Olá bem-vindas bem-vindos a mais uma edição do sbmfc ensina nosso canal online direto sobre medicina de família e comunidade promovido pela sbmfc eu sou Ricardo hean eu sou médico de família e comunidade Professor aqui na Universidade quadral de Santa Maria Rio Grande do Sul e atualmente diretor de exercício profissional e mercado de trabalho da sbmfc e a gente fica muito contente em fazer mais uma atividade mais uma aula aberta né que não é só voltado para residentes mas também estudantes profissionais que estão atuando na PS querem se atualizar e vem alcançando aí um público cada
vez maior com essas nossas aulas né a gente fica muito contente para aí com isso eh antes de falar do tema de hoje né apenas relembrar né que a gente tem um Congresso Brasileiro de medicina comunidade em Manaus 18 o congresso ano que vem de 5 a 88 de Julho e e a gente vai ter aí a o período de inscrições né inscrições de atividades né Eh para participar do congresso então acessa o nosso site daqui a pouquinho tá se colocando ali no no link né do chat do YouTube também o espaço para inscrição de
atividades né para o nosso 18º congresso em Manaus que vai ser muito muito bacana mesmo bom e para ISO não demorar muito né daqui a pouquinho a nossa colega Geovana tem um problema atrasa daqui a pouquinho tá chegando vai contribuir com a gente né nossa diretora residente eh com o debate mas a gente já vai então iniciar eh para passar a palavra pro nosso palestrante que hoje a gente vai ter um tema que é inédito no sbmf se ensina poucas vezes a gente abordou aqui eh no Brasil essa temática Então essa aula eu acredito né
que vai ser depois muito acessada todo mundo curioso né para querer mesmo aprofundar esse conhecimento que é o tema da prevenção quinquenária exatamente então a gente tá falando aí né a gente fala tanto dos níveis de prevenção a gente tá falando da prevenção quinquenária e aí vamos falar mais sobre isso e para falar mais sobre isso né a gente convidou né o nosso querido Artur Fernandes Artur Fernandes é meu parceiro também colega né de diretoria diretor de comunicação da nossa sociedade né Ele é médico de família comunidade paliativista ele tem um mestrado na área né
de cuidados paliativos eh e atualmente ele atua como preceptor da da Medicina de família né de eh na né da MFC na Secretaria Estadual de Saúde do Distrito Federal tá então ele vem então aprofundando muito né Essa discussão contribuindo muito também eh com a formação né De tanto dos MFC no nosso país e principalmente dentro do Distrito Federal e agora vai est contribuindo com a gente com esse debate sobre a prevenção com quinária então eu passo a palavra para Artur Fernandes por favor contigo jo obrigado Ricardo vou colocar aqui a apresentação só se puder confirmar
para mim que tá saindo aí bonitinho para vocês e a gente vai conversar um bocadinho hoje sobre essa famigerada prevenção com in quinária né já foi apresentado Então vamos paraa frente a gente conhece prevenção primordial a gente conhece prevenção primária secundária terciária quaternária então a gente começa falando desde lá os primórdios provavelmente Quem tá assistindo Vai se lembrar disso de alguma aula do iniciozinho da graduação no curso da na área da saúde e especificamente no curso de medicina em que algum professor professor em algum momento falou da prevenção Mondial no sentido de evitar a exposição
aos riscos que são conhecidos ou as vulnerabilidades que as pessoas que a gente já sabe que as pessoas podem se expor no sentido da prevenção primária a gente vai falar um pouco sobre a mitigação dos riscos aos Quais as pessoas já estão expostos na prevenção secundária a gente vai falar sobre o manejo daquela condição que provavelmente já está instalada só não se manifestou ainda clinicamente mas certamente já tá ali laboratorialmente ou através de usando de imagem podendo ser descrita ou identificada se possível de maneira precoce na prevenção terciária a gente vai falar sobre reabilitação também
vamos falar um bocado sobre Cuidado paliativo na prevenção quaternária a gente vai falar de uma pequena grande revolução que aconteceu nos últimos anos desde que ela foi eh proposta por jamul e Mark lá atrás de tentar evitar danos evitáveis tentar mitigar os danos por intervenções profissionais ou intervenções excessivas do sistema de saúde e aí vem essa história agora de prevenção quinquenária né P quanto inventaram mais uma quando a gente já tava mais ou menos acostumado lá desde a p0 até a P4 inventaram mais uma e quando enquanto a gente ainda tava aí nessa briga para
tentar compreender e aplicar a prevenção quaternária não só dentro desse nicho por assim dizer da prevenção quaternária que ainda é a medicina de família e comunidade mas expandi-la para as demais especialidades focais e para as demais categorias na área da saúde temos aí uma novidade nem tão nova assim que é a famosa P5 a P5 Então pessoal a prevenção quinquenária foi definida pelo seu formulador pelo seu propositor que é o médico de família e comunidade José Agostinho Santos ele trabalha no unidade de saúde familiar lá na cidade de Matozinhos na região norte de Portugal e
fica inclusive na beira da praia a a cidade como um todo né E aí ele definiu essa prevenção com cinária como uma abordagem focada na prevenção de danos aos profissionais de Saúde indo além da prevenção de danos somente aos pacientes o mote ou o lema da P5 é prevenir o dano no paciente atuando no médico atuando no profissional saúde então desde 2014 ela foi proposta para completar para complementar para fechar um ciclo ali daquela daqueles níveis de prevenção que se iniciaram enquanto desenvolvimento desde a p zero prevenção primordial até a P4 a prevenção quaternária com
foco no autocuidado dos profissionais o objetivo maior da P5 é assegurar um ambiente saudável para que os profissionais possam atuar em sua capacidade máxima e aí existe uma necessidade de ter um cuidado especial Nesse contexto porque quando a gente fala sobre capacidade máxima em geral a gente já tem um tremelique assim porque as pessoas gostam de inserir nessa discussão sobre performance a eficiência eficácia e efetividade o alcance de indicadores se a gente superou um trauma recente que foi o programa prevenir Brasil com todos aqueles indicadores Mas isso é papo para uma outra conversa e o
foco da P5 em relação à capacidade máxima dos Profissionais de Saúde é a capacidade máxima instalada quer dizer a capacidade máxima segura o melhor que nós podemos fazer com os bons recursos disponíveis não se trata de tentar forçar os profissionais a entregar mais do que é possível e isso é muito importante de ser dito e reforçado se trata de garantir que esses profissionais tenham recursos em sumos e condições físicas e emocionais de se entregar o seu máximo como eles desejam da forma como eles foram preparados para né então a pinco ela também é uma tentativa
de resposta a uma explosão de casos de síndrome de Burnout e essa síndrome de Burnout é descrita na literatura como um composto de exaustão emocional despersonalização e diminuição da realização pessoal na dissertação de Mestrado eu estudei uma uma relação entre a síndrome de Burnout e a síndrome de fadiga por compaixão e o que é que a gente entende a síndrome de Ronal já é uma conhecida mais antiga Nossa por assim dizê-la né foi desenvolvida enquanto conceito por maslac e alguns outros pesquisadores na lá pelo começo do século passado e a síndrome de Born descreve esse
sofrimento que eu gosto de ilustrar como de fora para dentro é a sensação ou a percepção de sofrimento por não estar com conseguindo alcançar as expectativas que nós mesmos determinamos ou que o sistema determinou por excesso de cobranças de fora e de dentro falta de insumos remuneração insuficiente má relação ou relações difíceis entre os colegas de trabalho ou com as chefias não reconhecimento não valorização insegurança Enfim então essa cina de Burnout ela gosto eu gosto de ilustrar ela como sofrimento de fora para dentro porque ajuda a entender também a síndrome de fadiga por compaixão a
cindro de fadiga por compaixão nessa minha ilustração seria um sofrimento de dentro para fora porque o seu conceito é sofrer por cuidar de pessoas em sofrimento intenso com muita frequência essa outra síndrome ela foi definida por um outro pesquisador psicólogo na Europa dos anos 40 50 quando ele tava estudando profissionais de enfermagem que cuidavam das pessoas que tiveram suas vidas afetadas pela guerra pela segunda guerra mundial e aí Aí ele começou a perceber que esses profissionais el Eles eram muito investidos Eles eram muito implicados no trabalho mas eles não conseguiam a partir de um certo
momento depois de tanta exposição ao sofrimento alheio não se afetar não se contaminar com esse sofrimento Então por que que eu acho que é útil descrever Burnout fadiga por compaixão como sofrimento de fora para dentro e um outro de dentro para fora porque partindo pressupost que a gente possa imaginar uma realidade ideal em que somos bem remunerados temos uma quantidade de pessoas adequada na equipe temos uma equipe que funciona perfeitamente 100% composto num sistema que tem uma rede Ampla e completa que interage bem entre si que a burocracia não atrapalha que sistemas de informação são
úteis enfim se a gente imaginar esse cenário perfeito é o cenário que eliminaria a síndrome de Burnout porque nada do lado de fora poderia afetar o nosso trabalho mas ainda nesse cenário perfeito seria possível que o nosso trabalho enquanto médicas e médicos de família e comunidade incluísse cuidar de pessoas que sofrem e sofrem muito com uma frequência muito grande logo as condições externas podem ser até 100% resolvidas o que eliminaria síndrome de Burnout mas as condições internas a forma como nós reagimos ao cuidado do outro que sofre essas não Então realmente existem duas cois diferentes
um sofrimento de fora para dentro e um sofrimento de dentro para fora então a ideia de Zé Agostinho propondo a prevenção comena dar uma resposta também para C de Burnout Nesse contexto né tentar chamar atenção jogar luz nesses fatores externos que influenciam o trabalho profissional então Ele nos sugere que o cuidado com cada um de nós profissionais é um pré-requisito paraa qualidade no atendimento aos pacientes ele dividiu a previação com quar em quatro eixos primeiro um nível profissional voltado para nosso autocuidado e paraa nossa autopercepção capacidades intrínsecas de cada um de nós no segundo eixo
nível do paciente um cuidado colaborativo baseado no respeito na comunicação aberta no eixo três o nível do ambiente de trabalho com condições adequadas pra gente conseguir minimizar o stresse e facilitar o trabalho em equipe e no eixo quatro nível de administração e de governo políticas justas políticas públicas em saúde justas e que respeitem a carga de trabalho dos profissionais perdão falei políticas públicas em saúde justas Mas de fato é políticas de saúde justas de envolver tanto o nível público quanto o nível suplementar no sistema privado também no nível profissional a gente vai se deter um
pouquinho em relação ao Nosso a nossa capacidade de exercitar autoconhecimento e autocuidado e a nos lembra que eles são centrais para que a gente consiga reconhecer as nossas próprias necessidades limites e vulnerabilidades isso aparece na literatura da Medicina de família e comunidade em vários momentos então eu posso a gente pode lembrar disso dentro do mccp a gente pode lembrar disso dentro da consulta em sete passos desde antes da preparação paraa consulta que vai começar até a autorreflexão depois da consulta que já aconteceu a gente pode lembrar disso dentro da consulta interior a gente pode lembrar
disso dentro do entrevista clínica então esse deveria ser aquele eixo que todos nós deveríamos tirar de letra mas por muitos motivos pela rotina pela sobrecarga pela grande quantidade de informações que a gente tem que manejar o tempo todo Possivelmente isso nos leva a negligenciar a nós mesmos né e lembrar que o autocuidado engloba dimensão física com exercício com boa alimentação uma dimensão mental com exão pessoal e Terapia se for necessário e dimensão social com tempo para lazer com relações saudáveis Enfim então esses hábitos entre outros afetam diretamente a nossa saúde mental e a nossa disposição
para investir para nos implicar no trabalho coloquei aí uma observação sobre fadiga por empatia porque eu falei para vocês agora H pouco sobre fadiga por compaixão e a compaixão ela é descrita na literatura das Ciências Sociais como a psicologia como a capacidade humana de reconhecer o sofrimento do outro e desejar aliviá-lo mais recentemente nos últimos 10 anos vem se construindo um conceito que não é alternativo é substitutivo que é o conceito de fadiga por empatia por quê entende-se com estudos mais antigos de 20 30 anos na área de educação médica que existe uma competência de
cada um de nós enquanto estudantes do começo do ano que aparentemente mente tá mais robusta tá mais energizada no início do curso de graduação e medicina e essa competência vai se perdendo ao longo do curso todo mundo já deve ter ouvido falar de alguma pesquisa sobre a educação médica que falou que no começo a nossa empatia é maior e ao final a nossa empatia é menor Então essa empatia tem sido entendida nesses últimos 20 anos mais ou menos com mais estudos dessa área sendo realizados com boas evidências inclusive no Brasil como uma competência quer dizer
é alguma coisa que a gente pode treinar tem conhecimento tem habilidade tem atitude para compor uma competência e pode ser treinada logo é a empatia que é regulada é empatia que funciona como uma bateria que a gente consegue recarregar se a gente ensinar e aprender e que pode ser descarregada Pelas nossas práticas violentas Pelas nossas práticas pouco compassivas então nos últimos 10 anos Para retomar a fadiga por compaixão o conceito de fadiga por compaixão vem sendo transposto paraa fadiga por empatia Então essa coisa que acaba entre aspas essa coisa que Fadiga é a empatia e
a compaixão fica lá reservada como essa nossa capacidade humana de reconhecer o sofrimento do outro e desejar aliviá-lo essa compaixão ela não se esgota ela não fadiga por assim dizer né desde que a gente seja capaz de reconhecer os nossos limites obviamente no nível do paciente prevenção quinquenária chama atenção para aquela questão de comunicação aberta né E isso nos lembra da bioética deliberativa a gente precisa sair superar enterrar aquela bioética paternalista lá de trás e também a bioética do cardápio de opções né que é a bioética de autonomia solitária Então nem de um lado a
bioética paternalista em que o médico é super poderoso e toma decisões pelo paciente nem de outro lado a bioética de autonomia solitária em que o médico se isenta de tomar decisões e oferece um cardápio de opções pro paciente como se dissesse assim toma aqui essas opções e você escolhe se vira com resultado a gente pode escolher um modelo alternativo que é uma bioética deliberativa ou modelo contratualista em que as duas partes com poderes iguais ou próximos disso negociam desejos valores e necessidades E aí o paciente consegue participar de formativa do processo óo e o profissional
também então do nível do ponto de vista do paciente ele Zé Agostinho nos chama atenção na prevenção com ená para reforçar esse tipo de prática por para o profissional para o profissional se proteger de situações adoecedores na prática Clínica nem a bioética paternalista de ter o peso de tomar todas as decisões pelo paciente nem a bioética de autonomia solitária que é jogar tudo nas costas do paciente ajuda nenhuma dessas essas duas situações extremas nos ajudam que pode nos apoiar enquanto clínicos e clínicas é compartilhar informação e também dessa forma poder na decisão uma outra questão
muito cara para mim inclusive como diretor de comunicação da smfc e como preceptor do módulo de comunicação Clínica aqui na na residência é o axioma número um da comunicação clínica que nos diz isso né é impossível não se comunicar e a gente precisa estar sendo lembrado disso o tempo inteiro toda vez que a gente inclusive sei lá prende a bexiga segura o xixi para não ir ao banheiro porque a gente tá apressado no na rotina no consultório a gente tá mandando uma mensagem para nós mesmos também dizendo que algumas das nossas necessidades físicas são menos
importantes por alguma outra coisa que a gente tá julgando mais importante naquele momento no nível do ambiente de trabalho eu trouxe para vocês essa pirâmide que foi um produto da minha dissertação de Mestrado em que esses autores Eles fizeram a versão em inglês né e eu traduzi para dissertação de uma pirâmide de de necessidades profissionais básicas a gente conhece clásicamente aquela pirâmide de necessidades humanas básicas de Maslow que diz o que é que o ser humano precisa para conseguir se desenvolver em plenitude e essa seria a versão profissional então o que que um profissional precisa
um profissional de saúde precisa para conseguir se desenvolver em Plenitude E aí vejam que é interessante ela é dividida em cinco níveis e o nível básico começa com uma justamente uma base mais alargada que nos lembra que a gente precisa tomar água que não dá para cuidar das pessoas bem estando desidratado que não dá para cuidar das pessoas bem com privação de sono que não dá para cuidar bem das pessoas sem tempo para comer sem tempo para ir ao banheiro sem tempo para respeitar as suas próprias necessidades físicas depois disso a pirâmide nos mostra a
necessidade de segurança né de se sentir fisicamente seguro saber que os pacientes estão Seguros que o emprego tem um vínculo trabalhista seguro e que o futuro é confiável que a gente pode traçar planos que a gente pode desenvolver coisas de mais longo prazo no nível intermediário que é o de respeito fala sobre a relação entre os colegas de trabalho de ter também uma relação familiar respeitada quer dizer o trabalho não invade o horário da família não ser atrapalhado pela tecnologia da informação ou pela burocracia quer dizer ter o trabalho em si respeitado pelo sistema de
informação tem um sistema de informação que não nos faz gastar mais tempo do que o necessário no quarto nível de valorização se sentir conectado com o trabalho ser recompensado por isso e ser visto ser valorizado e no último nível que é o de curar paciente e contribuir ter tempo autonomia para pensar e poder cuidar das pessoas né não cuidar de maneira automatizada reproduzindo protocolo eu gosto muito dessa pirâmide Porque além dela ter dado Bom trabalho para fazer ela ilustra muito bem essa Nossa essa nossa perversão de expectativas Em algumas situações a gente chega à Faculdade
à residência ao nosso primeiro empr enfim querendo chegar direto lá no último nível a gente quer curar os pacientes a gente quer contribuir com a saúde das pessoas a gente quer ser o melhor e a melhor médica e médico de família e comunidade que a gente pode ser mas a gente nem toma água mas a gente não consegue se sentir seguro mas a gente não vê nos nossos colegas de trabalho esse apoio Então vai ser muito mais difícil chegar nesse nível superior da pirâmide se os demais não estiverem completados vai ser até possível mas talvez
seja como um castelo de cartas muito frágil Então faz sentido a gente se perguntar né Será que o lugar de cuidados Será que o nosso ambiente de trabalho é um lugar de cuidado também para as pessoas cuidadoras né Será que o nosso ambiente de trabalho Também é reconhecido como um ambiente de cuidados para nós mesmos e aí no nível de administração e governo a gente tem essa expressão famosa aí enquanto até é unit termo ou palavra-chave né se a gente procurar na nas bases na literatura científica os Health policy makers as pessoas que tomam decisão
né dentro do sistema de saúde Será que a gente pode brincar aqui né eu contam ou vocês contam que as coisas não estão indo exatamente como deveriam ser no nível de administração e governo a gente tem decisões às vezes centrais regionais ou locais que impactam diretamente o nosso trabalho e das quais muitas vezes a gente não participa de maneira ativa e também pode nem ter meios formas de Resistir Então se submeter a um contr um contrato mais frágil a um regime de trabalho que não contempla horas de descanso com condições de trabalho que são inadequadas
todas essas coisas mesmo que inconscientemente para nós mesmo que a gente aceite que a gente assine embaixo inevitavelmente vão cobrar o preço delas depois seja na nossa saúde física seja na nossa saúde mental que S através por exemplo da síndrome de Burnout então lembrar dessas questões do lado de fora sem esquecer das questões internas porque as relações abusivas ou tóxicas dentro do ambiente de trabalho muitas vezes estão ou podem estar naquele espelhinho laranja que fica geralmente no banheiro de toda a repartição pública tá na gente é aquela figura que a gente vê no espelho do
banheiro seja em casa de manhã antes de ir para trabalho seja no espelhinho laranja da repartição pública que também pode praticar uma relação tóxica com a gente porque a gente tem um alto nível de exigência a gente pratica uma autocrítica super indutora de insegurança a gente por vezes alimenta de maneira mais ou menos consciente uma competitividade excessiva a gente tem dificuldade de até reconhecer os momentos que são livres de trabalho para poder desopilar descansar relaxar Enfim então esses conceitos eles são estruturados na referência nas Ciências Sociais e humanas como na psicologia que eu já falei
num grande termo que chama capital psicológico então todas essas estratégias de enfrentamento para prevenir S de Burnout e de fadiga por empatia são estratégias para reforçar o capital psicológico e esse Capital psicológico pode ser eh também encontrado na literatura como Resistência psicológica e um nome mais da moda pra resistência psicológica é resiliência quer dizer a gente pode prevenir o Burnout e a fadiga por empatia estimular o nosso autodesenvolvimento dentro do ambiente de trabalho alimentando a nossa resistência psicológica ou a nossa resiliência como vocês preferirem chamar E aí o produto da dissertação foi esse Facebook com
estratégias para reforçar o capital psicológico individual e organizacional todos aqueles níveis da pirâmide destrinchados em termos de ponto chave de cada nível e o que é que a pessoa e a instituição pode fazer para isso essa resistência psicológica ela é descrita como uma Tríade composta por compromisso desafio e controle compromisso no sentido de engajar na própria vida se responsabilizar pelas próprias decisões desafio no sentido de inspiração para o desconhecido paraas próximas tarefas a cumprir seja no ambiente de trabalho seja na vida e controle no sentido de reconhecer Qual é o tamanho do nosso poder sobre
os eventos Eu gosto muito de uma expressão que eu ouv uma vez num num curso sobre cuidado paliativo e psicólogo falava assim o mundo faz algo de nós e a gente faz algo com que o mundo faz de nós quer dizer nós não podemos controlar Exatamente tudo que o mundo todas as adversidades que o mundo vai nos apresentar mas a gente pode controlar como reagimos a elas e como lidamos que escolhas fazemos para lidar com elas então controle fala sobre isso essas três grandes dimensões Reunidas e obviamente cada pessoa vai ter um pouquinho mais de
um ou pouquinho menos de outra constituem essa resistência psicológica ou empoderamento psíquico ou resiliência como vocês preferirem chamar o ebook ele tá disponível eh gratuitamente na plataforma do IMIP que foi a instituição onde fiz o mestrado fez a publicação quem quiser conhecer Pode procurar aí pelo título na no Google ou pode acessar aí o q code E aí as nossas principais referências para discutir e dialogar com a prevenção com inário já são elas de Zé Agostinho dos Santos que eu já falei né ele tem dois artigos mais famosos sobre isso o primeiro que foi publicado
lá na revista Portuguesa de medicina geral e familiar que seria nosso equivalente da revista brasileira de MFC chama prevenção quinquenária prevenir o dano para o paciente atuando no médico e depois Ele publicou aqui na rbmfc o resgate das relações abusivas em que nos encontramos num questão de prevenção quinária e também coloquei aí esse e-book que eu mostrei para vocês o custo do Cuidado estratégias para reforçar o capital psicológico individual e organizacional então obrigado pelos olhos pelos ouvidos Espero que tenha feito sentido para vocês a essa nossa conversa essa nossa apresentação fico muito disponível pra gente
continuar conversando seja para discutir um caso seja para contar um causo e vocês podem me acessar lá pelo Instagram no @ vindo gente e através da sbmfc invariavelmente também deixa um último convite pra gente se encontrar também nessas páginas desses livros foram publicados esse Já tem 3 anos com mais histórias sobre cuidado paliativo e esse outro foi lançamento desse ano com histórias da Medicina de família e comunidade e do Cuidado paliativo com tom de medicina narrativa então Obrigado de novo Ricardo pelo convite e acho que a gente tem uns minutinhos aí pra gente conversar pronto
Artur eu também Mais uma vez agradeço né em nome né da coordenação do desse projeto da spmf ensina da diretoria né a sua grande contribuição eh você fez uma abordagem muito importante né Eh do tema O tema que para muitas pessoas como a gente você iniciou né n é um tema novo né muitas vezes Como assim que que prevenção é essa que a aula que eu perdi Na graduação né que não falaram disso né exatamente muitas vezes é algo que a gente aos poucos né vem eh vem refletindo as questões como você abordou né que
são eh são múltiplos níveis né de de múltiplos fatores né que envolvem né a atuação né na no âmbito da em São quequen Ária e é interessante que ao longo você foi falando né e trazendo a a a discussão né E aí a gente e alguns aqui eh pessoas estão estão assistindo ao vivo né alguns colegas foram comentando né Eh Por exemplo quando você trouxe a questão das condições né de trabalho também como algo relevante bem material né condições de trabalho Isso importa pra gente isso é um fator de prevenção né também para da PR
do âmbito da prevenção quinquenária né E aí essas condições ideais de trabalho existem em algum lugar né um colega perguntou né Eh a outra pessoa também trouxe né Tem uma sensação de que o mercado de trabalho médico está cada vez mais divergindo desse ideal né então o nosso mercado de trabalho também cada vez mais desafiador né e eu acho que acaba tendo um eh sendo um desafio né n pra gente levar adiante essas questões como você trouxe né eh e aí eu queria complementar né não não teve nenhuma pergunta bem eh específica formulada para ti
por enquanto né mas eu queria que você fizesse uma correlação né Porque para mim é algo óbvio né que a gente sempre fala Burnout a gente fala de algumas estratégias que até então são pouco trabalhadas né Eh e uma das estratégias importantes né que ainda é pouco desenvolvida é a estratégia dos grupos balent né Aí eu queria aproveitar também imag que você relatasse um pouco da sua vivência né relacionada a grupos balent se tiver né E como é que você imagina também que para mim também já adiantando um pouco a minha visão né vai muito
possibilita muito né esses mecanismos inclusive de reflexão autoconhecimento né e redução inclusive né pelos estudos colocados né de Burnout também né que vai ao encontro da prevenção quinquenária mas eu queria que você comentasse um pouco disso e talvez além acho que pensando nos comentários né dos colegas que foram colocados até aqui né falasse um pouco até que ponto essas condições materiais bem objetivas né de sobrecargas diversas né de ições de trabalho como isso até que ponto né você fala da questão da resiliência né como um aspecto importante né mas o que também pode ser desenvolvido
né para pensando em para além né desses aspectos eh e avançando né em questões objetivas e materiais também para no âmbito da prevenção coquen Ária né acho comentar esses dois aspectos muito bom eu tive experiência com o grupo balent Na primeira vez quando eu tava na residência e participei do congresso Bras de MFC de 2017 lá em Curitiba e era uma atividade da aberta assim da programação se precisava se inscrever antes e eu fi nosso grupo B ent já tinha lido alguma coisa sobre mas nunca tinha tido esse contato mais próximo e foi para mim
muito legal curiosamente as os movimentos da vida levaram aquela pessoa que que foi líder do grupo balent lá que naquela época estava no rio como preceptor MFC Jorge a trabalhar comigo hoje aqui em Brasília como preceptor junto no módulo de comunicação depois de depois de uns anos já aqui em Brasília eu fiz grupo balent online com uma outra colega MFC também Jéssica que é líder e facilitador e para mim eles são extremamente potentes para nos ajudar a processar toda essa quantidade de informações de Emoções também então eu acho que a gente precisa para usar uma
expressão nordestina abrir a caixa dos peitos para assumir que sim nós temos uma gama de competências muito alta para desempenhar e para construir nós temos expectativas muito elevadas criadas sobre nós seja do sistema de saúde seja das pessoas seja nossas e essa quantidade de emoções que é gerada não é passível de ser processada de maneira simples de maneira fácil por toda e qualquer pessoa então não acho que a gente precisa chegar a um extremo de dizer assim eh psicoterapia ou e ou grupos balit ou os dois são mandatórios para toda médica e para todo médico
de família mas acho que eles são muito interessantes em basicamente todas as situações de todos nós porque independente da do do lugar de onde vem a adversidade ela vai ser lida ela vai ser processada no nosso juízo como adversidade então não importa se você tá em São Gabriel da Cachoeira no Amazonas e tem uma equipe muito legal muito massa com OBS joia cuja rede Municipal de Saúde não tem hemograma ou se você tá em Recife cuja rede pode ter 100 ofertas e a sua sala tá caindo aos pedaços é mofada é quente não tem janela
ou se você tá em Brasília cuja rede pode ser diferente cuja sala pode ser maravilhosa mas a equipe não consegue se reconhecer enquanto equipe de saúde da família e não funciona a contento Não não é produtivo a gente comparar o lugar de onde vem a adversidade porque o nosso cérebro e a gente vai perceber como Adversidade de qualquer jeito Alguns vão ter mais elementos de resiliência para lidar com adversidades relacionadas a pessoas outros vão ter mais elementos de resiliência para lidar com as adversidades relacionadas à estrutura física A grande questão é que a a gente
precisa ser capaz de reconhecer os nossos limites e reconhecer os nossos limites dói porque a gente não quer ter limites porque nos ensinaram na faculdade que se a gente botar um jaleco pegar um carimbo e um estetoscópio a gente faz medicina em qualquer lugar e aí hoje a gente tá aqui 5 10 15 20 30 anos depois né Tem gente de toda idade assistindo o sbmfc ensina vendo que tem mais de 500.000 médicos no Brasil vendo que a gente tem condições de trabalho super diferentes vínculos contratos equipe estruturas muito distintas Então não é fácil lidar
com tudo isso nem de informação nem de emoção Então acho que faz muito sentido a gente procurar um lugar de de Esteio de de apoio mesmo seja um grupo balent com alguma frequência seja a psicoterapia sem esquecer das outras questões né as questões físicas as relações sociais a alimentação exercício físico enfim e aí você pediu para comentar sobre essa essas diversas relações em que a gente se encontra né pelo Brasil todo eu acho que é isso a a grande dificuldade que a gente tem enquanto médico e médico de família e comunidade também fala sobre a
necessidade da gente olhar pro nosso zbig porque em geral a gente foi formado num programa de residência que nos ensinou a ser a desempenhar muito bem assim ou tender a desempenhar muito bem Um dos papéis da Medicina de família e comunidade que é ser advogado paciente então eu quero ser um bom clínico ou uma boa Clínica inclusive porque eu quero defender as pessoas a saúde das pessoas eh militar nesse sentido positivamente falando e aí a gente encontra uma barreira que é passamos das eleições municipais e quando era duas semanas atrás estava lá o secretário de
saúde na porta do posto de saúde pedindo para você atender fulano e fulana porque era isso que ia dar volta para não sei para quem e como é que a residência nos prepara para isso como é que a gente se encontra em espaços que nos preparam para isso eu não acho que nem a sbmfc nem o sbmfc ensina nem nenhum programa de residência nesse país vai conseguir Nos preparar pra diversidade que é ser médico do Brasil a gente que vai precisar continuar com a caixa dos peitos aberta porque eu acho muito difícil encontrar no cardápio
da Medicina de família e comunidade ter ela fechada eu acho que faz muito mais sentido pra prática da essa nossa especialidade conseguir se manter interagindo com o mundo recebendo as dificuldades e elaborando elas de alguma forma do que dizer assim não eu vou ser só mais um médico clínico com emoções completamente rígidas e controladas porque eu até sei fazer boa comunicação Clínica e tenho competências clínicas de procedimento e de gestão mas eu não vou me afetar com as histórias dos pacientes eu não vou me deixar influenciar pela equipe eu não vou sofrer com nenhum tipo
de infraestrutura porque porque esse lugar idealizado não existe nem o lugar idealizado em que tudo do lado de fora é perfeito nem muito menos o lugar idealizada em que a gente consegue fazer isso porque em algum momento vai acontecer uma contratransferência vai acontecer uma situação dramática e o negócio vai explodir como Burnout como fadiga por empatia como ansiedade como depressão como consumo de substâncias não é à toa por exemplo que nas pesquisas do medscape que fazem anualmente com mais de 40.000 médicos nos Estados Unidos a medicina de família e comunidade sempre tá por lá Entre
As cinco primeiras as 10 primeiras que tem mais índices de Burnout e vem junto de algumas outras que a gente fica assim porque tem medicina intensiva lá mas também tem dermato às vezes e aí vem oftalmo e vem uma outra especialidade que a gente mas por que isso então essa diversidade das formas de onde vem as coisas que nos afetam são muitas justificativas por tantas especialidades diferentes de Burnout É verdade que talvez especialidad como dermato tenha menos do que MFC Mas isso não é uma verdade absoluta né só que a gente precisa assumir isso muito
bacana acho que você eh sua fala agora acho que gerou ali um mobilização né própria comentar agora da Priscila mesmo dizendo assim que foi importante como ela se identificou né com essa essa fala quando você diz né de que tendemos tentamos ser advogados o tempo todo dos pacientes né e e isso sempre vai ter um furo aí né então lidar né saber disso reconhecer né que vão ter esses furos enquanto você foi falando lembrei também né que a gente fala da realidade brasileira mas acompanhando o que tá acontecendo por exemplo na Europa os desmonte dos
próprios sistemas universais de saúde né o próprio Reino Unido né a gente vê também cada vez mais profissionais reclamando de Burnout o aumento do Burnout no Reino Unido né dos médicos também estão lutando e protestando né e a gente pensa Poxa mas naquele cenário ideal Como assim né Imagine se eu tivesse naquele então fica sempre essa expectativa né Não quando eu tiver um cenário desse com tanto limite de pacientes o acesso a todos os exames néha todo equipamentos né então votar bem só que não é assim né A vida não é assim então isso acho
que é é é legal você trazer isso também no âmbito da nossa formação da residência Na graduação e eu só queria agora voltar rapidamente eh ainda lembrei de uma que você falou da da questão da redução né do eh da empatia né E sempre a gente associa isso na verdade com mecanismo de defesa né Eu acho que a a a ideia se tem né uma ideia uma um lero engano né de que ao você não se envolver com as histórias dos pacientes né ao não se envolver você vai sofrer menos né e Então essa é
uma questão e muitos professores né de diversas especialidades médicas na nossa faculdade acaba ensinando isso né que a ideia do lavar as mãos né como Gustavo tenol eh trouxe no livro aquele clínica ampliada na atenção básica ele traz esse relato né do causa né os médicos e l vou lavar as mãos né Isso não me pertence porque eu não sou psicólogo né para ficar escutando as dores dos meus pacientes né então só que é um l do engano porque na prática eh chega de alguma forma o sofrimento né então o médico se ele não faz
isso de forma consciente né abordagem né do sofrimento Trazendo com empatia inclusive né com processos empáticos né da abordagem do paciente eh o sofrimento também vem e o e o e vem também aí a a a a síndrome Burnout né então Eh queria que você também comentasse um pouco disso assim sobre que estratégias né de aumento de empatia né nesse caso né a gente consegue produzir tanto no nível da graduação residência como é que a gente deve ficar atento para não perder empatia acho que você aprofundou um pouco desse estudo né inclusive no seu mestrado
né então é interessante falar disso e teve uma pergunta né Eh que aqui é interessante né [Música] o milk Castro né ele quer também saber exa como não no sentido de escutar você né Queria escutar você para saber mais como não se não desiludir da MFC Como não se desiludir da MFC né então acho que a gente tá indo aí numa reta final da nosso bate-papo de hoje né Mas se você puder abordar essa questão acho que essa é uma questão um comentário importante né colocado né como é que a gente faz para não se
desiludir né da prática da MFC e ao mesmo tempo como a gente não perder esses graus né abordar né e a empatia na nossa prática né Se desde da graduação a gente é incentivado mais ou menos a como mecanis de defesa Néo até me ajeitei aqui na cadeira porque essa é aquela pergunta dos Milhões de Dólares né como é que a gente não desilude da Medicina de p comunidade eu acho muito potente essa pergunta porque assim quando a gente Para para pensar sobre fontes de sentido e aí é um outro tema que eu gosto bastante
de estudar que é essa questão de transcendência e espiritualidade quando a gente pensa sobre fontes de sentido normalmente vem duas perguntas à mente que são uma por qu e outra para quê quando a gente se pergunta por o porquê das coisas a gente normalmente tá querendo falar sobre o momento presente Por que será que isso está acontecendo né Vamos usar o exemplo de uma pessoa que tem uma doença Grave por que que essa doença aconteceu agora na minha vida por que que Deus permitiu que isso acontecesse no caso religioso Enfim então por normalmente nos Ancora
no presente o para quê joga essa expectativa lá pro futuro para que será que isso vai me servir o que será que eu posso aprender para que será que essa coisa pode me ser útil Em algum momento se é que ela pode me ser útil de verdade então normalmente as nossas fontes de sentido nos ancoram no presente e nos tentam nos ligar ao futuro de alguma forma a gente tá esperando alguma coisa né Eh Fernando bir que era um cineasta latinoamericano ele costuma dizer assim que a a a Utopia essa nossa fonte de sentido ela
fica no horizonte a gente se aproxima dela um passo ela se distancia um passo a gente corre até ela sem Passos ela se distancia de nós sem Passos também então ela não é uma coisa que a gente passa no crédito ou no débito espiritualidade ou fonte de sentido pra vida não é uma coisa que a gente guarda no bolso muito menos bolso de preceptor para entregar pro residente assim apesar do que eu gostaria muito né de de possibilitar que os meus residentes não sofressem mas essa Cia ela nos ajuda Justamente a manter a chama de
querer ficar caminhando de continuar essa jornada Então eu acho que para tentar responder a pergunta como não se desiludir da MFC a gente precisa voltar com alguma frequência pro sentido que nos fez nos ancorar a medicina de família e comunidade no presente ainda que o presente esteja no passado quer dizer no presente do meu sentido com a medicina de família e comunidade eu lembro muito da imagem dos grupos que a gente fazia enquanto residente do programa de residência de medicina de família e comunidade da Secretaria Municipal de Saúde da cidade do Recife nós éramos 12
era uma foto que nem ficava tão grande assim juntando todo mundo residentes e preceptores e era um grupo muito unido muito entrosado gente fazia muitas atividades legais tanto as teóricas dentro do programa quanto fora então esse sentido para mim é muito potente e eu eventualmente volto para ele para aquelas pessoas para aquelas memórias para mim realimentar do porque escolhi querer essa especialidade uma outra coisa que me ajuda também é olhar para para essa outra perna né enquanto paliativista eu escolhi a medicina de família e comunidade também para chegar até o cuidado paliativo porque eu sabia
que eu queria cuidar de pessoas com doenças graves e ameaçadoras com indicação de cuidado paliativo mas eu não queria cuidar dessas pessoas só com câncer ou só com demência ou só com ência cardíaca ou só com cirrose Eu queria cuidar de pessoas em múltiplos cenários inclusive as 100 doenças graves e ameaçadoras então a medicina de família e comunidade para mim também me ajuda a ter essa potência de olhar para esse lugar que eu gosto muito que é o cuidado de alguém com uma doença grave e também ter esses outros momentos de certo respiro entre aspas
de cuidar do pré-natal de baixo risco de cuidar da consulta de hipercultura de cuidar da pessoa que tá com hipertensão controlada e aí acho que para falar um pouco sobre e você pediu da empatia eu acho que a gente pode conferir na literatura algumas evidências recentes de estudos nacionais inclusive que fala sobre eh estratégias né então inclusão de discussões sobre empatia dentro do curso formal dentro do currículo regular de maneira eh programada então não pode ser a liga da empatia que é a atividade de extensão que alguns vão fazer e outros não prec também não
pode ser uma disciplina de empatia em que a gente vai chegar para ficar assistindo Pet Adams e aprendendo a ser empático através de cinema precisa ser um espaço né que a gente pode dar o nome que a gente quiser psicologia médica desenvolvimento pessoal o que for em que a empatia seja tratada como competência e ela pode enquanto competência ser treinada a gente vai precisar ter estudo de empatia conhecimento é a primeira coisa pra gente construir competência a gente vai precisar simular o treinamento de habilidades empáticas porque habilidade faz parte da competência então o saber e
o saber fazer e a gente vai precisar ter atitude a gente vai precisar ser exposto ao cenário real e ter as nossas habilidades de comunicação e de empatia treinadas que é o fazer lá da atitude assim a gente consegue completar essa experiência de desenvolver a competência chamada empatia isso a gente vai ver em múltiplos cenários então a gente precisa que um curso de graduação em medicina e a residência nos exponham a isso na aula de semiologia sim mas na aula de Pediatria também na UTI também no internato de saúde da família e na residência de
MFC a gente precisa disso no estágio optativo de cuidado paliativo na UBS dentro do grupo na UBS dentro da reunião de equipe na UBS no momento do colegiado dentro do programa de residência na relação com os demais residentes E preceptores então é uma competência multifocal ela tem perninhas em todos os lugares que a gente passa se vocês se interessarem quem tá assistindo depois vocês podem me pedir lá no Instagram e eu mando essa referência que é um estudo muito legal ele já é até antiguinho 2009 e ele fala sobre os papéis que as pessoas desempenham
nos grupos e isso vale para basicamente todo grupo que a gente tiver vocês podem reconhecer esse grupo a reunião de equipe e aí façam esse exercício mental agora eu vou citar esses papéis vocês vão lembrar disso pensando na reunião de equipe e o grupo da residência de vocês os outros residentes e os preceptores esses autores zimerman eles estruturaram os papéis das pessoas em grupo em cinco normalmente sempre tem o líder da mudança que é aquela pessoa que tá pensando em ideias novas e tá querendo Inovar nosos processos e tem o líder da Resistência que é
aquele que em geral vai dizer ah não mas a gente tentou a gente já não conseguiu a gente se desapontou não sei o quê tem um porta-voz que é aquele que não costuma ter muita opinião mas ele tá sempre transmitindo a opinião de alguém tem um bode expiatório que é o que todo mundo vai consensuar de dizer assim não mas foi culpa dele se ele tivesse feito ou se ela tivesse participado tinha dado certo o negócio e tem o participante silencioso que é aquele que tá ali meio mosca morta como a gente usa no popular
não participa não intervém às vezes fou ativado até faz alguma coisa mas em geral não dá para contar tanto esses papéis eles são reais a gente vocês provavelmente estão se lembrando da equipe de vocês da última reunião em que vocês identificam Essas pessoas só que eles não precisam ser estampes Eles não precisam ser fixos então a gente não dá conta de ser líder da mudança o tempo todo a gente também não vai dar conta de ser líder da Resistência o tempo todo Às vezes a gente vai precisar ser porta-voz às vezes talvez a gente até
top ser Bod expiatório porque a gente experimentou alguma coisa que não deu certo e talvez a gente possa ser responsabilizado por isso e a gente vai topar a gente vai dar conta talvez a gente seja participante silencioso Em alguns momentos porque a gente tá precisando de se cuidar a gente tá precisando se preservar um pouco Enfim então esses papéis eles são úteis pra gente enxergar as pessoas como dinâmicas como pessoas iguais a gente não são só pessoas que ah o emprestável Ah o que não participa Ah o que atrapalha Ah o que não ajuda São
pessoas que também estão passando por seus processos e uma das Ferramentas que a gente pode ter para enfrentar dentro daquele nível profissional o Burnout É reconhecer as nossas limitações nesse sentido e as limitações de quem trabalha com a gente talvez eh reconhecer um pouco melhor esses papéis nos ajude a entender o ponto de vista do outro e a gente consegue ter um pouco mais de empatia a gente consegue ter um pouco mais de compaixão com ele e com a gente então quem quiser depois pode me pedir lá no no Instagram acabei não colocando essa referência
direta na apresentação mas eu mando para vocês gente Artur a gente ficaria aqui um tempão nesse bate-papo tão gostoso ass a escutar porque a gente olha muito muito muito legal assim eh eh você vai conectando uma ideia na outra trazendo exemplos e trazendo puxando uma referência da cartola e já traz muito bom mesmo poxa muito eh muito proveitoso esse momento né a gente aprendendo bastante contigo né e mas uma pena que o tempo também já tá terminando né a gente precisa finalizar aí a gente sempre tem essa perspectiva né Artur e de tentar ficar dentro
de uma hora né finalizar para poder assim como o sbmf ensina Tem se tornado né uma referência também utilizada em vários cursos né cursos de especialização Na graduação na residência então eh a maior parte na verdade das pessoas que assistem assistem depois né então e para caber né dentro desses processos for normativos a gente tenta manter nesse formato então por isso aí peço eh compreensão né pra gente tentar manter nesse nesse tempo e e agradecer agradecer pela sua generosidade de compartilhar tanto conhecimento sua experiência né essa sistematização que você fez e de uma forma fluindo
né a conversa né Acho que chegando facilmente né Eh e todo mundo aí que tá escutando né né e compreendendo bem conceitos que não são conceitos fáceis tá eu acho que são conceitos complexos que você realmente traduziu de uma forma muito muito tranquila assim para chegar para todo mundo então te agradecer mais uma vez né E aí passar a palavra paraas suas considerações finais Obrigadão Ricardo pelo convite eh muito legal tá no sbmf assim nesse lugar eh ainda que digitalmente tão conectado com com um monte de gente graduando residente especializando enfim e eu só queria
deixar além do agradecimento uma mensagem final pra gente lembrar desse autocuidado que é uma história que eu conheci uma vez lá da Suécia eu não vou saber a pronúncia disso eh ouvi várias vezes no Google Tradutor também não consegui reproduzir até hoje mas escreve mais ou menos assim Lil lordag depois vocês pesquisam aí no Google Lil oreg é uma expressão que os suecos usam ou os escandinavos no geral para chamar de o pequeno sábado no meio da semana e eles têm essa cultura de inclusive ter os Happy Hours e as festinhas que normalmente acontecem na
sexta no sábado na quarta-feira também o meu desejo aí para vocês aqui Aproveitem a partir de agora para fazer o l lordag nessa semana né Abra seu seu chá seu chocolate sua cerveja sua taça de vinho que vocês quiserem e aproveita com as pessoas que fazem sentido para vocês reflitam depois sobre isso também incluam essas pequenas comemorações aí nas nossas rotinas bacana muita uma ótima dica aí vamos aprender essa experiência né que veio né Eh muito legal parabéns mais uma vez agradeço a todo mundo que tá nos assistindo ao vivo quem nos assiste depois né
E vamos seguir aí para na próxima semana mais uma edição do sbm Oficina fem bem então um grande abraço para todas e para todos mais gente concluímos