões desses países, olhando também pra configuração do mercado global, como a gente tá do ponto de vista de oferta e demanda, isso atrapalha de alguma forma essas a retomada dessas negociações? Você
coloca retarda um pouco, né? Eu não creio que prejudique porque nós estamos em 151 países dos 192 que tem bandeirinha lá na organização ah mundial ah na ONU, né? O Brasil hoje eu acho até que vai sair mais fortalecido, porque as pessoas estão vendo que o Brasil leva muito a sério essa responsabilidade de ser o maior exportador mundial com quase 40% do market share. Se você viu hoje na África do Sul, o preço do semestre tava 13 runs e hoje já tá 39. A Argentina tá informalmente, o Brasil vendia 700, a Argentina tindo 1200. Ou
seja, isso dá uma inflação imediata. Você tem países que não nem nem titubearam, disseram: "Eu conheço o Brasil, eu tô só naquele protocolo". Por isso que a regionalização é a solução, mas eu creio que a gente abrir mercados, como a gente tem dificuldades lá com a Indonésia, que ganhamos um painel, mas estamos trabalhando com a Nigéria, trabalhandos em Banglad, isso pode retardar um pouco, mas também pode ajudar no sentido que o país assim, não, eles estão fazendo sério. O ministro quando deu um caso divulgou lá no Newcastle, mesmo sendo um único caso e uma única
ave. Agora tiveram um caso de influenza viária de alta patogenicidade em plantelos comerciais também foram transparentes e estão mostrando pro mundo transparente e sabem cuidar porque hoje não tem mais influenza no Brasil. Ela saiu, ela aconteceu, terminou e hoje nós vamos buscar você recuperar o status delivem aves comerciais e mostrar para esses países. Pode confiar no Brasil que nós não vamos deixar você na mão. Se tiver um caso em algum lugar, a regionalização vai te permitir continuar a receber produto do Brasil. Isadora. A China foi um desses países que abriu agora recentemente mercado para miúdos
de frango do Brasil, para carne de pato de Peru. Então a gente vê de um lado uma boa relação comercial entre Brasil e China, né? outros setores também com aberturas de mercado. Mas por outro lado, como você amora pontuou aqui, a China ainda não voltou a comprar o frango do Rio Grande do Sul, desde o caso do de Newcastle, que é em julho do ano passado, há quase um ano atrás. Desta vez, na gripe aviária, o setor espere uma postura diferente da China. Há uma maior sensibilidade da China em relação a esse protocolo? Eu não
posso discutir as as atitudes da China dentro da sua autonomia de fazê-lo, mas eu também não preciso apoiar. Eu não compreendo fechar o Rio Grande do Sul até hoje e fechar de novo agora sem reconhecimento da regionalização é algo que me parece por conta de um preciosismo, de uma cautela exagerada. E na viagem do presidente sua comitiva, isso foi tratado? Vocês conseguiram incluir na pauta? Sentiram algum reflexo depois da volta dele? Sim. A regionalização estava na pauta, foi apresentada pelo ministro, pelo secretário Rua. Mas aí a doença aconteceu. É justo que o cara diga: "Bom,
eu quero suspender temporariamente para saber as informações do que se trata". Eles estavam ainda lá quando teve o caso? Não, já tinham voltado. Eu estava em Dubai, voltando da China depois de sair de lá, de acompanhar o presidente. O presidente inclusive tratou do tema do Rio Grande do Sul, ao que meu que o que eu não tava junto, né? Mas a gente ouviu dizer que foram tratados esses temas com um alto nível. Não sei se com o presidente Xidimpinho ou com outro, mas o presidente Lula apoiou botar esse tema na pauta exatamente por compreender a
necessidade de ajudar o Rio Grande do Sul. Mas infelizmente deu para mim foi um azar, hein? Diga, Sam para fechar o bloco. Nós temos aí dois fatores, digamos assim, de baixa para preços. Um é a safra de milho, que deve vir aí no num dos maiores patamares da história. E outra é a própria gripe aviária, né, que eh acaba pela simples eh fechamento de mercados, né, isso pode eh ter uma oferta maior interna. Eh, queria saber, afinal de contas, a o o preço até pela o preço da carne de frango, ele vai ceder esse ano?
até também pela pela maior oferta de milho, né, que é o que é a principal matériapra do paraa produção de frango. Não posso afirmar isso agora, mas lógico, haverão, como disse, situações pontuais onde você pode cair um pouco o preço, pode ter até depois do retorno, você tem uma demanda reprimida lá fora que venha concentrar e faça uma saída mais voluma, de produtos. Isso pode ter uma influência até contrária. Agora, com relação ao preço do milho, o milho tinha subido muito e é bom saber que vamos ter safra suficiente para nós, pro etanol de milho,
pro gado leiteiro, para o consumo humano e para exportar ainda um monte. Isso tem que ser, é o que a gente trabalha como cadeia para você ter, aproveitar essa essa virtude brasileira de ter essa capacidade de fazer isso de maneira sustentável e colocar o reflexo do preço vai depender também de tudo, porque não adianta só baixar o milho se você aumenta, por exemplo, o custo da lisina, que tá sendo aberto um dumping na contra a China ou da da da trionina do templotofano que aumentou 8%, que são insumos básicos. É preciso então que você tenha
toda a cadeia desonerada para você dizer: "Bom, então agora vou baixar o preço". Porque às vezes cai o milho e sobe o imposto ou então sobe o combustível. De uma maneira geral, o que a gente quer é estabilidade. A nossa cadeia precisa de estabilidade inclusive pro consumidor. Mas pro consumidor se baixasse seria melhor, né? Para mim também. Eu sou consumidor de frango. Agora, o que não pode baixar é de maneiras em que você não cubra seu custo de produção e não tenha um rendimento mínimo, depois você baixa a produção e aí fica mais caro para
todo mundo logo depois. Tá com boas margens agora, né? Atualmente teve um ano muito bom, não dá para negar. Ele teve um ano bom, agora as margens continuavam boas e são margens inclusive de recuperação. Quando você pega a suicultura, sofreu 3 anos lá atrás, não sei se recuperou, cada empresa tem a sua conta, mas estava recuperando. A margem era boa e a população tá consumindo. O cresci cresceu a consumo no mercado interno. Certo. Agora o preço tá subindo no Rio Grande do Sul. Onde o preço tá subindo? no Rio Grande do Sul, segundo o CP
divulgou hoje. Sim. E hoje tem é o estado que tá mais fechado. Exatamente. Mas às vezes tu tem o custo, você tem um aumento de procura. As pessoas que sabem que não faz mal tão medo de que a que a gripe se espalhe e falte produto. Ou seja, não tem jeito do preço baixar. A gente vai continuar falando disso, mas vai fazer um rápido intervalinho. Voltamos já já com o Ricardo [Música] Santinovação que conecta. [Música] Bradesco. Estamos de volta com o Roda Viva que hoje recebe o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santim.
Eh, vou sair um pouquinho do tema da gripe, mas podem continuar nele, voltar ele sem problema nenhum. A nova Lei Geral de licenciamento ambiental isenta as atividades agropecuárias de pequeno porte do processo de licenciamento, desde que elas estejam regularizadas no cadastro ambiental rural ou no programa de regularização ambiental. Como o senhor avalia essa mudança e acha que ela traz mais competitividade ou pode afetar a reputação dos produtos brasileiros, principalmente nos mercados que exigem rastreabilidade e outras certificações? Eu vejo de maneira positiva. Eu acho que ela vai ajudar sem perder a essência de cuidar o meio
ambiente. O Brasil é um país conserva que conserva o meio ambiente. O tamanho da nossa Amazônia é imenso. Embora tenha desmatamento, a gente tem árvores que estão conservadas e que é mais de 4 milhões de qum qu segundo os dados oficiais do Brasil. esse esse dado, essa lei tá trazendo um marco legal para isso. Nós estamos então aí aprovada no Senado. Sim, muitas coisas que podem melhorar e nós temos uma pré-preestação de sistema cameral que virá depois volta pro Senado. Então as pequenas propriedades elas têm, digamos assim, lógico que todos têm que cuidar. Cada árvore
que for tirada ilegalmente, eu sou contra, sou um preservacionista. E não é só isso, né? Tem toda a questão das emissões, monte de água. Água também, né? A água, o o os resíduos, o controle. O Brasil também tá muito bem nisso, mas precisa continuar. O fato de você ter uma agilização do processo não quer dizer que fique sem fiscalização. Eu, na minha visão, essa cria, esse projeto que a senadora Teresa Cristina, que eu admiro muito, como ex-ministra e senadora da República colocou, é a ideia de ter um marco legal onde a gente tenha instâncias de
análise, aquelas análises, ah, bom, agora vai não precisar mais de essenciamento se o governo achar que é essencial, mas o governo para achar que é essencial não vai passar por cima da lei e nem dos princípios. Me parece que o que a gente tá fazendo é uma evolução e não difere muito mais do que foi quando a gente fez a reforma tributária, quando fez a previdenciária. O Brasil precisa das reformas. Nós precisamos olhar pra frente sem deixar a sustentabilidade. E eu ando em média duas vezes seis voltas ao mundo por ano. E o sustentabilidade do
Brasil é um asset. Os problemas de retórica do passado não podem mascarar uma realidade brasileira que é de um país que conserva por natureza. A gente tem cuida na nossas na nossa atividade de subicultura e suicultura, você não inicia nenhuma atividade se não tiver dentro da lei e da regra. Você precisa aprovação total do meio ambiente para poder montar um aviário, eu ou uma possíilga. Tá certo? Diga, depois tá aberta. Ricardo, temos no mundo guerra comercial, tarifas de importação entre os países. Primeira pergunta é: como isso afeta nesse momento em que a gente tá passando
aqui no Brasil por um problema sanitário, como isso afeta as exportações brasileiras de carne, de aves e de suinos. E um segundo, uma segunda pergunta, eh, se a existência da guerra comercial contribui para manter as exportações fortalecidas de alguma forma pela necessidade de de oferta, né, ou pela necessidade de um país fornecedor que tenha uma posição mais neutra como a nossa. Então, como isso conversa com esse momento de exportações? Primeiro, eu sou contra a guerra comercial. Eu acho que um equívoco dos Estados Unidos, a maneira como fez isso de jogar para todos os países de
maneira, na minha visão, destemperada, um aumento de tarifa muito grande. Agora baixou, tá em 10%, o Brasil tá no mesmo nível do que todo mundo. Acho que o governo tá agindo certo também, né? não querer brigar, vamos discutir, sentar de país pro país. O Brasil no início, e a gente não sabe nunca se essa guerra vai continuar ou não, se vai voltar ao aumento ou não, a nossa tarifa de 10% foi ficou no nível mínimo e alguns dos nossos concorrentes tinham tarifas o dobro da nossa às vezes quatro vezes mais. Então o Brasil que já
é competitivo se tornaria mais competitivo ainda naquele nível. Mas a guerra tarifária ela não beneficia ninguém de longo prazo. Ela só faz a queda do comércio mundial. E isso para nós não é bom. O Brasil é o maior exportador mundial, tem 40% do market share, talvez com a guerra, no jeito que ela foi proposta pudesse até fazer o Brasil aumentar. Mas você tem queda de comércio global. Queda de comércio é queda de renda. Pessoa sem renda diminui de comprar. Então eu não vejo. O Brasil de qualquer maneira tá bem posicionado e pode sim. No caso
da guerra de tarifa, se ela recrudecer para voltar aos seus padrões iniciais, o Brasil sai até com vantagem porque Mas a existência da guerra ajuda em alguma medida o Brasil a manter as exportações dele? Não manter não. Acho que aí não. O que pode acontecer em alguns situações pontuais, como por exemplo, você tem o Brasil exportando tilápia pros Estados Unidos e o Vietnã e a China com uma tarifa cinco vezes maior que a nossa, duas vezes maior. Lógico o nosso produto vai ficar mais barato. Pode sim. ajudar inclusive você a vender mais. Mas isso não
é uma maneira de ganhar. É que nem eu sempre digo, não dá para festejar a desgraça alheia, porque as a peste da da influenza aviária que dizimou plantéis no mundo, tá aqui no Brasil. Por sorte nos preparamos e não dizimou plantéis porque está preparado. Mas são influências que podem acontecer. Ciano ah diga Mauro, depois você Cassian. Ricardo, você falou que roda seis vezes aí o por ano e nós somos testemunha disso. Porque toda vez que nós ligamos para para você te entrevistar, alguém responde: "Ah, ele tá viajando do país A pro país B, tá no
avião ou tá voltando o país X pro país Y no avião?" Tanto que na no dia da da gripe aviária, você tava 12 horas dentro de um avião e não ninguém falou nada. Só que até então, quando você circulava por esses 151 países que o Brasil tem e relação comercial, no caso da carne, você tinha dois trunfos ali maravilhosos, volume, o quanto o país queria e o fato de ser único grande produtor que não tinha eh a gripe aviária. Você continua com volume, mas você não tem mais esse esse você pode dizer eu não tenho
porque pelo menos até até o dia até 28 dias. Qual que vai ser o papo agora com esse importador? Bom, até hoje nós não temos, né? Mas a ideia é mostrar para o importador os outros valores acessórios, como sustentabilidade, como qualidade, como segurança de fornecimento e parceria, que é o que o mundo tá vendo. Onde o Brasil saiu, o preço tá subindo. Lá no México tá pagando mais de 5.000 o peito e subiu o preço do produto lá local. Algumas vezes os países mantém essas suspensões para que a indústria local ganhe dinheiro lá um pouco,
mas aí vem a inflação dos alimentos localmente. Então a minha, o meu discurso para eles é exatamente esse. Eu não sou o único que pode dizer que nós não temos não nunca tivemos influenza, mas o único episódio que nós tivemos, nós controlamos. O brabo é que o fato é que isso vai acontecer de novo alguma vez. Espero que não aconteça mais. Mas se acontecer, o importante é mostrar para eles que a gente está preparado para controlar. Cassian. Ricardo, nesse período, enquanto o Brasil continua com as suas vendas aí em suspenso para esses grandes clientes, incluindo
a China, quem rouba espaço do Brasil? Brasil roubou espaço de Estados Unidos, roubou espaço, roubou no bom sentido, claro. Eh, pegou fatia do mercado que os Estados Unidos deixaram de atender. E agora o Brasil também tá deixando de atender muitos por pelo menos um tempo. Quem que pega esse espaço e como vai ser depois? essa campanha para conseguir retomar. Vai ter que voltar a viajar seis vezes. Eh, viar, vou continuar a viajar, Cena, mas não tem quem reponha ligeiro isso aí. O Brasil, o volume do Brasil que colocava, os Estados Unidos já tá diminuindo as
suas exportações, a Europa diminuindo suas exportações e a Tailândia, que é o quarto maior exportador do mundo, ela tem uma exportação de 1 milhão que já tá comprometida. E frango não é que nem camisa, né? Você não não consegue, você precisa de 8 meses de preparação, precisa ter planejado isso lá na bisavó, avó matriz, 18 a 21 dias de incubação, eclosão, 45 dias de produção para daí chegar, ir pro frigorífico, botar no navio e levar para outro lado do mundo com mais 45 dias. Não há nada imediato hoje. Por isso que o Brasil, por isso
que entendemos que o Brasil tem que levar as informações que está levando agora de maneira séria, transparente e dizer ao mundo, gente, vamos regionalizar. Vamos, porque isso já acontece nos Estados Unidos, já acontece na Europa, por exemplo, com a carne da Polônia, que tá vendendo para todos os estados, todos os países de dentro da Europa, e ninguém fala nada da carne polonesa, só fala da do Brasil que pode levar alguma coisa. Então esse é o ponto. Não há hoje concorrência porque precisa ter um processo de preparação. O ganho do mercado que o Brasil teve foi
ao longo do tempo. Diga Isadora depois Roberto. Ricardo, saindo um pouquinho aí da gripe aviária, mas continuando no comércio internacional, você comentou que em caso de recrudecimento da guerra comercial, o Brasil pode se beneficiar com um redirecionamento de volumes para países que os Estados Unidos antes eh exportavam. E no caso contrário, principalmente com a China, eles estão em negociação, Estados Unidos e China. E no passado, na primeira fase da guerra comercial, eles resolveram esse empasse com um acordo de compras. A China se comprometeu a comprar valores nominais dos Estados Unidos de determinados produtos. A indústria
e principalmente de carne suína teme um novo acordo de compras entre Estados Unidos e China? Não dá para dizer para temer, mas estamos atentos a isso, né? A China caiu a sua importação de carne suína e de todos os países fornecedores da China, do Brasil foi o que menos caiu. Esse é um ponto. Então os produtos que a gente vende pra China e por isso estamos tentando abertura para vender miúdos suínos, os miúdos internos e os externos, para que a gente possa também ter o mesmo nível de colocação. Claro que isso pode ter feito, mas
quando olharmos pro lado do frango, lá naquela outra negociação, o frango negociou com os Estados Unidos e não caiu. O frango aumentou, o suíno também aumentou as exportações mesmo após a primeira negociação do mandato anterior do presidente Trump, que foram de um bilhão de dólares de de comércio agrícola e que nem chegou a se perfecilizar. Lógico, existe sim atenção, mas hoje o nosso maior importador de carne suína é a Filipinas, não é mais a China, mas é um mercado importantíssimo, tem hoje 20% das nossas exportações, um pouco menos. E nós vamos dar essa atenção com
bastante, digamos, cuidado. Esperamos que isso não aconteça, porque o que também eu vejo no mundo, e a Naiara perguntou antes, a a guerra tarifária, Naara tá fazendo não só você ter a troca, mas o cara que já tem o fornecimento, olha esa pera, eu preciso ter algum pouquinho mais de alternativa, que é o caso do México, comprando mais do Brasil, mesmo sendo o maior exportador para ele, o os Estados Unidos. Uhum. Roberto, a gente tá vendo o senhor muito confiante, né? Eh, eu sou. E eu queria saber eh sobre a a o como essa informação
foi tratada, né? Quer dizer, hoje em dia um mundo tem que que a que a informação corre solta aí pelas redes sociais. vocês viram algum, por exemplo, algum concorrente eh se aproveitar disso ou mesmo eh como é que foi como que vocês eh qual é a avaliação que vocês fazem eh dessa crise, né? Eh, de como ela foi contida e por quê? A única coisa que eu vi foi umas concorrentes me dizendo assim: "Ó, welcome to the club". Agora o Brasil também teve pela primeira vez porque o resto do mundo todo convive. Eu não vi
nenhuma ação. Agora o Brasil tem problema porque o cara vai falar o que Samora se ele tá chilotado de influenza na na na casa dele. Se ele vai dizer que a carne não é boa, mas não é a carne, a carne é boa. A dele também é. Esse é o ponto. Então a gente vê o mundo, de certa forma ficando até um pouco aliviado de saber que Brasil agora teve, não é o único que nunca tinha tido, agora ele teve uma vez, tá mostrando e juntos nós já trabalhamos no Conselho Mundial de Avicultura, Brasil, Estados
Unidos com muita parceria, com o apoio da China, com o apoio da Europa, exatamente para tentar evoluir e evitar esse preciosismo, exagero de precaução que no fim das contas faz todo mundo ter dinheiro. controle a desinformação aqui dentro pro consumidor dessa coisa dos riscos da saúde humana. Isso foi feito desde o primeiro momento? Foi eficaz? Poderia ser feito mais? Tem alguma campanha de publicidade para ser feita? Tem da pelo lado da BPA tem. Nós já saímos, gravamos há dois anos atrás. Quando fizemos, chegou a influência viária em AV Silvestres, já preparamos toda essa campanha. O
nosso R de comunicação, Marcelo Oliveira, preparou isso junto com todas as empresas num comitê de comunicação, já fazendo isso em comunicação com o governo federal, que o governo tá com uma campanha hoje no dia a dia, apresentando nas redes sociais, exatamente para evitar hoje a queda de consumo. Você vê as pessoas falarem: "É, eu não sei, eu parei de consumir", mas não tem queda de consumo no Brasil. Perfeito. Com isso, então a gente fecha o nosso terceiro bloco, vai para mais um rápido intervalo e volta já já com mais sauda viva falando de agricultura pecuária,
saúde [Música] hoje. Inovação que conecta [Música] Bradesco. Nós estamos de volta com Roda Viva recebendo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santim. A gente falou já bastante política e de como as várias instâncias eh se acertaram para coordenar a resposta do Brasil. tem algo que possa ser feito pelo Itarati, pelo nosso serviço diplomático, nesse sentido de debelar eh temores em alguns mercados, acabar com a eh alguma tentativa de prejudicar a carne brasileira e isso tá sendo feito, a gente tá fazendo uma diplomacia da gripe aviária a contento. Sim, isso está sendo realizado
desde quinta-feira, quando o diretor de saúde animal, Marcelo Mota, fez o relatório na maneira e na no molde da Organização Mundial de Saúde Animal, o secretário Luiz Rua mandou para todos os as embaixadas do Brasil e a didância agrícola, os setores comerciais. A AP Apex recentemente fez, o presidente Jorge Viana fez uma reunião lá, eu fui na Tailândia, depois no Japão, agora foi na na na Europa, onde estão os os SECONS e as adidâncias agrícolas e a embaixada conversando, harmonizando seus entendimentos. Hoje o departamento de promoção do MRE já mandou para todo mundo. Os embaixadores
estão trabalhando e essa diplomacia tá sendo feito porque o a nossa proteína animal, Vera, ela se tornou um acete do Brasil. Se a gente pegar e adicionar a proteína bovina junto com aves e suínos nos últimos 20 anos nós trouxemos mais de 1 trilhão500 bilhões de reais de receita cambial, mais de 280 bilhões de dólares em receita cambial de dinheiro que nasceu lá em algum país fora do Brasil e foi trocado por um pedaço de carne de aves, de suíno e de boi. Isso é um asset porque distribui numa cadeia de mais de 9 milhões
de empregos com famílias produtoras, com produtores na bovina cultura, na cicultura, na avicultura e especialmente no interior. Leva renda para o campo e por isso, então eu tenho certeza, nossas embaixadas estão todas trabalhando. Elas sabem que o frango virou um grande valor do Brasil, certo? de Gazao. Apesar que a as nuvens negras parece que estão se dissipando, eh, e você tá, como disse o Roberto, totalmente otimista que a coisa e se resolva rapidamente. Eu queria perguntar um pouco do produtor, que é o início dessa cadeia longa que você acabou de citar aí, de todo esse
processo, terminando com 40 dias no frango. É, a primeira notícia foi que vai sobrar frango, o preço vai despencar e vai cair. Até agora isso não ocorreu. E mesmo que tivesse ocorrido, o produtor, ninguém trabalha para perder dinheiro, ele ia pisar no freio e essa cadeia que ia ser descontinuada, nós ter lá na frente uma falta de de produto e a inflação e preço voltaria a pesar tanto aqui como como lá fora. você que circula em todas essas áreas e tem que circular porque sua função, como é que o produtor tá vendo isso? Essa essa
falta de eh uma falta uma falta de visão do mercado internacional, pelo menos o que nós vínhamos informando até agora? E com cautela. Eu acho que o meu otimismo não pode ser confundido com o fanismo também. A situação é bem grave, é uma situação difícil porque a primeira vez que aconteceu no Brasil, essa peculiaridade do caso, a gente conseguiu controlar, ela pode acontecer de novo. A gente tem que mostrar que tá preparado para isso. Mas você coloca bem, a gente não pode diminuir a produção. Não há hoje nenhuma intenção de diminuir produção ou o produtor
lá da ponta integrado ficar sem a sem colocar um lote. Ele sabe que se ele vai faltar um ou dois lotes da produção no ano, ele talvez não pague as contas. Essa é a preocupação que a gente tem, que consiga manter isso e mais do que tudo, manter segurança alimentar na mesa dos brasileiros. Claro que queremos colaborar lá fora. 151 países, o dinheiro que vem lá fora complementa. Porque falava outro dia até na presença do ministro Rui Costa e o presidente Gabriel Galipolo. Lá na China, a nossa produção, ela é maior do que a gente
produz aqui. Eu produzo para exportar. E quando eu produzo para exportar e lá fora eu preciso vender mais caro do que eu vendo aqui, eu tô reduzindo o custo fixo por unidade produzida aqui. Ou seja, a exportação ajuda a financiar o produto ser mais barato para o brasileiro. Então a gente fica preocupado de que tenha equilíbrio nisso. Então, mas não vejo hoje manifestações frente o que a gente tá olhando. E volto a dizer, não é porque eu tô achando que é bom. Eu vejo o exemplo que teve no Newcastle. A China voltou menos o Rio
Grande do Sul em 23 dias. os países, a Europa ficou lá uma semana e depois voltou, agora tá estudando. A Coreia do Sul já agora avisou que vem para o Brasil para tratar de regionalização. Então, esperamos que isso seja mais rápido pra gente entrar no ritmo normal que o mundo convive com essa doença. Na, Ricardo, você deu sua percepção sobre o preço no mercado interno. queria saber qual é a sua percepção sobre o preço no mercado externo com guerra comercial comercial de um lado e os casos de redirecionamento dos embarques em função da gripe aviária
aqui no Brasil. Esse redirecionamento a gente fez uma conta inicial que deve ficar entre 9 e 10%, né? que é aquilo que volta de produto mesmo difícil de vender. Então, exclui as patas, os miúdos, o CMS, vamos falar de peito, de coxa e de asa. Esses redon redirecionamentos, em alguns casos, vão ter que ser a custa de preço mais baixo, mas também ninguém vai jogar fora o produto. Você pode ter as alternativas de armazenagem e assim por diante. Agora, lá fora, a gente já tá vendo o preço subir. Aquilo que eu falei na África do
Sul já subiu, subiu no México. você consegue ver hoje uma tendência e que não e que se repetiu lá no caso Danil Castle, quando o Brasil saiu e é natural, a lei da oferta e da procura, ela não tem fronteira também, né? Lá naquele produto você tira 40% do seu fornecimento e não tem onde achar, sabe? Você pode buscar um pouquinho mais na Tailândia, um pouquinho mais na Europa, a produção pode aumentar local com um pouquinho de peso, você dá mais energia nas na ração das aves e vai ter um pouquinho mais de peso, mas
não consegue tapar esse buraco, digamos assim. E é por isso que eu tenho esperança de que logo esses países que ainda estão reticentes, e esse não é uma coisa, a negociação não andava porque também eles acreditavam que talvez não chegasse no Brasil. Agora que eles viram que chegou uma vez, mas o Brasil está preparado, eu vejo também um ambiente muito favorável pra gente evoluir nessas nessas negociações e também para eles não terem oscilação de preço. O preço nunca é bom. Essa oscilação grande de baixa e volta, veja o Japão, um dos mercados mais exigentes do
mundo, se apressou no primeiro dia de mandar uma carta diz o seguinte: "Olha só, não me manda produto do município de Montenegro. Para quê? Não variou o preço, ficou estável, teve estabilidade de fornecimento do seu maior fornecedor, que tem quase 50% do market share junto com a Tailândia, que tá muito próximo deles lá. Uhum. Diga, Roberto. Eh, por favor, o que as investigações desse caso em Montenegro mostraram já me chamou atenção o fato de quase que simultaneamente eh ter sido registrado um caso de da do mesmo vírus, um zoológico próximo, né? E o que se
eu queria saber se vocês já mudaram alguma algum procedimento, né? Eh, diante dessa desse desse registro, na verdade não mudou nada porque já tinha um nível elevado dos procedimentos. Você tem que agora fazer as investigações na granja para tentar ver por que entrou, se foi um passarinho que entrou por uma fresta ou se foi uma ave que defecou e caiu dentro do aviário e aí houve uma uma contaminação. Isso acontece hoje. Importante que, infelizmente o zoológico e lá a gente ainda não tem a conexão genômica dessas análises, ou seja, não se sabe se é exatamente
o mesmo vírus do zoológico no do caso de Montenegro, mas a gente sabe que o vírus está circulando. Antigamente, lá no primeiro ano, era mais na área costeira, nas aves, os os os 30 rais de bando e assim por diante. Agora a gente tá vendo que já está no interior. Ou seja, qual é a maneira de fazer isso? Cuidar que na granja não entre, revisar os procedimentos. Talvez pode ser, por exemplo, um aveio que defecou e a pessoa pisou e foi para dentro do aviário. A relação tempo e vírus pode ter acontecido isso. Então, agora
temos que fazer a investigação e reforçar. Como que se reforça um um fato que é esporádico e ocasional como esse? É que a pessoa não entre dentro do aviário com mesmo sapato que está lá fora. Eu até ouso dizer e tenho dito nas entrevistas, pendura a bota dentro do aviário lá no lado da porta que quando você vai abrir a porta para entrar, você tira a bota, coloca com o pé já dentro da do aviário. São esses os procedimentos. Você não tem que revisar o que já se fazia, porque o mundo também pratica esse tipo.
Não há nada de uma coisa diferente que eu tenho que fazer do que já não fazíamos. Adoro. Senhor falou agora em um otimismo cauteloso que está confiante, mas a situação ainda preocupa. Então, tentar quantificar isso. Em uma escala de z0 a 10, qual é o risco hoje da gripe aviária se espalhar pelo plantel comercial? Nos Estados Unidos foi muito rápido. Por que que aqui no Brasil é diferente? Nosso sistema é melhor? Eu não vou dizer que é melhor ou pior, mas eu daria zero de risco de se espalhar no Brasil inteiro. Claro que é um
excesso de pode até parecer presunção, mas eu te daria um, dois, uma é muito baixo o risco de se espalhar. Por quê? Porque a biosseguridade ela tenta evitar que as coisas entrem, mas também ela não permite que saia. Você tem exatamente todo esse instrumental de fiscalização, de cuidado, que ele também evita de se uma granja, por acaso tiver uma infecção, por exemplo, para uma avea espalhar pra vizinha. Isso aconteceu no caso de Montenegro. Isso aconteceu lá. É uma prova disso. E você tem Sim. Agora, eh, o sistema de abate, ele é imediato. Explica um pouco
pro telespectador. Ele não tem ideia. numa granja, todo o plantel daquela granja é abatido. Sim. Por que que você faz isso? Para que o vírus não possa ser espalhado. Então, digamos assim, vamos pegar o exemplo de Montenegro, havia 17.000 galinhas reprodutoras de frango de corte. São as mães que colocam um ovinho que vai virar o frango que vai pra prateleira. Essas reprodutoras, 15.000 delas morreram em três dias. de três a quatro dias faleceram por conta da doença. E aí ainda tinha 1700 que eram um pouco mais resistentes, mas também estavam com o vírus contaminadas. Aí
a gente vai lá, abate as aves dentro das normas que são determinadas pelo bem-estar e faz o enterrio. E o enterrá mesmo fazendo onde o meio, o a secretaria do ambiente já definiu, as propriedades têm suas determinações para que se tiver um caso desse eu vou colocar onde eu possa menos ter risco de contaminar o lençol freático. Então isso foi feito. Você abate exatamente para que essa aveva não fica viva e possa transmitir, tá? Ricardo, a gente viu eh vários casos aí suspeitos que voltaram, estão sendo investigados, né, no Brasil, em vários estados. Por que
que você acredita que tá demorando tanto em alguns casos para se ter a conclusão de que é ou não um caso de gripe aviária? E o que que pode mudar? E tem vacina prevista diante de toda essa crise, o que que você acredita que pode ocorrer eh de mudança nesse sentido para pro Brasil aumentar a sua biosseguridade? Bom, a grande peculiaridade é que é o primeiro caso. Agora, essas investigações são de síndrome respiratória das aves. De 2023 para cá, foram 3.953 investigações. Delas, 160 e pouco, 169, se não me engano, foram positivas para aves silvestres.
Duas ou três para fundo de quintal, infelizmente uma em aveva comercial. E é isso. E continua a fazer. Hoje provavelmente deve também ter. a pessoa diz: "Olha, minha ave tá lá dando sinais de estar cambalhante ou tem o o seu olho assim, então ele vai ter sinal, vai investigar". Mas as aves têm outras doenças, tem pneumonia, tem bronquite, tem outras gripes que não são influenza viária. É por isso que as investigações às vezes parece que tem muito, mas são corriqueiras. E essas outras não suspendem a compra por outros pais? Não, não suspendem. somente influenza avviária
de alta patogenicidade. Se fosse, por exemplo, influenza viária de baixa patogenicidade, por isso que a senhora eu não sei, pode estar demorando, mas assim, olha, eu quero ver que doença é essa. Ou às vezes o vírus não tava bem coletado, aí você tem que inocular ele num ovo para daí desenvolver e pegar uma amostra mais consistente. Mas no Brasil nós tivemos três casos de comerciais recentemente de suspeita. Uma confirmou em Montenegro, as outras duas elas já foram negativadas. AD Ipumirim pelo Ministério da Agricultura e a de Aguarnópolis lá em Tocantins, foram sete aves e que
pelo tempo decorrido, aí eu é uma intuição minha, a secretaria de de de de agricultura de lá já falou que não é, mas a intuição me disse, se fosse a influenza viária, as aves teriam perecido. Então me parece que é muito mais pesquisar para que você tenha aquilo que o ministro tem comentado desde o início. você acredita tem algum risco de ter alguma mutação e uma mudança desse vírus que foi encontrado aqui ao ao que ocorreu em outros países? Isso tá acontecendo no mundo inteiro e o o vírus, inclusive tem ficado menos agressivo para as
pessoas. Uhum. a presidenta da Organização Mundial de Saúde Animal, Manuel, Madame Manuel Soberram, me disse: "Olha, está no nosso radar e na da Organização Mundial de Saúde a influenza viária, mas ela não tem dentro das nossas pesquisas hoje pro que possa virar uma pandemia". Então, claro, pode mudar, pode, mas esperamos que isso não aconteça. E mais, desde 1997, quando foi 96, que foi descoberto o H5 N1, até hoje são mais de 30 anos que esse vírus não mutou a ponto de virar uma pandemia. Certo? Foi isso. Então, a gente vai pro nosso último intervalo e
volta já já pro encerramento do Roda Viva de hoje. Não sai daí. [Música] Inovação que conecta [Música] Bradesco. Estamos de volta com Roda Viva hoje recebendo Roberto Santim. Eh, um pouco antes do anúncio da da gripe, do caso de gripe aviária, tinha sido feito o anúncio de uma grande fusão no setor da proteína animal entre a Marfrig e a BRF. Com isso, um dos maiores produtores de carne bovina se fundiu a gigante, que já era fruto da fusão da Sadia com a Perdigão. O que que isso nos diz em termos de concentração de mercado? De
que maneira isso pode afetar a ponta dos produtores que t de se relacionar com essas indústrias e também a ponta do consumo? Bem, no caso das aves suinos, você tem uma relação de integração. Então, a relação de integração, tem um contrato de parceria entre a empresa e o integrado, diferente do bovino, que talvez tenha aí uma certa, digamos, divergência às vezes de preço, do produto que vai ser. As as integradoras não compram o produto, elas são donas do pinto de um dia que dá lá e o cara cuida e leva, depois devolve para ser abatido.
Agora, para nós é um orgulho ter essa fusão da Marfrig BRF, mostrando o Brasil com muita força no mundo. Infelizmente eu não posso falar dos percentuais, mas essa concentração nesse setor, ela tá dentro do razoável, tá dentro do que o CADE permite. E nós não temos uma concentração demasiada. Nós temos hoje mais de 70 frigoríficos que estão aí que são exportadores e você tem também o fato do Brasil ser protagonista, tendo a Marfrig BRF, tendo a SEARA, tendo as cooperativas com Mas a concorrência nesse caso não poderia melhorar tanto a oferta de preço quanto uma
certa disputa por eh evolução tecnológica, por melhores práticas, mas elas fazem, elas não isso, isso é uma prática. Você tem as cooperativas, tem Lar, Copavel, Copacol, Cevale, todas as grandes cooperativas, Aurora que tá junto com a Lar mesmo tamanho. Você tem grupos bastante, eu só não posso falar os percentuais, mas são bem equilibrados. E nós temos inclusive pequenas empresas que abatem, digamos, 100.000 1000 contra 5 milhões por dia e mesmo assim tem o mesmo nível de informação e as mesmas habilitações às vezes para mercados no exterior. Então acho que hoje no nosso setor eu posso
dizer que isso vem é fortalecer, vem criar empresas com mais força e que levam tem mais condições de serem transnacionais, globais, ajudando naturalmente com receitas cambiais aqui. Certo? Tá aberto. Diga, Naara. Diga, Zafa. Nós falamos muito sobre gripe aviária, mas e essa mutação do vírus? Existe uma preocupação também que ela chegue a ao humano e que por hora, cientificamente nada tá provado, que haja uma passagem de um humano para outro, que seria a tal da pandemia, e íamos viver uma situação muito mais delicada. Claro, o contato, o humano quando pega a doença é só com
contato eh direto ali na na no trato com os animais ou comer a carne que de uma forma impropriada, inapropriada. O que que se tem de conhecimento sobre isso? Sobre a transferência do vírus para humanos e depois de humanos para humanos? Hoje não há nenhum caso colocado na ciência. na no consumo da carne, inclusive nenhum nem no que você diz que deve cozinhar, mas não tem nenhum caso reportado de que alguém pegou de comer carne. Comer carne não transmite. Agora ter contato com os fomites, que são feeses, secreções, continuado, isso traz. Sim, que é o
que acontecia lá na Ásia, que viviam com as com os frangos dentro das casas e agora aconteceu na produção leiteira dos Estados Unidos, que eles nem sabiam que estavam doente e tinham contato com a secreção e tirar leita, mexer. Então esse é um ponto. A gente não tem hoje na ciência o professor Luizinho Caron que escreveu um artigo inclusive para o Conselho Mundial da Agricultura. Nós estamos fazendo lá no IPC, Maur um programa global de esclarecimento da população para que todos os países fazem a mesma coisa. Essa é uma das minhas metas com o presidente
do Conselho Mundial, que vou sair em dezembro. Quero deixar isso pronto. E ele mostra que o nosso pulmão, na parte superior do pulmão, nós não temos os conectores celulares que a influenza viária precisa, esse vírus para ele se conectar, o que é diferentemente no epitélio das aves, eles têm abundância desses conectores que daí vai produzir. Então isso é um ponto, ou seja, a ciência está acompanhando a Organização Mundial de Saúde e também a de saúde animal. Ambas têm isso no seu radar, mas até hoje não há nenhum caso comprovado. A h a há cuidados. O
professor Esper Carlos, presidente do Butantã, tão desenvolvendo aqui no Brasil uma uma vacina para, se for o caso, contra influenza viária, mas hoje não tem ainda a doença pegando de pessoa para pessoa na Ricardo, gostaria que você comentasse do ponto de vista logístico. O Ministério da Agricultura autorizou o estoque de cargas em contêiner refrigerado. É uma prática que já foi utilizada na greve dos caminhoneiros em 2018, já foi utilizada em Newcastle. Então, a gente já tem um histórico sobre a consequência disso. Gostaria que você trouxesse qual é a consequência desse desse desse tipo de estratégia,
né? E precisamos passar aí pelos 28 dias. Então, qual é o efeito pro setor como um todo desse tipo de estocagem? Bem, essa estocagem é muito mais uma alternativa de prevenção que as empresas estão exercendo. Não, não quer dizer que vai usar, mas a gente pediu para governos, olha, lá na Newcastle teve lugar que precisou. Por quê? Por quê? Ou porque o armazém tava cheio, ou porque o armazém era muito longe, ou porque o cliente tava dizendo assim: "Olha, o meu governo tá me dizendo aqui que daqui uma semana ele vai reabrir e vai deixar
você me exportar o que você produziu, porque a gripe deu num no Montenegro e você tá me exportando lá do Paraná 1200 km de distância, então eles vão deixar". Então são alternativas que vieram. O único problema é que custa mais caro, mas é uma alternativa para que se precisar ser usada. Como a gente vinha com disponibilidade do mercado interno menor do que a média que tinha sido praticada no ano de 2024 e nos dois meses, primeiros dois meses do ano, por conta do aumento de 9,5% nas exportações, hoje você tem armazenagem inclusive disponível, mas há
plantas que não tem armazém, então porque a planta ela é feita para produzir e mandar pro porto, produzir ou mandar pro armazém. Então essa atitude é exatamente para você ter uma alternativa paraa empresa que possa ter essa dificuldade. Nem todas vão usar quem precisar. O governo tá dizendo: "Olha, é uma coisa boa porque não há nenhuma falta de segurança nisso aí. O contêiner fica congelado, refrigerado nas condições que a lei necessita." Ciana, Ricardo, falando um pouquinho de hábito de consumo, a gente sabe que a China, que é o maior cliente, maior consumidor de carnes do
Brasil, incluindo o frango, gosta muito do pé de galinha. E aí, nesse momento em que a gente teve o foco eh confirmado no Rio Grande do Sul, vocês tinham acabado poucos dias antes de anunciar abertura do mercado chinês para miezas de frango, entre outros produtos. Eh, não havendo mais eh interrupção dessas exportações de carne de frango pra China, como que fica? não deve ter um impacto nesse nesse na oferta desse produto internamente, falando de miudezas aí no caso coraçãozinho de galinha e tudo mais, considerando que qualquer movimento que consumo na China provoca, como é o
caso de carne bovina, que rapidamente virou o maior consumidor, e também qual que é o próximo alvo, principal alvo que o Brasil tem aí como maior potencial de mercado também, considerando uma normalidade. Bem, tu tá falando com um gaúcho churrasqueiro, né? Coração de galinha é a única coisa que o Brasil importa. Por incrível que pareça, a gente importa coraçãozinho de galinha porque a demanda é maior do que tem. Então a China não vai levar o coração, porque o brasileiro paga por ele e às vezes aqui dentro, mas ela pode levar os miúdos como moela com
fígados. Isso sim, quando voltar e espero que volte logo, a China reconhecendo o Brasil por regionalização e espero que seja nos 10 km do raio onde aconteceu o foco, também o Rio Grande do Sul possa voltar a vender de maneira muito rápida. Nós temos vários países que nós estamos tentando abrir. A Nigéria é um deles, Banglad é outro. São vários os destinos que a gente gostaria de buscar, como por exemplo a Indonésia. Esse mais importante Uhum. Mais importante hoje seria você trabalhar, por exemplo, que já tá aberto, é começar a vender na Índia. Sim. Quem
não compra, mas que tem um problema de tarifa de 100% nos cortes e 30% no inteiro. Se a gente conseguisse fazer um acordo naquele país para diminuir as tarifas, o Brasil teria acesso e seria melhor do que talvez abrir 10 novos mercados. Isadora, Ricardo, você disse antes que frango não tem partido, não tem ideologia. A resposta rápida do Ministério da Agricultura na no enfrentamento da gripe aviária, ela foi elogiada até mesmo pela Frente Parlamentar da Agropecuária, a bancada do agro e por parlamentares da oposição. Não havia um uma relação, um encontro entre a Frente Parlamentar
agropecuária e o Ministério da Agricultura desde fevereiro em função de um episódio de suspensão do plano safra. O Frango vai unir agora então a Frente Parlamentar Agropecuária e o Ministério da Agricultura se ele não tem partido? Espero que sim. Espero que sim. A verdade é essa. Nós não podemos eh ideologizar uma coisa que é o produto mais acessível do brasileiro, que é o frango e o ovo. Essas são as proteínas essenciais, nutrientes essenciais para as pessoas e a gente não pode. E aí a responsabilidade, seja da oposição, seja da situação, ela é única. desde o
presidente Lula, ministro Fávo, os seus ministros, o presidente Pedro Lupion, os nossos vice-presidentes, Jardim Teresa Cristina, toda a nossa frente parlamentar também tem a responsabilidade, então amanhã que o que o ministro vai no Senado, a gente não deve esperar aquelas audiências cheias de dedo na cara, a grito, como tem sido audiência de ministro no Congresso? Não vejo isso, especialmente pelo ministro que é oriundo daquela casa, um senador eleito, legitimamente eleito, que fez a ponte do setor com o governo. Então, eu não vejo esse perígo. Eu tenho confiança tanto no ministério como nos deputados e senadores,
naturalmente. nessa linha de eh de relação governamental com o setor privado, eh o senhor acha que eh que que o que seria necessário para melhorar, por exemplo, eh exames eh laboratoriais, como Ciano falou, demora-se muitos dias para saber o resultado de um exame? Eh existe uma a possibilidade de de de criação de um novo laboratório de referência para agilizar esses processos. Eh, mesmo eh a gente sabe que às vezes contingenciamento afeta diretamente a agropecuária, né? Eh, de que forma essa relação eh do setor privado com com os políticos, com a classe dos do parlamento especialmente
poderia eh tornar essa essa esse esse esse processo melhor? Acho que um dos aprendizados, Samora, desse episódio que tá tendo agora é também mostrar pro próprio governo a importância desse setor dos parlamentares. Veja que o impacto econômico, se a gente não tivesse se preparado antecipadamente, poderia ser terrivelmente maior e foi minimizado. Agora o Brasil tá ouvindo o mundo dizer: "Brasil, confio em ti. Eu quero fora os países que suspenderam, os outros 128 nem pararam nada. Eu quero consumir mais porque você produz sustentavelmente um produto bom, inclusive que tem diferença de preço na gôndula lá fora.
Nós ganhamos prêmios por ser brasileiro comparando com os nossos concorrentes. Então o Brasil tem que olhar isso como uma estratégia de país, botar, por exemplo, portos, nós temos que melhorar os berços, fazer infraestrutura. Laboratório é essencial, não necessariamente construir um laboratório, mas que os credenciamentos possam permitir. Nós temos redes de laboratório que são de excelência. Então, a gente precisa evoluir também na parte governamental e talvez colocar algumas emendas parlamentares a olhar nesse tema que tem tanto impacto social, tanto impacto social nas pequenas produtores. A gente a gente tem uma COP no Brasil nesse ano e
já tem aí uma série de controvérsias entre o setor mineral e eh o meio ambiente. Agora essa questão da flexibilização da legislação ambiental e existe um grande estigma ainda sobre o setor agropecuário como um grande poluidor, desmatador, etc. O que que a proteína, o setor da proteína animal vai levar pra COP? Nós vamos levar os cases de sustentabilidade que nós faz fizemos. Nós temos uma campanha que tá já girando no mundo que é brasilianustainableprotein.com.br. proteína sustentável do Brasil, onde as empresas apresentam os casos específicos de cuidado de sustentabilidade que estão fazendo, mostrando para as pessoas
que, por exemplo, num comparativo entre o frango inglês e o brasileiro, feito há quase 20 anos atrás pelo Defra, não pelo Brasil, pelo departamento que na época era União Europeia e hoje tá na Inglaterra, o nosso frango era 1.2 de de tonel tonelada equivalente de carbono e o local 2.4. 4. Mesmo que eu colocasse o frete daqui até Londres, na prateleira eu chegava a 2.5 e o local a 2.8. E de lá para cá nós estamos muito mais sustentáveis. Nós vamos mostrar o que a gente tá fazendo. O que a gente faz, bio, biodigestores, energia
solar, energia eólica. Cuidado com a água. Nós precisamos hoje, pela lei, nós temos que levar sair a água que sai do do frigorífico mais limpa do que entrou. Uhum. Então isso é o que nós vamos fazer na COP, mostrar a nossa qualidade. E agora a gente tá encerrando. Esse de fato, não foi um programa para veganos. Eu prometo um programa no futuro pros veganos, mas eh a gente no na chegada ali fora falava dos motoristas de Uber, de táxi, as pessoas que a gente encontra na rua que dizem que não estão comendo carne. Queria que
você endereçasse uma última mensagem no sentido de se é realmente seguro comer carne, comer ovo, se as pessoas não precisam ter preocupação com isso. Sim, é seguro. São mais de 100 milhões de toneladas consumidas no mundo. No único lugar que não tinha influenza nunca vez em comercial era o Brasil. O resto todos tiveram e o povo continua a comer. Isso é seguro, afiançado pelas maiores autoridades globais, pelo CDC americano, pelo Japão, por vários autoridades que são reconhecidas. Eu queria terminar dizendo paraas pessoas, coma frango e ovo. É bom, saboroso, muito nutritivo, saudável, mas muito seguro.
Só sua receita de canja que não foi muito unanimidade aqui na bancada, né? Mas eu ia dizer, olha, como uma canjinha de galinha com dois ovos quebrados na canja faz bem para todo mundo, tá certo? Obrigada pela entrevista, Santia. Obrigado a você pela oportunidade e aos que me brindaram com a sua sabiência aí para me ajudar a falar coisas tão boas que é a proteína mais acessível, certo, do mundo. É isso, nosso programa fica por aqui. Agradeço também aos colegas que complementaram e conduziram a entrevista junto comigo, Cassiano Ribeiro, Isadora Duarte, Mauro Zafalon, Naara Figueiredo,
Roberto Samora e Luciano Veronesi. Obrigada a você pela sua audiência, mesmo os veganos que ficaram atentos até o final, a cada semana e nos diferentes assuntos. É isso. A resposta brasileira, o primeiro e até aqui isolado caso de gripe aviária, foi rápida, seguiu um protocolo claro de parte tanto dos produtores como das várias instâncias de diferentes governos. E eh com isso a gente tá tendo uma solução mais ou menos rápida para pra crise. Esse tipo de consertação baseada em consensos científicos, boas práticas comerciais, regulação eficaz e um bom diálogo entre setores público e privado tá
cada vez mais difícil, não só no Brasil, mas no mundo. Vamos torcer pelo sucesso dessa contenção do vírus e para que futuras crises de ordem sanitária ou não tenham uma resposta pautada por essas balizas que não parecem tão difíceis assim de obter. Roda Viva volta na próxima segunda-feira, como sempre às 10 da noite. Eu espero você. Até lá. [Música] Inovação que conecta Bradesco. Go!
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