ÉDIPO NEGRO

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Tempero Drag
Título de eleitor [passo a passo como tirar] https://www.instagram.com/p/CYSJcmGLG... Consulte a si...
Video Transcript:
a professora repetir de novo Para eu anotar ai vamos lá isso aqui mais última vez em que o resumo do vídeo esse pedaço aqui o que se forclui na Babá é ao mesmo tempo o trabalho de reprodução EA Negritude trata-se de uma forclusão de um deste conhecimento simultâneo do materno e do racial da negritude e da mãe e [Música] tá bom Como você já deve ter visto em algum local desta tela o tema do vídeo de hoje é é de poder negro ou parentesco um sociedade Colonial Voltei pro escrito nos duplos moçadinha Hoje a gente
vai falar em especial sobre dois livros Memórias da plantação da grada kilomba tô com ele aqui só que o celular que tá gravando o áudio tá em cima Então vou mexer e este maravilhoso que havia comentado com vocês no vídeo passado já indicando a leitura da Rita Segato o critica a colonialidade em oito ensaios foi traduzido finalmente para o português pela Bazar do tempo no empreendimento de um esforço de traduzir Toda obra monumental e muito importante desta intelectual que é Talvez uma das coisas mais assombrosas que produziu no Brasil a reter Argentina mas ela foi
professora titular a UnB depois professora emérita quando se aposentou ela é uma das intelectuais das humanidades mais premiadas publicada discutidas citada do planeta e curiosamente ela é mais conhecida fora do Brasil do que no Brasil né a obra dela é principalmente citada em língua espanhola ela recebeu o título de doutora honoris causa em três universidades na Argentina uma no México enfim a gente está falando de uma intelectual de um calibre assim imenso e a gente passou agora pelo dia mundial né do combate à discriminação racial e ao racismo né as lutas contra o racismo e
eu tô produzindo esse vídeo no intento de somar esforços indicar referência. A caminhos de reflexão e discutir um pouco né funcionamento da estrutura social EA cultura brasileira eu escolhi o ensaio Edson negro inclui e foi publicado separadamente como livro em alguns países porque ele é um dos textos fundamentais para que a gente tem esse Brasil nesse trabalho da professora Rita ela inclusive vai apontar como magicamente desaparece da historiografia ou magicamente Academia Brasileira não se debruçou sobre o tema da mãe preta como as babás anteriormente as amas-de-leite elas são misticamente apagadas da história da literatura acadêmica
brasileira inclusive como o livro né história das mulheres no Brasil da Mary Del Priore é o livro conhecido né Não Existe a palavra babá no livro e ele pins ela ama de leite em dois momentos no qual o livro retrata ocupações de mulheres escravizados e mulheres da classe trabalhadora no Brasil neste ensaio o que a Rita faz é. não existe uma espécie de ferida Colonial emergente da identidade do povo brasileiro que é essa tentativa de apagamento da ideia de uma violência contra a mulher da ideia de um racismo EA tentativa da construção de uma narrativa
romantizada de uma possível democracia racial a gente ouvir isso volta e meia nos discursos no Brasil não não só na sexta eu tenho uma mãe preta só que o que esse discurso no explícita é que aquela mãe foi alienada da possibilidade de ter um filho é que o corpo daquela mulher foi comercializado é que um bebê sanguessuga leites uga se apoderou do corpo dela para se nutrem e sobreviver enquanto os filhos dessa mulher ficaram ao deus-dará a foram entregues alguém eram cuidados por alguém aquele filme recente da muylaert é a que horas ela volta toca
nesse ponto né de como as mulheres da classe em especial a de racializados elas são forçadas a abandonarem suas famílias a não criarem seus filhos para criarem os filhos de outrem qualquer semelhança com o caso das are côrte-real e do menino Miguel e foi assassinado por um descaso não é mera coincidência Mas é uma atualização de uma realidade Histórica no Brasil como de praxe todos os textos que eu vou usar artigos e alguns documentários um deles sendo o Babá da Consuelo Lins vai estar tudo linkado na descrição eu vou começar lendo o prefácio da segunda
edição de um livro muito importante para o debate do colonialismo no Brasil o Luiz Felipe de Alencastro que é mundialmente reconhecido leciona na França morou muito tempo lá essa imagem que abre o segundo volume do trabalho dele Ela é uma imagem muito conhecida do debate historiográfico em especial sobre a realidade racismo violência contra mulher eu vou aqui ler um trecho é um fragmento que a professora Rita cita desse livro O Mistério dessa foto feita há 130 anos chega até nós a imagem de uma união paradoxal mas admitida uma união fundada no amor presente e na
violência pregressa na violência que fé em deu a alma da escravizada abrindo o espaço afetivo que está sendo invadido pelo filho do seu senhor quase todo o Brasil cabe nessa foto eu acho importante começar por aí para que a gente possa pontual seguinte esse dado que emana né da identidade da cultura brasileira é de utilização de superexploração de violência contra o corpo de mulheres em especial de mulheres racializados a gente vai pensar aqui nas mulheres negras nas mulheres indígenas é um dado pervasivo a cultura então quando a gente pensa na formação de uma sociedade brasileira
existem momentos Nos quais as mulheres das classes médias das classes médias altas elas não alimentavam os seus filhos aqui é super importante o talvez fazer uma pausa Porque quem tá dentro do debate da antropologia sabe disso quem tá fora não então eu vou acolher quem tá fora mãe e filho pai laço familiar todas é esses laços de parentesco todas essas idéias né do que é uma Família Elas são socialmente construídas não existe um dado que vai ser sempre o mesmo a respeito de parentesco a ideia de parentesco ela muda conforme as culturas se alteram Inclusive
a professora Rita ela começa o ensaio dela por ali quando ela fala do antropólogo bronislaw malinowski que nos anos 20 vai estudar aparentar a relação de pai em alguns povos um ilhas do Oceano Pacífico da melanésia E aí o trabalho dele fala sobre dois tipos de parentalidade de um povo específico das ilhas trobriand ele fala sobre essas duas formas que seriam a cada gol que é o irmão da mãe essa é a figura de autoridade patriarcal é do irmão da mãe é de onde a criança vem o que a criança vai herdar qual é o
lugar dela na sociedade de onde ela aprovei e etc já chama seria essa outra posição possível paterna é o companheiro da mãe e o companheiro dos jogos de recreação de descoberta da vida da criança não existe uma ideia dentro dessa cultura de que um homem seja participantes no processo de fecundação das mulheres acredita-se que os espíritos antigos de família e 77 encarnaram no útero da mulher fazendo com que ela fosse fertilizada né como que ela ficasse grávida esse processo de gravidez virgem exclui o papel do pai é depois vai ter uma série de outro pó
Logos que vai fazer interpretações que os desdobramentos sociais dessa ideia dos desdobramentos psíquicos dessa ideia neste povo Dona Rita Por que que a senhora tá falando sobre isso no vídeo sobre parentesco e sociedade Colonial não tem muito mistério de porque é para que a gente Entenda como as relações de parentesco aqui no Brasil caso fizéssemos uma etnografia de nós mesmos a gente descobriria existem relações múltiplas de maternalidade durante muito tempo no Brasil a mãe biológica mãe legal não é a mãe de criação a mãe de amamentação das Crianças brasileiras esta não é só uma realidade
das elites ET as pessoas escravizadas ou que depois contratavam essa mão de obra Não essa é uma realidade de quase toda estrutura social brasileira exceto da base é também o Alencastro imitou uma licença para fazer um comparativo para a gente ter dimensão da situação ele diz o seguinte que não havia em todo o Brasil Império cinco mães da classe alta 10 da classe média ouvinte da classe baixa que amamentavam os seus próprios filhos elas eram todas substituídas por mulheres escravizados ou livres alugadas para essa finalidade devido a ausência dessa documentação né como os pais da
sociologia brasileira ignoraram esse dado para falar sobre a formação sobre as raízes do Brasil né o Gilberto Freyre inventando as histórias dele de democracia racial porque ele não tem a mínima ideia do que era ser negro no Brasil ser uma mulher há 25 anos e intelectual Branco entendeu nunca olhou para a situação e aí a professora Rita faz essa pusca né de um de tábua em preta né que a bunda na literatura de ficção né é que tá em relato mas que desaparece do texto de Formação brasileiro inclusive uma parte extensa do trabalho da professora
Rita é sobre os mitos EA formação de um imaginário de um simbólico da cultura brasileira e as religiões de matrizes africanas elas vão delimitar também duas posições de mãe uma mãe legítima né que seria Iemanjá e uma mãe de criação de cuidado de carinho que seria Oxum não por acaso a Iemanjá parece jogar no Google imagem ela aparece em branco nas imagens ela é associada com o oceano oceano que trouxe pessoas escravizadas para o Brasil e ela fala através de duas e costumam dizer no Oráculo de Búzios Iemanjá a mãe legítima biológica e hierárquica fala
em duas posições chamadas o bad e os ato Mocó a primeira significa traição a segunda vemos a superfície mas não vemos o fundo falsidade à medida que esse dado não está presente na análise formal de uma formação da sociedade brasileira ele aparece no simbólico dessa sociedade essas duas posições de mãe a mãe da casa grande a mãe da Senzala é a mãe de direito e a mãe de afeto vão aparecer no Imaginário dessa população é importante pensai a professora Rita aponta isso Na continuidade histórica desse dado Aliás a Rita foi uma das proponentes iniciais para
uma política de cotas nas universidades no Brasil Os dados do Instituto e econômica aplicada o impede de 2006 vão apontar um pouco dessa continuidade histórica lá na época a gente sabe que 8.1 das populações de regiões metropolitanas estão ligadas com o trabalho doméstico 94% são mulheres e mais de 61 por cento delas pretas ou pardas isso sem contar todas as relações né de emprego que não tem registro em carteira empregadas domésticas e diaristas de babá mas os dados ainda nos mostram como em 2006 a sociedade brasileira ainda vive essa continuidade de se alimentar do corpo
da mulher negra se nutrir do afeto do corpo da mulher negra II recusar essa posição e fingir que isso não existe em for cluir isso né que é o termo que Lacan vai desenvolver para tal aqui não e Lacan e na Juriti butler e nas leituras que essas duas pessoas fazem sobre a ideia de Fora cruzam vou tentar me manter aqui no debate indicar o texto é que vocês façam isso talvez esse ensaio é tenha se iniciado em 88 com uma visita da professora Rita ao Museu Imperial de Petrópolis quando ela se depara com uma
tela e inclusive que a capa desse desse livro Vocês estão vendo aqui na tela desse beber com essa Alma Negra todos os retratos que estão lá no museu Ouçam do Dom Pedro Segundo ou de parentes extremamente próximos a ele e curiosamente essa tela não tinha inscrição a gente não sabia quem havia pintado e quem estava representado na tela tentativa mais explícita de se desvencilhar de se passado né dessa recusa dessa tentativa de esconder o Real dessa construção social não há Ah tá vai encontrar no Pedro Calmon o historiador super renomado a autoria esse seria um
quadro do dever e a gente já falou dele aqui no canal quando eu falei sobre algumas obras de arte e sobre a estrutura racista do Brasil e esse seria um quadro do Dom Pedro com a sua arma a ideia dessa recusa de assumir-se negro e eu já contei aqui para vocês sobre uma série de intelectuais que falaram isso a lélia Gonzalez quando vai falar sobre racismo e sexismo na sociedade brasileira a ideia do preto gays da América Latina e como é impossível pensar Brasil tem uma herança histórica Negra mas que por um processo violentíssimo colonial
e pelos interesses da classe dominante precisa ser apagado porque essa classe se pleiteia branca e ela vai então se desfazer da sua mãe a gente consegue pensar o Brasil até me o centos e quarenta cinquenta e depois dessa época com o processo de modernização do Brasil um discurso higienista vai aparecer em e tornar ainda mais absurdo o racismo que existe aqui dirigindo as mulheres negras que eram usadas para nutrir as crianças brancas como sujas como propiciadoras de doenças Então você vai ter dois discursos né com higienismo um médico e um pedagógico médico dizendo que você
não pode pela população brasileira sendo alimentada né pelos corpos negros e mulheres e o pedagógico dizendo que isso é de Eleutério para a formação das crianças que elas vão aprender os Tem situações de jornal do 1.850 no texto da professora Rita falando que é não é de se estranhar aqui na puberdade a criança vai ter 300 e vai ter aprendido o vocabulário negro e a gente ouve ecos isso até hoje a deixa o filho com a babá é claro que a criança tá falando errado ele vive empregada e aqui tá esplicita Dá uma das estruturas
e funcionamento da classe dominante brasileira né que usa usufruir super explora e descarta e depois apaga a relação que teve que é verdade que o Brasil é tão ligado a família a tradição a honra Por que que as mães pretas de toda a classe dominante foram jogadas ao lixo porque a gente só escuta na boca né das pessoas têm sabem quem são né algumas delas e candidato à prefeitura de São Paulo que elas não são racistas Que Elas tiveram uma ama-de-leite preta que ela não pode ser racista ela é neta de uma mulher negra estuprada
e essa pessoa nunca disse é perto de um estuprador branco não eu sou neto de uma mulher negra isto prata e a Rita vai mostrando no ensaio Como existe essa tentativa de romantização dessa posição da mulher negra Sítio do Picapau Amarelo por mais absurda de onde racista que o autor seja ele mostra até Nastácia como alguém para você gostar ele chama ela de preta burra fala que ela era preguiçosa ela era macumbeiro ela fez uma boneca que começou a andar e falar mas ela tá colocada ali no seio da família Branca cuidando do Pedrinho da
Narizinho como avó dessa família branca que açúcar explora usa tudo que ela tem para oferecer e não a reconhece e não há tributa e não a consegue uma posição humana de dignidade é dessa sociedade que a gente tá falando lê Gilberto Freyre hoje serve para você o ódio de entender como houve gerações de intelectuais tentando enfiar goela abaixo a ideia de uma democracia racial nesse país sobre essa violência eu selecionei um pequeno trecho para ler com vocês portanto longe de dizer que a criação do indivíduo branco pela mãe negra resulta em uma plurinacionalidade em uma
plurinacionalidade harmônica ou que se trata de convivência interracial íntima como fazem os que tentam Romantizar esse encontro Inicial O que afirmo é ao contrário que o racismo EA misoginia no Brasil estão Entrelaçados em um gesto psíquico único afora inclusão dessa Mãe Preta a Rita também vai citar o trabalho da Rafaela de Andrade e analisar o que que acontece com a história do retrato no Brasil com as fotos de bebês ao longo do Milho 800 ela vai perder e como essas babados essas antigas amas-de-leite essas mulheres pretas que cuidavam dessas crianças apareceram todas as fotos e
à medida que o discurso higienista vai aparecendo essas mulheres vão sendo tiradas da foto vão sendo ler tocadas escondidas até a gente chegar na imagem mais nítida desse dado que se tipo brasileiro fotografias nas quais a mãe preta tá coberta com um pano um cobertor para não aparecer na imagem e a gente tem um Rastro dela uma mão segurando o bebê um chocalho um apego um carinho Acalanto mas a figura dessa mulher desaparece da história e da fotografia e é importante que você entenda que elas eram usadas nos retratos porque o tempo de exposição que
a câmera precisava era longo Esse bebê tenha que tá ali imóvel durante a em segundos e eles só faziam isso no colo de com quem ele se intimidade as mulheres pretas que as mulheres brancas não os criavam e esse discurso de que mãe só tem uma ele vai ser inventado pelos higienistas porque em toda sociedade né de passado Colonial mais aqui com requintes próprios de crueldades não existe uma mãe posição de mãe é dividida e distribuída classe dominante nunca tomou para si esse papel ela sempre delegou para que outras mulheres fizessem esse trabalho que até
hoje não é remunerado pelo capital que até hoje é considerado um sub emprego que até hoje tira dignidade demanda acerto que até hoje é uma posição ingrata de ser ocupada existe um contraste interessante que a professora Rita aponta que a mãe malinche mexicana e de como a história o atleta de registros no México dessa mãe essa luta dessa tentativa de apagamento e aqui no Brasil esse esforço é muito recente para encerrar eu quero indicar o algoritmo da imagem que é o canal da senhor Itabira ela fez um vídeo Bárbaro sobre os clubes brasileiros e o
funcionamento Elite classe trabalhadora do Brasil a JAC Conceição do coletivo de G tem alguns cursos sobre feminismo negro e psicanálise sobre Quais são esses processos e bíblicos de Fora cruzam de recusa de tentativa de apagamento EA ler um trecho da agrada mas o vídeo acabou se estendendo E aí eu deixo de indicação lá eu até Copie o trechinho para vocês lerem na descrição do vídeo mas eu vou terminar com o parágrafo de encerramento da professora Rita nesse ensaio ela diz o seguinte cada sociedade tem a sua forma própria de racismo como afirma em outras ocasiões
acredito que no Brasil essa e não condene tiva e afetiva de expurgo exclusão e violência não se exerce sobre outro povo mais emana de uma estrutura alojada no interior do sujeito plantada na origem mesma da sua trajetória de emergência Esse vídeo é uma tentativa de falar sobre esse traço perverso da branquitude e da sociedade Colonial brasileira espero que vocês possam usar os materiais usados aqui estender o debate e sim instrumentalizar com as armas da crítica nosso caminho é muito longo para mudar as coisas no país mas a nossa luta é necessária a gente se ver
semana que vem um beijinho tchau [Música] E aí [Música]
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