Os tempos estão difíceis e a gente pode estar, de fato, entrando numa era com mais baixos do que altos. . .
E se você estiver se sentindo meio estranho com o futuro das coisas, não tem problema. Vem comigo, porque não é hoje que a gente vai dar chance ao azar. Então, eu trago neste vídeo aqui, cinco verdades inspiradas em discursos do Linus Torvalds, o inventor do Linux e Git, e que são verdades doloridas de se escutar, mas que podem aumentar as probabilidades de sucesso na sua vida, principalmente se a sua profissão envolve tecnologia.
E a base para este vídeo foi este artigo do Ugur Yagmur, que eu vou misturar com o que eu vivenciei trabalhando na área, e já de cara eu digo que eu estou alinhado com a parte inicial que diz: dependendo do seu perfil, se prepara, que algumas dessas verdades podem machucar. Mas será? Vamos ver!
Partiu primeira verdade! #1 Ninguém é especial. Calma, deixa eu fazer um contraponto até antes de expandir essa primeira verdade.
Na minha visão, existem sim pessoas fora da curva ou, pelo menos, acima da média. . .
E isso é ótimo, porque a pluralidade do ser humano é o que faz ter oportunidade e espaço para todo mundo. O maior exemplo que eu tenho no meu histórico profissional foi ter trabalhado com o Pedro Francheschi, um dos fundadores do Pagar. me e da Brex.
Ele era, sei lá. . .
O ChatGPT-4 no corpo de um adolescente de 18 anos. Eu digo isso, porque ele sabia de muita coisa ao mesmo tempo, muita coisa mesmo. E aparentemente não tinha barreira de aprendizado para nenhum assunto.
Era como aquele canal das antigas, o "Will It Blend? ", e a mente dele triturava facilmente qualquer coisa que você jogasse contra ela. Só que agora, seguindo o artigo, é importante notar que a maioria das conquistas dele foram acompanhadas de outras pessoas e, muitas vezes, de várias outras pessoas, e isso é ótimo!
Então, a maioria dos nomes que você pensar, pelo menos na nossa área. . .
Bill Gates, Steve Jobs, Mark Zuckerberg. . .
As maiores conquistas dessas pessoas envolvem muitas outras pessoas. Assim como no caso do Linus que, em 1991, abriu o Kernel do Linux, para contribuições de pessoas de qualquer lugar do mundo, e isso foi transformador. E não tem mais como fazer o Linux sozinho, é um software que saiu de 170 mil linhas de código para 35 milhões!
Tanto que para administrar melhor isso, ele foi lá e criou o Git, e largou de vez o BitKeeper. E o Git foi a base para se criar o GitHub que hoje hospeda o código-fonte do Linux. E o repositório está se aproximando de 14 mil contribuidores.
É muita gente! E o Linus é reconhecido por sempre tratar essas pessoas com carinho e respeito, correto? Segunda verdade: Ser legal não é legal.
Nesse ponto, o artigo diz existir vários estudos que testaram o seguinte. . .
Pessoas randomicamente foram colocadas em dois grupos, onde no primeiro grupo, as pessoas eram estimuladas a serem amigáveis e gentis, e o segundo grupo estava liberado para defender suas ideias de forma mais agressiva. Depois de várias repetições, os resultados eram sempre os mesmos. .
. O grupo mais agressivo, eventualmente, sempre encontrava as melhores ideias. E, sinceramente, eu não duvido.
Mas um ambiente puramente agressivo também gera efeitos colaterais que podem ser danosos para os próximos passos desse grupo, se um projeto for carregado no longo prazo, por exemplo. Eu já vivi na pele ambientes que miravam somente no "Facts over feelings" e uma hora satura, sabe? Ou não!
Ou é ótimo para um estágio do projeto e depois fica danoso, e assim vai. . .
Parece sei lá. . .
Uma escolha de tecnologia. Sempre tem um trade off envolvido. Mas eu acho que uma distinção boa a se fazer nesse ponto é a diferença entre um ambiente que tenta proteger ao máximo a verdade, que inventa formas de testar e provar essas verdades, independente do apego que cada pessoa tenha sobre o que ela acredita.
De ambientes que são puramente ruins e que premiam pessoas malignas, que tem muitas empresas assim e que são locais péssimos de se trabalhar. Bom, de qualquer forma, na história do Linux, essa saturação que eu comentei antes aconteceu, onde em 2018, o Linus mandou um e-mail para o Linux Kernel Mailling List, onde falou um monte de coisa. .
. Mas, basicamente, no final pediu desculpas pelo seu comportamento agressivo, e decidiu tirar um tempo de folga para colocar a cabeça no lugar. E que não durou muito tempo e, no ano seguinte, ele já voltou descendo o commit na galera.
No TabNews, a gente está tentando proteger o espaço de uma forma diferente, tanto que na sessão "Usuário" nos Termos de Uso, é destacado que: "O usuário do TabNews é uma pessoa brutalmente exata e empática, simultaneamente, onde o termômetro para entender se isso está sendo aplicado é simples: as pessoas estão se afastando ou se aproximando dentro de uma discussão? " Eu não acho que vale mais a pena ser exato sem considerar quem está na outra ponta, ou ser incorreto e apenas considerar quem está na outra ponta, também é danoso. Dá para manter essas duas coisas em equilíbrio.
Só que não é nada fácil manter a cabeça fria quando alguém já chega com os dois pés em você. Mas pelo menos, a gente tem um norte para ir se autocalibrando. E falando em norte, terceira verdade: Objetivos, ideias.
. . São tudo mentiras.
Nesse ponto do artigo, eu fui e voltei em concordar com ele ou não, mas a proposta dele é o seguinte. . .
Tanto pessoas de sucesso quanto pessoas fracassadas, ambas poderiam ter imaginado grandes sonhos. Então, se elas compartilham essa mesma propriedade, não pode ser isso que as diferenciam. No caso do Linus, ele disse numa apresentação no TED Talks que não tem uma visão sobre o futuro dos projetos, o futuro do Linux, não tem nem sequer um plano de cinco anos para frente.
Ele resolve os problemas quando eles se manifestam, ou tenta encontrar melhores soluções para os problemas que já foram resolvidos. E na minha experiência faz sentido. Eu tenho variações para o TabNews, por exemplo, mas eu tento antecipar sempre a menor parte possível dessas features para o presente.
E nas vezes que eu me atropelei e antecipei, nenhuma valeu a pena. A feature nasceu num tempo errado do projeto. Qual o problema disso?
Ótima pergunta! O problema é que toda feature que você faz vai te cobrar um imposto em tudo que você fizer dali para frente. E se essa feature não traz valor, o saldo fica negativo ao ponto de ela atrapalhar a entrada de features que estão sendo concretamente requisitadas para o projeto.
É por esse tipo de coisa que o Donald Knuth sabiamente falou: "Otimização prematura é a raiz de todo o mal". E não entende aqui só otimização a parte da velocidade de um software, da performance, e, sim, no design e na arquitetura de um sistema. Isso se conecta com o próximo ponto.
Quarta verdade: Não existe Design inteligente. O conceito de design inteligente tem a ver com a natureza ou em como a Ciência acredita que a evolução acontece na natureza, que é: no fundo no fundo, não existe inteligência. Por não existir inteligência, a natureza vai indo, mutando, adaptando ou não adaptando.
. . E o que fica, fica e o que vai, vai.
Eu já falei disso lá no passado do canal, e eu sei que esse conceito esbarra com algumas crenças. Então, eu gostaria da sua compreensão para entender que, eu não estou usando essa oportunidade para conversar sobre a crença de ninguém. O vídeo não é sobre isso.
Esse ponto é para casar com que o Linus falou em entrevistas no passado onde, segundo ele, não há necessariamente design inteligente no Linux, as ideias vão sendo moldadas através de testes, aprendendo com os erros e continuamente resolvendo problemas. Agora, eu não sou especialista no Kernel do Linux, mas eu duvido que não exista longas discussões sobre o quê e como algo deve ser implementado. Porque, se tiver, isso é design inteligente e talvez o mais importante é saber balancear isso, dependendo do que está sendo discutido.
E o artigo colocou um meme que tira um pouco o peso das costas sobre falhar ao longo do caminho, que é: "O mundo antes e depois de você cometer um erro". Quinta verdade: Distrações são assassinas de potencial. Nessa parte do artigo, ele fala como que você pular de uma empresa para outra ou de um projeto para outro pode matar o potencial dele e o seu, sendo que o Linus está no mesmo projeto por mais de 25 anos.
Mas, novamente, isso é um trade off, porque mudar de emprego seguidamente, provavelmente vai aumentar o seu salário no final das contas. Ou, ao menos, é o que muita gente faz. E se seu foco é aumentar o seu fluxo de caixa no curto prazo, show de bola!
Isso é uma excelente estratégia. Por outro lado, é inevitável que você talvez possa ficar raso nos projetos, que não dê tempo para você chegar lá na base, lá na fundação, e conseguir propor e executar mudanças que vão poder transformar a arquitetura, escalabilidade ou mantenabilidade de um projeto. Agora, se você ficou ligadão na parte do salário, e não tem certeza se está recebendo o que deveria receber, ou se está trabalhando na melhor empresa que você poderia trabalhar, dá uma conferida neste vídeo aqui que você vai gostar muito.
Fechado? Valeu!