2 DE JULHO: COMO FOI A INDEPENDÊNCIA DA BAHIA #epi018

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Minuto Épico
O início da história do Brasil como nação independente teve batalhas notáveis. A principal delas foi...
Video Transcript:
Se eu te perguntasse que dia  é comemorado a independência do Brasil, qual data viria à sua cabeça?  Provavelmente você diria 7 de setembro, né? Mas e se eu te disser que uma verdadeira  festa é comemorada no dia 2 de julho, e que esse dia é marcado pela expulsão dos  portugueses da Bahia, celebrando a vitória em uma guerra que matou muitos brasileiros, aqui  mesmo em combates pelas ruas de Salvador?
Você sabe como foi essa história até  chegar a esse marco? Hoje eu vou te contar a história do dia 2 de Julho,  a Guerra da Independência da Bahia. Olá pessoal, bem vindos a mais um episódio do  Canal Chegando Junto.
Se você é novo por aqui, a gente fala sobre História, Turismo e Curiosidades,  da Bahia e do mundo. Se você gosta desse tipo de A Bahia era administrada por uma junta de  governo cada vez mais submissa a Portugal. Militares e civis baianos começavam  um movimento de deposição da junta, também acusada de corrupção.
Quando no inicio de 1822 chegou à Salvador  uma Carta da Coroa Portuguesa ordenando que o brasileiro Manuel de Freitas fosse  trocado pelo general Madeira de Melo no cargo de Governador das Armas da Bahia, que  era uma espécie de Chefe Militar da província. Logo se iniciou uma situação de conflito  que duraria por algumas semanas. O general português Madeira de Melo exigiu assumir  o comando, mas os militares brasileiros recusavam.
Sendo assim, Madeira de Melo  resolveu tomar o poder à força. 19 de fevereiro de 1822 Madeira de Melo coloca suas tropas para atacar  com tiros e canhões o Forte de São Pedro e o Quartel da Mouraria em Salvador, onde os  militares braileiros estavam rebelados. Há relatos que os soldados portugueses  promoveram saques, tumultos e quebra-quebras nas ruas de Salvador.
Em quatro dias de  combate, morreram mais de 200 pessoas. Uma dessas mortes marcou pra sempre o conflito. Nas proximidades do Quartel da  Mouraria existe o convento da Lapa, local de isolamento religioso frequentado  apenas pelas freiras internas.
Segundo relatos de historiadores, os soldados  portugueses estavam entrando em diversos prédios e casas, praticando roubos e  até mesmo mortes e quiseram entrar no convento da Lapa sob o pretexto de que havia  soldados brasileiros escondidos lá dentro. A Madre Superiora do convento, Joana  Angélica de Jesus, ordenou às irmãs que fugissem pelos fundos as salvando  da morte e bravamente se postou na porta principal do convento para impedir  a entrada dos soldados portugueses. E a Madre teria dito: “Para trás, bandidos.
Respeitem a casa de Deus. Recuai, só penetrareis nesta casa  passando por sobre o meu cadáver. ” Ao forçarem a entrada no convento, soldados portugueses a feriram  mortalmente com golpes de baioneta.
Assim surgia a primeira heroína da  Independência da Bahia, Joana Angélica. Concluída a operação militar, Madeira  de Melo tomou o poder na Bahia. O restante da resistência militar  brasileira e centenas de famílias, abandonaram Salvador e fugiram  para o Recôncavo Baiano.
Em poucos dias, cidades como Santo  Amaro, Cachoeira e Maragogipe se transformaram em imensos campos de  refugiados de guerra brasileiros. A maior parte da resistência baiana  se concentrou na cidade de Cachoeira, que foi declarada como capital  provisória da Bahia durante a guerra. 25 de junho de 1822 Moradores da cidade de Cachoeira se reuniam na  praça para comemorar a declaração de apoio a Dom Pedro I quando foram surpreendidos pelo ataque de  uma escuna canhoneira enviada por Madeira de Melo.
Um tiro de canhão ricocheteou na coluna  de uma casa e matou um soldado brasileiro, chamado Soledade, que tocava  tambor no meio da multidão. Ao mesmo tempo, alguns portugueses  atiravam pela janela de suas casas nos brasileiros que passavam pelas ruas. A reação brasileira veio  através de um canhão velho, que era exibido como relíquia na  praça da cidade, além de pequenos barcos de pescadores que se aproximavam da  escuna portuguesa e atiravam contra ela.
Sem comida e munição o capitão português e  seus 26 marinheiros finalmente se renderam. Tinha acabado de acontecer ali a mais  singela, e talvez a mais heróica, de todas as batalhas navais  da independência brasileira. Depois da derrota em Cachoeira, Madeira de Melo  decretou lei marcial em Salvador, instalando um governo único militar, e ficou esperando os  reforços prometidos pela Coroa portuguesa.
Do lado brasileiro a vitória  tinha dado uma injeção de ânimo, porém a situação das forças  militares eram precárias. Os soldados brasileiros estavam  descalços, famintos e cheios de doenças. Faltavam médicos e hospitais e as  armas eram fabricadas de forma improvisada.
Para organizar o exército brasileiro,  Dom Pedro I contratou e enviou à Bahia o general francês Pedro Labatut  para comandar as tropas brasileiras, que eram formadas por soldados  regulares e voluntários, brancos pobres, índios tupinambás, homens negros libertos  e escravizados enviados por seus senhores. Em carta enviada a Dom Pedro, o general  Labatut informou que nenhum filho de proprietário rico de terras tinha se  apresentou ao exército como voluntário. Labatut dividiu o exército brasileiro em três  grupamentos.
Colocou uma brigada em Campinas de Pirajá, a segunda em Itapoan e a terceira no  centro, isolando Madeira de Melo em Salvador. Por mar o Almirante Lord Cochrane, britânico também contratado por Dom Pedro  I, completou o cerco à Madeira de Melo. 8 de novembro de 1822 Cercado por terra e mar e  sem provisão de suprimentos, Madeira de Melo decide atacar o grupamento do  exército brasileiro na famosa Batalha de Pirajá.
O confronto durou um dia inteiro e  envolveu mais de 10 mil soldados, entre brasileiros e portugueses. Entre os combatentes estava  a baiana Maria Quitéria. Ela cortou seus cabelos, amarrou os seios,  colocou roupas masculinas e se juntou às forças brasileiras como soldado Medeiros.
Dessa forma Quitéria lutou em diversos atos de bravura na guerra. Nascia assim mais uma heroína da Guerra da Independência da Bahia. Mais tarde Maria Quitéria seria condecorada com a “Ordem Imperial do Cruzeiro  do Sul”, uma das maiores honrarias da época.
A Batalha de Pirajá também deu origem a um mito. Em certo momento os brasileiros estavam em grande desvantagem, já com muitas baixas e correndo o  risco de serem massacrados pelos portugueses. Acreditando que a batalha estava perdida  um major ordenou ao soldados Luís Lopes que desse o toque de recuar em sua corneta.
Por engano, ou de propósito, não se sabe ao certo, o Corneteiro Lopes fez exatamente o  contrário. Ele inverteu o toque para: “Cavalaria, avançar e degolar! ” O exército brasileiro não tinha nenhuma cavalaria naquele momento para entrar em ação,  porém o toque da corneta assustou os portugueses, que teriam fugido desordenadamente,  dando a vitória às tropas brasileiras.
Essa história nunca foi comprovada, mas nascia  ali mais um herói, o Corneteiro Lopes, que deu a vitória ao lado brasileiro naquela infame batalha. 2 de julho de 1823 Madeira de Melo, mais uma vez derrotado estava  cada vez mais isolado em Salvador e nem mesmo a vinda de 1. 300 soldados portugueses era  suficiente para reverter essa situação.
O exército português sitiado em  Salvador passou a sentir os efeitos da fome e cansaço, já que todos os acessos  de suprimentos à cidade estavam bloqueados. Madeira de Melo estava derrotado. Certo da  impossibilidade de manter a guerra, ele, junto com sua tropa, embarcou em seus navios  e deixou Salvador na madrugada de 2 de julho.
A cidade amanheceu deserta, a chuva parou  e o sol brilhou. Aos poucos o povo sofrido, depois de mais de um ano em guerra  saiu de suas casas e foram pra rua. Os soldados brasileiros, descalços e maltrapilhos  com suas fardas rasgadas entravam na cidade e eram saudados pelo povo como um verdadeiro desfile.
***** O 2 de Julho ficou encravado na alma  dos baianos que logo estabeleceram a tradição de comemorá-lo todos os anos,  com a repetição do desfile dos soldados que entraram vitoriosos na cidade em 1823. Depois foram acrescentados ao desfile as figuras do caboclo e da cabocla, que são uma representação  dos povos sofridos que incluíam indíos, negros e brancos pobres, que lutaram pela libertação  da Bahia contra a tirania dos portugueses. Data máxima da Bahia, o 2 de julho deve ser  igualmente reverenciado como data histórica do Brasil.
***** Todos nós buscamos uma evolução em nossas vidas. Conhecer histórias do país em que a gente vive é extremamente importante para nossa  consciência crítica, assim como conhecer de fatos curiosos e interessantes. E se você gosta disso também, vem com a gente nessa viagem e se inscreve no  canal que ainda vem muitas histórias por aí.
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