Eu sei que hoje você tá preso em uma rotina com a sensação de que a sua vida virou só trabalhar, pagar contas, resolver problemas e repetir tudo de novo no dia seguinte. A verdade é que muita gente tá vivendo assim, sempre no piloto automático, produzindo, entregando, respondendo, comparando, correndo e tentando dar conta de tudo. E quando finalmente conseguem parar por 2 minutos, nem sabem mais o que gostam de fazer, só por prazer, para poder aproveitar o tempo livre que tem.
E parte disso vem da busca constante por aceitação. A gente faz o que vai nos colocar numa prateleira específica para tentar fazer parte de um grupo ou se destacar. Muita coisa que você faz nem é porque quer fazer, mas sim porque foi influenciado a isso.
É o que deveria ser feito e não o que você realmente quer. E o mais curioso é que provavelmente você pense que precise de mais foco, de mais tempo, de mais dedicação para finalmente conseguir fazer as coisas que você gosta. Porém, a real é que talvez o que esteja faltando na sua rotina não é mais foco, mas sim um hobby, algo que você faça para si mesmo.
Não para mostrar no Instagram, nem para tentar ganhar dinheiro com isso, mas para te lembrar que você ainda sente, ainda percebe, ainda cria, ainda aprende e se diverte, mesmo quando o mundo diz que não serve para nada. E se você se permitir ter esse tempo, pode ser que encontre ali o equilíbrio que você vem buscando há tanto tempo. A gente vive num mundo onde tudo tem que virar performance.
Se você sabe cozinhar bem, as pessoas vão te falar para abrir um restaurante ou vender no iFood. Se você desenha, te falam para fazer um portfólio online e procurar por clientes. Se você escreve, te pressionam a publicar na internet ou escrever um livro.
E aquilo que era para ser leve, pessoal e silencioso, vira mais uma tarefa, mais uma meta, mais uma forma de se comparar com todo mundo. Aí você soma isso ao ritmo da vida moderna, onde tudo é correria, notificações, cobranças e ansiedade. E tá feito o problema.
Você vai ficando cada vez mais cansado e ao mesmo tempo cada vez mais vazio. O problema é que a gente desaprendeu a aproveitar e criar sem esperar nada em troca. A gente se acostumou tanto com a dopamina rápida, com feedback instantâneo e com estímulo o tempo inteiro, que quando tenta fazer algo manual, silencioso e mais lento, a sensação inicial é de tédio.
Mas esse tédio não é falta de prazer, é o seu paladar emocional que está distorcido. Tipo quando você passa muito tempo comendo só fast food e aí experimenta uma comida caseira, mais leve, vai sentir que não tem gosto de nada. Mas não é que a comida seja ruim, é que o seu paladar se acostumou com exagero.
Com o hobby é exatamente a mesma coisa. No começo pode parecer sem graça, mas é só porque o seu cérebro foi condicionado ao excesso e agora precisa reaprender o que é o prazer genuíno, que é aquele que vem devagar, mas que fica por muito mais tempo. E tem mais, muita gente confunde descanso com distração, como ficar vendo séries, rolando feeds e pulando de vídeo em vídeo.
Só que isso não é hobby, é lazer passivo. É como colocar a mente no modo avião sem rumo nenhum. Já um hobby é diferente, é lazerativo, criativo e consciente.
É quando você faz algo pelo simples ato de se envolver com aquilo. E se você não criar esse espaço, o mundo vai ocupar ele com ansiedade, comparação e exaustão. Assim, aos poucos, você para de se ouvir, para de se perceber, para de viver e só continua existindo.
E não sou só eu que tô dizendo, a ciência já confirma há muito tempo. Tem um estudo com mais de 90. 000 1 pessoas que descobriu que quem pratica hobbies com frequência tem menos sintomas de depressão, além de um sentimento maior de bem-estar, mais saúde percebida e até menos risco de doenças.
E sabe o que que é mais louco? Quanto mais pessoal, íntimo e criativo for esse hobby, maior é o efeito positivo. E todo tipo de hobby tem benefícios profundos que vão além da atividade em si.
Eu normalmente não costumo falar dos meus interesses e hobbies exatamente por não ter essa pressão de compartilhar e monetizar tudo que eu faço na minha vida. Porém, eu vou dar alguns exemplos das minhas experiências pessoais para você ter uma ideia até nas opções que você pode explorar, porque há muitos anos eu tenho hobbies com a fotografia e a escrita. A fotografia é algo que eu já faço há mais de 12 anos e eu tenho milhares de fotos de tudo que você possa imaginar, porque a fotografia me ajuda a desacelerar e a estar presente.
É um treino de atenção plena, sem precisar sentar para meditar, para poder observar com mais atenção a vida e as coisas e a prestar atenção nos detalhes da vida que ninguém enxerga. Eu gosto muito de pegar minha câmera e sair para dar uma volta para encontrar e fotografar lugares e detalhes que eu nunca tinha percebido antes, prestando atenção na luz, nas sombras, nas pessoas, nos ambientes e nas pequenas coisas. Então, a fotografia trabalha a percepção, a paciência, a criatividade e muitas outras coisas, assim como a escrita também.
Talvez você não saiba, mas hoje eu sou escritor. Eu passo dezenas de horas da minha semana escrevendo. Hoje é o meu trabalho, porém um dia já foi o meu hobby.
E a maior parte do conteúdo que eu produzo aqui na internet nasce em momentos em que eu tô pensando sobre a minha vida e escrevendo sobre isso no meu diário. E aí eu penso que aquele assunto seria interessante para mais pessoas. Aí eu vou lá e compartilho, porém é algo primariamente feito para mim no meu próprio tempo.
Eu tenho diversos diários só com as minhas histórias, desafios pessoais dos últimos 8 anos, que eu fui escrevendo calmamente durante todo esse tempo e que assim como a fotografia trabalha a minha criatividade, melhore o meu raciocínio, a minha comunicação e me ajuda a resolver os meus próprios problemas. Tudo através do simples ato de sentar em silêncio e botar para fora tudo que eu tenho voando aqui dentro. E fazendo isso, eu não faço só uma descarga emocional, como também acabo descobrindo coisas que eu nem imaginava que estavam aqui dentro.
E isso tem até um nome técnico, escrita expressiva. E já tem décadas de estudo comprovando que funciona. Inclusive, foi muito engraçado porque essa semana, quando eu tive a ideia para escrever esse vídeo, eu tava treinando caligrafia, rabiscando em um papel aleatoriamente com uma caneta tinteiro.
Aí eu parei para analisar no meu campo de visão todos os meus hobbies e eu percebi todos os interesses que eu fui colecionando conforme eu fui ficando mais velho. Na minha mesa eu tenho meu computador onde eu trabalho, estudo. Atrás tem uma coleção de carrinhos que eu estou fazendo há mais de 10 anos, porque eu gosto muito de carros.
Eu pesquiso muito sobre isso, inclusive eu quero começar a mexer com carros, porém é um hobby muito caro que ainda não cabe no meu bolso. Também tem o meu diário onde eu escrevo um livro que eu comecei a ler semana passada, as minhas câmeras, a que eu uso para gravar os vídeos, a que eu uso para tirar fotos, o toca discos com vinil, que é o hobby mais novo que eu comecei para ouvir de manhã com a minha mulher e até as coisas menores, como por exemplo, ontem a Manu estava aqui fazendo umas colagens com recortes de revistas e eu fiquei do lado dela ajudando. E aí eu tentei desenhar uma árvore no pôr do sol e um postit só para ver se eu conseguia.
E depois que eu acabei, eu ainda comecei a fazer umas dobraduras de papel porque me deu vontade. Mas além disso também tem o meu troféu de fisiculturismo, que é outro dos meus hobbies que hoje é o mais antigo de todos e que eu estudei e apliquei muito ao longo dos últimos 17 anos. Todo tipo de treino, de exercício, alimentação, estudei sobre musculatura, anatomia, enfim.
E assim na superfície, para algumas pessoas, tudo isso pode parecer muito simples e muito bobo. Porém, nada que você goste genuinamente de fazer pode ser considerado bobo, pois é algo que você faz para si mesmo porque gosta de fazer, não porque é algo incrível aos olhos dos outros. Essa não é a ideia principal, porque a partir do momento em que a gente começa a questionar a razão por trás de cada coisa que a gente faz, levando só em consideração a atividade em si, muitas coisas não fazem muito sentido mesmo.
Fotografar é só capturar o que você já tá vendo. Escrever e desenhar é só rabiscar em um papel. Escutar música é só escutar um monte de barulhos.
Fazer trilha é só caminhar no mato. Treinar na academia é só tirar o negócio pesado do chão e colocar de volta. Jogar futebol é só correr e chutar uma bola.
Cozinhar é só fazer comida. Jogar videogame é basicamente ficar mexendo boneco de um lado pro outro repetidamente. Enfim, nesse ponto até a maioria dos trabalhos não fazem muito sentido.
Porém, como eu falei, nós não devemos focar no que é a atividade em si, e sim no que essa atividade faz por você. Pense nas coisas que você gostaria de fazer se ninguém fosse saber, sem pensar em ganhar dinheiro, sem pensar em como as pessoas vão reagir. Então esse é o intuito de um hobby.
E aí entra um outro ponto importantíssimo que quase ninguém fala, o tédio. A gente tem tanto medo de ficar em tediado que preenche cada minuto do nosso dia com alguma coisa, que hoje é basicamente a dopamina barata das redes sociais. Mas o tédio, na verdade, é um campo muito fértil.
Inclusive, tem um estudo onde colocaram um grupo para fazer uma tarefa super chata de copiar números de uma lista telefônica e depois pediram para essas pessoas pensarem em usos criativos para um objeto simples e comum. E o resultado foi que quem ficou entediado antes teve as ideias mais originais. Ou seja, o tédio prepara o solo pra criatividade florescer.
Porém, se você nunca deixa o terreno descansar, nunca vai surgir alguma coisa nova. E mais, quando você pratica um hobby com frequência, você também treina a sua tolerância e a frustração, porque você não vai ser bom logo de cara. E tá tudo bem com isso.
O hobby é o lugar onde você pode ser ruim, pode errar, fazer feio e recomeçar sem culpa nenhuma. É o espaço seguro onde a perfeição não tem vez. E isso é extremamente importante no mundo onde a gente é ensinado desde cedo a ter vergonha de errar, a buscar a excelência e as conquistas a todo custo, cada vez mais cedo.
Já ali no seu pequeno projeto, você reconstrói uma relação mais leve com fracasso e isso te fortalece em tudo que vem depois disso. A prática de um hobby melhora até a sua concentração, porque ele te treina a manter a atenção numa coisa só de cada vez, sem pular de aba em aba, de vídeo em vídeo. Então, o hobby é como se fosse um treino de musculação para o seu foco e concentração.
E isso também resgata a sua paciência, porque as coisas verdadeiramente importantes da vida precisam de tempo e dedicação. E um hobby te treina para isso. Mas antes de continuar, eu quero agradecer a Insider, porque eu não sei se você usa calças, mas se você usa, a Insider fez a melhor calça que eu já usei na minha vida, a Future Form, que é basicamente uma calça que parece alfaiataria, mas que tem conforto de moletom.
Porque eu não sei você, mas eu gosto de me sentir confortável com as roupas que eu uso. Porém, eu não gosto de parecer que eu tô de pijama o dia inteiro. Então, a Future Form resolveu um problema antigo que eu tinha na minha vida, onde eu queria usar calças sem passar calor, ficando confortável o dia inteiro, porque ela tem um tecido leve que desamassa no corpo, é antiodor e ainda é hidrorrepelente, que inclusive eu descobri que funciona na prática na semana passada quando eu derrubei café no meu colo enquanto eu estava gravando um vídeo.
Então, se você tá precisando de uma calça bonita, confortável, de qualidade para usar em toda a situação, acessa o site da Insider na descrição e usa o meu cupom pinho para ganhar um super desconto na sua. Agora, se você quer descobrir como começar um novo hobby, eu vou te dar um plano simples que pode te ajudar. Primeiro você precisa criar um mini projeto relacionado à atividade que você tem interesse em fazer, algo que seja pequeno, mas que te dê prazer.
Pode ser desenhar em um papel, escrever frases soltas no seu caderno, fotografar detalhes do dia, pintar uma pedra, fazer caminhadas por lugares diferentes, aprender a cozinhar um prato novo, cortar umas madeiras e fazer um abajur, montar Legos, enfim. Segundo que não precisa ser bonito e muito menos ser bom. A ideia aqui é justamente ser iniciante, ser livre e testar sem pressão.
Então não é para postar esse hobby não é conteúdo, não é para motivar os outros, nem para fazer parte de um grupo. É para se isolar mesmo. É um segredo seu com a sua criatividade.
Terceiro, cria um tempo só para isso. Nem que seja uma vez por semana durante 30 minutos, mas se comprometa com esse momento. Desligue o seu celular e foque sem interrupção.
Só você e a atividade que você tá fazendo. Quarto, perceba como você se sente depois, se você tá mais leve, tranquilo, feliz, animado, mais concentrado. E por último, não chame de tempo perdido.
Isso é autocuidado, é equilíbrio. E quando você cultiva isso, volta pro resto da sua vida com mais energia, mais clareza e mais empolgação. Agora imagina que você chegou do trabalho cansado.
Poderia ir ligar a TV, abrir o celular e deixar o tempo passar sem você perceber, mas hoje você escolheu fazer diferente. vai pegar um café, abrir um caderno, espalhar umas canetas na mesa, pegar suas ferramentas, seus livros e começar a aprender e criar sem rumo, sem objetivo, sem ninguém te olhando. E no meio desse silêncio, sente a sua mente se acalmar, sente algo voltando pro lugar.
E talvez, pela primeira vez em muitos anos, você esteja realmente presente. Não tentando ser produtivo, nem tentando ser bom, só se sentindo você mesmo. Talvez o que tá te faltando hoje não seja mais uma meta, nem mais resultados.
mas sim um espaço onde você possa fazer algo que não serve para absolutamente nada além de te fazer bem. Um hobby pode parecer simples, mas às vezes é exatamente o que salva a sua saúde mental. Então, a gente se fala na próxima e valeu.