A VIDA NA UCRÂNIA EM GUERRA | Ficamos uma semana no país em conflito com a Rússia

Como vivem os ucranianos depois de mais de 2 anos de guerra O Estadão esteve na Ucrânia entre 19 e 26 de Maio para conversar com os ucranianos sobre seus traumas e seus sonhos em meio ao conflito a nossa visita coincidiu com uma nova fase da Guerra enquanto Putin atacava kiv os ucranianos ganhavam o sinal verde dos americanos agora eles podem usar suas armas dentro da Rússia na Ucrânia estivemos nas cidades ocupadas por Moscou no começo da guerra e conseguimos chegar até perto da fronteira com a Rússia as cidades que visitamos ainda convivem com as lembranças

dos massacres e crimes de guerra do início da invasão algumas lidam com ataques Aéreos diários chegar ao Ucrânia é difícil não é possível ir de avião o caminho mais fácil é pela Polônia Depois de 14 horas de voo com uma escala em Amsterdã chegamos a Varsóvia de lá até a fronteira com a Ucrânia foram Mais 4 horas de carro o controle de Fronteira levou cerca de hora feitas burocracias seguimos para liviv o que levou outra hora no fim 48 horas de viagem Saímos de São Paulo na sexta-feira E chegamos a Liv no domingo liviv se

tornou um refúgio para quem queria fugir da Guerra vizinha da Polônia um país da ã a cidade recebeu ucranianos e diplomatas estrangeiros pela sua localização se tornou a região mais segura da Ucrânia a população de liviv dobrou em poucos meses hoje muita gente vive em assentamentos da cidade é o caso de liubov que morava com a filha em luhansk hoje nas mãos dos russos do mesmo longe do Fronte as bombas russas ameaçaram liviv durante os dois dias da nossa estadia na cidade nesses dias o alarme de ataque aéreo tocou cinco vezes a sirene dispara em

megafones espalhados pela cidade os ucranianos também tem aplicativos nos celulares que avisam da ameaça depois do alarme uma voz metlica da instruções ucrani mas dos do anos de guerra o alarme já não assusta tanto e a rotina segue muitos apenas checam os aplicativos e grupos de telegram o motivo do disparo há três níveis de alerta drones são quase sempre ignorados mísseis de Cruzeiro geram alguma preocupação mas com mí balísticos é melhor não brincar e buscar abrigo de liviv fomos de trem para Kiev a viagem noturna Leva cerca de 8 horas Saímos às 11 horas da

noite de segunda-feira dia 20 e chegamos antes das 7 de terça-feira 21 de Maio engarrafamento de manhã passeios em parques espaços de lazer à tarde e uma vida cultural intensa à noite em kieve as sirenes assustam menos a população confia nos sistemas de defesa aérea da capital com isso a cidade tem uma vida quase comum nos prédios do governo no entanto a guerra é perceptível especialmente no palácio presidencial para chegar ao palácio marinski residência oficial de volodimir zelenski precisamos passar por três checagens de passaporte além de detectores de metais imagens São proibidas É nos arredores

de Kiev no entanto que nos sentimos numa guerra as cidades que foram essenciais para impedir a queda da capital ainda apresentam sinais muito claros do conflito quando invadiu a Ucrânia em 2022 a Rússia avançou com suas tropas pelo sul pelo Leste e pelo Norte no norte pela Fronteira de Belarus ali eles tomaram a usina nuclear de Chernobil e marcharam rumo a kieve passaram por borodianka irpin e bucha além de ocupar vilarejos ao redor como andr e mum em nossa visita fizemos o caminho contrário de kieve até próximo de cernobil antes da guerra mum era um

destino de férias para a classe média alta de kieve em Mansões de Veraneio vidros estilhaçados paredes esburacadas e telhados chamuscados são cicatrizes do Cerco Russo que durou quase um mês quando as tropas russas marchavam ruma kieve os moradores da cidade criaram um plano para enganar Os Invasores eles se reuniram para criar placas de localização falsas para despistar as tropas de [Música] Putin o vilarejo ainda conta com trincheiras muitas delas construídas pelos próprios moradores com objetivo de contraatacar as forças inimigas em frente a uma dessas trincheiras exe um memorial aos soldados que morreram no que ficou

conhecido como A Batalha de mum depois de mum a próxima parada é irpin a 25 km de distância de kieve a cidade ganhou o mundo com as imagens de refugiados fugindo por debaixo de uma ponte destruída pelos próprios ucranianos para impedir o avanço do exército Russo dois anos depois uma nova ponte foi construída ao lado dos destroços onde será erguido O Memorial do conflito ir ganhou o título de cidade herói dado pessoalmente pelo presidente volodimir zel irp já reconstruiu grande parte dos edifícios danificados no primeiro mês de guerra e agora tenta fazer a sua população

voltar segundo Prefeito alexand ma quase 90% da cidade já foi reconstruída idas ao longo da Estrada Principal que a conecta com kieve a próxima cidade é bucha bucha ficou conhecida pelas imagens de corpos encontrados espalhados por toda a cidade após a retirada russa relatórios de organismos internacionais indicaram uma série de violações de direitos humanos e crimes de guerra aqui hoje a cidade acumula cemitérios e memoriais a centenas de mortos muitos encontrados em valas comuns foi o caso de mais de 100 corpos encontrados no terreno da igreja do padre Andri ravim o local foi transformado em

Memorial com os nomes de quem foi possível identificar muitas das vítimas frequentavam a igreja ele aponta para as lápides enquanto conta a história de vida de seus antigos fiéis dentro da igreja o padre montou uma exposição com fotos feitas pela agência reuters nas primeiras horas de retomada da cidade a última cidade que visitamos foi borodianka a 50 km de kieve onde as consequências da Guerra são frequentes borodianka foi intensamente bombardeada nas primeiras horas de guerra em uma vizinhança inteira É possível ver pessoas morando dentro de prédios chamuscados e parcialmente destruídos Natália buzova diretora do Centro

Cultural de borodianka chora ao lembrar como foi a primeira vez que tentaram fazer um concerto musical dentro do prédio destruído do Palácio cultural ama [Música] a cidade foi uma das primeiras a ser ocupadas pelas tropas russas que entraram por Belarus nos últimos dias de nossa viagem para a Ucrânia na sexta-feira 24 de Maio visitamos a região de cherner que faz fronteira com a Rússia e Belarus ali a Guerra ainda é ativa principalmente na fronteira os alarmes de ataques Aéreos não devem ser ignorados devido à proximidade dos ataques um histórico prédio que abrigava o Centro Regional

de juventude de cherner Rive se tornou o símbolo do Risco considerado um dos muitos patrimônios culturais da Unesco na Ucrânia o edifício foi bombardeado nos primeiros dias da guerra e o buraco do mío segue lá até hoje na cidade inteira um teatro e um hotel também foram bombardeados nenhum deles considerados alvos militares legítimos Irina simonova diretora do centro contou que o local estava fechado no momento do mas dois trabalhadores estavam tentando resgatar os equipamentos e conseguiram fugir para um abrigo ao em também ficou mundialmente conhecida a história do Vilarejo iad onde toda sua população foi

mantida presa no porão de uma escola durante a ocupação russa mais de 300 pesso em um porão gelado sem iluminação e com cômodos apertados Ivan pug de 63 anos foi um dos mantidos em cativeiro junto com sua esposa seus dois filhos as duas noras e dois netos Hoje ele leva jornalistas e delegações internacionais para dentro do porão e relembra o que viveu Ucrânia no domingo 26 de Maio se entrar na Ucrânia é difícil e lento sair é ainda mais não fomos autorizados a filmar a fronteira ucraniana mas ali passamos mais de 2 horas parados os

passaportes são checados diversas vezes as malas abertas e até o motor do carro é revistado o medo é que homens em idade de servir nas Forças ucranianas estejam fugindo muitos chegam a pagar até 0.000 para serem traficados pela Fronteira no carro a frente uma família composta por mulheres crianças e homens idosos está indo embora de uma guerra que já produziu mais de 6 milhões de refugiados